Já houve quatro multas em Portugal por causa do RGPD. Uma foi ao Hospital do Barreiro e três a empresas privadas

Já houve pelo menos quatro coimas da CNPD em Portugal por causa do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). Uma foi ao hospital público do Barreiro mas três foram a entidades privadas.

Filipa Calvão, Presidente da Comissão Nacional de Proteção de Dados, em entrevista ao ECO - 17MAI19
Filipa Calvão, presidente da CNPD.Hugo Amaral/ECO

A comissão responsável pela proteção de dados em Portugal já aplicou quatro coimas ao abrigo do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). Entre elas estão três coimas a entidades privadas e uma ao hospital público do Barreiro, revelou ao ECO a presidente da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), Filipa Calvão.

“Tivemos decisões de aplicação de sanções a quatro entidades até 30 de abril”, afirmou a responsável, salientando que, entretanto, “terão havido mais”. Um dado que é avançado numa altura em que se assinala um ano desde que o RGPD entrou em vigor em todos os Estados-membros da União Europeia (UE).

Filipa Calvão recusou revelar a identidade das empresas privadas que foram alvo de coimas no último ano, mas explicou que, “muitas vezes”, estiveram em causa problemas relacionados com a não garantia dos direitos dos cidadãos por parte destas entidades. Por exemplo, um dos casos que resultou numa coima esteve relacionado com o direito de “acesso à informação”. “O acesso não foi dado, ou foi eliminada a informação a que o cidadão queria aceder”, apontou.

No caso do Hospital do Barreiro, sabe-se que essa entidade pública do setor da Saúde foi multada em 400.000 euros pela CNPD no final do ano passado, por permitir o acesso irregular aos dados dos doentes. A administração do hospital recorreu da decisão e ainda não se conhece um desfecho do processo na Justiça.

O RGPD chegou ao terreno a 25 de maio de 2018 para garantir aos cidadãos da UE novos direitos em matéria de proteção de dados na era digital. Ao mesmo tempo, obrigou as empresas a obterem consentimento dos titulares dos dados para cada utilização. Apesar de as novas regras já estarem em vigor em Portugal, o Parlamento ainda não aprovou a lei que clarifica a aplicação do regulamento na jurisdição portuguesa, nem a própria lei orgânica da CNPD, que dá à comissão novos poderes de supervisão em matéria de proteção de dados.

O RGPD prevê coimas até 4% da faturação anual da empresa ou 20 milhões de euros, consoante o que valor que for mais elevado. Só quando o Parlamento aprovar a lei que executa o regulamento em Portugal é que serão definidos os limites consoante a gravidade das infrações e o tamanho das empresas. Até lá, o que se aplica é a regra europeia.

A maior multa por causa do RGPD foi aplicada em França e teve como alvo a norte-americana Google. Em janeiro, as autoridades francesas obrigaram a multinacional a pagar 50 milhões de euros por usar, indevidamente, dados pessoais dos cidadãos para segmentar publicidade sem consentimento expresso dos titulares.

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Sumol+Compal investe 65 milhões de euros até 2021. Vêm aí embalagens mais amigas do ambiente

  • Lusa
  • 17 Maio 2019

A empresa anunciou um plano de investimento que inclui a redução da pegada de CO2 e a adoção de embalagens mais amigas do ambiente.

A Sumol+Compal anunciou esta sexta-feira, em Almeirim, um plano de investimentos de 65 milhões de euros a realizar até 2021 para duplicar a capacidade de armazenamento e expedição, reduzir a pegada de CO2 e adotar embalagens mais amigas do ambiente.

Durante uma visita do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, à fábrica de Almeirim, o presidente do Conselho de Administração da Sumol+Compal, António Eusébio, apresentou o “maior programa plurianual de investimento” da empresa e a parceria com a Tetra Pak que permite à marca Compal ser a primeira a nível mundial a utilizar uma nova embalagem “mais amiga do ambiente, mais funcional, ergonómica e leve”.

António Eusébio afirmou que a existência de “um enquadramento fiscal incentivador do investimento” foi um “forte estímulo” para o projeto em curso, o qual surge da convicção de que os frutos e vegetais, de que são feitas as bebidas que a empresa produz, “são fontes de nutrição e de bem-estar”, e da aposta na inovação, procurando “novos conceitos de produtos, novos sabores e novas embalagens”.

