Crédito para comprar ações? “Risco é definido pelo acionista” da CGD, diz antigo vice-governador do Banco de Portugal

Antigo vice-governador diz que Banco de Portugal foi a única instituição a pedir um reforço das imparidades para o crédito em incumprimento à CGD, isto apesar de ser apenas a "quarta linha de defesa".

O antigo vice-governador do Banco de Portugal afirmou no Parlamento que o supervisor obrigou a Caixa Geral de Depósitos (CGD) a reforçar o registo de imparidades em 2011 quando o risco de incumprimento dos créditos se tornou “materialmente visível”. Pedro Duarte Neves adiantou ainda que foi a única instituição a forçar a um aumento das imparidades no banco público, isto apesar de ser apenas “quarta linha de defesa”.

Pedro Duarte Neves, ouvido na II comissão de inquérito à recapitalização da CGD e aos atos de gestão, referiu esta quarta-feira que há outras três linhas de defesa antes do Banco de Portugal que nunca vieram a determinar mais imparidades até 2011, ano em que o supervisor realizou uma inspeção aos créditos garantidos por ações. Na sequência desta ação, o banco público veio a reforçar o seu capital em 1.650 milhões de euros em junho de 2012.

“Uma instituição tem várias linhas de defesa: a primeira é o conselho de administração, a segunda são os órgãos de fiscalização, a terceira são os auditores externos, e a quarta é o Banco de Portugal”, declarou o antigo vice-governador que foi responsável direto pela supervisão bancária entre junho de 2006 até ao início do funcionamento do Mecanismo Único de Supervisão do Banco Central Europeu.

“Não tenho razão nenhuma para dizer que as imparidades estavam mal avaliadas. (…) Não tenho evidência de que as imparidades deviam ter sido calculadas antes. O que o Banco de Portugal fez foi pedir uma abordagem mais prudente, o que levou a registo de imparidades adicionais”, acrescentou mais tarde. O responsável citou mesmo um relatório da auditoria interna sobre as contas de 2009, que dizia que a informação que constava naquelas contas era “completa, verdadeira, atual, clara, objetiva e lícita”. “Seis adjetivos que são usados para atestar a validade das imparidades”, disse.

Além destas linhas de defesa, o ex-vice-governador também sublinhou a ausência do acionista Estado neste processo. “O acionista tem de saber como as decisões são tomadas”, frisou.

Numa anterior audição, Vítor Constâncio disse que não era ele o responsável pela supervisão, tendo ficado com o pelouro da política monetária durante o seu mandato, e foi esta a razão pela qual os deputados quiseram ouvir Pedro Duarte Neves sobre a atuação da supervisão em relação à Caixa.

Grande parte da audição foi marcada pelo tema das imparidades, se foram ou não registadas no devido tempo. Pedro Duarte Neves diz que a “Caixa sabia que tinha um problema de registo de imparidades” nos créditos concedidos para comprar ações em 2009. E o problema era este: as ações tinham sido dadas como garantia, mas já não valiam tanto naquela data.

Por causa disso, houve reunião em que participaram Vítor Constâncio e Faria de Oliveira (então presidente do banco) e este o tema foi abordado, contou Pedro Duarte Neves. Em causa estavam créditos de Joe Berardo, Manuel Fino e Goes Ferreira. Constâncio disse na sua audição não se lembrar dos problemas dos grandes empréstimos da Caixa.

Financiamentos de ações “eram mais do que gostaríamos”

Sobre a distância temporal entre a data em que as garantias desvalorizaram e o pedido de reforço de imparidades para crédito, Pedro Duarte Neves explicou que “o cálculo de imparidades não é uma ciência fácil”.

Argumentou que o facto de haver uma desvalorização da garantia isso não implica necessariamente que o banco tenha de registar imparidades. Isto porque o banco pode exigir um reforço das garantias ou pode considerar que a condição financeira do devedor é favorável, e por isso não dá o crédito como perdido, explicou o antigo vice-governador do Banco de Portugal. E foi só quando se tornou “materialmente visível” a necessidade de haver mais imparidades é que o supervisor assim o determinou.

