Covid-19: Quebra de 50% em março e 90% em abril e maio nos componentes automóveis

  • Lusa
  • 24 Março 2020

A indústria portuguesa de componentes automóveis prevê uma quebra de 50% na atividade em março, sendo que poderá chegar aos 90% em abril e maio. Recuperação só deverá acontecer em novembro.

A indústria portuguesa de componentes automóveis deverá registar “quebras abruptas” na atividade de 50% em março e de 90% em abril e maio, só começando a recuperar em novembro do impacto da pandemia, prevê esta terça-feira a associação setorial.

Só a partir de novembro a indústria portuguesa de componentes para o automóvel começará a recuperar, sem contudo chegar aos números de 2019”, antecipa a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), apontando para uma descida de 30% no volume de negócios na totalidade do ano 2020, para 8,5 mil milhões de euros, contra os 12 mil milhões de euros do ano anterior.

Em comunicado, a AFIA nota que estes números seguem-se à evolução positiva de 7,8% que as exportações de componentes automóveis tinham registado em janeiro e evidenciam o “severo impacto” perspetivado a curto prazo no setor, em resultado da pandemia de covid-19 e do consequente abrandamento da economia e redução da procura de automóveis.

Os grandes cortes na produção de automóveis – na União Europeia as fábricas automóveis estão paradas – obrigam os fornecedores a considerar mudanças drásticas”, refere, explicando que “esta situação é um culminar de fortes pressões sobre as empresas em geral, e em particular para as portuguesas, caracterizada por uma redução de encomendas”.

Destacando o setor dos componentes para automóveis como “um dos que mais contribui para a economia nacional”, sendo responsável por 6% do Produto Interno Bruto (PIB), 8% do emprego da indústria transformadora e 16% das exportações nacionais de bens transacionáveis, a AFIA volta a reclamar do Governo “medidas urgentes, flexíveis e eficazes” dirigidas “às necessidades específicas e à importância estratégica desta indústria”.

Assim, reitera a necessidade de criação de “uma linha de crédito específica para as empresas do setor” e de alteração do regime de ‘lay-off’ (suspensão temporária dos contratos de trabalho), de modo a “permitir o acesso imediato a este regime às empresas que tenham tido uma quebra de faturação superior a 40% nos últimos 30 dias, mas medidos depois do final do período pedido para o ‘lay-off ‘e comparando com a média mensal dos últimos dois meses anteriores a esse mesmo período”.

Adicionalmente, diz, deve “resultar claro deste regime a possibilidade de ‘lay-off’ parcial”.

As medidas reclamadas pela AFIA passam ainda pela alteração do regime de férias, “de modo a permitir desde já a sua marcação”, e a criação de medidas de proteção dos postos de trabalho.

Estas medidas permitirão às empresas não só atenuar esta crise, mas também manter a sua competitividade após este período, logo que se verifique a retoma gradual da economia”, sustenta a associação, garantindo que o setor está disponível “para dialogar com o Governo e encontrar modelos de desenvolvimento integrados, sob pena de redução drástica dos investimentos e encerramento de empresas ou unidades de produção, com consequências graves na economia e sociedade”.

A indústria portuguesa de componentes para a indústria automóvel agrega 240 empresas com sede ou laboração em Portugal, que empregam diretamente 59.000 pessoas e faturam 12 mil milhões de euros por ano, com uma quota de exportação superior a 80%.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 360 mil pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 17.000 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.

Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde. Dos infetados, 201 estão internados, 47 dos quais em unidades de cuidados intensivos.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00h00 de quinta-feira e até às 23h59 de 2 de abril. Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

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Jogos Olímpicos adiados por um ano por causa do vírus. Vão ser no verão de 2021

  • Lusa
  • 24 Março 2020

Devido à pandemia da Covid-19, Comité Olímpico Internacional (COI) aceitou o pedido do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e adia por um ano os Jogos Olímpicos Tóquio2020.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse esta terça-feira que o Comité Olímpico Internacional (COI) aceitou o seu pedido de adiar por um ano os Jogos Olímpicos Tóquio2020, devido ao surto da Covid-19.

