Portugal vai emitir até 1.250 milhões de euros a três e 11 meses

Com os juros da dívida longa próximos de mínimos históricos, Portugal tem conseguido persistentemente financiar-se a curto prazo com yields negativas. Esta será a última colocação de BT em 2019.

Portugal vai realizar, na próxima quarta-feira, a última emissão de dívida de curto prazo deste ano. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP confirmou esta sexta-feira que vai realizar um leilão duplo de Bilhetes do Tesouro (BT) a três e 11 meses.

“O IGCP, E.P.E. vai realizar no próximo dia 16 de outubro pelas 10h30 dois leilões das linhas de BT com maturidades em 17 de janeiro de 2020 e 18 de setembro de 2020, com um montante indicativo global entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros“.

Com os juros da dívida de longo prazo próximos de mínimos históricos, Portugal tem conseguido persistentemente financiar-se a curto prazo com yields negativas. A última vez que o país emitiu BT a três e 11 meses foi a 21 de agosto tendo, na altura, conseguido juros abaixo de -0,50% para colocar 1.000 milhões de euros.

No prazo mais longo, Portugal colocou 750 milhões de euros com uma taxa de juro de -0,557% e uma procura 2,05 superior à oferta. Já no caso dos títulos com maturidade mais curta, foram emitidos outros 250 milhões de euros com uma yield de -0,563 e uma procura 4,36 vezes acima da oferta.

Este novo leilão irá também acontecer na mesma semana em que Portugal vai fazer mais um reembolso antecipado dos empréstimos da troika. Depois de a dívida ao Fundo Monetário Internacional estar paga, começa agora o pagamento aos credores europeus.

O secretário de Estado Adjunto e das Finanças Ricardo Mourinho Félix anunciou esta terça-feira que Portugal vai pagar na próxima semana o reembolso antecipado de dois mil milhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF). A data para o pagamento antecipado ainda não está fechada, mas é certo que será “já em outubro”, devendo ocorrer entre os dias 15 e 17, disse o secretário de Estado à Lusa.

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SNS fechou 2018 com “buraco” de 848 milhões de euros. Prejuízo mais do que duplicou

O prejuízo do Serviço Nacional de Saúde aumentou cerca de 500 milhões de euros no ano passado, ascendendo a 848 milhões de euros.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) terminou o ano de 2018 com um buraco de 848 milhões de euros. O prejuízo agravou-se em cerca de 502 milhões, um desempenho justificado com o “crescimento dos gastos com pessoal, com fornecimentos e serviços externos e das mercadorias vendidas e matérias consumidas”.

A contribuir para o resultado do exercício estará também “a diminuição das transferências correntes registadas, uma vez que foram efetuadas em 2018 entradas de capital sem impacto nos rendimentos do ano”, refere o relatório e contas de 2018, divulgado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e noticiado primeiro pelo Jornal de Negócios.

No relatório são destacados indicadores como o aumento no número de consultas nos cuidados de saúde primários e hospitalares, bem como no pessoal médico e de enfermagem. No final do ano passado, o SNS tinha cerca de 29 mil médicos, quase 45 mil enfermeiros e aproximadamente 26 mil assistentes operacionais.

Os gastos com pessoal, a maior fatia das despesas do SNS, cresceram 5,7%. Totalizaram os 4.064,17 milhões de euros em 2018, o que compara com 3,8 mil milhões no ano anterior. As despesas nos fornecimentos e serviços externos também aumentaram, 6,1% para os 4.036,4 milhões.

Já no passivo, “verificou-se uma redução de cerca de 590 milhões de euros”, aponta-se no relatório. No entanto, salienta-se que a estrutura do balanço “não permite uma comparabilidade direta com o novo referencial, com especial incidência, no que respeita à apresentação das ‘Outras contas a pagar’”.

“Assim, considera-se que a redução verificada no passivo tem origem sobretudo na rubrica de Diferimentos, uma vez que o novo referencial determinou uma alteração no procedimento contabilístico de registo dos subsídios ao investimento”, lê-se no relatório. As dívidas a fornecedores e outras contas a pagar totalizaram os 3.359,2 milhões de euros, menos 4,2% que no ano anterior.

(Notícia atualizada às 17h20)

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Conselho nacional do CDS para marcar congresso reúne-se em 17 de outubro

  • Lusa
  • 11 Outubro 2019

O conselho nacional do CDS-PP reúne-se na próxima quinta-feira para marcar o congresso antecipado que vai eleger o sucessor de Assunção Cristas, que se demitiu na noite das legislativas.

O conselho nacional do CDS-PP reúne-se na quinta-feira para marcar o congresso antecipado que vai eleger o sucessor de Assunção Cristas, que se demitiu na noite das legislativas, disseram esta sexta-feira à Lusa fontes partidárias.

Fonte do partido disse esta sexta-feira à Lusa que a comissão executiva, o órgão de direção mais restrita de Assunção Cristas, que se reuniu na quinta-feira, marcou o conselho nacional para dia 17 de outubro, na quinta-feira, na sede nacional do partido, em Lisboa.

