🔊 Estas são as seis frases que marcaram o debate na rádio. Oiça-as aqui

O ataque de Costa, o ataque de Cristas, o queijo suíço de Catarina Martins, as omeletes de Jerónimo de Sousa e os votos de André Silva. Oiça os momentos que marcaram o debate a seis nas rádios.

Foi o primeiro debate entre os líderes dos seis principais partidos que concorrem nas eleições legislativas de 6 de outubro. Durante quase duas horas, António Costa (PS), Rui Rio (PSD), Catarina Martins (BE), Assunção Cristas (CDS), Jerónimo de Sousa (CDU) e André Silva (PAN) discutiram algumas das questões que consideram mais relevantes para o eleitorado e para o desenvolvimento do país.

O ECO escutou o debate e selecionou, a partir da transmissão feita pela Antena 1, alguns dos momentos-chave que marcaram as intervenções de cada candidato, os quais pode ouvir também na lista abaixo. O debate foi ainda emitido, em simultâneo, pela TSF e Renascença.

António Costa (PS): “Sei que é professora, mas nesta matéria não me dá lições”

Neste primeiro debate a seis, foi clara a divergência entre o secretário-geral do PS, António Costa, e a líder do CDS, Assunção Cristas. O verniz estalou entre os dois candidatos quando Cristas se queixou da falta de meios na Polícia Judiciária (PJ) e acusou o também primeiro-ministro de “inação” durante a legislatura.

Após alguns minutos de acesa discussão entre os dois, com Costa a interrogar Cristas sobre se tinha “alguma acusação em concreto” a fazer, o líder socialista pôs fim ao bate-boca com a seguinte tirada: “Sei que é professora, mas nesta matéria não me dá lições”.

Rui Rio (PSD): “Preferia manter-me ativo do que um dia levantar-me e ter de inventar o que fazer”

Os social-democratas pretendem, no quadro das políticas de envelhecimento ativo, introduzir “a possibilidade de, a partir de uma dada idade, reduzir-se o tempo de trabalho”, com a condição de que essas pessoas se reformem mais tarde, explicou o líder do PSD.

No entanto, Rui Rio também foi perentório e não escondeu qual a sua forma preferida de entrar na reforma: “Eu preferia claramente manter-me ativo do que a dada altura, um dia, levantar-me e ter de inventar o que fazer”, justificou.

Catarina Martins (BE): “Jovens têm carreira contributiva com mais buracos do que um queijo suíço”

A sustentabilidade da Segurança Social esteve em cima da mesa no debate e Catarina Martins recorreu a uma metáfora para explicar porque é que os jovens estão “condenados a pensões baixas”. “A jovem geração, que nunca tem um contrato estável, tem uma carreira contributiva com mais buracos do que um queijo suíço”, criticou.

“Isto não pode acontecer. Proteger pensões e a Segurança Social é também combater a precariedade e ter uma Autoridade para as Condições do Trabalho forte”, rematou, depois, a líder do BE.

Assunção Cristas (CDS): “Fico surpreendida por ver António Costa defender o que não fez”

Ainda se recorda da tirada de António Costa? Na verdade, as críticas de Assunção Cristas ao primeiro-ministro e a divergência com o PS foram ainda mais além. Classificando o combate à corrupção como “uma das prioridades do CDS”, a líder centrista retomou a ofensiva, acusando Costa de incoerência.

“Fico um bocadinho surpreendida por ver agora António Costa candidato a defender aquilo que António Costa primeiro-ministro não fez nos últimos quatro anos”, atirou.

Jerónimo de Sousa (CDU): “Sem ovos não se fazem omeletes”

Qual a solução para acelerar a Justiça em Portugal? Mais meios e pessoas aos órgãos que investigam? O jornalista queria saber a solução da CDU para este problema. Tomando a palavra, Jerónimo de Sousa não quis deixar margem para dúvidas: “É óbvio que sem ovos não se fazem omeletes”, rematou.

A coligação do PCP e d’Os Verdes entende que devem ser “reforçados os quadros da investigação”, mas também os de “outros funcionários da Justiça”, explicou o líder comunista.

André Silva (PAN): “Há cidadãos de primeira e cidadãos de segunda”

Outro dos temas centrais da discussão foi a reforma do sistema eleitoral português. E, sobre isso, o PAN também teve uma palavra a dizer. André Silva é defensor de um novo modelo em que, em vez dos 22 círculos eleitorais correspondentes aos distritos do país, existam nove círculos, correspondentes às NUTS, que é a nomenclatura territorial usada atualmente para fins estatísticos.

“Nós temos hoje em dia, em Portugal, cidadãos de primeira e cidadãos de segunda. Nas últimas eleições votaram cerca de cinco milhões de pessoas e 500 mil votos válidos não serviram para eleger nenhum mandato. Isso penaliza essencialmente partidos sem representação parlamentar e os chamados partidos médios”, afirmou o líder do PAN.

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Programa de Arrendamento Acessível celebrou 30 contratos em três meses

Quase três meses depois de ter entrado em vigor, os seguros obrigatórios ainda não estão disponíveis. Ana Pinho diz que "demorarão ainda alguns meses até estarem prontos".

O Programa de Arrendamento Acessível (PAA) do Governo celebrou até ao momento 30 contratos, revelou ao ECO a secretária de Estado da Habitação esta quarta-feira. Contudo, quase três meses depois de ter entrado em vigor, os seguros obrigatórios ainda não estão disponíveis e, segundo Ana Pinho, “demorarão ainda alguns meses até estarem prontos”.

