U.hub e Xior fecham parceria de investimento em novas residências para estudantes

Empresa nacional tem duas residências em funcionamento, em Lisboa, e mais quatro projetos em preparação, na capital e no Porto. Deverá ter mais de 4.000 quartos disponíveis nos próximos anos.

A U.hub, operador nacional de residências de estudantes, assinou um acordo de investimento com a Xior, que se movimenta no mesmo setor nos mercados da Bélgica e da Holanda, que prevê a tomada de uma participação no capital da portuguesa por parte da empresa belga. A parceria tem como principal objetivo “acelerar o crescimento rumo à liderança de mercado”, avança a empresa portuguesa em comunicado.

“Esta entrada no capital servirá de base a uma parceria estratégica que prevê o investimento em novas residências numa parceria 50/50, permitindo à U.hub alavancar os seus recursos e acelerar o seu processo de crescimento. No contexto desta transação a Xior compromete-se a adquirir as residências da U.hub na data da sua conclusão, permitindo libertar capital para reinvestimento em novos projetos”, explica ainda a U.hub.

A Xior conta com uma rede de perto de 6.000 quartos em operação e mais 4.000 em pipeline, distribuídos por quatro países europeus. No decorrer desta parceria, a U.hub vai autonomizar a área de operações numa nova empresa detida em conjunto com a belga.

“O crescimento passará por investir em novos projetos em Lisboa e Porto em localizações complementares aos projetos em curso, e em alargar o desenvolvimento a outras cidades nas quais o desequilíbrio entre oferta e procura seja significativo”, detalha a U.hub.

“A U.hub passará a fazer parte de um grupo que já é líder de mercado em dois países europeus e que, em parceria com a U.hub, passará a ser líder de mercado em Portugal dentro de poucos anos. Com o acesso direto da Xior ao mercado de capitais a U.hub sabe que poderá contar com uma capacidade de investimento sem paralelo em Portugal, sendo também o único player que combina a capacidade de desenvolvimento local com uma rede de residências pan-europeia”, avança Hugo Gonçalves Pereira, administrador da U.hub.

Do lado da Xior, o CEO Christian Teunissen afirma uma “enorme expectativa em relação ao desenvolvimento dos projetos atuais e futuros, aproveitando todo o know how acumulado da equipa de fundadores no desenvolvimento da marca U.hub. Esta parceria constitui um marco importante na realização das nossas ambições de tornar Portugal e Espanha no nosso segundo mercado de base”.

Fundada em 2014 por Hugo Gonçalves Pereira e Jaime Antunes, a U.hub começou por ser um investimento do capital pessoal dos dois fundadores na reabilitação de edifícios com vista à sua transformação em residências de estudantes. Em 2016, a Atrium Investimentos juntou-se ao grupo para permitir implementar um plano de crescimento ambicioso que passou pela aposta em projetos de raiz, e que contou com o apoio financeiro de um grupo de investidores privados que investiram 21 milhões de euros na U.hub em 2017 e 2018.

Hoje, a empresa conta com duas residências em operação em Lisboa — U.hub Alameda e U.hub Alvalade — (98 quartos) e quatro projetos em desenvolvimento (1.800 quatros) em Lisboa e no Porto. Dois dos quatro projetos em desenvolvimento já se encontram em fase avançada de construção, estando a sua abertura prevista para o ano letivo que arranca em setembro de 2020.

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Macron e Merkel dizem que acordo final do Brexit está próximo

  • Lusa
  • 16 Outubro 2019

Um acordo para o Brexit está em finalização e poderá ser apresentado quinta-feira para aprovação no Conselho Europeu, revelaram os dois lideres europeus.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, disseram esta quarta-feira que um acordo para o Brexit está em finalização e poderá ser apresentado quinta-feira para aprovação no Conselho Europeu.

“Quero acreditar que um acordo está prestes a ficar fechado e que poderemos aprova-lo amanhã” [quinta-feira], disse Emmanuel Macron, numa conferência de imprensa conjunta com Angela Merkel, na cidade francesa de Toulouse, onde ambos se mostraram otimistas sobre o desenvolvimento das negociações de Bruxelas com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

A chanceler alemã exprimiu igual sentimento de confiança, referindo-se a um “sprint’ final”, que está a ser feito para conseguir ter um documento de entendimento político antes do Conselho Europeu, que decorre quinta e sexta-feira, em Bruxelas.

As negociações entre o Governo britânico e Bruxelas intensificaram-se desde a semana passada após um encontro de Boris Johnson com o homólogo irlandês, Leo Varadkar, no sentido de encontrar uma solução antes do Conselho Europeu e para concluir o processo do ‘Brexit’ até ao prazo de 31 de outubro.

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Brumadinho: As primeiras contas do colapso da barragem

  • ECO Seguros
  • 16 Outubro 2019

Riscos estavam dispersos por muitas apólices, seguradoras e operações de resseguro com intervenção de corretoras especializadas, mas com custos estimados de 4,5 mil milhões, muitos vão perder.