Abe tornou público o seu pedido em declarações aos jornalistas, após ter tido uma conversa por videoconferência com o presidente do COI, Thomas Bach, e garantiu que o suíço concordou a “100%” com a sua proposta.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 deveriam realizar-se de 24 de julho a 09 de agosto.

Antes, na madrugada desta terça-feira, em comunicado, o comité organizador reafirmou estar a “examinar planos detalhados para diferentes cenários, incluindo a abertura dos Jogos em 24 de julho, de acordo com o acordo alcançado com o COI”.

Reiterando que o cancelamento “não está na agenda”, a organização de Tóquio2020 assegurou dar prioridade à “segurança dos atletas, espetadores e todos os outros participantes”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde. Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.

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CGD simplifica homebanking. Adesão passa a ser 100% online

Esta é mais uma medida de adaptação do banco a um momento em que parte da população está em isolamento social e teletrabalho devido ao surto de Covid-19.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a simplificar a adesão ao homebanking. Para os clientes acederam, pela primeira vez, ao serviço da Caixadirecta deixam de ter de se deslocar a um balcão presencial e passam a poder fazê-lo online. Esta é mais uma medida de adaptação do banco a um momento em que parte da população está em isolamento social e teletrabalho devido ao surto de Covid-19.

“Até agora, adesão ao serviço de homebanking da Caixa, Caixadirecta, só podia ser feita presencialmente numa agência. Agora, os clientes que queiram pedir a adesão necessitam apenas de um smartphone para um acesso 100% digital aos serviços bancários relevantes e até pedir um cartão bancário, eliminando mais uma necessidade de sair de casa”, anunciou a Caixa Geral de Depósitos em comunicado.

A adesão ao homebanking é feita através da app Caixadirecta sem necessidade de assinatura ou documentos em papel. O cliente passa a ter acesso à conta, transferências, pagamentos e solicitar um cartão de débito, que será recebido em casa por correio.

Para garantir a segurança, o banco público usa tecnologia de identificação e validação biométrica de alta segurança, através da captura da imagem do documento de identificação seguido da recolha da prova de vida através de um processo semelhante a uma “vídeo-selfie”.

“Esta solução enquadra-se no programa de transformação digital da Caixa e visa responder às necessidade do atual contexto Covid-19”, refere o banco liderado por Paulo Macedo. Apesar de ter, atualmente, mais de 500 agências abertas em Portugal continental e Regiões Autónomas, a Caixa recomenda aos clientes o uso de canais digitais.

(Notícia atualizada às 12h00)

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Depois da Europa, Revolut atravessa o Atlântico para conquistar os EUA

A partir desta terça-feira os utilizadores norte-americanos podem criar uma conta Revolut em apenas alguns minutos.

A Revolut, startup que já conta mais de dez milhões de clientes na Europa, anunciou esta terça-feira o lançamento da sua plataforma financeira para residentes nos Estados Unidos da América. Os escritórios da Revolut vão localizar-se em Nova Iorque e em São Francisco.

“À medida que o custo de vida aumenta de forma desproporcional face ao salário das pessoas, agora mais do que nunca, precisamos de saber exatamente o que está a entrar e a sair das nossas contas. Queremos que os clientes tenham ferramentas que os ajudem a gerir o seu dinheiro da forma mais conveniente e precisa”, disse Nik Storonsky, fundador e CEO da Revolut, em comunicado.

O fundador e CEO da Revolut, acrescenta ainda que “a maioria das pessoas desconhece as taxas ocultas cobradas pelos bancos ao gastar ou transferir dinheiro para o estrangeiro. O mundo está a ficar mais ligado, e as empresas de serviços financeiros deveriam apoiar esta realidade, em vez de a impedir”, refere. Storonsky.

Segundo o comunicado enviado pela Revolut, os clientes dos EUA podem congelar e descongelar os seus cartões a partir da aplicação, ativar e desativar funcionalidades de pagamento, como contactless, pagamentos online e levantamentos em caixas multibanco para aumentar a segurança.

