BCP avança 3% e conduz Lisboa rumo à 5.ª sessão de ganhos. Europa aplaude estímulos

O PSI-20 valoriza alinhado com os pares europeus, com os investidores a aplaudirem plano de estímulos de 750 mil milhões de euros anunciados pela Comissão Europeia.

Após quatro sessões a subir, novos ganhos. A praça bolsista nacional iniciou o dia a valorizar, alinhada com as pares europeias, com os investidores ainda a reagirem de forma positiva ao plano de 750 mil milhões de euros de novos estímulos económicos para a Europa anunciado pela Comissão Europeia. O PSI-20 volta a ser suportado pelo BCP, cujas ações somam 3%.

O PSI20 iniciou a sessão a valorizar 0,48%, para os 4.324,97 pontos, com a quase totalidade dos seus títulos em terreno positivo, ganhos que se intensificam à medida que a sessão avança. Na Europa, o sentido também é altista. O Stoxx 600 — índice que agrega as 600 principais capitalizações bolsistas do Velho Continente — acelera 0,7%.

O otimismo face à retoma das economias, bem como, a proposta anunciada pela Comissão Europeia ajuda a puxar pelos mercados acionistas. Caso esta proposta receba luz verde do Conselho Europeu, prevê-se que Portugal venha a receber 26,3 mil milhões de euros.

“O sentimento dos investidores continua gradualmente a melhorar”, diz o BPI no seu diário de bolsa desta quinta-feira, salientando que a contribuir mais recentemente para esta melhoria esteve a decisão da Comissão Europeia em insistir que a maioria dos apoios do Fundo de Recuperação Europeus assuma a forma de subvenções, que serão financiadas pela emissão de dívida pela União Europeia com a garantia de todos os seus membros. “Esta decisão representa um importante passo na integração fiscal da UE, que poderá permitir uma resposta mais coesa e eficaz a futuras crises”, acrescenta o BPI.

Face a este cenário assiste-se a mais uma sessão de ganhos em Lisboa, que está a ser conduzida pelo BCP. As ações do banco liderado por Miguel Maya começaram com ganhos de 2% que entretanto aceleraram. Os títulos do banco valorizam 2,91%, para os 10,17 cêntimos.

Também a EDP Renováveis e a Jerónimo Martins destacam-se nos ganhos. As ações da elétrica liderada por Manso Neto avançam 1,25%, para os 11,38 euros, enquanto as da retalhista somam 1,46%, para os 14,975 euros.

Já as maiores subidas são protagonizadas pela Pharol e Ibersol. Os respetivos títulos valorizam 6% e 5%, para os 7,6 cêntimos e 6,3 euros.

(Notícia atualizada às 8h30 com novas cotações)

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BE quer baixa de rendas e mais contratos nos cuidados de saúde para passar Orçamento suplementar

  • ECO
  • 28 Maio 2020

A descida das rendas e mais contratos nos cuidados de saúde são apontados por Catarina Martins como aspectos chave para que o Bloco de Esquerda viabilize o Orçamento suplementar que aí vem.

O Bloco de Esquerda (BE) está a estudar aquelas que são as suas exigências para viabilizar o Orçamento suplementar que o Governo terá de adotar face aos efeitos da pandemia. Mas Catarina Martins defende, em entrevista à Rádio Renascença (acesso livre), um novo patamar de medidas sociais e económicas para suportar o país, sendo que a descida das rendas e mais contratos nos cuidados de saúde são pontos-chave para essa viabilização.

Relativamente ao arrendamento local, a coordenadora do BE assume ser necessário apoiar o setor que vive do turismo, mas diz que não pode ser permitido “nenhum mecanismo de especulação que faça com que estas casas fiquem vazias à espera que a onda passe”. Para Catarina Martins, a resposta de emergência para este setor tem de ser estrutural e deve passar por colocar estas casas no mercado de arrendamento de longa duração “com preços compagináveis com os salários que são pagos em Portugal”.

Outro exemplo que enumera refere-se aos cuidados a idosos, lembrando que há quatro mil desempregados que se voluntariaram nos centros de emprego para irem apoiar estes cuidados, mas para os quais, em vez de um contrato de trabalho, é-lhes disponibilizada uma bolsa. “O Estado deve apoiá-las mas não é para as manter na situação de desemprego. É para lhes garantir o emprego e um contrato de trabalho”, remata a bloquista a este propósito.

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Hoje nas notícias: TAP, orçamento suplementar e Novo Banco

  • ECO
  • 28 Maio 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Esta quinta-feira, um dos destaques dos jornais nacionais debruça-se sobre os planos da Infraestruturas de Portugal para a rede ferroviária nacional, que não contemplam correções de traçado na infraestrutura que permitam aumentar a velocidade dos comboios. O orçamento suplementar está também em foco, com o Bloco de Esquerda a adiantar que a descida das rendas e mais contratos nos cuidados de saúde são alguns dos pontos essenciais para o partido viabilizar o documento. Quanto à TAP, o ministro do Ambiente garante que, no plano que se está a definir para apoiar a companhia aérea, serão incluídos critérios ambientais. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes nacionais.

