Confiança empresarial na Alemanha cai para mínimo desde julho de 2009

  • Lusa
  • 25 Março 2020

"Nunca na história da Alemanha reunificada tinha caído tanto" e ocorreu porque a queda das expectativas "foi a mais pronunciada em 70 anos de questionários a empresas", segundo dados do Ifo.

A confiança empresarial na Alemanha colapsou devido à pandemia, depois de sofrer a maior queda desde a unificação do país, com o indicador a cair para um mínimo desde julho de 2009 porque a “economia alemã está em choque”.

O índice de confiança empresarial no conjunto da Alemanha caiu para 86,1 pontos em março, contra 96 pontos em fevereiro, segundo os dados definitivos do Instituto de Investigação Económica (Ifo).

Em 19 de março, o Ifo antecipou, pela primeira vez nos seus 70 anos de existência, os dados do seu indicador de confiança empresarial, que é um dos principais barómetros do estado de saúde da economia alemã.

Os dados preliminares com 90% das respostas aos questionários apontavam para uma descida da confiança empresarial para 87,7 pontos, mas desde então caiu mais 1,6 pontos.

O Ifo afirmou que as expectativas das empresas para os próximos seis meses pioraram como nunca antes, ao mesmo tempo que a avaliação da situação atual também se deteriorou consideravelmente.

“A economia alemã precipita-se para uma recessão”, afirmou o presidente do Ifo, Clemens Fuest.

No setor da indústria transformadora, a confiança empresarial baixou para o nível mínimo desde agosto de 2009.

“Nunca na história da Alemanha reunificada tinha caído tanto” e ocorreu porque a queda das expectativas “foi a mais pronunciada em 70 anos de questionários a empresas”, se bem que o recuo da avaliação da situação atual foi menos significativo, afirmou o Ifo.

“A confiança empresarial baixou em todos os setores empresariais, em alguns casos consideravelmente”, adiantou o instituto.

Muitas empresas anunciaram planos para reduzir a produção e diminuíram os planos de exportações.

No setor dos serviços, a confiança empresarial registou a maior queda desde que se começou a calcular dados neste setor em 2005.

No comércio, a confiança empresarial colapsou e as expectativas afundaram-se para o mínimo desde a unificação alemã, ao mesmo tempo que as empresas reviram em forte baixa a avaliação da situação atual.

A evolução negativa foi similar para as empresas do setor do comércio, tanto por grosso como a retalho.

O comércio de alimentos e a drogarias são exceções positivas.

Em comparação, na construção, o índice baixou moderadamente e a avaliação da situação atual continua a ser muito positiva, mas as perspetivas pioraram significativamente.

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Portugal com excedente de 0,2%. É a primeira vez em democracia

O Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou esta quarta-feira que Portugal registou um excedente de 0,2% do PIB em 2019. É a primeira vez que tal acontece em democracia.

Pela primeira vez em democracia, e tal como António Costa tinha antecipado ontem, Portugal registou um excedente orçamental de 0,2% do PIB em 2019, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira. Este é o valor em contabilidade nacional, a ótica que interessa à Comissão Europeia e a nível internacional.

“O saldo do setor das Administrações Públicas (AP) registou um aumento de 0,3 pontos percentuais no ano terminado no 4º trimestre de 2019, relativamente ao trimestre anterior, situando-se em cerca de 403,9 milhões de euros, o que correspondeu a 0,2% do PIB (-0,4% do PIB em 2018)”, escreve o gabinete de estatísticas. Ontem o primeiro-ministro já tinha dito que havia “grande probabilidade” de Portugal ter chegado a um excedente em 2019, o qual já não irá acontecer em 2020. Esta é a estimativa preliminar do INE, a qual poderá ser revista em próximos destaques.

Um excedente orçamental significa que a diferença entre a receita e a despesa pública foi positiva pela primeira vez em democracia: 403,9 milhões de euros de superávit (-904 milhões de euros em 2018). Tal como tem acontecido nos últimos anos, este desempenho é explicado “por um aumento da receita (3,8%) superior ao da despesa (+2,3%)”. É desta forma que, pelo menos em 2019, a comum palavra “défice” deu lugar a “excedente” para se referir o saldo orçamental.

Do lado da despesa, houve um aumento dos gastos com prestações sociais, despesas com pessoal e subsídios ao passo que os encargos com juros baixaram. Do lado da receita, a maior parte dos impostos encaixou mais receita em 2019, face a 2018, mas o destaque vai para as contribuições sociais que aumentaram 1,7%, beneficiando da melhoria contínua do mercado de trabalho. A última previsão do Governo, feita já no final do ano na proposta do OE 2020, apontava para um défice de 0,1% do PIB em 2019.

