FC Porto com prejuízos recorde de 116 milhões na época em que foi campeão

SAD liderada por Pinto da Costa atribui este resultado na época 2019/2020 aos efeitos provocados pela pandemia de coronavírus.

A SAD do FC Porto registou um prejuízo de 116 milhões de euros na época 2019/2020, exatamente na temporada em que foi campeão da I Liga. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o clube de Pinto da Costa justifica este resultado com as “anómalas circunstâncias” provocadas pela pandemia.

“As anómalas circunstâncias em que se desenvolveu a temporada 2019/2020 vieram a provocar um resultado líquido fortemente negativo, mas que está de acordo com o orçamento aprovado em Assembleia Geral, ajustado dos impactos financeiros provocados pela pandemia”, lê-se no documento divulgado esta quarta-feira.

Assim, o clube registou um resultado líquido consolidado negativo de 116,16 milhões de euros, dos quais 115,94 milhões são “atribuíveis aos detentores de capital próprio da empresa mãe”.

Os proveitos operacionais excluindo proveitos com passes de jogadores caíram 50% para 87 milhões de euros, “consequência da descida generalizada de todas as rubricas que as constituem”.

Os custos operacionais, excluindo custos com passes, caíram para 11,7 milhões de euros, “principalmente devido à diminuição dos custos com o pessoal” e os resultados com transações de passes de jogadores foram de apenas 551 mil euros, um valor que se justifica pelo “adiamento do prazo de abertura do mercado de transferências” e pelo prolongamento das competições para além do encerramento do período em análise.

No mesmo documento, os dragões enumeram os inúmeros “aspetos adversos” que resultaram do impacto do coronavírus: provocou a “redução das receitas de transmissão televisiva” e a “redução das receitas de bilheteira e do negócio corporativo, pela suspensão das competições e o retomar sem público nos estádios” e uma diminuição das receitas de merchandising.

Por outro lado, a não participação na Champions provocou uma “inevitável redução das receitas obtidas com a participação nas competições europeias”, sublinha a SAD portista.

(Notícia atualizada às 18h28 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jerónimo Martins lucra menos 17,8% até setembro. Vendas sobem

  • Lusa e ECO
  • 28 Outubro 2020

Vendas consolidadas subiram 3,9% no período em análise, face aos primeiros nove meses de 2019. EBITDA caiu e lucros também.

O lucro da Jerónimo Martins recuou 17,8% nos primeiros nove meses do ano, face a igual período de 2019, para 219 milhões de euros, anunciou a dona da cadeia de supermercados Pingo Doce.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Jerónimo Martins refere que o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) caiu 1,9% para 1.029 milhões de euros.

A Jerónimo Martins revela que registou um acréscimo de 32 milhões de euros de custos operacionais até setembro relacionados com medidas associadas com a pandemia de Covid-19, onde se inclui prémios extraordinários a equipas operacionais.

Apesar da pandemia, as vendas consolidadas subiram 3,9% no período em análise, face aos primeiros nove meses de 2019, para 14,2 mil milhões de euros.

Na Polónia, as vendas da Biedronka cresceram até setembro 7,3% para 9,9 mil milhões de euros e as da Hebe ascenderam a 180 milhões de euros, em linha com o ano anterior.

Em Portugal, as vendas do Pingo Doce registaram “uma redução de 2,3%” para 2,8 mil milhões de euros até setembro, e o Recheio viu as vendas diminuírem 15,6% para 639 milhões de euros.

Na Colômbia, as vendas da Ara subiram 9,9% para 615 milhões de euros.

Vai pagar dividendo de 13,8 cêntimos

Depois de apresentar estes resultados, o Conselho de Administração da Jerónimo Martins revelou que vai propor a distribuição de dividendos no valor de 86,7 milhões de euros, equivalente a um valor bruto de 0,138 euros por ação.