Os custos causados pelo colapso da barragem do Brumadinho, em Minas Gerais são duros. São 237 mortos confirmados e um prejuízo que deve atingir os 4,5 mil milhões de dólares.

A Bradesco Seguros era apontada como uma das seguradoras mais expostas às consequências da tragédia, mas fonte da companhia garantiu que o rompimento da barragem, “deve ter impacto imaterial para a seguradora do banco Bradesco”. Segundo Vinicius Albernaz, presidente da Bradesco Seguros, esta recorreu à Swiss Re Corporate Solutions, uma das resseguradoras que detém a apólice de danos materiais da mineradora, e que ainda é responsável pelo contrato de seguro de vida em grupo dos funcionários da companhia.

Barragem do Brumadinho, 25 de Janeiro: destruição ao longo de 10 km e centenas de mortos.

Grandes riscos como o de Brumadinho, disse o presidente da Bradesco Seguros à imprensa brasileira, são dispersos pelo resseguro: “a extensão desse tipo de evento tende a ser mitigado pela estrutura do resseguro que existe em ocorrências dessa envergadura. Não estimamos nenhum efeito material”, concluiu ele, Lazari informou ainda que a Bradesco Seguros enviou uma equipa no dia seguinte à tragédia para agilizar o atendimento às pessoas atingidas e a regularização do sinistro.

A imprensa brasileira apurou que o seguro de danos materiais da Vale é liderado pela Chubb Seguros em parceria com a Mapfre e a Bradesco Seguros. O resseguro dos riscos está com o IRB Brasil Re em conjunto com mais 15 resseguradores. A imprensa brasileira reporta ainda que a Allianz Global Corporate & Specialty division (AGCS) lidera um consórcio de resseguradoras que assumiu alguns dos riscos relativos à barragem. A corretora é a Aon.

O prejuízo para as seguradoras, segundo o site Estadão/Broadcast, pode chegar a 500 milhões de dólares, mas dos quais apenas 100 milhões devem ser realmente indemnizados pela indústria.

No caso da apólice de seguro de vida, como o valor é baixo, de cerca de 200 mil reais (cerca de 50 mil dólares) por pessoa, as indemnizações devem ser reforçadas pela apólice de responsabilidade civil (RC).

Em RC, a Vale tem apólice com cobertura de 400 milhões dólares para danos causados por barragens e mais 100 milhões de excesso contratado com a Allianz. O resseguro das seguradoras é no formato ‘intragrupo’. A corretora, neste caso, é a Willis.

Vale estima prejuízo entre 3,6 e 5,5 mil milhões de dólares

Segundo cálculos iniciais divulgados pelo Broadcast, o prejuízo total pode chegar a 4,5 mil milhões de dólares com a maior parte a suportar pela Vale, uma vez que o mercado de seguros impôs restrições depois da tragédia semelhante ocorrida em 2015 com a barragem Mariana, que causou 19 vítimas mortais, e cujo custo total ascendeu a 4 mil milhões de dólares, estando a maioria das indemnizações ainda por pagar.

Este valor da Brumadinho cabe no intervalo estimado pela própria Vale: entre 3,6 e 5,5, milhões de dólares a pagar nos próximos quatro anos. A empresa forneceu estimativas recentes sobre as necessidades financeiras para cobrir os prejuízos provocados pela queda da barragem e estas situam-se em 900 mil a 1,5 mil milhões de dólares ainda este ano, 1,5 a 2 mil milhões em 2020, 1 a 1,5 mil milhões no ano seguinte e 200 a 500 milhões em 2022, encerrando nessa altura as responsabilidades financeiras com o acidente.

O impacto destes prejuízos são relevantes, mas não dramáticos, para a empresa. Só para 2019 a Vale espera libertar fundos em cash flow entre 6,5 e 9,4 mil milhões e o EBITDA, resultados operacionais, deverão situar-se entre 10,8 e 12,9 mil milhões de dólares.

Neste momento, a Vale concordou pagar cerca de 107 Milhões de USD por danos morais coletivos e 186 mil dólares às famílias de cada uma das pessoas mortas no desabamento. No entanto, um repórter apurou que a vida de uma mulher de 51 anos terá sido valorizada em apenas 35 mil dólares em um pagamento único a favor dos filhos.

Barragem não estava na lista das 50 em risco de colapso

Cerca de 300 empregados da Vale estavam no prédio administrativo e no restaurante da Mina do Córrego do Feijão quando a barragem de resíduos do empreendimento se rompeu. A lama atingiu também o refeitório da Vale, que estava cheio de funcionários, estima-se 427, no momento do acidente.

Segundo a Vale, a Barragem I, Córrego do Feijão, que rompeu, estava em processo de descomissionamento, ou seja desativação. Antes tinha tido a finalidade de receber disposição de rejeitados provenientes da produção, mas atualmente já nem os recebia.

