PSD admite apoio a nível nacional do Chega

  • ECO
  • 12 Novembro 2020

Vice-presidente do PSD não descarta apoio a nível nacional do Chega e considera “mais grave” o PS governar com “um partido revolucionário que nega os princípios básicos da democracia".

O vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD), Nuno Morais Sarmento, não descarta apoio a nível nacional do Chega. Apesar de dizer que o partido tem “posições xenófobas e racistas”, considera “mais grave” o PS governar com “um partido revolucionário que nega os princípios básicos da democracia”, numa referência ao Bloco de Esquerda, avança em entrevista à Rádio Renascença (acesso livre) e ao Público (acesso condicionado).

O vice-presidente do partido refere em entrevista que “ao contrário de António Costa, que ouvimos todos os dias virar-se para o BE e dizer: “É convosco que eu quero fazer caminho”, não nos ouve dizer isso ao Chega”. Morais Sarmento defende ainda que os social-democratas não abdicam de nenhuma proposta e acusa o primeiro-ministro de ter sido “profundamente irresponsável” ao descartar eventual ajuda do PSD no Orçamento do Estado para 2021.

Em entrevista ao Público e à Renascença, vice-presidente do PSD, destaca ainda que “António Costa tenta todos os dias impingir na televisão que fizemos um acordo com o Chega para a governação dos Açores, não. Fizemos um acordo com o CDS e o PPM e há dois partidos que são o Chega e o Iniciativa Liberal que apoiaram essa solução política — também era estranho que fossem apoiar uma solução de esquerda”, explica Nuno Morais Sarmento.

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Milhares de passageiros esperam reembolso de voos cancelados

  • ECO
  • 12 Novembro 2020

A Deco - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor já recebeu quase 6.700 pedidos de ajuda de passageiros que não conseguiram o reembolso dos montantes que tinham pago pelas viagens de avião.

A pandemia tem afetado a aviação e levado a uma forte diminuição no número de voos. Apesar de as companhias aéreas serem obrigadas, por lei, à devolução do dinheiro pago pelos bilhetes no prazo de sete dias, o mesmo não está a acontecer deixando milhares de pessoas à espera de reembolsos durante meses, segundo noticia esta quinta-feira o Jornal de Notícias (acesso pago).

A Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor já recebeu quase 6.700 pedidos de ajuda de passageiros que não conseguiram o reembolso dos montantes que tinham pago pelas viagens de avião que foram canceladas devido à pandemia. Em declarações ao JN, a Deco acusa as companhias aéreas de imporem os vouchers de substituição aos clientes.

A Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) confirma ao jornal “um elevado número de reclamações”, sem especificar o número, que poderá ser muito mais elevado do que as queixas que chegaram à Associação de Defesa do Consumidor. Além dessa, surgem também nas redes sociais e em portais online queixas contra as transportadoras. A TAP, por exemplo, justifica ao Jornal de Notícias que o “número extraordinariamente elevado de pedidos de reembolso” é a principal razão dos atrasos.

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REN e Galp mantêm processos judiciais contra a taxa da energia

  • ECO
  • 12 Novembro 2020

Jornal de Negócios noticia que a REN e a Galp Energia irão continuar a batalha judicial, apesar da desistência da EDP.

Tanto a Galp Energia como a REN vão manter a contestação judicial contra a Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), segundo noticia o Jornal de Negócios (acesso pago). As duas energéticas não vão desistir dos processos contra o Governo, ao contrário do que fez a EDP, e a empresa liderada por Rodrigo Costa até avançou no mês passado com um novo processo.

A REN, que tem interposto processos todos os anos desde a criação da taxa em 2014 mas que tem pago a contribuição enquanto espera a decisão judicial, entrou com um novo processo em outubro para travar o pagamento relativo ao exercício de 2019. Já a Galp não tem pago a contribuição, entregando apenas garantias bancárias para evitar penhoras.

As duas empresas não acompanham assim a decisão da EDP. Na última apresentação de resultados, relativos ao terceiro trimestre, a empresa liderada por Miguel Stilwell d’Andrade anunciou que, “no contexto da atual crise pandémica e no seguimento da análise periódica da probabilidade de sucesso e custos com processos judiciais em curso”, decidiu desistir da litigância judicial com o Estado português sobre esta Contribuição.

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Número de concelhos com medidas mais apertadas deverá subir para 150

  • ECO
  • 12 Novembro 2020

O número de municípios sujeitos a medidas mais apertadas poderá subir para 150. Primeiro-ministro vai reavaliar a situação sanitária do país esta quinta-feira.

As medias de controlo da crise sanitária são, atualmente, diferenciadas no país consoante a incidência da doença. São 121 concelhos nos quais as medidas são mais restritivas, mas este número deverá subir para cerca de 150, avança o Correio da Manhã (acesso pago).

O Governo já tinha admitido a possibilidade de adotar medidas adicionais nos concelhos mais afetados e esta quinta-feira vai reavaliar a situação sanitária no país. Com base na informação da Direção-Geral da Saúde e decidirá quais os municípios que ficarão sujeitos a medidas mais duras. O critério para ser incluído na lista é ter mais de 240 novos casos de Covid-19 por 100 mil habitantes.

Da lista atual de 121 concelhos admite-se que serão excluídos alguns municípios, devido à redução do número de contágios, mas deverão entrar nesta lista concelhos onde o contágio é mais acentuado. Face ao aumento do número de casas de Covid-19, o Governo pondera avançar com medidas drásticas no início de dezembro, se o contágio não registar uma redução até ao final do mês.