O Conselho de Administração “irá propor, em assembleia-geral extraordinária a realizar a 26 de novembro, a distribuição de reservas no montante de 86,7 milhões de euros que perfaz o “payout” de 50% dos resultados consolidados de 2019, em linha com a política de dividendos vigente no grupo”. Este montante “junta-se aos 130,1 milhões de euros de dividendos pagos em julho” também referentes a 2019, refere.

Em 13 de maio, a administração Jerónimo Martins tinha revisto em baixa a proposta de pagamento de dividendos relativos a 2019 – feita em fevereiro -, de 0,345 euros para 0,207 euros brutos por ação “dado o atual contexto mundial e a elevada incerteza prevalecente”. Agora, a administração propõe a distribuição aos acionistas do valor então previsto, totalizando os 216,8 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 19h17 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Avizinham-se “meses especialmente difíceis” para o turismo, diz secretária de Estado

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

"Tínhamos as estimativas de terminar 2020 com uma quebra de 50%" face às receitas conseguidas em 2019."Provavelmente, já não será assim", disse a secretária de Estado do Turismo.

A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, alertou esta quarta-feira que se avizinham “meses especialmente difíceis” para o setor que tutela, devido às restrições impostas devido à pandemia de coronavírus.

Durante a assinatura do auto de consignação da empreitada da ecopista do Vouga, Rita Marques lembrou que, em agosto, havia “uma estimativa de poder ter uma redução das receitas turísticas na ordem dos 50%”, mas essa percentagem deverá ser maior. “Em 2019 tivemos um total de receita turística de 18 mil milhões de euros e, portanto, tínhamos as estimativas de terminar 2020 com uma quebra de 50%. Provavelmente, já não será assim”.

Segundo a secretária de Estado, fruto das restrições que têm sido impostas e da evolução da situação epidemiológica nacional e mundial, provavelmente o setor será “ainda mais fustigado, alinhando às estimativas da própria Organização Mundial de Turismo, que apontavam para uma quebra na ordem dos 60/70%”. “Portanto, vamos ter de acompanhar a situação de uma forma muito atenta, muito ativa, no sentido de garantir que esta pandemia não nos leve tudo o que fizemos e construímos durante estes anos”, frisou.

O projeto da ecopista do Vouga — que representa um investimento superior a três milhões de euros e deverá ficar concluída no prazo de ano e meio — é, na sua opinião, um exemplo de como trilhar o futuro. “O futuro passa por continuarmos a posicionar Portugal como um destino competitivo, de excelência, como referência também no âmbito da sustentabilidade, e que nos permita reposicionar, desta forma, assim que a procura deixar de ficar reprimida”, referiu.

Rita Marques mostrou-se esperançada em que “esta procura deixe de estar reprimida, provavelmente, não num futuro próximo, mas no decurso de 2021”. “A procura há de surgir, como aconteceu em agosto assim que os corredores aéreos forem abertos para o destino turístico Portugal”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Família Azevedo fica com 92% da Sonae Capital e 86% da Indústria. Não pode lançar OPAs potestativas

A Efanor passou a deter 92,3% da Sonae Capital e 86,2% da Sonae Indústria. Resultados impossibilitam lançamento de OPAs potestativas. Euronex exclui Sonae Capital do PSI-20.

A Efanor, controlada pela família Azevedo, passou a deter 92,3% da Sonae Capital e 86,2% da Sonae Indústria, após as Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) lançadas há três meses. Não vai poder lançar OPAs potestativas sobre as ações das duas empresas pois os resultados das ofertas ficaram aquém dos requisitos legais.

Na sequência da OPA, a Sonae Capital vai ser excluída do PSI-20 a partir do dia 30 de outubro de 2020, anunciou a Euronext. O índice de referência português passa a contar com apenas 17 cotadas até à próxima revisão dos membros do PSI-20.

Os resultados das duas OPAs lançadas sobre a Sonae Capital e sobre a Sonae Indústria no final de julho foram conhecidos esta quarta-feira.

Em ambos os casos, a Efanor adquiriu menos de 90% das ações necessárias para atingir 90% dos direitos de voto abrangidos pela oferta, razão pela qual não poderá lançar agora ofertas potestativas para ficar com as ações aos outros acionistas.