A Revolut foi lançada em 2015, levantou mais de 800 milhões de dólares de capital e emprega já mais de duas mil pessoas globalmente divididos por 23 escritórios.

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Utilização do Multibanco cai para metade por causa do vírus

Utilização do Multibanco registou queda acentuada face ao que acontecia antes do primeiro caso de coronavírus. Número de operações afundou, apesar do montante levantando ter crescido.

A utilização do multibanco registou uma queda acentuada no que respeita ao número de operações, apesar do montante envolvido até crescido. Segundo dados da SIBS, na última semana o número de transações na sua rede caiu em quase metade, face à média antes da confirmação do primeiro caso de Covid-19 registado em Portugal.

“Na última semana, e em reflexo das medidas seguidas pelo Governo e que têm implicado a permanência de um grande número de portugueses nas suas casas, registou-se uma acentuada quebra do número de transações na Rede Multibanco, que diminuiu 44 a 49 pontos em compras e levantamentos respetivamente, face à média antes da confirmação do primeiro caso de Covid-19 registado em Portugal”, dá nota a gestora da rede, relativamente à última semana terminada a 22 de março.

Em sentido contrário, evoluíram os valores envolvidos nessas operações que tiveram um aumento do valor médio das compras e levantamentos de 21% e 25%, respetivamente.

Evolução das compras e levantamentos no Multibanco

No que respeita valor médio das compras na Rede Multibanco, os dados do SIBS Analytics apontam para uma “tendência progressiva de aumento”, sendo que na semana entre 16 e 22 de março, fixou-se nos 42,1 euros, 12,5% acima dos 37,4 euros verificados na semana anterior e 21% superior aos 34,7 euros da média verificada antes da confirmação de casos em Portugal.

Já o MB Way viu o seu peso aumentar na hora de fazer compras, “uma evolução que permite destacar a conveniência da utilização do MB Way para as compras, uma vez que permite que todos os pagamentos sejam efetuados ‘sem contacto’ com o terminal de pagamento, qualquer que seja o montante, cumprindo as recomendações de prevenção de contágio das autoridades de saúde”.

À semelhança das semanas anteriores, as compras em Super & Hipermercados e Farmácias & Parafarmácias, voltaram a dominar as compras, sendo que estes setores representara mais de metade (54%) das compras efetuadas em Portugal na última semana.

Relativamente ao número de levantamentos, apesar da quebra na última semana na ordem dos 49 pontos face à média registada antes da confirmação do primeiro caso em Portugal, o respetivo valor médio aumentou. A subida foi de 25%, para 84,5 euros comparativamente à média de 67,8 euros antes do anúncio de casos.

(Notícia atualizada 11h45 com mais informação)

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Empresários pedem isenção de impostos. Querem lay-off menos exigente

O Governo flexibilizou o pagamento de impostos e contribuições sociais, mas os empresários defendem que mais do suspensos, esses pagamentos têm de ser eliminados.

Face à pandemia de coronavírus, o Governo preparou um pacote de apoios para as empresas mais afetadas, mas os empresários pedem mais medidas para evitar uma escalada das falências e assegurar a manutenção dos postos de trabalho. Ao Executivo, a Associação Empresarial de Portugal (AEP) exige, por isso, que os impostos sejam eliminados — em vez de suspensos ou diferidos –, que as linhas de financiamento tenham verbas ilimitadas e que a Segurança Social pague a totalidade da remuneração assegurada aos trabalhadores em lay-off.

Para “minorar o impacto do Covid-19 no mercado nacional”, a AEP pede o “cancelamento definitivo de impostos e contribuições sociais”. Isto depois de o Governo já ter, por um lado, alargado o prazo para a liquidação do primeiro pagamento especial por conta e para a entrega e pagamento do acerto do IRC e, por outro, flexibilizado o pagamento de impostos e contribuições para a Segurança Social, sendo estas últimas reduzidas a um terço no segundo trimestre (embora o remanescente tenha de ser pago no trimestre seguinte).

