Fidelidade compra 3 milhões de obrigações BCP

  • ECO Seguros
  • 22 Maio 2019

A seguradora Fidelidade, detida pela chinesa Fosum, principal acionista do BCP, comprou mais obrigações do banco no valor de 3 milhões de euros.

A Fidelidade passou a deter 5 milhões de euros em obrigações BCP 2072 AT2 emitidas pelo BCP. A companhia de seguros já detinha 2 milhões destes títulos. A seguradora atuou também em representação dos seus administradores Jorge Manuel Magalhães Correia e Lingjiang Xu, os quais são igualmente administradores do Banco Comercial Português S.A.
Jorge Manuel Magalhães Correia já detinha, antes da transação referida, em nome próprio, 88 500 ações e 200 mil euros de obrigações BCP. Já Lingjiang Xu não detinha quaisquer ações ou obrigação emitida pelo BCP. Após a transação mantiveram as mesmas posições.
As Obrigações AT2, adquiridas por 3 milhões de euros a 15 de maio, segundo informação da seguradora, têm uma taxa de 4,5% e vencimento em maio de 2017.
A Fidelidade é detida pela chinesa Fosum, que é também o principal acionista do BCP.
Além destas obrigações, a Fidelidade detém posições, direta e indiretamente, noutros instrumentos de dívida do BCP, bem como 88.500 ações do banco.

Na próxima assembleia geral dos acionistas do BCP serão apreciadas e votadas várias propostas, quer do conselho de administração do banco, quer dos acionistas. Serão ainda discutidas propostas relativas à alteração do contrato de sociedade.

No final do último exercício o Grupo Fosum detinha, entre as participações qualificadas, 27,06% do capital da instituição, a petrolífera estatal angolana 19,49%, a BlacRock 2,83% e o Grupo EDP (que também tem controlo de capitais chineses) 2,21%.

O grupo desenvolve um conjunto de atividades financeiras e serviços bancários em Portugal e no estrangeiro, onde está presente em diversos mercados: Polónia, Suíça, Moçambique, Angola (através da associada BMA) e China. Todas as suas operações bancárias desenvolvem a sua atividade sob a marca Millennium. O Grupo está ainda presente no Oriente desde 1993, mas apenas em 2010 foi realizado o alargamento da atividade da sucursal existente em Macau, através da atribuição da licença plena (onshore), visando o estabelecimento de uma plataforma internacional para a exploração do negócio entre a Europa, China e África lusófona.

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Cardigos reforça equipa de direito público e concorrência

O escritório acaba de integrar os advogados João Paulo Teixeira de Matos e Pedro Santos Azevedo.

A Cardigos acaba de reforçar a sua área de direito público, regulatório e de concorrência (PR&C) com a contratação de João Paulo Teixeira de Matos e Pedro Santos Azevedo.

O advogado João Paulo Teixeira de Matos, of counsel, é atualmente consultor na Iuris Advocates/Iuris Malta. Foi sócio fundador de vários escritórios, entre eles a Landwell (legal network associado à PwC) e a Leónidas, Matos & Associados (atualmente Garrigues Portugal), na qual foi managing partner e responsável pelos departamentos de direito europeu e concorrência e de contencioso e arbitragem.

É membro fundador do Círculo de Advogados Portugueses de Direito da Concorrência, do qual foi secretário-geral, foi membro da Direção da APDE (Associação Portuguesa de Direito Europeu) e do Comité Directeur da FIDE (Federação Internacional de Direito Europeu), membro da direção da ASAP.

Pedro Santos Azevedo, of counsel, tem experiência profissional como advogado e jurisconsulto e exerceu funções de consultor jurídico junto da Autoridade Nacional de Comunicações. É orador regular em cursos, conferências e pós-graduações em contratação pública e conta com várias publicações sobre este e outros temas de Direito Público.

É árbitro do Centro de Arbitragem Administrativa e membro do Grupo de Contratação Pública do Centro de Estudos de Direito Público e Regulação da Universidade de Coimbra.

A Cardigos fortalece assim as áreas de contratação pública e regulação e concorrência, co-coordenadas pelos sócios Pedro Moniz Lopes (Professor de Direito Público da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa) e Porfírio Moreira (LLM em Direito Europeu pelo Colégio da Europa).