Em relação à Sonae Capital, apenas adquiriu 76% do objeto da OPA, isto é, pouco mais de 62 milhões de ações (25% do capital da cotada) das 81,6 milhões que podia adquirir. Investiu cerca de 48 milhões de euros nesta operação.

Quanto à Sonae Indústria, foram adquiridos 46,6% do objeto da OPA, correspondentes a cerca de 5,4 milhões de ações (12% do capital da cotada) do total de 11,7 milhões que estavam em cima da mesa. Nesta operação, o investimento rondou os seis milhões de euros.

Apesar dos resultados impedirem ofertas potestativas, a Efanor poderá retirar as duas cotadas da bolsa. O código de valores mobiliários prevê duas formas:

  • Nos 6 meses após o encerramento da oferta, caso atinja, na sequência da OPA, mais de 90% dos direitos de vota da sociedade visada e, subsequentemente, recorrer à utilização do mecanismo de aquisição das ações remanescentes;
  • Através de uma deliberação tomada por uma maioria não inferior a 90% do capital social da sociedade visada, reunido em assembleia geral de acionistas e, subsequentemente, recorrer à utilização do mecanismo de aquisição das ações remanescentes.

(Notícia atualizada às 18h21)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alemanha encerra parcialmente durante um mês a partir de 2 de novembro

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

Alemanha decreta o encerramento parcial, durante quatro semanas, de restaurantes, bares e teatros devido ao elevado número de infetados por Covid-19.

O Governo alemão decretou esta quarta-feira, entre outras medidas, o encerramento parcial, durante quatro semanas, de restaurantes, bares e teatros devido ao elevado aumento de casos da pandemia da Covid-19 na Alemanha.

Segundo a chanceler alemã, Angela Merkel, e os poderes regionais concordaram no encerramento, ao longo de novembro, também em proibir a oferta cultural, mantendo, no entanto, “enquanto for possível”, abertas as escolas e o comércio.

Merkel sublinhou que deverão ser limitados ao mínimo os contactos sociais e as reuniões entre pessoas que não convivem, adiantando que as restrições entrarão todas em vigor a 02 de novembro com o objetivo de “evitar uma emergência sanitária nacional” face ao avanço da pandemia do novo coronavírus.

Por outro lado, prosseguiu, todas as competições desportivas profissionais decorrerão sem púbico a partir de segunda-feira.

O Governo alemão também anunciou esta quarta-feira um novo programa de ajuda de emergência, que poderá atingir os 10.000 milhões de euros, para apoiar os setores económicos afetados pelo endurecimento das restrições na luta contra a pandemia.

Os apoios serão atribuídos para compensar a perda de receitas que as novas restrições vão provocar a partir de segunda-feira.

A decisão foi tomada numa videoconferência entre Merkel e os 16 governos federais, responsáveis pela imposição e posterior alívio das restrições.

“Temos de agir, e agora, para evitar que o país entre numa emergência sanitária nacional”, sublinhou a chanceler alemã.

Merkel apelou à população para evitar fazer viagens desnecessárias e adiantou que os hotéis não vão ter a possibilidade de acomodar pessoas em viagens de turismo.

A decisão surge algumas horas depois de a agência de controlo sanitário alemã ter confirmado um novo recorde de casos diários de Covid-19 no país, ao contabilizar 14.964 infeções, elevando o total acumulado para 449.275 contaminados.

A Alemanha, com cerca de 83 milhões de habitantes, também registou mais 27 mortes relacionadas com o novo coronavírus, contabilizando agora um total de 10.098 óbitos.

“Podemos dizer que o nosso sistema de saúde pode lidar com o desafio hoje. Mas, se o ritmo das infeções continuar assim, chegaremos ao limite do que pode administrar dentro de algumas semanas”, afirmou Merkel.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 44 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

AHETA pede ao Governo “esforços” para manter F1 e MotoGP no Algarve

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

Fórmula 1 e MotoGP inserem-se num conjunto de meia dúzia de "eventos âncora que o Algarve precisa para esbater a sua maior fraqueza, a sazonalidade".