Este excedente é ainda mais expressivo dado que, após alguma especulação sobre o impacto que teria nas contas públicas, o INE acabou por contabilizar uma despesa de 219 milhões de euros relativos a uma compensação do Estado à concessionária AEDL – Autoestradas do Douro Litoral. Mesmo assim, houve um excedente orçamental, o que sugere que este podia ser ainda maior se excluída esta despesa.

Do ponto de vista das várias partes que compõem as administrações públicas, este excedente orçamental é conseguido com o superávit registado nas contas da administração regional e local (ilhas e autarquias) e dos fundos da segurança social, ao passo que a administração central continua a registar um défice.

“Em particular, o saldo dos Fundos de Segurança Social aumentou face a 2018 em mais de 900 milhões de euros, em resultado sobretudo do acréscimo de quase 1,5 mil milhões de euros na receita de contribuições sociais, que mais que compensou o aumento na despesa, de onde se destaca o aumento de 1,1 mil milhões de euros da despesa em prestações sociais (exceto transferências sociais em espécie)”, explica o INE.

O excedente orçamental primário, que retira o valor da despesa com o serviço da dívida, aumentou 789 milhões de euros em 201, atingindo os 6,8 mil milhões de euros (cerca de 3% do PIB).

INE antecipa mudanças substanciais

Apesar de este excedente orçamental ser inédito em democracia — e de colocar as contas públicas num melhor ponto de partida para 2020 –, poderá haver poucas razões para o celebrar por diversas razões.

Desde logo porque, tal como já admitiu o Governo, esta deixou de ser a prioridade com o país em estado de emergência dado que é preciso investir na saúde e na economia para combater o impacto do coronavírus, o que levará Portugal novamente para um défice orçamental este ano, ao contrário do que estava previsto. Neste momento, já está em cima da mesa a formulação de um orçamento retificativo ou “suplementar”, como lhe chamou Rui Rio.

O próprio Instituto Nacional de Estatística (INE) sugere que “é de esperar que as tendências aqui analisadas se alterem substancialmente” ao explicar que a informação deste destaque não reflete ainda a situação atual de pandemia a nível mundial. “De qualquer modo, a informação hoje disponibilizada é útil para estabelecer uma referência para avaliar desenvolvimentos futuros”, considera o gabinete de estatísticas, que vai tentar manter o calendário de produção e divulgação dos dados.

Dito isto, o INE pede a colaboração “das empresas, das famílias e das entidades públicas na resposta às solicitações do INE, utilizando a Internet e o telefone como canais alternativos aos contactos presenciais”. Só assim, alerta, é que o gabinete de estatísticas terá “capacidade para identificar os impactos da pandemia Covid19”.

Na informação que foi enviada hoje a Bruxelas, o Governo ainda não atualizou a previsão do saldo orçamental (atualmente de um excedente de 0,2% do PIB em 2020), o que deverá acontecer em abril quando entregar o Programa de Estabilidade, cujo prazo poderá ser mudado, como já admitiu um porta-voz da Comissão Europeia. O mesmo acontece para o crescimento do PIB ou a trajetória do rácio da dívida pública — o indicador mais vigiado por investidores e agências de rating — que aponta para os 114,7% do PIB em 2020.

(Notícia atualizada às 11h44 com mais informação)

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Comércio externo de bens da União Europeia com excedente de 197 mil milhões de euros

  • Lusa
  • 25 Março 2020

As exportações da União Europeia para o resto do mundo fixaram-se nos 2.132 mil milhões de euros e as importações chegaram aos 1.935 mil milhões de euros, em 2019.

A balança do comércio internacional de bens da União Europeia (UE) registou, no ano passado, um excedente de 197 mil milhões de euros, acima do de 152 mil milhões de 2018, divulgou esta quarta-feira o Eurostat.

As exportações da UE para o resto do mundo fixaram-se nos 2.132 mil milhões de euros e as importações chegaram aos 1.935 mil milhões de euros, em 2019.

Em quase todos os Estados-membros, o principal parceiro comercial das suas exportações é outro membro do bloco, à exceção da Alemanha e da Irlanda, que têm os Estados Unidos da América como o principal importador dos seus bens, da Suécia (Noruega) e Lituânia (Rússia).

O principal destino das exportações portuguesas foi a Espanha (25% do valor comercial de 2019), seguindo-se a França (13%) e a Alemanha (12%).

Na UE, a balança comercial externa de bens tem registado um contínuo excedente, que atingiu um pico de 264 mil milhões de euros em 2016, tendo abrandado em 2017 e 2018 para voltar a acelerar no ano passado.

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Estas são as 15 medidas de Medina para Lisboa superar a pandemia

A Câmara de Lisboa criou um pacote de medidas para colmatar o impacto do coronavírus nas famílias e nas empresas da capital. Saiba quais são.