Não há ainda proposta de data para a realização do congresso nacional, mas, devido aos prazos estatutários, pode realizar-se em meados de dezembro ou em inícios de janeiro do próximo ano.

Os estatutos do partido, no seu artigo 53.º, estabelecem que em caso de eleições antecipadas por um período superior a um mês, o que é o caso, elas não podem ser marcadas com “uma antecedência inferior a 45 dias”, ou seja, um mês e meio de antecedência.

Logo na noite das legislativas de 6 de outubro, em que o CDS se viu reduzido a 4,2% e o grupo parlamentar passou de 18 a cinco deputados, Assunção Cristas assumiu a derrota, demitiu-se e anunciou que não se recandidataria ao cargo.

Este foi o pior resultado eleitoral do CDS desde 1991, quando obteve 4,4% e cinco deputados, era Diogo Freitas do Amaral presidente do partido.

Nas 24 horas seguintes, surgiram um candidato assumido, Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento – CDS (TEM-CDS), logo na noite de domingo, e na segunda-feira foram dois os dirigentes a dizer que estão “em reflexão” — o ex-deputado Filipe Lobo d’Ávila, do “Juntos pelo Futuro” do CDS, e João Almeida, ex-líder da JP, deputado e porta-voz do partido.

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Portugal está preocupado com a moeda do Facebook, diz Mourinho Félix. Pode limitar alcance das medidas do BCE

O secretário de Estado Adjunto e das Finanças admite que a Libra do Facebook pode ser a primeira moeda do género a impor-se, mas que há riscos sistémicos que têm de ser acautelados.

A nova criptomoeda que o Facebook quer criar, a Libra, pode ser a primeira do género a impôr-se de forma generalizada, mas esta novidade acarreta riscos sistémicos para o sistema financeiro, e não só, admite o secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, que adiantou que Portugal também tem preocupações sobre o projeto da empresa liderada por Mark Zuckerberg.

“Portugal partilha da preocupação de outros países europeus sobre a Libra e aguarda as recomendações do grupo de trabalho do G7 sobre moedas estáveis, que deverão ser conhecidas nos próximos dias”, disse o governante, no encerramento do encontro dos bancos centrais dos países oficiais de língua portuguesa, organizado pelo Banco de Portugal.

Segundo Mourinho Félix, a “Libra pode ser a primeira moeda privada a impor-se”, mas é preciso ter em atenção os “elevados riscos com dimensão sistémica que lhe estão associados”.

O facto de a Libra poder limitar o alcance das ferramentas tradicionais da política monetária, sobretudo uma moeda estável tem potencial para se impor de forma mais rápida em economias com taxas de inflação elevadas, instituições mais frágeis, e um setor financeiro ainda menos”, disse.

Por essa razão, defendeu, “é essencial que nenhum projeto de moeda estável comece a operar até que todas as preocupações estejam acauteladas”.

Ricardo Mourinho Félix defendeu que é preciso ver as diferentes dimensões das novas tecnologias, e que da mesma forma que estas trazem vantagens e oportunidades, também acarretam riscos, nomeadamente na solidez dos sistemas de pagamentos, em relação à proteção de dados pessoais e de cibersegurança.

Além disso, diz, “nem toda a novidade é a próxima grande novidade”, lembrando o exemplo das criptomoedas que há uma década “eram a promessa de uma revolução financeira”, algo que não aconteceu, apesar de terem tido alguma aceitação, devido aos problemas técnicos, à elevada volatilidade e a “problemas claros de segurança”.

No que diz respeito à ação dos governos, Ricardo Mourinho Félix disse que nem toda a regulação é contrária à inovação e defende que os governos têm de garantir que o quadro legal acompanha de forma proativa este setor.

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, disse esta semana durante a sua audição no Parlamento Europeu que pretende apresentar uma proposta durante a próxima Comissão para regular as criptomoedas, nomeadamente a Libra do Facebook.

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Gerir melhor as pessoas ajuda economia a crescer, diz estudo

A gestão nas empresas tem impacto direto na produtividade da economia, refere o World Management Survey. Na gestão dos recursos humanos, o desempenho de Portugal está abaixo da média europeia.

A forma como se estão a gerir as empresas pode ter influência direta na produtividade da economia portuguesa, refere World Management Survey, citado no Boletim Económico de outubro divulgado pelo Banco de Portugal, que compara a realidade portuguesa com a europeia e com os Estados Unidos. A nível global, 30% das diferenças na produtividade podem ser atribuíveis às práticas de gestão.

O inquérito analisou gestores de 193 empresas portuguesas, entre 2004 e 2014, tendo por base quatro critérios: operações, objetivos, pessoas e monitorização. É na gestão de recursos humanos que Portugal tem o pior resultado, surgindo abaixo da média europeia ao lado das empresas irlandesas e espanholas. Por outro lado, a capacidade de “monitorização” destaca-se pela positiva. Na Europa, são os gestores da Alemanha que dão o melhor exemplo.

