Fitch antecipa maior vaga de cortes de rating desde a crise de 2009

A agência de notação diz que vai avaliar de que forma as medidas temporárias introduzidas para combater o impacto do coronavírus terão implicações nas finanças públicas que perdurem pelo médio prazo.

A agência de notação financeira Fitch antecipa para 2020 a maior onda de descidas de ratings soberanos desde a crise financeira, devido aos efeitos da combinação entre o impacto económico do coronavírus e as respostas políticas a essa realidade. O alerta surge numa nota de research, divulgada esta terça-feira, em que a agência de notação financeira norte-americana também revela que os seus procedimentos de análise de ratings vão focarão nos efeitos das medidas fiscais temporárias.

“O impacto económico do coronavírus, combinado com as respostas políticas associadas, provavelmente irá resultar num número superior à média de ações de rating soberano em 2020, e enviesamento descendente mais pronunciado nas mudanças de rating soberana do que em qualquer ano após o crise financeira global em 2009“, começa por dizer a Fitch Ratings.

Face a este cenário, a agência de notação financeira diz que os registos históricos orçamentais dos países serão uma componente da avaliação do impacto sobre o rating das medidas orçamentais suplementares. “A intenção será avaliar de que forma as medidas orçamentais temporárias — e em muitos casos urgentes — introduzidas para combater o impacto do coronavírus terão implicações nas finanças públicas que perdurem a médio prazo“, explica.

A dívida pública portuguesa é avaliada atualmente pela Fitch no nível BBB”, ou seja, segundo nível de grau de investimento, tendo o outlook “positivo”. Apesar de alertar para o elevado peso da dívida, a agência tem elogiado a resiliência da economia portuguesa, bem como o equilíbrio das contas públicas. Portugal preparava-se para conseguir o primeiro excedente orçamental em democracia este ano, mas o primeiro-ministro António Costa já disse que o surto de coronavírus irá vai dar uma forte “pancada” na economia nacional e os esforços para travar este impacto deverá eliminar as possibilidades de excedente.

A Fitch reconhece que, devido ao quadro imposto pela pandemia, os responsáveis pela política económica global enfrentam “uma combinação de desafios sem precedentes, incluindo uma crise de saúde, uma disrupção económica, flutuação severa dos mercados financeiros, mudanças no sentimento dos investidores, volatilidade cambial e um choque do preço das matérias-primas”. E antecipa que uma das principais consequências económicas para regiões e países afetados pelo coronavírus é a “interrupção repentina” das atividades.

A Fitch considera ainda que as “políticas macroeconómicas tradicionais terão efeitos limitados” nos cortes motivados por preocupações com a saúde, mas que podem ter um papel de “atenuar o consequente impacto nos fluxos de rendimento das famílias e das empresas, evitando um declínio económico mais acentuado e prolongado”. A Fitch diz ainda esperar que, com o tempo, as respostas à política fiscal correspondam às que já estão em andamento do ponto de vista monetário, pelo menos em termos do número de países envolvidos.

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Montijo: Seixal e Governo continuam a divergir e acordam nova reunião técnica

  • Lusa
  • 17 Março 2020

Câmara do Seixal e o Governo mantêm discordância quanto à localização do futuro aeroporto de Lisboa. Reunião técnica avaliará estudos divergentes sobre impactos da construção da estrutura no Montijo.

A Câmara do Seixal e o Governo mantiveram esta terça-feira a discordância quanto à localização do futuro aeroporto de Lisboa, seguindo-se agora uma reunião técnica que avaliará estudos divergentes sobre os impactos da construção da estrutura no Montijo.

O presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos (CDU), foi um dos autarcas que se opuseram à localização do aeroporto complementar de Lisboa na Base Aérea n.º 6, no Montijo, no distrito de Setúbal, o que colocou o projeto em risco porque, segundo a lei, a inexistência do parecer favorável de todos os concelhos afetados “constitui fundamento para indeferimento”.

No final de uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, e o ministro das Infraestruturas, Pedro Santos, realizada hoje, em Lisboa, Joaquim Santos insistiu que a melhor localização para o aeroporto é em Alcochete e salientou que trouxe para o encontro estudos que demonstram os impactos que a localização no Montijo terá para o seu concelho.

“O que o senhor primeiro-ministro transmitiu é que a ANA – Aeroportos é que decide onde é que quer localizar esse Humberto Delgado mais um. E decidiu que seria na península do Montijo e não seria em Alcochete. E, por isso, o primeiro-ministro diz que não tem capacidade para poder alterar essa decisão. Lamentamos que assim seja. Lamentamos que o Governo não tenha a capacidade de decidir onde é que a melhor opção”, disse o autarca, defendendo uma renegociação do contrato com a empresa gestora dos aeroportos.