O presidente da Câmara de Lisboa (CML) anunciou esta quarta-feira um plano para fazer face à crise provocada pelo novo coronavírus. São, ao todo, 15 medidas económicas que têm como objetivo “criar melhores condições para o relançamento da atividade económica” da capital, numa altura em que muitas lojas estão de portas fechadas. Isenção de rendas habitacionais e comerciais e reforço do fundo de emergência são algumas destas medidas.

Fernando Medina esteve cerca de cinco horas reunido com os vereadores municipais esta terça-feira, numa “longa reunião, com um intenso debate e múltiplos contributos” para discutir o impacto da pandemia na economia da capital. Deste encontro saiu um conjunto de medidas, a ser implementadas já a partir desta quarta-feira, e o autarca anunciou-as esta quarta-feira, em videoconferência.

  • Suspensão do pagamento das rendas em todos os fogos municipais até 30 de junho, disse Medina, explicando que o valor que não for cobrado poderá ser “liquidado durante 18 meses”, a contar desde o final de junho, “sem qualquer juro nem penalização”. Além disso, os inquilinos poderão solicitar, “a qualquer momento, a reavaliação do valor da renda”. A medida vai abranger 24 mil famílias e 70 mil pessoas;
  • Reforço do Fundo de Emergência Social em 25 milhões de euros [até aqui dotado com apenas um milhão de euros, disse Medina], dirigido às famílias, às instituições sociais e à aquisição de todos os bens, serviços e equipamentos que se tornem necessários nesta situação de emergência;
  • Isenção integral do pagamento de rendas todos os estabelecimentos comerciais em espaços municipais que se encontrem encerrados e ainda dos quiosques e lojas instaladas em bairros municipais que permaneçam abertas e ainda os estabelecimentos comerciais que operam na área do Porto de Lisboa. Assim como no campo habitacional, esta isenção estará em vigor até 30 de junho;
  • Isenção integral do pagamento de rendas todas as instituições de âmbito social, cultural, desportivo ou recreativo instaladas em espaços municipais até 30 de junho;
  • Suspensão da cobrança de todas as taxas relativas a ocupação de espaço público e publicidade a todos os estabelecimentos comerciais, com exceção de bancos, instituições de crédito e seguradoras. Esta medida abrange ainda as taxas cobradas pelas Juntas de Freguesia e o período de suspensão destas taxas tem início retroativo a 1 de março e termina a 30 de junho, explicou Medina, referindo ainda que os estabelecimentos cuja licença anual caduque durante este período só terão de solicitar essa renovação e efetuar o respetivo pagamento a partir de 30 de junho.
  • Aquisição regular de frescos aos produtores que comercializavam nas feiras agora encerradas e entrega desses produtos às associações com trabalho social em Lisboa;
  • Suspensão da entrada em vigor da disposição relativa à proibição do uso de plástico não reutilizável até 30 de junho, de forma a não dificultar o fornecimento em regime de take-away;
  • Garantia da concretização do plano de investimentos para 2020 e anos seguintes da CML e empresas municipais, estimado em 620 milhões de euros, como forma de reforço do serviço público, apoio ao emprego e de preservação da capacidade produtiva. Este investimento será distribuído da seguinte forma: escolas, creches e centros de saúde (140 milhões), habitação (160 milhões), infraestruturas verdes (35 milhões), espaços públicos (50 milhões), infraestruturas e saneamento (170 milhões), mobilidade (35 milhões) e turismo (30 milhões);
  • Pleno funcionamento do licenciamento urbanístico, assegurando o recurso ao teletrabalho por mais de 400 trabalhadores destas áreas, uma medida que visa apoiar toda a fileira de arquitetos, projetistas, promotores e construtores;
  • Antecipação do pagamento a projetistas, nomeadamente gabinetes de arquitetura, engenharia e serviços técnicos. Esta antecipação traduz-se no pagamento imediato contra entrega do projeto em até 50%, sendo o restante pagamento após aprovação como acontece até aqui;
  • Criação de uma equipa de apoio às micro e pequenas e médias empresas — Lisboa Empreende –, de forma a assegurar a informação sobre todos os apoios existentes, bem como consultoria para mitigar os efeitos da crise e promover a recuperação económica;
  • Criação de um marketplace que junta as necessidades de empresas, instituições e municípios às competências e ofertas do ecossistema empreendedor de Lisboa, permitindo às startups continuarem a funcionar através do desenvolvimento de soluções tecnológicas para os desafios atuais;
  • Assegurar aos agentes culturais o pagamento integral dos contratos já celebrados, nomeadamente pela EGEAC, através da recalendarização das programações, da sua adaptação para transmissão online, ou do reforço do apoio à estrutura da entidade;
  • Acelerar o pagamento às entidades culturais da cidade já beneficiárias de apoio, tendo em vista apoiar a manutenção das respetivas estruturas de funcionamento;
  • Alargamento do sistema de apoio a agentes e entidades do setor cultural que atualmente não estejam abrangidos por apoios municipais, através do Fundo de Emergência Municipal. Ao mesmo tempo, será reforçado o fundo de apoio a aquisições na área das artes plásticas e alargar seu âmbito ao setor do livro e da arte pública.

