Imobiliária do El Corte Inglés também chega a Portugal. Grupo espanhol pode vender, comprar ou arrendar imóveis

O grupo espanhol vai criar o El Corte Inglés Real Estate, uma empresa especializada no setor imobiliário. Ao ECO, adiantou que a operação vai incluir ativos em Portugal.

Poucos dias depois de ter sido conhecido que o El Corte Inglés vai criar uma empresa imobiliária para vender os próprios ativos em Espanha, o grupo espanhol adiantou ao ECO que esta operação vai incluir imóveis em território nacional. O foco principal da nova empresa será a gestão dos ativos que detém em Portugal e Espanha, que poderá passar pela compra, venda ou arrendamento de imóveis.

A estreia do grupo espanhol no mercado imobiliário vai acontecer com a criação do El Corte Inglés Real Estate. A empresa vai ser criada com um objetivo inicial de vender um conjunto de 95 imóveis, avaliados em mais de 1.500 milhões de euros, que estão no mercado desde o início do ano.

El Corte InglésWikimedia Commons

Mas as metas não passam apenas pela venda desta carteira de imóveis. Ao ECO, o El Corte Inglés adiantou que se trata de uma “opção estratégica, relacionada com a gestão de ativos do grupo, onde se inclui a operação em Portugal”.

“Temos vários ativos imobiliários em Portugal e no grupo e a criação desta empresa vem permitir uma gestão mais integrada e especializada desse património. Essa gestão poderá passar, entre outras opções, pela compra, venda, arrendamento, adaptação e rentabilização de ativos“, continuou, referindo que entre os principais ativos que detém em território nacional estão lojas e armazéns.

Em Portugal, em 2003, o grupo espanhol andou durante dois anos a negociar com a Câmara do Porto a instalação na Invicta, contudo, não foi assinado qualquer acordo. A empresa queria construir uma mega-loja no terreno da antiga estação ferroviária da Boavista, mas a autarquia queria que esta ficasse localizada na Baixa. Face a este impasse, a espanhola acabou por escolher Vila Nova de Gaia para se instalar. Contudo, o terreno na Boavista continua na mira da empresa.

Sobre os imóveis em Espanha, apesar de ter recebido várias propostas para a compra do portefólio “Green”, a decisão passou por desenvolver o próprio negócio imobiliário, aproveitando as vantagens do mercado, explicou o grupo. Este portefólio vai permitir ao grupo reduzir a dívida que tinha e que ascendia a 3.367 milhões de euros.

Assim, a nova empresa vai agrupar três divisões: obras e construção, com uma equipa de arquitetos, engenheiros e profissionais especializados na construção de centros comerciais; exploração e gestão de ativos imobiliários; e El Corte Inglés Empresas, dirigida a clientes internacionais. Na liderança estará Javier Catena, que entrou para o grupo espanhol em março.

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Salários em engenharia e operações vão aumentar em 2020

O setor de engenharias e operações está bem e recomenda-se. Segundo a consultora Robert Walters, em 2020, a procura destes profissionais vai subir e os salários deverão aumentar em 10%.

A procura por perfis das áreas de gestão de operações, procurement, logística e manufatura tem sido impulsionada pelo crescimento económico, combinado com exportações em alta, sobretudo na área da indústria automóvel, máquinas e equipamentos, plásticos, papel, produtos metalúrgicos, calçados e vestuário.

Em 2020, a procura de profissionais no setor de engenharia e operações vai continuar a crescer, acompanhada com uma subida de 10% nos salários, revela a consultora Robert Walters sobre as tendências do setor.

Salários sobem 10% em 2020

A taxa de desemprego nas áreas da engenharia e operações deverá continuar a diminuir, e os salários poderão aumentar 10% durante o próximo ano.

Os novos concursos para a construção de centrais de energia solar e as iniciativas privadas relacionadas com energia eólica offshore vão resultar “numa maior procura por perfis vinculados à engenharia, procurement (por exemplo, gestores comerciais) e construção (project manager, engenheiros civis e eletromecânica) e numa necessidade estável, mas alta, de perfis de O&M (organização e métodos)”, revela a consultora.

O setor do imobiliário, construção e infraestruturas vão continuar a revigorar o mercado de trabalho, sublinha a Robert Walters, devido aos “grandes projetos de investimento em infraestruturas de transporte e ao dinamismo do setor de turismo. “Tudo isto se tem traduzido numa forte necessidade de contratação, desde consultores e especialistas técnicos, facility technicians, gestores de planeamento, arquitetos técnicos, asset managers, project managers, cost control engineers e contract managers.