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Parceria entre a EDP e Engie vai dar dimensão e mais alcance às duas empresas, diz a Moody’s

A agência de rating considera que o negócio é positivo para as duas empresas, salientando que a joint-venture pode dar maior dimensão e alcance num mercado sustentável e que está a crescer rápido.

A Moody’s considera que a criação de uma joint-venture entre a EDP Renováveis e a francesa Engie para a energia eólica offshore, anunciada esta terça-feira, vai permitir às duas empresas ter maior dimensão e alcance num mercado que está a crescer rapidamente.

As duas empresas fecharam um acordo para que ambas tenham o controlo partilhado da nova joint-venture, com Spyridon Martinis da EDP a assumir a presidência executiva desta nova empresa e Paulo Almirante, da francesa Engie, como novo chairman. A joint-venture vai ter sede em Madrid e a liderança será escolhida de forma rotativa por períodos de três anos.

Segundo a agência de rating, este negócio será positivo para as duas empresas porque permite-lhes combinar os seus projetos de pipeline e as estruturas de energia eólica offshore.

“Ao combinar os seus ativos e o seu conhecimento, os grupos podem alcançar maior dimensão e alcance no mercado em forte crescimento da energia eólica offshore, disse o vice-presidente sénior da Moody’s Niel Bisset.

O memorando que cria a nova empresa foi assinado em Londres pelo CEO da EDP, António Mexia, e pela CEO da ENGIE, Isabelle Kocher, que explicou que o objetivo da joint-venture “é criar um líder mundial no mercado eólico offshore”.

As duas empresas, que deterão partes iguais desta joint-venture, querem têm como alvo prioritário mercados na Europa, nos Estados Unidos e algumas regiões da Ásia, nomeadamente em países como o Japão e a Coreia do Sul.

Será “autofinanciada e os projetos que desenvolver irão respeitar os critérios de investimento de ambas as empresas”, revelou ainda a empresa liderada por António Mexia, que detém 82,5% da subsidiária EDP Renováveis.

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Lisboa quer duplicar radares de velocidade. Vai ter 41

  • Lusa
  • 22 Maio 2019

A Câmara de Lisboa vai investir 3,2 milhões de euros para expandir a rede de radares e substituir os atuais. Terá, no total, 41 radares na cidade.

A Câmara de Lisboa vai discutir na quinta-feira uma proposta para expandir a rede de radares existente na cidade para 41, através da aquisição de 20 novos dispositivos, e substituir os atuais, num investimento de 3,2 milhões de euros. O documento, assinado pelo vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar (PS), vai ser apreciado em reunião privada do executivo liderado pelo socialista Fernando Medina.

De acordo com a proposta, à qual a agência Lusa teve acesso, o município lisboeta conta atualmente com “um sistema de segurança rodoviária que integra 21 dispositivos de controlo de tráfego/velocidade (…), o qual, através da presente proposta de aquisição se pretende renovar e alargar, substituindo-se os (…) existentes por novos equipamentos, com um sistema de tecnologia mais eficiente, com vista a corrigir falhas operacionais e adquirindo-se e instalando-se 20 novos dispositivos”.

O preço base do concurso público é de cerca de 1,3 milhões de euros para a aquisição de novos radares e de 1,3 milhões euros para a substituição dos existentes, valor ao qual acresce o IVA, perfazendo um investimento total de cerca de 3,2 milhões.

O documento visa submeter à apreciação da Assembleia Municipal de Lisboa uma repartição de encargos em três anos, sendo que a autarquia deverá investir cerca de 2,5 milhões no próximo ano, 363 mil euros em 2021 e 333 mil em 2022.

“O contrato a celebrar terá um período de vigência inicial de doze meses” para os novos radares, renovável por dois períodos de um ano e “um período inicial de vigência de oito meses” para a substituição de dispositivos, renovável também por dois períodos de um ano, refere a proposta.