A barragem foi construída em 1976, pelo método de alteamento a montante, e foi adquirida pela Vale em 2001. Tinha 86 metros de altura e 720 metros de comprimento. Estima-se que em Minas Gerais existam mais de 400 barragens de rejeição deste tipo e que, delas, cerca de 50 apresentam riscos de colapso. A da Mina Córrego do Feijão nem fazia parte da lista de risco.

Só a Vale tem um total de 133 barragens de minério de ferro no país, sendo 105, localizadas em Minas Gerais. Além destas, tem 21 barragens no Pará e 7 no Mato Grosso do Sul.

A TUV SUD, auditora da estabilidade da barragem e que a tinha vistoriado em 2018, também deverá ser processada por danos ambientais e responsabilidade civil de empresa. No relatório da auditoria do ano passado, a consultora alemã havia demonstrado preocupações com a drenagem e a monitorização da barragem. Pelo seu lado a Vale afirma que seguiu todas as medidas de segurança requeridas na auditoria.

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Entre os boletins de voto dos emigrantes também há cheques e contas da luz

  • Lusa
  • 16 Outubro 2019

Nos mais de 150 mil envelopes que chegaram à assembleia de apuramento dos votos dos círculos da emigração, em Lisboa, não estão apenas boletins de voto.

Dentro dos mais de 150 mil envelopes que chegaram à assembleia de apuramento dos votos dos círculos da emigração, em Lisboa, não estão apenas boletins de voto e até contas e cheques apareceram. Para exercer o seu direito de voto, os eleitores portugueses residentes no estrangeiros deveriam enviar de volta para Portugal a documentação que receberam em casa – um envelope verde com o boletim de voto, dentro de um envelope branco, com uma cópia do cartão de cidadão.

Mas algumas pessoas resolveram inovar e acrescentaram alguns itens no mínimo insólitos: “Já encontrámos um cheque, já encontrámos duas folhas de pensão, uma conta para pagar de luz”, tudo na mesma mesa, conta aos jornalistas Joaquim Morgado, secretário-geral adjunto para a Administração Eleitoral, indicando que estes documentos foram guardados e serão devolvidos a quem os remeteu.

No pavilhão municipal do Casal Vistoso, em Lisboa, estão montadas 100 mesas para apuramento de resultados, 70 dedicadas ao círculo da Europa e 30 dedicadas ao círculo fora da Europa, cada uma com quatro ou cinco elementos, perfazendo um total de cerca de “500 pessoas associadas às mesas”.

Aos membros de mesa juntam-se “cerca de 50 delegados que vêm presenciar e vêm também auditar todo o processo” e outras “cerca de 120 pessoas” para dar apoio ao processo, adiantou o responsável. Todas estas pessoas estão debruçadas sobre 158 mil cartas resposta que foram recebidas – 5.800 deram entrada já esta quarta-feira – de entre um universo de 1,4 milhões de eleitores recenseados no estrangeiro. A sua função é registar os envelopes, verificar quais os que têm condições legais para o voto poder ser considerado e, finalmente, fazer o apuramento dos resultados.

“Os trabalhos iniciaram-se às 9h00”, referiu Joaquim Morgado, estimando que os resultados possam ser divulgados “cerca das 22h30”.

Os círculos da Europa e Fora da Europa elegem dois deputados cada um e, tradicionalmente, esses mandatos têm sido distribuídos entre PS e PSD. De acordo com o secretário-geral adjunto para a Administração Eleitoral, o processo está a decorrer de forma normal. Pelas 15h00, metade do procedimento estava feito, mas a contagem ainda não tinha arrancado.

“Os últimos números que eu tenho são de cerca de 47% [dos boletins] já registados”, adiantou Joaquim Morgado, considerando que “os números em muitas mesas são muito agradáveis, muito boas surpresas, noutras também teremos que melhorar e teremos que ter aqui uma capacidade mais de intensificar este processo”. “Até agora tudo está a correr normalmente, com as pequeninas situações que temos do dia-a-dia, do normal deste processo de votação”, assinalou, destacando que, “comparando com há quatro anos”, a participação é “muito maior”.

O atual processo de apuramento dos votos dos emigrantes “é idêntico” aquele usado nas eleições legislativas de 2015, notou o secretário-geral adjunto da Administração Eleitoral, explicando que “a única diferença é que, face ao número de inscritos”, estão a ser utilizados cadernos eleitorais desmaterializados, tecnologia usada para “o voto eletrónico em Évora”, em vez dos tradicionais cadernos eleitorais em papel.

Por isso, era possível ouvir, praticamente a cada segundo, um bip em cada uma das duas salas onde estavam montadas as mesas de apuramento (uma para cada círculo), barulho feito de cada vez que o leitor registava um novo boletim.

Esta quarta-feira, a Assembleia de Recolha e Contagem dos Votos contou também com duas “mesas especiais”, que “não vão fazer apuramento de resultados”, mas sim tentar identificar o remetente de um boletim que não tenha chegado de acordo com as regras estipuladas.