Joaquim Santos acrescentou que levou para aquela reunião “alguns elementos técnicos” que contradizem os estudos na posse do Governo e, por isso, considerou “que é uma matéria que não está encerrada”.

“Apesar de o senhor primeiro-ministro dizer que, para ele, está encerrado, para nós entendemos que não está”, afirmou, considerando não poder “aceitar que uma multinacional decida aquilo que vai ser” o “futuro coletivo” da zona e que “é preciso pôr o interesse nacional e das populações em primeiro lugar”.

Sobre a renegociação do contrato com a ANA – Aeroportos, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, considerou que “já foi dito o que havia a dizer”.

“O contrato vem de trás, os privilégios são atribuídos a quem passou a ser dono da ANA, através da privatização. São, de facto, muito discutíveis. Não estamos em tempo de os discutir”, considerou.

João Matos Fernandes salientou que a localização em Alcochete também tem impactos muito negativos e que “o estudo de impacto ambiental e a declaração de impacte ambiental (DIA), no fundo, concluem que não há quaisquer impactos ambientais nem de ruído no município do Seixal” e que, por isso, no encontro não foram discutidas eventuais compensações para esta autarquia.

No entanto, admite que “o presidente da Câmara do Seixal tem opinião diversa e tem até um estudo feito também que dá dados diferentes”.

“Aquilo que nós vamos fazer agora é mesmo um encontro de técnicos com o objetivo de saber se existe ou não existe impacto do ruído na população do Seixal”, disse, sublinhando que, devido à situação de pandemia, não sabe quando será possível realizar esta reunião.

Matos Fernandes sublinhou, contudo, que, apesar de considerar que a situação deste concelho é diferente dos que terão impactos diretos com a construção do aeroporto no Montijo, o Seixal será também beneficiado pelo plano de desenvolvimento regional que será desenhado para todo o Arco Ribeirinho Sul, incluído no próximo ciclo de financiamento comunitário.

No entanto, a concessão do aeroporto em Alcochete obrigaria “à criação de uma nova frente urbana distante da Área Metropolitana, deixando seguramente para trás os territórios expectantes que hoje existem em municípios como o Barreiro e o Seixal”, alertou.

Na segunda-feira, o Governo recebeu o presidente da Câmara da Moita, Rui Garcia (CDU), tendo sido anunciada a avaliação da necessidade de alargar a reabilitação de edifícios na Baixa da Banheira, para minimizar o ruído causado pelo novo aeroporto.

No entanto, o autarca da Moita mantém-se contra a infraestrutura no Montijo.

Segundo a DIA, cinco municípios comunistas do distrito de Setúbal emitiram um parecer negativo à construção do aeroporto no Montijo (Moita, Seixal, Sesimbra, Setúbal e Palmela) e quatro autarquias de gestão socialista (Montijo, Alcochete, Barreiro e Almada, no mesmo distrito) deram um parecer positivo.

Em 8 de janeiro de 2019, a ANA e o Estado assinaram o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o atual aeroporto de Lisboa e transformar a base aérea do Montijo num novo aeroporto.

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Banco de Portugal aumenta exigências de capital ao Montepio

  • Lusa
  • 17 Março 2020

O regulador aumentou os requisitos de capital ao Banco Montepio para 3,25% em 2020, depois de 3,00% em 2019, informa comunicado enviado à CMVM pelo banco liderado por Pedro Leitão.

O Banco de Portugal aumentou os requisitos de capital ao Banco Montepio para 3,25% em 2020, depois de 3,00% em 2019, de acordo com um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pelo banco da Mutualista Montepio.

O atual requisito específico de fundos próprios (Pilar 2) aplicável ao Banco Montepio é de 3,25%”, pode ler-se no comunicado enviado à CMVM pelo banco liderado por Pedro Leitão.

O comunicado detalha que o banco detido pela Associação Mutualista Montepio Geral recebeu “a decisão do Banco de Portugal, enquanto autoridade responsável pela supervisão de base consolidada ao Banco Montepio, relativa ao processo de análise e avaliação designado de ‘Supervisory Review and Evaluation Process” (SREP)”.

Em 14 de março de 2019, a instituição financeira comunicou à CMVM que os requisitos de Pilar 2 eram de 3,00%.