Na visita realizada, foi mostrada a primeira linha da nova geração de embalagens “de cartão complexo”, instalada na fábrica de Almeirim, escolhida para realizar o “filed test” deste equipamento. O novo pacote tem uma tampa de polietileno, fabricado a partir de cana-de-açúcar, e um peso inferior em 15% ao das atuais embalagens, registando-se uma redução em cerca de 200 toneladas por ano dos materiais consumidos, entre os quais plásticos de origem fóssil.

Por outro lado, está em curso a construção de um armazém numa área de 12.000 metros quadrados, com uma área de expansão prevista de 3.000 metros quadrados, que permitirá o aumento da capacidade de carga de 25.000 para 55.000 paletes e do número de cais de expedição de 19 para 39, disse António Eusébio. A Sumol+Compal possui seis fábricas, quatro delas em Portugal, uma em Moçambique e uma em Angola, tendo iniciado recentemente operações em regime de franquia no Gabão e nos Camarões.

Exportando para cerca de 70 países, o volume de negócios nos mercados internacionais ascendeu a cerca de 83 milhões de euros em 2018, o que representa cerca de 25% do volume de negócios total, segundo dados fornecidos pela empresa. A Sumol+Compal incorpora 120 toneladas de fruta nos seus produtos, por ano, sendo 30% de origem nacional, e emprega cerca de 1.600 pessoas, 1.200 das quais em Portugal.

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Metro do Porto terminou 2018 com prejuízo de 95,7 milhões. Elege novos órgãos no dia 31

  • Lusa
  • 17 Maio 2019

A empresa encerrou o ano passado com menos um milhão de euros nas contas. A eleição dos novos órgãos sociais acontece no final deste mês.

A Metro do Porto terminou 2018 com um prejuízo de 95,7 milhões de euros, menos um milhão de euros do que em 2017, revela uma proposta da Assembleia Geral (AG) eletiva da empresa, marcada para dia 31.

“Propõe-se que o resultado líquido apurado no exercício de 2018, no valor negativo de -95,7 milhões de euros, seja integralmente transferido para a conta de resultados transitados”, escreve-se na proposta de deliberação da AG da Metro do Porto, disponível na página da Internet da empresa e que está incluída na ordem de trabalhos da reunião anual.

A convocatória da AG prevê ainda que seja deliberada a eleição “dos órgãos sociais para 2019-2021” na empresa, que está sem presidente do Conselho de Administração (CA) desde fevereiro, quando Jorge Delgado, que liderava a Metro do Porto desde 2016, tomou posse como secretário de Estado das Infraestruturas. De acordo com o Ministério do Ambiente, os nomes propostos para a nova administração da empresa estão na Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) para emissão de parecer.

Com oito pontos na ordem de trabalhos, a AG da Metro do Porto está marcada para as 15h00 do dia 31 e prevê a apreciação sobre o Relatório de Gestão e Contas de 2018 e sobre a proposta de aplicação de resultados.

Em 2018, a empresa diminuiu o prejuízo em um milhão de euros, relativamente ao ano anterior, o que equivale a menos 1,03% de resultados negativos. Em 2017, a empresa fechou o ano com um prejuízo de 96,7 milhões de euros, uma melhoria de 29% face a 2016, tendo pela primeira vez transportado mais de 60 milhões de passageiros, de acordo com o relatório e contas.

Na assembleia-geral do dia 31, a Metro do Porto vai também votar o seu Orçamento, Plano de Atividades e Indicadores Previsionais de Gestão para 2019. No início de abril foram lançados os concursos para a construção da Linha Rosa, no Porto, e do prolongamento da Linha Amarela até Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia. O ministro do Ambiente apontou para daqui por três anos, em 2022, a conclusão das empreitadas, orçadas em mais de 300 milhões de euros.

O aviso publicado em Diário da República (DR) indica “42 meses” (quatro anos) como “prazo de execução do contrato” da construção da linha Rosa do Porto. A “execução da Linha Circular: Troço Praça da Liberdade – Casa da Música” tem como valor base 175 milhões de euros, de acordo com o DR. Quanto à obra de Vila Nova de Gaia, o prazo de execução previsto no DR é de “34 meses” (dois anos e dez meses).

O concurso foi lançado com o valor base de 95 milhões de euros. A agenda da AG da Metro prevê também a deliberação sobre a “Declaração sobre Política de Remunerações dos Membros dos Órgãos Sociais” da empresa.

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China endurece posição e Wall Street volta às quedas

O Governo chinês passou a mensagem de que está disposto a cancelar as negociações e seguir sem um acordo comercial se os EUA não cederem, e Wall Street voltou às quedas.