Plano de apoio à TAP “terá critérios ambientais”, diz Matos Fernandes

O ministro do Ambiente e da Ação Climática garante que o plano de apoio à TAP terá “nos seus múltiplos critérios também critérios ambientais”. O Governo está a definir um plano de apoio para a companhia aérea, estando a trabalhar com a administração da TAP para fundamentar uma operação de capitalização da empresa.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

BE quer baixa de rendas e mais contratos nos cuidados de saúde para viabilizar OE suplementar

O Bloco de Esquerda está a estudar aquelas que são as suas exigências que permitirão viabilizar o Orçamento suplementar que o Governo terá de adotar face aos efeitos da pandemia. Mas Catarina Martins defende um novo patamar de medidas sociais e económicas para suportar o país, sendo que a descida das rendas e mais contratos nos cuidados de saúde são pontos-chave para essa viabilização.

Leia a notícia completa na Renascença (acesso livre)

Paula Amorim perde processo contra Novo Banco

O grupo Amorim tinha avançado para tribunal para reclamar, ao Novo Banco, o pagamento de mais de 179 milhões de euros investidos, em papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014. O investimento foi feito através de duas empresas sediadas na Holanda. No entanto, o Supremo Tribunal de Justiça chumbou o recurso, confirmando o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Maioria dos investimentos na ferrovia não vai aumentar velocidade dos comboios

O investimento de 2.000 milhões de euros que está a ser feito ao abrigo do Ferrovia 2020 está pensado sobretudo para o transporte de mercadorias e não para diminuir o tempo de trajeto dos comboios de passageiros. Os planos da Infraestruturas de Portugal para modernizar a rede ferroviária nacional assentam sobretudo na eletrificação das vias e na instalação de sistemas modernos de sinalização e telecomunicações, mas ignoram correções de traçado na infraestrutura que permitam aumentar as velocidades dos comboios.

Leia a notícia completa no Público (acesso livre).

Câmara da Mealhada faz venda relâmpago de escola profissional

A Câmara da Mealhada vendeu uma escola profissional, um estabelecimento que, há oito meses, defendia que fosse “inteiramente pública”. O negócio foi celebrado com o grupo GPS, cujo presidente está a ser investigado por peculato, burlas e branqueamento, sendo que a PJ encontrou um milhão de euros em barras de ouro e notas do BCE no interior do jacuzzi.

Leia a notícia completa no Jornal I (link indisponível)

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Queixas de consumidores sobre vendas ‘online’ sobem 250% até maio

  • Lusa
  • 28 Maio 2020

A maioria das queixas se refere ao comércio de bens eletrónicos e eletrodomésticos, vestuário, calçado e brinquedos.

A Deco recebeu 3.500 reclamações relativas a compras online entre janeiro e maio, um aumento de 250% face ao número registado em igual período do ano anterior.

Paulo Fonseca, da associação de defesa de consumidores Deco, precisou à agência Lusa que a maioria das queixas se refere ao comércio de bens eletrónicos e eletrodomésticos, vestuário, calçado e brinquedos.

As denúncias mais frequentes estão relacionadas com dificuldades na contratação, na entrega dos bens e na segurança dos meios de pagamento, adiantou. “A oferta de lojas digitais aumentou, mas também o número de burlas, nomeadamente em ‘sites’ de anúncios e redes sociais, que levaram a que muitos consumidores tivessem ficado sem o bem e o valor pago”, denuncia a Deco.

Problemas com a demora na entrega do bem são dos mais frequentes, assim como, segundo a associação, o desconhecimento das regras sobre o prazo de entrega e direitos do consumidor.

Cerca de 80% dos casos são resolvidos pela associação, diz a associação, salientando a importância da literacia dos consumidores, e apelando às empresas que reforcem os canais digitais, os serviços de entrega e o apoio ao cliente, e promovam informação sobre os direitos digitais dos consumidores.

A associação, no âmbito de um projeto financiado pelo Fundo dos Consumidores, acaba de lançar o ‘site’ e.comprascomdireitos.pt, com informação sobre quem, onde e como comprar, e onde os consumidores podem reclamar. “A Deco acredita que, com informações sobre os seus direitos digitais, o consumidor teria evitado muitos dos atuais conflitos nas compras em linha”, disse Paulo Fonseca, jurista da associação, explicando que o objetivo do novo site é o de tornar os consumidores “os professores das empresas” de venda online.

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Maioria dos investimentos na ferrovia não vai aumentar velocidade dos comboios

  • ECO
  • 28 Maio 2020

Planos da Infraestruturas de Portugal para modernizar a rede ferroviária estarão assentes sobretudo na eletrificação das vias e na instalação de sistemas modernos de sinalização e telecomunicações.

O investimento de 2.000 milhões de euros que está a ser feito ao abrigo do Ferrovia 2020 está pensado sobretudo para o transporte de mercadorias e não para diminuir o tempo de trajeto dos comboios de passageiros, avança o Público (acesso condicionado) nesta quinta-feira.

Os planos da Infraestruturas de Portugal (IP) para modernizar a rede ferroviária nacional estarão assentes sobretudo na eletrificação das vias e na instalação de sistemas modernos de sinalização e telecomunicações, mas ignoram correções de traçado na infraestrutura que permitam aumentar as velocidades dos comboios.