“A velocidade excessiva é uma variável explicativa de determinado tipo de sinistralidade, reconhecendo-se quão decisivo é o seu combate para obtenção de baixos níveis de risco, nomeadamente nas áreas urbanas onde estão presentes utentes particularmente vulneráveis”, defende o documento, acrescentando que o “uso de radares” tem “sido reconhecido como um meio muito eficaz de combate à sinistralidade” em Lisboa.

Na reunião de quinta-feira, o executivo municipal vai também deliberar sobre a implementação de nove Zonas de Estacionamento de Duração Limitada (ZEDL) na freguesia de Benfica.

A EMEL – Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa e a autarquia, “em sintonia com a junta”, elaboraram um projeto de divisão da freguesia em 10 zonas, sendo que, após o processo de consulta pública, que contou com 132 participações, e um parecer da junta, a proposta de zonamento foi alterada.

Em março, a presidente da Junta de Benfica, Inês Drummond (PS), declarou à Lusa que “há zonas onde não faz sentido a EMEL entrar” e comprometeu-se a promover mais consultas de bairro caso ache necessário, à semelhança do que aconteceu em janeiro na zona do Fonte Nova.

Na mesma altura, a autarca disse ainda que estimava que a empresa de estacionamento começasse a operar na zona do centro comercial Fonte Nova, em Benfica, algo que ainda não aconteceu.

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À espera do novo iPhone? O XR2 pode ser assim

As câmaras do iPhone XR2 poderão passar a ter uma moldura quadrada, design que está a gerar controvérsia. E a paleta de cores deverá crescer, passando a incluir verde, amarelo e vermelho.

O design dos novos iPhones está a deixar os consumidores reticentes, e pode continuar a gerar controvérsia. Se a aparência do iPhone XR já fez surgir algumas opiniões mais pejorativas, sobretudo quanto à saliência da câmara traseira, o iPhone XR2 poderá seguir a tendência.

De acordo com a Forbes (acesso livre, conteúdo em inglês), a Apple poderá proceder a algumas mudanças controversas naquele que é o seu modelo mais vendido.

O maior ponto de controvérsia deverá ser a moldura quadrada que envolve a câmara traseira do iPhone XR2. Embora as especificações das câmaras sejam promissoras, o design da mesma pode suscitar algumas dúvidas entre os consumidores.

De acordo com as imagens 3D trabalhadas pelo YouTuber Filip Koroy, do canal Everything Apple Pro e que tem dado provas de ir ao encontro dos designs finais apresentados pela marca, as câmaras e o flash serão envolvidos por uma espécie de moldura. Contudo, desta vez, essa moldura deverá assumir um formato quadrado.

Além disso, também as cores escolhidas pela Apple para o novo iPhone são uma novidade. Verde néon, amarelo e vermelho poderão ser algumas das novas possibilidades. Resta saber se este é, de facto, o design final do iPhone ou se a marca ainda vai proceder a algumas alterações.

De qualquer modo, se a tradição se mantiver, os novos dispositivos da Apple apenas serão apresentados em meados de setembro.

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Presidente chinês alerta para dificuldades criadas pela guerra comercial com EUA

  • Lusa
  • 22 Maio 2019

Numa altura de tensão comercial entre os Estados Unidos e a China, o presidente Xi Jinping avisa os cidadãos para estarem preparados para enfrentar "riscos e desafios".

O Presidente da China, Xi Jinping, alertou esta quarta-feira o povo chinês para os “riscos e desafios” da “situação difícil” criada pela guerra comercial com os EUA, de acordo com declarações divulgadas pela agência estatal Xinhua.

“O nosso país encontra-se numa fase de procurar oportunidades estratégicas para o desenvolvimento, mas a situação internacional está cada vez mais difícil”, disse o Presidente chinês, durante uma visita à província de Jiangxi, no sul do país.

Xi dirigiu-se aos cidadãos para os alertar para o contexto “complexo e desfavorável” que enfrenta a economia do país, incentivando-os a estar preparados para “superar riscos e desafios”.

As declarações de Xi ocorrem no momento em que a guerra comercial entre a China e os EUA continua numa escalada, sobretudo depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter declarado sanções à empresa de tecnologia chinesa Huawei, considerando que a sua tecnologia de comunicações 5G coloca riscos de espionagem.