Para Fernando Medina, é necessária “dar um sinal claro e forte de apoio as famílias, empresas, emprego e investimento”. “Vivemos uma crise dura, mas vamos vencê-la e ultrapassá-la em conjunto”, disse, sublinhando a importância de “apoiar a economia e as famílias, mas de olhos postos no futuro”.

(Notícia atualizada às 11h18 com mais informação)

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Banco de Portugal alivia travão no crédito ao consumo para ajudar famílias durante a pandemia

Supervisor decidiu flexibilizar alguns dos critérios definidos na recomendação macroprudencial destinada às novas operações de crédito com consumidores.

O Banco de Portugal decidiu aliviar as regras da banca para a concessão de financiamento às famílias. Tendo em conta o contexto de crise, provocado pelo surto pandémico, o supervisor vai permitir que créditos destinados a mitigar situações de insuficiência temporária de liquidez deixem de cumprir, entre outros, com o pagamento regular das prestações.

“Tendo em conta o contexto de choque muito agudo, mas de natureza temporária”, que torna “fundamental assegurar, no muito curto prazo, liquidez às famílias e às empresas”, o Banco de Portugal “decidiu flexibilizar alguns dos critérios definidos na Recomendação macroprudencial destinada às novas operações de crédito com consumidores“, lê-se numa nota enviada pelo supervisor aos bancos, a que o ECO teve acesso, e que entretanto foi divulgada pelo Banco de Portugal.

Assim, a entidade liderada por Carlos Costa “decidiu que os créditos pessoais com maturidades até dois anos e que sejam devidamente identificados como destinados a mitigar situações de insuficiência temporária de liquidez por parte das famílias deixem de ter de cumprir um limite ao rácio entre o montante total das prestações mensais associadas a todos os empréstimos detidos pelo cliente e o seu rendimento mensal líquido”.

Nestes empréstimos, os bancos vão deixar de ter em conta a taxa de esforço na avaliação feita aquando da decisão para a concessão ou não do empréstimo. E mais: ficam “também dispensados de observar a recomendação de pagamento regular de capital e juros”, diz o Banco de Portugal, notando que esta medida “não constitui impedimento à aplicação de uma moratória “no contexto das medidas para combater impactos do Covid-19”.

Será, contudo, mantida a recomendação que “prevê a redução da maturidade máxima do crédito pessoal para sete anos, exceto para as finalidades de educação, saúde e energias renováveis, em que continuará a ser 10 anos desde que estas finalidades sejam devidamente comprovadas”. Esta alteração, diz o Banco de Portugal, “não põe em causa a capacidade de suprir insuficiências temporárias de liquidez das famílias”.

Regras atuais já permitem ajuda às famílias

Além destas mudanças à recomendação macroprudencial para os créditos às famílias, que foi lançada em 2018, o Banco de Portugal lembra que há uma parte dos novos créditos celebrados com consumidores que não são abrangidos pela pela recomendação e que “podem ser relevantes no contexto atual”.

São elas:

  • São excluídas as operações de crédito destinadas a prevenir ou regularizar situações de incumprimento, conferindo uma maior flexibilidade no desenho destes contratos;
  • Excluem-se, também, os contratos de crédito sob a forma de facilidades de descoberto e outros créditos sem plano de reembolso definido (incluindo cartões e linhas de crédito), que poderão ser bastante relevantes num contexto de insuficiência temporária de liquidez;
  • Os contratos de crédito cujo montante total seja igual ou inferior a dez vezes a remuneração mínima mensal garantida (cerca de 6.400 euros) estão fora do âmbito da Recomendação, podendo também ser utilizados para colmatar necessidades de liquidez imediatas por parte das famílias;
  • A estas exclusões somam-se as exceções já existentes ao cumprimento do rácio entre o montante total das prestações mensais associadas a todos os empréstimos detidos pelo cliente e o seu rendimento mensal líquido, que possibilitam que 5% do volume das novas operações possa ser concedido a mutuários sem rendimento ou rendimento muito reduzido, uma vez que o rácio nestas circunstâncias não terá um limite.

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Efeito secundário do isolamento por causa do Covid-19: mais divórcios

Segundo os advogados britânicos, o longo período de isolamento provocado pela pandemia Covid-19 pode colocar um ponto final nas relações e aumentar o número de divórcios.

O Covid-19 está a gerar vários constrangimentos na vida dos cidadãos. Desde a passagem para o teletrabalho, até ao cancelamento de viagens, o coronavírus pode também deixar marcas no casamento. Segundo advogados britânicos, a fase de isolamento vai ter como efeito secundário um aumento do divórcios, avança a CNBC (acesso livre, conteúdo em inglês).