A bolsa de Nova Iorque abriu a cair, depois de três consecutivas de ganhos, influenciada, mais uma vez, pelas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.

O industrial Dow Jones caiu 0,75%, o Nasdaq desvalorizou 0,87% e o S&P 500 caiu 0,75%.

Na semana passada e na segunda-feira, a quebra das negociações entre os Estados Unidos e a China arrastaram Wall Street para sucessivas quedas. A desvalorização, de parte a parte, das tensões gerou algum otimismo que permitiu três sessões consecutivas de ganhos, embora não muito expressivos, mas esta sexta-feira foi a vez de a China enviar uma mensagem a Donald Trump: sejam sinceros ou cancelem as negociações.

Através de um comentário de uma conta social ligada ao Economic Daily, um jornal estatal chinês, o Governo chinês passou a mensagem de que está disposto a cancelar as negociações “se os EUA não avançarem com ações concretas”.

Num sinal de que a China está disposta a continuar sem um acordo, Wang Tang, um dos membros da direção do partido comunista chinês, disse esta sexta-feira num encontro com empresários de Taiwan que a guerra comercial pode custar 1% do PIB chinês no pior dos cenários, mas no longo prazo não terá custos.

As palavras mais duras do regime surgem depois de uma semana em que a Administração norte-americana tem dado sinais de que ainda é possível um acordo. O secretário do Tesouro dos EUA disse esta quinta-feira que espera viajar em breve para a China para continuar as negociações, que foram suspensas no final da semana passada sem qualquer acordo.

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AICEP defende aposta no comércio eletrónico para aumento das exportações

  • Lusa
  • 17 Maio 2019

Para atingir o objetivo de alcançar o peso de 50% das exportações na próxima década, estas terão que aumentar “entre 2% e 2,5% acima do crescimento da economia”.

O presidente da AICEP destacou esta sexta-feira a importância de uma aposta no comércio eletrónico de forma a manter as exportações na rota de crescimento para atingir o peso de 50% do PIB entre 2020-25.

Segundo Luís Castro Henriques, os grandes objetivos do plano estratégico da AICEP passam por “exportar mais, investir mais, digitalizar para o futuro e valorizar a marca Portugal”, reforçando a proximidade e apoio às empresas, em particular às Pequenas e Médias Empresas (PME).

A aposta no ‘e-commerce’ (comércio eletrónico), de acordo com Luís Castro Henriques, irá promover o crescimento “do ecossistema orientado para o mercado internacional”. O responsável falava durante a conferência “Exportações & Investimento” que decorre hoje na Nova School of Business and Economics, em Carcavelos, no concelho de Cascais.

Na mesma linha, e na abertura da sessão, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, referiu que para atingir o objetivo de alcançar o peso de 50% das exportações na próxima década, estas terão que aumentar “entre 2% e 2,5% acima do crescimento da economia”.

Segundo o secretário de Estado, o país precisa também de capital transformador externo, “para aumentar a produtividade e o valor dos bens transacionáveis que oferece ao mundo”.

Durante a sua intervenção, Luís Castro Henriques destacou o impacto na economia portuguesa das empresas apoiadas pelo AICEP, sinalizando que “mais de 10% do emprego criado em Portugal entre 2012 e 2016 foi por empresas apoiadas pela AICEP”.

Também segundo o responsável, as empresas apoiadas pela AICEP foram responsáveis por 46% do aumento da exportação de bens entre 2007 e 2017.

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Governo quer garantir que preços dos combustíveis deixam de ser fixados num único dia

Pedro Nuno Santos anunciou à saída da reunião com motoristas e empresas de transporte que vai trabalhar para garantir que preço dos combustíveis não é fixado num só dia da semana. Sobrecarrega setor.

O Ministro das Infraestruturas e Habitação vai procurar reunir com as petrolíferas e revendedoras de combustíveis para garantir que os preços dos combustíveis em Portugal deixem de ser fixados apenas uma vez por semana e sempre no mesmo dia. Segundo Pedro Nuno Santos, esta é uma reivindicação tanto dos motoristas de matérias perigosas como das empresas, já que o hábito de fixar os preços dos combustíveis à segunda-feira cria um excesso de concentração de trabalho nessa altura.

