Portugal vai ter este trimestre mais doses da Astra e Janssen do que pessoas com mais de 60 anos por vacinar

Nesta 2ª fase, a meta é ter os maiores de 60 anos imunizados até ao fim de maio. Faltam vacinar 1,3 milhões de pessoas desse grupo, pelo que só com as doses da Astra e Janssen o objetivo é alcançado.

Com a chegada de mais vacinas, Portugal prepara-se agora para entrar na fase de “velocidade cruzeiro” da vacinação contra a Covid-19 e os objetivos são claros: atingir um ritmo de 100 mil vacinas administradas por dia já dentro de “duas a três semanas” e ter todas as pessoas com mais de 60 anos vacinadas, com pelo menos uma dose do fármaco, até ao final de maio.

Se nesta primeira fase do plano de vacinação, o país enfrentou “um problema de escassez de vacinas”, e alguns imprevistos, tal como reconheceu a ministra da Saúde, a situação vai agora reverte-se dada a “abundância” de vacinas. Só neste trimestre, as autoridades de saúde portuguesas esperam receber mais de 9 milhões de doses de vacinas, das quais cerca de 5,5 milhões da Pfizer, 795,6 mil da Moderna, 1,6 milhões da AstraZeneca e 1,2 milhões da Janssen, de acordo com os dados divulgados pela task force ao ECO. Contas feitas, é mais do triplo das doses recebidas desde que arrancou a vacinação (cerca 2,9 milhões).

Dada a maior disponibilidade de mais vacinas, o Governo decidiu reajustar o plano de vacinação contra a Covid-19, com novos grupos prioritários e a definição de novas metas. Assim, a partir de agora o foco estará em imunizar os maiores de 60 anos com pelo menos uma dose da vacina até ao final de maio, dado que 96% das mortes registadas em Portugal e associadas à Covid-19 foram nessas faixas etárias.

E esse objetivo já se começa a fazer notar, já que até à passada quarta-feira, dia 20 abril, “cerca de 66% das pessoas da faixa etária entre os 70 e os 79″ já foram vacinados com pelo menos uma dose da vacina, número que contrasta com os “cerca de 53% registados a 18 de abril”, segundo os dados cedidos pela task force. Ao mesmo tempo, também “cerca de 30% das pessoas da faixa etária entre os 60 e os 69 já foram vacinados com pelo menos uma dose”, enquanto na faixa etária dos mais de 80 anos a inoculação ascende aos 92%, já que este grupo mais foi prioritário na primeira fase.

Assim, de acordo com as estimativas realizadas pelo ECO — através do cruzamento dos dados relativos à população portuguesa que constam no portal do INE, referentes a 2019, e os dados fornecidos pela task force –, é possível constatar que para atingir este objetivo faltam vacinar cerca de 1,3 milhões de portugueses com mais de 60 anos, dos quais 54.069 com mais de 80 anos, 333. 761 na faixa etária dos 70-79 anos e 909.772 dos 60 aos 69 anos.

Neste contexto, e tendo em conta que Portugal vai receber este trimestre 1,6 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca e 1,2 milhões de doses da Janssen (2,8 milhões no total), verifica-se que Portugal tem doses suficientes para vacinar os 1,3 milhões de portugueses que faltam vacinar com mais de 60 anos e ainda fica com doses disponíveis (isto se o Governo decidir limitar a administração da vacina da Janssen aos mais velhos como fez com a vacina da AstraZeneca).

Atualmente e à semelhança do que acontece em vários países europeus, Portugal só está a recomendar a administração da vacina da AstraZeneca a pessoas com mais de 60 anos, estando ainda a ponderar se vai administrar uma segunda dose alternativa de outra vacina a quem já tomou a primeira dose desta vacina. Esta decisão foi tomada após a Agência Europeia do Medicamento (EMA) ter admitido que existe uma possível ligação entre a formulação de coágulos sanguíneos e a administração da vacina anglo-sueca.

Cerca de duas semanas depois, na terça-feira, o regulador europeu chegou à mesma conclusão relativamente à vacina da Janssen, depois de também serem reportados casos de reações adversas nos EUA, já que esta vacina ainda não estava a ser administrada na Europa. Apesar de admitir que os casos registados com as duas vacinas são “muito semelhantes”, a EMA reiterou que os “benefícios gerais” da administração destas vacinas continuam a superar os riscos.

Nesse sentido, ficou também ao critério de cada Estado-membro definir se vai impor ou não uma limitação de faixa etária específica a esta vacina. Quanto a Portugal, a ministra da Saúde referiu, na quarta-feira, que “a comissão técnica da vacinação contra a Covid, que funciona na dependência da Direção-Geral da Saúde, vai rever as informações [da EMA] e verificar se há algum ajustamento a fazer para efeitos da aplicação da vacina”, acrescentando que “Portugal vai incluir com a maior brevidade possível” as 31.200 doses de vacinas da farmacêutica norte-americana que chegaram ao país na semana passada, mas que ainda não estão a ser administradas.

Deste modo, e independentemente da decisão da comissão técnica, Marta Temido sinalizou a decisão não terá influência no plano de vacinação, já que neste momento o plano “é focado nos mais de 70 anos”, pelo que “não há qualquer restrição desta vacina neste grupo etário”.

Exportação de vacinas para os PALOP em cima da mesa?

Dada a maior disponibilidade de doses de vacinas, até superior àquela que necessita para imunizar os maiores de 60 anos, Portugal poderá aproveitar para exportar as vacinas para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). No final de fevereiro, o primeiro-ministro já tinha mencionado que África será prioritária na disponibilização de doses adicionais de vacinas contra a Covid-19 e que Portugal procurará “redirecionar” para Timor-Leste e para os PALOP 5% das vacinas adquiridas. “Para além de financiar a Iniciativa Covax, que tem como objetivo fornecer vacinas a 20% da população de 92 países, no âmbito da União Europeia estamos a trabalhar num mecanismo de partilha de vacinas que poderá disponibilizar doses adicionais de vacinas, sendo África naturalmente uma prioridade”, disse António Costa, citado pela Lusa, a 23 de fevereiro.

Um dia depois, o ministro dos Negócios Estrangeiros clarificou que, esses 5% de vacinas adquiridas se refletem em cerca de um milhão de vacinas contra a Covid-19 destinadas aos PALOP e Timor-Leste, sendo que as primeiras doses deverão começar a chegar a estes países no segundo semestre deste ano. O ECO questionou o Ministério da Saúde sobre a possibilidade de Portugal vir a exportar as doses que sobrarem da AstraZeneca e Jassen para os PALOP, mas a tutela remeteu os esclarecimentos para o Ministério dos Negócios Estrangeiros e não foi possível obter uma resposta até à publicação do artigo.

