Dow Jones regista melhor mês desde 1976

  • ECO
  • 31 Outubro 2022

Wall Street terminou o dia em queda, mas outubro acabou por ser muito positivo para o Dow Jones. Já o PSI subiu quase 7% em outubro, depois de dois meses de quedas.

As bolsas americanas terminaram outubro em queda, mas o mês acabou por ser muito positivo para o índice industrial Dow Jones, que avançou 13,95%, no melhor desempenho mensal desde 1976. Quanto ao S&P 500, o ganho mensal foi de 7,99%, enquanto o tecnológico Nasdaq somou 3,9% neste mês.

Por cá, a bolsa de Lisboa encerrou a última sessão do mês a subir mais de 1%, mais do que a generalidade das praças europeias nesta segunda-feira. O principal índice nacional beneficiou dos ganhos registados nos setores da energia e da banca, mas também dos correios, telecomunicações e retalho. Lisboa acumulou uma subida de 6,69%, depois de dois meses de perdas (-11,55% só em setembro).

 

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Nova, Universidade do Porto e Católica são as escolas com mais alunos empreendedores

Ao todo, as três universidades que ocupam o pódio formaram 740 estudantes que fundaram empresas.

A Universidade Nova de Lisboa, a Universidade do Porto e a Universidade Católica Portuguesa são as instituições nacionais de ensino superior com mais empreendedores alumni. Ao todo, as três universidades que ocupam o pódio formaram 740 estudantes que fundaram, mais tarde, empresas, revela o University Ranking Report 2022, elaborado pela Startup Portugal, a que a Pessoas teve acesso. Para promover o empreendedorismo no meio universitário, a partir de 2023, a Startup Portugal vai atribuir um prémio à universidade portuguesa com mais destaque no ecossistema empreendedor.

“Decidimos lançar este ranking com o objetivo de chamar a atenção das universidades para a necessidade de uma crescente e sustentada promoção do empreendedorismo no meio universitário”, começar por explicar António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal. E, a um dia da Web Summit, alerta: “Ainda há muito trabalho a ser feito para promover o empreendedorismo no nosso sistema de ensino.”

Os dados dão disso conta. Entre 2022-2023 inscreveram-se 433.217 alunos em Portugal em 120 instituições de ensino, só este ano, 44,5% dos residentes, entre os 30 e 34 anos, concluíram uma formação de nível superior, uma subida de 0,5 pontos percentuais face ao ano anterior. O número de pessoas empregadas com formação superior em Portugal subiu de 1,45 milhões em 2020, cerca de 31% da população, para 1,65 milhões, ou 34%.

Os dados compilados pela Startup Portugal também permitem retirar outros insights. De acordo com os dados da plataforma Dealroom, usada pela Startup Portugal para fazer o mapeamento do ecossistema nacional, há 1.509 fundadores oriundos de 47 instituições de ensino superior em Portugal, de um total de 433.212 alunos matriculados, em mais de 120 instituições de ensino superior em 2022.

Destes alummi founders, 77,4% fizeram a sua formação no ensino público, com apenas 22,6% a serem oriundos do privado. Mas, alerta o estudo, tendo em conta que ensino superior público absorve 81% dos alunos inscritos no ensino superior, e o ensino privado apena 19%, há uma “predominância de founders em instituições de ensino superior privadas”.

Decidimos lançar este ranking com o objetivo de chamar a atenção das universidades para a necessidade de uma crescente e sustentada promoção do empreendedorismo no meio universitário. (…) Ainda há muito trabalho a ser feito para promover o empreendedorismo no nosso sistema de ensino.

António Dias Martins

Diretor executivo da Startup Portugal

“Tendo em conta o fosso entre o número de inscritos em universidades — mais de 433 mil — e o número de fundadores alumni, reconhecemos que ainda há muito trabalho a fazer para promover o empreendedorismo no nosso sistema de educação”, alerta a Startup Portugal. De modo a fazer subir os números de startups em Portugal, que hoje já são mais de 2.000.

E para chamar a atenção das universidades para a necessidade de promover o empreendedorismo universitário, a partir de 2023, a Startup Portugal vai atribuir um prémio anual à universidade portuguesa com mais destaque no ecossistema empreendedor nacional.

Nova, Universidade do Porto e Católica no pódio

A Universidade Nova de Lisboa ocupa o primeiro lugar do ranking, com 268 fundadores alumni num total de 21.873 estudantes. Segue-se a Universidade do Porto, com 241 alunos que fundaram empresas, num universo de 31.092, e, finalmente, a Universidade Católica Portuguesa, de onde saíram 231 estudantes fundadores, de um total de 11.855 alunos.

O top 10 fica completo com a presença da Universidade de Lisboa, Universidade de Coimbra, Universidade do Minho, Universidade de Aveiro, ISCTE, Instituto Politécnico do Porto e Universidade Lusófona do Porto. A última instituição de ensino do ranking regista apenas 30 fundadores alumni.

De salientar ainda que, das três universidades mais antigas presentes no top 10, duas fazem parte do pódio.