“Não depende do Governo. O que o Governo vai tentar fazer é garantir que o preço não seja fixado num só dia, tem consequência no trabalho das empresas, que precisam de concentrar grande parte do seu trabalho em determinados dias. Terá de se ver junto das distribuidoras de combustível”, avançou. E apesar de reconhecer que não tem tutela sobre a matéria, o ministro aponta que esta “é uma questão onde poderemos usar a nossa capacidade de influência”.

O Governo vai assim procurar reunir com as distribuidoras para tentar que estas deixem de fixar o preço a um dia específico da semana, o que normalmente acontece às segundas-feiras, ainda que as alterações sejam habitualmente conhecidas com dois dias de antecedência.

“Greve não deixou de acontecer por sorte, foi com trabalho”

Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas no final da reunião entre a Antram e a Fectrans e depois de ter também conseguido fechar um acordo entre aquela estrutura patronal e o sindicato dos motoristas de matérias perigosas, acordo este que levou ao levantamento da greve prevista para 23 de maio.

“Foram acordos muito importantes a que os dois sindicatos mais representativos do setor (SNMMP e Fectrans) chegaram com a Antram”, disse o ministro, elogiando de seguida tanto a postura dos sindicatos — “grande cooperação e abertura” — e da Antram — “as empresas estão a fazer um grande esforço para assegurarem o clima de paz social”. Mas os elogios também se dirigiram para a sua própria casa.

“A grave não deixou de acontecer por sorte, foi com trabalho”, explicou sobre a mediação do Governo a estes acordos. “Foi feito um trabalho importante e isso vai proporcionar que as eleições europeias decorram sem o clima de tensão que poderíamos vir a ter caso a grave não fosse desconvocada”, explicou.

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Valente de Oliveira, o homem mais condecorado no país, não concorda com retirada de distinções a Berardo

  • ECO
  • 17 Maio 2019

Em reação à polémica que rodeia Berardo, o ex-ministro Valente de Oliveira defende que a condenação na praça pública não é um critério que se deva seguir na decisão para retirar condecorações.

As declarações de Joe Berardo aos deputados da Comissão de Inquérito à recapitalização e atos de gestão da Caixa Geral de Depósitos chocaram o país. Depois desta audição, dúvidas sobre se o empresário deveria manter as comendas começaram a surgir. Mas para Luís Valente de Oliveira, o homem mais condecorado no país, retirar as distinções a Berardo abriria um precedente.

O ex-ministro apoia-se na lei para explicar a sua posição relativamente a Berardo. “A lei diz que se retira a condecoração quando for condenado”, relembra Valente de Oliveira, em declarações à Antena 1 (acesso livre). “A condenação na praça pública parece-me um critério que não se deve seguir sistematicamente“, aponta.

Valente de Oliveira, que já foi inclusive chanceler do Conselho das Ordens Nacionais, não se mostra incomodado em partilhar as distinções com Berardo, ao contrário de José Miguel Júdice, que ameaçou devolver a Ordem do Infante D. Henrique se o Presidente não retirar o grau de comendador a Berardo, no espaço de comentário da SIC Notícias (acesso livre).

Mesmo assim, Valente de Oliveira admite que “uma manifestação do desagrado do Conselho das Ordens” afigura-se “naturalmente justificável“. Depois de Marcelo Rebelo de Sousa sinalizar que não se oporia a uma deliberação por parte do Conselho das Ordens, a chanceler Manuela Ferreira Leite convocou para esta sexta-feira uma “reunião extraordinária” para rever as condecorações atribuídas a Berardo.

O presidente da Assembleia da República também já remeteu à chanceler das Ordens Nacionais a “posição final” sobre a retirada das comendas ao empresário Joe Berardo, lembrando, contudo, que não compete ao Parlamento intervir sobre a instauração de processos disciplinares.

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easyJet transporta mais 230 mil passageiros em Portugal. Mas alerta: fecho da pista em Lisboa não é suficiente

Procura turística por outros mercados começa a recuperar e este fator, conjugado com limitações em Lisboa, leva companhia a reforçar apostas noutros países e não em Portugal, alerta easyJet.

A easyJet chegou ao final do primeiro semestre do ano fiscal com um total de 2,99 milhões de passageiros transportados em Portugal, um crescimento de 8% face aos 2,76 milhões de pessoas que usaram a companhia entre outubro e março passado, avançou José Lopes, diretor-geral da companhia low cost para o mercado português, ao ECO. Contudo, e apesar da companhia manter as previsões de fechar o exercício com uma subida de 9% no total de passageiros de/para Portugal, o responsável alerta que os bloqueios no aeroporto de Lisboa ameaçam passar uma fatura elevada ao fluxo turístico do país.