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Instrumentos como cativações “atuam como segunda camada de racionamento”, diz UTAO

  • Lusa e ECO
  • 12 Novembro 2020

"Suspensão de pagamentos por conta de IRC, estimada em -1.150 milhões de euros, constitui a medida de maior impacto na receita, incidindo sobre a componente fiscal", pode ler-se no relatório da UTAO.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) alertou, na apreciação final à proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), que os instrumentos discricionários de controlo da despesa do Estado “atuam como uma segunda camada de racionamento da tesouraria”.

“Os instrumentos não convencionais de controlo da despesa atuam como uma segunda camada de racionamento da tesouraria, reforçando a intervenção do poder político em atos de gestão corrente demasiadas vezes triviais”, pode ler-se no documento a que a Lusa teve acesso.

A UTAO considera ainda que tal forma de controlo orçamental “prejudica a qualidade dos serviços prestados às empresas e aos cidadãos sem aparente ganho de causa no cumprimento das metas da política orçamental”.

Assim, os técnicos que dão apoio à Comissão de Orçamento e Finanças (COF) da Assembleia da República (AR) sugerem ao Parlamento “uma reflexão sobre a manutenção na proposta de lei de disposições extremamente intrusivas na gestão corrente das unidades orgânicas da Administração Central e da Segurança Social”.

Concretamente, a UTAO aponta ao artigo 53.º da proposta de lei do Governo para o OE2021, relativo a encargos com contratos de aquisição de serviços, que dá “ao ministro das Finanças o poder discricionário de impedir a aquisição de serviços nos casos em que a AR tenha previamente aprovado o financiamento necessário para tal execução”.

A verba para renovar ou celebrar um novo contrato com o mesmo objeto está congelada nominalmente há inúmeros anos. Sem aquela autorização, não será possível a um gestor público usar a dotação disponível para praticar tais atos, por muito meritórios economicamente que sejam”, apontam os técnicos do parlamento.

Também os artigos 44.º e 45.º (relativos a estudos, pareceres, projetos e consultoria, e a contratos de prestação de serviços na modalidade de tarefa e avença) “estabelecem restrições adicionais à utilização de dotações aprovadas”. “Pode entender-se, até certo ponto, a preferência dada à execução dos serviços pelos trabalhadores das próprias entidades públicas contratantes ou de outras entidades públicas, mas este princípio colide com as medidas de restrição ao recrutamento de trabalhadores diferenciados e com experiência que permanecem em vigor há tantos anos seguidos”, denota a UTAO.

Já o artigo 44.º, relativo à contratação de trabalhadores por pessoas coletivas de direito público e empresas do setor público empresarial, “atribui ao ministro das Finanças o poder discricionário de, a pedido do colega com a tutela setorial, autorizar a utilização da dotação para pessoal devidamente inscrita no orçamento da entidade pública aprovado pela Assembleia da República”, e impedindo também “a substituição de trabalhadores experientes por profissionais com experiência, ao limitar a autonomia dos serviços ao recrutamento para o primeiro escalão das carreiras”.

“Os procedimentos para obtenção das autorizações políticas são administrativamente pesados e lentos, conduzindo muitas vezes a situações de indeferimento por falta de decisão em tempo útil. É uma situação semelhante à que se passa para conseguir aceder às dotações dos instrumentos convencionais de racionamento”, advertem os técnicos parlamentares.

Segundo a unidade, “não se descortina facilmente a vantagem de manter estas normas em vigor quando a sua retirada não aumentaria a despesa agregada face às dotações aprovadas pelo parlamento”. “Recorda-se que a rubrica Aquisição de Serviços tem sido sempre um alvo privilegiado das cativações formais. É uma rubrica, portanto, sujeita a cativações convencionais e a cativações não convencionais, o que obstaculiza duplamente a gestão das entidades públicas”, denuncia a UTAO.

A unidade aponta que “os instrumentos não convencionais são um travão a mudanças na tecnologia de provisão dos serviços prestados aos cidadãos e às empresas pelas AP”, sendo “inegável a existência de uma ineficiência económica na produção pública”.

De acordo com o OE2021, encontram-se orçamentados 500 milhões de euros na dotação provisional, 515 milhões na reserva orçamental e 1.440 milhões em dotações centralizadas destinadas a fins específicos.

Segundo a UTAO, “estas últimas destinam-se a: despesas imprevistas com a pandemia (500 ME), financiamento da medida IVAucher (200 ME), regularização de passivos não financeiros e aplicação em ativos (690 ME) e a assegurar a contrapartida nacional em projetos financiados por fundos comunitários (50 ME)”.

“A dotação para fazer face a despesas imprevistas da pandemia encontra-se repartida pelas rubricas de pessoal (250 ME), aquisição de bens e serviços (150 ME), transferências correntes para as famílias (50 ME) e investimento em bens de capital (50 ME)”, detalha a unidade técnica liderada por Rui Nuno Baleiras.

Combate à pandemia com impacto de 1.666 milhões na receita em 2020

As medidas de combate à Covid-19 vão ter um impacto de 1.666 milhões de euros na receita do Estado em 2020, segundo a apreciação final da proposta de Orçamento do Estado para 2021 feito pela UTAO.