Esta primeira edição visa ainda incentivar as universidades, os seus alunos e alumni a registar os seus projetos na plataforma de mapeamento do ecossistema Dealroom, para que as conclusões sejam cada vez mais rigorosas e representativas da realidade no panorama do empreendedorismo no Ensino Superior.

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5 coisas que vão marcar o dia

O INE divulga a estimativa da evolução do PIB para o terceiro trimestre, enquanto o Eurostat dá a conhecer os dados provisórios da inflação na Zona Euro. BCP apresenta as contas ao mercado.

Esta segunda-feira, o INE vai divulgar a estimativa da evolução do PIB para o terceiro trimestre, enquanto o Eurostat dá a conhecer os dados provisórios da inflação na Zona Euro. No plano empresarial, o BCP apresenta os resultados referentes aos primeiros nove meses do ano. Esta semana os combustíveis voltam a descer.

Como evolui a economia no terceiro trimestre?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta segunda-feira a estimativa das Contas Nacionais Trimestrais para o terceiro trimestre, que vão permitir apurar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Serão ainda conhecidos dados sobre a produção industrial, bem como da atividade turística.

BCP apresenta contas ao mercado

A época de resultados das cotadas nacionais continua. Hoje, é a vez de o BCP apresentar as contas referentes ao terceiro trimestre deste ano, após o fecho do mercado. Nos primeiros seis meses deste ano, o banco liderado por Miguel Maya registou um lucro de 74,5 milhões de euros, o que representa uma subida de 500% face ao período homólogo.

Combustíveis voltam a descer

Os combustíveis voltam a ficar mais baratos esta semana. O preço do gasóleo vai descer 1,5 cêntimos por litro e a gasolina deverá ficar dois cêntimos mais cara, apurou o ECO junto de uma fonte do setor. Contas feitas, deverá passar a pagar 1,933 litros por litro de gasóleo simples e 1,820 por litro de gasolina, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas na semana passada, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), e que já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras.

Inflação atinge máximos na Zona Euro?

O Eurostat divulga esta segunda-feira uma bateria de indicadores, incluindo a estimativa rápida da taxa de inflação na Zona Euro em outubro. Em setembro, a taxa de inflação homóloga na Zona Euro foi de 9,9%. Portugal ficou abaixo da média dos países do euro, ao registar uma taxa de 9,8% (no indicador utilizado para a comparação europeia) em setembro.

É dia Mundial da Poupança

Esta segunda-feira assinala-se o dia Mundial da Poupança. A efeméride foi criada com o intuito de alertar os consumidores para a necessidade de gerir da melhor forma os gastos, bem como de amealhar alguma liquidez, de forma a evitar situações de sobre-endividamento. A taxa de poupança das famílias caiu para 5,9% do rendimento disponível no segundo trimestre do ano, refletindo o aumento de 2,7% do consumo privado, de acordo com o último balanço do INE.

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Poupe 20 euros por mês e pague a faculdade do seu filho

Prepare já a faculdade do seu filho, para quando chegar a hora de pagar as propinas não ter de “cortar a direito” o orçamento da família. Só precisa de colocar de parte uma nota de 20 euros por mês.

O maior investimento das famílias está longe de ser o carro, a carteira de ações ou mesmo a casa onde vivem. O seu principal investimento são os filhos. E por isso dedicam todas as suas forças, energias e poupanças ao seu crescimento e desenvolvimento, tendo como etapa final o pagamento de uma licenciatura.

Porém, para muitas famílias, esta etapa está cada vez mais longe de ser completada, pois a educação começa a ganhar contornos de um bem ao alcance de poucos, dado os elevados custos que acarreta ter um jovem a frequentar um curso superior tendo em conta o rendimento disponível médio das famílias portuguesas que, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), é de 3.224 euros por mês.

De acordo com o Orçamento de Estado para 2023, a propina máxima paga no ensino superior público para o ano letivo 2022/2023 não sofre alterações face ao valor estipulado no ano anterior, fixando-se em 697 euros. Contudo, é provável que as propinas aumentem ao sabor da inflação, como aconteceu no passado. Tomando como exemplo uma taxa de inflação média anual de 2% (meta do Banco Central Europeu para a inflação, no médio prazo) até 2040, significa que dentro de 18 anos o custo de uma licenciatura de três anos numa faculdade pública deverá superar os 3.000 euros.

Para um investimento de longo prazo, como seja a preparação de um plano universitário, as ações são de longe o ativo que oferece maior potencial de alcançar as metas desejadas com o menor esforço de poupança mensal.

Para as famílias mais “poupadinhas”, trata-se de um valor que facilmente pode ser alcançado seguindo um plano disciplinado desde o primeiro dia de vida do petiz. Assim, para garantir que dentro de 18 anos tem dinheiro suficiente para pagar as propinas de um curso superior, só é necessário arranjar um mealheiro e seguir à risca uma poupança mensal de 20 euros desde o nascimento do futuro licenciado.

Mas se a criança tiver hoje cinco, dez ou mais anos e o “plano universitário” for ainda uma miragem, nada está perdido. Será apenas necessário que os progenitores desembolsem um valor mais elevado, colocando no mealheiro 25 e 40 euros, respetivamente, todos os meses.