A título de exemplo, França anunciou, na quarta-feira, que vai doar 100 mil doses da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca aos países africanos como parte do mecanismo Covax. A ideia passa por incentivar a distribuição de vacinas pelos países mais pobres, sendo que, desde 24 de fevereiro, com a chegada das primeiras doses ao Gana, a Covax já distribuiu mais de 40,5 milhões de vacinas por 118 países de médio e baixo rendimentos, incluindo países africanos lusófonos e Timor-Leste.

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5 coisas que vão marcar o dia

Banco de Portugal mede o pulso à atividade económica esta sexta-feira. No mesmo dia em que se realiza a assembleia geral dos acionistas da Galp, os gestores da TAP explicam pior resultado de sempre.

Em Portugal, as atenções estarão viradas para a assembleia geral dos acionistas da Galp que se realiza esta sexta-feira, no mesmo dia que os gestores da TAP explicam em conferência o pior resultado de sempre da empresa. O Banco de Portugal vai dar a conhecer esta sexta-feira a evolução da atividade económica e do consumo privado nos últimos meses. No desporto, a UEFA decide possíveis sanções impostas aos clubes que fazem parte da Superliga Europeia.

Acionistas da Galp votam dividendos em ano de prejuízos

Os acionistas da Galp Energia reúnem-se esta sexta-feira para a assembleia geral anual que decorre às 10H00 em Lisboa. Nesta reunião vão deliberar sobre o relatório único de gestão, as contas individuais e consolidadas, assim como o pagamento de dividendos e outros documentos de prestação de contas referentes ao exercício de 2020. No ano passado, a petrolífera registou prejuízos de 42 milhões de euros, um resultado negativo que compara com os 560 milhões de euros de lucro alcançado em 2019. Apesar disso, a administração propôs a distribuição de um dividendo de 35 cêntimos por ação.

Banco de Portugal mede o pulso à atividade económica

O banco central português vai dar a conhecer esta sexta-feira a evolução da atividade económica e do consumo privado nos últimos meses. Os indicadores coincidentes mostram a saúde da economia nacional. Em fevereiro, o endividamento da economia voltou a subir e a dívida dos agentes económicos (excluindo os bancos) deu um salto de quase 5,4 mil milhões de euros para atingir um novo recorde de 751,4 mil milhões de euros”, indicou o Banco de Portugal na quinta-feira.

Gestores da TAP explicam pior resultado de sempre

A TAP registou prejuízos de 1.230,3 milhões de euros em ano de pandemia. Apesar dos cortes de custos (incluindo os associados ao plano de reestruturação), as contas de 2020 foram especialmente penalizadas pela Covid-19 que levou a uma forte quebra nos passageiros e na carga transportados. Os resultados — que são os mais negativos de sempre para a empresa — vão ser explicados esta sexta-feira à tarde em conference call com analistas pelo CEO Ramiro Sequeira e o chairman Miguel Frasquilho.

Ministros da UE reúnem-se para debater ambiente

Esta sexta-feira decorre uma reunião informal, por videoconferência, com os ministros dos Estados-membros da União Europeia (UE) responsáveis pelo Ambiente, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da UE, presidida por João Pedro Matos Fernandes. Os ministros terão a oportunidade de discutir a estratégia europeia de adaptação às alterações climáticas e de debater casos concretos de gestão de água num quadro de escassez deste recurso. Da agenda do encontro fazem ainda parte a discussão da dimensão internacional da adaptação às alterações climáticas e a sua relação com os objetivos estabelecidos no quadro do Acordo de Paris.

UEFA decide possíveis sanções impostas aos clubes que fazem parte da Superliga Europeia

O comité executivo da UEFA vai reunir esta sexta-feira para decidir sobre possíveis sanções impostas aos clubes que fazem parte da Superliga Europeia, quais os clubes que vão disputar as meias-finais da Liga dos Campeões e as cidades-sede que vão receber os jogos do Euro2020. De acordo com um comunicado, o organismo liderado pelo esloveno Aleksander Ceferin disse que “conforme anunciado anteriormente pela FIFA e pelas seis Federações, os clubes em questão serão proibidos de jogar em qualquer outra competição a nível nacional, europeia ou mundial, e os seus jogadores poderão ver-lhes negada a oportunidade de representar as suas seleções nacionais”.

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De 400 a quase 2.000 euros, estas empresas dão bónus aos colaboradores

Em algumas empresas, a atribuição de prémios é recorrente e, apesar das dificuldades trazidas pela pandemia, é mantida. E faz mais sentido do que nunca, recompensando colaboradores pelo esforço.

Abril é um mês em que, para alguns profissionais, o salário vai chegar mais recheado. Para recompensar e reconhecer o trabalho e esforço dos colaboradores, sobretudo numa altura como aquela de atravessamos, que requer um esforço redobrado, há empresas que estão a adicionar um bónus aos salários dos seus funcionários, que vai dos 400 aos quase 2.000 euros.

Em Portugal, o Grupo Jerónimo Martins anunciou esta semana que vai investir cerca de 11 milhões de euros em Portugal na atribuição de um prémio no valor de 500 euros a 23 mil colaboradores das lojas e centros de distribuição. Estes 23 mil funcionários elegíveis (de um total de mais de 33 mi) vão receber o bónus juntamente com o salário de abril, acumulando assim com a remuneração variável mensal em vigor e com os vários programas e ações de apoio aos colaboradores nas dimensões da saúde, da educação e do bem-estar familiar.

O objetivo desta iniciativa é “reconhecer o trabalho e o contributo destes colaboradores para os resultados obtidos num ano tão desafiante como foi 2020″, adianta o grupo em comunicado. À semelhança de Portugal, o prémio será também atribuído também na Polónia e na Colômbia, abrangendo um total de cerca de 80.100 colaboradores do grupo.

Mas esta não é a primeira vez que o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos atribuí este prémio. É, na verdade, a 15.ª vez consecutiva em Portugal. Nos últimos cinco anos (2017 – 2021), o investimento acumulado ultrapassou os 45 milhões de euros no país e os 190 milhões no conjunto dos três países (Portugal, Polónia e Colômbia).

A atribuição deste prémio anual faz-se por aprovação do Conselho de Administração de Jerónimo Martins da proposta apresentada pelo seu Presidente, Pedro Soares dos Santos, e traduz-se num investimento global de cerca de 50 milhões de euros, o que equivale a aproximadamente 16% do resultado líquido de 2020. Em 2020, o Grupo investiu, só em Portugal, mais de 3,2 milhões de euros nestes programas de responsabilidade social que visam auxiliar os colaboradores.