Engenharia também requer soft skilss

Atualmente, as áreas que registam uma maior procura neste setor são engenharia industrial e mecânica, indústria aeroespacial, farmacêutica, automação, produção elétrica e eletrónica, energias renováveis e ambiente, consumer electronics e medical device. Por outro lado, os setores com mais ofertas de emprego são a construção, o setor automóvel, food & beverages, imobiliário, retalho, produção alimentar e consumer electronics. Durante este ano, os setores com maior crescimento da oferta de emprego para estes profissionais foram as engenharias renováveis e do ambiente, imobiliário, embalagens, produção elétrica e eletrónica, farmacêutica e produção ferroviária.

Para recrutar, procuram-se profissionais com conhecimentos em gestão de operações, melhoria contínua, capacidade e business planning, procurement e quality management.

Neste setor, 75% dos profissionais de engenharia e operações têm um mestrado, 12% tem um MBA. Contudo, alerta a consultora, as soft skills vão continuar a ser a prioridade no recrutamento em engenharia. “Com estes profissionais, as empresas podem liderar tanto em termos de conhecimento e capacidade técnica, como também por uma maior fluidez nas equipas, uma boa comunicação ao longo processo de tomada de decisão, e uma adaptabilidade antecipada e facilitada”, reforça a Robert Walters.

As cidades que perderam mais profissionais de engenharia e operações em 2019 foram Faro, Aveiro e Viseu, sendo que o Porto, Lisboa e Braga foram que atraíram mais talento.

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Antes de abandonar Governo, Ana Paula Vitorino sai em defesa do seu mandato

De saída do Governo, Ana Paula Vitorino fez um balanço das vitórias alcançadas enquanto ministra do Mar, dois dias após Eduardo Cabrita partilhar no Facebook críticas ao seu afastamento.

Dois dias após o seu marido, o ministro da Administração Interna, partilhar no Facebook uma crítica ao seu afastamento do próximo Governo, Ana Paula Vitorino fez questão de fazer um balanço do seu mandato onde detalha e defende a atuação do Ministério do Mar durante a legislatura que agora acaba. “O peso da economia do mar na economia nacional duplicou nesta legislatura, estimando-se que atinja 5% do VAB em 2019”, diz no balanço enviado aos jornalistas.

Ana Paula Vitorino não vai fazer parte do próximo Governo de António Costa e vai ser substituída por Ricardo Serrão Santos, professor universitário e ex-eurodeputado socialista entre 2014 e 2019. Mas a sua saída não está a ser pacífica.

Há dois dias, Eduardo Cabrita, atual ministro da Administração Interna e que foi reconduzido no cargo para o próximo Executivo por António Costa, partilhou uma crítica ao afastamento da ministra do Mar, depois de ter sido noticiado que António Costa não queria ter membros da mesma família no Governo, na sequência do desgaste provocado pelo caso familygate.

“Ministra do Mar fora do Governo? Não percebo nada disto! Afinal quem ‘faz acontecer’ e apresenta resultados é retirado do jogo? O mais importante devia ser a competência e o trabalho apresentado e não as relações familiares. Da nossa parte, um agradecimento muito especial à Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, pelo empenho na defesa da nossa causa e pela responsabilidade a nós atribuída. Vamos fazer tudo para levar o barco a bom porto.” A crítica foi feita por uma ativista ambiental da Ilha da Culatra, em Olhão, e partilhada por Eduardo Cabrita no Facebook.

Ana Paula Vitorino, citado pelo Diário de Notícias, disse não querer acreditar que a razão para o seu afastamento era a relação que mantém com Eduardo Cabrita, até porque antes de ser casada com o atual ministro, já tinha trabalho e percurso na área dos transportes, da qual foi secretária de Estado durante o último Governo de José Sócrates. “Não pode ser essa a razão”.

Hoje, num email enviado aos jornalistas, Ana Paula Vitorino traça o percurso do novo Ministério que liderou nos últimos quatro anos e passou em revista as vitórias alcançadas.

“O país fez um investimento, público e privado, de 1.500 milhões de euros, deixando assegurados mais 1.600 milhões de euros decorrentes dos projetos de Sines. O peso da economia do mar na economia nacional duplicou nesta legislatura, estimando-se que atinja 5% do VAB em 2019. Esta foi uma rota traçada pelo Ministério do Mar partilhada por muitos, dos setores público e privado, de várias áreas da economia e da inovação e ciência, a nível nacional e internacional, e sempre suportada pela minha equipa direta, dos gabinetes do Ministério. Agradeço a todos sem exceção pela dedicação e empenho e pelos resultados obtidos”, diz.