Empresas como a Google anunciaram esta semana que vão deixar de facilitar e permitir que a Huawei use o seu sistema operativo, Android, com o qual operam os telemóveis da empresa chinesa. A Huawei terá agora três meses para a fase de transição facilitada pelo governo norte-americano, antes de ficar exposta às sanções anunciadas por Donald Trump.

Outras empresas norte-americanas de processadores informáticos como a Intel, Qualcomm, Xilinx e Broadcom, a empresa alemã Infineon Technologies e fabricantes de ‘chips’ como a US Micron Technology e Western Digital vão também deixar de fornecer a Huawei, cumprindo as instruções de Trump, o que pode atrasar os planos de adoção da rede 5G em todo o mundo.

A diretora financeira e filha do fundador da Huawei, Meng Wanzhou, também se encontra em liberdade condicional sob fiança no Canadá, após ter sido detida naquele país a pedido dos EUA, que acusou a empresa chinesa de violar as sanções impostas ao Irão. O fundador e CEO da Huawei, Ren Zhengfei, tentou minimizar as sanções dos Estados Unidos, dizendo que a sua empresa está vários anos à frente dos seus concorrentes, na tecnologia 5G.

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CTT brindam à chegada do novo CEO, mas Lisboa não festejou

A bolsa de Lisboa encerrou no vermelho, acompanhando o cenário que se viveu no resto da Europa. A estrela da sessão foram os CTT que dispararam 3%.

Lisboa encerrou no vermelho, acompanhando o cenário que se viveu nas restantes praças europeias. A pesar no desempenho índice esteve o BCP e a Galp Energia. Por sua vez, a impedir uma queda mais expressiva estiveram os títulos dos CTT que somaram quase 3%, no dia em que João Bento tomou posse como CEO da empresa.

O PSI-20 perdeu 0,28% para 5.108,06 pontos, numa altura em que as restantes praças europeias também terminaram em queda. O Stoxx 600 perdeu 0,12% para 379,03 pontos, enquanto o espanhol IBEX 35 recuou 0,11% para 9.228,5 pontos. Na Alemanha, o DAX acabou por encerrar em terreno positivo.

A penalizar a bolsa nacional estiveram as ações do BCP que desvalorizaram 0,71% para 0,2509 euros, no dia em que o banco aprovou o pagamento de dividendos e a devolução de cortes aos trabalhadores. Destaque ainda para a Galp Energia que caiu 0,1% para 14,385 euros perante a queda do preço do barril de petróleo nos mercados internacionais.

A estrela desta sessão foram os CTT, cujas ações somaram 2,95% para 2,3060 euros, no dia em que João Bento tomou posse como CEO da empresa. O novo líder da empresa dos correios foi nomeado na sequência da renúncia ao cargo por parte de Francisco de Lacerda.

Ainda a impedir uma queda mais acentuada do índice nacional esteve a Jerónimo Martins que subiu 1,35% para 13,50 euros, contrariando a queda de quase 1% da Sonae.

A EDP também se destacou pela positiva, registando um ganho de 0,18% para 3,269 euros, enquanto a EDP Renováveis avançou 0,46% para 8,80 euros depois da criação da joint-venture com a Engie.

(Notícia atualizada às 16h57 com mais informação)

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BCP aprova dividendos e devolução dos cortes aos trabalhadores. À porta, sindicatos pedem mais. Maya pede “equilíbrio”

Foi em clima de contestação laboral que os acionistas do BCP aprovaram dividendos de 30 milhões, mas também a devolução dos salários retidos durante a crise. Sindicatos querem mais de Miguel Maya.

“Devoluções não são prémios. Queremos o que é nosso”. À porta da assembleia geral do BCP, no Taguspark, em Oeiras, centenas de trabalhadores e reformados do banco aguardavam pela administração e acionistas para lhes exigirem melhores condições salariais após o regresso do BCP aos lucros. Não faltaram assobios, apupos, tambores e cabeçudos num protesto que acabaria por desmobilizar cerca de duas horas e meia depois.