Ainda assim, Pedro Duarte Neves desabafou que os créditos que tinham ações como garantia eram “muito mais do que gostaríamos”. “Hoje diria que todos” eram demais, admitiu mais tarde, quando o deputado do PCP Paulo Sá lhe pediu para explicar a declaração.

Já no final da audição, o deputado socialista Carlos Pereira confrontou Pedro Duarte Neves com o facto de o Banco de Portugal nada ter feito para ter impedido que a Caixa financiasse a compra de ações.

“Os governadores do Banco de Portugal ambos disseram que o risco de uma instituição é definido pelo acionista. As decisões são do conselho de administração de acordo com o perfil de risco que acordado com o acionista da instituição. Uma coisa é ter dez acionistas divididos numa instituição, outra coisa é termos dois ou até um acionista. Essa política é acertada com o acionista“, referiu o antigo vice-governador. O acionista é o Estado, com o banco a ser tutelado diretamente pelo Ministério das Finanças.

(Notícia atualizada às 21h47)

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A tarde num minuto

Não sabe o que se passou durante a tarde? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

O número de funcionários públicos atingiu os 690 mil, nos primeiros três meses do ano, com a entrada de 15.690 trabalhadores. Subida ficou a dever-se sobretudo ao PREVPAP.

Decisão sobre as comendas atribuídas a Joe Berardo nas mãos de órgão presidido por Manuela Ferreira Leite. PR não se opõe e CDS pede processo disciplinar para retirada das comendas.

A companhia aérea recebe este ano 30 aviões. Efeito benéfico no investimento, e no PIB, deve prolongar-se ao longo de 2019.

Conclusões do grupo de trabalho sobre benefícios fiscais serão conhecidas depois das europeias. Carga fiscal tem ser melhor distribuída, defendeu ministro.

A fintech está a dar acesso a quatro depósitos a prazo disponibilizado por uma instituição financeira: o Banco Português de Gestão. Oferecem remunerações entre 0,5% e 1,25%.

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Cidadãos criam movimento contra torre de 16 andares no quarteirão da Portugália

  • Lusa
  • 15 Maio 2019

“O movimento considera inaceitável aquela construção e considera um erro histórico, porque descaracteriza a identidade da Avenida Almirante Reis e dos bairros circundantes” .

Um grupo de moradores lisboetas lançou esta quarta-feira um movimento contra o projeto Portugália Plaza, que inclui a construção de um edifício de 60 metros e 16 andares, argumentando que se trata de um “erro histórico”.

O projeto, da autoria da empresa ARX Portugal Arquitetos, prevê a construção de quatro edifícios, um deles com 60 metros e 16 andares, em terrenos atualmente abandonados no quarteirão da Portugália, na Avenida Almirante Reis. O futuro empreendimento contemplará cerca de 85 apartamentos, habitação de convivência, escritórios, espaços comerciais, 413 lugares de estacionamento para automóveis e 99 para motas, de acordo com a informação disponibilizada no ‘site’ da Câmara de Lisboa.

Os quatro novos edifícios e a reabilitação dos pré-existentes “conformam duas praças” ajardinadas abertas ao público. “O movimento considera inaceitável aquela construção e considera um erro histórico, porque descaracteriza a identidade da Avenida Almirante Reis e dos bairros circundantes” e “porque constitui uma agressiva interferência no sistema de vistas da cidade, nomeadamente nos miradouros da Penha de França, do Monte Agudo e do miradouro do futuro Jardim do Caracol da Penha”, afirmou Rita Cruz, uma das moradoras responsáveis pela iniciativa, em declarações à Lusa.