Não há dúvida: as pessoas estão no centro

Há cada vez mais certeza de que as pessoas estão (e devem estar) no centro da gestão das empresas. E, nos tempos que correm, essa certeza tem vindo a ser reforçada, com as empresas a olharem para o bem-estar dos colaboradores, para a motivação e o compromisso com outros olhos. Recompensar e agradecer passou a fazer mais parte da gestão das empresas e a atribuição de bónus é uma forma de materializá-lo. É um gesto, um detalhe que serve para agradecer, recompensar e, claro, para motivar.

À semelhança do que já faz a Jerónimo Martins há alguns anos, a cadeia de supermercados Auchan anunciou recentemente que disse que ia entregar prémios de 20% do salário total de março aos funcionários em Portugal que continuem a trabalhar no âmbito da pandemia mundial da Covid-19.

Com cerca de 9.000 funcionários, distribuídos por 64 lojas físicas e 29 gasolineiras em território nacional, esta foi a solução encontrada pela empresa para “reconhecer o esforço diário dos seus colaboradores” num período marcado pelo surto do novo coronavírus, disse fonte oficial do grupo empresarial à agência Lusa. Além do prémio monetário, a Auchan Retail Portugal decidiu, também, oferecer um bónus de mais um dia de férias aos colaboradores.

Em França, país onde está sediada a Auchan, foi decidido entregar um prémio de 1.000 euros a cada trabalhador que continuasse a exercer as suas funções, cerca de 65.000, no total. Este bónus surgiu depois da isenção de impostos decretada pelo ministro da Economia de França, Bruno Le Maire, tendo sido também atribuído por outras cadeias de supermercados no país, como a Carrefour, o Intermarché e a Kingfisher.

Mas não é só no retalho que se atribuem prémios. Na indústria automóvel, a Seat foi a empresa que mais recentemente anunciou que ia recompensar os seus colaboradores, durante o mês de abril, com um prémio de 400 euros brutos. Um gesto que já pratica há alguns anos e que considerou que, este ano, apesar de a pandemia mundial ter impedido um resultado positivo, deveria manter.

“Em 2020, os colaboradores da Seat mostraram um grande compromisso. Fomos, por exemplo, a primeira empresa a fabricar automóveis em Espanha depois do final dos meses de março e abril, e fomos capazes de nos adaptar às diferentes fases da pandemia devido ao esforço e empenho que toda a força de trabalho demonstrou durante o ano”, disse Xavier Ros, vice-presidente executivo de recursos humanos e organização da Seat, na altura do anúncio.

Na marca espanhola, no acordo coletivo assinado em 2016, a administração, a UGT e o COO acordaram que os colaboradores receberiam um benefício anual no mês de abril pelo resultado obtido no ano anterior. Desde então, a empresa tem distribuído um pagamento extra há quatro anos consecutivos, e este ano não será exceção.

 

António Rios Amorim, presidente da Corticeira Amorim. Paulo Duarte/BloombergPaulo Duarte/Bloomberg

A Corticeira Amorim, por sua vez, “abriu os cordões à bolsa” no final de dezembro, ao distribuir um prémio extraordinário de 1.000 euros a todos os funcionários, independentemente das funções exercidas. Foi uma forma de recompensar os trabalhadores, mas também de celebrar os 150 anos da empresa.

Já lá fora, os bónus podem ser ainda mais ambiciosos. A operadora britânica BT propôs recompensar os 59 mil colaboradores de primeira linha, considerados essenciais, pela dedicação e esforço demonstrados. O prémio alcança as 1.500 libras, o equivalente a 1.737 euros.

“Os nossos colegas de primeira linha e trabalhadores essenciais foram verdadeiros heróis, mantendo-nos a todos conectados neste momento tão difícil”, disse Philip Jansen, diretor executivo da empresa, citado pelo Expansión. A empresa de telecomunicações oferecer a cada um destes colaboradores mil libras (1.158 euros) em efetivo e o restante (500 libras, o que equivale a 579 euros) em ações.

Teletrabalho também tem dado bónus

Com a pandemia, os bónus no salário têm sido mais frequentes. Às empresas que já seguiam este tipo de política, juntam-se, agora, as que estão empenhados em melhorar as condições laborais dos colaboradores, contribuindo com o pagamento das despesas de internet ou eletricidade ou comum prémio monetário extraordinário, como fez a Blip. Para ajudar os seus funcionários a fazer face às despesas de eletricidade e gás durante os meses de inverno, a empresa ofereceu a cada um dos 330 colaboradores em teletrabalho um bónus de 650 euros.

Já a Liberty Seguros, depois de ter anunciado que iria manter o trabalho remoto de forma definitiva, adicionou 660 euros brutos por anos aos rendimentos das suas pessoas, de modo a cobrir despesas de teletrabalho.

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TAP já gastou quase 100 milhões de euros com a reestruturação

Custos não recorrentes relacionados com a reestruturação pesaram nas contas da companhia aérea de 2020. Há mais 93 milhões de euros provisionados com o mesmo propósito.

A atividade da TAP afundou em 2020 atirando a companhia aérea para os piores resultados de sempre. A principal razão para o mau desempenho foi a quebra no negócio causada pela pandemia, que foi parcialmente compensada pelos cortes nos custos. A compensação não foi maior devido ao peso que o plano de reestruturação já teve nas contas da empresa.

Os gastos operacionais da TAP em 2020 ascenderam a 2.024,9 milhões de euros, uma diminuição de 37,7% face ao ano anterior, segundo anunciou a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Este decréscimo nos custos é “maioritariamente explicado pela redução significativa dos custos variáveis”, em função do ajustamento da capacidade, das negociações com fornecedores e lessors e das medidas laborais como a não renovação de 1.042 contratos de trabalho a termo certo e adesão a medidas de apoio à retoma.

Em sentido contrário, esta alínea das contas da empresa foi penalizada pelos “custos não recorrentes com imparidades (44,1 milhões de euros) e reestruturação (96,1 milhões de euros)“, explica a TAP. Aliás, apesar do balanço do ano ser de diminuição nos custos, no quarto trimestre do ano houve mesmo um agravamento nos gastos associados a “provisões para custos de reestruturação não recorrentes”. No final do ano, a TAP tinha registadas nas contas provisões para a reestruturação de 93,2 milhões de euros.

Em dificuldades há um ano devido às restrições impostas pelos países para controlar a pandemia de Covid-19, a TAP recebeu, no ano passado, 1,2 mil milhões de euros em apoio público condicionado a um processo de reestruturação. Apesar de ainda aguardar resposta da Comissão Europeia ao plano proposto pelas autoridades portuguesas, a companhia aérea avançou com medidas que permitiram já cortar custos.