“É o primeiro programa que nós temos que disponibiliza uma casa de dois em dois dias neste momento. É um programa que, já nesta altura que é uma fase embrionária, está a servir uma família a cada dois dias”, disse a secretária de Estado, durante a conferência “Observatório: O Imobiliário em Portugal”.

No entanto, ao ECO, à margem do evento, Ana Pinho adiantou que, desde que o PAA arrancou, já foram celebrados 30 contratos de arrendamento. Dá praticamente um arrendamento em cada três dias.

O número de contratos celebrados continua a ser bastante inferior à procura, que tem superado os milhares. No final do primeiro mês da entrada em vigor do PAA havia mais de 2.000 candidaturas. Tanto do lado dos inquilinos como dos senhorios, esta fraca procura por parte dos proprietários já era de esperar, dado que as associações dos senhorios já tinham antecipado as dificuldades deste programa.

Sublinhando a segurança que este programa oferece aos senhorios, nomeadamente através dos seguros obrigatórios, a secretária de Estado adiantou que estes “demorarão ainda alguns meses até estarem prontos”.

Não estão atrasados. Foram regulamentados em julho, as seguradoras têm de desenvolver o produto e levá-lo à administração para depois poderem disponibilizá-los ao público. Estamos perfeitamente no calendário“, disse, acrescentando que “o valor ficará muito abaixo daquilo que é neste momento a oferta do mercado”.

Foi a 1 de julho que o Governo deu início ao PAA, que promete rendas 20% inferiores às praticadas pelo mercado, colocando ao dispor dos arrendatários imóveis de privados, que podem beneficiar de isenção fiscal. A plataforma para as candidaturas está disponível e, para os interessados, há um simulador que permite avaliar se os inquilinos e proprietários reúnem as condições necessárias para participar nesse programa.

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Vendas de automóveis na UE travam 8,4% em agosto

  • Lusa
  • 18 Setembro 2019

Vendas registaram quebras nos principais mercados europeus, mas as mais acentuadas verificaram-se em Espanha (30,8%) e em Portugal (19%).

As vendas de automóveis de passageiros na União Europeia (UE) caíram 8,4% em agosto, para 1.041.856 unidades, após uma subida de 1,4% em julho, informou a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis.

Este recuo foi justificado com uma base de comparação muito ampla no ano anterior, uma vez que em agosto de 2018 registou-se um aumento excecional das vendas de 31,2% antes da entrada em vigor em 01 de setembro desse ano de novos testes de emissões.

As vendas registaram descidas nos principais mercados europeus, mas as mais acentuadas verificaram-se em Espanha (30,8%), em Portugal (19%), na Roménia (18,8%), na Finlândia (16,8%) e em França (14,1%).

Nos primeiros oito meses do ano, as vendas de veículos de passageiros na UE recuaram 3,2% em comparação com o mesmo período de 2018, tendo sido registadas 10,5 milhões de matrículas no total, indicou a associação em comunicado citado pela agência Efe.

Por marcas, entre janeiro e agosto caíram sobretudo as vendas da Nissan (27,3%), da Honda (14,1%), do grupo FCA (12,1%) e cresceram em particular as da Mitsubishi (8,3%), Volvo (4,4%) e Daimler (3,9%).

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Portugal no pelotão da frente na corrida aos fundos do Plano Juncker. Já recebeu mais de 2,5 mil milhões

Grécia é o país mais apoiado pelo Plano Juncker, seguido da Estónia e de Portugal, que mantém o terceiro lugar do ranking. Apoios a projetos nacionais já ascendem a mais de 2,5 mil milhões.

Portugal mantém-se no pelotão da frente no que toca à corrida aos apoios comunitários do Plano Juncker, tendo recebido ou já prometidos mais de 2,5 mil milhões de euros em fundos que depois irão dar origem investimentos globais de 9,5 mil milhões.

De acordo com o último balanço feito pela Comissão Europeia, que se prepara agora para ter um novo executivo, Portugal surge no terceiro lugar do ranking dos Estados membros mais apoiados pelo plano Juncker, isto tendo em conta a dimensão da economia (ou seja, medido em percentagem do PIB). Esta lista é liderada pela Grécia, que garantiu fundos na ordem dos 2,7 mil milhões de euros, seguida da Estónia, com financiamentos comunitários de 158 milhões.

Em termos absolutos, o país que tem mais apoios do plano Juncker é França, totalizando os 13,7 mil milhões de euros, que juntamente com fundos privados desencadearão investimentos globais de mais de 71 mil milhões de euros.

No global, segundo a Comissão, o Plano Juncker, lançado para animar a economia e o mercado de trabalho da região, após os anos de crise, deverá fomentar investimentos no valor de 433,2 mil milhões de euros no espaço comunitário. A Comissão dá apoios a projetos entrando com uma verba inicial, cerca de um terço, com o setor privado a completar o resto do financiamento.

Em Portugal, o Plano Juncker já financiou projetos como a Science4You, com 10 milhões de euros, para o desenvolvimento de novos produtos de brinquedos educacionais e para a expansão dos negócios. A Águas de Portugal recebeu um empréstimo global de 420 milhões do Banco Europeu de Investimento (BEI) para a melhoria das infraestruturas, num investimento que deverá criar mais de 7.400 postos de trabalho. O BEI também já emprestou 16 milhões à Nova SBE para a construção do novo campus, em Carcavelos.

