Metade da dívida da Zona Euro está com juros negativos. Valor não era tão elevado desde 2016

Fuga dos investidores para as obrigações está a levar as yields para terreno negativo. Em maio, o montante de dívida emitida por países da moeda única com juro negativo atingiu 3,71 biliões de euros.

Há três anos que não havia tanta dívida pública da Zona Euro com juros negativos. A volatilidade nos mercados, exacerbada pela guerra comercial entre EUA e China, a par das preocupações com o travão da economia tem levado a uma fuga dos investidores das ações para as obrigações. Também a política acomodatícia do Banco Central Europeu (BCE) tem beneficiado os países.

O universo de obrigações emitidas por países da moeda única com yields negativas atingiu os 3,71 biliões de euros, em maio. O valor aumentou 7,8% em comparação com os 3,44 biliões de euros de abril, segundo dados da Tradeweb citados pela Reuters.

O montante de dívida em que são os investidores a pagar juros (em vez dos emitentes) representa 48% do total de 7,69 biliões de euros em títulos vivos. É a proporção mais elevada desde setembro de 2016, quando os riscos de deflação e preocupações com o crescimento levaram a uma queda significativa nas yields.

Desta vez, as preocupações com o crescimento económico contribuíram, tal como a volatilidade nos mercados. Após 2018 ter sido um ano de perdas generalizadas nas bolsas, 2019 arrancou em recuperação, animando os investidores. No entanto, o sentimento positivo não transitou para o segundo trimestre. Por exemplo, o índice pan-europeu Stoxx 600 acumula uma perda de 6,13% este mês e o português PSI-20 de 6,97%.

Como alternativa às ações, os investidores têm procurado refúgio nas obrigações. É o caso das Bunds alemãs, cuja yield tocou esta sexta-feira -0,205%, em mínimos de sempre, enquanto o juro da Holanda a 10 anos entrou em terreno negativo pela primeira vez desde 2016.

Mesmo os países em que os juros da dívida não estão em terreno negativo têm beneficiado de diminuição nas yields. No caso de Portugal, os títulos a 10 anos também tem renovado mínimos históricos, tendo negociado esta sexta-feira nos 0,804%. O juro da Grécia caiu abaixo de 3% pela primeira vez.

Além da instabilidade acionista, o mercado de dívida beneficia ainda da política expansionista do BCE. O banco central liderado por Mario Draghi terminou, em dezembro do ano passado, o programa de compra líquida de ativos, mas entrou numa nova fase em que reinveste o montante das obrigações que atingem as maturidades. Não havendo perspetivas sobre o momento em que o BCE começará a subir taxas de juro de referência e deixará de estar no mercado como comprador de dívida, os soberanos têm beneficiado desta rede de segurança.

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Cavala bate sardinha nas capturas. Mas preço do polvo é o que mais dispara

De 1998 a 2009, a sardinha era a espécie com maior representatividade em termos do volume de capturas. Passados 20 anos, a cavala assume esse palmarés. Já o polvo tem o título de peixe mais caro.

A cavala já é mais capturada do que a sardinha. De 1998 a 2009, a sardinha era a espécie com maior representatividade em termos do volume de capturas. Passados 20 anos, a cavala assume esse título, com uma diferença que supera os 11 pontos percentuais, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE). Contudo, em termos de preço, o polvo lidera a corrida, com o preço médio de 2018 a atingir o seu nível mais elevado das duas últimas décadas.

Até 2009, não havia dúvidas, a sardinha era a espécie que ocupava grande parte das capturas. De 1998 a 2000, registava 41,4% das capturas, enquanto a cavala apenas 6,1%. Já de 2007 a 2009, a percentagem da pesca de sardinha encolheu para 37,8%, ainda que continuasse a liderar as capturas. No mesmo período, a pesca de sardinha aumentou para 12,3%, sendo a segunda espécie mais capturada.