“Estamos em final de maio e continuamos sem saber se vai haver um aumento da declaração de capacidade no aeroporto de Humberto Delgado para o verão de 2020”, referiu José Lopes. Estas declarações de capacidade devem ser fechadas até setembro para poderem entrar em vigor no chamado ‘Verão IATA’ do ano seguinte. Mas sem mudanças profundas e rápidas, a capacidade de Lisboa continuará idêntica, ou seja, quase sem espaço para crescer. E se em Lisboa não há espaço para crescer, muitos outros destinos vão aproveitar para reforçar a sua posição.

“Isto é muito preocupante. Será o terceiro ano sem capacidade de aumentar slots no verão. As companhias aéreas acabarão por colocar a sua capacidade noutros mercados, onde podem crescer. A falta de decisão é má para a economia portuguesa”, sublinhou o diretor-geral da companhia. Este fato é especialmente grave porque a easyJet já começou a notar alterações na procura de destinos turísticos na sua rede global, com os viajantes a denotarem um certo ‘regresso ao passado’, que é como quem diz, a recuperação da procura para destinos como a Grécia ou Egipto.

"Será o terceiro ano sem capacidade de aumentar slots no verão. As companhias aéreas acabarão por colocar a sua capacidade noutros mercados, onde podem crescer. A falta de decisão é má para a economia portuguesa”

José Lopes, diretor easyJet para Portugal

“Os destinos como Portugal, Itália, França ou Espanha continuam populares, mas vamos notando uma mudança da procura para o Leste do Mediterrâneo, para destinos como Egipto ou Grécia.” Esta é uma mudança que a persistir terá impacto em Portugal, que, aliás, já começou a ver o crescimento do turismo a desacelerar. “É em Faro que já sentimos mais pressão. É o aeroporto em Portugal que mais depende de chegadas e onde já sentimos uma maior pressão sobre os preços”, explicou José Lopes.

“Mas a principal preocupação é mesmo Lisboa”, não só porque é o maior, como por ser também o aeroporto português atualmente mais limitado, detalhou.

“Fecho da pista não é suficiente”

Apesar do Governo já ter autorizado a ANA – Aeroportos a avançar com o encerramento definitivo da pista secundária da Portela, com o objetivo de construir mais estacionamentos e criar maior espaço de circulação de aeronaves em terra, mas que também permitirá o avanço da construção de uma nova torre de controlo, além de outras infraestruturas, certo é que este passo é insuficiente para contornar os problemas aeroportuários em Lisboa. Resolve parte do problema em terra, mas não resolve qualquer problema no céu.

“A ANA tem em marcha um plano de investimentos que vai criar mais movimentos por hora, mas sem mais espaço superior não vai servir de nada. É preciso reorganizar o espaço aéreo no aeroporto para acomodar o espaço adicional no aeroporto em si. Se avançarem apenas estas obras então é como aumentar a capacidade de uma garrafa, sem aumentar o gargalo”, exemplificou José Lopes.

Ou seja, se Governo, ANA e militares não chegarem a um acordo que acabe com as limitações do espaço aéreo para aviação civil na região de Lisboa, o ritmo de saída/entrada de aviões manter-se-á igual independentemente do total de espaços de estacionamento do aeroporto Humberto Delgado. “O que voltamos a pedir mais uma vez é que os stakeholders tomem medidas urgentemente, de modo a libertar já alguma capacidade a tempo de estar disponível para o mercado no verão 2020″, apelou o diretor-geral da easyJet em Portugal.

O espaço aéreo lisboeta é atualmente “partilhado” entre a aviação civil e bases militares, sendo necessário proceder a alterações no terminal militar de Figo Maduro, mas também o abandono parcial da base do Montijo para que as aeronaves civis consigam maior espaço aéreo na região. Mas estas alterações, em especial a relativa à base do Montijo, dependem igualmente da decisão final sobre o aeroporto complementar ao Humberto Delgado, que, por seu turno, está dependente da declaração de impacto ambiental.

easyJet cresce 12% no Porto e 15% em Faro

Apesar dos constrangimentos na operação em Lisboa, a easyJet conseguiu fechar o período entre outubro de 2018 e março de 2019 com um crescimento de 6% na capacidade oferecida de/para a capital portuguesa, ultrapassando pela primeira vez os 1,2 milhões de passageiros no aeroporto Humberto Delgado, segundo dados avançados pela companhia ao ECO. O crescimento deveu-se sobretudo ao aumento da capacidade dos aviões utilizados — a companhia trocou os A319 por A320 em Lisboa. A Portela respondeu assim por 40% dos 2,99 milhões de passageiros da easyJet Portugal no período.