A Associação do Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) apelou ao Governo para que desenvolva esforços para garantir a continuidade na região das provas dos mundiais de Fórmula 1 e MotoGP, importantes para combater a sazonalidade.

A associação dos hoteleiros algarvios considera, em comunicado, que os grandes prémios de automobilismo de Fórmula 1 e de motociclismo de MotoGP, “se inserem num conjunto de meia dúzia de eventos âncora que o Algarve precisa para esbater a sua maior fraqueza, a sazonalidade”.

Segundo a AHETA, eventos como as duas provas dos mundiais de automobilismo e de motociclismo, quando realizados em períodos de menor procura turística, “geram fluxos importantes para a região, funcionando também como meios privilegiados de promoção, atendendo à sua elevada cobertura mediática internacional”.

“O impacto na economia regional e nacional e o efeito multiplicador na vida e sociedade dos locais e regiões onde as provas decorrem é enorme, podendo atingir 5/6 vezes os custos de investimento”, sustenta a associação.

Face à importância dos eventos para a economia da região e do país, a AHETA apela ao Governo para que “de uma forma concertada com as entidades regionais e nacionais responsáveis, desenvolva os esforços e as ações necessários, tendo em vista assegurar a permanência das provas [dos mundiais] nos anos vindouros”.

“Faz sentido que as entidades competentes, designadamente o Governo, desenvolvam as ações tendentes a garantir a sua continuidade, tanto mais que o Algarve dispõe de infraestruturas e equipamentos capazes de responder eficazmente às solicitações da procura nesta matéria”, conclui a associação dos empresários hoteleiros algarvios.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banco de Portugal admite ser necessário promover rede de caixas automáticas pelo país

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

Banco de Portugal considera que pode ser necessário uma estratégia para promover a rede de caixas automáticas, que se reduziu de forma significativa nos últimos anos.

O Banco de Portugal considera que pode ser necessário uma estratégia para promover a rede de caixas automáticas, que se reduziu de forma significativa nos últimos anos, sobretudo para responder às populações vulneráveis, segundo o Boletim Notas e Moedas.

No boletim divulgado esta quarta-feira, o banco central justifica a redução de caixas automáticas em Portugal (onde se pode levantar dinheiro, fazer pagamentos, entre outras operações) e dos balcões de bancos com as dificuldades do setor bancário e a necessidade de reduzir a rede para poupar custos.

De acordo com a série longa do sistema bancário português, divulgada a semana passada, em 2019 havia 4.013 agências bancárias, menos 37% do que em 2009, e 11.606 caixas automáticas, menos 16% do que em 2009.

Ainda assim, refere o banco central no boletim divulgado esta quarta-feira, Portugal é país da Zona Euro com maior número de caixas automáticas ‘per capita’ (1,4 caixas automáticas por 1.000 habitantes).

Contudo, a redução da rede de caixas automáticas preocupa o banco central tendo em conta que a utilização de numerário (notas e moedas) continua a ser o meio preferencial nas operações financeiras (face a outros instrumentos de pagamento como cartões, transferências bancárias) e as populações mais vulneráveis fazem operações, sobretudo, recorrendo a numerário.

Para o Banco de Portugal, a rede de caixas automáticas é uma “componente crítica da cadeia de valor do numerário” e, antecipando ainda mais a redução da rede, considera que deve ser ponderada a “adoção de uma estratégia pró-ativa de defesa de uma rede de pontos de acesso a numerário que seja equitativa e sustentável”.

Segundo o regulador e supervisor bancário, essa rede iria proteger os segmentos mais vulneráveis da população, uma vez que são os que mais uso fazem de numerário, e porque “esta é a opção de pagamento que melhor garante o direito fundamental à anonimidade e que permite um maior controlo sobre as despesas incorridas”.