A poupança planeada e disciplinada é assim a resposta para que a entrada na universidade não seja uma uma dor de cabeça para o orçamento familiar. E a “poupança do mealheiro” é um bom ponto de partida para alcançar esse objetivo. Porém, dificilmente chega para garantir um plano universitário suficientemente robusto, sobretudo se além das propinas for necessário acomodar o pagamento de uma renda de uma casa.

Quanto custa tirar um curso superior?

Um plano universitário não se resume ao pagamento das propinas. Sobretudo se a entrada na faculdade pressupor também a saída de casa dos pais para uma cidade nova. Neste caso, o agregado familiar terá de engordar o orçamento universitário com o intuito de alcançar um montante capaz de acomodar despesas com o alojamento e uma mesada que dê para o estudante pagar as suas contas do dia-a-dia.

Em 2018, oito investigadores do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa realizaram um trabalho centrado nos custos dos estudantes do ensino superior português no ano letivo 2015/2016. De acordo com os investigadores, estudar no ensino superior (privado e público) traduzia-se num custo médio anual de 6.445 euros, sendo que 73% desta despesa estava associado ao custo de vida do estudante — alimentação, alojamento, transportes e despesas pessoais (roupa, entretenimento, roupa, etc.).

Partindo dos dados deste estudo, significa que aos preços de hoje, um curso superior de três anos traduzir-se-ia numa fatura de 19.980 euros. Porém, só tendo em conta o preço do arrendamento praticado nas três cidades com mais universitários (Lisboa, Porto e Coimbra), facilmente se chega a uma fatura de 25 mil euros (8.200 euros por ano) somente contabilizando as despesas com o alojamento.

De acordo com dados recolhidos pelo ECO junto do portal imobiliário Idealista a 29 de outubro, estavam disponíveis para arrendamento na área de Lisboa, Porto e Coimbra 528 quartos ou apartamentos com uma área até 60 metros quadrados. Todas as ofertas foram publicadas no Idealista há menos de um mês e exibiam um preço mediano de 378 euros por mês para os quartos e 1.040 euros para os apartamentos. De uma forma geral, as 528 soluções de alojamento recolhidas nas três cidades apresentava um preço mediado de 663 euros por mês.

Para que o plano universitário de 2040 fique completo só falta adicionar às propinas e ao alojamento uma mesada. A partir daí as contas são fáceis de fazer: uma mesada de 250 euros aos preços de hoje (com o efeito da inflação a 2% por ano serão 357 euros em 2040) e uma renda de 663 euros (947 euros em 2040), facilmente a fatura de um curso superior de três anos numa faculdade pública ultrapassa os 50 mil euros. É muito dinheiro para qualquer família, sobretudo se chegando ao primeiro dia de aulas nada tiver sido planeado com tempo.

Efeito demolidor da inflação no preço de um curso universitário

Assumindo os preços praticados hoje atualizados à taxa de inflação de 2%, dentro de 18 anos, em 2040, um plano universitário para três anos que englobe propinas numa faculdade pública, o pagamento da renda de uma casa e uma mesada para as despesas do dia-a-dia do estudante, supera a barreira dos 50 mil euros. Mas se a inflação média ao longo deste período for de 4%, o plano universitário dispara para os 73 mil euros.

Fonte: ECO. Valores em euros em 2040, 2041 e 2042, atualizados à respetiva taxa de inflação.

Poupar no presente para não hipotecar o futuro

Seguir uma estratégia de investimento ultraconservadora, baseada somente na engorda do porquinho mealheiro, para construir um plano universitário pode revelar-se numa tarefa muito espinhosa: seria preciso realizar uma poupança mensal de 202 euros desde o primeiro dia de vida do petiz até ao dia de celebração da Benção das Fitas. Felizmente, as famílias podem dar-se ao luxo de tirar proveito da força mais poderosa do universo matemático: os juros compostos ou a capitalização do capital e dos juros.

Ao contrário do que acontece com o mealheiro, os produtos financeiros como os fundos de investimento permitem que a poupança mensal e os ganhos gerados ao longo do período sejam capitalizados ao longo do tempo, fazendo com que o dinheiro cresça a um ritmo muito superior.

Assim, caso o produto escolhido para garantir o financiamento do pacote triple play do ensino superior (propinas, renda da casa e mesada) fosse um fundo conservador que remunerasse o investimento a uma taxa média anual de 2%, o esforço mensal dos pais passaria para os 169 euros.

Mas se a opção fosse um fundo de investimento de ações europeias como o BPI Europa, um dos fundos portugueses mais antigos e que desde o seu lançamento, a 11 de junho de 1991, tem oferecido aos seus subscritores ganhos anuais médios de 5,2%, a poupança mensal sofreria um corte de 39% face à poupança do mealheiro, levando os pais do futuro licenciado a contribuírem com 124 euros todos os meses até ao último dia de aulas na faculdade.

Tendo em conta o desempenho das ações no último ano é provável que a ideia de investir no mercado acionista as poupanças da para pagar a universidade do petiz não seja fácil de encaixar, mas os números não deixam dúvidas. De acordo com um trabalho académico desenvolvido por Elroy Dimson, Paul Marsh e Mike Staunton, da London Business School, que tomam como referência o desempenho de 35 mercados mundiais (o português incluído) durante 122 anos desde 1900, as ações tendem a apresentar uma rendibilidade média anual de 5,3% acima da inflação. Nenhum outro ativo chega sequer perto.

