Número de queixas atinge recorde em 2019. CTT é a marca com mais reclamações

  • ECO
  • 9 Janeiro 2020

Registaram-se cerca de 101 mil reclamações no Portal da Queixa em 2019, mais 13,8% do que no ano anterior. A subida deve-se, principalmente, aos problemas relacionados com o comércio eletrónico.

O ano que passou foi recorde no número de reclamações registadas no Portal da Queixa. Foram mais de 101 mil, o que se traduz num aumento de 13,8% face a 2018. O principal motivo de queixa dos portugueses foram as telecomunicações, mas o setor das entregas também se destacou, subindo à medida que mais pessoas aderem às compras online.

É precisamente no setor das entregas que se encontra a empresa com mais queixas em 2019. Foram os CTT – Correios de Portugal, que viram o número de reclamações registadas no Portal subir 17,9% num ano, totalizando 6.293 queixas, avança o Diário de Notícias (acesso pago).

Os portugueses fizeram, em média, 275 reclamações por dia na plataforma, elevando o total do ano para 101.033 queixas, superior em 14% a 2018. Esta subida deveu-se principalmente “ao comércio eletrónico em toda a sua dimensão”, explicou Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa.

As áreas ligadas a esta forma de consumo, através de meios digitais, nomeadamente os correios, transporte e logística, o comércio e tecnologia e a moda e vestuário, registaram todas um crescimento significativo do número de reclamações no ano passado.

Outro segmento onde os consumidores sinalizaram descontentamento foram os serviços de administração pública, cujas queixas cresceram 30,1%. “Os serviços públicos do Estado que maior aumento registaram foram o SEF, com as dificuldades de agendamento, e o IMT, com a emissão das cartas de condução, as licenças de TVDE (plataformas como o Uber) e os cartões ADR (certificação de condutores de mercadorias perigosas)”, apontou Pedro Lourenço.

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Europa mostra primeiros sinais de recuperação. Galp Energia trava ganhos do PSI-20

Os principais índices europeus começam a recuperar, depois de terem sido penalizados pelas tensões no Médio Oriente. A travar uma maior subida do PSI-20 está a Galp Energia.

A Europa começa a mostrar os primeiros sinais de recuperação após os ataques no Médio Oriente. Em Lisboa, o PSI-20 está a somar 0,5%, com apenas três cotadas em queda. A travar uma maior subida do índice estão as ações da EDP Renováveis e da Galp Energia.

O PSI-20 está a subir 0,48% para 5.252,29 pontos, após quatro sessões consecutivas no vermelho. De entre as 18 cotadas nacionais, apenas três estão em queda, duas delas consideradas pesos pesados. A maior descida cabe à EDP Renováveis, que perde 0,78% para 10,12 euros, enquanto a Pharol desvaloriza 0,19% para 0,1026 euros, depois de a Assembleia Geral desta quarta-feira ter resultado na redução do Conselho de Administração.

Ainda no vermelho, destaque para a Galp Energia que recua 0,54% para 15,515 euros, numa altura em que o preço do barril de petróleo está a deslizar nos mercados internacionais: o Brent perde 0,09% para 65,38 dólares, enquanto o WTI recua 0,07% para 59,57 dólares.

A impulsionar o desempenho do principal índice bolsista nacional estão os títulos do BCP, que somam 1,04% para 0,2046 euros, assim como os da Jerónimo Martins que valorizam 0,87% para 15,055 euros. A EDP, por sua vez, apresenta ganhos mais ligeiros: 0,13% para 3,828 euros.

As praças europeias estão a recuperar das perdas das últimas sessões, em que os mercados estavam a ser penalizados pelo conflito que se vive entre os Estados Unidos e o Irão. Depois do ataque iraniano às bases militares norte-americanas no Iraque na madrugada desta quarta-feira, Donald Trump disse estar “pronto para abraçar a paz, o que parece indicar uma espécie de bandeira branca neste conflito.

Mais tarde, ao fim do dia, houve duas explosões a cerca de 100 metros da embaixada dos Estados Unidos no Iraque, mas desconhecem-se ainda as causas para este acontecimento, não sabendo se esteve, ou não, relacionada com esta “guerra”.

(Notícia atualizada às 8h24 com mais informação)

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Galpgate: Ex-governantes e petrolífera resolvem processo com pagamento de 125 mil euros multas

  • ECO
  • 9 Janeiro 2020

O juiz de instrução criminal propôs à Galp e aos governantes envolvidos a possibilidade de não irem a julgamento mediante o pagamento de multas. A proposta foi aceite.

O juiz de instrução criminal do processo Galpgate propôs às empresas e governantes envolvidos a possibilidade de não irem a julgamento em troca do pagamento de multas. A Galp Energia será a mais penalizada, com duas subsidiárias condenadas ao pagamento de 50 mil euros, enquanto os restantes 15 arguidos pagarão quantias entre os 600 e os dez mil euros, avança o Correio da Manhã (acesso pago).

O valor total ultrapassa os 125 mil euros, que irão diretamente para os cofres do Estado, e os pagamentos terão de ser feitos nos próximos seis meses, de forma a que os processos — que já estão parados há vários meses –, sejam arquivados.

O Ministério Público já tinha proposto a suspensão do processo durante o inquérito, mediante o pagamento de quantias monetárias, mas o juiz não aceitou. Agora, a proposta foi novamente feita pelo juiz da fase de instrução, depois de ter sido requerida por alguns dos arguidos.

Entre os acusados no processo Galpgate — que consistia no pagamento de viagens a governantes para assistir aos jogos do Euro2016 –, estavam dois ex-secretários de Estado, Fernando Rocha Andrade e Jorge Oliveira, um ex-assessor de António Costa, Vítor Escária, e Carlos Costa Pina, administrador da Galp e ex-secretário de Estado do Tesouro do Governo de José Sócrates.

Em causa estão crimes de recebimento indevido de vantagem, com possibilidade de pena de cadeia. Também João Vasconcelos, ex-secretário de Estado, estava entre os acusados, mas o processo foi arquivado após a sua morte.

