Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 2 Julho 2019

Os EUA ameaçam com tarifas à UE e o Irão rejeita as acusações de ter quebrado o acordo nuclear, isto quando em Hong Kong se assiste a violentos protestos.

A geopolítica marca as notícias nos jornais internacionais esta terça-feira, com os Estados Unidos — que vivem o maior ciclo económico de sempre — a ameaçarem impor novas tarifas aduaneiras à União Europeia. No conflito com o Irão, continua a troca de acusações e Teerão rejeita que tenha quebrado o acordo nuclear, enquanto na China os protestos nas ruas tornaram-se violentos. No campo empresarial, a espanhola Iberdrola quer reforçar o investimento no Brasil e México.

Bloomberg

EUA preparam novas taxas contra a Europa devido ao caso Airbus

O gabinete responsável pelo comércio internacional em Washington adicionou o equivalente a 4 mil milhões de dólares em produtos a uma lista de possíveis alvos de retaliação. Os produtos vão desde cerejas, carne, queijo ou azeitonas até uísque ou tubagens. A ameaça aumenta a lista avaliada em 21 mil milhões de dólares que havia sido publicada em abril e prende-se com a disputa por subsídios entre a Boeing e a Airbus.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado e conteúdo em inglês).

Financial Times

Economia norte-americana atinge maior ciclo de expansão da história

Julho é o 121º mês desde a última recessão nos Estados Unidos. Este é o maior ciclo de expansão económica ininterrupta desde, pelo menos, 1854. Recessão é habitualmente definida como dois trimestres consecutivos de redução do produto interno bruto, mas o National Bureau of Economic Research norte-americano usa uma classificação mais abrangente e define que o atual período de crescimento começou em junho de 2009. Assim, o ciclo dura há mais de 10 anos, ultrapassando o período entre março de 1991 e março de 2001 e tornando-se mais do dobro da expansão após a Segunda Guerra Mundial.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago e conteúdo em inglês).

Reuters

Irão rejeita acusação de ter violado acordo nuclear

O Irão rejeitou esta terça-feira a acusação de Washington de que teria violado os termos do acordo nuclear assinado com algumas das maiores potências mundiais. “A sério?”, questionou o Ministro dos Negócios Estrangeiros Mohammad Javad Zarif no Twitter depois de a Casa Branca ter emitido um comunicado com as acusações e depois de o presidente Donald Trump ter afirmado que o Teerão está a “brincar com o fogo”.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre e conteúdo em inglês).

El Economista

Iberdrola quer investir 6,6 mil milhões no Brasil e México até 2022

A energética espanhola Iberdrola retirou a subsidiária brasileira Neoenergia da bolsa de São Paulo, mas não pretende desinvestir no país. O CEO da empresa, Ignacio Sánchez Galán, diz em entrevista que o objetivo é apostar no Brasil e México. Em ambos os casos, a empresa tem planos de investimento de 6,6 mil milhões até 2022, um número que irá aumentar para 7,5 mil milhões nos próximos cinco anos no caso do Brasil e 5 mil milhões nos próximos seis anos no México.

Leia a entrevista completa no El Economista (acesso livre e conteúdo em espanhol).

South China Morning Post

Vandalismo e violência marcam noite de protestos em Hong Kong

A noite foi de protestos violentos e fortes confrontos entre polícia e ativistas em Hong Kong. As manifestações duram há vários dias e têm por base a mudança na lei judicial em Hong Kong (que faz parte da China, mas funciona com administração parcialmente autónoma). A líder da cidade Carrie Lam condenou o “uso extremo de violência e vandalismo” e defendeu a decisão da polícia de se retirar após a ocupação do edifício da Câmara Municipal pelos manifestantes.

Leia a notícia completa no South China Morning Post (acesso livre e conteúdo em inglês).

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Novo imposto na Polónia afunda ações da Jerónimo Martins

Decisão do Tribunal de Justiça da UE permite ao governo polaco avançar com imposição de imposto para as grandes distribuidoras no país em setembro. Ações da Jerónimo Martins sofrem.