O maior crescimento da companhia registou-se, porém, a Sul, com a easyJet a apostar forte no combate à sazonalidade do Algarve, explicou José Lopes. “Reforçámos a oferta em 21%, o que elevou para perto de 40% o reforço da oferta em dois anos. Somos a companhia que mais se esforça a combater a sazonalidade da região”, garantiu. A low cost transportou um total de 625 mil passageiros de/para Faro.

Já a Norte, a easyJet conseguiu um total de 831 mil passageiros transportados, graças a um crescimento de 12% na capacidade, enquanto na Madeira o crescimento no total de passageiros foi de apenas 2%, para 307 mil.

Em termos globais, a easyJet fechou as contas do primeiro semestre com um prejuízo antes de impostos de 315 milhões de euros (275 milhões de libras), tendo registado uma redução da tarifa média de 47 para 43,8 libras. Apesar dos prejuízos, a transportadora aérea sublinhou manter inalteradas as perspetivas para a totalidade do ano e confortável face às previsões dos analistas — que estimam que a companhia feche as contas anuais com um lucro de 435 milhões de libras.

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Antram e sindicatos acordam aumento médio acima de 100 euros mensais para todos os motoristas

Aumentos médios de 100 euros chega a todas as classes de motoristas. Valor depende do ponto de partida do salário de cada trabalhador e pressupõe atualização do salário-base e de outras rubricas.

A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) chegaram a acordo para um aumento generalizado das retribuições pagas aos motoristas, que deverão subir em média 100 euros, explicou José Manuel Oliveira, à saída da reunião mediada pelo Ministério das Infraestruturas e Habitação.

“O protocolo que negociámos é para todos os setores do transporte de mercadorias. O salário mínimo global para um motorista atualmente é de 1.004 euros [brutos] e no próximo ano haverá um aumento global acima dos 100 euros, mas o valor variará de trabalhador para trabalhador”, avançou o líder da Fectrans. O acordo com a Fectrans surge horas depois da Antram ter fechado um acordo com o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, que levou à desconvocação da greve anunciada para o próximo dia 23 de maio.

“Os valores em cima da mesa não são de salários-base de 1.200 euros, nem de salários de 600 euros. São valores que vão remunerar mais todos os trabalhadores deste setor e todos os sindicatos têm esse acordo em cima da mesa e provavelmente vão surgir aumentos de 100 euros, 200 euros, não sabemos ainda… Vai depender do resto das negociações até ao final do ano”, explicou Gustavo Duarte, da Antram, à saída da mesma reunião.

Em causa, tanto neste acordo com a Fectrans como no acordo com o SNMMP, estão valores brutos mensais, incluindo salário-base e outras rubricas. Assim, e se no caso dos motoristas de matérias perigosas fala-se que o acordo permitiu fixar um salário de 1.400 euros para estes, este valor deve ser entendido como a soma do salário-base com outros subsídios — alguns dos quais específicos para os motoristas de matérias perigosas.

Mas a reunião entre a Antram e a Fectrans visou rever não as condições dos motoristas de matérias perigosas, antes as vigentes para todos os motoristas de transporte de mercadorias. Nestes casos, o salário de entrada da profissão é de 1.004 euros brutos, explicou a Fectrans, valor para o qual contribui o salário-base e outras rubricas. E segundo o acordado agora entre a Antram e a Fectrans, os salários médios para todos os motoristas de mercadorias “vão crescer e evoluir significativamente”, apontou José Manuel Oliveira.

Esta atualização, que será em média de 100 euros, dependendo do ponto de partida do salário de cada trabalhador, e será feita tanto através do salário-base, como pela atualização de outras rubricas salariais.

Motoristas saúdam reforço de descontos

Tal como já tinha avançado ao ECO, o advogado do SNMMP saudou como “um acordo histórico” os termos fechados com a Antram. “É um acordo histórico por ter definido vários fatores, financeiros e não financeiros”, referiu Pedro Pardal Henriques, também nas instalações do Ministério das Infraestruturas e Habitação, algumas horas depois das intervenções da Antram e da Fectrans.

“Aquilo que acordámos foi que a partir de janeiro de 2020, ou seja quando terminarmos a negociação do contrato, os motoristas de matérias perigosas vão receber 1.400 euros de remuneração global, dividida em várias rubricas, como prémio especial e variáveis e outras remunerações que não eram tributadas pela Segurança Social”, referiu.