Na construção do plano universitário para 2040 completo, uma estratégia assente no investimento disciplinado e regular num portefólio de ações diversificado, como o que é oferecido pelo fundo cotado iShares Core MSCI World, que replica o desempenho de mais de 1500 empresas mundiais, reflete-se num esforço de poupança mensal de 100 euros.

Para um investimento de longo prazo, como seja a preparação de um plano universitário, as ações são de longe o ativo que oferece maior potencial de alcançar as metas desejadas com o menor esforço de poupança mensal. “Acreditamos que as ações oferecem os melhores retornos de longo prazo apesar da sua volatilidade”, escreveram Elroy Dimson, Paul Marsh e Mike Staunton.

Plano de investimento universitário

Construir um plano universitário completo (propinas, alojamento e mesada) recorrendo apenas à poupança do mealheiro traduz-se num esforço de poupança mensal duas vezes superior ao exigido por uma estratégia de investimento em ações.

Fonte: ECO. Valores em euros.

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7 dicas para celebrar o Dia Mundial da Poupança

Da compra do carro às contas bancárias, do planeamento das próximas férias à escolha do melhor cartão de crédito, o ECO ajuda-o a poupar milhares de euros e a fortalecer as suas finanças pessoais.

A poupança das famílias portuguesas está longe de estar de boa saúde. A subida da inflação e o aumento das taxas de juro tem criado uma enorme pressão sobre os orçamentos familiares e provocado uma queda a pique da taxa de poupança que, segundo o Boletim Económico de outubro do Banco de Portugal, deverá cair de 9,8% em 2021 para 4,9% no final deste ano.

No Dia Mundial da Poupança, uma data que se assinala em Portugal desde 1969, o ECO foi à procura de soluções capazes de ajudar as famílias a aumentar os níveis de poupança e assim melhorar a saúde das suas finanças pessoais.

  • 🏠 Casa

Negocie o seu crédito à habitação
Quem tem crédito à habitação está constantemente a fazer contas à subida das taxa de juro. Não é para menos: um crédito à habitação a 30 anos indexador à taxa Euribor de 12 meses com um spread de 1,2% que seja revista no início de novembro vai contar com uma subida de 51% da prestação da casa. Na carteira das famílias, isto traduz-se num aumento de 159 euros por cada 100 mil euros de financiamento. Antes que o crédito à habitação se transforme num problema, procure negociar as condições com o banco. A revisão de apenas 0,1 pontos percentuais no spread vale uma poupança de quase 70 euros ao final do ano, num crédito à habitação de 100 mil euros indexado à Euribor a 12 meses com spread de 1,2% a 30 anos. Mas não se fique pelo spread. Negocie os seguros do crédito. Contratá-los numa seguradora fora do banco pode valer poupanças acima dos 30%, só com a renegociação do seguro de vida. Se o seu banco não se mostrar disponível para qualquer negociação, procure outras soluções noutras instituições.

  • 💡 Eletricidade

Encontre a solução mais económica para o seu consumo
A oferta de soluções no mercado de eletricidade em Portugal para as famílias é bastante extensa e apresenta uma enorme amplitude de preços. De acordo com a ERSE, são 28 os comercializadores que disponibilizam soluções para a generalidade dos consumidores domésticos. E segundo uma análise do ECO às tarifas e propostas disponíveis nos sites de todos os comercializadores, é também marcada por uma enorme amplitude de preços entre as diferentes ofertas. Por exemplo, para uma potência contratada de 6,9 quilovolt-amperes (kVA) e um consumo de 5000 quilowatts-hora (kWh) por ano (consumidor-tipo de uma família com dois filhos, segundo a ERSE), a diferença entre a proposta mais elevada do mercado e a mais económica é de quase 900 euros anuais. A forma mais fácil de encontrar a proposta mais económica para a sua situação é através do simulador da ERSE. Se encontrar uma oferta mais económica face ao que está a pagar, mude de comercializador. Só há mais uma coisa a ter em atenção antes de mudar de fornecedor de eletricidade.

  • 🏦 Banco

Contas bancárias a zero euros
Parece mentira, mas há bancos que não cobram qualquer euro para guardar o seu dinheiro nem cobram qualquer comissão quando o quiser transferir para outra conta. É disso exemplo o ActivoBank e o Banco Best, e os bancos digitais como o Openbank (do Santander Totta), o Moey! (do Crédito Agrícola), a Revolut e a N26. Se ainda não for cliente de nenhum destes bancos porque tem uma espécie de ligação emotiva ao seu “banco de sempre” ou sofrer da maleita da procrastinação que o prende a nem sequer ponderar mudar de banco, pode sempre domiciliar o ordenado ou a pensão de reforma. Grande parte dos bancos elimina a comissão de manutenção de conta por troca da domiciliação do seu rendimento. E se tiver apenas uma conta à ordem pode convertê-la para uma conta de serviços mínimos e poupar uma boa bagatela. Através desta conta, o seu banco dá-lhe acesso aos produtos e serviços bancários essenciais (homebanking, débitos diretos, cartão de débito, levantamentos, transferências e pagamentos) por um encargo máximo de 4,43 euros por ano. Esse custo é equivalente a 1% do Indexante dos Apoios Sociais (que atualmente está nos 443 euros). Contudo, a maioria dos bancos não cobra a comissão máxima e muitos até isentam os seus clientes.