Questionada pelo Público porque o aumento da velocidade não é uma prioridade nos investimentos ferroviários e se esta filosofia se manterá nos projetos do PNI 2030, a IP disse apenas que os investimentos em curso “resultaram de um alargado debate e consenso nacional em torno dos investimentos previstos e dos objetivos por eles preconizados, designadamente no que toca à potenciação do tráfego de mercadorias”.

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Novo Banco abandona Espanha após 450 milhões de prejuízos

Ronaldo chegou a dar cara pelo BES em Espanha, ainda no tempo de Salgado. O Novo Banco pôs agora a sucursal espanhola à venda, depois de prejuízos de 450 milhões nos últimos seis anos.

“Donde voy a estar dentro de 3 años?” Em 2009, Cristiano Ronaldo chegou a dar cara pelo antigo BES Espanha. A estrela do futebol português simbolizava na perfeição a ambição de Ricardo Salgado para o mercado vizinho. Com a resolução do banco em 2014 tudo mudou. O Novo Banco está agora de saída depois dos prejuízos de mais de 450 milhões de euros nos últimos seis anos.

António Ramalho já anunciou aos 200 trabalhadores da sucursal espanhola e também aos sindicatos que a operação foi colocada à venda. Já foram feitos os primeiros contactos com bancos de investimento para procurarem um comprador. Se tudo correr como planeado, a saída do Novo Banco de Espanha deverá arrancar nas próximas semanas.

A venda do negócio espanhol não estava nos planos. Aliás, 2019 tinha sido um ano de “profunda transformação” para a sucursal com o objetivo de criar “condições objetivas para um crescimento sustentável”, segundo o relatório e contas do ano passado. Mas não vai acontecer.

O Novo Banco já deixou várias geografias (Cabo Verde, Ásia, França e Caimão), num redimensionamento provocado pelo plano de reestruturação de Bruxelas. Em relação a Espanha, a ideia era manter a operação para tornar o Novo Banco numa instituição de vocação ibérica. Porque foi colocado à venda? O El Confidencial diz que se trata de uma espécie de contrapartida pelas injeções de capital que o Estado português tem feito.

Este anúncio surge num momento de grande turbulência à volta do Novo Banco, com as críticas atingirem também a própria administração por causa dos bónus e dos aumentos salariais. Os prejuízos do banco têm obrigado a injeções milionárias com recurso a empréstimos dos contribuintes. Os partidos políticos querem explicações sobre tudo isto.

Em Espanha, os prejuízos foram avolumando-se à medida que a partir de Lisboa se procedia à reestruturação e limpeza de todo o banco. Só no ano passado as perdas na sucursal espanhola superaram os 100 milhões de euros.

Além da redução do negócio bancário — em cinco anos as receitas com juros e comissões caíram mais de 65% para 55 milhões de euros no ano passado –, contribuiu ainda para este mau desempenho a venda de uma carteira de malparado e de imóveis (o Projeto Albatros) de 300 milhões de euros. Gerou uma perda de mais de 30 milhões (acima das imparidades que já tinham sido constituídas).

Prejuízos em Espanha superam os 450 milhões

Fonte: Relatório e contas do Novo Banco

O Novo Banco Espanha fechou 2019 com ativos líquidos de dois mil milhões de euros, 198 funcionários e 11 balcões.

Além do banco, também o negócio de gestão de ativos (Novo Activos Financieros España), com mais de 800 milhões de euros entre fundos de investimento, fundos de pensões e SICAVs, foi vendido no final do ano passado à gestora espanhola Trea Asset Management. O closing do negócio deverá concretizar-se durante este segundo trimestre.

Fraude em Santander

Nos últimos meses, o negócio em Espanha foi abalado por um escândalo no balcão de Santander (entretanto encerrado). Um ex-gestor do Novo Banco em Espanha terá burlado 76 clientes daquela região em dezenas de milhões de euros, através de um esquema de pirâmide que terá durado mais de uma década.

A polémica levou António Ramalho e o administrador Vítor Fernandes a Madrid para lidarem diretamente com o dossiê, como revelou o ECO em primeira mão. Não se sabe qual é a dimensão da fraude, nem o impacto nas contas do banco. Mas o próprio presidente já admitiu que vai ter custos: “Aquilo que seremos chamados é menos do que se anuncia e sempre muito mais do que devia ser”.

Segundo a imprensa espanhola, 15 dos 76 clientes afetados investiram mais de um milhão de euros. Dez clientes são sociedades e outros 66 são clientes particulares que agora procuram ser ressarcidos.

Do lado do banco, estão em curso várias diligências para apurar as responsabilidades e perceber a extensão da fraude. Foi enviada uma equipa de Lisboa que está neste momento a realizar uma auditoria interna. Também está em curso uma auditoria externa forense para detetar a existência de indícios de eventuais práticas ilícitas. Não se sabe, ao certo, quando é que o esquema terá começado, nem a extensão da fraude.

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5 coisas que vão marcar o dia

Como evoluiu a avaliação bancária em abril? O INE vai dar resposta a esta pergunta, no mesmo dia em que o PSD apresenta medidas na área social de combate à pandemia.

Esta quarta-feira vai ficar a saber-se como evoluiu a avaliação bancária em abril, com o INE a publicar ainda dados económicos nas empresas e nos consumidores. O PSD apresenta propostas de combate na área social. E é também dia de mais uma reunião no Infarmed, isto antes da última fase de desconfinamento.