Depois de enumerar os projetos em que esteve envolvido o seu Ministério, a ministra do Mar diz que o Executivo apostou na liderança e integração internacional e na limpeza do Oceano, e que isso produziu resultados: “Temos hoje um Mar mais seguro e mais valorizado. Apostámos no Mar contribuindo para o futuro sustentável dos Portugueses, de Portugal, do nosso Planeta!”.

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A Fábrica 2030 em imagens

  • ECO
  • 18 Outubro 2019

O ECO juntou decisores, empresários e gestores na Fundação de Serralves para discutir a indústria. A Fábrica 2030 trouxe a Portugal Álvaro Santos Pereira como keynote speaker.

A Fábrica 2030 juntou três centenas de decisores, empresários e gestores na Fundação de Serralves, para assinalar o terceiro aniversário do ECO e o 30.º aniversário da Serralves. Foi uma manhã de discussão sobre o futuro da indústria portuguesa, as oportunidades para as empresas no contexto de uma globalização acelerada e de uma transformação digital com a automoção, a robótica e o ‘machine learning’.

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Conflito entre Brisa e credores da AEDL e Brisal perto do fim

Os acordos de princípio estabelecidos entre a Brisa e os credores da AEDL e Brisal são o negócio do mês da edição de setembro da Advocatus. Descubra todos os pormenores sobre este conflito.

O impasse entre a Brisa e os credores das autoestradas Douro Litoral (AEDL) e Litoral Centro (Brisal) pode ter chegado ao fim. No início do mês de setembro, em cada uma das concessões as partes firmaram acordos de princípio que podem colocar um ponto final na reclamação feita pelos credores para pagamento dos valores devidos.

Nestes acordos de princípio ficou previsto que a Brisa, Auto-estradas de Portugal, preserve a posição maioritária da Brisal e reconhece-se a posição acionista na AEDL ao grupo de credores, formado pelos fundos Strategic Value Partners e Cross Ocean e pelos bancos Deutsche Bank, J.P. Morgan e Bank of Irland. Caso venham a ser realizadas as condições previstas no memorando de entendimento, Brisa e credores põem fim aos complexos litígios que ainda hoje pendem em diversos tribunais.

As negociações entre as partes foram difíceis e morosas. Tal deveu-se em boa parte às complexas questões que se encontram a ser dirimidas judicialmente, as quais a Advocatus tomou conhecimento através de consultas que fez a vários processos pendentes.

Por outro lado, ressalta a necessidade de ver assegurado o interesse público, uma vez que estas concessões têm subjacentes autoestradas utilizadas diariamente por milhares de cidadãos. Credores e Brisa tiveram assim de garantir que a regularização da dívida, essencialmente decorrente dos custos de construção, fosse assegurada com a garantia de manutenção das autoestradas em operação, o que obrigou a complexas negociações, face a alto valor das dívidas e cada uma das concessões.

Os acordos de princípio a que se chegou num e noutro caso, não são idênticos. Na Brisal a Brisa mantém a sua posição acionista. Já na AEDL, a Brisa reconhece a substituição da estrutura acionista levada a efeito no início do corrente ano, com a entrada dos credores para o capital. Em termos operacionais e de manutenção, na Brisal a Brisa prossegue com a prestação deste serviço, ao passo que na AEDL, ficará na mão dos novos acionistas a manutenção ou a substituição da Brisa. A estrutura financeira que envolveu cada um destes entendimentos não foi divulgada com pormenor.

Assim, relativamente à autoestrada Douro Litoral, situada no Grande Porto, os credores são reconhecidos como acionistas da concessionária, controlando e nomeando a sua gestão. A Brisa ocupa apenas a posição de mera operadora da infraestrutura a curto/médio prazo.

Por outro lado, na autoestrada Litoral Centro, que liga a Marinha Grande a Aveiro, o acordo mantém a Brisa como acionista maioritária e operadora da infraestrutura rodoviária concessionada, “iniciando-se agora um processo de refinanciamento que implicará a substituição dos atuais credores, cujos créditos serão reestruturados, com perdão parcial da dívida”, anunciaram as partes em comunicado.

Segundo apurou a Advocatus, a Brisa aceitou fazer um pagamento aos credores, não tendo divulgado o seu valor nem as outras compensações que terá também dado, isto para além da entrega da concessão e, como tal, de todo o período de exploração até ao final do contrato.