A redução nos gastos não foi, no entanto, suficiente para colmatar o impacto da pandemia nas receitas e a TAP registou o pior resultado de sempre em 2020, com prejuízos de 1.230 milhões de euros. Para 2021, a empresa sublinha que o negócio irá depender da evolução da pandemia e do plano de vacinação “que ditará a velocidade da recuperação económica doméstica e internacional, principalmente nos países que são os principais mercados da TAP”.

O plano de restruturação prevê uma “recuperação lenta” da atividade da empresa, “tentando acomodar a maior incerteza do setor no ano de 2021, tal como projetado pelos organismos o setor”. A redução da massa salarial, corte de custos operacionais e reconfiguração da frota estão entre os pilares da reestruturação, que a TAP espera que

Ainda assim, a companhia aérea está confiante face à implementação da reestruturação. “O plano de reestruturação prevê que a TAP atinja um resultado operacional equilibrado até 2023, assegurando uma situação que permita fazer face aos compromissos financeiros nas suas maturidades. Nesta data, aguarda-se a conclusão das negociações em curso com a Comissão Europeia para aprovação do Plano de Reestruturação que deverão concluir-se brevemente”, acrescenta.

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Aviação acumula milhões em prejuízos. Cortes de custos não chegam para travar queda nas receitas

A TAP teve os piores resultados de sempre, tal como a Lufthansa ou a Air France. Por todo o mundo, a pandemia criou um buraco nas contas das companhias aéreas.

As companhias aéreas de todo o mundo estão a registar perdas nunca vistas devido à pandemia de Covid-19. Os prejuízos totais deverão atingir os 105 mil milhões de euros e, à medida que a época de resultados avança, as principais empresas de aviação na Europa confirmam o buraco. Em linha com o setor, a portuguesa TAP teve os piores resultados de sempre.

“Esta crise é mais longa e mais profunda do que se esperava. As perdas serão reduzidas [em 2021] face a 2020, mas a dor irá aumentar“, disse o diretor-geral da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, na sigla em inglês), Willie Walsh, em comunicado. Apesar de apontar algum “otimismo” quanto aos mercados domésticos, alertou que “as restrições de viagens impostas pelos governos continuam a reduzir fortemente a procura por viagens internacionais”.

A associação que representa o setor estima que as perdas nos resultados líquidos das companhias aéreas de todo o mundo se tenham situado em 105 mil milhões de euros no ano passado e recuem para 39,6 mil milhões este ano.

Em 2020, o número de passageiros transportados afundou para 1,8 mil milhões (contra 4,5 mil milhões em 2019) e a expectativa é que a recuperação seja apenas para 2,4 mil milhões em 2021. O segmento de carga tem tido um desempenho menos negativo e, neste caso, já é esperada uma recuperação para níveis pré-pandemia em 2021. O cenário desenhado pela IATA está a ser revelado nas apresentações de resultados das várias companhias aéreas.

"Esta crise é mais longa e mais profunda do que se esperava. As perdas serão reduzias [em 2021] face a 2020, mas a dor irá aumentar. Conter e reduzir custos será uma prioridade para as companhias aéreas. Governos e parceiros devem ter a mesma mentalidade.”

Willie Walsh

Diretor-geral da IATA

Na Europa, — onde o organismo estima perdas de 28,6 mil milhões de euros — as gigantes estão a corresponder às expetativas. O grupo IAG (que detém a inglesa British Airways, a irlandesa Aer Lingus ou as espanholas Iberia e Vueling), a alemã Lufthansa ou a franco-holandesa Air France-KLM divulgaram, cada uma, prejuízos próximos de sete mil milhões de euros.

A portuguesa TAP perdeu 1.230 milhões de euros, um número que fica muito abaixo das pares que têm também uma dimensão muito superior. A companhia aérea liderada interinamente por Ramiro Sequeiro é também a única destas que tinha já prejuízos em 2019, um dos fatores que impediu de aderir ao quadro de apoio público provisório da Covid-19. A Lufthansa ou a Air France-KLM foram assim ajudadas.

Em todos os casos são os piores resultados de sempre e estiveram fortemente penalizados pela pandemia. A capacidade (medida em ASKavailable seat kilometer) da Lufthansa caiu 69% em 2020 face a 2019, a da Air France 66%, a da TAP 65% e a da AIG 66%. Já o número de passageiros transportados afundou entre os 75% da alemã e os 67% da francesa.

A fraca procura por viagens levou assim as receitas totais a caíram para menos de metade nos níveis pré-pandemia. O maior tombo foi do grupo que detém as companhias britânicas e espanholas, que assistiu a um recuo de 69% para 7.806 milhões de euros, seguindo-se a TAP que perdeu 67,9% em receitas operacionais para 1.060,2 milhões. Já a Lufthansa e a Air France-KLM viram estes rendimentos cair 63% para 13.589 milhões e 59% para 11.088 milhões, respetivamente.

Companhias europeias com prejuízos próximos de 7 mil milhões

Fonte: relatório das várias empresas

Em reação aos problemas do setor, as várias empresas apressaram-se a tentar diminuir os encargos financeiros, mas “as companhias aéreas não tiveram capacidade de cortar custos tão rápido quanto a queda das receitas“, como nota a associação liderada por Walsh.

Os gastos operacionais totais da TAP ascenderam a 2.024,9 milhões de euros em 2020, o que representa um decréscimo de 37,7% face ao período homólogo, explicado pela “redução significativa” dos custos variáveis indexados ao decréscimo da operação, pelo ajustamento da capacidade, pelas negociações com fornecedores e lessors, bem como pela redução dos custos com pessoal.

Nas restantes companhias, os cortes foram superiores para a Lufthansa (44%) e Air France-KLM (40%) e inferiores na IAG (33%). Ainda sem um fim da pandemia à vista, todas as companhias alertam que a recuperação irá depender da vacinação e a expectativa é que as quebras nas receitas e os cortes de custos não se invertam proximamente.

Conter e reduzir custos será uma prioridade para as companhias aéreas. Governos e parceiros devem ter a mesma mentalidade“, refere Walsh, defendendo uma política de tolerância zero para monopólios que aumentem custos aos clientes para recuperar das perdas e pede o fim dos custos com testes à Covid-19 para as companhias “Temos de estar todos alinhados no entendimento de que o aumento dos custos com viagens significará uma recuperação económica mais lenta. São necessários esforços de redução de custos em todos os lados”.