Além disso, “a construção da torre cria uma violenta área de sombras sobre as ruas e sobre as casas circundantes, acarretando um decréscimo na qualidade de vida dos moradores e dos visitantes naquela área da cidade”, destacou. Apesar de o movimento ser favorável à requalificação daquela zona e acreditar que deve “ser construída alguma coisa que seja positiva para a cidade e para os moradores”, Rita Cruz disse que o grupo não vai “decidir ou propor qualquer tipo de proposta ou construção”.

O movimento foi constituído esta tarde, com um grupo inicial de dez pessoas, que convidam “todos os cidadãos e organizações interessados a juntar-se ao movimento”, segundo um comunicado enviado às redações. Denominado “Stop Torre 60m Portugália”, o grupo avança ainda que vai lançar nos próximos dias uma petição em papel dirigida à Assembleia Municipal de Lisboa “para que a opinião cidadã pese indelevelmente nas tomadas de decisão” da autarquia da capital.

O projeto de requalificação do quarteirão da Portugália, na Avenida Almirante Reis, está em discussão pública até ao dia 24 de maio, prazo que foi prorrogado depois de o PSD ter exigido a realização de sessões de apresentação pública do projeto. A primeira realiza-se na quinta-feira, no auditório da sede da Ordem dos Arquitetos, às 18h30, e a segunda terá lugar na próxima terça-feira, no Mercado Forno do Tijolo, à mesma hora.

O projeto, que inicialmente só podia ser consultado no edifício da câmara do Campo Grande e na Junta de Freguesia de Arroios, já está disponível para consulta no site da autarquia.

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Professores descartam greve às avaliações

  • ECO
  • 15 Maio 2019

Dez organizações sindicais de professores reuniram-se esta quarta-feira para decidir novas "ações e lutas". Afinal não haverá greve às avaliações no terceiro período.

Dez organizações sindicais de professores reuniram-se esta quarta-feira para decidir novas “ações e lutas” pela recuperação integral do tempo de serviço, que foi chumbada na sexta-feira pelo Parlamento em votação final. Os professores decidiram não avançar com as ameaças iniciais e anunciaram, em conferência de imprensa, que não haverá greve às avaliações, avançou o Correio da Manhã em primeira mão.

Os sindicatos de professores decidiram não avançar com uma greve às avaliações do terceiro período, optando por ações de visibilidade nas ruas, já na campanha para as europeias, e ações em tribunal, entre outras. O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, disse, citado pela Lusa, que a reivindicação do tempo de serviço na íntegra “é um processo de luta, não é um momento” e que as organizações sindicais “estão confiantes” que irão atingir o objetivo na fase de luta que agora se inicia.

Na sexta-feira, PSD, PS e CDS-PP reprovaram, em votação final global, o texto proveniente da comissão parlamentar de Educação para a reposição integral do tempo de serviço dos professores, que teve o apoio do BE, PCP e PEV. Os professores reclamam a reposição de nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço congelado entre 2011 e 2017.

Como resultado desta votação, em que o PAN optou pela abstenção, fica em vigor o decreto do Governo que recupera apenas dois anos, quatro meses e 18 dias do tempo de serviço da carreira docente congelado.

(Notícia atualizada)

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Aliança suspende campanha. Santana Lopes e Paulo Sande sofrem acidente de carro

  • ECO e Lusa
  • 15 Maio 2019

Acidente aconteceu na autoestrada 1 (A1), na zona de Leiria, quando seguiam de Coimbra para Lisboa. Santana Lopes teve de ser desencarcerado do carro. Os ferimentos não foram graves.

O presidente do partido Aliança, Pedro Santana Lopes, e o cabeça de lista às eleições europeias, Paulo Sande, ficaram feridos esta quarta-feira num acidente de viação, disse à Lusa fonte da candidatura. Em consequência as ações de campanha previstas para hoje e para quinta-feira foram canceladas.

De acordo com a mesma fonte, o acidente aconteceu na autoestrada 1 (A1), na zona de Leiria, quando seguiam de Coimbra para Lisboa. Pelas 17h30, indicou a fonte, Pedro Santana Lopes estava “encarcerado dentro do carro”.