O banco liderado por Miguel Maya deu a volta à crise e, depois dos resultados de 301 milhões de euros obtidos em 2018, propôs agora regressar aos dividendos (30,1 milhões de euros, ou 0,002 euros por ação) e ainda compensar os trabalhadores pelos cortes salariais que foram impostos aos trabalhadores entre 2014 e 2017 (devolução de 12,6 milhões de euros de um total de 36 milhões retidos naquele período).

Esta proposta foi levada à assembleia geral num único ponto e foi aprovada pela maioria dos acionistas (por 99,98%) já depois de a manifestação ter desmobilizado lá fora. A reunião magna contou com a representação de 64,5% do capital do banco, sendo a mais participada desde 2008.

A devolução dos 12,6 milhões não satisfaz os três sindicatos que organizaram o protesto, o Sindicado dos Bancários do Norte (SBN), o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) e o Sindicato Independente da Banca (SIB). Pretendem sobretudo que o processo seja mais rápido e os representantes das três organizações sindicais entregaram mesmo uma carta à comissão executiva a pedir a devolução imediata da totalidade das verbas cortadas.

“O que se afigura é que esta devolução vai ser feita num prazo muito longo. Para cortar foi feito num ápice e agora para devolver é um tempo demasiado longo. Há condições económicas e financeiras que o banco pode fazer este movimento de forma muito mais célere“, disse Paulo Gonçalves Marcos, presidente do SNQTB, aos jornalistas.

Conforme avançou o ECO, Miguel Maya propôs a restituição faseada dos valores retidos durante os próximos três anos, sendo que os salários até 1.500 euros vão rever a totalidade dos cortes já este ano. Para as remunerações que variam entre 1.500 euros e 2.500 euros, a restituição das verbas retidas entre 2014 e 2017 situar-se-á entre os 33% e os 50%.

Por outro lado, a intransigência da administração de Miguel Maya à mesa das negociações com vista à atualização salarial levou outros dois sindicatos do setor, o Sindicato Bancário do Sul e Ilhas (SBSI) e o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC), a juntarem-se ao protesto.

“Desde 2010 que os salários não são aumentados e, por força disso, também não são aumentadas as pensões porque os reformados não veem repercussões nas suas pensões e são cerca de 17 mil”, afirmou Cristina Damião, coordenadora do SBSI. “Esperamos que depois desta assembleia geral haja um processo mais célere de forma a repor as atualizações salariais. Entendemos que não deve haver aumentos inferiores à inflação”, frisou.

Paulo Marcos complementa o descontentamento: “Há uma intransigência absoluta em fazer atualizações em 2018 e as propostas que estão em cima da mesa para 2019 ficam muito aquém. Acima de tudo, será mais um ano de perda de poder de compra, o que nos parece que dez anos consecutivos é demasiado e não há qualquer justificação. Não encontramos flexibilidade do lado do banco. A continuar esta intransigência, o banco perde a moral”.

Acionistas dão luz verde a antigo administrador financeiro da EDP

Além dos dividendos e da compensação salarial, e à exceção do ponto 11, todos os outros pontos que constavam na ordem de trabalhos foram aprovados por mais de 99% dos acionistas presentes na assembleia geral, incluindo a cooptação de Fernando Costa Lima para o conselho de administração como vogal do conselho da administração e da comissão de auditoria, que era para ser ocupado por Norberto Rosa, nome que entretanto caiu devido ao relatório da auditoria da EY aos atos de gestão da Caixa Geral de Depósitos. Fernando Costa Lima aguardava ainda autorização do Banco Central Europeu.

Também por causa da retirada de Norberto Rosa, que passou a desempenhar funções na Associação Portuguesa de Bancos, os acionistas do BCP também deram luz designação de Nuno Alves, antigo administrador financeiro da EDP, para o cargo de vogal do conselho de remunerações e previdência do banco. O ponto foi aprovado com uma taxa de 99,79%.

A Deloitte foi também reconduzida para exercer funções de auditora independente do banco para o biénio 2019/2020.

Assembleia Geral Millennium BCP, Taguspark - 22MAI19
Miguel Maya e Nuno Amado falaram no final da assembleia geral.Hugo Amaral/ECO

“Não estamos a privilegiar ninguém”

À saída da assembleia geral, Miguel Maya sublinhou as “diferentes opiniões” entre banco e sindicatos no que toca à forma de compensar os trabalhadores pelos cortes e, perante as exigências de atualizar a tabela salarial congelada há anos, referiu que no ano passado 24% dos trabalhadores tiveram aumentos através de promoções.