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Entre as economias da UE que mais caíram, Portugal foi o que controlou melhor o défice

Portugal foi o sexto país da União Europeia com a maior queda do PIB em 2020, mas o défice português ficou abaixo da média europeia. Nos outros países mais afetados, o défice foi bem maior.

Entre os sete países da União Europeia que mais viram a sua economia contrair em 2020 por causa da pandemia, Portugal foi o que conseguiu controlar melhor o défice, isto é, registar um saldo orçamental melhor do que a média europeia. Em países como Espanha, Itália, Grécia ou França o PIB caiu acentuadamente, mas o défice também foi dos maiores, mostram os dados divulgados pelo Eurostat esta quinta-feira.

Em Portugal, o PIB caiu 7,6% em 2020, a maior queda anual do período democrático, um ponto percentual acima da média da Zona Euro (-6,6%) e ainda mais da média da União Europeia (-6,1%). Este valor é justificado pelas diversas restrições implementações desde março do ano passado para controlar o impacto da pandemia.

Este desempenho colocou Portugal como o sexto país europeu em que a economia mais sofreu com a crise pandémica, superado por Espanha (-10,8%), Itália (-8,9%), Grécia (-8,2%), França (-8,1%), Croácia (-8%) — todos partilham uma dependência significativa do setor do turismo em relação aos outros países da UE.

Portugal no topo na queda do PIB, mas entre os melhores no défice em 2020

Fonte: Eurostat.

Contudo, no que toca às contas públicas, a história é outra. O défice de Portugal fixou-se nos 5,7% do PIB em 2020, abaixo da média da Zona Euro (-7,2%) e da União Europeia (-6,9%). O desequilíbrio orçamental ficou também abaixo das previsões do Governo inscritas no Orçamento Suplementar (6,3%) e no Orçamento do Estado para 2021 (7,3%), provocando duras críticas dos partidos que viabilizaram esses orçamentos.

Este foi o 11.º défice mais baixo, num total de 27 países, ficando na segunda metade da tabela — e o oitavo mais baixo da Zona Euro (em 19 países). Nenhum outro dos sete países cuja economia contraiu mais do que a média europeia registou um défice inferior à média.

Desde logo, Espanha registou a maior queda do PIB, mas também teve o défice mais elevado (-11% do PIB). Segue-se Malta com -10,1% do PIB, Grécia com -9,7%, Itália com -9,5% e França com -9,2%.

Entre os mais penalizados no PIB, apenas a Croácia aproximou-se ligeiramente da média europeia com um défice de 7,4% do PIB, mas ainda assim 1,7 pontos percentuais acima do de Portugal.

Por exemplo, Chipre registou o mesmo défice de Portugal (5,7%), mas com uma contração da economia menor (-5,1%) do que a da economia portuguesa. Aliás, há 11 países da UE que registaram um défice mais elevado que o de Portugal, mas uma contração da economia mais baixa.

O exemplo maior disso é o da Lituânia que registou um défice de 7,4% do PIB em 2020, bem acima do de Portugal, mas a sua economia apenas contraiu 0,8%, tendo o melhor desempenho da União Europeia — a exceção é a Irlanda cuja economia cresceu, mas há problemas de comparações neste indicador irlandês.

Considerando o nível de dívida pública, mesmo Itália e Grécia, que têm rácios de dívida pública superiores ao de Portugal, registaram défices maiores e tiveram uma queda do PIB mais expressiva em 2020. O outro país da UE mais próximo do caso de Portugal é o Chipre com um rácio superior a 115% e, como já referido, teve uma queda do PIB menor e um défice igual. Ou outros três países com dívidas superiores a 100% do PIB que se seguem — Espanha, França e Bélgica — tiveram todos défices maiores.

Tanto uma análise do Banco Central Europeu (BCE) como uma análise do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicavam que Portugal ia ter um dos estímulos orçamentais mais baixos da União Europeia. Esta semana um estudo do banco holandês ING alertava que Portugal é o país da União Europeia com o maior risco de ter uma recuperação lenta quando a crise pandémica terminar e um dos motivos prende-se com o menor grau de estímulo orçamental em 2020.

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Leão recorre à reserva para imprevistos após esgotar dinheiro da Segurança Social para a Covid

A despesa da Segurança Social com a Covid-19 atingiu no 1.º trimestre o valor previsto para o conjunto do ano. Para evitar um retificativo, as Finanças recorrem a uma reserva de 500 milhões do OE2021.

Quando construiu o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), o Governo já estava ciente do elevado grau de incerteza do momento que o país vive por causa da Covid-19. Para se precaver e evitar um retificativo com alguma surpresa, o Ministério das Finanças constituiu uma dotação centralizada para despesas imprevistas com a pandemia de 500 milhões de euros. É este “cofre” que permitirá à Segurança Social continuar a pagar os apoios nos próximos meses, apesar de já ter esgotado a verba prevista para o conjunto do ano: gastou 804,9 milhões de euros quando tinha orçamentado 776 milhões de euros.

“O Ministério das Finanças não vê necessidade de um orçamento retificativo“, responde fonte oficial do gabinete do ministro das Finanças, João Leão, ao ECO, explicando que vai recorrer “à dotação especial para despesas Covid”. “Ainda que com as medidas progressivas de desconfinamento e também com o avanço da vacinação será de esperar que a despesa aumente mas que ocorra a um ritmo mais lento“, antecipam as Finanças.

Na prática, o problema de orçamentação não se coloca já dado uma vez que a execução orçamental ainda está no início do ano, existindo espaço até se chegar aos limites de despesa do orçamento da Segurança Social (do qual as medidas Covid-19 são apenas uma parte) impostos pela lei que aprovou o OE2021. Além disso, por causa da pandemia, o Parlamento deu maior poder de discricionariedade ao Ministério das Finanças para mover verbas de sítio, o que dá mais flexibilidade a João Leão para gerir o orçamento consoante as necessidades.

Independentemente disso, se a verba da Segurança Social prevista para medidas Covid-19 para o conjunto do ano já foi esgotada, é preciso encontrar outra “gaveta” do orçamento com dinheiro disponível. É aqui que entram os 2.455 milhões de euros (cerca de 1,2% do PIB) — um aumento significativo face ao OE2020, quando não se perspetivava a pandemia — que estão centralizados no Ministério das Finanças: 500 milhões na dotação provisional, 515 milhões na reserva orçamental e 1.440 milhões em dotações centralizadas destinadas a fins específicos.

É neste último “cofre” que estão 500 milhões de euros dedicados a despesas imprevistas com a pandemia, o que se enquadra neste gasto adicional da Segurança Social uma vez que o Executivo não antecipava um segundo confinamento quando construiu o OE2021, tal como já assumiu o ministro. Estava previsto que estes 500 milhões fossem divididos entre salários (250 milhões), aquisição de bens e serviços (150 milhões), transferências correntes para as famílias (50 milhões) e investimento em bens de capital (50 milhões), segundo a UTAO, mas esta composição pode mudar.