O representante do SNMMP explicou que o acordo com a Antram com os motoristas de matérias perigosas difere ligeiramente do fechado para os restantes transportadores de mercadorias, já que prevê um subsídio suplementar de 125 euros, acrescido de um prémio de risco. Contudo, e mais do que os valores propriamente ditos, o sindicato congratulou-se por ter conseguido que todas as componentes salariais sejam tributadas em Segurança Social, o que significa que todos os valores dos salários contarão para apuramento de eventuais baixas ou reformas destes profissionais.

Além disso, apontou, “o mais importante for termos conseguido limitar o horário semanal dos motoristas a 40 horas, acrescido de não mais do que 8 horas extra por semana”, sublinhou. Os abusos ao nível dos horários de trabalho dos motoristas deram origem a mais de 230 contraordenações às empresas por parte da Autoridade das Condições do Trabalho (ACT) em 2018.

(Atualizado às 16h20, com declarações de Pedro Pardal Henriques)

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Candidata a bastonária da OA propõe “dar voz a todos os advogados”

Isabel da Silva Mendes apresentou a sua candidatura oficial a bastonária dos advogados esta quinta-feira. Entre as medidas que defende está a adaptação dos advogados às novas tecnologias.

A advogada Isabel da Silva Mendes apresentou oficialmente a sua candidatura a bastonária da Ordem dos Advogados para os anos de 2020 a 2022, esta quinta-feira no Salão Nobre da Ordem dos Advogados. O evento marcou o arranque da sua campanha eleitoral, que se prolonga até ao próximo mês de novembro.

Entre as principais bandeiras da candidata estão a preparação dos advogados para as novas formas e matérias de Direito que as novas tecnologias e a inteligência artificial começam a levantar, a negociação urgente da atualização dos valores tabelados para pagamento de honorários no Apoio Judiciário, e o combate à procuradoria ilícita.

Questionada sobre o porquê desta candidatura, Isabel da Silva Mendes explicou que “nos 93 anos de existência da Ordem dos Advogados, apenas duas mulheres foram eleitas bastonárias”. “Se enquanto advogada nunca senti qualquer diferença de tratamento nos Tribunais ou entre colegas, tal não afasta o meu compromisso para que seja alcançada a verdadeira igualdade profissional, legal e social. É por isso que me refiro ao advogado enquanto profissional, masculino ou feminino, em prática individual ou societária”, disse.

Em relação à escolha deste momento para se candidatar, a advogada mencionou os seus 30 anos na profissão, “26 em prática individual e os últimos quatro em prática societária”. “Já leccionei em diferentes instituições de ensino e sou membro de júri nas provas de agregação de estagiários há vários anos. Em suma, conheço todas estas realidades, falo a mesma linguagem de todos os advogados, em pé de igualdade, vivenciando as mesmas dificuldades e sei bem qual a realidade que se vive na Ordem. E não me são dadas respostas sobre o que será o meu futuro”, explicou a candidata.

“Não estou sozinha nesta candidatura. Trago comigo a missão de dar voz aos advogados, trazer-lhes esperança, fazê-los acreditar que o ser advogado é ser maior, que a justiça não se cumpre sem a sua intervenção e que o seu valor será dignamente reconhecido”, concluiu Isabel da Silva Mendes.

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Governo lança nova ferramenta de cibersegurança até ao final de junho

  • Lusa
  • 17 Maio 2019

A ministra da Presidência diz que tem como objetivo ajudar a proteger melhor as empresas e organismos públicos dos ataques informáticos.

Uma nova ferramenta de cibersegurança para as empresas vai ser lançada até final de de junho, anunciou esta sexta-feira a ministra da Presidência e Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva.

“Até ao final do primeiro semestre vai ser publicado um quadro nacional de referência para a cibersegurança”, afirmou a governante, no encontro “Cyber Security”, organizada pelo jornal Público hoje em Lisboa.

Mariana Vieira da Silva explicou que este quadro nacional de referência vai permitir informar as empresas acerca das ferramentas técnicas que vão necessitar para assegurar a sua segurança no ciberespaço.

O projeto está a ser desenvolvido pelo Centro Nacional de Cibersegurança e tem como objetivo ajudar a proteger melhor as empresas e organismos públicos dos ataques informáticos.