Os acordos de princípio estabelecidos entre a Brisa e os credores em cada uma das concessões estão agora dependentes da obtenção das autorizações por parte do concedente. Como referiram as partes em comunicado, o acordo princípio “assegura e salvaguarda a necessária defesa do interesse público, garantindo os interesses das comunidades locais, bem como os níveis de serviço inerentes a estas duas concessões rodoviárias”.

As autoestradas Douro Litoral e Litoral Centro, controladas pela Brisa desde 2007, encontram-se em incumprimento desde 2014 e 2012, respetivamente. A Brisal, formada pela A17, possui uma dívida de mais de 592 milhões de euros. Já a AEDL, constituída pela A41, A43, e A32, soma um valor de dívida superior a 1.010 milhões de euros.

A Advocatus sabe que as dívidas foram compradas pelos credores à banca comercial portuguesa com um desconto substancial e que a empresa liderada por Vasco de Mello considerou as propostas iniciais apresentadas como inaceitáveis, o que contribuiu para a complexidade e delonga do processo negocial.

Em janeiro deste ano, foram transferidas para os credores as participações sociais da AEDL. Face à execução das garantias por parte dos credores, a Brisa avançou com uma providência cautelar a qual foi decidida favoravelmente aos credores.

No decurso deste ano, os credores e a Brisa vêm debatendo-se em constantes processos, tendo os credores chegado a exigir o pagamento de 869,9 milhões de euros.

Um dos processos que opôs a Brisa aos credores foi o denominado “processo 501”. A origem deste nome advém do artigo 501.º do Código das Sociedades Comerciais (CSC), que diz respeito à responsabilidade para com os credores da sociedade subordinada. Esta norma foi utilizada pelos credores como fundamento da responsabilidade da holding Brisa pela dívida devida pela AEDL desde 2014. No entanto, a Brisa veio negar a responsabilidade pelas dívidas da concessionária da Douro Litoral.

Esta disputa, que ainda permanece ativa, poderá não chegar ao seu final se os credores e a Brisa vierem a concluir os acordos de princípio estabelecidos no memorando de entendimento. O artigo 501.º do CSC mobilizou grande parte da doutrina nacional, sabendo a Advocatus que existem pareceres juntos ao processo que defendem posições opostas, ou seja, a existência ou não de domínio total da Brisa sobre a AEDL.

Para uma parte da doutrina, a responsabilidade prevista no artigo 501.º do CSC mantém-se após o termo da relação de grupo entre a sociedade dominante e a sociedade dependente, contudo a doutrina recente tem vindo a defender que a responsabilidade cessa com a extinção da relação de grupo. No presente caso, se o artigo 501.º do CSC fosse aplicado, a Brisa teria a responsabilidade de pagar a totalidade da dívida da AEDL aos credores.

A representar as partes nas negociações estiveram as sociedades de advogados Vieira de Almeida, em representação da Brisa, e PLMJ, em representação dos credores.

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Sócrates critica recusa do PS em fazer acordo escrito com o Bloco de Esquerda

  • Lusa
  • 18 Outubro 2019

José Sócrates critica a recusa do PS em fazer um acordo escrito de legislatura com o BE considerando que revela "uma visão meramente utilitária" e que pode gerar "ressentimento" à esquerda.

O antigo primeiro-ministro José Sócrates critica a recusa do PS em fazer um acordo escrito de legislatura com o Bloco de Esquerda, considerando que revela “uma visão meramente utilitária” e que pode gerar “ressentimento” à esquerda.

Esta posição do antigo líder do PS entre 2004 e 2011 consta de um artigo esta sexta-feira publicado na revista brasileira Carta Capital, intitulado “A Geringonça”, no qual considera que esta solução política da esquerda portuguesa “ganhou as eleições” legislativas de 6 de outubro passado, mas “acabou” no dia seguinte.

“Na verdade, esta situação é muito parecida à que se viveu em Espanha e que foi muito referida na campanha eleitoral portuguesa. Também ali os socialistas espanhóis recusaram fazer uma coligação de Governo com o partido Podemos”, compara.

Segundo José Sócrates, “a acreditar na sinceridade das declarações oficiais”, a ‘geringonça’ “não acabou definitivamente”, porque “os três partidos que a compunham – o socialista, o Bloco de Esquerda e o comunista – continuam a afirmar a intenção de cooperar e dialogar em torno de propostas concretas que serão analisadas caso a caso”.

No entanto, o aspeto mais relevante do anterior cenário – um acordo parlamentar que garantiu a estabilidade política durante os quatro anos de legislatura – terminou. Se isso significa que a solução política está definitivamente enterrada é ainda matéria de especulação. Mas podemos dizer com segurança que nada será como dantes”, sustenta José Sócrates.