Segundo Fiona Shackleton, advogada, em declarações à CNBC, o período prolongado de isolamento dos casais, provocado pela pandemia Covid-19, pode revelar aspetos positivos, mas também negativos para os relacionamentos.

“As nossas alturas de pico [de pedidos de divórcio] acontecem após longos períodos de exposição como o verão ou o natal. Podemos apenas imaginar como vai ser com as famílias fechadas em casa por tanto tempo“, nota a advogada. A jurista britânica acrescenta ainda que os advogados do setor preveem um aumento nas taxas de divórcio após o fim do isolamento.

Posição partilhada por Salma Butt, advogada, e Hardeep Dhillon, consultor britânico de direito da família, que acreditam que os divórcios vão aumentar no Reino Unido, uma vez que a situação está a constatar-se na China.

Mais de 400.000 casos de infeção com o novo coronavírus foram registados em todo o mundo desde o início da pandemia de Covid-19. Em Portugal, há 33 mortes e 2.362 infeções confirmadas.

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Metro do Porto autorizado a gastar até 407,7 milhões na linha Rosa e expansão da Amarela

  • Lusa
  • 25 Março 2020

De acordo com a resolução de Conselho de Ministros publicada esta quarta-feira, o Governo deu "luz verde" à Metro do Porto para gastar até 407,7 milhões de euros.

O Governo autorizou, esta quarta-feira, a Metro do Porto a gastar até 407,7 milhões de euros com os novos concursos para construção da linha Rosa e expansão da linha Amarela, que vai incluir um Parque de Material e Oficina.

Publicada esta quarta-feira em Diário da República, a resolução do Conselho de Ministros de 12 de março reforça com um total de 137 milhões de euros as duas empreitadas, alvo de concurso público concluído no início do mês com a apresentação de “sete propostas, todas com valores similares” e “substancialmente acima do preço base” de 270 milhões inicialmente fixado.

A publicação no DR refere a importância de a empresa lançar “de imediato” dois novos concursos públicos para “não comprometer o prazo final do ano de 2023 para a conclusão das empreitadas”, embora prolongue a autorização de despesa até 2024/2025.

A resolução aprova “a construção dos troços Casa da Música-S. Bento [linha Rosa, no Porto], a expansão da linha Amarela (Santo Ovídio-Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia), que inclui a construção de um Parque de Material e Oficina (PMO) em Vila d’Este, e autorizar a Metro do Porto a realizar a respetiva despesa, até ao montante global de 407,7 milhões de euros”.

“O interesse público e a urgência da construção […] demandam que a empresa lance, de imediato, dois novos concursos públicos com os valores autorizados ao abrigo da presente resolução, por forma a não comprometer o prazo do final do ano de 2023 para a conclusão das empreitadas”, acrescenta.

A resolução estipula os montantes que os “encargos orçamentais” da empresa “não podem exceder a cada ano económico”, fixando-se nos 32,3 milhões em 2020, nos 113,6 em 2021, nos 112,5 em 2022, nos 98,3 em 2023 e nos 30 milhões em 2024.

O Governo determinou ainda que o investimento à construção das duas linhas seja “integralmente financiado pelo Fundo Ambiental e por fundos europeus no âmbito do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR)”. As transferências serão repartidas em várias tranches, até 2025.

Para “assegurar a satisfação dos encargos orçamentais”, vai ser “contraído um empréstimo junto da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) […] por adiantamento das transferências a efetuar pelo Fundo Ambiental até ao montante máximo de 50 milhões de euros, o qual será reembolsado até 2025, através das transferências do Fundo Ambiental, que ficam consignadas ao pagamento da dívida à DGTF”.

O Ministério do Ambiente e Ação Climática revelou a 13 de março que, por decisão do Conselho de Ministros, a expansão das linhas Rosa e Amarela do Metro do Porto tinha sido reforçada em 95 milhões de euros, passando a verba total das duas obras de 270 para 365 milhões de euros.

O ministério revelava, então, que “todos os sete concorrentes” do concurso público “apresentaram valores que ultrapassavam o valor base das empreitadas”, razão pela qual a empresa “solicitou ao Governo um reforço de verba” e o mesmo “foi aprovado”.

“Assim, o valor da empreitada para a Linha Amarela passa a ser de 130 milhões de euros, enquanto a da Linha Rosa se fixa em 235 milhões de euros”, descrevia a tutela. O conjunto dos dois projetos representa um “reforço de 95 milhões de euros”, acrescentou.