“No ano de 2020 as medidas de política Covid-19 têm um efeito direto estimado de –1.666 milhões de euros na cobrança de receita, repartido entre a receita contributiva (–549 milhões de euros) e a receita fiscal (–1.117 milhões de euros)“, pode ler-se no documento da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) relativo à proposta de lei do Governo para Orçamento do Estado de 2021 (OE2021) a que a Lusa teve acesso.

Segundo os técnicos que dão apoio aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças (COF) do Parlamento, em 2020 “as principais medidas de política com incidência na receita consistiram no adiamento de obrigações fiscais e contributivas e na suspensão temporária da obrigação de pagamento de contribuições sociais para empresas e trabalhadores independentes”.

 

“A suspensão de pagamentos por conta de IRC, estimada em -1.150 milhões de euros, constitui a medida de maior impacto na receita, incidindo sobre a componente fiscal”, pode ler-se no relatório, que refere ainda que a quebra no lado contributivo é refletida pela “isenção temporária de pagamento da Taxa Social Única”.

Já em 2021, “prevê-se um impacto de +1.742 milhões de euros, do qual +1.112 milhões respeitam aos efeitos das medidas legisladas em 2020 e +630 milhões às novas medidas previstas” na proposta de OE2021.

A recuperação da receita adiada em 2020, no valor de 1.150 milhões de euros, “constitui o principal determinante do efeito positivo proveniente de medidas aplicadas em 2020; em 2021, como novas medidas, “destaca-se a previsão de recebimento de receita comunitário no âmbito da iniciativa europeia REACT para financiamento das medidas de despesa Covid-19”.

Segundo a unidade liderada por Rui Nuno Baleiras, em 2021 “a recuperação da receita fiscal adiada em 2020 deverá beneficiar a cobrança, superando os impactos negativos das restantes medidas”.

Já o impacto das novas medidas de 2021, de 630 milhões de euros, “resulta dos efeitos de sinal contrário do aumento previsional das transferências comunitárias no âmbito da iniciativa REACT (+1.018 milhões) e das medidas de redução da receita fiscal (–387 milhões de euros)”.

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Hoje nas notícias: Lista de concelhos, SNS e Chega

  • ECO
  • 12 Novembro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A crise pandémica está nas manchetes dos principais jornais, em dia de Conselho de Ministros. A lista de concelhos com mais restrições deverá subir para 150, enquanto o número de médicos em exclusividade no SNS diminuiu. Na política, está ainda em destaque o acordo entre PSD e Chega. Nas empresas, Galp e REN mantêm contestação da CESE.

Concelhos com medidas mais apertadas deverá subir para 150

As medias de controlo da crise sanitária são, atualmente, diferenciadas no país consoante a incidência da doença. São 121 concelhos em que as medidas são mais restritivas, mas este número deverá subir para cerca de 150, na atualização que o Governo vai fazer esta quinta-feira. O critério para ser incluído na lista é ter mais de 240 novos casos de Covid-19 por 100 mil habitantes. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

SNS perdeu 278 médicos em exclusividade

Nos primeiros nove meses do ano, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) perdeu 278 médicos que estavam em regime de exclusividade. Em setembro o SNS tinha 5.205 médicos, incluindo “profissionais ativos com contrato de trabalho, não inclui trabalhadores independentes/prestadores de serviços”, segundo o Ministério da Saúde. Face ao retrato do sistema nacional de saúde, tanto o Bloco de Esquerda como o PCP estão a pressionar o Governo para criar um novo regime para incentivar os médicos a trabalhar apenas no Estado. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

PSD admite apoio a nível nacional do Chega

O vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD), Nuno Morais Sarmento, não descarta apoio a nível nacional do Chega. Apesar de dizer que o partido tem “posições xenófobas e racistas”, considera “mais grave” o PS governar com “um partido revolucionário que nega os princípios básicos da democracia”, numa referência ao Bloco de Esquerda. Morais Sarmento defende ainda que os social-democratas não abdicam de nenhuma proposta. Leia a notícia completa na Rádio Renascença (acesso livre).

Milhares de passageiros esperam reembolso de voos cancelados

Milhares de passageiros estão a aguardar o reembolso dos voos cancelados. As companhias aéreas estão a esconder a lei que impõe a devolução do dinheiro numa semana, como determinam as regras comunitárias. Face aos problemas de reembolsos, a DECO está a receber várias reclamações que visa particularmente a TAP. Leia a notícia no Jornal de Notícias (link indisponível).

 

REN e Galp não desistem da batalha contra a CESE

A REN e a Galp Energia vão manter a disputa judicial com o Estado sobre a Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), apesar de a EDP ter decidido desistir. Em causa está o pagamento da taxa de energia, que as empresas do setor têm vindo a contestar há vários anos. A empresa liderada por Rodrigo Costa deu mesmo entrada, em outubro, com uma nova ação judicial a contestar o pagamento relativo ao ano passado. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

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5 coisas que vão marcar o dia

O Conselho de Ministros desta quinta-feira deverá trazer novidades sobre a pandemia e também para a restauração. Sobre o OE 2021, o foco estará na audição de João Leão no Parlamento.

O Conselho de Ministros desta quinta-feira deverá trazer várias novidades sobre o controlo da pandemia, com a atualização da lista de municípios de maior risco e o novo pacote de medidas para o setor da restauração. No Parlamento, João Leão voltará a responder aos deputados sobre o Orçamento do Estado para 2021, após a audição, de manhã, do Conselho das Finanças Públicas.