A mesma fonte adiantou que “já conseguiram falar” com o candidato, sem contudo, especificar a gravidade dos ferimentos de Pedro Santana Lopes e Paulo Sande. De acordo com as televisões, Pedro Santana Lopes foi transportado de helicóptero para para o Hospital da Universidade de Coimbra para ser observado já que se queixa de dores torácicas. Era o antigo primeiro-ministro que ia ao volante da viatura e teve de ser desencarcerado pelas equipas de socorro.

Já Paulo Sande conseguiu sair pelo seu próprio pé e apenas com ferimentos ligeiros. Em declarações à Lusa, o candidato às eleições europeias de dia 26 de maio adiantou que o acidente aconteceu ao quilómetro 136 da autoestrada 1 (A1), no sentido Coimbra-Lisboa. E garantiu que se encontra bem, “apesar do susto”. Já Santana Lopes foi imobilizado com um colar cervical, por se ter queixado de “dores no peito” e ter ligeiros ferimentos na cabeça, explicou, apesar de estar consciente.

O carro ficou imobilizado na beira da estrada com danos visíveis.

As restantes ações de campanha de hoje, bem como as que estavam agendadas para amanhã “estão obviamente canceladas”, avançou a fonte à Lusa.

(Notícia atualizada com mais informações)

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Dias 20 e 21 há greve nos comboios. CP alerta para “fortes perturbações”

  • Lusa
  • 15 Maio 2019

"Preveem-se supressões de comboios, a nível nacional, em todos os serviços nos dias 20 e 21 de maio”, refere a CP. Prevê implicações também nos dias 19 e 22 de maio.

A CP alertou para “fortes perturbações na circulação” nos dias 20 e 21 de maio devido à greve dos revisores, prevendo supressões de comboios, a nível nacional, em todos os serviços.

Num aviso aos passageiros hoje divulgado, a CP – Comboios de Portugal afirma que, “por motivo de greve convocada por uma organização sindical, preveem-se supressões de comboios, a nível nacional, em todos os serviços nos dias 20 e 21 de maio”.

A empresa prevê também que “ocorram perturbações na circulação dos comboios nos dias 19 e 22 de maio” e refere que não serão disponibilizados transportes alternativos.

Aos clientes que já tenham bilhetes para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, InterRegional, Regional e Celta, a CP permitirá o reembolso no valor total do bilhete adquirido, ou a sua revalidação, sem custos.

Estes pedidos devem ser apresentados nas bilheteiras ou em cp.pt até 10 dias após terminada a greve.

A CP refere que vai atualizar a informação hoje divulgada caso venham a ser definidos serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social.

O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) entregou um pré-aviso de greve para os dias 20 e 21 de maio que abrange os revisores, trabalhadores de bilheteiras e outros funcionários da CP.

Em declarações à Lusa em 29 de abril, o presidente do SFRCI, Luís Bravo, disse que a paralisação nacional foi convocada para protestar contra o “incumprimento de dois acordos que o Governo fez com este sindicato, o primeiro em setembro de 2017, que visava recrutar 88 trabalhadores para a área comercial e que ainda não está concretizado”.

A outra promessa que o SFRCI diz ter falhado é “a negociação do acordo coletivo de trabalho, que tem 20 anos, e que deveria ter sido finalizado até 30 de setembro”.

A greve abrange perto de mil trabalhadores, segundo o sindicato.

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Ministério do Trabalho medeia negociações da ANTRAM com motoristas de mercadorias

Direção-geral do Emprego e Trabalho, a pedido da ANTRAM, entrou como mediadora nas negociações com Sindicato Independente de Motoristas. SIMM mantém possibilidade de greve. Nova reunião sexta-feira.

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) pediu a mediação da Direção-Geral do Emprego e do Trabalho (DGERT) para as negociações em curso com o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM). À imagem dos camionistas de matérias perigosas (SNMMP), também este sindicato tem prometida uma paralisação, ainda em maio, caso as negociações com os donos das empresas de transportes pesados não evoluam satisfatoriamente.