“Se houver condições legais para habilitar esse voto, ele é identificado, é encaminhado para a mesa respetiva, e a mesa respetiva acrescenta-o e contabiliza-o e delibera sobre esse voto”, explicou Jorge Morgado, salientando que esta “é das ações mais nobres” realizadas no dia de hoje porque permitem salvar alguns votos.

Apontando que ali não é contada a abstenção, Joaquim Morgado sublinhou que “o valor importante a realçar aqui é a participação” dos emigrantes nestas legislativas.

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Como a fronteira irlandesa se pôs no caminho do Brexit

Nas negociações para o Brexit, a procura por uma solução para a fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda tem sido um dos temas principais.

Uma fronteira invisível de cerca de 500 quilómetros tornou-se um dos maiores entraves à saída do Reino Unido da União Europeia. Decidida através de um referendo, em 2016, ainda não avançou devido à falta de acordo entre as duas forças. As propostas sobre como lidar com a única fronteira em terra entre o Reino Unido e a UE ainda não suscitaram consenso.

Para além de ser uma questão técnica, é também sensível, já que as relações entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda têm uma história conturbada. Em 1998 foi assinado o acordo de Sexta-Feira Santa, que pôs fim à violência e aos conflitos entre nacionalistas e unionistas.

Tendo em conta este contexto, não existe vontade por parte das regiões em ter uma barreira “rígida” a separar os dois. Mas sendo que a República da Irlanda se mantém na UE, a saída do Reino Unido significa que a fronteira entre os dois seria sujeita a regras diferentes de circulação de pessoas, bens e serviços.

Uma das soluções discutidas foi um mecanismo chamado “backstop“, segundo o qual o Reino Unido continua a cumprir certos regulamentos europeus, até que seja encontrado um acordo alternativo. Mas esta opção não reuniu muito consenso, e existem várias versões de como poderia ser posta em ação.

O que a UE propôs originalmente foi que apenas a Irlanda do Norte continuasse no mercado único e na união aduaneira, deixando a Inglaterra, Escócia e Gales livres para fazer os próprios acordos comerciais. Mas o partido unionista irlandês DUP estava contra esta medida, argumentando que a região iria ser tratada de forma diferente.

Sabendo que não tinha o apoio do DUP, Theresa May, enquanto ainda era primeira-ministra, propôs o “backstop” para todo o Reino Unido, até ser encontrada outra opção. A UE concordou, e foi firmado um acordo. Mas os deputados britânicos não ficaram convencidos, e o texto que May levou ao Parlamento foi chumbado três vezes.

O seu sucessor, Boris Johnson, está ainda a procurar uma solução para esta fronteira, sendo que tem de agradar tanto à UE, como aos unionistas irlandeses, aos nacionalistas e restantes partidos. O atual primeiro-ministro quer um plano alternativo ao “backstop”, propondo a ideia de uma “zona regulatória única” na ilha da Irlanda. Formar-se-ia uma fronteira no mar irlandês, que separava os diferentes quadros regulatórios, com controlos e verificações nos portos.

O Reino Unido defende que a Irlanda do Norte deve deixar a união aduaneira da UE. No entanto, Boris Johnson acredita que o controlo na fronteira irlandesa pode ser evitado e, ao invés disso, limitar os processos principalmente às instalações das empresas. Mas a UE está cética em relação a este plano e as últimas negociações têm-se concentrado nesta questão.

Algumas alternativas ainda a estas hipóteses centram-se em soluções tecnológicas, utilizando por exemplo sistemas de GPS. Mas ainda nenhuma das sugestões está operacional. As negociações têm assim continuado, apesar de não se focarem apenas neste assunto mas sendo um dos grandes entraves.

A data marcada para a saída do Reino Unido da UE é 31 de outubro. Mas os receios de uma saída sem um acordo motivaram os deputados britânicos a aprovar uma lei que dita que, se não houver acordo até 19 de outubro, Boris Johnson tem de pedir à UE um adiamento do Brexit por três meses. Com a cimeira europeia a arrancar quinta-feira, o objetivo é alcançar acordo até lá, e levar o texto a votos no Parlamento britânico no sábado.

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EDP produz menos energia após “forte redução” de geração nas barragens

  • Lusa
  • 16 Outubro 2019

A produção de eletricidade da empresa liderada por António Mexia caiu 11% até setembro, para 48.165 gigawatts/hora (GW/h) devido a uma “forte redução” de 41% na produção hídrica.

A produção de eletricidade da EDP caiu 11% até setembro, para 48.165 gigawatts/hora (GW/h) devido a uma “forte redução” de 41% na produção hídrica, segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No terceiro trimestre, a produção reduziu-se em 10%, de acordo com os dados publicados pelo grupo, atingindo os 14.356 (GW/h).