Governo revê lista dos municípios de maior risco

As atenções esta quinta-feira vão centrar-se no Conselho de Ministros, uma reunião em que o Governo vai reavaliar as medidas já implementadas para tentar controlar a pandemia. A expectativa é que seja revista a lista de 121 municípios de maior risco, os quais têm regras mais apertadas de circulação, nomeadamente com a introdução esta segunda-feira do recolher obrigatório entre as 23h e as 5h durante a semana e entre as 13h e as 5h durante o fim de semana. O Executivo tanto poderá incluir mais municípios como retirar, consoante a aplicação dos critérios definidos para a formulação da lista.

Executivo revela medidas para ajudar restauração

No mesmo Conselho de Ministros, o Governo deverá ainda revelar um pacote de medidas para ajudar a restauração, um dos setores mais castigados pela pandemia, numa altura em que as restrições deverão resultar em menos consumidores a irem aos restaurantes. “A restauração tem sido muito atingida. Para além das medidas que foram anunciadas na semana passada — 1.550 milhões de euros, grande parte a fundo perdido, para micro e pequenas empresas, muitas delas do setor da restauração — vamos anunciar esta semana um pacote específico para apoiar as empresas da restauração relativamente ao que vão sofrer de receita, nos próximos dois fins de semana”, disse António Costa em entrevista à TVI.

Vítor Gaspar e Jerome Powell discursam no Fórum BCE

Hoje é o segundo e último dia do Fórum BCE, normalmente organizado em Sintra, que este ano é totalmente virtual. Sob o tema “Bancos centrais num mundo em mudança”, o Fórum BCE contará neste dia com a intervenção de Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças de Portugal e atual diretor do departamento de assuntos orçamentais do Fundo Monetário Internacional, sobre as regras orçamentais e a estabilização macroeconómica na Zona Euro. A sessão final contará com Jerome Powell, presidente da Reserva Federal norte-americana, ao lado de Christine Lagarde, presidente do BCE, e Andrew Bailey, governador do Banco de Inglaterra.

João Leão questionado no Parlamento sobre OE

Terminam hoje as audições ao Governo no âmbito do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021), com os deputados a confrontarem o ministro das Finanças, João Leão, com questões acerca da proposta que apresentou ao Parlamento. Antes do ministro, de manhã, será a vez de a presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Nazaré Costa Cabral, ser ouvida na Assembleia da República acerca do mesmo documento. O CFP validou as previsões orçamentais, mas fez vários avisos.

Oi apresenta resultados do terceiro trimestre

A Oi vai apresentar os resultados do terceiro trimestre deste ano. No segundo trimestre, a operadora brasileira, participada da Pharol, registou um prejuízo líquido consolidado de 3.493 milhões de reais (551 milhões de euros). A empresa de telecomunicações reportou uma quebra de receitas na ordem dos 10,8% comparativamente ao período homólogo, para 4.544 milhões de reais, que segundo a Oi se deu principalmente pelos efeitos da pandemia de Covid-19.

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Dos cartões em plástico reciclado ao papel comercial verde, BBVA aposta na sustentabilidade em Portugal

“Compromisso 2025”, do BBVA, passa pela eficiência energética das instalações, a eliminação do uso de plástico, a práticas de gestão ecológicas e ao incentivo da mobilidade sustentável.

O BBVA reforçou o seu compromisso em mobilizar até 2025 um total de 100 mil milhões de euros em financiamento verde e social, infraestruturas sustentáveis e “agrobusiness”, empreendimentos sociais e inclusão financeira. Em Portugal, o banco está agora a começar a enviar aos seus clientes cartões produzidos a partir de materiais reciclados (86% em PVC reciclado). Esta alteração está a ser feita de forma gradual e abrange a totalidade dos cartões de débito do banco no país e “vai permitir a clientes particulares e empresas utilizarem um meio de pagamento mais ecológico”.

A instituição garante que estes novos cartões mantêm todas as suas funcionalidades, com destaque para a tecnologia contactless, o que permite aos clientes fazerem compras até 50 euros sem necessidade de introduzir o PIN, e a possibilidade de serem utilizados no MB Way. Além dos cartões, também o papel de carta e os envelopes utilizados para os fazer chegar aos seus clientes é reciclado, tornando todo este processo “mais amigo do ambiente”.

“Estamos também a trabalhar na implementação de cerca de 20 medidas alinhadas com a estratégia do grupo “Compromisso 2025”, que vão desde a eficiência energética das instalações, à eliminação do uso de plástico, a práticas de gestão ecológicas e ao incentivo da mobilidade sustentável”, refere o banco em comunicado, acrescentando: “Queremos ajudar os nossos clientes na sua transição para uma economia mais sustentável“.

Em 2019, o BBVA financiou a primeira operação de papel comercial verde com a Navigator e com o Grupo Pestana a primeira emissão mundial de obrigações verdes do setor hoteleiro. Já com a BA Glass desenvoveu uma linha de papel comercial sustentável.

Já este ano participou na emissão de obrigações verdes da EDP e desenvolveu ainda um processo de certificação sustentável vocacionado para os projetos das pequenas e médias empresas, no âmbito do qual já durante a pandemia de Covid-19 financiou sete projetos em diversos setores.