A Jerónimo Martins continua a ver novos obstáculos a surgir na sua operação na Polónia, obstáculos que estão a passar uma elevada fatura às ações do grupo português, que estão a recuar quase 3% esta terça-feira, para 14,12 euros por título.

O mercado polaco foi responsável por quase 70% das receitas de 4,2 mil milhões de euros da JM registadas no primeiro trimestre do ano. Além da nova Lei que obriga as grandes superfícies a encerrar em alguns domingos, que abrangerá cada vez mais domingos ao longo dos próximos anos, agora o governo polaco anunciou que vai avançar com um imposto específico sobre as grandes cadeias retalhistas do país já em setembro.

 

Segundo a Bloomberg, e na sequência de uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, o governo polaco já tem “luz verde” para aplicar uma nova taxa às receitas geradas pelas maiores empresas de distribuição no país, em mais uma ação legislativa que procura promover o comércio mais local e tradicional da Polónia.

“A Jerónimo Martins desvaloriza com a notícia de que a Polónia vai avançar com impostos sobre o setor do retalho, já a partir de 1 de setembro”, comentou Carla Maia Santos, Sales Team Leader da XTB, a propósito do avanço do imposto. “As ações da Jerónimo Martins até iniciaram a sessão em terreno positivo, mas inverteram imediatamente após esta notícia de que a Polónia quer introduzir um novo imposto no setor do retalho”, frisou Paulo Rosa, trader da GoBulling, citado pela Reuters. Os títulos caem quase 3%, mas chegaram a perder quase 5%.

Ações da Jerónimo Martins afundam em Lisboa

Em causa está um imposto que será aplicado apenas às empresas do setor do retalho com um volume de negócios mensal superior a quatro milhões de euros, devendo a partir de de setembro ser aplicada uma taxa progressiva entre os 0,8% e os 1,4%, dependendo do volume de vendas mensal de cada cadeia. Segundo a agência noticiosa, este imposto deverá render perto de 462 milhões de euros anuais ao governo polaco.

A Jerónimo Martins é dona da maior retalhista da Polónia, a Biedronka, que trouxe 2,9 mil milhões de euros em receitas para o grupo português no primeiro trimestre do ano.

O governo polaco tentou avançar com este imposto em 2016, com a Comissão Europeia a ordenar o país a suspender a aplicação do mesmo por considerar que este poderia ser incompatível com o mercado interno, por apenas visar algumas empresas do retalho. Contudo, e em maio último, o Tribunal de Justiça da UE considerou que apesar de ser um imposto progressivo, tal não implica que exista uma “vantagem seletiva” associada ao mesmo, o que abriu a porta para o governo polaco anunciar já o relançamento do imposto.

Além do imposto, também a entrada da Mercadona em Portugal poderá estar a penalizar as ações do grupo português, lembra Carla Maia Santos. “A concorrência em Portugal também aumenta, no setor do retalho, com a Mercadona a entrar no nosso país e a colocar em causa a rentabilidade das operações já existentes.”

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Mercadona vai demorar dois anos a chegar a Lisboa

  • Mariana de Araújo Barbosa
  • 2 Julho 2019

No dia em que abre a primeira loja no país, no Canidelo, Vila Nova de Gaia, Juan Roig revelou que vai demorar até que a Mercadona chegue a Lisboa. Aponta para um prazo de dois anos.

A Mercadona chegou a Portugal. A cadeia de supermercados espanhola abriu a primeira loja no país, no Canidelo, Vila Nova de Gaia, e tem planos para se expandir para mais nove lojas ainda este ano e outras dez até final de 2020. “Dentro de dois anos esperamos estar a Lisboa”, disse Juan Roig, presidente da Mercadona, na inauguração da loja de estreia no mercado português.