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Hoje nas notícias: pensões, Galpgate e cheques-dentista

  • ECO
  • 9 Janeiro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Num dia em que Donald Trump está em destaque nas capas dos jornais portugueses, a atualidade nacional é marcada pelo Orçamento do Estado. O Governo tem margem para dar mais a salários e pensões, sendo que os reformados e a Função Pública são prioridade. Já uma das medidas promovida do Governo, os cheques-dentista, acabou por não ser utilizada por um terço dos beneficiários. Há também novidades sobre o caso Galpgate, que deverá ficar resolvido com o pagamento de multas. As sociedades da Galp são as mais penalizadas. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes nacionais.

Governo com margem para dar mais a reformados e Função Pública

A proposta de Orçamento do Estado tem margem para avançar com aumentos nos salários da Função Pública e nas pensões, e será isso mesmo que o Governo deverá fazer. Os números do documento sublinham a abertura demonstrada pelo Governo ao PCP nas negociações que decorreram esta semana.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Estado ganha 125 mil euros em multas com viagens do euro 2016

O processo do caso que ficou conhecido como Galpgate, que consistiu no pagamento de viagens a vários governantes para assistirem a jogos do Euro 2016, ficará resolvido com multas. O juiz de instrução propôs às sociedades Galp Energia SGPS e Galp Energia SA o pagamento de 50 mil euros para não irem a julgamento, enquanto os restantes 15 arguidos terão de pagar sanções entre os dez mil e os 600 euros.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Um terço dos beneficiários não usou cheques-dentista dados pelo Estado em 2019

Das 312 mil pessoas que receberam cheques-dentista para consultas e tratamentos, 106 mil não os gastaram, em 2019. Estes vales são dados pelo Estado a determinados grupos da população, como crianças e grávidas, e podem ser utilizados em clínicas e consultórios privados. A taxa de não utilização atingiu no ano passado o valor mais elevado desde 2014, 33,8%, sendo que tem rondado os 30% nos últimos anos.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Número de queixas atinge recorde em 2019. Foram mais de 100 mil

O ano que passou foi recorde no número de reclamações registadas no Portal da Queixa. Foram mais de 101 mil, o que se traduz num aumento de 13,8% face a 2018. O principal motivo de queixa dos portugueses foram as telecomunicações, mas o setor das entregas também se destacou, subindo à medida que mais pessoas aderem às compras online. Os CTT foram a empresa com mais queixas em 2019.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

“Não vejo problema nenhum em dialogar com o Governo”, diz João Almeida

O porta-voz da direção de Assunção Cristas, que é também um dos candidatos à liderança do CDS-PP, defende que não vê problemas em dialogar com o Governo. “O CDS estabelecer uma espécie de muro que impede que propostas suas tenham um apoio mais alargado e possam até ser aprovadas não faz qualquer sentido”, argumenta João Almeida, afastando, no entanto, a possibilidade de ter uma atitude mais colaborante com o Executivo.

Leia a notícia completa na Renascença (acesso livre).

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Cristina a Presidente? “Um dia poderia representar todos os portugueses”

  • ECO
  • 9 Janeiro 2020

A apresentadora da SIC não se imagina no papel de primeira-ministra, por falta de capacidade, mas não descarta a hipótese de assumir o cargo de Presidente da República.

Poderá Marcelo Rebelo de Sousa ganhar uma adversária na Presidência da República? Cristina Ferreira não descarta essa hipótese. Em entrevista à Visão (acesso condicionado), a apresentadora da SIC diz não ter capacidade para desempenhar o cargo de primeira-ministra, mas admite que, com preparação, poderia assumir a Presidência, “e não iria falhar”.

Cristina Ferreira diz nunca se ter imaginado a assumir um cargo político… até uma certa altura. “Não me imaginava, nunca me passou pela cabeça até ao momento em que as pessoas me começaram a dizer que isso poderia acontecer”, disse. Mas essa possibilidade seria limitada.

Para a cadeira de primeira-ministra, a apresentadora descarta essa hipótese. “Se um dia me perguntasses ‘Chegarias a primeira-ministra?’, eu respondia imediatamente que não tenho qualquer tipo de capacidade para que isso possa acontecer“, afirmou, na entrevista.

Contudo, assumir a Presidência da República poderá ser uma possibilidade. “Representar todos os portugueses, acho que um dia o poderia fazer, que me iria preparar e que não iria falhar”.

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Governo abre a porta a aumentos na Função Pública e creches gratuitas

  • ECO
  • 9 Janeiro 2020

O Governo sinalizou que os aumentos na Função Pública podem ser "um pouco" maior que o apresentado e que as creches poderão ser gratuitas para pais com baixos rendimentos.

O Governo deu aos partidos de Esquerda sinais de que está disposto a ir “um pouco” mais além nos aumentos salariais da Função Pública. De acordo com o Expresso, António Costa chegou mesmo a dar garantias de que poderia fazer avanços em algumas medidas, entre as quais a implementação de creches gratuitas para pais com baixos rendimentos.

É uma das medidas mais pesadas previstas no Orçamento do Estado (OE) para este ano. A proposta do Executivo é que os salários dos funcionários públicos sejam atualizados mediante a inflação de 2019, ou seja 0,3%. Contudo, estes aumentos podem ir até 1%, dada a pressão que os sindicatos e os partidos de Esquerda têm feito.

No caso desta medida, está em causa um acréscimo de despesa em torno dos 120 milhões de euros — isto é, o custo da atualização passaria de 70 milhões de euros para cerca de 190 milhões, diz o Jornal de Negócios (acesso pago).

Além disso, durante as reuniões com o PCP que aconteceram esta semana, o Governo colocou em cima da mesa a hipótese de as creches virem a ser gratuitas para os segundos filhos de quem tenha rendimentos mais baixos. Contudo, a “formulação definitiva da medida” ainda não está fechada, disse fonte oficial do PCP ao Expresso.