No concurso aberto no Diário da República 04 de abril de 2019, a linha Rosa, também designada como Circular (entre a Praça da Liberdade e a Casa da Música, no Porto), tinha como valor base 175 milhões de euros. O prolongamento da Linha Amarela até Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia, foi apresentado com um valor base de 95 mil euros.

As novas linhas do Metro do Porto vão acrescentar seis quilómetros e 10 milhões de novos clientes à rede. No início de abril de 2020, quando foram lançados os concursos para as duas obras, o ministro do Ambiente apontou para três anos, em 2022, o prazo de conclusão das empreitadas.

O Metro do Porto opera atualmente em sete concelhos da Área Metropolitana do Porto através de uma rede de seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações, tendo em 2019 ultrapassado os 71 milhões de clientes, de acordo com dados da empresa.

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Espanha pondera suspender pagamento das rendas devido ao coronavírus

A suspensão do pagamento das rendas por dois meses, compensações para os proprietários, um teto máximo de renda e a prorrogação do prazo dos contratos são algumas das medidas que estão em estudo.

O Governo espanhol está a considerar suspender o pagamento das rendas a todos os inquilinos que fiquem numa situação económica vulnerável devido ao surto de coronavírus. A medida ainda poderá sofrer alguns ajustes, mas prevê também uma compensação económica do Estado de até 100% para os proprietários desses imóveis arrendados, diz o Expansión (conteúdo em espanhol).

A medida foi apresentada pelo Unidas Podemos e deverá ser aprovada no Conselho de Ministros de terça-feira da próxima semana. Em causa está a suspensão, por pelo menos dois meses, dos pagamentos da renda para as pessoas que fiquem numa situação económica mais vulnerável devido à pandemia.

E para que os proprietários (abrangidos) não fiquem a perder, o Estado poderá dar uma compensação financeira de até 100%, dependendo do número de imóveis que estes tenham arrendados. Assim, para um senhorio com, no máximo, duas habitações arrendadas, a compensação seria equivalente a 100% das rendas mas, no caso de mais imóveis arrendados, a compensação ia sendo menor até bater um mínimo de 5% no caso de oito ou mais imóveis.

A medida poderá ainda sofrer algumas alterações durante o debate do Executivo, diz o jornal espanhol, que refere ainda que o Governo está também a pensar em prorrogar por três meses os prazos dos contratos do arrendamento que terminem durante esta época de alarme, e estabelecer que, durante seis meses, os proprietários não poderão cobrar rendas “abusivas”.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 25 Março 2020

A Prada foi outras das muitas marcas de luxo que se dedicou à produção de máscaras médicas. A marcar o dia está também o encerramento do Parlamento britânico.

Há cada vez mais empresas a dedicarem parte ou a totalidade da sua produção a máscaras médicas de proteção ao coronavírus e, no setor do retalho, já são muitas as que aderiram a esta iniciativa. Mas enquanto uns ajudam os profissionais, outros tentam ajudar o cidadão comum, como é o caso do Governo espanhol, que está a preparar-se para suspender os pagamentos das rendas. E por falar em ficar em casa, isso poderá não ser muito bom para os casais… é que os advogados antecipam uma onda de divórcios.

Expansión

Espanha pondera suspender pagamento das rendas devido ao coronavírus

O Governo espanhol está a considerar aprovar no próximo Conselho de Ministros a suspensão do pagamento das rendas por, pelo menos, dois meses a todos aqueles que fiquem numa situação económica vulnerável devido ao surto de coronavírus. A medida apresentada pelo Unidas Podemos ainda poderá sofrer alguns ajustes, mas também prevê uma compensação económico do Estado de até 100% para os proprietários desses imóveis arrendados. Leia a notícia completa no Expansión (acesso livre, conteúdo em espanhol)

The Guardian

Depois da Gucci, YSL e Balenciaga, Prada também vai confecionar máscaras

A Prada é a mais recente marca de luxo a anunciar que vai alterar a sua produção para produzir máscaras faciais de proteção ao coronavírus. A empresa comprometeu-se a confecionar 110.000 máscaras até 6 de abril. A mesma iniciativa já tinha sido adotada por outras marcas têxteis, como a Gucci, Yves Saint Laurent e Balenciaga, mas também o Grupo LVMH, a Zara, H&M. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês)

Reuters

Parlamento britânico encerra durante, pelo menos, quatro semanas

O Parlamento britânico deverá suspender todas as sessões durante, pelo menos, quatro semanas a partir desta quarta-feira, com o objetivo de retardar a propagação do coronavírus. Mesmo antes desta medida, o Parlamento já estava fechado visitantes e estava definido um número reduzido de deputados na Câmara dos Comuns, de forma a permitir que estes se sentassem com uma maior distância uns dos outros. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês)