Esta é a primeira vez que a Mercadona sai de Espanha e aposta na internacionalização. Portugal foi o mercado escolhido para o teste, e a cadeia de retalho espera chegar às 150 lojas “nos próximos anos”, detalhou o responsável em declarações aos jornalistas na apresentação da loja de estreia a trabalhadores e parceiros, esta segunda-feira.

A cadeia espanhola, que já contratou 900 pessoas em Portugal, espera chegar aos 1.100 trabalhadores até ao final de 2019.

De poucas palavras, o valenciano disse ainda que o dia de hoje é o culminar de três anos de trabalho de preparação. “Estou emocionado e grato pela forma como os portugueses nos receberam”, disse.

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Berardo fez “falcatrua” na Associação para dar golpe à banca

  • ECO
  • 2 Julho 2019

Mariana Mortágua, deputada do Bloco, diz que Berardo só aceitou dar a coleção em garantia aos bancos "porque já tinha preparado manigâncias jurídicas para complicar o processo".

Depois de muita insistência, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à Caixa Geral de Depósitos recebeu “alguma informação” que tinha sido pedida a Joe Berardo sobre a blindagem das obras de arte por parte da Associação Coleção Berardo. Mariana Mortágua diz, do que já leu, que o comendador fez “falcatrua” na Associação para dar golpe à banca.

Os documentos recebidos pelos deputados não foram considerados suficientes por Luís Leite Ramos, o presidente da CPI, e, por isso, a queixa contra Berardo vai seguir para o Ministério Público. Ainda assim, no debate “O que aprendemos sobre a Caixa”, da TSF, Mortágua diz que ajudam a perceber “parte do processo”.

A deputada bloquista refere que esses documentos revelam que em outubro de 2013 alteram-se os estatutos da associação dona da coleção para que os credores passem a integrar os estatutos e passem a ter poder nas assembleias”. No entanto, conta, “nesse mesmo mês há um testa-de-ferro assessorado por um advogado primo do advogado de Berardo que põe estes [novos] estatutos em tribunal dizendo que não se pode dar em penhor património de uma associação“.

“Houve falcatrua e um golpe dado por Berardo ao alterar os estatutos ou ter posto os estatutos [alterados em 2013] em tribunal através de um testa-de-ferro ou ter aumentado o capital sem avisar ninguém”, atira Mariana Mortágua.

A deputada diz mesmo que houve premeditação por parte de Berardo no golpe à banca. Berardo só aceitou dar a coleção em garantia porque já tinha preparado manigâncias jurídicas para complicar o processo“, rematou.

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Filipa Roseta: “Nunca me sentaria no Conselho de Ministros ao lado do meu pai. Isso é que é uma vergonha”

  • ECO
  • 2 Julho 2019

A filha de Pedro e Helena Roseta, escolhida pelo PSD para liderar a lista de Lisboa para as legislativas, garante que nunca se sentaria ao lado do pai num Conselho de Ministros.

Filipa Roseta, escolhida para encabeçar as listas do PSD em Lisboa para as próximas legislativas, voltou a ressuscitar a polémica do familygate. Filha de Pedro e Helena Roseta, — ex-ministro de Durão Barroso e ex-deputada do PSD, hoje nas fileiras socialistas — a atual vereadora da Câmara de Cascais garante que nunca se sentaria no Conselho de Ministros ao lado do pai.

“Eu nunca me sentaria no Conselho de Ministros ao lado do meu pai. Isso é que é uma vergonha”, sublinhou em declarações ao Jornal I (link indisponível).

O familygate foi um tema que agitou a campanha eleitoral das europeias, envolvendo na altura o nome Mariana Vieira da Silva, filha do ministro do Trabalho e Segurança Social. Duarte Marques retoma a polémica com ironia, nas redes sociais, comparado o currículo de ambas: “Mariana é ministra por mérito, apesar de ter um currículo sofrível. Filipa Roseta é cabeça de lista do PSD por ser filha de quem é. Apesar de ser professora da faculdade de arquitetura de Lisboa e vereadora em Cascais”.