BBVA tem 100 mil milhões para financiamento verde até 2025

Deste envelope global, a instituição financeira dá conta que até junho de 2020 já tinha utilizado 40% destes 100 mil milhões. Ou seja, 40 mil milhões aplicados em operações de financiamento verde (62%), inclusão financeira (13%), infraestruturas sustentáveis e ‘agrobusiness’ (11%), entre outras iniciativas sustentáveis (14%). Por aplicar, nos próximos cinco anos, estão os restantes 60 mil milhões.

Além disso, o BBVA fixou o objetivo de usar em 2025 70% de energias renováveis e reduzir em 68% as suas emissões diretas de CO2, em relação aos dados de 2015. “O BBVA comprometeu-se ainda a levar todos os seus grupos de interesse a estimular a contribuição do setor financeiro no desenvolvimento sustentável, num compromisso com a gestão dos recursos ambientais e sociais e com a minimização dos potenciais impactos negativos diretos ou indiretos”, disse o banco em comunicado.

Em linha com o Plano de Ação da Comissão Europeia sobre finanças sustentáveis, o BBVA assumiu o “Compromisso 2025”, a estratégia de desenvolvimento sustentável do banco para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas. “Trata-se de um compromisso a oito anos (2018-2025) baseado em tês pilares; financiar, gerir e incluir”, refere o mesmo comunicado.

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Dois livros, três podcasts e quatro apps para manter poupanças em ordem

O ECO juntou dois livros, três podcasts e quatro aplicações móveis que podem ajudar quem quer manter as poupanças em ordem.

O conhecimento nunca está em demasia. Por isso, o Dia Mundial da Poupança, que se assinala a 31 de outubro, é sempre uma oportunidade para promover a literacia financeira na sociedade. É certo que muitos portugueses já poupam. Mas são também muitos os que não poupam, ou que gostavam de poder poupar mais.

Acima de tudo, num mundo de juros baixos ou negativos, em que os depósitos a prazo pouco ou nada rendem, há cada vez menos alternativas óbvias sobre onde aplicar o dinheiro. Para assinalar a efeméride, o ECO juntou dois livros, três podcasts e quatro apps para quem gosta de ter as poupanças em ordem.

Dois livros

Rich Dad Poor Dad

Originalmente publicado em 1997, é um clássico da literatura financeira. A obra Rich Dad Poor Dad é da autoria de Robert T. Kiyosaki e tem-se revelado, ano após ano, capaz de inspirar qualquer pessoa a olhar para o dinheiro de uma forma diferente. Conta a história de alguém que tem dois pais, um “rico” e outro “pobre”, deixando a descoberto duas formas muito diferentes de olhar para as finanças. É um bom ponto de partida para quem quer lançar-se no “mundo” da poupança. É facilmente encontrado em qualquer loja online de livros, incluindo a Fnac e a loja da Amazon.

 

O Dinheiro ou a Vida

Há regras básicas, passos para começar a poupar e estratégias para por a render, mas cada vez mais as finanças pessoas estão a olhar para a felicidade. Se a sabedoria popular diz que o dinheiro não traz felicidade, as novas tendências das finanças pessoas cada vez mais se focam na independência financeira. Através de nove passos para transformar a sua relação com o dinheiro e atingir a independência financeira, “O Dinheiro ou a Vida” promete “libertar o leitor para que tenha tempo para uma vida com mais alegria, mais liberdade e mais significado”.

Três podcasts

Contas Poupança

Há dois nomes incontornáveis nas finanças pessoas em Portugal. Um deles é o de Pedro Andersson, o jornalista da SIC conhecido pelo programa Contas Poupança. Depois da televisão e do blog, Andersson estreou-se no mundo dos podcasts em novembro do ano passado com um programa com o mesmo nome, que promete ser o “podcast que aumenta o seu ordenado”. Não é meramente financeiro, mas é virado para tudo o que mexe com a carteira, incluindo consumo, marcas ou serviços. Para quem se quer iniciar nas lides das finanças pessoais e começar a controlar o dinheiro que gasta e como pode ser uma opção interessante.

Money Bar

Tal como Pedro Andersson, também Bárbara Barroso não é estranha dos portugueses. A veterana dos blogues ficou conhecida pelo “Dicas da Bá”, que transitou para o laboratório de literacia financeira MoneyLab. O podcast está entre os mais ouvidos em Portugal na categoria de negócios. Mais direcionado para literacia financeira, poupança e investimento, é um programa onde se podem encontrar temas variados que vão desde as estratégias mais básicas para começar um orçamento familiar, aos seguros mais indicados às suas necessidades ou como navegar o mercado acionista. Tudo com uma dose de bom humor.

Invest Like a Boss

É em inglês, mas vale muito a pena. O Invest Like a Boss é o protejo de dois empreendedores norte-americanos, Sam Marks e Johnny FD, que se encontram numa conversa descontraída com convidados — como a uma mesa de café entre amigos — para falar de coisas sérias. Partilham estratégias de investimento, mas também falam de temas como plataformas ou impostos. Além do podcast, têm um programa de subscrições pagas (com vários níveis) que dá acesso a uma série de regalias, incluindo fazer perguntas aos próximos convidados.