Pelo contrário, “a produção eólica global aumentou 6%”, influenciada pelas somas de capacidade nos últimos 12 meses, bem como por “recursos eólicos estáveis e a desconsolidação do portefólio eólico na Europa”, avançou a empresa, numa nota com dados previsionais de operação.

Na Península Ibérica, a produção hídrica caiu 47%, avançou o grupo, um valor que “reflete a baixa hidraulicidade em Portugal que se situou 39% abaixo da média” até setembro, face ao período homólogo, em que estava 20% acima da média.

No mesmo comunicado, a EDP revelou que o volume de eletricidade distribuído em Portugal nos primeiros nove meses do ano se reduziu em 1,8% quando comparado com o período homólogo “penalizado por temperaturas amenas”.

Já em Espanha, a queda foi mais drástica, de 10,6% no volume de eletricidade distribuído, devido a uma grande redução “por parte de um grande consumidor industrial”, ressalvou o grupo.

A EDP informou ainda que “o volume de eletricidade distribuída aumentou 2,6% no Brasil, suportado pela melhoria do contexto económico e pelo efeito temperatura”.

Em setembro, a capacidade instalada da elétrica atingiu os 26,3 gigawatts (GW) “reflexo da desconsolidação de 997 MW [megawatts] de eólica na Europa decorrente da venda da nossa participação de 51% nestes ativos”, explicou o grupo.

Nos primeiros nove meses do ano, foram colocados em operação “344 MW de capacidade eólica”, sendo que “estavam 834 MW em construção”.

De acordo com a EDP, “adicionalmente, em julho de 19 foi anunciada a venda de 137 MW do parque eólico ‘Babilónia’ no Brasil, com encaixe financeiro previsto” para o quarto trimestre deste ano.

A elétrica deu ainda conta do negócio de comercialização na Ibéria, que registou “um aumento de 0,7% do número de clientes de gás, enquanto o número de clientes de eletricidade está estável nos 5,27 milhões”.

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Diretas no PSD em janeiro. Comissão política pede a Rui Rio que se recandidate

A Comissão Política Nacional do Partido Social Democrata marcou o conselho nacional para o final do mês, início de novembro. Rui Rio mantém o silêncio sobre se se recandidata à liderança.

O PSD vai realizar o Conselho Nacional no final deste mês, início do próximo, mas já se sabe que as diretas deverão acontecer em janeiro do próximo ano. A Comissão Política Nacional apoia, de forma “praticamente unânime” a recandidatura de Rui Rio à liderança do partido depois de perder das legislativas, mas o presidente do PSD mantém o tabu.

José Silvano, secretário-geral do PSD, anunciou que nos últimos dias de outubro ou primeira semana de novembro (dependendo do feriado), vai realizar-se o Conselho Nacional do PSD. “Nesse Conselho Nacional, vamos marcar a data das eleições diretas e do congresso“, explicou. As eleições vão decorrer em “meados de janeiro” e o congresso em fevereiro.

Depois das eleições legislativas, os críticos de Rui Rio dentro do partido começaram publicamente a defender a saída do presidente dos sociais democratas. Mas José Silvano garante que o núcleo da comissão política apoia Rio. Foi “praticamente unânime o incentivo a que o atual presidente do partido se recandidatasse”, explicou o secretário-geral.

Acrescentou, no entanto, que Rio ainda não anunciou se irá avançar. “Se o decidiu, não o partilhou com ninguém”, sublinhou José Silvano. O que Rio já disse é que considera que o resultado conseguido pelos social-democratas nestas eleições legislativas não foi “desastre nenhum”.

Mas dentro do partido há quem cultive opiniões bem diferentes e até já defenda a substituição da liderança do partido. Depois de ter “desafiado” Rio em janeiro, Luís Montenegro voltou à carga e já anunciou que será candidato à liderança dos laranjas nas próximas diretas. Além de Montenegro, também devem entrar na corrida Miguel Pinto Luz e, potencialmente, Miguel Morgado.

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Portugal é um dos países que mais aposta na transformação digital dos recursos humanos

Qual o papel dos RH na transformação digital das empresas? Segundo a Mercer, a maior parte gestores de recursos humanos não acredita que é sua responsabilidade, mas Portugal parece ser mais "maduro".

A transformação digital faz parte da estratégia corporativa da maior parte das empresas, mas o papel dos recursos humanos nesta transformação parece ser ainda pouco considerado pelos gestores. O estudo “Still transforming or already performing?”, da Mercer, revela que, apesar desta realidade, Portugal está na vanguarda europeia da transformação digital dos recursos humanos.

Portugal é o segundo país da Europa “mais maduro” no que diz respeito à digitalização no setor de RH, depois do Reino Unido, refere o estudo. Apenas 3% dos gestores de recursos humanos consideram que a transformação digital na empresa é responsabilidade do departamento de RH, apesar de 59% confirmar que a digitalização se encontra integrada na estratégia corporativa.