Finalmente, o período de 2016 a 2018 foi determinante. Nas redes dos pescadores, 21,6% do pescado era cavala, enquanto apenas 10,2% era sardinha. Mas, entre os dois está, ainda, o carapau, cujas capturas foram na ordem dos 14,8%.

Já em termos de preço, o polvo entra em cena. “Em 2018, o preço médio do polvo no mercado de primeira venda ascendeu a 7,06 euros por quilo, o nível mais elevado das duas últimas décadas”, lê-se nas estatísticas do INE. O preço é, assim, superior em 8,2% ao registado em 2017. Isto acontece num momento em que as capturas do polvo são de apenas 6,3%, entre as principais espécies.

Quanto à sardinha, nos últimos 20 anos, o preço médio teve um crescimento médio anual superior em 4,1 vezes ao preço médio do pescado transacionado em lota. Evolução que seguiu a mesma tendência para outras espécies, como a cavala (mais 13,5 vezes) e o carapau (3,4 vezes).

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BCP oficializa compra de banco na Polónia por 430 milhões

O Millenium Bank, o banco polaco do BCP, fechou esta sexta-feira a compra do Euro Bank por cerca de 430 milhões de euros. Negócio vai permitir "acelerar crescimento na Polónia", diz Miguel Maya

O Bank Millennium, o banco do BCP na Polónia, oficializou esta sexta-feira a compra do Euro Bank. O preço final da compra de 99,8% do Euro Bank ainda não está fechado, estando sujeito à avaliação dos ativos do banco, mas rondará o 430 milhões de euros.

O negócio vai representar um encargo adicional de aproximadamente 900 milhões de euros para garantir a linha de financiamento ao Euro Bank que estava a ser concedida pelo anterior dono, o Société Générale.

Com esta compra, “damos um passo importante na concretização da ambição estratégica de acelerar o crescimento e de nos diferenciarmos na Polónia, um mercado ao qual atribuímos grande importância e que tem um contributo muito positivo para o futuro e rendibilidade do grupo BCP”, afirmou o Miguel Maya, CEO do BCP. O banco português detém 50,1% do Bank Millennium.

“Estou confiante que com esta aquisição e com a excelente equipa de profissionais do banco na Polónia, liderados por João Brás Jorge, iremos reforçar a criação de valor para os clientes, acionistas, colaboradores e demais stakeholders“, acrescentou.

Concluída a aquisição, o Bank Millenium prevê fundir o Euro Bank no seu negócio em setembro. Já a fusão operacional, incluindo a migração de clientes e a integração informação, será levada a cabo durante o mês de novembro.

Bank Millenium e Société Générale anunciaram o acordo de compra e venda do Euro Bank em novembro. A operação recebeu luz verde da autoridade da concorrência polaca no início de ano e, mais recentemente, no dia 28 de maio, a autoridade de supervisão financeira declarou que não se opunha ao negócio.

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Governo pede desculpa aos utentes afetados pelas supressões nos transportes públicos

  • Lusa e ECO
  • 31 Maio 2019

Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, reconheceu que sistema ferroviário está a falhar em assegurar serviços à população. Promete plano de recuperação da CP.

O Governo pediu esta sexta-feira desculpa aos utentes afetados pelas supressões nos transportes públicos urbanos e suburbanos, avançando que está a trabalhar num plano para recuperar a CP – Comboios de Portugal para níveis que o povo “legitimamente exige”.

As minhas palavras vão no sentido de endereçar um pedido de desculpa às pessoas cujo dia-a-dia é afetado pelas supressões e atrasos nos comboios urbanos e suburbanos”, começou por referir Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e Habitação, aos deputados, no debate de urgência sobre as supressões nos transportes públicos urbanos e suburbanos, requerido pelo Bloco de Esquerda.

“O serviço público de transportes existe para servir o povo e ajudá-lo a organizar a sua vida com previsibilidade e conforto. Para isso, o sistema ferroviário deve ser desenhado para ser robusto e precisa de funcionar com redundâncias e reservas que garantam que, mesmo quando há imprevistos, os serviços possam ser mantidos”, considerou.