  • 💳 Cartão de crédito

O melhor cartão não tem anuidade e dá descontos
Os cartões de crédito são o segundo instrumento de pagamento com mais custos para os consumidores, segundo o Banco de Portugal. Em 2017, cada transação com o cartão de plástico custo 2,56 euros, apenas foi superado pelo cheque (3,42 euros). Grande parte deste custo prende-se com a anuidade do cartão, que pode superar os 300 euros. Numa oferta de quase 200 cartões há alguns que não cobram qualquer anuidade e ainda oferecem descontos. É o caso do Black Plus da Cetelem: além de não ter anuidade e não cobrar taxas em gasolineiras nem em compras no espaço económico europeu, devolve 3% do valor gasto em compras (o chamado cash-back) realizadas em supermercados, gasolineiras e restaurantes até 120 euros por ano. Mas tão ou mais importante que escolher um cartão com estas características é saber usá-lo. E isso significa optar sempre pelo pagamento do saldo em dívida a 100%. Desta forma evita o pagamento de juros que, de acordo com o regime de taxas máximas do Banco de Portugal para o terceiro trimestre deste ano pode traduzir-se numa TAEG máxima de 15,9%.

  • 🚗 Automóvel

Compre um usado e conduza-o até ser uma “lata velha”
Assim que saem do stand, os automóveis perdem entre 20% e 30% do seu valor comercial. Três anos depois, a desvalorização pode chegar aos 50%. Olhando para estes números, e mesmo já considerado que a pandemia tenha gerado uma ligeira valorização dos usados, facilmente se percebe que comprar um carro após os primeiros três anos de estrada revela-se num grande negócio: é só deixar os primeiros quilómetros, que são os mais caros, a cargo do primeiro comprador. Naturalmente que será sempre necessário fazer uma avaliação do estado do automóvel antes de consumar o negócio, mas dificilmente os modelos mais recentes apresentam problemas mecânicos antes de o conta-quilómetros chegar aos seis dígitos. Se tiver dúvidas, procure fazer uma avaliação numa oficina especializada aos órgãos vitais do veículo, ou opte por comprar um usado com garantia.

  • 📱Tecnologia

Resista de correr a comprar o último iPhone
O princípio de comprar um aparelho eletrónico usado é o mesmo que é aplicado na compra de um carro usado: a novidade sai sempre mais caro à carteira, apesar de ao nível do usufruto não haver diferenças. Assim, o segredo está em deixar o mercado “arrefecer” e aproveitar para comprar um dos modelos abaixo da nova versão que saiu para o mercado e preferencialmente um produto recondicionado. No mundo dos iPhones, isso significa uma poupança até 50% face ao valor de mercado do equipamento, ao comprar o equipamento numa loja especializada, como seja a Fnac, Worten, iService ou Foral Phones, que ainda oferecem garantia até cinco anos sobre os equipamentos. Além disso, ao comprar um produto recondicionado está a promover a economia circular e a contribuir para reduzir o lixo eletrónico no planeta. E isto é válido para qualquer tipo de bem. A Amazon tem inclusive uma secção na sua plataforma que permite comprar todo o tipo de artigos recondicionados que oferecem uma poupança até 80%.

  • ✈️ Férias

Quanto mais cedo planear a próxima viagem melhor
As companhias aéreas permitem, de uma forma geral, comprar os bilhetes de avião até 12 meses de antecedência. É o tempo suficiente para fazer um planeamento eficaz das próximas férias, que ficará sempre mais leve na carteira quanto mais cedo comprar os bilhetes de avião e reservar o hotel. Todos os anos várias plataformas de reserva de bilhetes de avião publicam estudos que apontam para o “melhor dia para viajar” ou o “melhor dia para comprar os bilhetes de avião”. Uma dessas plataformas é a Cheap Air, uma plataforma que diariamente analisa centenas de voos e mais de oito mil rotas. Este ano, as conclusões da Cheap Air apontam para que os voos mais económicos para as férias de verão sejam comprados com 42 dias de antecedência e os voos para as férias de inverno devam ser adquiridos com 110 dias de antecedência. Todavia, nenhum destes dados deve ser analisado com uma certeza absoluta, pois todos os anos varia em função de uma série de condicionantes do mercado. O único dado objetivo é que quanto mais cedo planear as suas férias melhor.

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Empresas sem resposta para converter empréstimos em subsídios. Banco de Fomento rejeita culpas

"Conversão em subvenção de até 20% do valor do crédito é financiada por fundos europeus (ou reembolsos de fundos europeus), matéria que não é da responsabilidade do BPF." Executivo prepara solução.