Quatro apps

WalletApp

A WalletApp, desenvolvida pela BudgetBakers, é uma completa plataforma de registo de despesas e acompanhamento a 360º da sua situação financeira. Permite saber o saldo de todas as suas contas, incluindo o dinheiro físico que tem na carteira, e possibilita o registo das suas despesas de forma simples e rápida. À medida que a usa, os gráficos com as categorias de despesas e cash flow vão permitindo saber como poupar melhor e onde cortar para ter mais rendimento disponível. Permite ainda gerir orçamentos, anotar despesas futuras programadas, entre muitas outras coisas. A WalletApp tem uma versão gratuita com limite de contas para iOS e Android. Pode comprar uma subscrição por um período de tempo limitado, ou uma subscrição vitalícia por menos de 15 euros.

Investing.com

A aplicação Bolsa do iPhone cumpre os básicos na disponibilização de informação sobre os mercados de capitais. Mas não precisa de ser um trader profissional para ter uma visão mais ampla sobre as bolsas mundiais. A Investing.com permite saber as cotações de milhões de títulos, em alguns casos em tempo real e noutros com um atraso de 15 minutos. Se tem poupanças investidas na bolsa, a grande vantagem é permitir replicar o seu portefólio na aplicação, sabendo exatamente, a cada segundo, quanto está a ganhar ou a perder num determinado dia. Também permite criar e gerir listas de favoritos, para que tenha sempre as suas ações debaixo de olho. Tem uma versão gratuita com publicidade disponível para iOS e Android.

Dabox

A Dabox é a aplicação de finanças pessoais da Caixa Geral de Depósitos. Esta plataforma permite ver em simultâneo todas as suas contas bancárias, seja ou não cliente do banco público. Também permite agregar informação de créditos que tenha contraído junto da Cofidis e Unicre, ou cartões-refeição da Euroticket. Para além dos gráficos com informação detalhada, que facilitam a tomada de decisões na gestão do orçamento familiar, a Dabox permite também realizar transferências bancárias a partir de qualquer uma das suas contas, suportando a generalidade dos grandes bancos portugueses. Está disponível para iOS e Android.

Raize

É uma bolsa de empréstimos a pequenas e médias empresas, que ganha relevância numa altura em que os depósitos a prazo apresentam remunerações baixas e muitas empresas precisam de financiamento. Na Raize, os investidores são convidados a carregar a conta com o montante que quiserem. Há um mercado “primário”, em que pequenas e médias empresas procuram financiamento. Um algoritmo vai licitando juros pelos utilizadores. Desta forma, por exemplo, um empréstimo de 15 mil euros a uma empresa na Raize pode ser repartido em somas relativamente baixas, de poucas dezenas ou centenas de euros, por centenas ou milhares de investidores particulares. É um investimento com risco associado, que é o do incumprimento das empresas com consequente perda de parte ou da totalidade do capital, pelo que deve ser uma aplicação usada com cautela e ponderação. As rentabilidades podem rondar os 5% a 7% (sem capital garantido) e a plataforma está sob a supervisão do Banco de Portugal. Está disponível para iOS e Android.

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Mais uma fusão na CGD. Caixa Participações absorve Parbanca

Enquanto o setor da banca está em ebulição com fusões e aquisições, na Caixa a tendência é interna. Está a vender e a fundir sociedades. Macedo já se desfez de mais de 20 empresas do grupo.

Há mais uma fusão em curso dentro da Caixa Geral de Depósitos (CGD). A Caixa Participações vai incorporar a Parbanca, numa operação que segue a lógica de tantas outras que Paulo Macedo concretizou nos últimos anos: simplificar a estrutura do grupo e cortar custos, como exigiu Bruxelas.

Ao longo dos últimos quatro anos, entre alienações, fusões e extinções, o banco público já se desfez de duas dezenas de empresas, em cumprimento do plano de reestruturação negociado entre o Governo português e a Comissão Europeia, que termina em dezembro deste ano. Mas o processo de reorganização do grupo não vai ficar por aqui, tendo em conta os processos de venda dos bancos no Brasil e Cabo Verde e outras fusões que estão a ocorrer internamente.

Recentemente, a CGD anunciou outras duas fusões: das sociedades Caixa Leasing e Factoring e Partang, esta última que gere a participação do banco em Angola, no próprio banco.

Agora, é a Parbanca, uma sociedade que se encontra registada na Zona Franca da Madeira e detém uma participação de 51% no capital do banco BCI, em Moçambique, a ser absorvida pela Caixa Participações. É através desta sociedade que a CGD faz a gestão das suas participações noutras empresas. Vai gerir mais uma: o banco moçambicano, que também é detido em 35,7% pelo BPI. O ECO contactou o banco mas não obteve uma resposta até à publicação do artigo.

Com isto, o banco público quer ser mais eficiente: tanto a Caixa Participações com a Parbanca fazem a gestão de participações sociais noutras empresas, logo a fusão vai concentrar a atividade numa só delas, eliminando-se assim a duplicação de obrigações e de custos de natureza legal, fiscal, operacional, financeira e de contexto.

Este é um dos objetivos do plano de reestruturação que está prestes a terminar e que Paulo Macedo acredita que será concluído com sucesso. Isto apesar de saber que alguns dos indicadores, por conta da pandemia, vão ficar por cumprir, como o ROE (rentabilidade dos capitais próprios) que chegou a setembro nos 6,6% e devia superar os 9% no final do ano.

A CGD registou uma queda 39% dos lucros para 392 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um resultado explicado em grande medida pelo registo de imparidades e provisões no valor de 220 milhões para fazer face à crise pandémica.