Pedro Nuno Santos admitiu ainda que em algumas linhas as “reservas são insuficientes”, pelo que há “poucos comboios de substituição prontos a entrar quando há falhas”, assim como existe “material circulante envelhecido”, que “precisa de paragens maiores de manutenção e de reparação”.´

“Os portugueses confiam nos transportes públicos no dia-a-dia para irem trabalhar, para levarem os seus filhos à escola, ou simplesmente para passear (…). Sabemos bem que é nossa obrigação servi-los com regularidade, pontualidade, qualidade e conforto. Sabemos bem que em alguns casos estamos em falta”, admitiu o ministro.

Em relação ao plano a ser trabalhado para a CP, Pedro Nuno Santos disse que este “pretende, antes de mais, atuar sobre o curto prazo, isto é, travar a degradação de material circulante através do aumento da capacidade de resposta oficinal da empresa e do recrutamento de trabalhadores para o efeito”.

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O governante avançou ainda que está a trabalhar “com o Ministério da Economia para planear novos investimentos que permitam recuperar capacidades industriais, tecnológicas e empresariais que o setor ferroviário já teve no passado” e que o Governo quer que volte “a ter no futuro”.

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Revista de imprensa internacional

Empresários britânicos deixam alerta a candidatos ao cargo deixado livre por Theresa May. Lamborghini quer crescer no mercado espanhol. E Filipinas devolvem toneladas de lixo ao Canadá.

Theresa May deixa a liderança do Executivo britânico na próxima semana, mas os empresários do Reino Unido já têm uma mensagem para quem quer que seja que a substitua: é preciso evitar a possibilidade de no deal Brexit. Do outro lado do oceano, o PIB brasileiro contraiu e o Canadá recebeu toneladas de lixo devolvido pelas Filipinas. A Lamborghini quer crescer no mercado espanhol e a Fiat deixa recado à Renault.

BBC News

Empresários britânicos deixam alerta a quem substituir Theresa May: Evite um no deal Brexit

Quem quer que venha a substituir Theresa May na liderança do Executivo britânico deve evitar uma saída sem acordo do Reino Unido da União Europeia, avisam os empresários. Se não o fizer, o partido conservador estará então a arriscar perder o estatuto de “partido do comércio”, alertou a Confederação da Indústria Britânica, lobby formado pelas maiores empresas do Reino Unido. Numa carta aberta enviada aos candidatos ao lugar de primeiro-ministro, os empresários deixaram claro que um líder de Governo tem de “restaurar” a reputação do Reino Unido enquanto país “estável e confiável” no qual se pode começar e crescer um negócio. Leia a notícia completa na BBC News (acesso livre / conteúdo em inglês).

G1

PIB brasileiro encolhe 0,2%. É a primeira contração desde 2016

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 0,2% no primeiro trimestre do ano, comparativamente ao último trimestre de 2018. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), esta é a primeira queda desde o quarto trimestre de 2016. Ainda que o resultado não tenha sido o melhor, os analistas já previam que tal acontecesse, confirmando o recuo da atividade económica no começo do ano. Leia a notícia completa no G1 (acesso livre).

Reuters

Filipinas devolvem toneladas de lixo ao Canadá

As Filipinas devolveram ao Canadá toneladas de lixo, numa altura em que os países do Sudeste Asiático têm deixado claro que querem deixar de ser a lixeira do Ocidente. Isto depois do Tribunal filipino ter declarado ilegal a importação de 2.400 toneladas de lixo canadiano, que tinha sido erradamente apresentado como plástico para reciclar. Em resposta, o Canadá disse que tal tinha sido uma transação comercial privada realizada com o consentimento do Governo, mas admitiu receber o lixo em causa. Rodrigo Duterte tem, contudo, acusado o Canadá de bloquear esse transporte, pressionando o país. A devolução de toneladas de lixo desta sexta-feira é um novo capítulo desta história. Leia notícia completa na Reuters (acesso livre / conteúdo em inglês).