Os requisitos mínimos de capital incluem as componentes de requisitos mínimos (Pilar 1), de requisitos específicos (Pilar 2) e de requisitos combinados de reservas.

O requisito total solicitado atualmente ao Banco Montepio é de 13,938%, dos quais 8% correspondem ao Pilar 1, 3,25% ao Pilar 2 e 2,688% às reservas.

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Imobiliário vai demorar um ano a recuperar do coronavírus. Crise vai levar a uma queda nos preços

Os investidores imobiliários olham para o coronavírus com um "otimismo cauteloso" e acreditam que a crise que está a ser sentida vai levar a uma aceleração da descida de preços.

O surto de coronavírus está a afetar o setor imobiliário, mas os investidores, sobretudo internacionais, olham para esta pandemia com um “otimismo cauteloso”. É certo que já não se realizam visitas a imóveis e adiam-se assinaturas de contratos de promessa compra e venda, mas o mercado acredita que, dentro de um ano, ou menos, o setor vai recuperar. Para os portugueses que procuram casa podem vir aí boas notícias: uma descida dos preços da habitação.

Nas imobiliárias já se começam a sentir as consequências diretas do coronavírus. “Alguns clientes europeus, por dificuldade em viajar, pediram para adiar as assinaturas dos contratos de promessa compra e venda”, relata o CEO da Vanguard Properties, José Cardoso Botelho, durante uma conferência online sobre os impactos do coronavírus no setor. Ricardo Sousa, CEO da Century21 (C21), fala na “suspensão de visitas programadas”.

“Temos estado em contacto permanente com investidores e, pese embora estes momentos de dificuldade, a verdade é que, do lado dos investidores internacionais, há uma visão de um certo otimismo cauteloso“, diz Hugo Santos Ferreira, vice-presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), também participante na conferência.

O representante dos investidores imobiliários adianta ainda que “há uma apreensão a curto prazo, principalmente no próximo mês, que terá um impacto negativo para o setor”. Contudo, admite que “em 12 meses, se tudo correr bem, até ao final do ano, conseguiremos ter o setor recuperado”.

Ainda assim, dado que a curto prazo o impacto será “muitíssimo negativo” para as empresas imobiliárias, Hugo Santos Ferreira apela ao Governo para a adoção de medidas para colmatar esses efeitos. “A suspensão imediata na moratória de todos impostos e a suspensão na contagem do prazo da compra para revenda”, disse. “Pode e vai haver um estrangulamento de tesouraria nas nossas empresas que é necessário mitigar”.

Crise do coronavírus vai fazer baixar os preços do imobiliário?

Durante a conferência online, organizada pela Vida Imobiliária, quem estava a assistir tinha a oportunidade de colocar questões que seriam respondidas pelos especialistas presentes. Uma delas foi se a crise que o coronavírus está a provocar vai fazer baixar os preços do imobiliário. E as respostas foram todas no mesmo sentido.

Admito que haja um decréscimo dos preços. As crises são sempre boas para haver novas oportunidades. E quem tiver cash é quem vai ganhar com esta crise. Porque vai poder continuar mais depressa a retoma da sua atividade e, por outro lado, ajudar quem tenha dificuldades e aproveitar a descida de preços”, defendeu José Araújo, diretor da Direção de Crédito Especializado e Imobiliário do BCP.

Pedro Vicente, administrador da Habitat Invest, diz-se preocupado com “os efeitos da queda do turismo”, que serão “nocivos”. “Estamos convencidos que esta crise poderá conduzir a uma suavização mais acelerada dos preços, que já vinha a ser sentida. Há uma perda de interesse de alguns clientes, que mantêm esse interesse, mas querem ver a crise ultrapassada. Mas sim, o turismo vai contribuir para esse abrandamento”, sublinhou.

Por sua vez, o CEO da Century 21 defende que “é precipitado tomar alguma visão de meio ou longo prazo sem conhecer a realidade e a duração do período de contenção”. “O mais realista e prudente é esperar uma moderação de preços”, rematou Ricardo Sousa.

(Notícia atualizada às 17h08 com mais informação)

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Comissão Europeia espera ter vacina para a Covid-19 no mercado até ao outono

  • Lusa
  • 17 Março 2020

A Comissão Europeia disse estar a acelerar a investigação para uma potencial vacina para o novo coronavírus, que está a ser criada por um laboratório alemão, e estima tê-la no mercado até ao outono.

A Comissão Europeia disse esta terça-feira esperar que a potencial vacina para o novo coronavírus que está a ser criada por um laboratório alemão esteja no mercado até ao outono, podendo “salvar vidas dentro e fora da Europa”.