O antigo líder socialista começa por referir que o PCP “foi o primeiro a manifestar a intenção de não fazer qualquer acordo prévio” com o PS, observando que isso acontece num contexto em que “os ganhos políticos foram distribuídos assimetricamente” entre as três forças que compunham a solução política de esquerda.

“Ao contrário dos outros parceiros, os comunistas perderam votos e deputados e querem agora ter as mãos livres. Aceitemos. Todavia, o que determinou o desenlace não foi esse facto, mas a recusa do PS em fazer um acordo programático com o Bloco de Esquerda, cuja soma de deputados é suficiente para garantir a maioria parlamentar. Esta foi a decisão que provocou a rutura – acabou a geringonça“, afirma o antigo primeiro-ministro.

José Sócrates classifica depois esta “escolha” do PS como “surpreendente, como surpreendente é, igualmente, o argumento usado para a justificar”.

“Dizem os socialistas que preferem continuar a negociar medida a medida com todos os outros partidos de esquerda, entre os quais o PCP, para não criar uma hierarquia entre eles. O argumento, pura e simplesmente, não faz sentido. Essa hierarquia existe de facto e foi criada pelos únicos que a podem criar – os eleitores portugueses. Foi o povo e mais ninguém que deu ao Bloco de Esquerda a posição de terceira força política, capaz de fazer com os socialistas maioria absoluta no parlamento (cerca de 127 deputados num parlamento com 230)”, argumenta.

Mas o antigo líder do PS vai ainda mais longe na sua análise, advertindo que “ninguém está a dar nada ao Bloco de Esquerda que este partido não tenha conquistado” e que “mal vai a política que não reconhece as realidades eleitorais”.

No seu artigo, José Sócrates faz alusões à política italiana do período da Guerra Fria, em que os comunistas estavam excluídos de qualquer acordo que incluísse a sua presença em cargos governamentais, para depois defender que em Portugal a experiência parlamentar da última legislatura mostrou que “esse preconceito político teve o seu tempo e que nada o justifica agora”.

Quebrou-se um muro, diziam orgulhosos os socialistas. Sim, quebrou-se um muro, mas ficamos agora a saber que era apenas metade do muro. O resto ficou“, aponta.

De acordo com o antigo secretário-geral do PS, “a recusa em estabelecer um acordo de legislatura com o Bloco de Esquerda parece assim evidenciar uma visão meramente utilitária: o Bloco de Esquerda serviu na altura para apoiar os socialistas em alturas de aflição (quando o PS perde e a direita não tem maioria), mas não serve agora para momentos de normalidade (em que o PS ganha, embora sem maioria absoluta no parlamento)” e “o que deveria ficar registado como um gesto de grandeza e densidade histórica ficará assim reduzido a um expediente instrumental de sobrevivência política“.

Para o antigo primeiro-ministro, “a popularidade da solução geringonça é ainda tão forte nos respetivos eleitorados que nenhum dos partidos quis assumir a responsabilidade pelo seu fim”.

“Começou a fase de apontar culpas e esta fase não é bonita. Uma das mais importantes mudanças políticas que a geringonça permitiu foi trazer esses partidos para o denominado arco da governação, introduzindo-os nas dificuldades das responsabilidades executivas e na dura realidade da política que nem sempre representa uma clara escolha entre o bem e o mal, consistindo, muitas vezes, na escolha do mal menor. Esse é o fracasso que resta”, advoga, antes de deixar um aviso sobre as consequências da opção tomada pelo PS.

“Oxalá me engane, mas o que podemos esperar é o crescimento do ressentimento. E o ressentimento é uma poderosa força política”, escreve José Sócrates neste seu artigo na revista brasileira “Carta Capital”.

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Regulador abre nova investigação à Jerónimo Martins na Polónia

  • ECO
  • 18 Outubro 2019

Em causa está o facto de a Biedronka, a retalhista da Jerónimo Martins, apresentar alegadamente preços dos produtos nas estantes diferentes daqueles que os clientes pagam na caixa.

O regulador polaco UOKiK anunciou esta sexta-feira que vai investigar a forma como os preços na Biedronka, a cadeia de retalho polaca da Jerónimo Martins JMT 1,32% , são apresentados aos clientes. Foram várias as queixas de consumidores que pagaram um valor mais elevado na caixa face ao apresentado nas prateleiras. A multa pode ascender a 10% do volume de negócios da empresa.