A superar a média europeia, é nos Estados Unidos que encontramos as melhores práticas de gestão, em todos os critérios analisados no inquérito.

 

Na dimensão “operações” foi avaliada a capacidade de introduzir novas formas de produção e gerir documentação sobre os processos de produção; nos “objetivos”, foi considerado o equilíbrio entre os planos da empresa e a forma como se ajustam à sua própria realidade e transparência; no fator “pessoas” foi avaliada a gestão de recursos humanos, a relação com os colaboradores, a retenção e o desenvolvimento das competências; e na dimensão “monitorizaçãofoi feita a análise à capacidade das empresas para medir o desempenho dos colaboradores, de controlo de qualidade e indicadores de desempenho pré-estabelecidos.

Maiores empresas, melhor gestão

O inquérito revela ainda que as maiores empresas são mais bem geridas. Neste inquérito, só foram analisadas empresas portuguesas de grande dimensão, por isso Portugal aproxima-se facilmente dos resultados das empresas europeias e americanas. Além disso, as empresas mais bem geridas têm maior potencial de crescimento e terão mais meios para adotar boas práticas de gestão.

As empresas maiores tendem a profissionalizar a gestão e a separar a gestão da propriedade, aspetos tipicamente associados a melhores práticas empresariais. Desse modo, Portugal pode melhorar a prática de gestão nas empresas se forem criadas condições para apostar no aumento de escolaridade dos gestores e na separação entre a propriedade e a gestão, remata o estudo.

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Wall Street ganha mais de 1% à espera de acordo comercial

Os investidores estão cada vez mais otimistas quanto a um acordo entre China e EUA que trave a escalada na guerra comercial. Petróleo também ganha 1% e ajuda as petrolíferas.

Os três principais índices norte-americanos estão em forte alta, acompanhando a tendência vivida deste lado do Atlântico. Os mercados estão a ganhar com um otimismo mais generalizado em torno das negociações comerciais dos EUA e da China, no dia em que o presidente Donald Trump reúne na Casa Branca com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He.

Enquanto o S&P 500 sobe 1,10%, o industrial Dow Jones soma 1,10%. O tecnológico Nasdaq ganha ainda mais, subindo 1,28%. Os investidores estão a apostar que os dois países vão chegar a um acordo, pelo menos parcial, o que significará um alívio das tensões comerciais que têm condicionado as negociações nos últimos 18 meses e que ameaçam atirar a economia global para uma recessão.

Uma nova leva de tarifas contra a China está programada para entrar em vigor já na próxima terça-feira, 15 de outubro, mas os mercados também antecipam um possível adiamento por parte da Administração Trump, que está longe de ser garantido. Contudo, os últimos dias têm sido de notícias a apontar para boa vontade de ambas as partes, com a China disposta a fechar um acordo parcial (Trump prefere um acordo completo) e Trump a assinar, finalmente, as autorizações especiais que permitirão a algumas tecnológicas continuarem a fornecer a Huawei.

O presidente norte-americano está a ajudar a esse otimismo através das redes sociais. No Twitter veio falar nas “coisas boas” que estão a acontecer nas negociações com a China.

A Apple está a beneficiar deste otimismo dos investidores. Os títulos da fabricante do iPhone ganham 1,26%, para 232,89 dólares. A Cisco também recupera 1,28%, para 46,74 dólares, depois da queda da sessão anterior após o corte de recomendação de “comprar” para “neutral” por parte do Goldman Sachs.

Apple sobe em bolsa com alívio das tensões comerciais

No setor industrial, destaque para a valorização de 0,54% dos títulos da Boeing, que estão a cotar novamente em 373 dólares, enquanto a Caterpillar — uma das mais sensíveis à relação comercial sino-americana — dispara 3,67%, para 127,19 dólares. O otimismo dos investidores está igualmente a ter reflexo no VIX. O chamado “índice do medo”, que mede a volatilidade dos mercados, recuou 1,39 pontos, para 16,18, o nível mais baixo desde 1 de outubro.

Uma nota final para o setor petrolífero, que volta a beneficiar esta sexta-feira de uma nova escalada nos preços do petróleo. O contrato de WTI está a ganhar 0,99%, para 54,08 dólares em Nova Iorque, na sequência de um alegado ataque com um míssil a um petroleiro iraniano ao largo do Mar Vermelho, perto da costa da Arábia Saudita. Perante esta notícia, os títulos da perfuradora Exxon Mobil sobem 1,10%, para 69 dólares a ação.

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UE e Reino Unido vão “intensificar discussões” sobre o Brexit

  • Lusa
  • 11 Outubro 2019

“A UE e o Reino Unido acordaram intensificar discussões nos próximos dias”, lê-se numa declaração divulgada em Bruxelas.