“Estamos [Comissão Europeia] a acelerar a investigação. Ontem [segunda-feira] falei com os gestores de uma empresa inovadora que está a trabalhar numa tecnologia promissora para desenvolver uma vacina contra o coronavírus”, indica a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, através de um vídeo publicado na rede social Twitter.

Recordando que a União Europeia (UE) já disponibilizou até 80 milhões de euros à CureVac, uma empresa de Tübingen, na Alemanha, a responsável afirma esperar que, “com este apoio, seja possível haver uma vacina no mercado talvez até ao outono”.

“Isto pode salvar vidas na Europa e no resto do mundo”, vinca Ursula von der Leyen no vídeo.

Ainda assim, a líder do executivo comunitário admite que “muito falta fazer para combater este vírus” na UE. E, por isso, realça que “todos podem contribuir”, aconselhando desde logo os cidadãos a ficarem casa “e a reduzirem o contacto social”.

Na segunda-feira, a Comissão Europeia anunciou um apoio de até 80 milhões de euros ao laboratório alemão que está a trabalhar numa potencial vacina para o novo coronavírus, após uma alegada oferta da administração norte-americana, desmentida pela biofarmacêutica.

A instituição liderada por Ursula von der Leyen explicou que esta verba seria atribuída sob a forma de uma garantia da UE a um empréstimo do Banco Europeu de Investimento (BEI) neste valor, no âmbito do mecanismo de financiamento de doenças infecciosas InnovFin e do programa comunitário para a investigação Horizonte 2020.

A informação foi divulgada depois de, também na segunda-feira, a CureVac ter negado haver recebido uma oferta do Governo dos EUA para reservar a sua descoberta para os norte-americanos.

No domingo, o jornal alemão Welt am Sonntag citava fontes não identificadas do Governo alemão que asseguravam que o dono da CureVac, uma empresa farmacêutica, tinha participado numa reunião com o Presidente Donald Trump, no início do mês, tendo recebido uma generosa oferta para garantir o seu trabalho em exclusivo para os Estados Unidos.

O jornal dizia ainda que a chanceler alemã, Angela Merkel, estaria a disputar com a empresa a necessidade de a vacina, quando estiver pronta, ser igualmente utilizada na Europa, que é neste momento o principal foco da pandemia.

“Para que fique claro sobre o coronavírus: a CureVac não recebeu uma oferta do Governo dos Estados Unidos ou de entidades com ele relacionadas, antes, durante ou desde a reunião com a ‘task-force’ da Casa Branca, no dia 02 de março”, escreveu esta terça-feira o diretor do laboratório alemão, na conta da empresa na rede social Twitter.

O diretor de operações da CureVac, Hans Werner Haas, disse ao jornal Tagesspiegel que a sua empresa tinha realmente participado numa reunião com o Presidente Donald Trump, mas desmentiu a versão de uma qualquer oferta para a compra dos direitos do novo produto.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram. Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

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Empresas de vestuário disponíveis para produzir equipamentos

Um grupo de empresas de vestuário e confeção está disponível para produzir equipamento de trabalho para os profissionais de saúde.

Um grupo de empresas de referência das indústrias do vestuário e confeção, liderado pela Anivec, está disponível para pôr as suas capacidades técnicas na a produção de “equipamentos de proteção individual e e vestuário de trabalho para os profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros”, apurou o ECO junto de fonte daquela associação. Este grupo de empresas está em contactos com o Ministério da Economia para pôr este plano em prática.

O que explica esta iniciativa de empresários como César Araújo (Calvelex e presidente da Anivec) e Luís Guimarães (Polopique)? O contexto excecional que se vive no mundo e em Portugal com a proliferação do Covid-19, que até ao momento já contabiliza 448 casos confirmados de infeção pelo vírus.

«A fileira têxtil e vestuário nacional tem capacidades técnicas inigualáveis no mundo e não poderíamos, num momento difícil como o atual, deixar de contribuir, dentro das nossas possibilidades, para este combate que é de todos nós», resume César Araújo, presidente da ANIVEC.

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Incerteza e previsões ultrapassadas levam CFP a adiar relatório sobre contas públicas

Dada a "incerteza absoluta" relativa ao impacto do vírus, o Conselho das Finanças Públicas adiou a divulgação de um relatório sobre as contas públicas que estava agendado para esta quinta-feira.