Financial Times

Empresas “sacam” 124 mil milhões de dólares em linhas de crédito

Nas últimas três semanas, mais de 130 empresas europeias e norte-americanas atraíram, pelo menos, 124,1 mil milhões de dólares (114,9 mil milhões de euros) dos seus credores, de acordo com uma análise do FT, mas é provável que o montante seja bastante superior. Entre as primeiras empresas a aproveitarem as linhas de crédito estão a Norwegian Cruise Line e a Hilton Worldwide, que foram fortemente afetadas pelo surto de coronavírus. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

CNBC

Isolamento poderá levar a onda de divórcios

Se para alguns a vida de isolamento social poderá parecer uma espécie de férias, essa não é necessariamente uma boa notícia. É que nas alturas de longas pausas em família há mais relações a chegarem ao fim e os especialistas alertam que poderá acontecer com o surto de coronavírus. “As nossas alturas de pico acontecem após longos períodos de exposição como o verão ou o Natal. Podemos apenas imaginar como vai ser com as famílias fechadas em casa por tanto tempo”, diz a advogada Fiona Shackleton, famosa pelo envolvimento em divórcios de membros da família real britânica e outras celebridades. Leia a notícia completa na CNBC (acesso livre, conteúdo em inglês)

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Carga movimentada nos portos em Portugal cai 9,7%

  • Lusa
  • 25 Março 2020

Esta quebra é “explicada maioritariamente” pela carga contentorizada e carvão no Porto de Sines, bem como pelos produtos agrícolas nos portos de Lisboa e Aveiro.

O volume de carga movimentada nos portos em Portugal Continental caiu 9,7% em janeiro, para 7,5 milhões de toneladas, na comparação com igual mês do ano anterior, revelou esta quarta-feira a AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes.

Esta quebra é “explicada maioritariamente” pela carga contentorizada e carvão no Porto de Sines, bem como pelos produtos agrícolas nos portos de Lisboa e Aveiro, que, no conjunto, representaram “uma queda de cerca de 1,23 milhões de toneladas, correspondente a 79,8% do total das quebras observadas nos vários mercados”, justifica a AMT em comunicado.

Já o petróleo bruto e os produtos petrolíferos, nos portos de Sines e Leixões, e ainda os outros granéis sólidos, no Porto de Aveiro, representaram aumentos na ordem das 590,7 mil toneladas no seu conjunto, correspondendo a 80,3% do volume total das subidas registadas no período em análise.

O documento refere ainda que, no caso de se considerar o comportamento dos portos em termos globais, independentemente da tipologia de carga movimentada, são de destacar as quedas no Porto de Setúbal (-18%), Lisboa e Sines (ambos com -17%), com diminuições, respetivamente, de 94,8 milhões de toneladas, 164,7 milhões e de 762,4 milhões de toneladas.

Acresce ainda, embora com menor expressão em termos de queda, o Porto de Aveiro. Os portos de Leixões, Figueira da Foz, Faro e Viana do Castelo são aqueles que registaram subidas no período em apreço.

Os dados da ATM permitem concluir que, em janeiro, o Porto de Sines, em termos de volume global de carga movimentada, liderou, com uma quota de 50,5% do total, embora inferior em 4,3 pontos percentuais na comparação com igual mês do ano passado.

No segundo lugar surge o Porto de Leixões, com uma quota de 24%, seguindo-se os portos de Lisboa (10,6%), Aveiro (6,4%), Setúbal (5,9%) e Figueira da Foz (2,2%), sendo de destacar que, pela primeira vez, o Porto de Aveiro se posicionou no quarto lugar ao nível do volume de movimentação de mercadorias, ultrapassando Setúbal.

No segmento dos contentores, é de registar que o sistema portuário no Continente iniciou o ano com um volume de 219.847 TEU (unidade equivalente a 20 pés, que serve de medida-padrão para calcular o volume de um contentor).

Este volume representou a uma queda de 16,2%, face a igual mês do ano de 2019, que resultou do comportamento negativo observado na generalidade dos portos, com exceção de Lisboa, cujo volume aumentou 1,8% em termos homólogos.

Segundo os dados da AMT, para esta queda contribuíram maioritariamente o Porto de Sines, com um recuo de 23,2%, e Setúbal, com uma redução de 25,1%, sendo ainda de sublinhar a diminuição em 4,3% observada no Porto de Leixões e de 20% no Porto da Figueira da Foz.

No primeiro mês deste ano, em termos globais, é de assinalar ao nível do sistema portuário do Continente a queda no segmento dos contentores, que é “fortemente condicionada” pelo ‘transhipment’ (com o Porto de Sines a registar uma queda de 31,9% no volume de TEU), sendo, no entanto, de destacar que o tráfego com o ‘hinterland’ (zonas de influência portuárias) teve um recuo global de cerca de 3,8%.

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OPA cai, mas Benfica não. SAD ganha mais de 3%

O Benfica desistiu da OPA, o que fez precipitar em 10% as ações do SAD assim que a suspensão foi levantada pela CMVM. Mas o clube resistiu e os títulos ganharam 3,33% na sessão.