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TAP começa a apresentar reestruturação aos sindicatos. Isto é o que já se sabe

Menos pessoas, menos aviões e uma estrutura mais leve. Será assim a empresa, segundo as linhas que já se conhecem do plano de reestruturação, que será discutido nos próximos dias com os trabalhadores.

Os representantes dos trabalhadores da TAP irão, nos próximos dias, conhecer as linhas gerais do plano de reestruturação da empresa. Entre esta quinta e sexta-feira estão marcadas reuniões entre sindicatos, responsáveis da TAP e a consultora Boston Consulting Group (BCG), antes de se encontrarem com o Governo. Do que já se sabe do plano de reestruturação, são certos cortes tanto no pessoal como na frota da companhia aérea portuguesa.

“A TAP vai reunir-se com todos os sindicatos e com a Comissão de Trabalhadores em reuniões na quinta e sexta-feira para partilhar os principais indicadores e variáveis que afetam o plano de reestruturação“, diz fonte oficial da empresa ao ECO. Estes encontros servirão tanto para dar acesso aos trabalhadores das linhas gerais do plano (mais de dois meses após a primeira e única reunião com a consultora que o está a desenhar) como para ouvir as reivindicações dos trabalhadores.

Uma das certezas que já há é a redução nas despesas com pessoal. O ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos aponta a redução do número de trabalhadores em 1.600 pessoas só este ano, especialmente através da não-renovação de contratos a termo. De acordo com o Jornal Económico, a BCG aponta até para a saída de mais trabalhadores num cenário mais adverso.

E as saídas já estão a acontecer: desde o início da pandemia — além de ter posto grande parte do pessoal em lay-off — o quadro de efetivos passou para 8.593 trabalhadores, o que representa uma quebra de 560 pessoas (6,1%) face aos 9.153 trabalhadores em fevereiro, segundo mostram as últimas contas da empresa referentes ao período entre janeiro e junho.

Performance operacional no final do primeiro semestre

Fonte: Relatório e Contas Consolidado do Primeiro Semestre de 2020 1) Inclui pessoal ativo e pessoal em regime de lay-off simplificado

Outra certeza é que a frota vai igualmente ser reduzida, segundo explicou Pedro Nuno Santos disse, na semana passada no Parlamento. A companhia aérea abandonou encomendas que tinha e começou já a negociar a devolução de alguns aviões. No final do primeiro semestre de 2020, a frota total da TAP era composta por 108 aviões, dos quais 102 aviões disponíveis para a operação comercial.

A companhia aérea chegou a acordo com a Airbus, em setembro, para adiar a entrega de 15 novos aviões que tinham sido encomendados para evitar o gasto de 857 milhões de euros. Para o segundo semestre, está assim prevista a entrada em operação comercial de apenas quadro novas aeronaves (2 A321neo LR, 1 A320neo e 1 A321neo) das que foram originalmente planeadas para 2020, sendo que 1 destes A321neo LR já integrava a frota total da TAP a 30 de junho, mas ainda em processo de phase-in.

Em simultâneo, a TAP estava ainda a tentar vender seis a oito aeronaves (6 A319 e 2 A320) e a estudar a devolução antecipada de aeronaves em regime de locação operacional e a potencial venda de aeronaves em regime de locação financeira. “A evolução futura da frota será naturalmente um dos temas estruturantes do plano de reestruturação que se encontra em elaboração“, sublinhava a TAP no relatório de apresentação de contas.

“O plano terá como principal enfoque assegurar a sustentabilidade e rentabilidade do Grupo TAP S.A., através de um adequado planeamento de rotas e frota, da adaptação do produto TAP à realidade atual e pós Covid-19, e do aumento da eficácia e da eficiência dos serviços centrais e das unidades do Grupo TAP SA”, acrescentou.

Composição da frota total no fim de junho

Fonte: Relatório e Contas Consolidado do Primeiro Semestre de 2020

Apesar de o plano ainda não estar concluído, o ministro das Infraestruturas e da Habitação já tinha anunciado que a primeira fase do processo está fechada, permitindo a negociação com os sindicatos. Também estes encontros deverão acontecer proximamente, mas o ministério não confirma ainda datas.

TAP já recebeu 700 milhões. Deve esgotar “cheque” até fim do ano

Enquanto este processo decorre, o Governo já transferiu à TAP 700 milhões de euros do total de 1,2 mil milhões de euros que estão disponíveis, segundo confirmou o ministério das Finanças ao ECO, sendo que o restante deverá entrar nas contas da empresa até final do ano.

Em simultâneo, o Executivo continua igualmente em conversações com a Comissão Europeia, aprovou o apoio público a 10 de junho. Foi nesta data que começaram a contar os seis meses para a TAP devolver o dinheiro (uma hipótese que nunca vista como provável) ou que Portugal apresentasse um plano de reestruturação que assegurasse a viabilidade de longo prazo.

“A possibilidade de reestruturação, bem como quais planos de apoio público são sujeito a avaliação e aprovação da Comissão. A Comissão está em contacto com as autoridades portuguesas neste contexto. Não podemos comentar o conteúdo desses contactos“, respondeu fonte oficial da Comissão Europeia quando questionada pelo ECO sobre eventuais trabalhos preliminares em curso.