A União Europeia e o Reino Unido vão “intensificar as discussões nos próximos dias” em busca de um acordo sobre o Brexit, anunciou a Comissão Europeia, no seguimento da reunião “construtiva” de hoje entre os principais negociadores.

Numa declaração divulgada em Bruxelas, o executivo comunitário aponta que “Michel Barnier, o negociador-chefe da Comissão Europeia, teve um encontro construtivo esta manhã com Steve Barclay, o ministro do Reino Unido para a Saída da UE”, do qual Barnier já deu conta aos embaixadores da UE a 27.

“A UE e o Reino Unido acordaram intensificar discussões nos próximos dias”, lê-se.

A Comissão Europeia reitera que “a posição da UE mantém-se a mesma: deve haver uma solução juridicamente operacional no Acordo de Saída que previna uma fronteira física na ilha da Irlanda, que proteja a economia de toda a ilha e o Acordo de Belfast (da Sexta-feira Santa) em todas as suas dimensões, e salvaguarde a integridade do Mercado Único”.

Apontando que Barnier irá ainda informar o grupo diretor do Parlamento Europeu responsável pelo Brexit, o executivo comunitário indica que o negociador-chefe da UE voltará a fazer um ponto da situação do processo com o Parlamento Europeu e os Estados-membros na segunda-feira, com vista à preparação do Conselho de Assuntos Gerais dedicado ao tema que se celebrará na terça-feira de manhã no Luxemburgo.

Hoje de manhã, a porta-voz do executivo comunitário Mina Andreeva já indicara que Barnier e Barclay tiveram esta sexta-feira uma “reunião construtiva”, escusando-se a “entrar em detalhes” dado o negociador-chefe da UE ter primeiro de informar os embaixadores da UE a 27, num encontro entretanto já realizado.

Fontes diplomáticas disseram à agência noticiosa francesa AFP que os embaixadores deram luz verde a Barnier para lançar “negociações intensas” com Londres, a 20 dias da data prevista para a consumação da saída do Reino Unido do bloco europeu.

O Brexit será o tema em destaque na agenda da próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que se celebra entre quinta e sexta-feira da próxima semana em Bruxelas.

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Banqueiros aprenderam com a crise? “Não estou seguro”, diz Presidente da República

  • Lusa
  • 11 Outubro 2019

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse em Atenas (Grécia) que não está seguro de que a banca tenha aprendido lições com as crises mais recentes.

O Presidente da República não está seguro de que os banqueiros e bancos da União Europeia (UE) tenham aprendido “as lições” da crise financeira e defende que os instrumentos europeus para o crescimento devem ter “os cidadãos em conta”.

“Não estou bem seguro que os nossos banqueiros e que os nossos sistemas bancários tenham entendido, na totalidade, as lições das recentes crises”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em Atenas.

Intervindo numa sessão de trabalho sobre como “Enfrentar com eficácia a crise económica e dos refugiados” no encontro informal do Grupo Arraiolos, que junta este ano 13 chefes de Estado da UE na capital grega, o chefe de Estado português vincou que é preciso “garantir que os instrumentos orientados para a convergência e para o crescimento têm os cidadãos em conta”. “Isto significa desenvolver uma dimensão social da UE, mas também criar ferramentas para lidar com as mudanças na educação, na tecnologia, na ciência e no mercado de trabalho no futuro”, precisou.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, importa também “garantir a sustentabilidade da convergência e isso significa acabar a união bancária e reforçar os instrumentos orçamentais para a convergência e competitividade”, nomeadamente criando o chamado orçamento para a zona euro. “O trabalho em curso no Eurogrupo [sobre esse orçamento da zona euro] é muito bem-vindo e o acordo atingido na última reunião é um bom passo que precisa de ter continuidade”, referiu.

O chefe de Estado português mostrou-se também “com esperança” que, até final do ano, os Estados-membros da UE cheguem a acordo relativamente ao orçamento de longo prazo da União, que a seu ver deve “satisfazer as ambições europeias sem perder de vista a importância das políticas de coesão e agricultura”. “Só se formos ambiciosos é que podemos responder aos desafios que vamos enfrentar”, vincou, recordando que “Portugal já manifestou disponibilidade em estar à altura desta ambição, nomeadamente com novos recursos”.

Já quanto às dificuldades no processo de negociações para o próximo quadro financeiro plurianual 2021-2027, Marcelo Rebelo de Sousa apontou que “alguns [líderes europeus] gostariam de adiar uma decisão para até ao final de 2020”. “Isso é um enorme erro, a meu ver”, considerou.

Na intervenção, o Presidente da República aludiu ainda ao processo de saída do Reino Unido da UE, o Brexit, adiantando que “é preciso trabalhar construtivamente com o Reino Unido, tanto garantindo solidariedade para com a Irlanda e com os cidadãos irlandeses neste período difícil, como explorando todas as vias para um possível acordo até ao último minuto”.