Também Helena Roseta, ouvida pelo Jornal i, lembra que as críticas que foram feitas à sua filha “são direcionadas e são feitas por pessoas que não estão confortáveis com algumas escolhas que o PSD está a fazer”.

A escolha de Rui Rio foi elogiada também fora do partido, nomeadamente por Adolfo Mesquita Nunes.

Correção: Na versão original desta notícia, foi escrito que a escolha de Filipa Roseta para encabeçar as listas do PSD em Lisboa foi recebida com desagrado por algumas fações dos sociais-democratas. Isto porque Duarte Marques, deputado e ex-líder da JSD, escreveu no Twitter a seguinte frase frase: “Filipa Roseta é cabeça de lista do PSD por ser filha de quem é”. Mas a mensagem completa do deputado na rede social enquadra a frase num tweet cujo objetivo parece ser o de vincar, através da ironia, as diferenças entre os CV da ministra Mariana Vieira da Silva e de Filipa Roseta. Reproduzimos a mensagem do deputado na íntegra: “Mariana é Ministra por mérito, apesar de ter um CV sofrível, Filipa Roseta é cabeça de lista do PSD por ser filha de quem é. Apesar de ser Professora da faculdade de arquitetura de Lisboa e Vereadora em Cascais. #DoubleStandards”. Pelo sucedido, pedimos desculpa ao deputado do PSD e aos nossos leitores.

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Juros da dívida portuguesa tocam novo mínimo histórico abaixo de 0,4%

Mercado está cada vez mais confiante que o BCE irá cortar taxas no final do mês. Investidores mostram um apetite renovado pela dívida pública da Zona Euro.

Nunca os juros da dívida portuguesa estiveram tão baixos. Pela primeira vez, a yield dos títulos a 10 anos caiu abaixo de 0,40%, acentuando a tendência de quebra que se tem vindo a verificar nos últimos meses. Os investidores já pedem quase o mesmo juro a Portugal que a Espanha.

O juro da dívida portuguesa a 10 anos quebrou a barreira dos 0,50% há menos de uma semana e esta terça-feira atingiu um novo marco. Após ter aberto nos 0,405%, negoceia em 0,394%, sendo que a dívida portuguesa apresenta taxas negativas até ao prazo de seis anos. Em Espanha, a yield da dívida a 10 anos situa-se em 0,32%, ou seja, com menos de 7 pontos base de diferença.

Além dos juros em mercado secundário, as emissões de nova dívida portuguesa também têm sido favoráveis, com o juro a atingir o mínimo histórico de 1,5% entre janeiro e maio. Portugal tem mostrado que reconquistou a confiança de investidores, além de instituições internacionais e agências de rating, com o crescimento da economia e a redução do défice.

Ainda assim, tem recebido apoio de fatores externos. Ambos países estão a beneficiar de uma corrida às obrigações da Zona Euro, que já levou os juros de países como França e a Holanda a entrarem em território negativo, juntando-se à Alemanha que funciona como refúgio dos investidores.

O menor apetite por ações (penalizadas de forma global por tensões geopolíticas e guerra comercial) tem sido um dos fatores de atratividade dos investidores para a dívida. Por outro lado, os bancos centrais também têm incentivado o investimento em obrigações, tendo recentemente renovado as expectativas de políticas monetárias expansionistas e mais dinheiro barato por mais tempo.

Do lado do Banco Central Europeu, o presidente Mario Draghi garantiu estar pronto a acionar estímulos adicionais à economia caso o outlook não melhore e, atualmente, o mercado atribui 50% de probabilidade de cortar os juros de referência (já em mínimos históricos) no final deste mês. Do outro lado do Atlântico também a Reserva Federal norte-americana sinalizou a possibilidade de cortar juros em 0,50 pontos percentuais.