Expansión

Lamborghini quer crescer no mercado espanhol

“Espanha é um país com muita tradição no mundo da competição” sobre rodas, começa por dizer Andrea Baldi, responsável da italiana Lamborghini para a Europa, Médio Oriente e África. No futuro, afirma Baldi, a fabricante de carros desportivos pretende crescer no mercado espanhol, nomeadamente com o aumento das vendas do Urus, o seu primeiro SUV produzido em série e cujo preço médio ultrapassa os 200.000 euros. A marca tem depositado imensa esperança neste modelo, que já trouxe cerca de 70% de novos clientes e dos quais 7% são mulheres. O número é significativo se pensarmos que, em 2010, “a participação de clientes femininas era zero”, explica Andrea Baldi. Agora, a Lamborghini está, também, “preocupada com o público feminino”. Leia a notícia completa no Expansión (acesso livre / conteúdo em espanhol).

Les Echos

Fusão com Renault: FCA fecha a porta a negociação financeira

No início desta semana, a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) propôs um plano de fusão com a empresa francesa Renault, com o objetivo de criar o terceiro maior grupo global do setor. O conselho de administração da Renault depressa disse que iria “estudar com interesse a oportunidade” da proposta de fusão feita pelo grupo ítalo-americano. Agora, do lado francês, vários diretores consideram necessário rever as condições financeiras propostas, enquanto a FCA diz a oferta “não é negociável”. “Esta oferta parece justa, foi aprovada pelo conselho de administração. É pegar ou largar, e rapidamente”, disse um membro da comitiva da fabricante de Turim. Leia a notícia completa no Les Echos (acesso livre / conteúdo em francês).

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Esperança média de vida volta a aumentar. Fosso entre homens e mulheres encolhe

De acordo com o INE, a esperança média de vida à nascença voltou a aumentar, fixando-se agora nos 80,80 anos. As mulheres continuam a poder esperar viver durante mais tempo.

A esperança média de vida voltou a aumentar, fixando-se nos 80,80 anos, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE). “À nascença, os homens podem esperar viver 77,78 anos e as mulheres 83,43 anos, o que representa, relativamente aos valores estimados para 2015-2017, um acréscimo de 0,48 meses e 0,24 meses, respetivamente”, lê-se na nota, indicando-se assim uma atenuação da diferença entre géneros.

De acordo com o INE, na última década, a esperança média de vida à nascença dos portugueses aumentou 2,06 anos (2,29 anos para os homens e 1,62 anos para mulheres). “O acréscimo da esperança de vida à nascença das mulheres nos últimos dez anos resultou sobretudo da redução na mortalidade em idades iguais ou superiores a 60 anos. Nos homens, o aumento da esperança de vida à nascença foi maioritariamente proveniente da redução da mortalidade em idades inferiores a 60 anos, em particular entre os 35 anos e os 49 anos“, é explicado na nota divulgada esta manhã.

Esta sexta-feira, o INE confirmou também os dados provisórios da esperança média de vida aos 65 anos, que se fixou em 19,49 anos para ambos os géneros. Tal valor torna oficial a subida para 14,7% do fator de sustentabilidade aplicado às reformas antecipadas atribuídas em 2019 e deixa antever a evolução da idade normal de acesso à reforma, que se deverá manter nos 66 anos e cinco meses em 2020.

De notar que estão isentos do corte implicado no fator de sustentabilidade os beneficiários que se enquadrem no regime das muito longas carreiras contributivas (60 anos e 48 anos de descontos ou 60 anos e 46 anos de contribuições, tendo começado a trabalhar aos 16 anos) ou no novo regime de flexibilização de acesso à reforma (63 anos, se aos 60 já tivessem 40 anos de descontos; E a partir de outubro, 60 anos e 40 de contribuições).

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Governo abre a porta a novas soluções para captar poupança das famílias para o mercado de capitais

O ministro-Adjunto e da Economia alertou que o mercado de capitais não está a acompanhar o aumento do rendimento das famílias. Garantiu que o Governo está disponível para novas medidas de dinamização.