O 15.º encontro dos Presidentes da República sem poderes executivos da UE decorre este ano na capital grega, após ter sido realizado, pela primeira vez, na vila alentejana de Arraiolos em 2003, por iniciativa do então Presidente Jorge Sampaio.

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Uso de tecnologia ao volante contribuiu para 32% dos acidentes nas autoestradas em 2018

  • Lusa
  • 11 Outubro 2019

Acidentes por distração, nomeadamente os provocados pelo uso da tecnologia, como telemóveis e soluções multimédia dos automóveis, aumentaram quase 10% no ano passado.

Os acidentes rodoviários por distração, incluindo os provocados pelo uso do telemóvel ao volante, são responsáveis por 32% dos desastres nas autoestradas portuguesas, indicou esta sexta-feira a associação que representa as autoestradas ou pontes com portagem.

Dados estatísticos da Associação Portuguesa das Sociedades Concessionárias de Autoestradas ou Pontes com Portagem (APCAP) indicam que os acidentes por distração, nomeadamente os provocados pelo uso da tecnologia, como telemóveis e soluções multimédia dos automóveis, aumentaram quase 10% no ano passado em relação a 2017.

Segundo a APCAP, os acidentes por distração, em que existe uma crescente influência do uso dos telemóveis e soluções multimédia nas viaturas, foram responsáveis por 32% dos acidentes nas autoestradas portuguesas em 2018.

A associação precisa que já em 2017 cerca de 23% dos acidentes foram provocados por distração, um aumento de 7% relativamente ao ano de 2016.

O relatório de 2018 da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) relativo à sinistralidade rodoviária, incluindo vítimas no local do acidente, a caminho do hospital e no hospital nos 30 dias após o acidente, indica que se registaram 675 vítimas mortais, o número mais elevado desde 2012.

Em relação a 2017, o número de mortos nas estradas em 2018 aumentou 12,1%, com mais 73 vítimas mortais registadas.

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Luta interna ao rubro no PSD. Afinal, quem está com quem?

Enquanto Rio mantém-se em silêncio sobre a sua recandidatura à liderança do PSD, os opositores já estão a avançar. Começa a contagem de espingardas.

Para Rui Rio, o resultado conseguido pelos social-democratas nestas eleições legislativas não foi “desastre nenhum”, mas dentro do partido há quem cultive opiniões bem diferentes e até já defenda a substituição da liderança do partido. Depois de ter “desafiado” Rio em janeiro, Luís Montenegro volta agora à carga e já anunciou que será candidato à liderança dos laranjas nas próximas diretas. Além de Montenegro, também devem entrar na corrida Miguel Pinto Luz e, potencialmente, Miguel Morgado. É tempo, pois, de contar espingardar e afiar as facas.

Esta quarta-feira, Luís Montenegro avançou que será candidato à presidência do PSD por uma “questão de coerência e convicção”. “Cada um tem de assumir as suas responsabilidades e eu assumo a minha. Serei candidato nas próximas eleições diretas que serão convocadas nas próximas semanas”, disse o ex-líder parlamentar, em entrevista à SIC. Para Montenegro, o resultado conseguido no domingo pelo PSD (27,9% e 77 deputados) foi mau e resulta de uma falha na estratégia política do PSD, daí que se propunha agora para a liderança do partido.

Montenegro já tinha “desafiado” Rui Rio, em janeiro, quatro meses antes da primeira ida às urnas (as Eleições Europeias) do PSD enquanto partido liderado por este último. Nessa ocasião, Rui Rio antecipou-se com uma moção de confiança, que acabou por ser aprovada, levando Montenegro a adiar as suas pretensões. Os fracos resultados nas Europeias (o PSD conseguiu apenas 22%) e nas Legislativas (os tais 27,9%) fizeram, contudo, Montenegro regressar à carga, tendo por isso anunciado a sua participação na corrida às rédeas do partido laranja.

Um dos nomes que veio afirmar que considera “fundamental” que o partido tenha uma “nova liderança, uma nova equipa” para se preparar para as Eleições Autárquicas, foi Miguel Relvas. Em declarações à TSF, o antigo ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares sublinhou que este é o momento para aparecerem alternativas a Rui Rio, tendo apontando os nomes de Paulo Rangel e Luís Montenegro.

Em defesa do nome de Montenegro saiu Paulo Cunha. O autarca mais votado do PSD mostrou-se “surpreendido” com a reação de Rui Rio ao resultado das Legislativas — tendo considerado que está em causa “uma derrota estrondosa. “Acho que [Montenegro] tem toda a legitimidade para se candidatar à presidência do PSD e ao longo de todo este percurso tem dado sinais claros de que está concentrado na construção de condições para que o PSD volte a ser protagonista em Portugal”, disse. Já sobre Rio, sublinhou que o atual líder do partido “não tem condições” para voltar a conquistar o lugar destaque em questão.