“Além deste resultado contraditório, a falta de compreensão relativamente ao que a transformação digital envolve ou deveria envolver está a impedir a evolução e, em última análise, a oportunidade das empresas adquirirem qualquer tipo de vantagens comerciais e competitivas“, alerta a Mercer.

A Mercer questionou mais de 600 gestores de recursos humanos em França, Itália, Portugal, Reino Unido, Áustria, Alemanha e Suíça, sobre o progresso da transformação digital na sua empresa. Para avaliar a evolução das empresas no que diz respeito à transformação digital nos departamentos de recursos humanos. Para isso, foram tidos em conta critérios como a estratégia digital corporativa e maturidade digital, a digitalização humana (cultura digital, força de trabalho digital, liderança ágil, novo trabalho e colaboração), e a digitalização de RH (serviços, organização e processos de RH digitais).

Níveis mais elevados de digitalização traduzem-se em menos trabalho administrativo. Para os responsáveis de RH, isso significa mais tempo para o seu core business e para a consultoria estratégica”, refere Marco Gomes, principal na Mercer.

40% dos gestores têm uma estratégia documentada de tecnologias de informação de RH e 33% já iniciou o processo de digitalização das suas próprias atividades, revela o estudo.

Qual é o principal impulsionador da digitalização na sua organização? (Estudo “Still transforming or already performing?”, Mercer)

 

Dois em cada cinco gestores classificaram a liderança como o principal impulsionador do processo de transformação digital. Pensar nas mudanças que a digitalização traz ao negócio e garantir que os colaboradores desenvolvem as competências necessárias para o futuro, torna-se fundamental para as empresas continuarem a ser competitivas e a atrair talento”, conclui Marco Gomes.

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Não sabe o que aconteceu nos mercados? Veja o vídeo

  • ECO + DIF
  • 16 Outubro 2019

Dos índices europeus aos americanos, das matérias-primas ao cambial, saiba o que está a acontecer nos mercados. Veja o vídeo dos destaques do dia, por Bernardo Barcelos, analista da DIF Broker.

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Tendas, fruta e medicamentos. Universitários portugueses inventam novos negócios

Uma tenda para refugiados que converte humidade em água potável. Esta é uma das quatro ideias que venceram o prémio que distingue as melhores ideias de negócio provenientes do Ensino Superior.

Um sistema de abrigo transportável que “promete” revolucionar a vida dos refugiados e deslocados internos. Uma tecnologia que visa reutilizar o desperdício da fruta. Um composto que poderá tornar-se um medicamento inovador para a osteoartrose. E uma plataforma online que irá capacitar jovens dos 15 aos 30 anos no desenvolvimento das soft skills.

Estes foram os quatro projetos vencedores da edição 2019 do concurso de ideias Born from Knowledge (BfK Ideas). Uma iniciativa da Agência Nacional de Inovação (ANI), cofinanciada pelo Compete 2020 através do Portugal 2020 e do FEDER, que visa distinguir as melhores ideias de negócio provenientes de Instituições de Ensino Superior portuguesas.

O projeto Nautilus nasce na dissertação de mestrado da Cátia Bailão Silva, da Universidade de Évora, orientado pela professora Inês Secca Ruivo, que desenvolveu a componente tecnológica da solução.Nautilus

O Nautilus é uma solução biónica e surge de um problema humanitário global, a questão dos refugiados e deslocados internos. É um sistema de abrigo transportável com capacidade para quatro a seis pessoas. Pretende mudar a vida de cerca de 70,8 milhões de deslocados que existem atualmente no mundo.

Esta tenda gera água potável devido à incorporação de um novo tecido com propriedades hidrofílicas e hidrofóbicas que permite converte o nevoeiro / humidade em água de ingestão segura.

A tenda disponibiliza um sistema bicolor reversível que permite a identificação aérea de eventuais grupos de risco e tem a característica de ser montada e desmontada facilmente, em apenas cinco minutos, devido ao sistema rotativo no topo da tenda.

“Sentimos a necessidade de melhorar os sistemas de abrigo existentes”, explica ao ECO Inês Secca Ruivo, professora da Universidade de Évora e orientadora do projeto de investigação Nautilus. Foi Inês Secca Ruivo que desenvolveu a componente tecnológica da solução, que já está em processo de patente desde 2017. A professora da Universidade de Évora estima que a tenda Nautilus esteja pronta a ser distribuída em 2022.

Composto que poderá tornar-se um medicamento inovador para a osteoartrose

O ProtexAging é um composto com propriedades físico-químicas e farmacológicas que tem como objetivo impedir a destruição das articulações e dar solução a uma doença que afeta milhões de pessoas e para a qual ainda não existe cura, a osteoartrose.

É um projeto desenvolvido por investigadores da Faculdade de Farmácia e do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, da autoria dos estudantes Cátia Sousa, Gonçalo Mendes e dos professores universitários Alexandrina Mendes e Alcino Leitão.