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Banco digital do Grupo Santander Openbank entra em Portugal até ao fim do ano

  • Lusa
  • 18 Setembro 2019

Openbank assegura que o banco manterá a oferta de uma conta livre de comissões e cartão de débito grátis. Vantagem competitiva da entidade está na concessão de crédito.

O Openbank, banco 100% digital do Grupo Santander, começou a expansão internacional com o lançamento da marca na Alemanha, para depois o fazer, até ao fim de ano, na Holanda e em Portugal.

Num encontro com a imprensa em Berlim, o administrador-delegado do Openbank, Ezequiel Szafir, afirmou que a entidade preencheu todos os trâmites para poder operar, caso quisesse, em qualquer país europeu, apesar de aspirar a começar as suas operações na América Latina em 2020, quando prevê aterrar na Argentina e no México, depois de afastar a opção do Perú.

A presidente do Banco Santander, Ana Botín, presente na apresentação do Openbank em Berlim, sublinhou, falando em alemão, que a entidade é uma verdadeira startup digital, que começa uma “nova era” com a sua chegada à Alemanha.

O principal executivo do Openbank assegura que o banco manterá a oferta de uma conta livre de comissões e cartão de débito grátis, mas sublinha que a vantagem competitiva da entidade está na concessão de crédito – em Espanha concede crédito ao consumo e à habitação – e que “democratizará” o investimento.

Szafir não revelou objetivos de captação na Alemanha, mas afirmou que a lista de espera para ser cliente da entidade no país já supera os 5.000 pedidos e insistiu que o banco quer oferecer os mesmos serviços que as restantes entidades, “mas sem sucursais e de forma totalmente digital”.

O Openbank na Alemanha também vai oferecer assessoria automática aos clientes em matéria de investimento (“robot advisory”) para o pequeno investidor, tanto é assim que este serviço, mais próprio da banca privada, será acessível para clientes a partir de 500 euros.

Até agora, na Alemanha, este tipo de assessoria é reservado para os clientes que querem investir no mínimo 15.000 euros, algo que o executivo do Openbank não entende num momento em que é mais necessário do que nunca, devido às atuais baixas taxas de juro, encontrar rentabilidade, segundo Szafir.

Mas nem tudo é poupança e investimento e o banco chega à Alemanha com um cartão de débito solidário que permitirá aos clientes fazer donativos a diferentes ONG no âmbito do compromisso do Openbank de “mudar o mundo”.

Todos os serviços serão prestados através de uma plataforma única, com equipas de técnicos localizadas em Espanha, e mesmo que os clientes visitem a página web na Alemanha e possam operar através da mesma, se precisarem assistência telefónica esta será recebida no seu idioma, mas a partir de Espanha.

A entrada no mercado alemão surge depois da aposta dos últimos anos no desenvolvimento do Openbank em Espanha, onde o crescimento do crédito concedido através da “app” do banco ou da web aumentou 164% no último ano, para níveis superiores a 600 milhões de euros.

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Portugal entre os países onde os ativos das famílias mais crescem. Mas o passivo também sobe

Pela primeira vez em mais de uma década, a riqueza mundial da classe média não cresceu. Portugal é um dos poucos que conseguiu contrariar a tendência.

Os ativos financeiros das famílias portuguesas cresceram 1,6% no ano passado e, segundo o Allianz Global Wealth Report, esta foi o terceiro maior aumento na Zona Euro. O país contraria assim a tendência mundial, onde o total de ativos financeiros caiu, pela pela primeira vez desde a crise. Apesar disso, o passivo das famílias em Portugal também aumentou.

Os ativos financeiros líquidos das famílias em Portugal cresceram 1,6% em 2018, o que representa o crescimento mais lento desde 2012. Por cada habitante no país, existiam 23.230 euros em ativos, sejam eles depósitos, PPR, seguros, ações ou obrigações. Portugal ocupou, tal como no ano anterior, no 23º lugar do ranking dos países mais ricos da seguradora Allianz.

Portugal foi um dos poucos países europeus a alcançar crescimento, superado apenas pela Alemanha (2,2%) e Holanda (1,7%), na Zona Euro, e também pela Noruega (2,8%) a nível europeu. Espanha (-1,6%), Itália (-4,8%) e Grécia (-7,2%) destacaram-se pela negativa.

“Todas as classes de ativos contribuíram para o aumento, destacando-se os depósitos bancários, que atraíram grande parte das novas poupanças, com um aumento de 3,8%. A classe dos títulos, seguros e pensões apresentaram crescimentos muito mais débeis: 0,8% e 0,6%, respetivamente”, refere o Allianz Global Wealth Report.

O passivo financeiro das famílias portuguesas cresceu 1,6%, o maior o aumento dos últimos oito anos. Apesar disso, a dívida privada está 10% abaixo do pico de 2010 e o índice de endividamento das famílias continuou a recuar, fixando-se em 84,1% no final de 2018 (menos 20 pontos percentuais abaixo do pico em 2010).