A “incerteza absoluta” e a dificuldade de ter previsões atualizadas por causa do vírus forçou o Conselho das Finanças Públicas (CFP) a adiar a divulgação de um relatório sobre as finanças públicas em Portugal. A decisão foi anunciada esta terça-feira, 17 de março, e o relatório estava agendado para quinta-feira, 19 de março, sendo agora adiado para data ainda a definir.

Em causa está o relatório sobre as “Perspetivas económicas e orçamentais” até 2024, em políticas invariantes (apenas contando as medidas já legisladas), que o CFP publica duas vezes por ano — em março, em antecipação do Programa de Estabilidade (abril) e em outubro, em antecipação do Orçamento do Estado (outubro) — e onde atualiza o cenário macroeconómico e orçamental para os próximos quatro anos.

A entidade liderada por Nazaré Costa Cabral dá três justificações para o adiamento. A primeira refere-se à “incerteza absoluta e a volatilidade dos dados económicos relevantes associados à pandemia do COVID-19, no nosso país e à escala global”. A (quase) paralisação da atividade económica e a forte oscilação dos mercados financeiros têm marcado as últimas três semanas em todo o mundo.

A esta incerteza junta-se a imprevisibilidade do impacto das medidas de contenção e de política económica (nomeadamente estímulos orçamentais e monetários) que estão a ser tomadas pelos Governos e os bancos centrais, além de outras instituições como a Comissão Europeia ou o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Por último, o CFP argumenta que “os exercícios de previsão recentemente publicados por outros previsores, alguns incluindo já parte dos efeitos do surto pandémico, estão a ser rapidamente ultrapassados pelos acontecimentos”. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) foi uma das instituições que já divulgou previsões desde que esta situação de saúde pública chegou à Europa, assim como a Comissão Europeia, mas ambas admitiam que os números dependem da duração e da dimensão do impacto económico provocado pelo novo coronavírus.

A nova data deste documento que traça as perspetivas das contas públicas para os próximos anos será comunicada “oportunamente”, refere o CFP, garantindo que “continuará a acompanhar pari passu o evoluir da situação macroeconómica e orçamental, por forma a garantir o cumprimento do seu mandato legal e a qualidade e credibilidade das suas projeções”. É também sob esta incerteza que os técnicos das Finanças estão a construir o cenário macroeconómico do Programa de Estabilidade, documento que tem de ser entregue a Bruxelas até 15 de abril.

No último relatório, publicado em outubro de 2019, o Conselho das Finanças Públicas antecipava um crescimento do PIB de 1,7% em 2020 e um excedente orçamental de 0,3% do PIB. Quanto ao PIB, o ministro das Finanças, Mário Centeno, já admitiu que este será revisto em baixa. Já o excedente “provavelmente” não vai concretizar-se, pelo menos em 2020, como admitiu ontem o primeiro-ministro, António Costa, em entrevista à SIC.

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Fed vai comprar papel comercial para financiar economia

A Reserva Federal norte-americana anunciou o lançamento de uma linha de crédito que visa adquirir papel comercial para financiar as empresas. Medida é semelhante à tomada na crise financeira de 2008.

A Fed anunciou mais uma medida de emergência para ajudar a manter o fluxo de financiamento à economia. A entidade liderada por Jerome Powell propõe-se a adquirir papel comercial, à semelhança do que fez na crise financeira de 2008.

“Os mercados de papel comercial financiam diretamente um conjunto alargado de atividades económicas, concedendo crédito e financiamento a empréstimos para a compra de automóvel ou habitação, bem como liquidez para satisfazer as necessidades operacionais de muitas empresas”, justifica a Fed num comunicado.

Não é permitido ao banco central conceder diretamente crédito às famílias e às empresas. Porém, em situações de emergência, a entidade pode lançar este tipo de linhas de crédito: “Ao garantir o funcionamento suave deste mercado, particularmente em tempos de dificuldades, a Reserva Federal [Fed] está a providenciar crédito que vai apoiar as famílias, as empresas e os empregos em toda a economia”, acrescenta a nota.

Para implementar este plano, a medida foi aprovada pelo secretário do Tesouro norte-americano, Steve Mnuchin. Segundo a Fed, o Tesouro dará proteção ao banco central no valor de 10 mil milhões de dólares.

Por fim, o organismo presidido por Jerome Powell recorda que “o mercado de papel comercial tem estado sob forte tensão nos últimos dias, à medida que os negócios e as famílias encaram grande incerteza à luz do surto do coronavírus”. Governos em todo o mundo têm sido obrigados a tomar medidas lesivas à economia para impedir a propagação do vírus na população.