Esta flexibilidade permite que Leão possa dizer, para já, que não é necessário um Orçamento Suplementar. Desde que Portugal entrou num segundo confinamento que o ministro tem sido questionado sobre essa possibilidade, tal como ocorreu em junho do ano passado, mas tem vindo a rejeitar essa necessidade, ainda que ressalvando que não está afastado totalmente. Em entrevista ao Expresso, Leão especificou que essa avaliação pode mudar caso Portugal volte a entrar em confinamento severo. “Aí, a situação já poderá ser diferente. Se houver, sobretudo a partir do verão, outra vez necessidade de confinamento”, confessou.

Apesar de Portugal continuar a desconfinar — o que significa que há setores que gradualmente perdem o acesso ao lay-off simplificado –, há apoios da Segurança Social que continuarão a ser pagos nos próximos meses e os que foram aumentado pelo Parlamento, à revelia da vontade do Governo, até vão acarretar mais custos. Mais: há empresas que poderão passar do lay-off para o apoio à retoma progressiva caso continuem a apresentar quebras significativas na faturação.

Além disso, os trabalhadores independentes e sócios-gerentes perdem o seu apoio extraordinário — o qual foi aumentado pelo Parlamento — para quem a sua atividade deixe de estar suspensa ou encerrada por imposição administrativa, mas podem passar a receber o novo apoio ao rendimento dos trabalhadores criado pelo OE2021. Acresce que os trabalhadores independentes do turismo, cultura, eventos e espetáculos, em situação de paragem total da sua atividade ou do seu setor, mesmo não estando confinados, mantêm acesso ao apoio até ao final de junho.

Segurança Social já esgotou valor previsto para medidas Covid em 2021

Esta quarta-feira, em antecipação da síntese de execução orçamental de março que será divulgada na próxima semana, o Ministério das Finanças anunciou que esgotou o valor previstos no orçamento da Segurança Social para as medidas de apoio relacionadas com a pandemia. Perante as críticas de que tem sido alvo sobre a insuficiência das medidas, no comunicado as Finanças compararam diversas vezes os apoios executados no primeiro trimestre com o valor gasto durante todo o ano passado para demonstrar o reforço dos apoios.

Contudo, esses números também levantaram a questão da necessidade de um Orçamento Retificativo dada a rapidez da execução orçamental no arranque do ano. Acresce que os valores divulgados dizem respeito apenas à Segurança Social, faltando conhecer outras verbas executadas como as do Programa Apoiar (pelo menos 350 milhões de euros em janeiro e fevereiro), cujo volume e duração na sequência do segundo confinamento não tinham sido antecipadas no OE2021.

O maior gasto da Segurança Social até ao momento é o lay-off simplificado com 272,6 milhões de euros, seguindo-se o apoio à retoma progressiva (o sucessor do lay-off simplificado) com 229,5 milhões de euros. Em conjunto, a despesa de 502 milhões de euros destes dois apoios ao emprego representa 51% da execução de todo o ano de 2020, segundo o gabinete de João Leão.

A terceira maior despesa da Segurança Social no início deste ano está no apoio ao rendimento dos trabalhadores, incluindo trabalhadores independentes, com um gasto total de 155 milhões de euros, o que equivale a 43% da execução do ano passado. O restante foi gasto em medidas de proteção social como o pagamento do isolamento profilático (51,6 milhões de euros), o subsídio de doença Covid (48,4 milhões de euros), o apoio excecional à família (33,8 milhões de euros), subsídios de assistência a filho e a neto (10,9 milhões de euros) e prestações por doenças profissionais (2,7 milhões de euros) — tudo despesas que deverão continuar nos próximos meses.

No conjunto do ano, o Governo prevê gastar 5,1 mil milhões de euros diretamente com a Covid-19 este ano, segundo o Programa de Estabilidade divulgado na passada quinta-feira, o que a concretizar-se supera os 3.106 milhões de euros gastos em 2020 com medidas relacionadas diretamente com a pandemia. A maior despesa será com apoios às empresas para suportar custos do trabalho, como é o caso do lay-off simplificado e do apoio à retoma progressiva, com 1.579,9 milhões de euros — ou seja, três vezes mais do que gastou até ao momento. Seguem-se os apoios às empresas para suportar custos fixos, através do programa Apoiar, num total de 1.377 milhões de euros.

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Tribunal de Contas avisa que “urge definir” futuro do SIRESP

O Tribunal de Contas (TdC) avisou que é urgente definir o modelo de funcionamento da rede SIRESP após 30 de junho, quando termina o contrato com a Altice. Estado pagou 519,3 milhões em 13 anos.

O Tribunal de Contas (TdC) avisa que o contrato de gestão, operação e manutenção da rede SIRESP está a chegar ao fim, pelo que é urgente definir como funcionará a rede de comunicações de emergência do Estado para lá de 30 de junho.

O alerta faz parte de uma auditoria mais alargada, focada no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), que levou o TdC a concluir também que algumas das medidas decididas em 2017 pelo Governo, na sequência dos grandes incêndios desse ano, ainda estão por implementar.

Concretamente, o SIRESP passou para a esfera do Estado no final de 2019. Mas a Altice Portugal manteve-se como prestadora de serviços, gerindo a rede. Esse contrato termina a 30 de junho e a sua renovação está longe de ser um dado adquirido.

Agora, o TdC vem alertar também para esse facto: “Entre os sistemas de comunicações utilizados, a rede SIRESP satisfaz atualmente as principais necessidades de comunicação de emergência, mas aproxima-se o termo do contrato vigente e anteveem-se alterações no modelo tecnológico e de gestão que urge definir”, alerta o tribunal.

Apesar de o Estado mandar no SIRESP, é preciso quem mantenha a rede a funcionar. “Embora atualmente a SIRESP, SA seja uma empresa de capitais integralmente públicos, inserida no setor empresarial do Estado, o contrato de parceria público-privada continua a reger a gestão, operação e manutenção da rede SIRESP por parte da empresa”, lê-se no relatório da auditoria. “Finda a vigência do contrato e demais instrumentos, a atividade de gestão e manutenção da rede SIRESP passará a ser explorada pela SIRESP, SA em regime de concessão de serviço público”, refere o mesmo documento.

Para já, é público que representantes do Ministério da Administração Interna e da Altice Portugal estiveram reunidos esta semana para decidir o futuro do SIRESP. O Governo queria uma renovação do contrato por seis meses, o que a empresa recusou. Neste momento, haverá um consenso para que, havendo renovação, seja pelo período mínimo de 18 meses, disse o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, à TVI24.