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Parlamento não quer ser incluído megabase de dados pública mas defende aplicação a outros

  • ECO
  • 2 Julho 2019

PSD, CDS, BE e PCP unem-se para tirar deputados das obrigações de informar megabase de dados sobre salários, suplementos ou horários. Mas apesar de se isentarem, querem impor regras ao BdP.

A Assembleia da República (AR) quer ficar de fora da megabase de dados que vai reunir informação individualizada sobre os funcionários públicos, não aceitando, porém, a ideia de entidades como o Banco de Portugal ficarem de fora, tal como chegou a ser requisitado pelo supervisor bancário, segundo escreve esta terça-feira o Jornal de Negócios (acesso pago).

Em causa a reformulação e ampliação do sistema de informação da organização do Estado, que reúne dados sobre os recursos humanos das administrações públicas, tais como salários, suplementos, habilitações literárias e horários de trabalho, ainda que em formato pseudonimizado, ou seja, sem associar as informações a dados pessoais que permitam a identificação direta de cada um dos profissionais lá incluídos.

A reformulação em curso a este sistema de informação prevê que os deveres de informar esta megabase de dados seja aplicada a todos os órgãos e entidades públicas, incluindo os órgãos de soberania. Mas os deputados não querem ser incluídos, com quase todos os partidos, dos mais à esquerda aos mais à direita, a encontrarem aqui um novo ponto de convergência de interesses.

O Conselho de Administração do Parlamento, e por acordo de todos os grupos parlamentares à exceção do PS, apresentou uma proposta de alteração em que se exclui, e aos restantes órgãos de soberania, do âmbito da aplicação desta nova megabase de dados. Mas apesar dos parlamentares quererem ficar de fora, acham que a mesma megabase de dados não deve deixar de fora o Banco de Portugal, escreve o diário.

“A AR e a Presidência da República são órgãos que não dependem do governo e que têm uma gestão de recursos humanos com base nos seus próprios critérios”, apontou Duarte Pacheco, do PSD, ao Negócios. “Deve ser prestada informação, mas é preciso assegurar que são entidades independentes do Governo”, acrescentou.

“Lembrámos que os tribunais também reportam a informação, e que a AR não podia seguir o mau exemplo de não dar informação sobre os seus recursos humanos”, considerou por seu turno o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, hoje deputado socialista, sobre o que o PS defendeu na última reunião de parlamentares que debateu o âmbito de aplicação da megabase de dados.

A ideia de deixar o Parlamento — e os deputados — de fora da megabase de dados sobre funcionários e serviços públicos voltará a ser discutida esta quarta-feira, na reunião da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, sendo expectável que os vários partidos da oposição se unam para não verem os seus dados incluídos no sistema de informação da organização do Estado.

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Mercadona chegou a Portugal. Ações do retalho afundam e penalizam o PSI-20

A Jerónimo Martins lidera as perdas no índice. As papeleiras, por seu lado, impedem uma descida mais expressiva da bolsa de Lisboa.

As principais bolsas europeias estão em alta, prolongando o sentimento positivo dado aos investidores pela reunião do G20 no fim de semana. Apesar da abertura em alta, Lisboa resistiu em terreno positivo apenas alguns minutos, estando o PSI-20 a perder 0,31% para 5.174,67 pontos. Enquanto o retalho pressiona, as papeleiras lideram as subidas.

No dia em que a cadeia espanhola de supermercados Mercadona abre portas em Portugal, o sentimento é negativo no retalho. A Jerónimo Martins tomba 3,5% para 14,04 euros e a Sonae desliza 0,23% para 0,86 euros.

Ainda a penalizar o índice de referência nacional estão outros pesos-pesados como o BCP, que corrige dos ganhos da última sessão e cede 0,29% para 0,27 euros. A EDP recua 0,54% para 3,33 euros e a Galp Energia perde 0,29% para 13,79 euros, num dia em que as petrolíferas estão em foco.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros aliados anunciaram um prolongamento do acordo de cortes de produção nos termos atuais (1,2 mil milhões de barris por dia) por nove meses. O Brent negociado em Londres segue a ganhar 0,28% para 65,22 dólares por barril e o crude WTI de Nova Iorque valoriza 0,17% para 59,19 dólares.