Quando o Governo lançou as linhas de crédito Covid para ajudar as empresas a lidar com os impactos da pandemia, foi decidido que seria possível a conversão de até 20% do crédito concedido em subsídio a fundo perdido. Mas, agora, há empresas a quem essa regalia está a ser negada, apesar de cumprirem os requisitos necessários para ter direito a mesma.

A denúncia foi feita por Luís Marques Mendes no seu espaço de comentário semanal na SIC. O ECO questionou o Banco Português de Fomento sobre este problema, já que é a entidade que operacionalizou todas as linhas de crédito durante a pandemia. Mas a instituição liderada por Beatriz Freitas descartou qualquer responsabilidade sobre a matéria.

“Nos termos das Resoluções de Conselhos de Ministros que procederam ao lançamento das linhas de crédito referidas, a conversão em subvenção de até 20% do valor do crédito é financiada por fundos europeus (ou reembolsos de fundos europeus), matéria que não é da responsabilidade do Banco Português de Fomento”, explicou ao ECO fonte oficial do banco. “Mal tenha indicação da fonte de financiamento, o Banco Português de Fomento procederá a operacionalização do mecanismo de conversões logo que possível”, comprometeu-se a mesma fonte.

A conversão em subvenção de até 20% do valor do crédito é financiada por fundos europeus (ou reembolsos de fundos europeus), matéria que não é da responsabilidade do Banco Português de Fomento.

Fonte oficial do Banco de Fomento

O ECO sabe que o Executivo está a trabalhar numa solução, mas não foi possível apurar quais serão os termos da mesma ou quando estará pronta.

Segundo as regras definidas nas linhas Covid, as empresas poderiam ter “uma parte do empréstimo convertida em subvenção não reembolsável, tendo como limite 20% do valor do financiamento” desde que mantivessem “a totalidade dos postos de trabalho face aos verificados na última folha de remuneração entregue à Segurança Social com detalhe de todos os trabalhadores antes da data da contratação da operação com a banca, durante pelo menos 12 meses a contar da data de contratação”.

Caso não mantivessem todos os empregos, então, a taxa máxima de conversão do empréstimo em subvenção a fundo perdido seria “reduzida na proporção correspondente à redução dos postos de trabalho”. Mas se a não manutenção de postos de trabalho fosse superior a 30%, então, este benefício não se colocava.

Além disso, para ver parte do apoio ser convertido num subsídio a fundo perdido, a empresa teria de ter a situação fiscal e contributiva regularizada e respeitar os montantes máximos de auxílio por beneficiário de acordo com as regras definidas por Bruxelas. Isto é, o valor não reembolsável não poderia ser superior a 800 mil euros e a 120 mil euros por empresa ativa no setor das pescas e da aquicultura ou 100 mil euros por empresa ativa na produção primária de produtos agrícolas.

As regras explicavam, ainda, que caberia às empresas manifestar o interesse junto do banco para que parte do crédito fosse convertido em subvenção, “devendo facultar os elementos para futura verificação da condição relativa à manutenção dos postos de trabalho” e preencher uma declaração.

Depois de verificada a documentação, e se tudo estivesse em conformidade, o BPF deveria emitir uma decisão de aprovação da conversão, com vários prazos definidos de acordo com a linha de crédito em causa, “implicando a assunção de responsabilidade por parte do BPF de liquidar, num pagamento único, aos bancos, o valor não reembolsável definido para cada operação”. Mas há empresas que, preenchendo todos os requisitos, ao fim de 12 meses da celebração do contrato, não conseguem obter uma satisfação, nem junto do banco com o qual contraíram o empréstimo, nem do Banco de Fomento, denunciou Marques Mendes.

E se até estava estipulado que a empresa tinha 30 dias para solicitar ao banco que submetesse o pedido de conversão ao Banco de Fomento, e que, no prazo de 30 dias após o pedido que lhe é submetido pela empresa, o banco tinha de fazer chegar ao BPF o requerimento de conversão formalizado com a documentação necessária, a verdade é que as empresas estão sem resposta. Uma resposta que o Banco de Fomento diz não depender de si.

O ECO questionou o Ministério da Economia sobre esta situação, mas até à publicação deste artigo não obteve resposta.

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Prestação da casa dispara até 50% em novembro

Juros do crédito à habitação não dão tréguas às famílias. Contratos revistos no próximo mês vão registar agravamentos entre 15% e 50%. Governo anuncia esta semana medidas para aliviar impacto.

Prestação da casa continua a subir.ECO

A prestação da casa vai dar um novo salto em novembro. Os contratos que foram revistos no próximo mês vão registar agravamentos entre 15% e 50%, de acordo com as simulações realizadas pelo ECO. Com os juros do crédito à habitação ainda sem darem sinais de tréguas, o Governo prepara-se para anunciar esta semana medidas para aliviar o bolso das famílias que estão a ser mais afetadas pelo aumento dos encargos com o empréstimo da casa.

Mês após mês, as taxas Euribor têm registado subidas impressionantes num curto espaço de tempo, refletindo o aperto monetário do Banco Central Europeu (BCE) num esforço para fazer vergar a escalada da inflação.

Para as famílias que estão a pagar o crédito da casa ao banco, esta situação está a traduzir-se num aumento dramático (em alguns casos) da prestação da casa, isto enquanto também sentem a pressão da subida generalizada dos preços – a inflação superou os 10% em setembro.