“Como tínhamos assumido no compromisso perante os colaboradores de compensar pelas remunerações que deixaram de receber durante o período mais difícil da vida do banco e estamos a cumprir essa promessa. O que fizemos aqui foi propor aos acionistas e os acionistas aprovaram essa compensação no montante equivalente a um terço do total. Se não aprovássemos nesta assembleia, provavelmente só no próximo ano é que teríamos esta oportunidade e não podíamos fazê-lo defesa dos direitos dos trabalhadores do BCP. Estamos convencidos de que fizemos a opção correta“, afirmou.

“No ano passado, o BCP aumentou salários a 24% dos trabalhadores. Pergunto: empresas privadas com mais de 1.000 trabalhadores, quantas é que conseguiram fazer aumentos desta natureza?”, acrescentou ainda.

Maya pretende obter uma solução “equilibrada” com os trabalhadores. Só dessa forma estará a proteger o banco. “Ao proteger os interesses do banco estamos a proteger os interesses de todos os stakeholders. Não estamos a privilegiar nenhum stakeholder em concreto. passos corretos para que a situação do BCP seja sólida para o futuro. Temos de pensar que queremos ser o banco das famílias e das empresas hoje e nos muitos anos que temos pela frente”, comentou.

(Notícia atualizada às 18h01 com mais informação sobre os restantes pontos)

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ADSE vai apresentar novas tabelas até ao final do mês. Conselho Diretivo garante que estão “quase finalizadas”

Passado mais de um mês do prazo que tinha sido dado pelo Conselho Diretivo, as novas tabelas de preços da ADSE estão quase prontas. O documento vai ser apresentado aos prestadores.

As novas tabelas de preços da ADSE estão “quase finalizadas”, afirma Eugénio Rosa, vogal do Conselho Diretivo eleito pelos representantes dos beneficiários, ao ECO. Depois de já ter passado mais de um mês do último prazo apontado pela direção, que era 15 de abril, o representante garante que estarão prontas ainda em maio.

Falta pouco mais de uma semana para o mês terminar e a realização das tabelas está na “fase final”, assegura Eugénio Rosa. Este é um “processo lento”, aponta o vogal, que exige um “trabalho imenso”. Esta é a justificação para a demora da apresentação do documento que irá tabelar “milhares de preços”.

Os prestadores privados já estão a ficar impacientes com esta demora. No final de abril, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) informava os associados, numa newsletter, de que a ADSE ainda não tinha apresentado qualquer proposta, “apesar das promessas realizadas”. A APHP adiantou ainda ao ECO, no início do mês, que via “com muita preocupação que que as negociações não” tivessem “avançado”.

O Conselho Geral de Supervisão também aguarda estas tabelas, tanto que até já tem um grupo de trabalho formado para elaborar um parecer sobre estas. No início do mês, depois de uma reunião, aprovou uma resolução a criticar a falta de ação do Conselho Diretivo, bem como a demora face à entrega das tabelas, avançou o Público (acesso pago).

O novo documento será apresentado aos prestadores privados, que poderão fazer sugestões ou reparos. A nova tabela deverá acabar com as regularizações, sendo composta por preços fechados. Anteriormente, as regularizações fizeram agravar as tensões entre alguns grupos privados e a ADSE, depois do subsistema de saúde dos funcionários públicos exigir 38 milhões de euros por faturação excessiva.

Alguns dos privados, como os grupos Luz Saúde e José de Mello Saúde, chegaram mesmo anunciar que iam suspender as convenções com a ADSE. Mas voltaram atrás na decisão passado pouco tempo, depois de a ADSE mostrar disponibilidade para negociar. Estas decisões, tomadas quase em simultâneo, levaram a Concorrência a fazer buscas em alguns hospitais, por suspeitas de concertação.

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Advocatus Summit. NPL e a nova regulação europeia

  • ADVOCATUS
  • 22 Maio 2019

Conheça os oradores da primeira talk da segunda edição da Advocatus Summit, o meeting point de empresas e advogados. Já no próximo dia 28 de maio, na Universidade Católica Portuguesa.