Riqueza do mundo recua pela primeira vez desde a crise

O ranking dos países mais ricos é liderado pelos EUA, que superaram a Suíça em 2018. No entanto, o ano não foi positivo a nível global: pela primeira vez, em mais de uma década, a riqueza mundial da classe média não apresentou crescimento. Cerca de 1.040 milhões de pessoas pertenciam à classe média, o mesmo número que no ano anterior. Os ativos financeiros nos países industrializados e emergentes diminuíram simultaneamente pela primeira vez.

O relatório refere que 2018 foi um ano “exigente”, apontando para a guerra comercial entre os EUA e a China, o Brexit, crescentes tensões geopolíticas, o agravamento das condições monetárias e a perspetiva de normalização da política monetária. Nos mercados acionistas, o valor global das ações caiu 12%, levando a uma quebra no valor global dos ativos financeiros brutos das famílias de 0,1% para 172,5 biliões de euros.

“A crescente incerteza teve sequelas. O desmantelamento da ordem económica global, baseada em regras, limita a acumulação de riqueza. Os números do crescimento de ativos também o tornam evidente: o comércio não é um jogo de soma nula. O protecionismo agressivo não conhece vencedores”, sublinhou Michael Heise, chief economist da Allianz, no relatório.

No que diz respeito às poupanças, cresceram 22% para mais de 2.700 mil milhões de euros. O aumento do fluxo de fundos foi impulsionado, essencialmente, pelas famílias norte-americanas que graças à reforma tributária dos EUA viram as poupanças crescerem 46%.

Se as famílias norte-americanas procuram títulos, as famílias de outros países continuam a apostar nos depósitos bancários (ou na venda de títulos). Pelo oitavo ano consecutivo, dois terços das poupanças na Europa Ocidental tiveram como destino depósitos bancários.

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Políticos são bem pagos? PS tem proposta para três legislaturas. “É uma solução para o dia de São Nunca à tarde”, diz PCP

No debate a seis, os líderes que concorrem às legislativas de 6 de outubro falaram sobre a reforma do sistema político e os salários de quem está na política.

Os políticos ganham mal em Portugal? Esta foi uma das questões no debate a seis que as rádios TSF, Antena 1 e Renascença estão a transmitir. A 18 dias da ida às urnas, os líderes partidários consideram que há um problema geral de salários em Portugal e o PS tem uma proposta para resolver a questão “em três legislaturas”.

“Os salários em Portugal são baixos e há tantos outros primeiro para termos de nos dedicar”, diz Catarina Martins, a coordenadora do Bloco de Esquerda. “As pessoas que estão na atividade política têm de estar por convicção”, afirmou, salientando valorizar mais o alargamento do período de nojo entre a passagem da atividade política e o regresso à vida profissional privada.

Ainda à esquerda, o PCP diz que “não é linear” que políticos bem pagos sejam melhores e Jerónimo de Sousa nota que, por vezes, é “chamado de parvo” por manter o salário de metalúrgico, a sua posição de origem. Rui Rio, do PSD, interrompeu para afirmar que “o problema é que há pessoas que só trabalharam na política e nem têm salário que permitisse estabelecer esse valor”.

Jerónimo de Sousa acrescenta que “em Portugal se trabalha empobrecendo”, mostrando assim uma preocupação com a evolução dos salários ao nível mais transversal na economia portuguesa.

António Costa do PS avança com uma proposta concreta para resolver a questão dos salários dos políticos. “Todo o país tem um problema de vencimentos”, disse o líder do PS, acrescentando que o país faria mal “em preocupar-se com o aumento dos salários dos políticos” num quadro em que os restantes não subam.

Ainda assim, o PS avança com uma proposta para resolver a questão “em três legislaturas”, através da criação de uma comissão de vencimentos com ex-Presidentes da República, antigos presidentes do Tribunal de Contas e outros. Esta comissão de vencimentos “fixaria uma tabela de vencimentos” que entraria em vigor na legislatura seguinte. Uma solução para o “dia de São Nunca à Tarde”, atalhou Jerónimo.

Já para o PAN, “os salários em Portugal — todos — são baixos”. “Somos favoráveis ao descongelamento dos 5%”, disse André Silva. Durante a troika, os salários dos políticos tiveram um corte de 5% — à imagem do que aconteceu para outras profissões. Este corte é o único que ainda não foi devolvido.

Assunção Cristas, do CDS, desvalorizou a questão dos salários dos políticos e acrescentou que o que afasta as pessoas de entrar para a atividade política não são tanto os salários, mas mais “a degradação constante do trabalho político”.

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Brexit: Parlamento Europeu reitera recusa de acordo sem ‘backstop’ e apoio a novo adiamento

  • Lusa
  • 18 Setembro 2019

O Parlamento Europeu aprovou esta quarta-feira uma resolução que recusa a saída do Reino Unido da UE sem acordo e admite aceitar um novo adiamento se existirem "motivos que o justifiquem”.

O Parlamento Europeu aprovou esta quarta-feira uma nova resolução na qual reitera a recusa em aceitar um acordo de saída que não inclua um mecanismo de salvaguarda para a fronteira irlandesa e o apoio a um novo adiamento do ‘Brexit’.

O novo Parlamento Europeu (PE), eleito em maio, aprovou esta quarta-feira a sua primeira resolução sobre o ‘Brexit’, com 544 votos a favor, 126 contra e 38 abstenções, com os eurodeputados a reafirmarem que é do “interesse superior” do Reino Unido, bem como da União Europeia (UE), que a saída se desenrole de forma ordenada, considerando o atual acordo de saída “justo e equilibrado”.