Apesar da recuperação da economia, o mercado de capitais ainda não está a captar as poupanças dos portugueses. Pedro Siza Vieira, ministro-Adjunto e da Economia, alertou para este entrave ao financiamento empresarial e garantiu que o Governo está disponível para trabalhar em conjunto com os intervenientes do mercado para contrariar a tendência.

Precisamos de mais investimento e de assegurar que o rendimento disponível das famílias e das empresas é aplicado em Portugal com segurança e retorno”, afirmou o ministro, na conferência anual da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que tem lugar esta sexta-feira, em Lisboa.

“O rendimento disponível das famílias cresceu muito significativamente”, lembrou, apontando para o crescimento do emprego e dos salários. “No entanto, a taxa de poupança está em queda e o consumo não está a crescer na mesma proporção que o rendimento. As famílias estão a aplicar as poupanças na amortização das suas dívidas“, alertou.

O ministro-Adjunto e da Economia considera que há a simultânea aplicação das poupanças dos portugueses na amortização de dívida ou em instrumentos financeiros estrangeiros a par da dependência do financiamento em banca ou em mercados de outros países.

Alertou que é necessário mudar a situação — e “é o Governo que tem de contribuir para a solução”, como disse — para que a economia continue a expandir. Não especificou se o Governo estava ou não a preparar medidas concretas, mas lembrou a criação, desde o início da legislatura, das Sociedades de Investimento para o Fomento da Economia (SIMFE) e das Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI).

Siza Vieira lembrou que a economia portuguesa está a crescer acima da média europeia, o que vê como a primeira etapa de convergência e atribui à aposta das empresas na inovação e qualificações. “O investimento empresarial tem crescimento muito significativamente nos últimos três anos e precisa de continuar”, sublinhou, alertando para “desafios decisivos na próxima década” como a automação ou a transição energética.

“O crescimento sustentado da economia vai exigir a mobilização de recursos financeiros muito significativos. Há-de vir de muitas fontes [incluindo fundos comunitários], mas sabemos que também precisamos de fontes nacionais para acompanhar esse esforço. É importante que as fontes de financiamento ao serviço das empresas sejam o mais diversificadas possível. A poupança empresarial não vai ser suficiente, como até aqui, para acompanhar esse esforço“, acrescentou o ministro.

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CMVM quer descer taxas. Reforma da supervisão pode travar benefícios

Supervisor prepara proposta de taxas de supervisão zero no primeiro ano dos emitentes e redução para os restantes intervenientes. Por outro lado, o Parlamento poderá aprovar aumento dos custos.

Os custos da supervisão para as empresas cotadas poderão diminuir ainda este ano. É este o objetivo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que se prepara para apresentar uma proposta ao Governo ainda este verão. No entanto, a proposta chega na mesma altura em que a reforma da supervisão financeira poderá aumentar as taxas para os supervisionados.

A presidente do supervisor dos mercados, Gabriela Figueiredo Dias afirmou que “a revisão das taxas, em curso, de modo a assegurar maior proporcionalidade e racionalidade” prevê “a apresentação de uma proposta ao Governo até ao verão, incluindo uma proposta de taxa zero para novos emitentes durante o primeiro ano em mercado”, na conferência anual da CMVM, que decorre esta sexta-feira, em Lisboa.

Não foi a primeira vez que Gabriela Figueiredo Dias definiu este objetivo. A presidente da CMVM já tinha falado em taxas zero para novos emitentes, no início do ano quando apresentou as metas para 2019. Mas entretanto foi apresentada a reforma da supervisão financeira, que poderá ter o efeito contrário.

Uma das principais críticas dos supervisores — CMVM, Banco de Portugal e Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões — à proposta de lei é a possibilidade de o super-regulador ser financiado com maiores custos para os supervisionados.

A base da reforma é o reforço dos poderes do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF), que terá pessoal em permanência e exclusividade e cuja administração irá contar com dois elementos de cada supervisor e um administrador executivo. As três entidades vão ter de financiar as atividades, sendo que o projeto de lei prevê a possibilidade de serem cobradas taxas.