Este quadro, de adesão voluntária pelas organizações, deverá estar terminado no final do primeiro semestre deste ano, segundo a governante, e inclui um conjunto de controlos e medidas técnicas de cibersegurança para fazer face às ameaças conhecidas.

Afirmando estar confiante no trabalho que está a ser desenvolvido em Portugal nesta área, a ministra defendeu que o país está hoje “mais preparado” para lidar com a cibersegurança, mas admitiu que “não existe uma garantia absoluta” de proteção no ciberespaço.

“Mas não devemos ceder a alarmismos”, disse a ministra da Presidência e Modernização Administrativa na abertura do encontro.

Na sua intervenção, Mariana Vieira da Silva destacou ainda iniciativas nacionais na área da cibersegurança, como a a estratégia de segurança no ciberespaço lançada em 2015 e o curso online ‘Cidadão Ciberseguro’, lançado em fevereiro passado, para todos os cidadãos, tendo como objetivo para prevenir riscos decorrentes da utilização da Internet e do equipamentos eletrónicos.

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Só um em cada dez portugueses apostam na aprendizagem ao longo da vida

Portugal está abaixo da média europeia no que diz respeito à aprendizagem ao longo da vida. Ainda que se reconheça que essas atividades são vitais para o futuro do trabalho, Portugal está na cauda.

Apenas 11% adultos europeus apostam na aprendizagem ao longo da vida. A conclusão é do Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), que indica que, em 2018, a taxa em Portugal foi mesmo inferior à comunitária, verificando-se ainda assim, em ambos os casos, uma subida em termos homólogos. Apesar desse aumento, o cenário em causa é particularmente preocupante, já que a aprendizagem ao longo da vida tem sido apontada como uma das chaves para assegurar o futuro do trabalho humano.

“Os resultados do inquérito ao emprego mostram que, em 2018, a taxa de participação na União Europeia ficou nos 11,1%, 0,2 pontos percentuais (p.p) acima da taxa de 2017. A taxa tem aumentado gradualmente desde 2017, altura em que estava fixada nos 10,7%”, explica o Eurostat, referindo que as mulheres tendem a apostar mais do que os homens na aprendizagem ao longo da vida.

Entre os países europeus, Suécia (29,2%) e Dinamarca (23,5%) registaram as maiores taxas de participação. Do outro lado do espetro, aparecem a Roménia (0,9%), Bulgária (2,5%), Croácia (2,9%), Eslováquia (4%) e Grécia (4,5%).

E Portugal? Os adultos portugueses aparecem a meio da tabela (10,3%), ficando abaixo da média comunitária. Além disso, ao contrário do que aconteceu na generalidade dos países europeus, por cá a taxa não tem vindo a aumentar ano após ano, de modo consecutivo. Antes, atingiu um pico (11,5%) em 2011, tendo registado um recuo nos três anos seguintes. Em 2015, Portugal voltou a ver a taxa subir, mas no ano seguinte verificou-se um novo recuo. Nos últimos dois anos, a tendência já tem sido de aumento.

Ao contrário do que aconteceu na Europa, Portugal não registou uma subida contínua

Fonte: Eurostat

Em janeiro, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) identificou dez prioridades para garantir a proteção dos trabalhadores face às novas tecnologias, à robotização e aos desafios demográficos. O primeiro desses apelos deixados aos Governos foi, exatamente, o reconhecimento e valorização do direito à aprendizagem ao longo da vida, de modo a melhorar as competências dos trabalhadores e a permitir o desenvolvimento de novas habilidades.

“A aprendizagem ao longo da vida é a maior revolução do ponto de vista das políticas públicas” provocada pelos avanços tecnológicos, considerou o ministro do Trabalho e da Segurança Social, em reação a esse relatório. Na apresentação do estudo em Portugal. Vieira da Silva escolheu esse ponto como prioridade para a sociedade portuguesa, já que há “um défice de qualificações em comparação com os outros países”, realidade confirmada pelo Eurostat, esta sexta-feira. “A aprendizagem ao longo da vida só se constrói, se a educação for concebida, desde o início, como uma banda larga e não no sentido de ultra especialização”, disse.

O governante reforçou ainda que as escolas e as universidades não podem ser apenas espaços para “completar” a etapa formativa inicial, mas lugares aos quais se regressa para facilitar estas transições provocadas pelos avanços tecnológicos.

De notar que por aprendizagem ao longo da vida se entendem todas as atividades que tenham como objetivo melhorar o conhecimento e as competências pessoais, cívicas e profissionais dos adultos.

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