Como evoluiu a avaliação da banca aos imóveis em abril?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai publicar esta quinta-feira o Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação referente a abril. Em março, o valor que os bancos atribuíram às casas para efeitos de concessão de crédito aliviou de máximos, sofrendo o primeiro recuo dos últimos quatro anos. Valor do metro quadrado situou-se nos 1.110 euros em março, sendo que com o país confinado poderá assistir-se a uma nova quebra.

Como está a confiança dos consumidores? E o clima de negócios na UE?

Esta quinta-feira, a Comissão Europeia vai divulgar dados sobre o Sentimento Económico e o Clima de Negócios na União Europeia em maio, no mesmo dia em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os resultados dos Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores. Relativamente a este último, os dados de abril mostraram que a pandemia arrasou a confiança dos consumidores e que este indicador teve a maior queda de sempre.

Reunião antes de última fase do desconfinamento

Antes da terceira e última fase de desconfinamento, Marcelo Rebelo de Sousa, Ferro Rodrigues, António Costa, líderes partidários e parceiros sociais vão reunir-se novamente na apresentação sobre a “Situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal”, no Infarmed. Esta reunião deverá permitir que a partir da próxima segunda-feira, 1 de junho, seja feita a reabertura de centros comerciais, cinemas e teatros, a realização de atividades desportivas (em recinto aberto), a abertura de ATL’s e pré-escolar.

PSD apresenta medidas na área social de combate ao coronavírus

O presidente dos social-democratas, acompanhado pelos deputados Adão Silva e Clara Marques Mendes, vai dar uma conferência esta manhã sobre as medidas que considera que devem ser adotadas na área social para responder à crise provocada pela pandemia. Isto acontece no mesmo dia em que o Governo estará em plenário a responder à interpelação do PS sobre as “Respostas do Estado Social à Pandemia”.

Semapa apresenta resultados do primeiro trimestre

A Semapa vai apresentar esta quinta-feira os resultados referentes ao primeiro trimestre do ano, que foi em março impactado pelo coronavírus. Recorde-se que, no mesmo período do ano passado, a papeleira reportou um resultado líquido de 39,7 milhões de euros, representando um aumento de mais de 46%. Também hoje é dia de assembleia-geral da Navigator, em que a empresa vai propor aos acionistas a não distribuição de dividendos.

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Helexia vai instalar 39 carregadores elétricos em nove lojas Auchan

De Norte a Sul, a Helexia vai instalar 39 carregadores elétricos em nove lojas da Auchan. O objetivo é chegar a todos os espaços da retalhista.

Nem o Covid-19 impediu a Helexia de apostar na mobilidade elétrica. A multinacional de energias renováveis vai instalar 39 carregadores elétricos em nove lojas da Auchan, sendo que o objetivo é instalar postos de carregamento nas 30 lojas da marca no próximo ano, avança ao ECO, o CEO da empresa, Luís Pinho.

“Entramos no negócio da mobilidade elétrica e vamos inaugurar os primeiros postos de carregamento no Auchan, em Alverca, que vai servir como piloto para as restantes localizações”, explica Luís Pinho. Esta infraestrutura tem a capacidade de carregar 12 carros em simultâneo e é composta por seis carregadores: dois carregadores rápidos (50 quilowatts) mais quatro carregadores normais (22 quilowatts).

Para além da loja da Auchan em Alverca, a Helexia vai instalar carregadores elétricos nas lojas de Paço de Arcos (6 carregadores) Maia (6), Sintra (6), Eiras (3), Castelo Branco (3), Famalicão (3), Lagoa (3) e Sinto Tirso (3). Um investimento de 600 mil euros, revela o CEO da Helexia.

Covid-19 condiciona operações

Luís Pinho confessa que o Covid-19 veio condicionar o “deadline” na capacidade de construção e instalação dos carregadores elétricos nas outras oito localizações. “Temos preferência por equipamentos made in Portugal e temos alguns atrasos não só no fornecimento dos equipamentos como na capacidade das equipas”, refere o CEO da Helexia. Mesmo com estes constrangimentos, o CEO da empresa, prevê finalizar as infraestruturas nas nove localizações em setembro.

O nosso objetivo para este ano é conseguirmos instalar 150 carregadores. Uma previsão de investimento na ordem dos dois milhões de euros.

Luís Pinho

CEO da Helexia

O investimento na instalação dos carregadores elétricos é realizado pela Helexia, assim como a gestão e manutenção. “Realizamos o investimento necessário na infraestrutura de carregamento (obra, carregadores, operação e manutenção), temos um contrato de cinco anos, neste caso com a Auchan, e existe uma partilha de receita com o hospedeiro”, explica o CEO da Helexia.

A Helexia está presente em sete países, mas é em Portugal que decide avançar com esta aposta na mobilidade elétrica. Apesar do objetivo do grupo ser aplicar este modelo nos restantes países onde o grupo está presente.

Quanto aos planos para um futuro próximo, a Helexia tenciona alargar a rede de pontos de carregamento em outros espaços comerciais. “Quando falamos em mobilidade elétrica o nosso objetivo para este ano é conseguirmos instalar 150 carregadores e uma previsão de investimento na ordem dos dois milhões de euros”, conclui o CEO da empresa.