“As alegações referem-se à visibilidade de preços mais baixos ao lado do produto, seguido pela cobrança de um preço mais elevado no balcão em lojas da cadeia Biedronka”, referiu a autoridade da concorrência do país, citada pela agência Reuters.

Na prática, o UOKik alega que os clientes pagam mais pelo produto na caixa registadora do que o preço que é exibido nas estantes, irregularidades que foram detetadas após ter recebido queixas dos consumidores e após inspeções das autoridades. “Pode ser uma prática injusta de mercado”, referiu Marek Niechciuk, presidente do UOKiK.

O regulador da concorrência disse ainda que a empresa pode ser alvo de uma coima de até 10% do volume de negócios. Em 2018, a Biedronka faturou 11,7 mil milhões de euros, representando 67% do total das vendas da Jerónimo Martins.

Contactada, a Biedronka não esteve disponível para responder imediatamente a um pedido de comentário. Entretanto, a Jerónimo Martins já reagiu. À Lusa disse estar a “analisar de forma cabal” a carta do regulador polaco, salientando que o grupo tem “uma preocupação grande com o rigor”.

“Sublinhamos, no entanto, que, tendo em conta a escala de operações da Biedronka – mais de 2.900 lojas, mais de 67.000 colaboradores, que servem diariamente cerca de quatro milhões de clientes, num total de mais de 1,3 mil milhões de transações anuais –, há sempre a possibilidade de, por erro humano, faltarem alguns preços ou estarem mal colocados”, explicou fonte oficial da retalhista.

Ainda recentemente a mesma autoridade anunciou que estava a investigar a retalhista por por suspeitas de práticas comerciais desleais, explicando que a empresa arrisca-se a uma multa equivalente a 3% da faturação.

As ações da Jerónimo Martins terminaram a sessão a desvalorizar 1,42% em Lisboa, negociando nos 14,965 euros. O PSI-20 recuou 0,73% para 4.977,16 pontos.

(Notícia atualizada às 17h49 com reação da Jerónimo Martins)

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Algarve escolhido como melhor destino de golfe do Mundo para 2020

  • Lusa
  • 18 Outubro 2019

A IAGTO escolheu o Algarve como “melhor destino de golfe do mundo para 2020”. O presidente do Turismo do Algarve atribui a distinção à "reconhecida qualidade dos 40 campos de golfe" e à hospitalidade.

A Associação Internacional de Operadores de Turismo de Golfe (IAGTO) escolheu o Algarve como “melhor destino de golfe do mundo para 2020”, distinção que o presidente do Turismo do Algarve atribuiu à qualidade dos 40 campos da região.

O Algarve é não só um local de passagem obrigatória para o golfista amador, como tem atraído os melhores profissionais mundiais, fruto da diversidade e reconhecida qualidade dos 40 campos de golfe e da já célebre hospitalidade e profissionalismo dos agentes da região”, congratulou-se o presidente da Região de Turismo do Algarve, João Fernandes.

Citado num comunicado da Associação de Turismo do Algarve (ATA), João Fernandes considerou que “os dias de golfe no Algarve perduram na memória dos golfistas, mesmo depois do fim das suas férias”, por a região oferecer também aos visitantes, apontou, “história, tradição, bom clima, natureza, boa gastronomia”.

“E [o Algarve] é também algo que não se explica… Só visitando! Por isso, esperamos receber os amantes da modalidade muito em breve! Convidamos todos a conhecerem o Algarve já na próxima semana, em que se realizará o Portugal Masters 2019 (prova do European Tour), que este ano decorre de 23 a 27 de outubro, em Vilamoura”, apelou o presidente da Região de Turismo do Algarve.

A ATA esclareceu que a escolha do Algarve como melhor destino de golfe para 2020 foi feita pela IAGTO, “que representa a indústria do turismo de golfe a nível global, no âmbito da 20.ª edição dos IAGTO Awards”, numa “votação que contou com a participação de mais de 700 operadores turísticos, especializados nesta indústria e oriundos de mais de 60 países diferentes”.

O Algarve destacou-se como favorito no que toca à oferta da melhor experiência para os turistas que praticam esta modalidade, vencendo uma série de outros destinos de golfe de classe mundial”, acrescentou a ATA, sublinhando que esta é “a terceira vez que o Algarve é distinguido pela IAGTO”, depois de a região ter conquistado o título de melhor destino de golfe da Europa em 2006 e 2014.

A ATA salientou que “o Algarve volta a reunir a preferência dos operadores especializados, mas agora a nível global”, devido a fatores como “a qualidade e a diversidade das infraestruturas que o Algarve oferece para a prática de golfe, a facilidade de acesso ao destino através da existência de ligações frequentes com o aeroporto de Faro e a relação custo/benefício”.