No texto aprovado, os eurodeputados manifestam-se disponíveis para voltar à proposta de um mecanismo de salvaguarda, comummente conhecido por ‘backstop’, limitado à Irlanda do Norte, uma ideia inicialmente avançada pelo bloco comunitário, mas rejeitada pelo anterior governo britânico, liderado por Theresa May, que em novembro fechou um Acordo de Saída com Bruxelas.

Apesar de se mostrar aberta a “soluções alternativas” viáveis que permitam evitar o estabelecimento de infraestruturas físicas na fronteira irlandesa, a assembleia europeia vinca que “não dará o seu consentimento a um acordo de saída que não inclua um mecanismo de proteção”.

Os eurodeputados recordam ainda que uma saída sem acordo seria da “inteira responsabilidade” do governo britânico e avisam que, na sequência de um ‘no deal’, só podem ser encetadas novas negociações entre a UE e o Reino Unido na condição de este país respeitar as suas obrigações e os compromissos assumidos em matéria de direitos dos cidadãos, bem como no que diz respeito ao acordo financeiro e ao Acordo de Sexta-Feira Santa.

A assembleia europeia “recusará dar o seu consentimento a qualquer acordo ou acordos entre a UE e o Reino Unido, a menos que e até que estes compromissos sejam cumpridos”, diz ainda a resolução.

Contudo, o PE assume que aceitaria uma nova prorrogação do prazo previsto no artigo 50.º do Tratado da UE, “na existência de motivos que o justifiquem”, como “evitar uma saída sem acordo, realizar uma eleição geral ou um referendo, revogar o artigo 50.º ou aprovar um acordo de saída”.

A resolução esclarece ainda que qualquer novo adiamento do ‘Brexit’, previsto para 31 de outubro, não deverá afetar negativamente o trabalho e o funcionamento das instituições europeias.

Esta resolução confirma o apoio do novo Parlamento à posição da UE sobre o Brexit, a um mês do Conselho Europeu de 17 e 18 de outubro, no qual se decidirão os próximos passos sobre a saída do Reino Unido da UE.

Inicialmente agendada para 29 de março, a saída do Reino Unido foi adiada para 31 de outubro, uma data que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, assegura que irá respeitar, haja ou não acordo entre os 27 e Londres.

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Antram vai tentar resolver processos disciplinares de motoristas de matérias perigosas

Desde a última greve, os motoristas de matérias perigosas têm sido alvo de represálias e processos disciplinares, de acordo com o sindicato. A Antram vai levar o assunto aos associados.

Os motoristas de matérias perigosas e os patrões voltaram a reunir-se esta quarta-feira no rescaldo da greve que esteve convocada para setembro. À saída do encontro. a Antram comprometeu-se a tentar resolver as represálias e processos disciplinares aplicados aos trabalhadores, na reunião com o sindicato dos motoristas de matérias perigosas. Francisco São Bento, porta-voz do SNMMP, disse que estão “no bom caminho para atingir objetivos de interesse mútuo”.

O sindicato indica que desde a última greve os motoristas têm sido alvo de represálias e processos disciplinares, sendo que pediu à Antram para resolver a situação. O pedido foi respondido com a garantia de que iriam “diligenciar perante associados para que situações sejam resolvidas”, explicou o líder do sindicato, em declarações transmitidas pelas televisões.

À saída da reunião, André Matias de Almeida, porta-voz da Antram, disse desconhecer os processos disciplinares e seus fundamentos, sendo que “não é função da Antram porque não representa os departamentos jurídicos das empresas”. Mesmo assim, explicou que têm disponibilidade para levar a questão aos associados.

Da reunião entre as duas partes saiu também a calendarização dos próximos encontros, sendo que não foram ainda discutidas questões relacionadas com as reivindicações dos motoristas. “Está tudo em aberto, está tudo em cima da mesa”, salientou Francisco São Bento, neste “início do reabrir das negociações”.

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CONARH 2019: Bem-vindos ao mundo imperfeito

  • Pedro Ramos
  • 18 Setembro 2019

Visita guiada ao ConaRH pelos olhos de Pedro Ramos, diretor de recursos humanos da TAP e membro da direção da APG.

As máquinas são perfeitas! As pessoas (felizmente) não… Quer saber a minha definição de #Humanize? #Humanize é gerir a imperfeição humana como só as pessoas conseguem fazer… às vezes… tão bem!

A 45.ª Edição do CONARH – Congresso Nacional sobre gestão de pessoas 2019 teve lugar, como habitualmente, em São Paulo, Brasil, de 13 a 15 de agosto, e foram batidos todos os recordes. Mais de 3.000 congressistas e 30.000 visitantes, mais 30% de espaço de exposições e várias dezenas de conferências e palestras simultâneas, lançamentos de livros e sessões de autógrafos, e muitas novidades do (verdadeiro) mundo da gestão de pessoas e liderança marcaram presença. Trata-se do segundo maior evento de RH do mundo e o maior em língua portuguesa. Esta edição teve o tema forte “#Humanize”!