Segundo o TdC, a passagem do SIRESP para o Estado custou 10,6 milhões de euros, repartidos entre 2018 e 2019. Além disso, “o montante pago pelo Estado à SIRESP, SA, desde 2016 até 2019 ao abrigo do contrato, foi de 519.302.336,67 euros”, informa o TdC.

Em março de 2019, o Governo constituiu um grupo de trabalho para “apresentar as soluções tecnológicas para as comunicações de emergência em Portugal, a partir de 1 de julho de 2021”. “O grupo deveria também definir o modelo de transição do SIRESP para essas soluções, incluindo a estimativa de encargos”, aponta o TdC.

O relatório desse grupo de trabalho foi “apresentado em 15 de maio de 2019” e tinha “um conjunto vasto de desafios e recomendações”, refere o tribunal. Não só tecnológicos, como também um desafio concreto de gestão: “O relatório frisa a importância de diminuir a dependência relativamente aos prestadores de serviços privados, designadamente quanto às infraestruturas de comunicações”, indica o organismo. A informação já tinha sido publicada na comunicação social há dois anos, o que gerou desconforto no então Conselho de Administração do SIRESP.

Em outubro de 2020, o Executivo criou outro grupo de trabalho focado no SIRESP, para “proceder à avaliação dos requisitos tecnológicos e do modelo de gestão da rede”. Segundo o TdC, “em sede de contraditório, o ministro da Administração Interna [Eduardo Cabrita] informou que o grupo de trabalho já produziu um relatório, entregue aos ministros de Estado e das Finanças e da Administração Interna, no dia 16 de março de 2021, o qual se encontra em análise”.

Medidas decididas em 2017 ainda por implementar

A auditoria do TdC vai mais longe e sublinha que algumas das medidas decididas pelo Governo depois dos fogos de 2017 ainda não chegaram ao terreno.

“O TdC concluiu que as medidas de prevenção e combate aos incêndios decididas em 2017 ainda não foram completamente concretizadas e que várias áreas carecem ainda de aperfeiçoamento, mesmo tendo havido reforço dos meios humanos, terrestres e aéreos afetos ao combate a incêndios e melhorias no respetivo planeamento e coordenação”, avançou o organismo em comunicado.

Na auditoria, a entidade observou “progressos” na implementação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais e no próprio DECIR. No entanto, também detetou “persistentes vulnerabilidades, nomeadamente na gestão do território e da vegetação”.

“Em 2017 e 2018, Portugal foi, no conjunto de 19 países europeus, o país com maior número de incêndios rurais e o mais afetado em termos de área ardida, tendo, em 2019, sido ultrapassado apenas por Espanha. Em 2017, para além de uma área ardida de 540.630 hectares e das graves consequências no território, bens, economia e ambiente, os incêndios implicaram um elevado custo em vidas humanas”, indica o TdC. Foi, desde logo, o ano do grande incêndio de Pedrógão Grande, que tirou a vida a largas dezenas de pessoas.

No domínio da intervenção no território, as medidas para gestão da floresta, da vegetação e dos combustíveis encontram-se num nível de execução reduzido.

Tribunal de Contas

Por via de uma Resolução do Conselho de Ministros (157-A/2017), o Executivo criou medidas para evitar uma repetição do que se passou nesse fatídico ano de incêndios. “Embora tenha sido realizada uma boa parte das medidas definidas, a auditoria concluiu que a implementação das orientações aprovadas […], com vista a mudar o paradigma da prevenção e combate aos incêndios rurais, está atrasada nalgumas vertentes importantes”, refere o tribunal.

E quais são os principais problemas? Na ótica do TdC, “falta clarificar a legislação em vigor e aprovar importantes instrumentos e documentos estratégicos e de operacionalização” na vertente da programação nacional e regional do sistema de gestão integrada de fogos rurais.

Não é a única insuficiência: “No domínio da intervenção no território, as medidas para gestão da floresta, da vegetação e dos combustíveis encontram-se num nível de execução reduzido”, salienta o TdC na referida nota.

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Munich Re supera expetativas de lucro no primeiro trimestre

  • ECO Seguros
  • 22 Abril 2021

Boa evolução operacional, resultados da atividade de investimento em linha com o esperado e “muito bom desempenho” da Ergo, subsidiária de seguros, são explicação dos ganhos, afirma a companhia.

A Munich Re (Münchener Rückversicherungs-Gesellschaft AG), líder germânica no setor de resseguro, apresentou resultados preliminares relativos ao primeiro trimestre de 2021, estimando lucro em torno de 600 milhões de euros.

Apesar de despesa superior ao normal nos gastos para cobrir danos (não-Vida) com época de frio extremo nos EUA, em particular no Texas, acrescida de perdas “esperadas” na atividade de resseguro, por causa da pandemia, a Munich concluiu o primeiro trimestre com um lucro estimado que é superior aos 466 milhões de um consenso de seis analistas financeiros e a comparar com os 221 milhões de euros apurados em igual período de 2020.

Num breve comunicado, a companhia explica que o resultado reflete a boa evolução operacional, resultados da atividade de investimento em linha com o esperado e “muito bom desempenho” da Ergo, subsidiária de seguros do grupo de Munique.

Quando, em fevereiro passado, apresentou os resultados anuais (2020), a companhia adiantou que pretende terminar 2021 com lucros de 2,8 mil milhões de euros, mantendo a projeção avançada em dezembro de 2020. A previsão para a receita com prémios aponta para cerca de 55 mil milhões de euros.

O ano 2020 terminou com resultado líquido de 1,21 mil milhões, menos de metade face aos 2,7 mil milhões de lucro consolidado pela instituição em 2019. Citado no comunicado que anunciou os números do último ano, Joachim Wenning (CEO do grupo) afirmou: “Apesar dos desafios tremendos colocados pela Covid-19, a Munich Re fechou 2020 com lucros claros”.

Os números definitivos relativos aos primeiros três meses de 2021 serão anunciados a 6 de maio.

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PS e PSD propõem regras mais fortes contra mediação não autorizada nos seguros

  • Lusa
  • 22 Abril 2021

O objetivo comum dos projetos-lei aprovados na AR, na generalidade, visa reforçar os meios de prevenção e combate da atividade ilícita e aumentar a proteção aos consumidores.

O parlamento aprovou hoje na generalidade, sem votos contra, projetos-lei do PS e do PSD que visam prevenir e combater a atividade financeira não autorizada de produtos como receção de depósitos, concessão de crédito ou mediação de seguros.