Também em apoio de Luís Montenegro está Alexandre Gaudêncio, presidente do PSD Açores. “Julgo que Luís Montenegro é a figura que, na minha opinião pessoal, gera mais consenso neste momento para liderar o partido“, disse. Na perspetiva de Gaudêncio, Montenegro é o que o PSD “precisa”. “É alguém que tem carisma, trabalho demonstrado, neste caso como líder parlamentar e que congrega em si uma nova esperança para o PSD nacional, que valoriza o todo nacional, onde se inclui os Açores”, reforçou.

Pedro Duarte é outro dos nomes a apoiar Luís Montenegro, defendendo que o partido precisa de “novos protagonistas”. “Luís Montenegro é claramente a pessoa que tem melhores condições, melhor perfil para conseguir liderar este novo momento da vida política do PSD”, declarou.

Também Almeida Henriques, autarca de Viseu, defendeu uma “mudança de página” rápida no seio do PSD, lembrando que não houve nenhum líder deste partido com um resultado inferior a 30% nas Legislativas que não tivesse colocado o lugar à disposição. “É preciso uma direção que possa batalhar por vitórias e não alguém que não só não consegue ganhar, como anda a encanar a perna à rã”, apontou.

Pinto Luz prepara-se para a corrida

Nesta disputa em torno da liderança do PSD, deverão participar também Miguel Morgado, que estará a recolher apoios antes de prosseguir com a candidatura, e Miguel Pinto Luz — vice-presidente da Câmara de Cascais. Resta saber o timing em que esses nomes avançarão e se Rui Rio se juntará a eles ou se fará como Assunção Cristas e cederá o seu lugar.

Para já, também Miguel Pinto Luz já conta com vários nomes notáveis do partido a mostrar o seu apoio. É o caso de José Eduardo Martins, que foi apoiante de Rui Rio, mas que se distanciou nos últimos tempos. A Pinto Luz, José Eduardo Martins elogia “as qualidades mais abrangentes” e a experiência executiva “notável” na autarquia de Cascais, ainda que reconheça que Rio tem “toda a legitimidade para se candidatar”.

Também o atual autarca de Cascais apoia Pinto Luz, defendendo que Rui Rio deve esclarecer o mais rapidamente possível se vai ou não recandidatar-se, isto é, considera que a reflexão do atual presidente do PSD “deveria ter um tempo curto”. Sobre o vice-presidente da autarquia que lidera, Carlos Carreiras diz: “É um jovem quadro do PSD, muito bem preparado, trabalhamos juntos há imenso tempo, tem capacidade de trabalho e de conhecimento e soube rodear-se de uma geração mais nova”.

A estes dois nomes, somam-se o de José Matos Rosa, ex-secretário-geral do PSD, e Vasco Rato, que escreveu no Jornal de Notícias: “Militantes como Miguel Pinto Luz dinamizarão a mudança que o país, fustigado por políticas anacrónicas que nos conduziram à estagnação económica e à paralisia social, não pode dispensar“. O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, também apoia Pinto Luz, considerando-o “um dos melhores da sua geração no PSD”.

É urgente mobilizar militantes afastados, diz Cavaco

Face aos “fracos” resultados conseguidos pelo PSD na ida às urnas deste domingo, o antigo Presidente da República Cavaco Silva disse-se entristecido e defendeu que é urgente mobilizar os militantes que se afastaram ou foram afastados, apontando o nome da ex-ministra Maria Luís Albuquerque.

“A tarefa mais importante e urgente que o PSD tem agora à sua frente é a de reconstruir a unidade do partido e de mobilizar os seus militantes [e trazer] ao debate das ideias e ao esclarecimento e combate político os militantes que, por razões que agora não interessa discutir, se afastaram ou foram afastados”, sublinhou Cavaco Silva, numa declaração escrita.

“Como é o caso de Maria Luís Albuquerque, uma das mulheres com maior capacidade de intervenção, que conheci durante o meu tempo de Presidente, e muitos outros”, acrescentou, apoiando uma eventual candidatura da ex-ministra das Finanças à liderança dos laranjas. Até ao momento, a social-democrata ainda não se chegou à frente.

O outro lado da disputa

Do outro lado desta luta interna no seio do partido laranja, estão os apoiantes de Rui Rio, entre os quais está Nuno Morais Sarmento. O vice-presidente do PSD salienta: “Reconheço outra competência técnica, outra experiência, até outra capacidade de merecer a confiança dos portugueses a Rui Rio do que a Montenegro”. Morais Sarmento mantém-se, assim, confiante na liderança de Rio, considerando que, até agora, não conheceu alternativas e acrescentando que seria “irresponsável” levar o PSD para eleições antes de haver um Governo formado. “Não é o CDS-PP, é o segundo partido [mais votado]. É o partido que o país olha como alternativa”, enfatizou.

Também Mota Amaral está do lado de Rui Rio, considerando que, se este se recandidatar, é provável que seja reeleito. Num artigo de opinião publicado na imprensa regional, o antigo presidente da Assembleia da República e cofundador do PSD, sublinhou que as alternativas estão ainda “muito próximas do passos-relvismos” e, portanto, estão “carimbadas pelo seu insucesso”.