Do lado dos ganhos, o setor do papel e da pasta de papel está em alta, com a Navigator soma 1,17% para 3,45 euros, enquanto a Semapa avança 0,96% para 12,68 euros e a Altri ganha 0,88% para 6,28 euros.

Entre as notícias empresariais destaca-se a Sonae Capital depois de a sua participada CapWatt ter apresentado uma oferta vinculativa para a aquisição da sociedade Futura Energía Inversiones e participadas, por até 4,5 milhões de euros, que foi aceite pelos acionistas do grupo. As ações da Sonae Capital recua 0,27% para 0,73 euros.

Fora do PSI-20, foram conhecidos após o fecho da última sessão os resultados da Oferta Pública de Aquisição à SAG Gest. O empresário João Pereira Coutinho passou a deter 95% do capital da empresa, mas não vai poder lançar uma oferta potestativa sobre as ações que não conseguiu comprar porque só ficou com 75% dos direitos de voto. Ainda assim, deverá convocar uma assembleia geral para pedir a saída da empresa de bolsa. As ações abriram inalteradas.

(Notícia atualizada às 8h20)

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Programa StartUp Visa aprova 57 das 115 candidaturas recebidas

  • Lusa
  • 2 Julho 2019

A maioria das candidaturas aprovadas corresponde a "empreendedores do Brasil, seguindo-se a Rússia e o Irão", adiantou fonte oficial do Ministério da Economia.

O programa StartUp Visa, que pretende captar empreendedores internacionais, contou com 115 candidaturas, das quais 57 obtiveram “decisão favorável” e 15 estão em análise, disse à agência Lusa fonte oficial do Ministério da Economia.

“Até 28 de junho de 2019, em sede de plataforma do Programa StartUp Visa, foram submetidas 115 candidaturas, tendo 57 obtido decisão favorável, e atualmente 15 estão em análise”, adianta a mesma fonte. A maioria das candidaturas aprovadas corresponde a “empreendedores do Brasil, seguindo-se a Rússia e o Irão”, adianta.

Este programa “tem como objetivo dar novo impulso à captação de empreendedores internacionais, configurando uma prioridade para o desenho de planos que fomentem a atração desse investimento, capaz de potenciar recursos humanos qualificados que por sua vez promovam projetos de I&D, alargando o ecossistema empreendedor português e participando no crescimento económico e de emprego”, refere o Ministério da Economia.

Segundo o ministério tutelado por Pedro Siza Vieira, “a expansão e o crescimento veloz do ecossistema empreendedor português, fomentado e promovido por iniciativa várias como o evento Web Summit, sobressai a necessidade de criação de melhores condições para acolher em Portugal novos projetos empreendedores e inovadores”.

É nesse âmbito que foi criado o StartUp Visa, “o de acolher empreendedores estrangeiros que pretendam desenvolver um projeto de empreendedorismo e/ou inovação em Portugal”.

Desde o ano passado que jovens empreendedores de todo o mundo que queiram abrir uma empresa inovadora passaram a ter acesso rápido a um visto de residência que lhes permite criar ou mover a ‘startup’ para Portugal. Ao investir e criar emprego qualificado, podem integrar uma incubadora da rede Startup Portugal e beneficiar de todos os incentivos e apoios do programa Startup Portugal.

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Hoje nas notícias: Berardo, greves e mega base de dados

  • ECO
  • 2 Julho 2019

SNS enfrenta mais greves esta semana, com setor a castigar mais Costa que Passos. AR vai avançar com queixa contra Berardo, ao mesmo tempo que quer ficar de fora de megabase de dados pública.