Para atingir esta gratuitidade, o Governo apresentou uma proposta de reformulação do complemento-creche, que foi lançado no final do ano passado. De acordo com o mesmo jornal, esta foi uma das propostas que serviu de garantia ao PCP e que permitiu que o partido decidisse abster-se (uma opção inédita) na aprovação do OE.

Outras das propostas feitas pelo Governo tem a ver com as pensões. De acordo com o Negócios, António Costa está disposto a repetir o aumento extraordinário de até dez euros para os reformados, ou seja, até cerca de 660 euros, mas apenas em agosto. Para isto, a despesa andaria em torno dos 140 milhões de euros, um valor semelhante ao que foi gasto em 2019.

(Notícia atualização às 8h37 com introdução da medida das creches gratuitas)

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Rio admite impugnar diretas por causa das quotas na Madeira

  • ECO e Lusa
  • 9 Janeiro 2020

Rio apela ao bom senso no pagamento de quotas dos militantes do PSD Madeira e alerta que se as regras não forem cumpridas poderá recorrer ao Tribunal Constitucional e impugnar as eleições diretas.

O presidente do PSD apelou ao bom senso no diferendo com o PSD/Madeira quanto ao pagamento de quotas, alertando que o não cumprimento das regras seria razão para impugnação das diretas e para recursos no Tribunal Constitucional (TC).

“A vergonha que seria para um partido, de repente, ter uma sentença desfavorável no TC porque não se cumpriram as regras que o próprio partido estabeleceu e que, por sua vez, dependem das leis que vigoram à escala do país”, afirmou o também recandidato à liderança, Rui Rio, lembrando que a lei do financiamento dos partidos proíbe donativos em numerário.

A vergonha que seria para um partido, de repente, ter uma sentença desfavorável no TC porque não se cumpriram as regras que o próprio partido estabeleceu e que, por sua vez, dependem das leis que vigoram à escala do país.

Rui Rio

Presidente do PSD

Questionado também sobre a notícia avançada esta quarta-feira pelo Expresso ‘on-line’ de que os três deputados do PSD/Madeira já decidiram abster-se na votação da proposta de Orçamento do Estado na generalidade, Rio escusou-se a fazer comentários, dizendo não ter qualquer informação sobre a matéria.

“Não tenho qualquer contacto, nem oficial nem oficioso, nem da Comissão Política Regional da Madeira nem dos deputados (…). Será mais prudente da minha parte não dizer nada por antecipação e esperar que a votação se faça”, afirmou, à margem do lançamento do livro “Conhecimento e Inovação: em prol de uma Estratégia para o Futuro”, em Lisboa.

Já sobre a insistência do PSD/Madeira de que permitirá nas eleições diretas de sábado a votação dos 2.500 militantes que considera em condições de votar, em vez dos 104 reconhecidos pela secretaria-geral nacional como tendo respeitado os regulamentos internos, Rio apelou ao cumprimento das regras por todos.

“O apelo que faço é que todos os militantes estejam no mesmo plano de igualdade. Se assim não for, as próprias eleições são passíveis de ser impugnadas internamente e no próprio Tribunal Constitucional. Temos de ter muito cuidado”, alertou.

Em causa na divergência da contabilização do número de militantes na Madeira está o modo de pagamento das quotas: segundo o regulamento de quotizações aprovado pelo Conselho Nacional do partido em novembro, este só poderá ser feito por multibanco (através de referência aleatória), cheque, vale postal (apenas autorizado para militantes com 60 anos ou mais), débito direto, cartão de crédito ou MB Way.

A maioria dos militantes na Madeira paga as quotas diretamente na sede, e em numerário.

Rio salientou que serão, em primeiro lugar, as instâncias internas que tomarão uma decisão, referindo-se ao Conselho de Jurisdição Nacional, que hoje reiterou que os regulamentos devem ser aplicados “sem exceções”.

Ninguém entenderia que os militantes de uma zona do país não tivessem as mesmas regras para uma eleição nacional. Espero que isso não aconteça. Isso significaria que os militantes que têm a sua situação regularizada, na prática era-lhes retirado o direito de votar, porque ficavam diluídos numa lista que não é válida”, afirmou.

Rui Rio lamentou que sejam tão poucos os militantes da Madeira em condições de votar — segundo o Expresso, nem o líder da estrutura regional, Miguel Albuquerque, o poderá fazer –, mas salientou que as regras internas estão adaptadas às leis nacionais de financiamento dos partidos. “Havia um tempo em Portugal — eu sou desse tempo — em que o financiamento dos partidos se fazia com dinheiro em caixas de sapatos e sacos de plástico. Hoje não é possível, e muito bem. Tem de haver sempre uma identificação de quem faz o donativo ao partido”, frisou.

O líder do PSD afirmou que, enquanto candidato, está limitado na sua ação e deixou um apelo ao bom senso. “Vamos ter bom senso, já fiz muitas eleições, não é em cima da linha das eleições que vou ficar mais nervoso e vou perder a cabeça”, afirmou.

O presidente do PSD, Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o atual vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, são os três candidatos que disputam no sábado a presidência do partido em eleições diretas.

Se nenhum deles obtiver mais de 50% dos votos, a segunda volta realiza-se uma semana depois, dia 18, entre os dois candidatos mais votados.

Pinto Luz pede “algum recato” à direção sobre número de votantes na Madeira

O candidato à liderança do PSD Miguel Pinto Luz pediu “algum recato” à Direção Nacional do partido relativamente ao diferendo interno sobre quantos militantes podem votar na Madeira, e defendeu a autonomia daquela região.

“O PSD/Madeira tem um regime de autonomia já histórico e, por isso, não é um regulamento de pagamento de quotas, ou administrativo, que altera essa autonomia”, disse o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais antes de um encontro com militantes em Loures, distrito de Lisboa.

O PSD/Madeira tem um regime de autonomia já histórico e, por isso, não é um regulamento de pagamento de quotas, ou administrativo, que altera essa autonomia.