Do mesmo modo, Ângelo Correia reconhece a existência de problemas no PSD, mas apoia Rui Rio. O resultado “não foi tão grave, como se pode dizer. Para mim, as questões são, apesar de tudo, outras. Em primeiro lugar, o próprio PSD anda há alguns anos em convulsões internas, que não pode nem deve ter, se quer ser um partido de referência. Face a todas as pessoas que eu tenho visto candidatas a líderes do PSD, é indiscutível que Rio é o melhor“, defendeu.

Também Manuela Ferreira Leite defendeu Rui Rio, sublinhando que, se este não continuar na liderança, “o PSD esfrangalha-se”. Para Ferreira Leite, quem está a desafiar Rio ainda não provou que podia fazer melhor, face às atuais circunstâncias. “Se Rui Rio não continuar, o PSD esfrangalha-se. Porque isto que ele conseguiu não vejo agora no horizonte que possa consegui-lo”, disse, em entrevista à TVI 24.

Em defesa de Rui Rio está ainda Salvador Malheiro, vice-presidente do PSD. “Tenho a certeza absoluta de que Rio é o militante com mais condições para continuar à frente do partido”, disse, em declarações no Fórum TSF.

Já na opinião de José Ribau Esteves, conselheiro nacional do PSD, mudar de líder não recupera o PSD, que está “doente”. O caminho das disputas é, por isso, “negativo”, exigindo-se uma “abordagem sobre o futuro do partido mais profunda que a liderança”, disse.

Por sua vez, Luís Marques Mendes defende que Rui Rio deve recandidatar-se na próximas eleições internas do partido, para clarificar posições. “Acho que Rui Rio devia recandidatar-se a novo mandato. O PSD tem eleições marcadas em janeiro. Acho que o mais clarificador para a vida do PSD, independentemente do resultado [das legislativas deste domingo], era recandidatar-se”, declarou à Lusa, referindo que Rio “esteve bem na campanha eleitoral”, apesar da liderança não ter corrido muito bem.

Também para Pacheco Pereira, Rui Rio “deve ir à luta”. “Pela primeira vez em muitos anos, o PSD arranjou um líder que não é ‘aparelhístico’, que não é dominado por todos os dias pensar qual o lugar que tem a seguir na carreira, que é um tipo sensato, é um tipo com sentido nacional, sentido do interesse nacional e, que de facto, não tem noção do exercício do poder político”, sublinhou.

A propósito, David Justino defende que “não é óbvio” que Rui Rio decida recandidatar-se à liderança dos laranjas. “Acho que o doutor Rui Rio, como já é reconhecido e característico da sua forma de actuar, não vai expressar-se quando existe este coro autêntico de apresentação de candidaturas, de críticas, de ataques, etc. Enquanto isto durar com certeza que ele não vai apresentar [a decisão quanto à recandidatura à liderança do PSD]. Quando ele entender que tem a sua decisão tomada, ele anunciará. Não há tabu nenhum“, afirmou.

Justino considerou, no entanto, que Rio tem condições para “dar continuidade ao projeto” que está em marcha há mais de ano e e garantiu que o partido continua maioritariamente com o atual líder.

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Três comissários chumbados. Bruxelas desvaloriza eventual atraso na entrada em funções da nova Comissão

  • Lusa
  • 11 Outubro 2019

A Comissão Europeia recusa-se a especular sobre um eventual atraso da entrada em funções do novo executivo comunitário, na sequência do chumbo dos comissários designados por França, Roménia e Hungria.

A Comissão Europeia escusou-se esta sexta-feira a especular sobre um eventual adiamento da entrada em funções do executivo comunitário de Ursula von der Leyen, na sequência do chumbo de três comissários designados, mas desdramatizou tal cenário, lembrando os “precedentes”.

A conferência de imprensa diária desta sexta-feira da Comissão Europeia ficou marcada pelo impasse que se regista na formação do novo executivo comunitário, que é suposto entrar em funções em 1 de novembro, depois da reprovação, na quinta-feira, pelo Parlamento Europeu, da comissária designada por França, Sylvie Goulard, que se junta aos chumbos dos candidatos da Roménia e Hungria.

Questionada sobre se a atual Comissão liderada por Jean-Claude Juncker já se prepara para permanecer em funções além da data prevista para o final do seu mandato (31 de outubro), a porta-voz Mina Andreeva escusou-se a “entrar em especulações” relativamente a “perguntas hipotéticas”, mas admitiu que o atual executivo está pronto para prolongar o exercício de funções se tal for necessário, como já aconteceu no passado noutros processos de transição.

“Nós estamos prontos para todas as eventualidades, como sempre, é essa a missão da Comissão Europeia. Não vamos entrar em especulações sobre o ‘timing’ da nova Comissão, mas se houver um adiamento, esta Comissão permanecerá em funções de forma provisória para os assuntos correntes. Isso aconteceu já várias vezes, se não me engano já aconteceu três vezes no passado, pelo que há precedentes”, sublinhou.