A entrada da DGERT nas negociações ocorre depois do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias ter assumido estarem disponíveis para lutar lado a lado com os motoristas de matérias perigosas, já que o mal-estar na profissão não é específico de uma parte dos motoristas, antes da grande maioria — que partilham várias reivindicações aliás.

A ANTRAM e o SIMM reuniram pela primeira vez com os serviços da DGERT na última segunda-feira e voltarão a reunir esta sexta-feira, 17 de maio, depois de na primeira reunião entre as partes terem sido registados alguns avanços em parte das questões laborais que dividem representantes de camionistas e representantes dos donos das empresas de transporte. Mas apesar de terem sido dados os primeiros passos para um eventual entendimento, muito dependerá da próxima reunião.

“A reunião correu bem, apresentámos uma contraproposta e do lado da ANTRAM surgiram algumas salvaguardas”, apontou Jorge Cordeiro, presidente do SIMM, ao ECO. Segundo detalhou, ao longo de esta semana a ANTRAM deve reunir com a Fectrans [Federação dos Sindicatos de Transportes] e apresentar aos seus associados os termos apresentados pelo sindicato independente, devendo levar o feedback destes últimos para a reunião de sexta-feira.

É dos contactos da ANTRAM com os seus associados e, logo, da posição que a associação assumir na próxima reunião, que o SIMM decidirá o futuro do pré-aviso de greve que, antes da reunião de segunda-feira, abria a porta a uma paralisação a partir de 27 de maio — ou seja, poucos dias após a eventual greve dos motoristas de matérias perigosas, cujo pré-aviso para uma paralisação se mantém para 23 de maio.

“Esperamos que surjam avanços [na sexta-feira]. Neste momento debatemos o valor do salário-base e é isso que agora estamos a negociar”, explicou Jorge Cordeiro ao ECO. E o que acontece se os avanços não forem satisfatórios? “Não chegando perto da nossa proposta, temos de partir para outras lutas”, apontou.

Tal como o ECO já escreveu, as reivindicações iniciais apresentadas tanto pelo SIMM como pelos motoristas de matérias perigosas, aproximam-se em termos de conteúdo, ainda que a forma seja ligeiramente diferente.

Os motoristas de matérias perigosas entraram nas negociações com a ANTRAM a pedir a fixação de um salário base mínimo equivalente a dois salários mínimos nacionais. Já o SIMM pede um salário base de 800 euros, acrescido de uma compensação de 50% sobre o valor. Contas feitas, os valores finais ficam perto da mesma casa.

A participação da DGERT neste tipo negociações está prevista sempre que uma das partes solicite o apoio deste serviço técnico do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS). Neste caso, a intervenção foi a pedido da associação patronal e o mediador nomeado pela DGERT deverá procurar encontrar uma proposta de solução, ou de início de discussão entre as partes, que estas podem aceitar total ou parcialmente.

Assim, e tendo em conta a mediação do Ministério das Infraestruturas às negociações da ANTRAM com o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), com a entrada do Ministério do Trabalho em idêntica posição nas negociações com a associação, as duas estruturas representativas de motoristas asseguram que as suas maiores queixas — além dos salários baixos — cheguem diretamente aos envolvidos. Os motoristas acusam os patrões de repetidas violações laborais, procurando que tanto as inspeções do Trabalho como da Segurança Social prestem uma atenção mais intensiva às práticas do setor.

O Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias representa motoristas de todas as tipologias de transporte, de ligeiros a pesados, incluindo também condutores de matérias perigosas ou produtos frescos, matérias-primas, sendo importantes peças nas cadeias de abastecimento à indústria e supermercados.

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Raize já tem depósitos a prazo. Taxas chegam a 1,25%

A fintech está a dar acesso a quatro depósitos a prazo disponibilizado por uma instituição financeira: o Banco Português de Gestão. Oferecem remunerações entre 0,5% e 1,25%.