Miguel Pinto Luz

Candidato à liderança do PSD

Miguel Pinto Luz assinalou que os sociais-democratas não podem ser “os primeiros a falhar ao PSD/Madeira neste caso, e não garantir essa capacidade de terem autonomia gestionária e na forma como implementam e interpretam o funcionamento do partido”.

“Quero, de uma forma muito clara, dizer que, nesta altura, estando a dois ou três dias das eleições, devíamos pedir à Direção Nacional algum recato na opinião que tem vindo a tornar pública acerca desta matéria”, sublinhou.

Para Pinto Luz, pronunciar-se sobre este diferendo cabe aos “órgãos próprios para essas decisões, seja a Comissão Eleitoral, seja o Conselho de Jurisdição Nacional”, uma vez que são eles “quem entende se são nulos ou não são nulos os votos”.

Estes temas não se tratam na praça pública”, defendeu, pedindo “à liderança nacional para não se falar nestes temas e, naturalmente, apelar a que os militantes na Madeira possam votar” porque, aliás, eles “foram os únicos” que “garantiram a vitória nos dois últimos anos”.

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De uma só vez, Portugal arrecada um quarto da dívida que precisa para este ano

Portugal e Irlanda foram ao mercado no mesmo dia, conseguindo captar forte interesse junto dos investidores. Ofuscaram as Bunds, numa altura em que a Alemanha conta com juros negativos.

Portugal inaugurou o mercado de dívida pública, em 2020, com uma mega operação. Tal como tem vindo a acontecer nos últimos anos, a primeira colocação do ano foi realizada através de um sindicato bancário, através do qual o país emitiu 4 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT) a dez anos. O montante representa quase um quarto do total previsto para todo o ano de 2020.

“Esta é a primeira venda sindicada da República de Portugal em 2020 e, com esta emissão, está coberta mais de 20% [especificamente 24%] da meta bruta de emissões de 16,7 mil milhões de euros a ser executado através de leilões e sindicatos em 2020”, afirmou a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, num comunicado com os dados finais da operações.

O programa de financiamento para 2020 prevê a emissão de um total de 16,7 mil milhões de euros em OT, combinando sindicatos e leilões, assegurando emissões mensais. Parte deste valor será usado para reembolsar os 8.019 milhões de euros em OT que vão atingir as maturidades, enquanto os outros 8.698 milhões servirão para fazer face às necessidades de financiamento do Estado (que deverão situar-se em cerca de 9,5 mil milhões de euros).

A emissão realizada esta quarta-feira abrangeu já grande parte desse montante, sendo que as vendas sindicadas não têm montante indicativo e têm como objetivo exatamente colocar um montante mais elevado garantido pelo sindicado de bancos. E os investidores estavam dispostos a comprar (muito) mais: até 25 mil milhões de euros, ou 6,25 vezes mais.

“A transação beneficiou de uma forte procura de investidores, como revelou o livro de ordens final, que ficou acima de 25 mil milhões de euros (incluindo dois mil milhões do sindicato bancário), o que permitiu a Portugal colocar o preço das novas obrigações com um spread de 33 pontos base face à taxa mid swap, cujo guidance inicial se situava na área dos 38 pontos base”, acrescentou a agência liderada por Cristina Casalinho.

Portugal paga mais que a Irlanda, mas procura é superior

Segundo o ministério das Finanças, o forte apetite dos 350 investidores que participaram na operação — a maioria deles espanhóis, italianos, franceses e britânicos — “confirma a evolução extremamente favorável das condições de financiamento de Portugal ao longo do ano de 2019“.

Mas são também as taxas negativas praticadas em parte dos países da Zona Euro, que levam a que um juro de quase 0,5% seja visto como muito atrativo no contexto internacional. A colocação aconteceu no mesmo dia em que a Irlanda — que tal como Portugal foi alvo de um resgate da troika — foi ao mercado emitir quatro mil milhões de euros a 15 anos, tendo pago um valor próximo: 0,45%.

Apesar de a yield paga para emitir títulos com uma maturidade mais longa ter sido inferior, a procura por dívida irlandesa foi mais baixa, situando-se em 20 mil milhões. Também a Alemanha emitiu dívida: 3,5 mil milhões a dez anos, numa operação em que a procura foi de apenas 4,2 mil milhões, numa altura em que as taxas da maior economia europeia estão em terreno negativo.

"O leilão de Bunds foi fraco, mas podia ter sido ainda mais fraco devido ao atual ambiente. Há uma série de alternativas interessantes para por o dinheiro a render.”

Christoph Rieger

Estratego de dívida do Commerzbank

O leilão de Bunds foi fraco, mas podia ter sido ainda mais fraco devido ao atual ambiente“, disse Christoph Rieger, head of fixed-rate strategy no Commerzbank, em declarações à Bloomberg. “Há uma série de alternativas interessantes para pôr o dinheiro a render”, salientou. Portugal e Irlanda beneficiaram disso mesmo.

Obrigações de Portugal e Irlanda ofuscam Bunds alemãs

12,7 mil milhões para leilões mensais. Trocas de dívida em aberto

Em Portugal, ficam assim 12,7 mil milhões de euros disponíveis para os leilões mensais, que deverão variar entre os mil milhões e os 1.750 milhões de euros em cada colocação. O valor compara com os 8.523 milhões de euros em novas OT emitida ao longo de 2019, ano em que viu os juros caírem para mínimos históricos (1,1% em média entre janeiro e novembro).

Às emissões de OT, juntam-se ainda colocações de Bilhetes do Tesouro. Para este ano, estão previstas emissões de 13.252 milhões de euros (exatamente o mesmo valor que em 2019), para devolver ao mercado 11.983 milhões e ficar ainda com uma margem de 1,27 mil milhões. A primeira operação de emissão de dívida de curto prazo acontece já na próxima semana.

"Enquanto não tivermos sinais de subidas de taxas, devemos conseguir ir fazendo o rollover da dívida com taxas baixas que permitirão fazer uma grande poupança no custo que temos do serviço da dívida portuguesa.”