A Advocatus Summit tornou-se no principal evento que liga a advocacia de negócios aos agentes empresariais e da economia. Na sua segunda edição — já a 28 de maio —, a Advocatus Summit irá debater temas tão diversos como o Compliance, NPL, Cibersegurança ou Brexit. Sempre numa lógica que liga a visão legal com as necessidades das empresas.

A primeira talk, dedicada ao tema NPL e a Nova Regulação Europeia conta com a presença das sócias da SRS Advogados, Alexandra Valente e Natália Garcia Alves, Joaquim Paulo, partner da Deloitte, e ainda de Luís Chaves, business development director da Servdebt Group.

Pode consultar mais detalhes sobre o evento e inscrever-se aqui.

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Porto recebe primeira loja oficial da Xiaomi em Portugal a 1 de junho

A Xiaomi, que é um das startups mais valiosas do mundo, já conta com mais de 100 lojas no mercado europeu. Vai abrir a primeira em Portugal.

A Xiaomi vai abrir a sua primeira loja física em Portugal. Segundo avança a fabricante de telemóveis numa publicação na sua conta oficial de Instagram, o destino escolhido para receber a loja é o Porto, mais propriamente na Rua Sá da Bandeira. A abertura está prevista para o dia 1 de junho.

A marca já tinha anunciado a abertura de uma loja física em Portugal há quatro dias — também através do Instagram — mas ainda não se sabia qual seria o local escolhido para a mesma.

Em Portugal, algumas lojas já utilizavam o logótipo e denominação “Mi”, mas nenhuma era oficial. São lojas que, efetivamente, vendem produtos da marca, mas não são verdadeiras Mi Store.

Na Europa, a Xiaomi, que é um das startups mais valiosas do mundo, já conta com mais de 100 lojas. É a quarta fabricante de smartphones que mais vende em todo o mundo.

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Investidores receiam guerra comercial. Wall Street em queda

Preocupações relativamente às tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, que não parecem ter fim à vista, pressionam Wall Street. Os investidores aguardam ainda as minutas da Fed.

As bolsas norte-americanas abrem em queda, com os investidores cautelosos. Tanto face às tensões comerciais, que estão a aquecer novamente depois de notícias de que os Estados Unidos querem aplicar sanções a mais uma empresa chinesa, mas também enquanto aguardam as minutas da reunião da Fed, que deverão dar mais explicações relativamente à ação da reserva federal norte-americana.

Apesar de terem suspendido temporariamente as sanções à Huawei, os Estados Unidos já terão outra empresa chinesa na mira. Relatos de que Washington está a estudar restrições a uma fabricante de equipamentos de videovigilância chinesa, a Hikvision, fizeram aumentar as preocupações dos investidores com a guerra comercial.

Os índices de referência estão em queda ligeira à espera de mais desenvolvimentos. O S&P 500 cai 0,29% para os 2.856,06 pontos, enquanto o industrial Dow Jones recua 0,23% para os 25.818,46 pontos. O tecnológico Nasdaq, que tem oscilado entre ganhos e perdas nas últimas sessões, desce 0,46% para os 7.749,81 pontos.

A Apple é uma das empresas do setor que não escapa às incertezas que rodeiam o panorama internacional, e recua 0,78% para os 185,14 dólares. Também a Qualcomm segue em queda, depois de um juiz dizer que a empresa cobrou preços demasiado altos a outras empresas pelas licenças para usar a sua tecnologia. Os títulos da tecnológica caem 7,94% para os 71,58 dólares.

Nas perdas destaque ainda para a Tesla, que, na semana passada, alertou os investidores de que só tinha liquidez para dez meses e pediu novos sacrifícios aos seus funcionários. Os títulos da empresa liderada por Elon Musk caem 1,85% para os 201,29 dólares.

A travar maiores perdas está o setor do retalho, depois de várias empresas apresentarem resultados. A Target brilha, depois de apresentar contas acima do esperado. Os títulos da empresa avançam 7,89% para os 77,69. Também a Home Depot sobe depois de revelar as contas, 0,36% para os 192,09 dólares.

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