Abandonado que está o preconceito em torno da discussão (muitas vezes esotérica, digo eu!) sobre se a tecnologia ou as máquinas estão a substituir as pessoas nas empresas e nas várias funções, nasce uma nova centralidade temática nesta abordagem. Afinal, como podem os humanos utilizar ao máximo o potencial da tecnologia em seu benefício, colocando a mesma ao serviço dos processos de humanização nas empresas? Como desviar o foco na procura da “perfeição tecnológica” em busca das melhores soluções tecnológicas para uma melhor gestão e otimização das “imperfeições humanas” nas nossas empresas?

Assumir que as máquinas tendem a ser perfeitas, mais eficazes a fazer mais, mais rápido e com resultados mais imediatos… não contraria em nada a ideia central de que, para além de resultados mais rápidos, poder-se-ão obter melhores e mais eficazes se a isso acrescentarmos o fator humano gerador dessa (positiva) imperfeição, diferença, unicidade, humanização…

“Humanizar é ser humano, simples assim!” foi, das várias dezenas de conceitos que circularam pelo evento durante os três dias, aquele que melhor corresponde à ideia central de se ter de voltar “aos básicos” e reaprender o papel das pessoas nas organizações do nosso tempo. Um tempo assumidamente tecnológico.

Por isso, todo o evento foi “polvilhado” com mensagens poderosas que apontam para a necessidade de definição de estratégias de “humanizar mais o RH” nas empresas, de criar elos sólidos de ligação entre a tecnologia e a humanização nas organizações, de fazer elevar o “RH a níveis mais estratégicos e mais humanos”, sendo que a grande mensagem que poderíamos quase identificar como o subtítulo de todo este evento: ser profissional de gestão de pessoas sem deixar de ser humano!

#Humanize ou o fim o preconceito do amor nas organizações…

O médico e ativista social americano Patch Adams fez a palestra magna de abertura do congresso. Trata-se do protagonista da história que inspirou o filme interpretado por Robin Williams no cinema com o nome “Patch Adams: o amor é contagioso” e que retrata a sua vida real: alguém que, depois de passar por episódios traumáticos na vida e tentar o suicídio, decide internar-se voluntariamente num hospital psiquiátrico e lá descobre que tem o dom especial de cuidar das pessoas, encontrando o seu verdadeiro propósito de vida. Então, resolve deixar a instituição para cursar medicina e seguir com a sua importante missão: espalhar o amor, a humanização e a alegria nos hospitais do mundo. E isso deu origem aos vários vários modelos de “doutores palhaço”.

Patch empolgou a assistência com a partilha da sua experiência que relacionou missão, propósito, tecnologia no tratamento dos doentes com aquilo que ele considera ser um dos maiores segredos na relação das pessoas: a introdução e a assunção do “amor” e do “humor” nos relacionamentos profissionais. Segundo o orador, a sua própria vida prova que “humanizar os relacionamentos entre os profissionais e os doentes” é um dos segredos do sucesso nos tratamentos e a tecnologia dá uma excelente ajuda nisso.

Patch Adams construiu 26 hospitais em sete países. E sabe que foi inspiração para os grupos de palhaços nos hospitais. Os médicos cuidam da doença e não dão saúde aos doentes, por isso “procura manter a felicidade, trazendo a felicidade ao lado das pessoas que lá trabalham”.

Tive oportunidade de ter estado em privado com Patch Adams que, sorrindo sempre, deixou-nos ótimas sugestões: “não seja normal!”, “para colocar na prática a humanização precisa de passar a sua energia positiva, de ser contagioso nisso…” e, o melhor de todos… “seja chato, mas seja um chato feliz e, por isso, os outros não vão resistir e vão também ser felizes”. Valeu e trouxe-as comigo na bagagem!

DESTAQUE: Patch Adams construiu 26 hospitais em sete países. E sabe que foi inspiração para os grupos de palhaços nos hospitais.

#Heróis ou apenas Seres Humanos?

Outro dos momentos mais esperados – e confesso, o mais emotivo de todos – foi o painel “Competência humana, liderança e tecnologia”.

A ideia era conseguir explicar aos participantes, em termos concretos, como se pode obter cada vez melhores resultados ao associar as potencialidades humanas e a tecnologia cada vez mais avançada neste mundo em constante mudança e altamente desafiador. Será que a tecnologia também pode depender do humano e das emoções? E, por último, como a liderança pode ser determinante na obtenção da excelência nesta dialética pessoa/máquina?

Ora, nesta abordagem, fomos claramente levados para um mundo de emoções. Recebidos como autênticos heróis nacionais, a Major Carla Lessa e o Tenente Coronel Alexandro Rodrigues, militares e responsáveis do Corpo de Bombeiros Militares de Minas Gerais, desafiaram a assistência com imagens poderosas a acompanhar todo o “filme” das operações de resgate na recente tragédia da barragem de Brumadinho em Minas Gerais. Durante três dias a pilotar um helicóptero, a Major Carla comandou num terreno em condições altamente adversas o resgate de dezenas de vítimas a tragédia. Por seu turno, o Tenente Coronel explicou o papel da liderança neste processo concreto sobretudo na gestão das equipas no terreno e na otimização do recurso aos vários meios tecnológicos disponíveis. Neste caso, todas as decisões no terreno de como resgatar, como operar o equipamento, como coordenar a recolha de cada sobrevivente e cadáver, como gerir os vários perigo e riscos para o operacionais no terreno foram-nos descritas com grande detalhe e emoção. Um “grande final” foi o vídeo de uma das sobreviventes da tragédia, que vimos em fotos a ser resgatada pela equipa do helicóptero da Major Carla, a agradecer todo o profissionalismo e carinho que lhe fora dedicado e a possibilidade de estar viva. Extraordinariamente emocionante esta partilha “a cores e ao vivo” do papel da liderança na agregação das pessoas e das tecnologias ao serviço do salvamento de pessoas.