Filipe Silva

Diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa

Apesar de expectáveis, as operações de troca de dívida ficam ainda em aberto. “Enquanto não tivermos sinais de subidas de taxas, devemos conseguir ir fazendo o rollover da dívida com taxas baixas que permitirão fazer uma grande poupança no custo que temos do serviço da dívida portuguesa”, diz Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa, sobre o bom momento que o país vive.

É possível que o IGCP continue a aproveitar os baixos juros — conseguidos pela conjuntura internacional apoiada pelo Banco Central Europeu, bem como pelo reforço da confiança de investidores e agências de rating nas contas nacionais — para refinanciar-se com menores custos, tal como no ano passado. Em 2019, houve seis operações de troca de dívida, nas quais o Tesouro adiou o reembolso de 4,3 mil milhões de euros.

“A estratégia de financiamento para 2020 centrar-se-á na emissão de títulos de dívida pública nos mercados financeiros em euros com realização regular de emissões de Obrigações do Tesouro (OT), para promover a liquidez e um funcionamento eficiente dos mercados primário e secundário. Oportunidades para realizar operações de troca e recompras de títulos serão exploradas“, referiu a agência liderada por Cristina Casalinho, no programa de financiamento.

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De uma pequena oficina, Corticeira Amorim fez-se gigante em 150 anos

História da Corticeira Amorim é longa, mas repleta de conquistas, cá e lá fora. Tornou famosa a cortiça portuguesa em todo o mundo, com as rolhas, mas também as pranchas e surf e até os aviões.

Nasceu em 1870. Virou dois séculos, um deles que mudou o milénio. Cresceu numa pequena oficina a produzir rolhas, expandindo desde então — ainda que com alguns reveses pelo caminho — até chegar aos quatro cantos do mundo. Em 150 anos, a Corticeira Amorim transformou-se na maior transformadora de produtos de cortiça do globo. Com as rolhas sempre em primeiro lugar, diversificou o uso da matéria-prima que, hoje em dia, se encontra desde os isolamentos até às pranchas de surf na Nazaré.

A história da Corticeira Amorim é longa, mas repleta de conquistas. Lançada pela mão de António Alves Amorim, foi saltando de geração em geração, até chegar à quarta geração, a de António Rios de Amorim. Com cada uma, evoluiu. E foi conquistando mercado atrás de mercado, da Europa aos EUA, até aterrar na China, com a aposta na qualidade das suas rolhas, mas também na sustentabilidade.

Tornou famosa a cortiça portuguesa, claramente pelas rolhas, que se encontram nas garrafas de vinho, mas também de whisky mais famosas do mundo. Mas também pela multiplicidade de aplicações que conseguiu dar a esta matéria-prima.

Tudo isto tem sido conseguido, ao longo de muitos anos, com esforço, dedicação e muito investimento. Mas esse dinheiro aplicado no desenvolvimento da empresa familiar tem-se traduzido em resultado cada vez mais expressivos. O volume de negócios desta empresa de século e meio ascende aos 700 milhões de euros.

Conheça, momento a momento, a história desta empresa portuguesa.

Família Amorim abre a primeira fábrica de rolhas

Recuando no tempo, a atividade da Corticeira Amorim inicia-se, em 1870, com a fundação da primeira fábrica de produção manual de rolhas de cortiça, no Cais de Vila Nova de Gaia, liderada por António Alves de Amorim. Mas é a década de 90, desse mesmo século, que marca os primeiros passos do que viria a ser o império da família Amorim.

Já em 1908, a família abre uma nova oficina em Santa Maria de Lamas, com o objetivo de alargar a produção. Nesta altura a rolha de cortiça começa a ser vista mais como um produto de luxo, obrigatório nos vinhos de elevada qualidade produzidos pelas melhores caves da época.

Primeira empresa da família nasce em 1922

É no dia de 11 de março de 1922 que nasce a primeira empresa do grupo, a Amorim & Irmãos. Foi criada, na altura, com um capital social de 90 mil escudos, tendo como sócios os filhos de António Alves Amorim e Ana Pinto Alves: José, Manuel, Henrique, Américo, Ana, Rosa, António, Joaquim e Bernardina. Esta segunda geração Amorim imprimiu um novo dinamismo à atividade desenvolvida e tornou a empresa numa referência da indústria corticeira nacional.

Amorim & Irmãos torna-se na maior fábrica de rolhas do norte

Ao longo da década 30, a Amorim & Irmãos tornou-se na maior fábrica de rolhas do norte de Portugal. De forma a potenciar o crescimento a família Amorim adquire, em 1935, um pequeno armazém em Abrantes. Passados três anos, numa década marcada por grandes dificuldades sociais, a Corticeira Amorim constrói o primeiro refeitório para os funcionários, onde a empresa passa servir diariamente uma sopa quente.

Incêndio destrói por completo as instalações da empresa

Após 74 anos de crescimento, um incêndio vem assombrar o que família Amorim trabalhou para construir. Em 21 de março de 1944 um incêndio destruiu completamente as instalações da empresa, em Santa Maria de Lamas, deixando em ruínas a maior fábrica de Vila da Feira. Com esta tragédia, centenas de operários ficam sem trabalho e os prejuízos atingem os 15 mil contos. Dois meses depois, recomeçam as operações a tempo parcial.

Em 1950 a Amorim & Irmãos aposta em aprofundar o conhecimento na cortiça, assim como o seu funcionamento no mercado. A correta valorização desta matéria-prima permite à família recuperar a posição de maior fábrica corticeira da região norte, face ao incêndio que destruiu as instalações da empresa em Santa Maria de Lamas.

Terceira geração assume comando da Amorim & Irmãos

É no ano de 1953 que a terceira geração Amorim assume o comando da Amorim & Irmãos. No período pós-guerra, os quatro irmãos – José, António, Américo e Joaquim Ferreira de Amorim – assumem o leme da empresa e a responsabilidade de alterar a fisionomia da indústria corticeira portuguesa. A década de 50 é marcada também pela primeira viagem de Américo Amorim à União Soviética, que acontece em 1958, e acaba por tornar a Amorim & Irmãos, o maior exportador português para a Europa de Leste.