“Uma vez que o Banco de Portugal defende uma posição de neutralidade perante os diversos instrumentos de pagamento, deve refletir acerca do enquadramento que permita a qualquer cidadão ter a opção de pagar com cartão, transferência ou outro instrumento de pagamento que lhe aprouver, sendo que o pagamento com notas e moedas deve configurar como uma destas opções”, lê-se no relatório hoje divulgado.

No final de 2019, segundo o Banco de Portugal, mais de 40% das caixas automáticas e de agências bancárias estavam em apenas 20 dos 308 municípios portugueses e existiam sete municípios onde cada caixa automático servia, em média, mais de 100 quilómetros quadrados de território (nos distritos de Faro, Beja, Évora, Bragança e Castelo Branco).

O numerário (notas e moedas) continua a ser o instrumento mais utilizado (em Portugal, na Zona Euro e no mundo) em termos de número de operações.

Em 2017, das 5,6 mil milhões de operações de pagamento realizadas em Portugal, o numerário foi utilizado em cerca de 3,3 mil milhões destas operações (60% do total).

Além disso, refere o Banco de Portugal, notas e as moedas são mesmo o único instrumento utilizado por certos segmentos da população. O numerário é o meio de pagamento preferencial nos cidadãos com mais idade, pertencentes a grupos socioeconómicos mais vulneráveis, com menor grau de escolaridade e residentes fora dos grandes centros urbanos, pelo que considera que “estão numa posição particularmente frágil caso mude o atual paradigma de acesso ao numerário”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Galp Energia afunda mais de 7%. Lisboa segue fortes quedas da Europa

Bolsa nacional acompanhou as perdas registadas pelas pares europeias. As ações da Galp Energia estiveram em forte queda, recuando para mínimos de 2008.

Lisboa terminou a sessão no “vermelho”, seguindo a tendência da generalidade das praças europeias, numa altura em que os investidores estão receosos quanto à evolução de novos casos de Covid-19 no Velho Continente e castigada pelas restrições que estão a ser aplicadas nos diversos países. Na praça nacional, a Galp Energia continua a perder valor, tendo desvalorizado mais de 7% e tocando em mínimos de 31 de outubro de 2008.

Na Europa, o Stoxx 600 desvalorizou 3,11%, enquanto o francês CAC 40 perdeu 3,69%, o britânico FTSE 100 recuou 2,84%, o espanhol IBEX 35 caiu 2,46%, enquanto o alemão DAX cedeu 4,42%. Lisboa acompanhou os receios vividos na Europa, negociando abaixo da “linha de água” pela terceira sessão consecutiva. O PSI20 desvalorizou 2,23% para 3,888.82 pontos.

Na praça nacional, a Galp Energia foi o título que mais pesou no desempenho negativo do PSI-20, ao ceder 7,63% para os 6,8620 euros, um mínimo de 31 de outubro de 2008. Isto numa altura em que a pandemia faz afundar as cotações de petróleo nos mercados internacionais. O Brent, de referência europeia, cedeu 5.46% para os 38,95 dólares, ao passo que o WTI está a cair 5,94% para os 37,22 dólares em Nova Iorque.

A petrolífera portuguesa tem perdido valor desde que apresentou resultados esta segunda-feira, antes da abertura dos mercados. A empresa liderada por Carlos Gomes da Silva registou prejuízos de 45 milhões de euros entre janeiro e setembro deste ano, um resultado negativo que compara com os 403 milhões de euros de lucro alcançado no mesmo período de 2019.

Ainda no setor energético, a família EDP também não escapou às perdas. A “casa-mãe” caiu 3,43% para os 4.1670 euros, ao passo que a subsidiária EDP Renováveis recuou 1,78% para os 15.460 euros. Também a REN desvalorizou, cedendo 2,17% para os 2,2550 euros.

Entre os “pesos pesados”, destaque negativo ainda para o BCP, com as ações do banco liderado por Miguel Maya a perderem 3,43% para os 7,03 cêntimos. Ao mesmo tempo, a Jerónimo Martins desvalorizou 2.40% para os 14,04 euros, no dia em que apresenta contas ao mercado.