É o seu caso? Então, vamos às contas. Tomemos como exemplo um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread (margem comercial do banco) de 1%, se o contrato tem como indexante:

  • Euribor a 3 meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá subir para cerca de 585 euros, mais de 76 euros (+14,88%) em relação à prestação que pagava desde agosto;
  • Euribor a 6 meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses irá subir para mais de 630 euros, um aumento de cerca de 158,62 euros (+33%) em relação à prestação que pagava desde maio;
  • Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá subir para 650 euros, quase mais 234 euros (51,9%) em relação à prestação que pagou no último ano.

Em Portugal, mais de 1,3 milhões de contratos da casa estão indexados à taxa variável, representando mais de 90% do mercado, sendo que são estes os que estão expostos às variações das Euribor – a taxa de juro usada pelos bancos nos empréstimos que fazem entre si.

O impacto da subida destas taxas vai ser maior ou menor consoante o valor do capital que ainda está em dívida. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos era de 61.089 euros em setembro, o que significa que, em termos médios, o efeito da subida das Euribor vai ser mais baixo do que aquele que mostra a simulação do ECO – que teve em consideração um empréstimo de 150 mil euros.

O ECO preparou um simulador para calcular a prestação da casa. Faça as contas para o seu caso.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

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Governo prepara mais medidas de alívio

Face à subida dos juros, o Governo prepara-se para anunciar mais medidas para aliviar as finanças das famílias que estão as ser mais afetadas pelo agravamento dos encargos do empréstimo da habitação. Alternativamente, pode sempre tentar negociar diretamente com o seu banco no sentido de rever a prestação da casa.

O Executivo já anunciou uma medida de apoio à liquidez das famílias no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano, propondo que os contribuintes com crédito à habitação, e que sejam trabalhadores por conta de outrem, passem a ser tributados num escalão inferior em 2023. Mas não vai ficar por aqui.

Vêm aí alterações no regime de prevenção do incumprimento dos clientes (PARI), que determina que os bancos proponham soluções para mitigar o aumento da prestação mensal.

A proposta em cima da mesa prevê que uma taxa de esforço (peso da prestação em relação aos rendimentos) superior a 40% e uma evolução nesses mesmos encargos de cinco pontos percentuais, no último ano de financiamento, sejam condições essenciais para que os bancos avancem com a renegociação dos empréstimos à habitação, de acordo com o Jornal de Negócios.

Para os casos mais graves, uma taxa de esforço de 50% ditará a renegociação sem que seja necessário cumprir o critério da rapidez no agravamento das condições financeiras.

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Economistas antecipam estagnação da economia ou ligeira contração no terceiro trimestre

Estimativas variam entre uma contração de 0,5% e um crescimento de 0,3% em cadeia no terceiro trimestre. Este desempenho corresponde a uma variação homóloga entre 3,9% e 4,8%.

A economia portuguesa deverá ter estagnado ou até mesmo registado uma ligeira contração no terceiro trimestre. Esta é a convicção da maior parte dos economistas ouvidos pelo ECO em antecipação dos dados que serão divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

As estimativas variam entre uma contração de 0,5% e um crescimento de 0,3% em cadeia no terceiro trimestre. Recorde-se que no segundo trimestre Portugal cresceu 0,1% face aos primeiros três meses do ano. Este desempenho corresponde a uma variação homóloga entre 3,9% e 4,8%.

“Os primeiros indicadores do terceiro trimestre foram favoráveis, na indústria, no retalho e sobretudo no turismo“, diz ao ECO Pedro Braz Teixeira. “No entanto, sobretudo em setembro, com a subida sucessiva da inflação, das taxas de juro e do pessimismo internacional crescente, começou a registar-se um abrandamento e até mesmo queda das transações, revelado de forma mais nítida pelo indicador diário de atividade, calculado pelo Banco de Portugal. Neste mês, houve também uma queda generalizada da confiança, quer dos consumidores quer dos empresários”, acrescenta o economista-chefe do Fórum para a Competitividade. A sua estimativa aponta para uma variação em cadeia entre -0,5% e 0%, a que corresponde uma variação homóloga entre 3,9% e 4,4%.

Valores seguidos de muito perto pelos cálculos do Santander. “Estamos com uma estimativa entre 0% e -0,4%, com uma variação homóloga entre 4,5% e 4,1%”, avançou ao ECO Rui Constantino.

Já o Forecasting Lab da Católica considera que os dados do terceiro trimestre “são um pouco contraditórios, mas a melhor estimativa é que a economia portuguesa tenha contraído cerca de 0,5% face ao segundo trimestre do ano, o que corresponde a um crescimento de 4% em termos homólogos devido a efeitos base favoráveis”. “Na prática, a recuperação do turismo não terá sido suficiente para compensar as perdas de atividade em outros setores mais penalizados pela subida dos preços da energia e das matérias-primas”, explica João Borges de Assunção.