Economia circular vigente na década de 60

Já com foco na redução de desperdícios, o grupo cria em 1963, a Corticeira Amorim, uma unidade industrial vocacionada para a produção de granulados e aglomerados de cortiça. O objetivo é transformar 70% dos desperdícios produzidos pela Amorim & Irmãos, derivados da fabricação de rolhas.

Corticeira Amorim torna-se responsável por cerca de 75% da produção nacional

Na década de 70 a Corticeira Amorim passa a ser a capital rolheira do país, responsável por cerca de 75% da produção nacional. Nesse mesmo ano, em 1972, é criada a primeira unidade fabril de transformação de cortiça fora de território nacional, a Compagnie Marocaine de Transformation du Liège (Comatral), em Skhirat, Marrocos. Passado um ano, em 1973, a família Amorim inicia com êxito a produção de cortiça com borracha.

Em quatro anos, família abre duas novas empresas

No ano de 1978 a Corticeira Amorim cria a empresa Ipocork – Indústria de Pavimentos e Decoração (atual Amorim Revestimentos). Esta nova empresa marcou a entrada da Corticeira Amorim no mercado dos parquês e dos revestimentos. Passados quatro anos viria a nascer outra empresa da família Amorim, a Champcork Rolhas de Champanhe, empresa direcionada para a produção de rolhas para champanhe e vinhos espumosos.

Grupo avança para a bolsa. É a OPV

Em 1988, as quatro maiores empresas da Corticeira Amorim – Amorim & Irmãos, Corticeira Amorim Indústria, Indústria de Pavimentos e Decoração (Ipocork) e Champcork – Rolhas de Champanhe lançam uma oferta pública de venda de ações representativas do seu capital social na Bolsa de Valores de Lisboa.

Produtos do grupo representam 34% das exportações portuguesas de cortiça

O ano de 1989 representa o primeiro ano de consolidação de contas de toda a atividade corticeira do Grupo. O volume de vendas da Corticeira Amorim, SGPS atinge 23,6 milhões de contos, com os seus produtos a representarem 34% das exportações portuguesas de cortiça. No total, emprega 2.593 trabalhadores que representam 18% do setor.

Grupo Amorim expande oferta e aposta nos isolamentos em cortiça

Com o objetivo de expandir a oferta, em 1997, é criada uma nova unidade. É, assim, a constituída a Amorim Isolamentos direcionada para a produção de aglomerados destinados a isolamentos.

Grupo Amorim altera logótipo

Em 1998, o Grupo Amorim surge com uma nova imagem corporativa. O logótipo Amorim passa a ser uma árvore estilizada com o nome Amorim, simbolizando os princípios do Grupo: harmonia ambiental, força natural e confiança no crescimento, que vem reforçar a identidade e a cultura Amorim.

Mais uma unidade, agora em Ponte de Sôr

Na viragem do século é criada a Amorim & Irmãos – Unidade de Ponte de Sôr. Um polo de preparação da matéria-prima e fabrico de discos para rolhas Twin Top. Nesse mesmo ano há um reforço da estrutura de capitais próprios da Corticeira Amorim, através do aumento do capital reservado a acionistas de 71,5 milhões de euros para 133 milhões de euros: 23,8 milhões de euros por incorporação de reservas e 37,7 milhões de euros por entradas em dinheiro.

Quarta geração assume o comando

Em 2001, António Rios de Amorim, com 34 anos, sucede a Américo Ferreira de Amorim. A quarta geração da família Amorim, ativa no Grupo há mais de uma década, começa assim a assumir papéis de liderança.

António Rios de Amorim, da Corticeira Amorim, está nomeado para melhor CEO na relação com o mercado.

No mesmo ano desenrola-se a constituição da Amorim & Irmãos – Unidade de Coruche. Gémea da fábrica de Ponte de Sôr, esta unidade está vocacionada para a produção de discos para as rolhas de champanhe comercializadas sob a marca Spark. Com a abertura das unidades de Ponte de Sôr e Coruche, a verticalização de todo o processo produtivo de rolhas de cortiça torna-se uma realidade.

Nasce uma nova empresa do grupo, a Amorim Cork Composites

Em 2007 o grupo cria a Amorim Cork Composites, uma nova unidade de negócios da Corticeira Amorim, resultante da integração da cortiça com borracha e aglomerados técnicos.

Corticeira Amorim com foco na sustentabilidade

Assumindo a sua responsabilidade enquanto líder mundial do setor transformador da cortiça, a Corticeira Amorim publica o primeiro e único relatório de sustentabilidade da indústria em 2007. Um ano mais tarde este primeiro relatório de sustentabilidade é distinguido pela “Corporate Register” como um dos três melhores relatórios do mundo na categoria “openess and honesty” e como um dos seis melhores na categoria “relevance and materiality”.

Já com foco na sustentabilidade e na economia circular a Amorim Cork Composites, inaugura, em 2009, a primeira instalação mundial de reciclagem de rolhas de cortiça em Mozelos, Santa Maria da Feira.

Corticeira Amorim é eleita a 25.ª empresa mais influente do setor vinícola

A Corticeira Amorim é considera, em 2009, a 25.ª empresa mais influente do setor vinícola a nível mundial, pela prestigiada revista britânica de vinhos Drinks Business.

Rolhas da Corticeira Amorim escolhidas para vedar whisky mais caro do mundo

No ano de 2010 a Corticeira Amorim desenvolve uma coleção de rolhas capsuladas de luxo. A nova rolha de cortiça natural, denominada “Top Series”, surge no âmbito do compromisso estratégico com a inovação. Esta rolha premium foi escolhidas para vedar o whisky mais caro do mundo, o Dalmore Trinitas 64. Foram produzidas apenas três garrafas de luxo, com um preço que rondava os 118 mil euros por garrafa.

Grande passo em direção à China

Em 2011 a Corticeira Amorim faz uma aliança estratégica entre com uma empresa sediada em Xangai, a Vertex Group. Esta aliança uniu os dois maiores produtores de revestimentos de cortiça e de luxury vinyl tiles (LVT).