Em contrapartida, as cotadas ligadas ao setor da pasta e papel escaparam ao dia “negro” dos mercados. A Atri ganhou 1,11% para os 3,276 euros, a Semapa avançou 0.46% para os 6,60 euros, enquanto a Navigator foi a estrela do setor, valorizando 3,55% para os 1.924 euros por ação. Esta última empresa reagiu positivamente aos resultados apresentados no dia anterior. A papeleira registou um resultado positivo de 75,2 milhões de euros entre janeiro e setembro de 2020, o que representa uma quebra de 49% face ao mesmo período do ano passado.

(Notícia atualizada às 17h11)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Medidas temporárias facilitam défice abaixo de 3% em 2022

O caráter temporário da pandemia e das medidas tomadas pelo Governo, incluindo mil milhões de despesa do OE 2021, deverão levar o défice a ficar abaixo de 3% em 2022.

As medidas do Governo para lutar contra o impacto na saúde e na economia da Covid-19 pesam muito em 2020 e, em menor grau, continuarão a pesar em 2021. No entanto, o seu caráter temporário — salvo surpresas dependentes da evolução da pandemia — permite já uma redução do défice orçamental no próximo ano e novamente em 2022, ano em que o Executivo espera já ter um défice inferior a 3% do PIB.

Não há margem para dúvidas: as contas públicas estão sob pressão, o que obrigou o Governo a pedir mais dinheiro a meio do ano no Orçamento Suplementar e a aumentar a despesa no Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) entregue esta segunda-feira. O défice deverá chegar aos 7,3% do PIB em 2020, após um excedente de 0,1% em 2019, levando a dívida pública para um novo máximo.

Dito isto, a melhoria do saldo orçamental também deverá ser mais célere por causa do que se espera que seja o caráter temporário tanto da crise pandémica como das medidas implementadas pelo Executivo. O ministro das Finanças, João Leão, está confiante numa “recuperação rápida” da economia, com o PIB a passar de uma contração de 8,5% este ano para um crescimento de 5,4% em 2021, o que levará a um aumento expressivo da receita pública, baixando o défice para 4,3% do PIB no próximo ano.

Além do contributo do aumento da receita, há também despesa relacionada com a Covid-19 que deixa de existir. De acordo com os cálculos do ECO com base nos dados que constam do relatório do OE 2021, há medidas num valor superior a mil milhões de euros que têm um impacto em 2021, mas que deverão desaparecer em 2022. Esta redução da despesa relativa à pandemia leva a uma subida da despesa pública total em 2021 de apenas 1,9% — seria um crescimento de 3,1% caso não fosse considerada a despesa de Covid-19 na comparação entre 2020 e 2021, o que sugere que há um forte travão nesse tipo de gastos.

Esses mais de mil milhões de euros que deverão desaparecer distribuem-se entre as seguintes medidas: o Apoio Extraordinário ao Rendimento dos Trabalhadores (450 milhões de euros), o IVAucher (200 milhões), o isolamento profilático (42 milhões), o subsídio de doença (24 milhões), a redução temporária do IVA do gel e máscaras (23 milhões) e ainda o subsídio extraordinário de risco para profissionais do SNS na linha da frente (60 milhões). Há ainda uma medida de 300 milhões com a aquisição de equipamento de proteção individual e outras despesas com saúde, cujo valor poderá não repetir-se totalmente em 2022. Por último, fica em dúvida se as injeções (diretas ou indiretas) no Novo Banco e na TAP voltam a repetir-se ou não.

“Depois da marcada deterioração do saldo orçamental em 2020, fruto da forte quebra da atividade económica e das medidas de proteção do emprego e do rendimento em contexto de crise pandémica, espera-se que o défice orçamental diminua para 4,3% do PIB em 2021, um valor ainda largamente afetado pelas medidas de apoio à recuperação económica previstas neste Orçamento do Estado”, escreve o Governo no relatório, assinalando que “a despesa relacionada com as medidas de apoio ao emprego e rendimento no âmbito da crise pandémica continua a ter um impacto muito expressivo, representado 1,7 p.p. do PIB, pelo que, sem estas medidas temporárias, o défice orçamental seria de 2,6% do PIB“.