Sobre o financiamento, os empresários exigem que as linhas tenham verbas “ilimitadas” e sejam alargadas a todos os setores. Além disso pedem que sejam colocados “à disposição das empresas instrumentos de capital permanente de emergência”.

No que diz respeito ao “novo lay-off, os empresários entendem que é preciso “adequar as condições” deste regime, desonerando a empresa da parte do custo do salário do trabalhador. À luz das regras em vigor, o trabalhador nesta situação recebe, pelo menos, dois terços da sua remuneração, sendo esse valor pago em 70% pela Segurança Social e em 30% pelo patrão. É esse última fatia que a AEP quer eliminar, entregando-a à Segurança Social.

Entre as medidas exigidas pela AEP, está ainda a alteração do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas de modo a “determinar a suspensão temporária de pedidos de falências pelos credores”; o alargamento do período de dedução de prejuízos fiscais a lucros de exercícios futuros; o pagamento imediato de todas as dívidas em atraso do Estado a fornecedores privados; e a redução ou eliminação dos custos de contexto da atividade empresarial, por exemplo através da suspensão das portagens.

Os empresários propõem, além disso, uma série de medidas no âmbito do programa Portugal 2020, entre as quais estão: “efetuar todos os pagamentos pendentes”; “aprovação imediata dos projetos apresentados, permitindo os pedidos de adiantamento”; flexibilizar o cumprimento das metas; aumentar as taxas de cofinanciamento; “congelar” as responsabilidade financeiras das empresas; bem como alargar “o prazo de apresentação de candidaturas a projetos nas calls abertas”.

Já a nível internacional, a AEP exige que sejam suspensas temporariamente as notações de agências de rating a nível internacional; que seja reforçado o apoio para investigação que permita “testes em larga escala”; e que seja criado um instrumento europeu “que assuma as despesas nacionais”.

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Espanha regista 514 mortos em 24 horas. Há mais de 39 mil infetados

O número de infetados por coronavírus no país vizinho está quase nos 40 mil, com mais de 500 pessoas a morrerem por dia devido à pandemia. Já se contam 2.694 vítimas mortais.

Em apenas 24 horas, morreram mais de 500 pessoas infetadas com coronavírus em Espanha, anunciou esta terça-feira o Ministério da Saúde, citado pelo El País (conteúdo em espanhol). Ao todo, o país regista quase 2.700 vítimas mortais e quase 40 mil infetados devido à pandemia.

O balanço dá conta de 2.694 mortos no país vizinho, enquanto 2.636 pessoas estão nos cuidados intensivos. Por enquanto, o número de pessoas que recuperou da doença — 3.794 — é superior ao número de pessoas que não resistiu. Espanha tem atualmente 39.673 casos confirmados de coronavírus. Madrid continua a ser a cidade com mais casos de contágio: 12.352 pessoas infetadas e 1.535 mortos.

Perante o agudizar da pandemia no país, o Governo espanhol tem reiterado os apelos para que as pessoas fiquem em casa, isto ao mesmo tempo que manda encerrar muitos negócios. Numa altura em que em Espanha prolongou por mais 15 dias o estado de emergência, o autarca de Madrid já alertou que as autoridades vão multar as pessoas que circulem nas ruas sem necessidade.

A economia do país “está a desacelerar” e, para isso, o Executivo tem avançado com várias medidas para tentar conter o avanço da pandemia. Entre as decisões que têm sido anunciadas, destaca-se uma proposta para suspender, em certos casos, o pagamento das rendas das pessoas com menos possibilidades financeiras, diz o El País.

A Comunidade de Madrid vai dar cinco milhões de euros em ajudas aos trabalhadores independentes, concedendo até 3.200 euros a cada trabalhador que comprove uma diminuição da atividade económica devido a este surto, diz o El Economista (conteúdo em espanhol). Contudo, estes têm de garantir que vão continuar como trabalhadores independentes durante os próximos 12 meses.