Três meses após o anúncio, a Raize arrancou com a oferta de depósitos aos seus clientes. “Já está disponível o mercado de depósitos”, começa por dizer a fintech num e-mail enviado aos seus clientes, nesta quarta-feira. A empresa dá assim o pontapé de saída para um marketplace de depósitos, com o objetivo de conseguir que os seus utilizadores possam aplicar poupanças nos bancos e obter taxas de juro mais atrativas face à oferta tradicional dos bancos. Para já estão disponíveis quatro depósitos oferecidos por uma instituição.

“Queremos promover uma distribuição mais eficiente do capital pelos diversos bancos nacionais, aumentando assim a concorrência do setor bancário e permitindo uma melhor remuneração dos depósitos dos portugueses”, refere a fintech portuguesa no e-mail enviado aos clientes, onde salienta ainda o facto de que a constituição desses depósitos é “imediata e sem custos”. Ou seja, não há custos de constituição, manutenção, transferência ou encerramento.

Para constituir um depósito, a Raize explica que é necessário que os clientes interessados ativem a Chave Móvel Digital (CMD) na sua área pessoal em www.raize.pt, carregar a conta com o montante que pretende constituir e escolher o depósito que pretende constituir na secção “Depósitos”.

O papel da Raize é servir de intermediário entre o cliente e o banco, sendo que atualmente a instituição disponibiliza o acesso a quatro depósitos do Banco Português de Gestão com maturidade a seis meses, 1, 2 e 3 anos, com montantes de aplicação entre um mínimo de cinco mil euros e um limite máximo de 100 mil euros. As remunerações variam entre os 0,5% no depósito a seis meses e os 1,25% no depósito a três anos.

Contactado pelo ECO, José Maria Rego co-fundador e CEO da Raize, confirmou já ter “várias adesões” a esta oferta de depósitos que arrancou hoje, sem adiantar o número específico.

Os depósitos que sejam constituídos através desta oferta da Raize estão cobertos pelo Fundo de Garantia de Depósitos (FGD) até ao montante de 100 mil euros por pessoa em cada banco, à semelhança do que acontece na banca nacional. Após terminar um depósito, a Raize explica que a conta bancária aberta junto do banco é encerrada após três meses de inatividade, de forma automática e sem qualquer custo.

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Produção automóvel sobe 12% em abril. Veículos pesados caíram 14%

  • ECO
  • 15 Maio 2019

Mais de 97% dos veículos fabricados nas fábricas em Portugal tem como destino o mercado externo. A Europa, com a Alemanha à cabeça, lidera.

A produção de automóveis continua a acelerar e, em abril, subiu 12%, de acordo com os dados da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP). Neste mês foram produzidos mais de 28 mil automóveis, com destaque para os ligeiros de passageiros. A evitar um melhor desempenho estiveram os veículos pesados que caíram 14%.

Em abril foram produzidos 28.602 automóveis no país, um número que subiu 12,1% face ao mesmo mês do ano passado. Esta subida continua a tendência que se tem verificado nos últimos meses, depois de o setor ter valorizado de mais de 30% no primeiro trimestre do ano.

Em termos acumulados, entre janeiro e abril, saíram das fábricas instaladas no país 123.073 automóveis, mais 25,8% do que no período homólogo. “A informação estatística relativa ao ano de 2019 confirma a importância que as exportações representam para o setor automóvel já que 97,4% dos veículos fabricados em Portugal têm como destino o mercado externo, o que, sublinhe-se, contribui de forma significativa para a balança comercial portuguesa”, refere a ACAP, em comunicado.

A contribuir para este desempenho estiveram, sobretudo, os ligeiros de passageiros com uma subida de 13,5% de automóveis produzidos face a abril do ano passado, totalizando 23.506 automóveis. No lado oposto estiveram os veículos pesados com uma queda de 14,1% para um total de 396.