As ações do SAD do Benfica voltaram a negociar na bolsa de Lisboa, depois de o clube ter desistido da oferta pública de aquisição (OPA). Assim que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) levantou a suspensão da negociação, os títulos afundaram e chegaram a perder cerca de 10%. Mas o sentimento positivo registado na generalidade das ativos de risco amparou a queda e os títulos do Benfica acabaram por valorizar 3,33% em bolsa no final da sessão.

A CMVM confirma a receção do pedido de retirada da OPA pelo oferente Sport Lisboa e Benfica, SGPS, que será objeto de análise detalhada“, afirmou fonte oficial do supervisor, em comunicado. “Aguarda ainda a pronúncia do oferente quanto ao projeto de decisão do indeferimento do pedido de registo de OPA”.

“Na sequência da publicação do comunicado de informação privilegiada pela Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, o qual clarifica os acionistas e investidores sobre a utilização de recursos desta entidade e respetivos impactos, o Conselho de Administração da CMVM deliberou o levantamento da suspensão da negociação dos títulos”, acrescentou.

Ora, na primeira reação ao fim da OPA, as ações da SAD afundaram a dois dígitos. Os títulos chegaram a recuar 10,74%, para 2,41 euros, uma cotação que era até menos de metade do valor oferecido pelo clube na oferta agora anulada (5,00 euros). No entanto, o clube conseguiu inverter e a sessão terminou com o Benfica a valorizar 3,33% na bolsa de Lisboa, para 2,79 euros.

O clube confirmou esta terça-feira que desistiu da OPA lançada a 18 de novembro para reforçar o controlo da SAD do clube. Justificou a decisão pelas alterações das circunstâncias motivadas pelo novo coronavírus, dizendo que o campeonato está suspenso e, por isso, as contas da SAD vão degradar-se neste segundo semestre do ano.

No entanto, a CMVM tinha questionado as condições de financiamento da oferta, considerando que era a própria SAD a financiar a SGPS, e por isso chumbou, de forma preliminar, a OPA parcial. Apesar de ter dez dias para se pronunciar sobre esta decisão, a administração do clube decidiu pedir à CMVM o cancelamento da oferta, avaliada em cerca de 32 milhões de euros.

Ações do Benfica recuperam

(Notícia atualizada às 17h04 com valorização das ações do Benfica no fim da sessão)

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Pandemia encolhe em 10% receitas da China

  • Lusa
  • 25 Março 2020

Ao mesmo tempo que as receitas caíram, a despesa pública do governo encolheu 2,9%, entre janeiro e fevereiro, apesar dos gastos com a saúde pública terem aumentado 22,7%.

As receitas do Governo chinês caíram 9,9%, nos dois primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, para 3,5 biliões de yuans (457 mil milhões de euros), a maior queda desde fevereiro de 2009, segundo dados oficiais hoje divulgados.

A receita tributária diminuiu 11,2%, em relação ao mesmo período do ano anterior, para 3,1 biliões de yuans (404 mil milhões de euros), enquanto a receita não tributária cresceu 1,7%, para 405.700 milhões de yuan (52 mil milhões de euros), segundo o ministério chinês das Finanças.

A despesa pública do governo caiu 2,9%, entre janeiro e fevereiro, apesar dos gastos com a saúde pública terem aumentado 22,7%.

A revista chinesa Caixin acrescenta que as medidas de prevenção e controlo para impedir a propagação do novo coronavírus, designado Covid-19, durante janeiro e fevereiro, interromperam a atividade comercial, causando uma diminuição nos impostos cobrados sobre o valor agregado nos bens e serviços, empresas ou na propriedade.

Em fevereiro, quando a China paralisou devido ao surto, a receita tributária do país caiu 21,4%, em termos homólogos, na maior queda desde que há registo.

Os setores da hotelaria e do turismo foram os mais afetados, segundo a Caixin, uma vez que os seus contributos para o erário caíram para metade, nos dois primeiros meses do ano, em comparação com o ano anterior.

Hotéis e restaurantes foram forçados a fechar durante o mês de fevereiro para conter a propagação do vírus antes de retomarem gradualmente a atividade.

Entre janeiro e fevereiro, os únicos setores que aumentaram a sua contribuição foram os impostos de renda, que cresceram 14,8%, em relação ao ano anterior, e os impostos de selo nas transações de títulos mobiliários, cuja contribuição total aumentou 30,8%.

A produção industrial caiu 13,5%, em janeiro e fevereiro, em relação ao mesmo período do ano anterior, um número sem precedentes desde 1990.

O número de infetados diagnosticados na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, desde o início da pandemia, é de 81.218. No total, morreram 3.281 pessoas no país.

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