Esta é mais uma medida da Fed que surge num período em que se antecipa uma recessão económica mundial. No domingo, a Fed procedeu ao segundo corte surpresa nos juros em poucas semanas, para um patamar próximo de zero, enquanto na segunda-feira lançou uma nova injeção de liquidez no mercado monetário, no valor de 500 mil milhões de dólares.

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Covid-19: Comité Olímpico Internacional reitera que Tóquio2020 segue como planeado

  • Lusa
  • 17 Março 2020

Em comunicado, o Comité Olímpico Internacional diz-se" completamente comprometido com os Jogos Olímpicos Tóquio2020" não prevendo, para já, um adiamento da competição.

O Comité Olímpico Internacional (COI) reiterou esta terça-feira o “comprometimento completo” com a realização dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 nas datas previstas, de 24 de julho a 9 de agosto, por não existir “necessidade de quaisquer decisões drásticas”.

O COI continua completamente comprometido com os Jogos Olímpicos Tóquio2020 e, com mais de quatro meses antes do arranque dos Jogos, não há necessidade de quaisquer decisões drásticas neste momento; qualquer especulação será contraproducente“, pode ler-se num comunicado daquele organismo, em resposta a rumores de que o evento será cancelado ou adiado devido à pandemia de Covid-19.

O Governo japonês asseverou esta terça-feira a vontade de realizar os Jogos como previsto, num dia em que o vice-presidente do Comité Olímpico do Japão, Cozo Tashima, testou positivo a Covid-19.

O comunicado surge após reuniões mantidas com federações internacionais de desportos olímpicos, as primeiras entre COI e várias partes interessadas na prova, seguindo-se os comités nacionais, representantes de atletas, Comité Paralímpico Internacional e outras partes, marcadas “para os próximos dias”.

Assumindo que esta é uma “situação sem precedentes para todo o mundo”, o COI encoraja “todos os atletas a continuarem a preparar-se para Tóquio2020 da melhor forma possível”.

“Continuaremos a apoiar os atletas ao estar em contacto com eles e com os comités nacionais, e providenciando informação atualizada, acessível através do sítio na Internet Athlete365 e através das federações nacionais e internacionais”, pode ler-se no comunicado.

Aquele organismo manifestou ainda “confiança que as muitas medidas tomadas vão conter a Covid-19” e agradeceu o apoio dos líderes do G7, expressado pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que declarou os Jogos como um momento em que “a raça humana vai conquistar o novo coronavírus”.

Definidos ficaram dois “princípios” que podem ultrapassar essa vontade de realizar os Jogos como planeado: “proteger a saúde de todos envolvidos e apoiar a contenção do vírus”, e “salvaguardar os interesses dos atletas e do desporto olímpico”.

O COI vai continuar a monitorizar a situação e a tomar decisões quando for pertinente, garantindo que qualquer escolha em torno de Tóquio2020 “não vai ser determinada por interesses financeiros, porque graças às políticas de gestão de risco e de seguro, poderá, em qualquer caso, continuar a sua operação e garantir a missão de organizar Jogos Olímpicos”.

“A saúde e bem-estar de todos os envolvidos na preparação dos Jogos Olímpicos é a nossa prioridade. Todas as medidas estão a ser tomadas para salvaguardar a segurança e interesses de atletas, técnicos e equipas de suporte. Somos uma comunidade olímpica, e apoiamo-nos em bons momentos e em maus momentos. A solidariedade olímpica define-nos”, explicou, citado em comunicado, o presidente do COI, Thomas Bach.

Já o presidente da Associação de Federações Internacionais de desportos olímpicos de verão, Francesco Ricci Bitti, agradeceu a todos os que trabalham com vista a Tóquio2020 e à “grande flexibilidade” de atletas e federações devido à pandemia, e reforçou o comprometimento com manter a agenda para os Jogos deste ano.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram. Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais 67 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos, o que levou vários países a adotarem medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal há 448 pessoas infetadas, segundo o mais recente boletim diário da Direção-Geral da Saúde, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.

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Médis paga diagnóstico Covid-19 mas pede gestão responsável

  • ECO Seguros
  • 17 Março 2020

A seguradora de saúde do grupo Ageas pede responsabilidade no recurso aos testes de despiste de Covid-19 para que não faltem dispositivos para todos os afetados.

A Médis, seguradora de saúde pertencente ao grupo Ageas, divulgou em comunicado um bloco de perguntas e respostas para esclarecer as dúvidas mais frequentes dos segurados.