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BCE tem 142 mil milhões para empresas. Em Portugal, não há dívida privada

Empresas aumentaram o endividamento em fevereiro e março, mas recorreram à banca e não ao mercado de capitais. Houve apenas uma colocou obrigações no mercado, apesar da rede de segurança do BCE.

A bazuca do Banco Central Europeu (BCE) tem permitido a Estados e empresas financiarem-se no mercado para fazer face às necessidades geradas pelo surto de Covid-19. Se o Tesouro português ajustou a estratégia para aproveitar a rede de segurança da instituição liderada por Christine Lagarde, o mesmo não aconteceu com as empresas.

O Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP, na sigla em inglês) foi lançado em março com 750 mil milhões de euros. Tem regras mais flexíveis que os planos de aquisição de títulos de dívida em curso e o objetivo específico de ajudar a financiar a retoma da economia após a crise pandémica.

Os primeiros dados da execução do programa ainda não são conhecidos, mas o BCE deverá atribuir até 19% do total a dívida privada. Ou seja, um total de 142,5 mil milhões de euros para empresas na Zona Euro, mas em Portugal só há uma empresa a emitir nova dívida: a EDP.

Dados da Dealogic enviados ao ECO indicam que houve apenas duas colocações de obrigações de empresas em Portugal em 2020, num total de 1.493,47 milhões de euros. A primeira em janeiro e a segunda em abril, nas mesmas datas em que a EDP foi ao mercado para emitir nova dívida. Em toda a Zona Euro, houve 168 colocações este ano, nas quais foram emitidos 149.381,89 milhões de euros em obrigações.

O facto de não ter havido outras emissões de dívida não significa, no entanto, que as empresas portuguesas não se estejam a endividar. Pelo contrário. Com o Governo português a lançar linhas de crédito para apoiar a economia, as empresas portuguesas aumentaram a dependência da banca.

Após uma ligeira quebra no endividamento do setor privado em janeiro, este subiu tanto em fevereiro (em 100 milhões de euros) como em março (em 1,7 mil milhões), segundo os últimos dados do Banco de Portugal. A pandemia pode ter exacerbado a situação, mas esta não é nova.

Já no programa de compras de obrigações de empresas do setor privado não-financeiro do BCE (CSPP), a representatividade de Portugal era marginal. “Em 2019, o Eurosistema efetuou compras líquidas para o programa no montante de 7,7 mil milhões de euros. Durante o ano foi realizada uma emissão de ativos elegíveis para o CSPP por um emitente nacional“, revela o relatório de implementação de política monetária do Banco de Portugal.

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Sonae Sierra difere 50% das rendas. Há shoppings que perdoaram tudo

Gestora propôs um diferimento de 50% das rendas durante três meses, menos no Colombo e Vasco da Gama. Mas há quem tenha perdoado tudo.

Alguns proprietários de centros comerciais já decidiram tomar medidas de apoio aos lojistas, tal como estes pediam desde o início da crise. Exemplo disso é a Sonae Sierra, que propôs aos lojistas um diferimento de 50% das rendas durante três meses, mas não em todos os centros comerciais. Enquanto isso, empresas como a Merlin e a Mundicenter perdoaram 100% da renda durante o encerramento.

Encerrados há mais de dois meses, as vendas das lojas dos centros comerciais estão praticamente a zeros. Há muito que os lojistas pedem compreensão e, na semana passada, chegaram mesmo a acusar os proprietários de “falta de solidariedade“. Entretanto, houve alguns recuos, mas uns não são suficientes, adianta ao ECO Miguel Pina Martins, fundador da recente Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR).

O ECO sabe que a Sonae Sierra propôs aos lojistas um diferimento de 50% das rendas durante três meses — março, abril e maio –, uma informação que foi depois confirmada pela associação em questão. Terminado este período, esses três meses têm de começar a ser pagos em janeiro de 2021 e em 24 prestações, confirmou fonte oficial da gestora, ao ECO.

Contudo, para a associação fundada por Miguel Pina Martins, esta é uma medida insuficiente. “Neste momento, a Sonae Sierra está em atraso em relação aos outros [proprietários]. Saudámos [a medida], mas ainda está muito longe das melhores práticas e de outros que têm planos bem mais interessantes”, diz o responsável.

Miguel Pina Martins nota ainda que este diferimento de 50% não está previsto no Colombo nem no Vasco da Gama, detidos em partes iguais pela Sonae Sierra e pela CBRE Global Investors, dado que esses lojistas não foram informados de nada até ao momento. O ECO questionou a Sonae Sierra relativamente a esta falta de informação, mas a empresa não respondeu até à publicação deste artigo.

Este diferimento de 50%, sabe o ECO, foi também adotado pela Square Asset Management nos nove centros comerciais que detém — AlbufeiraShopping, Continente de Portimão, Centro Comercial Continente Telheiras, LoureShopping, CoimbraShopping, Gaia Jardim, Minho Center, Fórum Castelo Branco e Fórum Viseu — e dois retail parks — Montijo Retail Park e Coimbra Retail Park.