Este dinheiro servirá apenas para garantir as necessidades de liquidez da TAP até ao final do ano e deverá ficar esgotado nessa altura. Por isso, o Governo já pôs de lado mais 500 milhões de euros em garantias, no Orçamento do Estado para 2021, a conceder eventualmente para a aplicação do plano de reestruturação.

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Costa versus Medina. Quem dá mais nos apoios às empresas?

António Costa tem 750 milhões de euros para ajudar as empresas afetadas pela pandemia. Fernando Medina tem apenas 22 milhões. Mas em que medidas concretas se traduzem estes apoios?

O agudizar da pandemia é sinónimo de medidas mais apertadas, mas também de mais apoios à economia e ao tecido empresarial. Numa altura em que há mais restrições de circulação, as empresas — sobretudo micro e pequenas — estão em alvoroço, preocupadas com as contas que têm de pagar no final do mês. Para atenuar esses efeitos, o Governo preparou medidas específicas de apoio, mas a Câmara de Lisboa também. Quem dá mais?

De um lado há 750 milhões de euros…

Com o país num novo estado de emergência, o Governo criou um pacote de 1.550 milhões euros para dar em novos apoios às empresas, dos quais 910 milhões serão disponibilizados a fundo perdido. Mas, para as micro e pequenas empresas dos setores mais afetados, nomeadamente do comércio e do turismo, foi criado um pacote especial: 750 milhões de euros em subsídios a fundo perdido.

Neste programa, batizado de “Apoiar.pt”, o Executivo prevê ajudar com um máximo de 7.500 euros cada micro empresa e com um máximo de 40.000 euros cada pequena empresa. Para ter acesso a estes apoios, as empresas não podem ter quaisquer dívidas e têm de ter observado uma quebra de faturação igual ou superior a 25% entre janeiro e setembro face ao mesmo período do ano passado.

“Os subsídios foram calculados como a média do custo fixo de uma empresa em percentagem da sua faturação com os limites que estão estabelecidos, mas poderão utilizar ser utilizados como [as empresas] bem entenderem”, explicou o ministro da Economia. Pedro Siza Vieira notou ainda que o apoio dado a cada empresa corresponderá a 20% da faturação que foi perdida.

Mas há outra condicionante: as empresas não podem despedir trabalhadores, nem distribuir fundos aos sócios. O Governo espera abrir os concursos para estes apoios no início de dezembro, para que a primeira tranche possa ser paga ainda este ano, disse o ministro.

O Apoiar.pt já está criado mas, esta quinta-feira, o Governo vai apresentar um pacote de medidas de apoio à restauração, para fazer face às limitações que serão impostas nos próximos dois fins de semana. Recorde-se que, durante a semana, é proibido circular na via pública (salvo raras exceções) entre as 23h e as 6h, e aos fins de semana entre as 13h e as 6h. Com estes condicionamentos, as empresas, sobretudo os restaurantes, estão preocupados e há até supermercados a abrirem de madrugada.

Lisboa tem 22 milhões a fundo perdido

Já do lado da Câmara de Lisboa (CML), Fernando Medina criou um pacote de mais de 55 milhões de euros em apoios, dos quais 22 milhões a fundo perdido, destinados às micro e pequenas empresas da restauração, do comércio e da cultura. Com este “apoio extraordinário” aos setores mais afetados, a autarquia espera ajudar cerca de 8.000 empresas, num total de cerca de 100.000 postos de trabalho, disse o presidente da CML.

Para ter acesso a estes apoios, as empresas têm de ter uma quebra de faturação superior a 25% comparando com o período compreendido entre janeiro e setembro do ano passado e assegurar o compromisso de que vão continuar abertas depois de a pandemia passar.

“Não vamos pôr requisitos relativamente à verificação de níveis de emprego, porque seria um elemento de complexidade que iria comprometer o apoio à empresa no tempo certo”, disse Fernando Medina, marcando uma clara diferença face aos apoios do Governo. Contudo, “tem de haver um compromisso de que a empresa não irá encerrar”.

O valor da ajuda dada a cada empresa vai depender do nível de faturação: empresas com faturação até 100.000 euros vão receber 4.000 euros (1.000 euros por mês), entre 100.000 e 300.000 euros de faturação vão receber 6.000 euros (1.500 euros por mês) e entre 300.000 e 500.000 euros vão receber 8.000 euros (2.000 euros por mês), explicou o autarca.

O apoio será pago em duas tranches entre dezembro de 2020 e março 2021 e, no início de dezembro, será criado uma plataforma específica para as candidaturas. Estas serão totalmente online e as empresas terão apenas de submeter a certidão de não dívida (um dos requisitos) e a declaração do técnico de contas confirmando a quebra de faturação.

Quem dá mais? Governo é mais exigente

Os números são claros. O Governo tem muito mais dinheiro disponível para ajudar as micro e pequenas empresas afetadas pela pandemia do que a autarquia lisboeta. Mesmo olhando para os valores máximos de apoio por cada empresa, percebe-se isso: enquanto o Governo pode passar um “cheque” até 40 mil euros, o da CML só vai até aos 8.000 euros.

CML perde no valor, mas ganha nos requisitos para aceder a estes apoios. Embora em ambos os casos seja necessário que as empresas apresentem quebras de faturação de 25%, o Governo exige mais contrapartidas dos empresários.

Os critérios do Governo são mais exigentes, desde logo pela condição imposta às empresas de não poderem despedir trabalhadores, algo que Fernando Medina diz não ser um requisito nos seus apoios.

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