“O nosso objetivo é desenvolver este composto num medicamento inovador para combater a osteoartrose. Identificámos um composto químico que tem um mecanismo de ação inovador e potencial para tratar e impedir a destruição das articulações, doenças artríticas, particularmente no combate à osteoartrose”, explica Alexandrina Mendes, professora da Universidade de Coimbra e mentora do ProtexAging.

O grupo de investigadores já testou o composto em outros modelos celulares como a doença de Parkinson. “Os resultados são muito encorajadores, vamos continuar a testar em outros modelos pois acreditamos que tem potencial para aplicar em outras doenças”, refere com orgulho Alexandrina Mendes.

Cátia Sousa, estudante de doutoramento da faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e os professores Alexandrina Mendes e Alcino Leitão, autores do projeto ProtexAging.Ana Zagalo

“O próximo passo é fazer ensaios em animais para confirmarmos aquilo que observamos nos modelos celulares”, destaca Alexandrina Mendes.

Tecnologia capaz de transformar o desperdício da fruta e gerar novos produtos

O AgroGrin Tech é uma solução patenteada que visa tratar os resíduos resultantes das indústrias alimentares, gerando novos produtos alimentares. Em 2017 foram desperdiçadas cerca de 500 mil toneladas de resíduos de fruta.

O processo engloba uma tecnologia que permite a separação de ingredientes específicos e naturais dos resíduos de frutas. As vendas desses ingredientes têm alto valor de mercado, gerando novos fluxos de receita, permitindo às indústrias a reintrodução de perdas económicas pela valorização dos resíduos gerados pelo processamento de matérias-primas primárias.

O AgroGrin Tech, surge da tese de doutoramento da Débora Campos da Universidade Católica Portuguesa, em conjunto com Ana Vilas Boas, Ricardo Gomes, Pedro Castro e Ezequiel Resqueta.

“O nosso target são as indústrias de processamento de frutas. Oferecemos uma solução económica, verde e sustentável para tratar os resíduos e gerar novos produtos”, explica Ana Vilas Boas, estudante da Universidade Católica Portuguesa.

Ana Vilas Boas dá o exemplo de um caso de estudo. Na Nuvifruits são desperdiçados 385 toneladas de fruta, através do processo extrativo do AgroGrin Tech é possível reutilizar os desperdícios da fruta o que poderia dar um retorno à empresa de um milhão de euros.

Ana Vilas Boas e Ricardo Gomes, dois dos autores do projeto AgroGrin Tech.Ana Zagalo

O próximo passo é avançar com o projeto piloto e implementar esta tecnologia a nível industrial.

Uma plataforma online focada em soft skills

O BackBone será uma plataforma online que irá capacitar jovens dos 15 aos 30 anos através de iniciativas coletivas de aprendizagem experimental com foco nas soft skills e nas competências transversais.

O BackBone vai disponibilizar experiências cocriadas, eventos, masterclasses, team building, mentoria, dirigidos a indivíduos ou empresas, que visa contribuir para a criação de uma comunidade de jovens com ideias semelhantes de forma a reforçar as competências pessoais e a atratividade dos seus membros no mercado de trabalho.

Rafael Reis, Sérgio Figueiredo e a professora Ana Gonçalves, da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), são os criadores do projeto BackBone.

“Teremos serviços a empresas que queiram desenvolver uma aprendizagem contínua dos seus colaboradores e desenvolver aquilo que é a sua produtividade. Vamos desenvolver experiências baseadas nas soft skills, nomeadamente, masterclasses, sessões de mentoria, team building, entre outras”, explica Ana Gonçalves ao ECO.

Rafael Reis, Sérgio Figueiredo e a professora Ana Gonçalves, autores do projeto BackBone.Ana Zagalo

Nautilus, ProtexAging, AgroGrin Tech e BackBone foram os quatro projetos vencedores da edição 2019 do concurso BfK Ideas que contou com 30 participantes. Os premiados terão acesso direto ao programa de aceleração de Ciência e Tecnologia (BfK Rise), durante três meses.

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Edifício Pão de Açúcar vai ganhar nova vida com investimento de 97 milhões

Lucios investe 97 milhões de euros no antigo Pão de Açúcar no centro do Porto, edifico que está abandonado há mais de 30 anos. A conclusão do projeto está prevista para o último trimestre de 2022.

Após mais de três décadas de abandono, o antigo Pão de Açúcar vai transformar-se no Edifício Pacífico. Um investimento de 97 milhões de euros que pertence à construtora Lucios Real Estate. A conclusão do projeto está prevista para o último trimestre de 2022.

O Edifício Pacífico vai ocupar uma área total de 49 mil metros quadrados e vai contar com espaços comerciais (supermercado), serviços (ginásio), escritórios, residências com serviços e um hotel. O empreendimento terá quatro novos blocos, incluindo um parque de estacionamento público. A Lucios Real Estate prevê que este novo projeto crie mais de 800 postos de trabalho.