Lojistas defendem moratória de seis meses nas rendas

Para a associação que representa os lojistas, até agora tem havido uma negociação com os proprietários. Mas o processo mais simples seria adotar uma “medida legislativa universal”. “A nossa proposta global é legislativa e não faz parte de uma negociação com o centro comercial. Para evitar estas negociações, propomos um congelamento das rendas durante seis meses e daqui a três meses voltaríamos ao normal“, diz Miguel Pina Martins.

O responsável sublinha que não pedem perdão de rendas, mas sim mais tempo. “Queremos pagar um bocadinho mais tarde, estender os contratos para seis meses. Pagamos mais tarde, mas pagamos tudo“, diz.

Para a AMRR, as cedências feitas por estes proprietários só mostram que “o que os lojistas pediam não era nada que não fizesse sentido”.

Merlin, Mundicenter e Ingka perdoam rendas durante encerramento

Miguel Pina Martins diz que enquanto alguns centros comerciais “ainda não chegaram lá”, referindo-se a cedências face aos pedidos dos lojistas, outros “já se movimentaram”, e no bom sentido. Como a Merlin Properties que, depois de ter admitido ao ECO que estava a ponderar uma moratória nas rendas do Almada Fórum, acabou mesmo por decidir perdoar as rendas durante o tempo em que os lojistas estiverem encerrados, cobrando uma “variável” dependendo das vendas feitas nos primeiros meses de abertura.

Outro exemplo foi a Ingka Centres (Grupo Ikea), que também perdoou as rendas do Mar Shopping Matosinhos e Mar Shopping Algarve durante os meses de encerramento, detalha o presidente da AMRR, também CEO da Science4You.

Além disso, também a Mundicenter, detentora de nove centros comerciais no país — Centro Comercial Alvalade, Amoreiras Shopping Center, Arena Shopping, Braga Parque, Campus S. João, Fórum Aveiro, Oeiras Parque, Spaccio Shopping e Strada Outlet — adotou esse perdão durante abril e maio.

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De Portugal à Holanda, como os líderes veem o plano de Von der Leyen

A proposta da Comissão Europeia para um fundo de 750 mil milhões de euros para a União Europeia recebeu apoio amplo, mas longe da unanimidade. Conheça as posições dos principais líderes políticos.

António Costa, primeiro-ministro português (à esquerda). Mark Rutte, primeiro-ministro holandês (à direita).Hugo Amaral/ECO; Chris Ratcliffe/Bloomberg

Bruxelas propôs um plano de 750 mil milhões de euros para fazer face à pandemia do coronavírus, dos quais 500 mil milhões a serem distribuídos em subsídios e 250 mil milhões em empréstimos. O objetivo da Comissão Europeia é aproveitar a retoma para começar a desenhar um futuro mais ecológico e uma economia mais digital.

A proposta, discutida no Parlamento Europeu ao longo de hora e meia esta quarta-feira, agradou a muitos grupos políticos e países. Mas as opiniões estão longe de ser unânimes. Os chamados “quatro frugais”, um grupo de países composto pela Áustria, Holanda, Dinamarca e Suécia, são contra. Preferem empréstimos à canalização de apoios a fundo perdido. Conheça aqui as principais reações.

Portugal: Fundo “está à altura do desafio”

O primeiro-ministro português, António Costa, considerou que a proposta de Bruxelas “está à altura do desafio”. “Cabe agora ao Conselho Europeu não frustrar [as expectativas]”, sublinhou.

Espanha: Inclui “muitas das nossas exigências”

Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol, disse que a proposta de Ursula von der Leyen inclui “muitas” das exigências de Espanha. “É um ponto de partida para negociações”, apontou.

França: “Devemos agir rapidamente”

O presidente francês Emmanuel Macron apontou que “o acordo franco-alemão permitiu” a apresentação deste plano. “Devemos agir rapidamente e adotar um acordo ambicioso com todos os parceiros europeus”, indicou.

Alemanha: Proposta não surpreendeu

A chanceler alemã Angela Merkel mostrou-se pouco surpreendida com o plano de Bruxelas: “Contém elementos que outros Estados-membros mencionaram”, afirmou. Considerou também que a proposta franco-alemã “é a base” para um acordo entre os 27 Estados-membros e vaticinou que a negociação não deverá ficar fechada na cimeira de 19 de junho.

Grécia: “Fasquia foi posta no alto”

Através do Twitter, o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, afirmou que “a fasquia foi posta no alto”. “Agora é o Conselho Europeu que tem de estar ao nível da ocasião”, indicou.

Itália: “Acreditámos nele desde o início”

O primeiro-ministro de Itália, Giuseppe Conte, afirmou através do Twitter que a proposta representa um “ótimo sinal de Bruxelas” e que o Governo italiano acreditou no plano “desde o início”. “Fomos descritos como visionários”, frisou.

Finlândia: Plano deve implicar “seguir a lei”

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Tytti Tuppurainen, deixou notas positivas sobre o plano de Bruxelas, mas destacou a “importância” de “seguir a lei”. “É também bom que a Comissão enfatize a importância de respeitar a lei. É importante que o orçamento da União Europeia esteja ligado ao seguimento da lei”, disse, citada pelo Politico.

Áustria: Proposta é “base de negociação”

O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, considerou que a proposta da Comissão Europeia para um fundo de recuperação pós-pandemia é “uma base de negociação”, em que deve nomeadamente ser discutida “a parte de empréstimos e de subvenções”. “A proposta da Comissão Europeia está agora sobre a mesa como base de negociação”, disse o chefe do Governo da Áustria, citado pela Lusa.