Inicia-se esta terça-feira uma nova bateria de greves na saúde que se prolongarão até ao final da semana, tornando inevitável o regresso do foco mediático a estas paralisações e ao seu impacto no Serviço Nacional de Saúde. Um levantamento feito pelo Público mostra que o governo socialista tem sido mais castigado por estes profissionais em 2019 do que o de Passos Coelho em 2015. Mas há outras “guerras” em curso no setor da saúde, com o Correio da Manhã a voltar a dar amplo destaque às parceiras público-privadas nos hospitais. E, por falar em “guerras”, o Parlamento vai enviar uma queixa contra Berardo para o Ministério Público.

Costa enfrenta greves mais duras na Saúde

De janeiro a maio deste ano, as ausências por greve no setor da saúde equivaleram a 72 mil dias de trabalho perdidos, valor que compara com os pouco mais de 38 mil dias de trabalho perdidos à conta de paralisações registado em idêntico período em 2015, ano em que PSD/CDS governava liderado por Pedro Passos Coelho, de acordo com um levantamento feito pelo Público (acesso pago). A partir desta terça-feira, o Serviço Nacional de Saúde será afetado por mais duas paralisações: até quarta-feira, uma greve de médicos e, de quarta a sexta-feira, uma de enfermeiros.

Hospital de Braga e de Cascais lideram ranking de excelência clínica

Os Hospitais de Vila Franca de Xira e de Cascais lideram o ranking de Excelência Clínica que reúne dados de 158 unidades públicas e privadas que integram o Sistema Nacional de Avaliação em Saúde. De acordo com o Correio da Manhã, estes dois hospitais, em regime de parceria público-privada, obtiveram a nota máxima em cinco áreas, segundo dados compilados pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS) para o ranking. O terceiro e quarto lugares são ocupados pelo Hospital Eduardo Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, e pelo São Teotónio, em Viseu, mas de acordo com a ERS 70% das unidades avaliadas obtiveram a classificação de excelência clínica no ano passado — percentagem mais baixa desde 2013.

Deputados cumprem: Queixa sobre Berardo segue para Ministério Público

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à Caixa Geral de Depósitos ameaçou. Agora, vai cumprir. Os deputados vão enviar uma queixa sobre Joe Berardo para o Ministério Público (MP), apesar de o empresário ter enviado documentação sobre a blindagem das obras de arte por parte da Associação. Essa documentação é, contudo, insuficiente. De acordo com a TSF, a queixa estará pronta até ao final da semana ou início da próxima e seguirá depois para o MP, revelou o presidente da CPI, o social-democrata Luís Leite Ramos, justificando a decisão com o facto de haver “claramente um delito de desobediência”. “Vamos agir em conformidade”, acrescentou.

Empresas lesadas pelos incêndios esperam por 55 milhões do Estado

Maioria das fábricas das regiões afetadas já retomou a laboração, mas uma centena ainda não recebeu qualquer valor, escreve esta terça-feira o Jornal de Notícias (link indisponível), que lembra ainda que a Polícia Judiciária pediu a acusação de 44 pessoas por crimes de burla na reconstrução de habitações em Pedrógão.

Parlamento quer ficar de fora de megabase de dados pública

O Conselho de Administração do Parlamento, onde estão representados todos os partidos com assento na Assembleia da República, quer ficar de fora do âmbito da mega base de dados que o governo se propõe criar com informações sobre serviços e funcionários públicos. Segundo escreve o Jornal de Negócios (acesso pago), a administração da AR apresentou uma proposta de alteração à reformulação do sistema de informação da organização do Estado, propondo a sua exclusão, e aos restantes órgãos de soberania, da aplicação desta nova megabase de dados.

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Queixa dos deputados contra Berardo segue para o Ministério Público

  • ECO
  • 2 Julho 2019

Apesar de o empresário ter enviado documentação sobre a blindagem das obras de arte por parte da Associação, a CPI vai avançar com a queixa ao MP. Documentos são insuficientes.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à Caixa Geral de Depósitos ameaçou. Agora, vai cumprir. Os deputados vão enviar uma queixa sobre Joe Berardo para o Ministério Público (MP), apesar de o empresário ter enviado documentação sobre a blindagem das obras de arte por parte da Associação. Essa documentação é, contudo, insuficiente.