A proposta terá, no entanto, ainda de passar pelo Parlamento, onde começará a ser discutida a 7 de junho. E, apesar de querer baixar taxas, Gabriela Figueiredo Dias notou que “a regulação tem custos, mas é também um importante ativo quando gera qualidade e segurança. Temos todos de estar vigilantes, a supervisão e os restantes, para que seja sempre este o seu efeito”.

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Morningstar compra DBRS. Vai pagar 669 milhões

A Morningstar comprou a canadiana DBRS por 669 milhões de dólares, numa altura de viragem no mercado das obrigações soberanas. Fica com quota de 2%.

A DBRS é uma das quatro agências a merecer a atenção do BCE.DR

A Morningstar comprou a agência de rating canadiana DBRS por 669 milhões de dólares, um negócio que garante à gigante dos serviços financeiros uma “fatia” de 2% do mercado das notações financeiras, dominado em 96% por três empresas norte-americanas.

A incorporação da DBRS no atual negócio de avaliação de risco da Morningstar vai permitir à empresa uma expansão do portefólio ativos aos quais dá cobertura, tendo em conta que a agência canadiana conquistou uma “forte presença de mercado” nas últimas décadas, não só no Canadá como também nos EUA e na Europa.

O nome DBRS é bem conhecido por muitos portugueses. Durante vários anos, após a grande crise financeira, foi a única agência a não colocar a dívida pública portuguesa na categoria de “investimentos especulativos” — vulgo “lixo” —, o que permitiu ao país continuar a aceder aos mercados financeiros institucionais de dívida e ao programa quantitative easing do BCE, fator de grande relevo na recuperação financeira de Portugal.

A decisão da Morningstar surge numa altura em que o mercado secundário de dívida está num ponto de viragem, premiando as obrigações soberanas com maturidades mais curtas, como a dois e a três anos, o que pode indiciar que os investidores antecipam uma recessão global no curto prazo. Por norma, as obrigações com maturidades mais longas, a 5 e a 10 anos, têm yields mais elevadas, premiando os investidores por aplicarem o capital por um tempo mais elevado.

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É oficial. Fator de sustentabilidade corta 14,7% das novas reformas antecipadas

O INE confirmou, esta sexta-feira, que a esperança média de vida aos 65 anos é de 19,49 anos. Foi esse dado que ditou a subida do fator de sustentabilidade para 14,7%.

Estão confirmados os dados que ditaram a subida do fator de sustentabilidade para 14,7%. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou, esta sexta-feira, as tábuas de mortalidade para 2016-2018, na qual se inclui a esperança média de vida aos 65 anos. O valor provisório desse indicador já tinha sido adiantado no final de 2018, tendo justificado a subida do corte a aplicável em 2019 às novas reformas antecipadas. Esta manhã, o INE confirmou-o.

A esperança média de vida aos 65 anos foi de 19,49 anos. Em 2000, tinha sido de 16,63 anos. A combinação destes valores permite calcular o fator de sustentabilidade a aplicar às novas pensões antecipadas atribuídas em 2019: 14,7%. O valor deste corte já tinha sido fixado em portaria pelo Executivo de António Costa, em fevereiro, tendo o Governo partido então dos dados provisórios. “Tendo sido apurado e publicitado pelo Instituto Nacional de Estatística o indicador da esperança média de vida aos 65 anos de idade relativo ao ano de 2018, está o Governo em condições de determinar o fator de sustentabilidade a vigorar durante o ano de 2019”, lê-se nesse diploma.

Além desta penalização, as pensões antecipadas são ainda alvo de um corte de 0,5% por cada mês de antecipação. Isto se o beneficiário não se enquadrar num dos regimes especiais que mitiga essa redução.

Em causa está, em primeiro lugar, o regime das muito longas carreias contributivas: desde outubro de 2017 que quem se reforma aos 60 anos com, pelo menos, 48 de descontos está isento de descontos; deste outubro de 2018, essa isenção foi alargada também a quem se reforma aos 60 anos com 46 de descontos (tendo iniciado a carreira com 16 anos ou idade inferior).