Suécia: Fundo devia focar-se “em empréstimos”

O primeiro-ministro da Suécia, um dos “quatro frugais”, criticou o plano de Bruxelas, mas não o rejeitou de forma liminar. “A Suécia sempre incentivou a que o fundo seja focado em empréstimos, o que confere incentivos mais fortes a que o dinheiro seja usado de forma efetiva”, disse. Porém, reconheceu que a União Europeia “não pode arriscar ter grandes economias a colapsarem”, de acordo com o Politico, que cita um comunicado do Governo.

Holanda: “Isto deve consistir em empréstimos”

Da Holanda surge uma reação semelhante, com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, a reforçar que a maior “fatia” dos apoios deveria ter a forma de “empréstimos” e não de subsídios. “Acreditamos que isto deve consistir em empréstimos, sem mutualização de dívidas”, apontou, citado pela Reuters.

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O que diz a proposta da Comissão Europeia para o Fundo da Recuperação em 7 pontos

São vários números com muitos zeros à direita que constam na proposta da Comissão Europeia para o próximo QFP 21-27 e para o Fundo de Recuperação europeu pós-pandemia.

Como será a “Próxima Geração UE”, como apelidou Ursula von der Leyen? Vários documentos e muitas páginas descrevem a proposta que a Comissão Europeia apresentou esta quarta-feira para o Fundo de Recuperação europeu em virtude da pandemia, que estará inserido no Quadro Financeiro Plurianual (QFP 2021-2027). Esta é apenas uma proposta, que será discutida pelo Conselho Europeu, o qual tem a palavra final, mas já é possível saber alguns pormenores daquilo que poderá vir a ser a resposta europeia à crise pandémica.

1. 2.400 mil milhões de euros? 1.100 do QFP, 750 do Fundo de Recuperação e 540 mil milhões já aprovados

A presidente da Comissão Europeia falou no Parlamento Europeu de um “poder de fogo” na resposta da União Europeia de 2,4 biliões de euros. Como se divide este valor? Desde logo, Ursula von der Leyen está a incluir o habitual orçamento comunitário, no valor de 1,1 biliões de euros, que está em linha com as propostas anteriores para o Quadro Financeiro Plurianual (QFP) — que deverá entrar em vigor em janeiro de 2021 — dos próximos sete anos e que já é gasto normalmente, nomeadamente nos fundos da coesão e na política agrícola comum.

O dinheiro “extra” está no Fundo de Recuperação europeu, no valor de 750 mil milhões de euros (500 mil milhões de subvenções e 250 mil milhões de empréstimos, que serão gastos até ao final de 2024), e ainda nos 540 mil milhões de ajuda de curto prazo já aprovada, que se divide nas linhas do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), no SURE (programa de apoio ao emprego da Comissão) e nas linhas de crédito do Banco Europeu de Investimento (BEI). Assim, na realidade, diretamente relativo à pandemia, a resposta conjunta da UE é de 1,29 biliões de euros.

2. Como será distribuído o dinheiro?

Segundo a presidente da Comissão, 60% do orçamento comunitário vai para partes “completamente novas” que não existiam no QFP anterior, sendo que cerca de 25% das verbas serão destinadas para o Acordo Verde Europeu (European Green Deal). Pode ver a desagregação dos montantes novos aqui, com destaque para o novo Instrumento para a Recuperação e Resiliência, para o reforço da coesão e o instrumento para a Solvência das empresas que eram saudáveis antes da pandemia. Uma coisa é certa: os países e os setores mais afetados pelo impacto económico da pandemia serão os que vão receber mais.

Não se sabe que condicionalidades poderá haver em relação a este apoio, mas a Comissão diz que vai oferecer ajuda técnica aos países “para assegurar que os fundos são usados da melhor forma possível”. O documento explicativo da proposta desta quarta-feira também refere que o dinheiro será “libertado em prestações dependendo do progresso feito e tendo como base referências predefinidas”. Von der Leyen disse também, em conferência de imprensa, que haverá um “grupo de trabalho” no Conselho da UE onde vai ser decidida a alocação do dinheiro.

Segundo a alocação por países prevista por Bruxelas para o Fundo de Recuperação, a que o ECO teve acesso, Itália e Espanha deverão ser os maiores beneficiários. A Portugal deverá caber 26,3 mil milhões de euros, dos quais 15,5 mil milhões de euros em subvenções e 10,8 mil milhões de euros em empréstimos. Este valor corresponde a cerca de 13% do PIB português em 2019 e a cerca de 3,5% do valor total do fundo de 750 mil milhões de euros. No entanto, estes valores da chave de distribuição ainda não são oficiais.

No caso dos empréstimos (no montante total de 250 mil milhões de euros), a Comissão explica que o dinheiro emprestado aos Estados-membros que necessitem será feito sob as condições originais da emissão nos mercados financeiros (o mesmo cupão, maturidade e valor nominal), ou seja, não cobrará nenhum valor adicional pelo empréstimo aos países.