Um dos precedentes deu-se em 2004, com a primeira ‘Comissão Barroso’, quando, face ao iminente chumbo do seu colégio devido a uma polémica em torno do candidato a comissário apresentado por Itália, José Manuel Durão Barroso se viu forçado a pedir o adiamento da votação na assembleia – e a substituir Rocco Buttiglioni por Franco Frattini.

O primeiro executivo de Durão Barroso só entraria em funções em 22 de novembro (e não dia 1), depois de alterar dois comissários.

Este ano, o mesmo cenário poderá repetir-se, já que, a 20 dias da data prevista para a mudança da ‘Comissão Juncker’ para a ‘Comissão Von der Leyen’, falta o Parlamento Europeu dar o seu aval a três comissários, sendo que os respetivos Estados-membros ainda nem apresentaram alternativas aos nomes chumbados pela assembleia.

A porta-voz da Comissão sublinhou a propósito que, nesta fase do processo, “cabe aos três países (Hungria, Roménia e França) propor candidatos e ao Parlamento Europeu decidir quando e onde vai organizar as respetivas audições”.

O Parlamento Europeu rejeitou na quinta-feira a nomeação de Sylvie Goulard como comissária europeia do Mercado Interno no futuro executivo de Ursula Von der Leyen, com uma votação inequívoca de 82 votos contra, 29 a favor e uma abstenção.

O parecer negativo dos eurodeputados das comissões parlamentares do Mercado Interno e da Indústria prende-se com a recusa de Sylvie Goulard a apresentar a demissão do cargo de comissária europeia caso seja acusada no processo dos empregos fictícios de assistentes do seu partido, o MoDem, no PE, o mesmo que a levou a demitir-se do Governo francês em junho de 2017, apenas um mês após ter assumido a pasta da Defesa.

O chumbo de candidata francesa é mais um revés para Ursula Von der Leyen, que já tinha visto a comissão parlamentar de Assuntos Jurídicos vetar a nomeação do húngaro László Trócsányi (Vizinhança e Alargamento) e da romena Rovana Plumb (Transportes), por potenciais conflitos de interesse entre os seus interesses financeiros e as suas futuras funções.

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AIE revê em baixa ligeira procura mundial de petróleo para 2019 e 2020

  • Lusa
  • 11 Outubro 2019

No relatório sobre a conjuntura petrolífera, a Agência Internacional de Energia reduz em 65.000 barris diários as anteriores estimativas do consumo para este ano, para 100,3 milhões de barris diários.

A Agência Internacional de Energia (AIE) reviu esta sexta-feira em baixa ligeira a procura mundial de petróleo para 2019 e 2020 e sublinhou que os ataques às instalações sauditas de setembro tiveram menos efeito no mercado do que o esperado.

No relatório mensal sobre a conjuntura petrolífera publicado esta sexta-feira, a AIE reduz em 65.000 barris diários as anteriores estimativas do consumo para este ano, para 100,3 milhões de barris diários, devido sobretudo a ajustamentos técnicos que têm em conta novos dados sobre os Estados Unidos.

Esta revisão em baixa faz com que o acréscimo anual em 2019, de apenas um milhão de barris por dia, seja o menor desde 2016.

Para 2020, a revisão é de menos 105.000 barris diários, para 101,5 milhões de barris devido à desaceleração económica.

A agência, que reúne os grandes consumidores de energia membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), considera “muito impressionante” a resposta da companhia pública saudita Aramco para restabelecer as operações nas instalações que foram atacadas com ‘drones’, que temporariamente chegaram a reduzir a capacidade de produção em 5,7 milhões de barris por dia.

A este respeito, a AIE sublinha que se inicialmente os preços dispararam 19% nos mercados de futuros, uma vez que a Arábia Saudita deu garantias de regresso à normalidade da exploração, o barril ficou a dois dólares abaixo do nível que tinha antes do ataque.

A AIE também sublinha que a precisão dos ataques com ‘drones’ intuitivamente deixou a mensagem de que poderia repetir-se e que futuros incidentes deste tipo numa região tão estratégica como é o Golfo Pérsico poderiam causar efeitos ainda mais importantes no fornecimento de petróleo.

A primeira lição que é preciso tirar de tudo isto para a AIE é a de que as reservas estratégicas e comerciais constituem um grande seguro para o mundo em caso de crise.

As reservas da indústria na OCDE tinham subido em 20,8 milhões de barris em agosto, para 2.974 milhões, ou seja, 43,1 milhões acima da média dos últimos cinco anos, que representam 61,6 dias de consumo, mais 0,6 dias do que em julho.

Os dados preliminares de setembro põem em evidência que o petróleo armazenado reduziu-se em 21,7 milhões de barris, podendo assim ver-se o impacto dos ataques contra a Arábia Saudita.

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