A seguradora explica que comparticipa o exame de diagnóstico para os clientes com cobertura de ambulatório, mediante prescrição médica, e sem qualquer custo a cargo do cliente, mas apela para utilização responsável das vantagens de modo a que todos possam ter acesso a testes.

Apostando a sua colaboração pelo rigor, a Médis disponibilizou um conjunto de informação relevante nos seus canais digitais e releva que está “ao lado do Serviço Nacional de Saúde a trabalhar para garantir o controlo da propagação”.

Para esclarecimento mais direto, a seguradora publicou um conjunto com as seguintes quatro perguntas e respostas:

“A Médis comparticipa exames complementares de diagnóstico para despiste do covid-19?

A Médis comparticipa o exame de diagnóstico para os clientes com cobertura de ambulatório, mediante prescrição médica, e sem qualquer custo a cargo do cliente. Contudo, alertamos para a gestão responsável dos testes de despiste, de forma a não colocarem em risco o acesso a grupos críticos.

Se o diagnóstico for positivo para o covid-19, a Médis comparticipa o internamento?

Em caso de diagnóstico positivo para o COVID-19, a coordenação dos acessos ao internamento é da responsabilidade da DGS – Direção Geral de Saúde. Os internamentos que estejam relacionados diretamente com o COVID-19 não serão comparticipados, uma vez que as epidemias são uma exclusão do seguro de saúde. O Serviço Nacional de Saúde é a entidade responsável pelo encaminhamento, acompanhamento e tratamento de todos os casos de COVID-19 identificados. Todas as restantes despesas de saúde não relacionadas com o COVID-19 estão cobertas, de acordo com as condições do seu seguro de saúde.

Sabendo que existe indicação para restringir a ida aos serviços públicos de saúde, posso recorrer ao serviço privado?

O Serviço Nacional de Saúde é a entidade responsável pelo encaminhamento, acompanhamento e tratamento de todos os casos de COVID-19 identificados.

Estou em isolamento social e apresento sintomas de covid-19. O que devo fazer?

Se tem sintomas da doença, deve contactar a linha SNS 24, através do número 808 24 24 24”.

Nesta resposta à situação de pandemia, a Médis refere que “desde o seu lançamento, em 1996, que se afirmou como uma referência no sistema de saúde em Portugal, criando um verdadeiro Serviço Pessoal de Saúde”.

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Continental fecha fábrica em Palmela. Despede 370 pessoas até 2021

Face à queda do mercado automóvel, a Continental anunciou o encerramento da fábrica em Palmela até ao final do próximo ano. Empresa garante que trabalhadores vão receber "um pacote de compensação".

A multinacional alemã Continental vai encerrar a fábrica em Palmela até ao final do próximo ano. A decisão vai levar ao despedimento de 370 colaboradores, segundo confirmou o ECO. A empresa garante que estes trabalhadores vão receber “um pacote abrangente de compensação”.

“Estamos conscientes do impacto que esta decisão tem nos nossos colaboradores. O apoio às pessoas em Palmela é a nossa principal prioridade”, afirma Pedro Gaiveo, diretor-geral da fábrica da Continental em Palmela. “Vamos colaborar estreitamente com a Comissão de Trabalhadores para desenvolver um pacote abrangente de compensação. Este pacote vai incluir indemnização e apoio na procura de um novo emprego dentro ou fora da Continental”, explica a empresa em comunicado.

A empresa explica que a razão desta medida é a queda do mercado global de automóveis de passageiros, uma vez que as estimativas atuais são significativamente mais baixas em comparação com as previsões de há um ano e meio e mostram que os volumes da produção automóvel continuam a cair.

“A redução dos volumes cria uma capacidade excedentária e leva a uma crescente pressão num mercado cada vez mais focado na redução de custos. Estes efeitos exigem que agrupemos volumes e que usemos efeitos de escala para assegurar a nossa competitividade e para consolidar as nossas fábricas de maxilas de travão na Europa”, explica Bernhard Klumpp, o diretor-geral da unidade de negócios Sistemas Hidráulicos de Travagem da Continental, em comunicado.

O ECO questionou a Continental para perceber se esta decisão estava relacionada com o surto de Covid-19 que já infetou mais de quatro centenas pessoas em Portugal, mas a empresa garante que não. E acrescentou que esta medida está inserida no programa “Transformation 2019 – 2029″ que foi criado para fazer face ao desafios que temos a nível do abrandamento da economia”.