(Notícia atualizada às 11h12 com mais informação)

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Vírus afunda atividade económica da Zona Euro para níveis nunca vistos

É o primeiro indicador de relevo a mostrar o impacto das medidas de contenção da pandemia: o índice dos gestores de compras na Zona Euro afundou de 51,6 para 31,4 pontos em março, um mínimo histórico.

A atividade económica na Zona Euro afundou para níveis recorde em março, um resultado das medidas de contenção da pandemia do coronavírus que estão a ser adotadas na generalidade dos países. O índice dos gestores de compras elaborado pela IHS Markit recuou de 51,6 em fevereiro para 31,4 em março, a leitura mais baixa desde o início da série nos anos 90, segundo o Financial Times (acesso pago).

Este indicador económico é observado de perto pelos investidores e sugere, assim, que o bloco caminha em direção a uma profunda recessão, numa altura em que muitas fábricas e empresas de serviços estão paradas ou sob fortes limitações nas operações por causa da pandemia. “A atividade económica na Zona Euro colapsou em março de uma forma mesmo muito superior à que foi vista no pico da crise financeira global”, considerou Chris Williamson, economista chefe para o segmento empresarial da IHS Markit.

A queda expressiva do índice dos gestores de compras (PMI Index) é o primeiro impacto visível da pandemia num indicador económico de relevo, sinalizando uma queda anualizada de 8% no Produto Interno Bruto (PIB) da Zona Euro, estima a empresa. Concretamente no setor dos serviços, o índice recuou de 52,6 para 28,4 em março, sendo que leituras abaixo de 50 pontos indicam que a maioria das empresas reportou uma deterioração comparativamente com o mês anterior.

Quedas acentuadas da atividade económica registaram-se nas duas maiores economias da Zona Euro. O PMI composto recuou de 50,7 para 37,2 na Alemanha, enquanto em França deslizou de 52 para 30,2 pontos. A queda foi maior no setor dos serviços, mas também foi registada pelo setor industrial, de acordo com o Financial Times.

“O PMI afundou em março, e claro que afundou. Apenas um otimista tolo iria esperar o contrário face ao choque na oferta e na procura que a economia está enfrentar”, considerou Bert Colijn, economista sénior para a Zona Euro do banco holandês ING. Para Colijn, a leitura real para o mês de março deverá ser ainda pior, na medida em que entraram em vigor na Zona Euro restrições às empresas ainda mais apertadas do que as observadas na altura em que o inquérito da IHS Markit foi levado a cabo.

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Infetados com Covid-19 em Itália podem ser 600.000, diz Proteção Civil italiana

  • Lusa
  • 24 Março 2020

"Para cada infetado declarado, há dez não registados", disse o chefe da Proteção Civil italiana, Angelo Borrelli.

O número de infetados pelo novo coronavírus em Itália pode ser dez vezes maior do que oficialmente reportado e chegar a 600.000, admitiu o chefe da Proteção Civil italiana, Angelo Borrelli, numa entrevista ao jornal “La Repubblica”.

“Para cada infetado declarado, há dez não registados”, disse Borrelli, que diariamente comunica os dados oficiais em conferência de imprensa e, na segunda-feira, indicou que 63.000 pessoas estavam infetadas em Itália.

Quando questionado se faz sentido continuar a dar os números de casos positivos todos os dias, o chefe da Proteção Civil garante que também tenha pensado nisso e que muitas pessoas pedem que pare. “Estes podem ser dados imperfeitos, mas, desde o primeiro dia, eu assegurei que diria a verdade, é um compromisso que assumi com o país. Se pararmos, vão acusar-nos de esconder coisas”, explicou Angelo Borrelli.

Segundo dados fornecidos por Borrelli na segunda-feira, o número de mortes em Itália por covid-19 atingiu 6.077, com um aumento de 602 em apenas 24 horas, o que representa o segundo dia consecutivo em que as mortes diminuíram. O número de pessoas atualmente doentes é de 50.418, um aumento de 3.780 casos positivos em comparação aos registados no domingo.