O edifício, cuja obra se encontra suspensa desde o início dos anos 90, localiza-se entre a Avenida Fernão Magalhães e a Rua dos Abraços, junto ao Campo 24 de Agosto, no centro do Porto. O edifico tem um aspeto abandonado devido aos vários anos de desgaste a que está exposto, representando assim um problema para a cidade da Invicta.

“Este é, provavelmente, o grande projeto do centro do Porto dos últimos anos, pelo que temos em mãos um desafio que exige uma enorme responsabilidade. A construção existente representa um grave problema de interesse público, apresentando um desenho pesado e desajustado à atual realidade da cidade. O nosso principal objetivo é devolver este espaço à comunidade, promovendo negócios, emprego e novas dinâmicas”, refere em comunicado a administração do Grupo Azevedo’s, detentor da Lucios Real Estate.

Segundo a mesma fonte, ainda não são conhecidos os nomes das empresas e marcas que vão instalar-se no edifício, mas “há um enorme interesse pelo Pacífico, pelo que estamos a avaliar as melhores propostas para a cidade e para os objetivos do projeto”, afirma a administração do Grupo Azevedo’s. “As primeiras novidades deverão ser conhecidas nos próximos meses”, acrescenta.

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Tomás Correia convoca último conselho geral da Mutualista Montepio

Presidente da Associação Mutualista Montepio convocou para a próxima semana um derradeiro encontro com os conselheiros, numa altura em que o seu futuro à frente da instituição mantém-se num impasse.

Tomás Correia convocou para a próxima semana uma reunião com o conselho geral da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), naquele que será o derradeiro encontro com este órgão consultivo da mutualista, antes da sua extinção, apurou o ECO. Em cima da mesa estará a apreciação dos resultados das empresas do grupo, mas não só. Entre alguns conselheiros existe a expectativa de que o presidente da AMMG possa anunciar uma renúncia ao cargo, precipitada por um potencial chumbo do regulador em relação ao seu registo.

O encontro está agendado para o próximo dia 24, quinta-feira. E acontecerá num momento de definição para Tomás Correia, que segue na liderança da mutualista pelo quarto mandato após ter sido reeleito em dezembro passado. No entanto, apesar de estar em funções, o gestor continua à espera de uma decisão da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) em relação ao processo de avaliação de idoneidade iniciado há meses — além do presidente, o regulador liderado por Margarida Corrêa de Aguiar está a avaliar outros 22 gestores da mutualista. Até ao momento, não há qualquer decisão da ASF a este respeito.

Alguns conselheiros acreditam na possibilidade de Tomás Correia anunciar a sua saída do cargo já na reunião da próxima semana, isto antes de o regulador chegar a uma decisão sobre a sua idoneidade. E a recente decisão da ASF sobre o registo dos gestores da Monaf só veio aumentar a expectativa de que o processo relativo ao presidente da AMMG possa também ser fechado brevemente. Há também quem diga o contrário: a liderança da mutualista vai manter como está porque Tomás Correia vai obter o aval da ASF. Seja como for, há dois cenários em aberto e as próximas semanas deverão ser decisivas para conhecer o desfecho deste dossiê que se arrasta há vários meses.

O que se sabe é que poderá ser a última reunião que Tomás Correia terá com o conselho geral. Este órgão vai ser extinto para dar lugar à nova assembleia de representantes. Trata-se de mudança que decorre da revisão dos estatutos a que a AMMG está obrigada a fazer por causa do novo Código das Associações Mutualistas aprovado no ano passado. O projeto de revisão estatutária já se conhece, Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e ASF já deram aval às alterações que se pretende fazer, e os novos estatutos vão agora ser levados a votação na assembleia geral de associados no próximo dia 4 de novembro.

Antes dessa reunião magna do início do próximo mês, Tomás Correia terá assim um derradeiro encontro com o conselho geral onde têm assento 12 membros, entre eles a antiga ministra da Saúde Maria de Belém, e onde o presidente da mutualista foi muitas vezes confrontado por conselheiros descontentes com a sua gestão.

Ao que o ECO apurou, em cima da mesa estarão três pontos na ordem de trabalhos. O primeiro tem a ver com a apreciação do desempenho das empresas do grupo no primeiro semestre do ano, como o Banco Montepio, que viu os lucros afundarem 77% na primeira metade do ano. O segundo prende-se com a substituição de um membro do conselho fiscal. Há um terceiro ponto reservado para a discussão de “diversos” assuntos. É um ponto vago que abre espaço a especulações. Será também a oportunidade para o conselho geral poder discutir a revisão de estatutos que vai determinar o seu próprio fim.

O conselho geral é presidido por Vítor Melícias. Integram ainda este órgão nomes como Maria de Belém (ex-ministra da Saúde), João Costa Pinto (antigo presidente da comissão de auditoria do Banco de Portugal), Luís Patrão (ex-presidente do Turismo de Portugal e ex-secretário de Estado) e também nomes da oposição a Tomás Correia como Carlos Areal e Viriato Silva.

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