“A estes juntam-se outros argumentos como a ampla seleção de opções de alojamento, a beleza natural da região, o bom clima que permite jogar golfe ao longo de todo o ano e ainda a enorme variedade de atrações e motivações adicionais que permitem enriquecer a estadia dos jogadores que visitam a região, na companhia de família e amigos”, acrescentou.

Também citado no comunicado da ATA, o presidente da IAGTO, Peter Walton, considerou que “o Algarve sempre colocou a experiência dos visitantes de golfe no topo da sua agenda” e aproveitou a oportunidade para “felicitar todos os campos de golfe, hotéis e fornecedores de serviços na área do turismo de golfe da região” pela distinção, que qualificou como uma “conquista extraordinária”.

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EDP Renováveis integra consórcio na Coreia do Sul para construir parque eólico flutuante

  • Lusa
  • 18 Outubro 2019

A EDP Renováveis juntamente com a WindPower Korea e a Aker Solutions anunciaram que formaram um consórcio para desenvolver um parque eólico flutuante de 500 MW na costa de Ulsan, na Coreia do Sul.

A EDP Renováveis, a WindPower Korea e a Aker Solutions anunciaram esta sexta-feira que formaram um consórcio para desenvolver um parque eólico flutuante de 500 MW na costa de Ulsan, na Coreia do Sul.

Em comunicado, a EDP garante que “o novo consórcio está empenhado em apoiar os ambiciosos planos de energia renovável do Governo sul-coreano, que quer instalar 13 GW de energia eólica em alto mar até 2030 e ter, pelo menos, 30% de produção renovável até 2040“.

O valor da transação não foi divulgado.

A KFWind assinou um Memorando de Entendimento com a autarquia de Ulsan, em janeiro de 2019, para cooperar no desenvolvimento de projetos eólicos flutuantes e apoiar o desenvolvimento industrial da região de Ulsan como centro de produção para o mercado eólico ‘offshore’ [no mar] da Coreia do Sul e de outros países.

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Líderes da UE formalizam nomeação de Lagarde na presidência do BCE

  • Lusa
  • 18 Outubro 2019

Os chefes dos governos da União Europeia confirmaram esta sexta-feira a nomeação de Christine Lagarde para a presidência do BCE, a última formalidade necessário para que a francesa suceda a Draghi.

Os líderes da União Europeia (UE) formalizaram esta sexta-feira, em Bruxelas, a nomeação de Christine Lagarde como presidente do Banco Central Europeu (BCE), para um mandato de oito anos, não renovável, em substituição de Mário Draghi.

Lagarde toma posse em 01 de novembro, sendo a primeira mulher a assumir a presidência do BCE depois de ter sido também a primeira diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em 02 de julho, o Conselho Europeu considerou que Christine Lagarde cumpria todos os critérios para ser candidata à liderança do BCE, tendo os ministros das Finanças da UE feito uma recomendação formal nesse sentido uma semana depois.

O BCE deu parecer positivo em 25 de julho e o Parlamento Europeu aprovou a escolha em 17 de setembro, em sessão plenária.

A comissão executiva do BCE é responsável pela aplicação da política monetária da zona euro e é composto por um presidente, um vice-presidente e quatro membros, todos nomeados para mandatos de oito anos não renováveis.

Os chefes de Estado e de Governo da UE estão hoje reunidos no segundo e último dia do Conselho Europeu, estando o primeiro-ministro, António Costa, a representar Portugal.

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Miranda reforça área de imobiliário e turismo e presença em Cabo Verde

A Miranda & Associados reforçou a equipa com sete novos advogados e a sua presença no continente africano. O presidente do conselho de administração garante que os resultados já são "imediatos".

A sociedade Miranda & Associados reforçou as áreas de imobiliário e turismo e ainda a sua presença em Cabo Verde. No território africano serão integrados um grupo de advogados, liderados por Luís Borges Rodrigues, sócio da sociedade, que irá assumir a coordenação do grupo de jurisdição de Cabo Verde e da área de prática de imobiliário.

“É com muito entusiasmo que recebemos o Luís Borges Rodrigues e a sua equipa de excelentes advogados no nosso escritório em Lisboa e acolhemos o Tiago Costa, a Vânia Cunha e demais colegas de Cabo Verde na Miranda Alliance”, refere Diogo Xavier da Cunha, presidente do conselho de administração da sociedade.