Borrelli criticou o comportamento de algumas pessoas, como o grupo de amigos da província de Lodi que saiu de férias para a ilha de Ischia em 23 de fevereiro, o que causou infeções naquela área, ou os 29 moradores de Bérgamo que foram de férias para a Sicília.

O responsável da Proteção Civil também destacou que o jogo de futebol Atalanta-Valencia, disputado no estádio San Siro, em Milão, com 46.000 espetadores, “foi potencialmente um gatilho”. O diretor da Unidade de Microbiologia e Virologia de Pádua (Vêneto), Andrea Crisanti, responsável pela massiva campanha de testes que a região está a implementar, partilha a mesma opinião de Borrelli.

Em Itália, é necessário contar pelo menos 250.000 pessoas assintomáticas, a maioria delas concentradas na Lombardia, e outras 200.000 com sintomas”, explicou em entrevista ao jornal local “Il Gazzettino”. Andrea Crisanti destacou a importância de realizar testes de maneira massiva, como foi feito no Veneto, e explicou que o objetivo é passar de 2.000 para 4.000 testes por dia até atingir 20.000 por dia.

Graças aos 61.115 testes realizados em Veneto, foram identificados mais de 5.505 pacientes assintomáticos, enquanto a Lombardia, que possui o dobro da população de Veneto, 73.242 análises foram realizadas.

O jornalista e vice-diretor da página de informações “Il Post”, Francesco Costa, denunciou num artigo há alguns dias que “os dados sobre o novo coronavírus estão a dizer cada vez menos” sobre a situação.

“Como a covid-19 só se apresenta de forma grave numa minoria de pessoas infetadas, isso significa que o número da Proteção Civil representa apenas uma parcela bastante pequena das pessoas infetadas em Itália, que são pelo menos quatro ou cinco vezes esse número”, declarou Costa.

Costa acrescentou que os critérios para a realização dos testes “mudam de região para região” e isso torna os dados irrealistas. O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

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Governo dá cinco meses para levar carro à inspeção após a data da matrícula

Inicialmente foram concedidos dois meses extra a contar da data da matrícula, mas o prazo foi agora revisto. Condutores vão ter mais cinco meses para realizarem a inspeção.

Inicialmente foram concedidos dois meses extra a contar da data da matrícula por causa do coronavírus, mas o prazo foi agora revisto. Condutores vão ter mais cinco meses para realizarem a inspeção aos automóveis.

O Executivo “decidiu prorrogar os prazos das inspeções periódicas de veículos a motor, bem como decretar o encerramento parcial dos centros de inspeção de veículos”, em resultado do estado de emergência por causa do Covid-19. Se no fim de semana o IMT tinha apontado um prazo adicional de dois meses, agora esse foi aumentado.

“Os veículos a motor e seus reboques, ligeiros ou pesados, que devessem ser apresentados à inspeção periódica no período entre 13 de março e 30 de junho de 2020, veem o seu prazo prorrogado por cinco meses contados da data da matrícula”, diz o Ministério das Infraestruturas e da Habitação.

Ou seja, quem tenha um carro matriculado no dia 13 de março e tivesse de realizar a inspeção obrigatória este ano, até esse dia, vai agora poder levar o veículo à inspeção até 13 de agosto.

A medida aplica-se à generalidade dos automóveis, mas há exceções:

  • Automóveis pesados de passageiros (M2 e M3),
  • Automóveis pesados de mercadorias (N2 e N3),
  • Reboques e semirreboques com peso bruto igual ou superior 3.500 quilos com exceção dos reboques agrícolas (O3 e O4),
  • Automóveis ligeiros licenciados para o transporte público de passageiros e ambulâncias, automóveis ligeiros de passageiros (M1),
  • Automóveis utilizados para transporte internacional, para deslocação autorizada e automóveis utilizados no transporte escolar.