Livres do fator de sustentabilidade estão também, desde janeiro deste ano, todos aqueles que peçam a antecipação da reforma aos 63 anos, se aos 60 anos já tivessem 40 anos de contribuições. Em outubro, essa isenção deverá passar a abranger todos os que peçam reforma antecipada aos 60 anos com 40 de descontos.

Este regime aplica-se, por enquanto, apenas aos beneficiários da Segurança Social, estando prevista a apresentação de um projeto legislativo semelhante para a Caixa Geral de Aposentações (CGA), até ao final deste semestre. Isso mesmo confirmou aos deputados o ministro do Trabalho. Os sindicatos ouvidos pelo ECO garantem, contudo, que ainda não receberam do Governo qualquer indicação ou documento, que sinalize avanços nesse sentido.

De notar, por outro lado, que a esperança média de vida permite calcular o aumento da idade normal de acesso à pensão de velhice. Os valores provisórios indicavam que, em 2020, esse patamar etário se manterá nos 66 anos e cinco meses, tal como já acontece este ano, o que foi confirmado, esta manhã. “Tendo em conta os efeitos da evolução da esperança média de vida aos 65 anos verificada entre 2017 e 2018 na aplicação da fórmula prevista no n.º 3, do artigo 20.º, do Decreto-Lei n.º 187/2007, de 10 de maio, a idade normal de acesso à pensão em 2020 é 66 anos e 5 meses“, explica a portaria.

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Investimento recorde impede abrandamento da economia portuguesa

O investimento acelerou significativamente no primeiro trimestre do ano e compensou uma queda abrupta na procura externa líquida, permitindo à economia portuguesa acelerar ligeiramente.

O Instituto Nacional de Estatística confirmou esta sexta-feira a sua primeira estimativa para o crescimento da economia no primeiro trimestre do ano. O PIB terá crescido 0,5% no arranque do ano, apenas mais uma décima que o ritmo de crescimento verificado nos últimos três meses de 2018. Uma progressão de 1,8% quando se compara o primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2018, também mais uma décima que o ritmo de crescimento verificado então, à boleia quase exclusivamente de um ritmo de crescimento historicamente alto do investimento.

De acordo com a série estatística disponibilizada pelo INE, o crescimento de 17,8% é o mais elevado de sempre (só há dados desde o início de 1996). O mais perto que a economia portuguesa esteve de ter um ritmo tão alto de crescimento do investimento em termos trimestrais foi nos primeiros trimestres de 1997, quando se intensificou a vaga de obras de preparação da Expo98, que incluiu entre outros investimentos, a construção da Ponte Vasco da Gama (inaugurada a 28 de março de 1998).

O crescimento da economia deve-se em grande parte a esta aceleração do investimento. A construção deu um impulso importante, passando de um crescimento de 2,8% para 12,4%, a taxa de variação homóloga mais elevada desde a primeira metade de 1997.

O INE destacou também um maior investimento em outras máquinas e equipamentos, e um aumento significativo de existências (como matérias-primas, produtos e trabalhos em curso, bens para revenda) que as empresas importaram e agora estão a acumular em stock.

O investimento justifica o aumento expressivo da procura interna, até porque o consumo privado (outra componente da procura interna) das famílias está a abrandar — passou de 2,9% para 2,5%.

Segundo o INE, a procura interna deu um contributo de 4,8% para o crescimento da economia no primeiro trimestre em termos homólogos (2,2% face ao último trimestre do ano), compensando o abrandamento das exportações, e consequentemente da procura externa líquida, cujo contributo para o crescimento da economia foi negativo em 3,1% em termos homólogos (1,7% face ao último trimestre do ano).

A evolução do investimento ficará a dever-se essencialmente a um aumento do investimento privado, já que o consumo público voltou a abrandar pelo terceiro trimestre consecutivo, tendo crescido apenas 0,4% no primeiro trimestre do ano, em termos homólogos.