Ainda no mesmo ano arrancam com a nova fábrica de preparação de cortiça, em Salgueiros, Ponte de Sôr, com uma área total de 17 hectares e revestem a mítica Sagrada Família, em Barcelona, com o pavimento wicanders da Amorim Revestimentos.

Nasce a Amorim Cork Ventures orientada para a internacionalização

Em 2014 é criada a Amorim Cork Ventures, uma incubadora de negócios da Corticeira Amorim, com o propósito de fomentar o desenvolvimento de novos produtos e negócios com cortiça, orientados fundamentalmente para os mercados externos.

Das rolhas de cortiça às pranchas de surf

O surfista havaiano Garrett McNamara recolocou o mar português na memória do mundo ao surfar a maior onda alguma vez surfada no mundo, recorde ultrapassado em 2017 pelo surfista brasileiro Rodrigo Koxa. Inspiradas por este recorde a Mercedes-Benz Portugal, em parceria com a Corticeira Amorim, desenvolveram, em 2014, uma nova prancha de surf, concebida totalmente em cortiça portuguesa, para o surfista Garrett McNamara. Estas pranchas tow-in, que incorporam cortiça, foram desenhadas para superar o colossal desafio das ondas da Nazaré.

“Quando estás a surfar ondas gigantes precisas de uma prancha flexível e resistente ao impacto. [Uma prancha] que não se parta. Acredito que estas pranchas de surf serão benchmark em termos de tecnologia para os que surfam ondas gigantes”, destacou, à data, Garrett McNamara.

Américo Amorim morre aos 82 anos

O ano de 2017 foi marcado pelo falecimento de Américo Amorim, o carismático líder da terceira geração da família Amorim, presidente da Corticeira Amorim entre 1953 e 2001. O empresário foi considerado o homem mais rico de Portugal, ficando na 385ª posição na lista das pessoas mais ricas do mundo, em 2017, do ranking da Forbes. O “Rei da Cortiça”, como era apelidado pela revista norte-americana, faleceu com 82 anos e uma fortuna avaliada em 4,4 mil milhões de dólares (mais de quatro mil milhões de euros).

Corticeira Amorim celebra 30 anos na bolsa

O ano 2018 representou um marco histórico para o grupo ao celebrar 30 anos na bolsa. A abertura em bolsa do capital da Corticeira Amorim teve iniciou em abril de 1988, a que se seguiram a Ipocork e a Amorim & Irmãos, em junho, e a Champcork, em julho. Um ano mais tarde, foi lançada uma oferta pública de troca de ações da Corticeira Amorim pelos títulos das restantes empresas.

Espumantes sem sabor a rolha by Corticeira Amorim

No ano de 2019 a Corticeira Amorim descobre uma solução para os “espumantes sem sabor a rolha”. Foi antes do virar da década que o grupo lançou as primeiras rolhas de cortiça para vinhos espumantes sem sabor a rolha. Graças à tecnologia NDtech Sparkling, resultado de dois anos de investimento em I&D, a empresa transformadora de produtos de cortiça criou um sistema que acabou por conseguir replicar nas suas rolhas para espumantes.

Amorim aposta no design para conquistar os Estados Unidos

Sempre com foco em grandes voos, um dos objetivos do grupo Amorim para 2020 é conquistar os Estados Unidos. Como? A empresa procura levar a cortiça portuguesa a Nova Iorque, com foco na sustentabilidade climática. Criou o projeto City Cortex 2020 que tem como foco colocar a cidade de Nova Iorque e a cortiça lusitana lado a lado. O objetivo é reestruturar uma das maiores metrópoles do mundo de forma sustentável.

O designer Stefan Sagmeister, um dos responsáveis pelo mais recente projeto da Corticeira Amorim, acredita que “a cortiça é o melhor material para combater o problema da poluição sonora em Nova Iorque”, afirma o designer em conversa com o ECoolHunter.

Atualmente a Corticeira Amorim atua em mais de 100 países e produz mais de 25 milhões de rolhas por dia, o que equivale a 5,5 mil milhões de rolhas por ano.

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Elétricas admitem voltar atrás na descida dos preços da luz. Depende de estudo da ERSE

Estudo da ERSE, encomendado pelo Governo, relativo à inclusão nos custos das empresas do setor dos encargos com a CESE e tarifa social pode levar empresas a recuarem na descida dos preços.

2020 vai trazer descontos nas faturas da luz para a maioria dos cerca de cinco milhões de consumidores que já mudaram do regulado para o mercado liberalizado. Ainda que muito abaixo das reduções de preços registadas no ano passado, as principais elétricas confirmaram ao ECO a baixa das tarifas, embora esta possa, mais à frente, ser reavaliada mediante o resultado do estudo da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), encomendado pelo Governo, relativo à inclusão nos custos das empresas do setor dos encargos com a Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE) e a tarifa social.

A Endesa foi a elétrica que anunciou uma maior queda nos valores para este ano – menos 2,5% para novos clientes, “seis vezes mais do que na tarifa regulada” –, mas o ECO sabe que a empresa liderada por Nuno Ribeiro da Silva está já a repensar esta mesma descida.

Em causa está um estudo pedido pelo secretário de Estado da Energia, João Galamba, à ERSE, através de um despacho publicado em Diário da República a 27 de dezembro de 2019, para que esta volte a incluir nas suas contas os encargos das empresas de energia com a CESE e a tarifa social que, por ordem do anterior Governo, foram excluídos das contas do regulador.

Fonte oficial da EDP afirmou ao ECO que a empresa está, tal como a Endesa, a segunda maior operadora deste mercado atrás da empresa liderada por António Mexia, “a analisar o documento e as suas implicações”. Não tem, contudo, “ainda nenhum comentário ou conclusão nesta fase”, remetendo-os para mais tarde.