A justificar este aumento na produção está a Autoeuropa, que tem nos planos um investimento de 110 milhões de euros na fábrica de Palmela para este ano, com o objetivo de aumentar a capacidade de produção do T-Roc que está a ter grande aceitação no mercado, bem como de algumas peças como para-lamas.

Produção de automóveis em abril

Fonte: ACAP

A Europa continua a liderar nos mercados de exportações dos veículos fabricados no país, com um peso de 98,2%. Neste continente, é a Alemanha quem lidera ao receber 22,6% dos automóveis exportados de Portugal, seguida da Itália (15,9%), França (13,8%) e Espanha (11,2%).

Ainda em abril foram montados 298 veículos, um valor que, em termos acumulados (de janeiro a abril) aumenta para 1.371. Deste total, 95,6% foram exportados, a maior parte para a América (89,7%).

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Lucro da Euronext cede para 56,1 milhões, apesar da bolsa de Dublin ter puxado pelas receitas

Entradas em bolsa ajudaram contas da gestora do índice acionista português: receitas de 'listing' subiram 28,1% para 28 milhões. Em sentido contrário, operações não recorrentes dispararam 227,8%.

O grupo Euronext lucrou 56,1 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. O resultado líquido da gestora de índices acionistas, incluindo a bolsa de Lisboa, recuou 6,6% face a igual período de 2018. Apesar de a integração da bolsa de Dublin ter puxado pelas receitas, o disparo de 227,8% (para 3,3 milhões) nas operações não recorrentes penalizou as contas entre janeiro e março.

“No primeiro trimestre de 2019, as receitas do grupo Euronext cresceram graças a uma bem-sucedida aquisição e à estratégia de diversificação das receitas, apesar do ambiente de volumes reduzidos”, afirmou Stéphane Boujnah, CEO e chairman da Euronext, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

As receitas cresceram 1,4% para 152,6 milhões de euros, para as quais a Euronext Dublin contribuiu com 7,9 milhões e o novo serviço para investidores Commcise com 1,1 milhões. Também as entradas em bolsa ajudaram às contas da empresa responsável por mais de 1.300 cotadas: as receitas de listing aumentaram 28,1% para 28 milhões. Em sentido contrário, as receitas de trading recuaram 9,8% para 64,5 milhões de euros.

Apesar de a bolsa de Dublin e o Commcise terem ajudado às receitas, a consolidação dos novos segmentos teve custos. “As despesas operacionais excluindo depreciações e amortizações aumentaram 8,2% para 63,3 milhões de euros, principalmente devido à consolidação da Euronext Dublin e do Commcise”, refere o relatório. O EBIDTA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recuou 3% para 89,3 milhões de euros.

A Euronext gere atualmente seis mercados financeiros, em Lisboa, Paris, Amesterdão, Bruxelas, Londres (mercado de derivados) e Irlanda. Prepara-se para entrar num novo mercado com a aquisição da bolsa de Oslo. Na segunda-feira, a empresa recebeu luz verde do ministério das Finanças da Noruega, sendo que este era o requisito regulamentar que faltava para que fosse fechado o negócio.

A Euronext espera receber a aprovação final dos seus acionistas na assembleia geral que terá lugar esta quinta-feira. A empresa liderada por Boujnah antecipa que o negócio fique fechado até ao final de junho, reafirmou na apresentação de resultados, em que definiu como objetivo “continuar a expansão geográfico e diversificação de receitas”. Acrescentou que pretende expandir o negócio cambial na Ásia, com a abertura de um escritório em Singapura, no último trimestre de 2019.

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Centeno diz que há 542 benefícios fiscais em Portugal. Reavaliação da lista vai estar pronta em junho

Conclusões do grupo de trabalho sobre benefícios fiscais serão conhecidas depois das europeias. Carga fiscal tem ser melhor distribuída, defendeu ministro.