Ora, em 2022, o Governo espera ter um défice orçamental de 2,8%, contando já que muitas dessas medidas temporárias, que têm um impacto de 3,37 mil milhões de euros (1,7 pontos percentuais do PIB de 2020) em 2021, não se vão repetir em 2022. É com este valor que o Executivo trabalha uma vez que o cenário mais provável é que as regras europeias orçamentais voltarão a aplicar-se em 2022, ano em que se espera que o PIB dos Estados-membros volte aos níveis pré-pandemia, tal como assume o próprio Ministério das Finanças.

Para 2022, o Ministério das Finanças prevê um défice orçamental das administrações públicas abaixo do limite de 3%, assegurando assim que, num cenário em que a cláusula de derrogação seja levantada, o limite o Pacto de Estabilidade e Crescimento é cumprido“, garante.

As novas previsões do Fundo Monetário Internacional também indiciam que a instituição tem o mesmo entendimento quanto ao caráter temporário de várias despesas: o défice vai passar de 8,4% em 2020 para 2,7% em 2021 e para 1,6% em 2022, ainda mais otimista do que o Governo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Boeing com fortes prejuízos. Vai cortar mais sete mil empregos

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

Boeing anunciou que vai cortar mais sete mil postos de trabalho face aos prejuízos de 2.914 milhões de euros que registou nos primeiros nove meses.

A Boeing anunciou esta quarta-feira prejuízos de 2.914 milhões de euros nos primeiros nove meses, depois de lucros de 319 milhões no mesmo período de 2019, e que vai cortar mais 7.000 empregos até ao final do ano.

Segundo noticiam as agências EFE e AFP, a fabricante de aviões norte-americana anunciou esta quarta-feira perdas acumuladas de 2.914 milhões de euros (3.453 milhões de dólares) entre janeiro e setembro e uma queda de 27% nas vendas, para 36.504 milhões de euros (42.854 milhões de dólares), devido ao impacto da pandemia da Covid-19 e à paralisação dos seus aviões 737 MAX.

Assim, a empresa anunciou que vai cortar mais 7.000 postos de trabalho, ficando com 130.000 trabalhadores, face aos 160.000 trabalhadores que tinha no início deste ano.

O grupo, que não faz planos para reduzir a sua taxa de produção de aviões novamente, viu a sua faturação cair 29% no terceiro trimestre e registou um prejuízo líquido de 382 milhões de euros (449 milhões de dólares) naquele período.

O presidente e presidente executivo da Boeing, Dave Calhoun, citado pela EFE, apontou que a pandemia “continuou a pressionar” os resultados da empresa durante o terceiro trimestre, estando, por isso, “a administrar liquidez” e a transformar o seu modelo de negócios de forma “sustentável a longo prazo”.

Em julho, a Boeing anunciou perdas de 3.004 milhões de dólares (2.562 milhões de euros) no primeiro semestre de 2020, 278% mais do que o prejuízo que tinha tido no mesmo período de 2019.

Além das perdas causadas pela pandemia, a Boeing enfrenta também os efeitos causados pela paralisação dos aviões 737 Max, proibidos de voar desde março de 2019, após dois acidentes aéreos, na Indonésia e na Etiópia, que causaram 346 mortos, o que teve enormes custos para a companhia, que está a trabalhar para que os aparelhos deste modelo voltem a operar em segurança.

A Agência de Segurança e Aviação da União Europeia (EASA, na sigla inglesa), anunciou, em 16 de outubro, que o avião 737 Max é seguro, depois das atualizações de software implementadas pela fabricante norte-americana, e que poderá voltar a voar no espaço aéreo europeu no final deste ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSD compara orçamento a um prato de “strogonoff” e vegan

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

PSD comparou o Orçamento do Estado para 2021 a um prato de strogonoff, para ter o apoio do PCP", e "vegan, para ter o apoio do PAN".