Com este despacho assinado por Galamba volta a estar em cima da mesa o chamado mecanismo clawback, criado para evitar que as elétricas nacionais fossem penalizadas pelos impostos elevados pagos pelas suas congéneres espanholas e transferidos para o mercado grossista de eletricidade, fazendo subir os preços do Mibel e prejudicando as empresas portuguesas.

"[MAAC alerta para risco de] grave distorção concorrencial [das empresas a operar no mercado nacional] relativamente aos produtores de Espanha.”

Ministério do Ambiente e da Ação Climática

Até 2017 a CESE e a tarifa social foram tidas em conta no estudo anual da ERSE como encargos, o que permitiu às elétricas registarem menos ganhos e assim devolverem valores mais baixos ao sistema elétrico, o que acabou por se traduzir em aumentos das tarifas para os consumidores.

Questionado sobre se está a ser ponderado pelo Governo permitir às elétricas que voltem a descontar estes custos, o Ministério do Ambiente e da Ação da Climática (MAAC) garantiu ao ECO que não está em causa “qualquer benefício concedido aos produtores nacionais, mas apenas a neutralização do efeito provocado pelos eventos internos no cálculo da compensação total devida pelos produtores, evitando a sua dupla penalização”. E rematou: não existirá “qualquer reflexo nas tarifas”.

O MAAC defende a reavaliação da inclusão destes custos com o risco de “grave distorção concorrencial [das empresas a operar no mercado nacional] relativamente aos produtores de Espanha” se a CESE e a tarifa social não entrarem nas contas da ERSE.

Regresso ao passado

Em 2018, o ex-secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, assinou um despacho a anular a decisão do anterior Governo PSD/CDS que até aí permitia às empresas produtoras de energia repercutirem no sistema elétrico uma parte da fatura com a contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE) e com a tarifa social da eletricidade.

A decisão de Seguro Sanches, tomada com base num parecer da Procuradoria-Geral da República que concluía que “independentemente da natureza da CESE (contribuição ou imposto), conforme estabelecido pelo legislador (…), as importâncias suportadas pelos sujeitos passivos a título da CESE não são repercutíveis” nos consumidores, chegou mesmo a ser levada pela EDP e Endesa a tribunal, para impugnação.

Nessa altura, o Governo acusou as empresas de imputarem custos aos clientes de forma indevida, exigindo às empresas a devolução ao sistema elétrico de cerca de 100 milhões de euros.

Agora, em 2020, Galamba pode reverter a decisão ao pedir à ERSE para avaliar se estes dois impostos devem ou não voltar a entrar nas contas do mecanismo de clawback, depois das alterações introduzidas no quadro fiscal espanhol, nomeadamente a suspensão dos impostos sobre as empresas produtoras de eletricidade, com o objetivo de travar a subida dos preços do lado de lá da fronteira.

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📹 Como se aprova um Orçamento de Estado? Perguntou ao Google, nós respondemos

  • ECO
  • 9 Janeiro 2020

O Parlamento está a discutir e a votar o Orçamento do Estado. Mas como isto se faz? E quanto tempo demora? Fizemos um vídeo para ajudar a perceber como as coisas acontecem.

Como se aprova o Orçamento do Estado (OE)? O documento está desde o início desta semana a ser discutido no Parlamento, onde vai ficar até ao início de fevereiro. Só a dia 6 será a votação final do OE2020. Até lá serão muitas horas de debate e negociações para que o OE saia do Palácio de São Bento aprovado.

Neste vídeo explicamos como tudo acontece quando o OE está a ser debatido no Parlamento. As várias fases, quem participa e o que significa cada um dos momentos de debate na Assembleia da República.

http://videos.sapo.pt/G3mLtAFVksDKlYS2q9Bk

 

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635 minutos, 10 partidos, 4 ministros e um OE. Uma maratona para aprovar o primeiro excedente em democracia

Começa esta quinta-feira a ser debatido o OE2020. Ao todo serão 635 minutos. Costa leva ao Parlamento o primeiro excedente da democracia. O apoio à esquerda está quase garantido.

O Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) começa a ser discutido esta quinta-feira e prolonga-se até sexta. No fim, está prevista a votação. Tudo junto são 635 minutos de debate na generalidade. É uma maratona de mais de 10 horas de troca de argumentos. Mas isto é só o início de um processo longo. Vêm aí as propostas de alteração — no ano passado foram à volta de 1.000 — e a votação uma a uma. Apenas a 6 de fevereiro será a votação final, aquela que fica para a história.

O OE 2020 é o primeiro da segunda legislatura de António Costa. O PS não tem maioria absoluta, nem assinou acordos com os parceiros políticos com quem formou a geringonça na legislatura passada.

Por isso, desta vez foi preciso negociar até à última para garantir a sua aprovação neste primeiro teste político ao OE. Mas negociar não significa fechar já tudo. Pelo contrário, quer dizer abrir portas a aceitar propostas futuras dos partidos. Mas não de todos os 10 partidos. Costa negoceia à esquerda e é aí que deverá conseguir apoio para aprovar o OE.

No debate que hoje começa, além das posições gerais sobre o Orçamento, os partidos aproveitam para deixar pistas sobre o que querem ver aprovado durante a fase da especialidade.

Nos últimos anos, o Governo tem guardado pouca margem para alterações à sua proposta de lei. No Orçamento de 2019 foram 100 milhões de euros e no anterior foram 200 milhões. Este ano a margem poderá ser também curta. O Executivo fez um Orçamento com o primeiro excedente em democracia (de 0,2%) apoiado numa estabilização do crescimento económico em 1,9%.

O equilíbrio das contas públicas é o primeiro desígnio do OE2020, disse Mário Centeno esta segunda-feira, com o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a aparecer em segundo lugar.

Durante os dois dias de debate, o Governo vai querer passar a mensagem de que, apesar do excedente orçamental, o OE prevê mais saúde e mais investimento. É por isso que além de Mário Centeno vão intervir Marta Temido e Pedro Nuno Santos. Mas também Pedro Siza Vieira, número dois do Executivo, que terá a cargo o encerramento do debate. António Costa faz a abertura esta quinta-feira às 15 horas.

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