O Governo e as principais organizações internacionais atualizaram as suas projeções para o crescimento da economia este ano, tendo sido praticamente todas revistas em baixa. As tensões entre os Estados Unidos e a China, com a intensificação e o alastramento da guerra comercial a outros blocos além das duas maiores economias do mundo são uma das principais razões para o menor otimismo.

A incerteza relativamente ao Brexit também já estará a ter impacto na economia da zona euro, que se espera agora que venha a crescer apenas 1,2% este ano, com um abrandamento pronunciado das maiores economias do bloco que partilha a moeda única europeia, em especial a Alemanha e a Itália.

O Governo português reviu em baixa a sua previsão de crescimento para a economia portuguesa de 2,2% para 1,9% quando apresentou o Programa de Estabilidade em abril, mas é ainda assim o mais otimista. A OCDE, que reviu as suas previsões este mês, espera que a economia cresça 1,8%, enquanto FMI, Comissão Europeia e Banco de Portugal todos apontam para que a economia não cresça mais que 1,7% este ano. O mais pessimista é o Conselho das Finanças Públicas (que também é quem tem a previsão mais antiga, datada de março), que não antecipa um crescimento além dos 1,6%.

Governo fala em “crescimento da economia portuguesa mais sustentável desde 1995”

Em comunicado, o Ministério das Finanças destaca o papel do crescimento do investimento, que teve a taxa de crescimento homóloga mais elevada desde que há dados disponíveis (1996), e que este é o valor do investimento mais alto desde 2010 em termos reais.

Segundo o Governo, “o peso do investimento e das exportações no PIB atinge os 68% pela primeira vez”, defendendo que isto representa “o crescimento da economia portuguesa mais sustentável desde 1995”.

“Estes dados traduzem o aumento da confiança na evolução da economia portuguesa, que vinha já sendo refletida nos indicadores coincidentes do Banco de Portugal, nos indicadores de confiança divulgados recentemente pelo INE, reforçando as bases para um saudável crescimento futuro do país”, diz o gabinete de Mário Centeno.

(Artigo atualizado às 13h14 com o comentário do Governo aos dados)

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Gasóleo e gasolina descem na próxima semana. Diesel baixa dois cêntimos

  • ECO
  • 31 Maio 2019

Há boas notícias para quem precisa de abastecer o depósito do automóvel. Preços dos combustíveis vão descer na próxima semana, com o gasóleo a registar uma redução mais expressiva.

Se precisa de abastecer o depósito do automóvel, espere pelo início da próxima semana. É que com a queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais, os preços dos combustíveis vão baixar a partir de segunda-feira, com o gasóleo, o mais utilizado pelos portugueses, a registar a descida mais expressiva.

O petróleo continua a ser penalizado nos mercados internacionais. Depois dos máximos recentes, o barril a chegar perto dos 80 dólares, as tensões comerciais entre EUA e China, que fazem aumentar os receios de abrandamento da economia mundial, têm pesado nas cotações. O Brent está nos 67 dólares.

Perante esta queda do petróleo, os derivados da matéria-prima também cederam, levando a uma descida dos preços do combustíveis nos postos de abastecimento nacionais. De acordo com fonte do setor, o preço do gasóleo simples deverá ficar dois cêntimos mais barato com a atualização semanal feita pelas petrolíferas em Portugal. A gasolina também vai descer, mas a redução poderá ser inferior, com uma descida de preços entre 1,5 e dois cêntimos por litro.

No caso do diesel, tendo em conta os dados da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), esta descida será a segunda consecutiva, corrigindo de máximos. O preço médio de venda do gasóleo simples fixou-se, esta semana, em 1,396 euros por litro, podendo agora recuar para 1,376 euros.

A gasolina, por seu lado, deverá inverter a tendência recente, recuando dos 1,581 euros atuais para um valor que poderá variar entre os 1,561 euros e os 1,566 euros.

(Notícia atualizada às 11h11 com mais informação)

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