A iniciativa do PSD foi viabilizada com a abstenção do PS, Iniciativa Liberal, Chega e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues e os votos favoráveis dos restantes partidos e da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira. Já a do PS teve a abstenção da Iniciativa Liberal, Chega e da deputada Cristina Rodrigues e os votos favoráveis dos demais partidos e de Joacine Katar Moreira.

Estes projetos baixam agora para discussão na especialidade, tendo PS e PSD manifestaram durante o debate das iniciativas disponibilidade para chegar a uma solução comum porque, como sublinharam os deputados Vera Braz (PS) e Hugo Carneiro (PSD), o objetivo é comum: reforçar os meios de prevenção e combate da atividade financeira ilícita e aumentar a proteção aos consumidores.

Em causa está a criação de um quadro legal de proteção do consumidor perante a oferta de serviços financeiros não autorizada que reforce os mecanismos que a lei já hoje contempla e que tanto o PS como o PSD consideram insuficientes.

O objetivo é, como refere o PS na exposição de motivos que apresenta, “criar mecanismos adicionais que previnam” a ocorrência destas situações, “tornando mais expeditos e céleres os mecanismos de reação” e evitar “os danos que ocorrem durante o período de investigação e instrução dos processos”.

Desta forma, a iniciativa do PS prevê a criação de deveres preventivos de publicitação de produtos ou serviços por parte de atividade financeira não autorizada, definindo coimas entre 1.750 e 3.750 euros ou entre 3.500 e 45.000 euros para os infratores consoante se trate, respetivamente, de particular ou de empresa.

Propõe além disto, a criação de deveres adicionais para notários, solicitadores e advogados e especifica ainda os deveres de cooperação entre as diferentes entidades públicas e simplifica a forma de denúncia destas atividades, contemplando um quadro legal com vista à remoção de conteúdos ilícitos e o bloqueio no acesso a sites que promovam atividades financeiras não autorizadas.

Na exposição de motivos do seu projeto, o PSD acentua, por seu lado, que pretende criar “um mecanismo muito simples de defesa dos consumidores e cidadãos em geral quando estes pensam estar a adquirir produtos, bens e serviços, bancários, financeiros, de seguros ou de fundos de pensões disponibilizados por entidades habilitadas junto das Autoridades de Supervisão nacionais”.

Em concreto, o PSD quer obrigar todas as entidades que promovam e divulguem publicidade de terceiros sobre produtos bancários, financeiros ou de seguros a consultar as listas públicas dos supervisores (e a guardarem o registo da consulta) para confirmarem se os anunciantes estão autorizados a comercializar aquele tipo de serviço.

Entre o quadro sancionatório para anunciantes ou agências de comunicação que violem o dever de consulta nos sites das autoridades quando querem divulgar produtos financeiros, estão previstas multas para pessoas singulares entre os 1.750 e os 3.750 euros, ou entre os 3.500 e os 45 mil euros para pessoas coletivas.

Além disto, prevê, no âmbito da prevenção das burlas digitais, a criação de um quadro legal que permita aos supervisores requerer a suspensão do acesso a um domínio na Internet que publicite os produtos.

A iniciativa do PSD aponta ainda que notários, advogados ou solicitardes fiquem obrigados ao dever de comunicação quando estejam em causa contratos de valor igual ou superior a 2.500 euros, individuais ou consolidados.

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Applied XL levanta 1,5 milhões de dólares para criar “algoritmos editoriais”

A startup Applied XL levantou um investimento seed de 1,5 milhões de dólares para desenvolver "algoritmos editoriais" que seguem dados de diferentes setores em tempo real e são feitos por jornalistas.

A startup Applied XL angariou 1,5 milhões de dólares numa ronda de capital seed, noticia o TechCrunch. A empresa está a trabalhar no desenvolvimento de “algoritmos editoriais” capazes de seguirem dados de diferentes setores em tempo real.

De acordo com o TechCrunch, a empresa tem como presidente executivo (CEO) Francesco Marconi, antigo líder de I&D do The Wall Street Journal. Erin Riglin, ex-editor de automatização do mesmo jornal financeiro, tem o cargo de administrador tecnológico (CTO).

Nesta fase inicial, a Applied XL decidiu focar-se na área das “ciências da vida”, por reconhecer existir procura no mercado para este tipo de informação. O site de tecnologia compara o produto da startup ao que a Bloomberg faz para setor financeiro (recolha e padronização de dados), só que para outros setores.

Segundo Francesco Marconi, o produto consiste “essencialmente num conjunto de algoritmos desenvolvidos por jornalistas computacionais”. A proposta de valor é a de que estas tecnologias beneficiam do “ponto de vista e experiência de jornalistas e têm em conta questões como a transparência” e o enviesamento.

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Wall Street cai 1%. Subida de impostos assusta investidores

As bolsas norte-americanas caíram quase 1%, face às notícias de que a Administração Biden planeia quase duplicar a taxa sobre os ganhos de capitais.

Wall Street arrancou sem rumo definido, mas acabou o dia a perder quase 1%. A pressão vendedora foi espoletada por notícias de que a Administração Biden planeia quase duplicar o imposto sobre os ganhos de capitais, o que levou muitos investidores a aproveitarem a ocasião para fecharem posições.

Neste contexto, o índice de referência S&P 500 caiu 0,91%, cotando agora nos 4.135,55 pontos. Por sua vez, o industrial Dow Jones recuou 0,93%, para 33.821,03 pontos. O tecnológico Nasdaq cedeu 0,92%, fechando o dia a cotar nos 13.821,71 pontos, enquanto se aguardam com expectativa mais resultados de grandes tecnológicas na próxima semana.

Outras notícias que apontam para uma eventual tentativa da Administração Biden no sentido de aumentar os impostos sobre o rendimento aos contribuintes norte-americanos mais ricos também condicionaram as negociações. No entanto, a medida terá poucas hipóteses de passar no Congresso. “Se tivesse hipótese de passar, teríamos caído 2.000 pontos”, disse à Reuters o chairman do hedge fund Great Hill Capital.

Alguns investidores acreditam que a queda é uma reação precipitada às propostas. É o caso de Paul Note, gestor de portefólio da Kingsview Investment Management em Chicago, que acredita tratar-se de uma reação de “curto prazo” às notícias sobre a subida de impostos.

A fabricante automóvel Tesla caiu 3,30% nesta sessão, enquanto a Apple perdeu 1,15%. A Amazon recuou 1,62%, a Microsoft derrapou 1,31% e o Facebook desvalorizou 1,65%. Os títulos da fabricante de placas gráficas Nvidia perderam 3,36%.

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