O PSD comparou esta quarta-feira o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) a um prato de strogonoff, para ter o apoio do PCP”, e “vegan, para ter o apoio do PAN” e criticou a falta de medidas para as empresas.

A comparação causou algumas risadas durante a manhã do segundo dia de debate do orçamento, no parlamento, depois de o deputado Duarte Pacheco ter dito que o PS e o Governo andaram na “pesca à linha” de apoios para um orçamento que é uma “mão cheia de nada” e serve, acusou, para “preservar o poder”.

O OE2021, sintetizou, em linguagem gastronómica, é “um prato especial, tão especial que ninguém consegue perceber o que tem”, embora tenha dito que “tem falta de transparência, dados misturados entre medidas novas e antigas para baralhar” e uma lista de medidas que “já foram prometidas, mas nunca foram executadas”.

E faltam, afirmou, medidas destinadas às empresas, prometendo, na sua leitura, que “não se aumentam impostos” e que, com isso, os “empresários já deveriam ficar felizes”.

Se o PSD usou linguagem gastronómica, a deputada do CDS Cecília Meireles recorreu ao ilusionismo para criticar o orçamento “oculto”, em resposta ao socialista Fernando Anastácio, que acusou a direita de ter um “orçamento oculto”, que passa pela austeridade.

É um orçamento “oculto em coisas fundamentais”, acusou, como, por exemplo, “o impacto orçamental das medidas Covid-19” tanto nas contas de 2020 como de 2021.

A essa questão o ministro das Finanças não deu resposta, mas fê-lo ao PSD ao dizer que os sociais-democratas dizem que este OE2021 “dá o que tem e não tem, mas depois é preciso cortar nos aumentos de pensões para dar às empresas” ou ainda que “não se pode aumentar o salário mínimo nacional”.

À alegação de que faltam medidas para as empresas, o ministro realçou que há “mais 4 mil milhões de euros para as empresas a fundo perdido”,

André Ventura, do Chega, afirmou não saber se este é um orçamento ‘vegan’, mas qualificou-o de “orçamento mais fraco da história do PS”, dado que, por exemplo, reduz as verbas para os municípios em tempos de combate à pandemia.

E concluiu que os partidos que vão abster-se fazem-no porque “têm medo de ir a eleições”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Número de beneficiários do subsídio por doença sobe quase 5%

Cresceu 4,8% o universo de beneficiários do subsídio por doença, em setembro. Face ao período homólogo, o salto foi de 19,3%.

Em setembro, mês em que se registou um aumento mensal recorde de casos de infeção por Covid-19, subiu em quase 5% o número de beneficiários do subsídio por doença. Isto face ao mês anterior e de acordo com a síntese estatística divulgada pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

“O número de subsídios por doença registou, em setembro de 2020, um acréscimo mensal de 4,8% (mais 7.937), o que resulta num total de 175.002 subsídios“, adianta o GEP, referindo que estão incluídas nesse valor também as baixas dos doentes com Covid-19 e as baixas por isolamento profilático.

Face ao período homólogo, o salto foi ainda mais acentuado: 19,3% ou mais 28.358 pessoas do que em setembro de 2019.

O GEP separa os subsídios atribuídos em dois grandes grupos. O grupo relativo à “tuberculose e isolamento profilático por Covid-19” verificou uma subida de 6% face a agosto, tendo visto subir o total para 17.509 beneficiários. Já o grupo relativo às “outras doenças” registou um aumento de 5%, o que resultou em mais 7.884 beneficiários do que em agosto, totalizando 159.421.

Setembro foi, de resto, o mês em que o Executivo de António Costa fez publicar em Diário da República o diploma que estabelece, tal como estava previsto no Orçamento Suplementar para 2020, que os doentes com Covid-19 têm direito a receber 100% da remuneração de referência como subsídio por doença, nos primeiros 28 dias em que estejam de baixa. O ECO questionou o gabinete de Ana Mendes Godinho sobre a aplicação prática desta medida, mas ainda não obteve resposta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.