O ministro das Finanças disse esta quarta-feira no Parlamento que em Portugal existem 542 benefícios fiscais e defendeu que é preciso tomar decisões que permitam uma distribuição mais justa da carga fiscal. O número real será ainda maior já que este não contabiliza os apoios dados pelas autarquias em sede de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

No Programa de Estabilidade para 2019-2023, o Governo prevê que com os resultados de revisão do sistema de benefícios fiscais “se deverá garantir incrementos anuais de 90 milhões de euros entre 2020 e 2022“. Segundo o Orçamento do Estado para 2019, este ano o Estado deixa de encaixar 11.757,3 milhões de euros por causa dos benefícios fiscais, mais 2,8% do que no ano passado.

Mário Centeno respondia a questões do deputado comunista Paulo Sá que questionou o Governo sobre a disponibilidade para, por exemplo, aumentar o IRC sobre as grandes empresas ou tornar obrigatório o englobamento da totalidade dos rendimentos no IRS. O deputado do PCP defendia que mais importante do que olhar para a carga fiscal — que segundo dados do INE atingiu em 2018 o valor mais alto desde 1995 — era saber a forma como estava distribuída.

O governante referiu-se ao relatório pedido ao grupo de trabalho que está avaliar a totalidade dos benefícios fiscais. Informou que o relatório estará pronto e que a divulgação será feita em junho, acontecendo assim já depois das eleições europeias.

Esta terça-feira, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, disse que o Executivo já tem uma proposta preliminar do grupo de trabalho dos benefícios fiscais.

“Há 542 benefícios fiscais em Portugal”, revelou Centeno, um número que, sabe o ECO, exclui os benefícios fiscais que são atribuídos pelas autarquias, como por exemplo os benefícios fiscais em IMI e que são decididos pelas assembleias municipais.

“É preciso repensar todo este conjunto e tomar decisões que permitam distribuir a carga fiscal de uma forma mais justa”, disse Centeno. Uma matéria que poderá ficar para a próxima legislatura, já que a sessão legislativa está prestes a terminar.

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EDP Renováveis soma 1% e puxa por Lisboa

A bolsa nacional acompanhou o sentimento positivo das pares europeias, com os investidores a verem com bons olhos a possibilidade de os EUA atrasarem os planos de impor tarifas à importação de carros.

A praça bolsista nacional encerrou em alta pela segunda sessão consecutiva, com o PSI-20 a acompanhar o rumo positivo dos pares europeus animado pelo valorização de quase 1% das ações da EDP Renováveis. Os investidores receberam com agrado as notícias que dão conta de que os EUA poderão atrasar os planos de impor tarifas à importação de carros.

O PSI-20 encerrou com ganhos de 0,44%, para os 5.131,37 pontos, com 11 dos 18 títulos em alta e sete em queda. Já o Stoxx Europe 600, referência para os mercados acionistas europeus, somou 0,4%.

O avanço europeu acontece num dia em que as ações do setor automóvel se destacaram pela positiva, após notícias de que o presidente dos EUA, Donald Trump, pretende adiar o plano de impor tarifas às importações de carros para o país. Esse reforço das taxas aduaneiras estava prevista acontecer já a 18 de maio.

Em Lisboa, a EDP Renováveis foi a principal cotada a contribuir para o fecho positivo do PSI-20, em resultado de uma valorização de 0,93% das suas ações, para os 8,72 euros.

O desempenho das ações da energética ficaram apenas atrás da subida de 1,96% e de 1,14%, para os 0,96 euros e 2,134 euros, registados pelos títulos da Sonae e da Mota-Engil.

Referência ainda para a subida de 0,78% e de 0,66%, das ações da Nos e da Jerónimo Martins, que terminaram a sessão nos 5,78 e 13,67 euros por ação, respetivamente.

A impedir ganhos mais acentuados estiveram as ações dos CTT. O título recuou 1,6%, para os 2,204 euros por ação, um novo mínimo histórico, penalizado pelo facto de estar a negociar em ex-dividendo nesta quarta-feira. A empresa dos Correios distribui a 17 de maio um dividendo de 10 cêntimos por ação aos acionistas.

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