“Durante este período o incumprimento da obrigação de inspeção periódica não releva para efeitos de seguro de responsabilidade civil automóvel ou do direito de regresso da empresa de seguros”, nota o ministério em comunicado.

(Notícia atualizada às 10h40 com mais informação)

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Morreu Albert Uderzo, o desenhador de Astérix e Obelix

  • Lusa
  • 24 Março 2020

Em 2011, o cocriador de Astérix e Obélix passou o testemunho aos desenhadores Frédéric e Thierry Mébarki e ao guionista Jean-Yves Ferri.

O desenhador Albert Uderzo, criador com René Goscinny de Asterix, o Gaulês, morreu esta terça-feira, aos 92 anos, anunciou a sua família. “Albert Uderzo morreu em sua casa, em Neuilly, de um ataque cardíaco, não relacionado com a covid-19”, disse Bernard de Choisy, genro do desenhador, à agência de notícias France Presse. “Estava muito cansado, desde há várias semanas”, acrescentou.

Nascido em 25 de abril de 1927, Uderzo assinou as primeiras aventuras de Astérix, o Gaulês, com René Goscinny, em 1959. O irredutível guerreiro gaulês apareceu pela primeira vez em Portugal, nas páginas da revista Foguetão, no dia 4 de maio de 1961. Em 1967, foi editado o primeiro álbum de Astérix em Portugal: “Astérix, o Gaulês”.

Em 2011, o cocriador de Astérix e Obélix, que assumira sozinho a continuação das aventuras, após a morte de Goscinny em 1977, passou o testemunho aos desenhadores Frédéric e Thierry Mébarki e ao guionista Jean-Yves Ferri.

“Estou um pouco cansado, os anos passaram e pesam”, disse então. “Decidi deixar isto a autores mais jovens, que têm talento suficiente para que as personagens sobrevivam”, afirmou Uderzo, então com 84 anos.

As histórias sobre a pequena aldeia gaulesa rebelde, que resiste à Roma do imperador Júlio César, vendeu perto de 400 milhões de exemplares em todo o mundo e deu origem a mais de uma dezena de filmes, entre personagens reais e animadas. As histórias de Astérix e Obélix estão traduzidas em mais de 107 línguas e dialetos, incluindo a língua mirandesa.

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Aeroportos europeus também querem ser ajudados por Bruxelas

Os aeroportos europeus estimam perdas de 14 mil milhões devido ao coronavírus e menos 28% de passageiros. Apelam à Comissão Europeia para também serem ajudados.

Os aeroportos europeus estimam perdas de 14 mil milhões de euros em receitas devido ao surto de coronavírus e consequentes restrições nas viagens e, por isso, defendem que também devem ser adicionados ao plano de resgate que a Comissão Europeia criou para as companhias aéreas. De acordo com o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês), foi pedido a Bruxelas um “apoio não discriminatório” em todo o setor da aviação.

A ACI Europe, órgão que representa o setor aeroportuário, estima que, este ano, os aeroportos europeus vão receber menos 700 milhões de passageiros do que no ano passado, o equivalente a uma redução de 28%. Assim, numa carta enviada à Comissão Europeia, a que o FT teve acesso, a entidade pede um “apoio abrangente, inclusivo e não discriminatório a todo o ecossistema da aviação”.

No mesmo documento, a ACI Europe defende que uma indústria da aviação não deve ser beneficiada “à custa de outra”, criticando o plano de resgate criado por Bruxelas para ajudar as companhias aéreas a combaterem os efeitos do coronavírus nas contas. Os operadores aeroportuários e outros prestadores de serviços “são tão importantes quanto as companhias aéreas e os seus funcionários no fornecimento de conectividade aérea”.

O setor da aviação está a ser fortemente prejudicado pelo surto de coronavíus, que tem afastado as pessoas dos aeroportos devido às restrições impostas pelos países nas viagens e ao fecho de fronteiras. Esta terça-feira a Ryanair vai iniciar a suspensão de quase todos os seus voos, mas a Wizz Air já anunciou que também poderá avançar com uma medida dessas.

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