Muitos outros foram os cases e as dinâmicas em torno desta lógica de introduzir o #Humanize no dia-a-dia das empresas na perspetiva da gestão das pessoas. Por isso, temas como “a transformação digital é sobre pessoas” provaram que é possível revolucionar digitalmente as empresas sem perder a sua essência humana.

Muito se falou da importância do propósito e do papel do RH na construção e difusão do mesmo. Da utilização das tecnologia de forma “positiva” na melhoria da experiência dos colaboradores e na difusão de cultura organizacional. A “comunicação para humanizar” e a “ética e felicidade no trabalho” também foram temas bem debatidos em relação ao seu papel principal nos processos de humanização das organizações.

Por último, o papel das pessoas nos negócios saiu reforçado deste CONARH 2019: assumir as fragilidades, os erros, as imperfeições das pessoas e colocá-los ao serviço das aprendizagens e dos desenvolvimentos organizacionais é cada vez mais uma responsabilidade dos gestores de pessoas nas empresas deste mundo cada vez mais VUCA.

Todos a bordo! Bem-vindos a um evento verdadeiramente inclusivo…

Os discursos de abertura do CONARH 2019 ficaram marcados pela presença, em palco, de um conjunto de representantes de várias comunidades, raças, etnias, cidadãos com deficiência em representação de instituições, representantes de comunidades LGBT, entre outros, refletindo a diversidade das pessoas e da gestão no Brasil. Tal só foi possível, conforme as palavras do presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) Paulo Sardinha, dado que “a ABRH não quer promover a diversidade, quer simplesmente viver a e na diversidade e inclusão”. Por isso todo o evento foi marcado pelos temas e ações relacionadas com a inclusão e a diversidade, tendo sido o mesmo traduzido em simultâneo em linguagem gestual. Histórias pessoais emocionantes foram partilhadas ao longo das sessões e os participantes foram, por diversas vezes, desafiados a apresentarem-se e partilharem com um claro objetivo de integrar todos no evento.

Liderança all inclusive: as cinco “janelas” abertas ao mundo RH

Os grandes desafios para o mundo RH do nosso tempo foram traduzidas naquilo que a presidência da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) definiu como as “5 janelas de atuação da ABRH”, os grandes motores ou pilares da atuação dos gestores de pessoas nos atuais contextos desafiadores. “A primeira é educação como base de uma sociedade para formar o cidadão. A segunda é bem próxima de nós,recursos humanos, e é trabalho, mas com um recorte especial sobre os jovens. Via de regra, em qualquer índice de desemprego de qualquer país do mundo, os jovens são os mais atingidos. E, se nós perdermos a capacidade de entrada do jovem no mercado do trabalho, começaremos a ofuscar a terceira janela: a liderança. É necessário que a educação e o trabalho sejam muito bem preservados para que tenhamos lideranças que nos levarão à quarta janela, a produtividade. Não existe produtividade ou ela fica prejudicada onde não há confiança nas lideranças. E as lideranças que asseguram fortemente a produtividade nos levam também à quinta janela, a competitividade, ou seja, a reunião de empresas produtivas”, explicou o presidente da ABRH Paulo Sardinha.

Mundo executivo em debate durante três dias!

À margem da programação principal, uma sala exclusiva a CEOs e CHROs debateu vários temas da atualidade mundial no que à gestão de pessoas diz respeito, nomeadamente ao papel destes gestores de pessoas nos processos de transformações das empresas. Algumas das intervenções que importa reter:

Para Alfredo Setúbal, presidente da Itaúsa [ITAU Investimentos] o mundo novo procura empresas ágeis e que tenham um “propósito (não financeiro) capaz de atrair os melhores talentos, que hoje preferem empreender” ou simplesmente abandonar os seus países em busca da concretização desse propósito.

Na opinião de Olga Colpo, membro do Conselho de Administração da Companhia Paranaense de Energia – Copel, referiu-se à área de RH como uma área “que precisa evoluir, se posicionar diferente e levar o incómodo necessário para a transformação do negócio”.

Já Eliane Ramos Vasconcellos Paes (pres. da ABRH Minas Gerais) que moderou uma das sessões procurou saber como “o RH pode se tornar imprescindível?” no contexto das organizações. E refere que “falamos sobre valores e propósito, cultura organizacional, liderança pelo exemplo, inclusão das gerações, diversidade, tecnologia e o papel do RH em ser uma janela estratégica das organizações, assim como uma área de vanguarda. Assim como a gente, todos que estavam presentes, acreditavam que a empatia pode mudar o mundo.”

Livro “Pessoas & Negócios” chega a São Paulo

No segundo dia do evento, o livro “Pessoas & Negócios – mobilizar para a obtenção de resultados”, de Pedro Ramos, foi apresentado no stand da ABRH Brasil.

Depois do lançamento em Portugal, na Feira do Livro de Lisboa, em junho, o livro assinado pelo diretor de recursos humanos da TAP e vice-presidente da APG e que pretende “contribuir para uma visão integrada da gestão de pessoas nas empresas” foi apresentado no Brasil, “rodeado de amigos que sabem bem a importância das Pessoas no sucesso dos negócios e das organizações”.