Para além do mais recente sócio da Miranda, passa a integrar o escritório de Lisboa seis novos advogados. Pedro Rodrigues, associado sénior, Catarina Campelo e Sara Pires Correia, associadas, Sara Carpinteiro e Roberta Almeida, associadas júnior, e Sérgio Fagundes Conceição, advogado estagiário, são os novos reforços.

“Esta equipa tem-se distinguido no apoio a empresas envolvidas no setor do turismo, designadamente operadores turísticos e hotéis, tanto em Portugal como em Cabo Verde. Com estes reforços, a equipa de imobiliário e turismo, que de ora em diante será coordenada pela sócia Rita Lufinha Borges e pelo novo sócio Luís Borges Rodrigues, passa a contar com mais de 12 advogados”, nota a sociedade.

No âmbito desta integração, a Miranda Alliance passa também a contar com um novo parceiro em Cabo Verde, a sociedade Costa, Cunha & Associados, liderada pelo advogado luso-cabo-verdiano Tiago Costa. A Miranda Alliance alarga a sua presença em Cabo Verde a quatro ilhas, continuando a integrar o escritório CV Lexis, liderado pelo advogado e docente cabo-verdiano António Gonçalves, com quem mantém parceria há 12 anos.

“As sinergias com o projeto da Miranda e da Miranda Alliance em Portugal e em Cabo Verde são tão evidentes, ao ponto de já estarmos a testemunhar resultados imediatos desta integração apesar de tão recente“, nota o presidente do conselho de administração. Com os mais recentes reforços, a sociedade reforça a prática no setor do imobiliário e turismo e consolida a “cobertura da Miranda Alliance em Cabo Verde, com presença efetiva em 4 ilhas (Santiago (Praia), Sal, Boavista e São Vicente)”.

Por sua vez, Luís Borges Rodrigues destaca que “fazer parte de uma firma com a presença internacional da Miranda e integrar o seu núcleo de sócios é um privilégio”.

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Expansão da TAP depende de aeroporto no Montijo, diz Frasquilho

  • Lusa
  • 18 Outubro 2019

O presidente do conselho de administração da TAP afirmou que a expansão da TAP depende da construção do novo aeroporto no Montijo, acrescentando que espera que aconteça em 2022, como previsto.

O presidente do conselho de administração da TAP, Miguel Frasquilho, afirmou esta sexta-feira que a expansão da TAP depende da construção do novo aeroporto no Montijo, algo pela qual a companhia aérea portuguesa “espera ansiosamente’.

Nós esperamos que, em 2022, tal como está previsto”, o aeroporto no Montijo “possa ver a luz do dia”, defendeu no final de uma conferência promovida pela Associação de Jovens Empresários Portugal-China.

É muito importante para nós porque nos permitirá crescer no aeroporto Humberto Delgado”, sublinhou, afirmando que as atuais obras que ali estão a ser realizadas, “se não houver um complemento [Montijo], (…) no espaço de três, quatro anos” a principal infraestrutura aeroportuária nacional “tornará a ficar esgotada”.

“Esperamos ansiosamente” que o novo aeroporto do Montijo “venha a ser uma realidade a breve trecho”, insistiu o presidente do conselho de administração da TAP.

O grupo TAP registou, em 2018, um prejuízo de 118 milhões de euros, valor que compara com um lucro de 21,2 milhões de euros registado no ano anterior, conforme foi anunciado em 22 de março.

Por sua vez, a receita do grupo passou de 2.978 milhões de euros em 2017 para 3.251 milhões de euros em 2018, traduzindo-se num aumento de 273 milhões de euros, mais 9,1% face ao período homólogo.

A ANA e o Estado assinaram em 8 de janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o aeroporto Humberto Delgado e transformar a base aérea do Montijo no novo aeroporto de Lisboa.

Em julho, o então ministro Adjunto e da Economia defendeu no parlamento que o prejuízo da TAP não está relacionado com a quebra de receitas ou de passageiros, ressalvando que é preciso trabalhar na capacidade de resposta do Aeroporto de Lisboa.

“O prejuízo da TAP, em 2018, não teve a ver com quebra de receitas ou de passageiros. Do lado das receitas, o negócio continua a crescer”, referiu Siza Vieira, em resposta aos deputados, numa audição parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas.

De acordo com o governante, as perdas da transportadora portuguesa estão assim relacionadas com a subida dos preços dos combustíveis e com os atrasos nos voos.

“Temos que continuar a trabalhar para aumentar a capacidade de resposta do aeroporto, independentemente do novo projeto [do Montijo]”, concluiu.

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