3. Como conseguirá a Comissão endividar-se para entregar o dinheiro aos Estados-membros?

A Comissão Europeia vai endividar-se nos mercados financeiros, sob melhores condições face ao seu rating do que os Estados-membros individualmente, sendo que esta dívida poderá, em princípio, ser adquirida posteriormente pelo Banco Central Europeu (BCE). Para o fazer, irá recorrer ao “headroom” que existe no orçamento comunitário, tal como já fez no passado mas, desta vez, em larga escala.

Este “headroom” define-se pela margem que existe entre o limite máximo de recursos próprios da UE — que é aumentado para os 2% do RNB (rendimento nacional bruto) temporariamente na proposta da CE, acima dos atuais 1,2% — e o limite de pagamentos definidos no âmbito do QFP — que fica em cerca de 1% do RNB –, a qual permite à Comissão ter uma garantia para endividar-se junto dos mercados financeiros.

Esta margem serve de garantia pelo que os Estados-membros não têm de avançar com contribuições específicas para dar garantias para este fundo nem vão contribuir mais para o QFP. Ainda assim, ao endividar-se, a Comissão Europeia terá de pagar juros deste empréstimo: serão 17,4 mil milhões de euros que terão de ser pagos pelo orçamento comunitário entre 2021 e 2027 em juros. Além disso, terá de reembolsar o empréstimo a partir de 2028 e, no máximo, até 2058.

Von der Leyen assegurou que, através deste mecanismo, não há “nenhuma mutualização da dívida”, que é rejeitada por vários Estados-membros, e que o caráter “excecional” e “temporário” deste endividamento afasta a ideia de que, com este passo, a Comissão Europeia está a criar uma política orçamental centralizada a nível europeu, como um Ministério das Finanças, com um tesouro (IGCP), faz a nível nacional com a sua capacidade de endividamento.

4. E quem pagará a dívida de 750 mil milhões de euros? Quem recebe mais e quem paga mais?

Isso ainda está em aberto. A presidente da Comissão Europeia prefere a via da criação de novos recursos próprios da UE, como o imposto sobre as gigantes tecnológicas ou sobre as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, que podem vir a permitir encaixar receitas suficientes para o orçamento comunitário pagar a dívida ao longo das décadas.

Contudo, caso não haja mais recursos próprios, há a hipótese de, no futuro, se aumentarem as contribuições dos Estados-membros — as quais dependem da evolução do RNB ao longo dos próximos anos — ou encolher os programas europeus em futuros QFPs para canalizar fundos para o reembolso da dívida. A primeira hipótese é temida pelo grupo dos “frugais” e a segunda pelos “amigos da coesão”.

Com base neste enquadramento, tanto Gregory Claeys, especialista em assuntos europeus do Bruegel, como Lucas Guttenberg, especialista em assuntos europeus do Instituto Delors, concluíram no Twitter que não é possível dizer, neste momento, que Estados-membros vão receber mais ou menos face à sua potencial contribuição (através do reembolso da dívida pelo orçamento comunitário, que é financiado pelos países) para o Fundo de Recuperação europeu. Anteriormente, uma simulação de economistas da Bloomberg sugeria que Portugal poderia pagar mais do que receber, tendo em conta determinados pressupostos.

5. Não haverá dinheiro já em 2020? E o Fundo de Recuperação chegará logo no início de janeiro de 2021?

Este ano os países podem já recorrer às ajudas previstas no pacote de 540 mil milhões de euros acordado pelas instituições europeias. No entanto, a Comissão Europeia quer adiantar já algum dinheiro para ser usado em 2020 nas “necessidades mais prementes”. Assim, Bruxelas propõe uma emenda ao atual QFP 2014-2020 para ter 11,5 mil milhões de euros disponíveis ainda este ano.

Além disso, a Comissão pede ao Conselho Europeu para chegar a acordo em julho, no máximo, para que o trabalho necessário possa ser realizado até ao outono, tornando possível que o novo QFP (e o Fundo de Recuperação) esteja operacional a 1 de janeiro de 2021 e não seja adiado, como temem os eurodeputados que já pediram um plano B a Ursula von der Leyen.

6. Que impacto terá nas economias dos Estados-membros?

De acordo com as estimativas dos técnicos de Bruxelas, o impacto do Fundo de Recuperação será diferenciado nos Estados-membros, contrariando as forças divergentes que resultam da crise. Com base em simulações, a Comissão Europeia conclui que os países com um PIB per capita abaixo da média europeia e uma dívida pública elevada, como é o caso de Portugal, irão ter um impulso na atividade económica na ordem dos 4,25% até 2024. Ou seja, nos próximos quatro anos, o nível do PIB estará 4,25% acima do “normal” (caso não houvesse estes fundos europeus). Para os restantes países mais ricos e menos endividados, o impulso é menor (cerca de 1%) mas positivo.

7. E na dívida pública?

Na dívida pública, a Comissão estima que o investimento público realizado através destes fundos leve a uma redução do peso do endividamento do Estado pelos efeitos positivos que terá na economia (sem o efeito negativo do lado da despesa, em princípio, se for através de subvenções a fundo perdido). A estimativa é que, em média, o rácio da dívida pública da União Europeia baixe 0,75% do PIB no curto prazo e ainda mais a médio e longo prazo.

A própria Comissão Europeia fez um Q&A (em português, perguntas e respostas) sobre a sua proposta que pode consultar aqui.

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