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Portugal é o sétimo país da UE onde há mais pessoas a trabalharem em part-time por não terem emprego a tempo inteiro

  • ECO
  • 18 Setembro 2019

De acordo com os dados do Eurostat, só em Portugal há 357 mil pessoas a trabalharem a tempo parcial, sendo que o número de mulheres nesta situação representa quase o dobro dos homens.

Portugal é o sétimo país da União Europeia (UE) onde há mais pessoas a trabalhar em part-time por não encontrarem trabalho em full-time. A dificuldade de ter um emprego a tempo inteiro (26%) ou o papel de cuidadores de crianças ou adultos incapacitados (23%) surgem entre as principais razões para os trabalhadores optarem por um trabalho a tempo parcial.

Segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat, são as mulheres quem mais trabalha em part-time na Europa, cerca de 31, 2 milhões, contra 9,5 milhões de trabalhadores do sexo masculino nas mesmas condições. Só em Portugal há 233 mil mulheres e 124 mil homens a trabalharem a tempo parcial, o que representa um total de 357 mil pessoas.

Entre as razões destacadas para optarem por um trabalho a tempo parcial, as maiores dificuldades dos homens são encontrarem um emprego a tempo inteiro (36%). Já as mulheres referem que têm que tomar conta das crianças ou de adultos incapacitados (23%). Incapacidades pessoais ou doença e responsabilidades familiares são outros dos argumentos utilizados.

No que diz respeito à dificuldade de encontrar emprego a tempo inteiro, a Grécia é o país da UE com mais obstáculos nesse sentido (70%), seguida de Itália (66%) e da Bulgária (59%). No polo oposto, está a Estónia, com cerca de 6% dos inquiridos a reportarem a mesma situação seguida de Eslovénia, República Checa e Bélgica (todas com 7%).

Em termos globais, a Holanda é o país da Europa com maior percentagem de pessoas a trabalhar em part-time (46,8%), seguida da Suíça (38,5%) e da Áustria (27,6%), Em contrapartida, na Bulgária apenas 1,8% das pessoas empregadas estão nestas condições, seguida da Macedónia (3,4%) e de Montenegro (4,5%). Nesta tabela, que inclui 35 países, Portugal está na 24.ª posição com 7,8%.

Os dados do gabinete estatístico europeu são relativos a 2018 e os inquiridos têm idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos. O trabalho em part-time representa 19% do total do emprego na UE.

 

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Défice externo cresce 165% até julho. Agrava-se em 1.000 milhões

O saldo da balança corrente e de capital atingiu 1.600 milhões de euros entre janeiro e julho deste ano, um agravamento de 55% face ao mesmo período do ano anterior.

O défice externo, medido pela balança corrente e de capital, atingiu os 1.633 milhões de euros nos primeiros sete meses do ano, o que se traduz num aumento de 165% em relação ao período homólogo, revelou esta quarta-feira o Banco de Portugal.

Entre janeiro e julho de 2018, o défice externo tinha sido de 616 milhões de euros, o que significa que se registou um agravamento de cerca de 1.000 milhões de euros entre os dois períodos em comparação.

“Para esta evolução contribuiu, sobretudo, a balança de bens. Em termos homólogos, o défice da balança de bens aumentou 2.028 milhões de euros e o excedente da balança de serviços diminuiu 137 milhões de euros. Nos primeiros sete meses do ano, as exportações de bens e serviços cresceram 3% (2,2% nos bens e 4,6% nos serviços) e as importações aumentaram 7,4% (6,7% nos bens e 10,8% nos serviços)”, explica banco central.

Défice externo agrava-se até julho.Banco de Portugal

Ou seja, Portugal está a comprar mais bens ao exterior do que aqueles que está a vender, com a diferença na balança de bens a situar-se em -2.028 milhões de euros, fator que tem contribuído para o agravar do défice externo. Há uma semana o Instituto Nacional de Estatística (INE) tinha explicado que a deterioração do défice comercial de bens registado nos primeiros sete meses do ano se deveu essencialmente à compra de aviões ao exterior por parte da TAP.

O Banco de Portugal mostra ainda que o défice da balança de rendimento primário diminuiu 748 milhões de euros relativamente ao período homólogo, para 3.340 milhões de euros. “Esta variação resultou, principalmente, da redução dos juros pagos a entidades não residentes”, diz o banco central.

Por outro lado, até julho de 2019, o saldo da balança financeira registou uma redução dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior de 1.743 milhões de euros. “É de destacar o aumento de passivos através do investimento de não residentes em sociedades não financeiras residentes e em obrigações do tesouro, e uma redução de ativos emitidos por não residentes na posse do setor financeiro”, afirma o Banco de Portugal.

Nos últimos dois anos, a trajetória do saldo tem notado melhorias na segunda metade do ano. A instituição liderada por Carlos Costa tem alertado para o regresso aos défices da balança comercial (bens e serviços) já este ano, embora acredite que Portugal vai continuar a apresentar capacidade de financiamento, ou seja, excedentes da balança externa (medida pela balança corrente e de capital). Esta evolução dever-se-á à redução dos juros da dívida pública e ao aumento das transferências da União Europeia para Portugal.

(Notícia atualizada às 12h15)

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