De acordo com a TSF, a queixa estará pronta até ao final da semana ou início da próxima e seguirá depois para o MP, revelou o presidente da CPI, o social-democrata Luís Leite Ramos, justificando a decisão com o facto de haver “claramente um delito de desobediência”. “Vamos agir em conformidade”, acrescentou.

Esta queixa incide sobre a Associação Coleção Berardo, a dona das obras de arte cujos títulos foram entregues como garantia pelo empresário à CGD e aos outros credores, o BCP e o Novo Banco. Em causa está a recusa da Associação em enviar a documentação pedida pelos deputados sobre a blindagem das obras de arte, que as colocou a salvo de execuções bancárias.

Luís Leite Ramos revelou que depois de muita insistência dos deputados, a CPI recebeu “alguma informação”, mas a queixa vai seguir na mesma. Isto porque, explica, a informação enviada pelo comendador é insuficiente e não inclui os dados pedidos pela CPI. “Recebemos sobretudo uma carta que nos faz sentir que a ACB não quer enviar toda a informação que foi pedida“, remata.

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Portugueses querem mais investimento público no SNS

  • Lusa
  • 2 Julho 2019

74% dos portugueses inquiridos considera que a saúde não é uma prioridade para o Governo em Portugal. Pedem mais investimento público no SNS.

A maioria dos portugueses (61%) inquiridos no projeto “3F – Financiamento, Fórmula para o Futuro” considera que não é possível melhorar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) sem mais investimento na contratação de profissionais e na modernização dos equipamentos.

Os dados, que serão hoje apresentados na Assembleia da República, fazem parte do projeto liderado pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e apoiado por empresas da indústria farmacêutica e das tecnologias em saúde.

O projeto “3F – Financiamento, Fórmula para o Futuro” reuniu um inquérito à população nacional e recomendações de peritos em saúde e os dados recolhidos serão apresentados numa iniciativa que contará com a participação do presidente da Assembleia da República, da ministra da Saúde e de representantes dos vários grupos parlamentares.

A informação recolhida mostra ainda que 74% dos inquiridos considera que a saúde não é uma prioridade para o Governo em Portugal e que os aspetos que se considera mais carenciados de financiamento na saúde são a contratação de mais profissionais de saúde, a modernização de equipamentos, instalações e tratamentos e o apoio ao doente e família.

Os que entendem que não é uma área prioritária para o Governo dão como indicador a “pouca preocupação com a saúde dos utentes”, os “tempos de espera longos”, a “falta de médicos/profissionais de saúde” e também um “baixo investimento na saúde”.

Os inquiridos criticam sobretudo o tempo de espera para cirurgias e para primeiras consultas, sendo que os portugueses que moram no interior são mais críticos do acesso ao Serviço Nacional de Saúde do que os que vivem no litoral.

Na sua última visita ao hospital, quase noves em cada dez inquiridos recorreram ao serviço público, mas quase 30% dizem que escolheu uma unidade do SNS por ser mais barato do que o privado.

Aliás, os inquiridos caracterizam os hospitais privados como mais rápidos e com melhor atendimento e avaliam-nos melhor em vários critérios.

Contudo, na competência e conhecimentos dos profissionais de saúde a diferença entre público e privado é quase nula.

É no item dos tempos de espera para consultas e exames que os hospitais públicos surgem mais penalizados na avaliação comparativa com as unidades privadas.

O projeto “3F – Financiamento, Fórmula para o Futuro” nasceu da necessidade de identificar formas de reduzir o desperdício e promover a inovação no SNS. Para além da auscultação à população, reuniu um conjunto de especialistas de diferentes áreas, que se juntaram para analisar o modelo atual de financiamento dos hospitais portugueses, promover a discussão de potenciais soluções de financiamento e desenvolver projetos-piloto com hospitais de forma a testar as soluções encontradas.

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