(Notícia em atualizada às 16h11 com mais informação)

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Portugueses em teletrabalho dão picos de tráfego às operadoras. Meo admite reforço da rede

Numa altura em que milhões de portugueses estão em quarentena, as operadoras portuguesas registam picos de tráfego nas suas redes. Meo e Vodafone monitorizam e a Meo admite reforçar a infraestrutura.

As operadoras de telecomunicações portuguesas estão a observar picos de tráfego nas suas redes, num momento em que milhões de portugueses se encontram em isolamento e trabalham a partir de casa para evitar o contágio pelo novo coronavírus. Altice Portugal e Vodafone assumiram ao ECO que verificam estes aumentos, pelo que procuram possíveis otimizações com base nos padrões de consumo ou mesmo o reforço da infraestrutura.

“Face ao cenário atual da saúde pública, que impôs um conjunto de medidas de isolamento e teletrabalho, a Altice Portugal tem vindo a registar um aumento muito significativo de tráfego na rede fixa de internet e em especial na utilização de OTT [serviços over-the-top, de que é exemplo o WhatsApp]”, disse fonte oficial da Altice Portugal.

Em contrapartida, “o tráfego de dados móveis não regista um crescimento tão assinalável”. Isto explica-se pelo facto de muitos aparelhos estarem, sobretudo, ligados às redes fixas domésticas por Wi-Fi, ao invés de ligados à rede móvel da operadora.

Perante esta carga maior, a dona da Meo está a monitorizar a sua rede e admite um reforço no caso de ser decretado o estado de emergência na quarta-feira: “Com vista a minimizar o impacto na vida dos portugueses, a Altice Portugal encontra-se a acompanhar a evolução da situação, em estreita cooperação com as autoridades, trabalhando na otimização, robustez e melhoria da rede, especialmente no caso de ser decretado o estado de emergência”, salientou a mesma fonte.

Situação semelhante vive a Vodafone. Fonte oficial da operadora disse ao ECO, na segunda-feira, que se registou “uma subida no tráfego das redes” devido ao facto de muitos portugueses estarem em modo de teletrabalho. No entanto, frisou que “ainda é muito prematuro fazer estimativas”, pelo que está a monitorizar a rede para “perceber o padrão de consumo de comunicações dos portugueses daqui para a frente”, otimizando a rede em conformidade.

A operadora disse ainda que “tem em vigor um plano de continuidade de negócio com o objetivo de garantir que, independentemente das circunstâncias, a empresa consegue entregar um serviço de qualidade aos seus clientes”. “Nesse sentido, a rede da Vodafone está, ‘por defeito’, dimensionada para suportar picos de utilização”, explicou. Assim, concluiu que, no que toca à pandemia do Covid-19, a Vodafone “reforçou a monitorização das suas redes, adotando medidas de otimização das mesmas consoante a evolução da situação, de forma a garantir a melhor performance possível do seu serviço”.

Já depois da publicação desta notícia, fonte oficial da Nos declarou ao ECO que a “prioridade” é “manter Portugal ligado e a comunicar”. “A Nos registou, naturalmente, um aumento no consumo de tráfego, embora não seja ainda possível partilhar o detalhe dessa informação”, reconheceu. Dito isto, a Nos garantiu que “tem já implementadas várias medidas, entre as quais se inclui reforço da monitorização das suas redes e implementação de medidas de otimização, com o objetivo de assegurar a continuidade do seu negócio e, consequentemente, de todos aqueles que dela dependem”, frisou.

Ainda assim, perante o atual contexto, a operadora aproveitou para apelar ao cumprimento das recomendações que forem indicadas. A empresa reforçou, assim, o “apelo a todos os portugueses” para “adotarem as boas práticas de utilização de redes de comunicações, que sejam divulgadas pelo Governo e pela própria Nos”.

Situações como a atual são exemplificativas do quão críticas para a economia se tornaram as redes de comunicações em todo o mundo. E não é impensável um cenário em que estas não tenham a capacidade suficiente para “aguentar” tanto tráfego em simultâneo. Esta segunda-feira, o The New York Times abordou a temática e deu exemplos de situações em que alguns clientes nos EUA estão a enfrentar problemas nas ligações devido à elevada quantidade de utilizadores ligados em simultâneo.

Esta é uma das razões que tem levado ao desenvolvimento da rede 5G, incluindo em Portugal. Uma tecnologia que promete não só acelerar o acesso à internet mas, também, permitir uma maior largura de banda e quantidade de dispositivos conectados em simultâneo.

(Notícia atualizada às 15h47 com reação da Nos)

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