“Os dados quantitativos relativos a julho e agosto não apontam para uma desaceleração significativa da atividade económica durante o terceiro trimestre, antes, com a incerteza inerente ao facto de serem desconhecidos a maior parte dos dados relativos a setembro, para uma certa estabilização do nível de atividade face ao trimestre anterior”, refere, por seu turno, a síntese de conjuntura do ISEG. “Em concreto, face ao trimestre anterior, admite-se que o consumo privado terá crescido e que investimento possa ter estabilizado“, acrescenta a mesma nota da equipa liderada pelo economista António da Ascensão Costa.

No segundo trimestre houve, em simultâneo, uma queda de 0,3% do consumo privado e uma queda da taxa de poupança, de 7,3% para 5,9%. Mas como os últimos dados revelam “uma queda para valores anormalmente baixos, próximos dos mínimos registados em 2008 (5,1%)“, Pedro Braz Teixeira conclui que “as famílias já estão a cortar na poupança para lidar com a inflação e o consumo privado teria caído ainda mais se não o fizessem“. “É possível que no terceiro trimestre este movimento se tenha acentuado, não só devido à generalização da subida de preços a um número alargado de bens e serviços, mas também porque a subida das Euribor está a fazer subir muito as prestações do crédito à habitação”, admite o economista.

“Por efeito de base, é de esperar crescimento homólogo positivo mas em desaceleração face ao segundo trimestre. Mais incerto será concluir se se terá registado crescimento em cadeia”, diz António da Ascensão Costa, que aponta para um intervalo entre -0,1% e 0,3%, em cadeia a que corresponde, em termos homólogos, um crescimento entre 4,3% e 4,8%.

Já o departamento de estudos económico do BCP é o mais otimista de todos atirando para um crescimento de 0,3% face aos três meses anteriores e de 4,8% em termos homólogos. “O crescimento da economia portuguesa no terceiro trimestre, em comparação com os três meses anteriores, deverá ter sido suportado pelo forte dinamismo do turismo, assim como pela recuperação do investimento (após a queda de 5,7% no segundo trimestre), beneficiando do alívio das restrições nas cadeias de produção globais nos últimos meses”, explica a nota de conjuntura assinada por Márcia Rodrigues. “Por sua vez, o consumo privado deverá ter abrandado, penalizado pela subida acentuada da taxa de inflação. Ainda assim, é expectável que as despesas das famílias tenham tido um contributo marginalmente positivo para o crescimento do PIB”, acrescenta a economista.

Relativamente à procura externa líquida, Ascensão Costa acredita que “irá manter um contributo positivo para o crescimento real do PIB em termos homólogos, mas não é possível ser conclusivo no que toca à variação em relação ao trimestre anterior”, acrescenta.

As perspetivas não parecem melhorar muito relativamente ao quarto trimestre. Os economistas falam de estagnação, valores marginalmente negativos, forte desaceleração.

“Para o último trimestre do ano, as perspetivas de crescimento em cadeia não são melhores, devendo o crescimento real situar-se entre valores marginalmente negativos e marginalmente positivos”, diz o ISEG. “Assim, atendendo à recente revisão em alta do INE para o crescimento no primeiro semestre, estima-se que crescimento esperado para a economia portuguesa em 2022 se venha situar entre 6,4% e 6,6%“, aponta a nota de conjuntura.

Para o quarto trimestre, “para o qual ainda não dispomos de informação, estamos a trabalhar com uma estagnação em cadeia, resultando num crescimento anual em redor de 6,3%“, avança por seu turno Rui Constantino.

Nos próximos trimestres, perspetiva-se um forte abrandamento da economia portuguesa, em termos homólogos, em virtude do enquadramento externo adverso, nomeadamente por via da persistência de elevados níveis de inflação e da subida acentuada dos custos de financiamento, o que se deverá refletir numa maior moderação do investimento e na queda do consumo das famílias”, antecipa o departamento de estudos económico do BCP. “Adicionalmente, os riscos de forte abrandamento da economia mundial deverão penalizar a atividade exportadora nacional”, acrescenta Márcia Rodrigues. A economista admite contudo que estes efeitos adversos possam ser “mitigados pela resiliência do turismo e pela execução dos projetos associados ao Plano de Recuperação e Resiliência”.

Pedro Braz Teixeira também considera que o quarto trimestre “dificilmente poderá ser melhor do que o terceiro, com mais uma queda na confiança e subida da inflação para novo máximo em outubro, bem como novas subidas de taxa de juro do BCE, num contexto de guerra, onde as ameaças nucleares começam a ganhar terreno”. “Mesmo assim, muito beneficiado pelo primeiro trimestre”, o Fórum para a Competitividade estima um crescimento do PIB este ano entre 6% e 6,5%.

“No corrente ano, a economia portuguesa deverá manter um conjunto de fragilidades, mas poderá beneficiar do efeito da base anormalmente baixa de 2021, o que permite um cenário central de crescimento da atividade económica de 6,1% em 2022″, defende João Borges de Assunção. “O intervalo de previsão de 5,8% a 6,4% não incorpora a estimativa do Banco de Portugal (6,7%) que assenta” num “crescimento ténue no terceiro trimestre, mas também numa recuperação de 0,5% no quarto trimestre, motivada pelo efeito temporário do programa do Governo de apoio às famílias, bastante difícil de quantificar ex-ante com base na informação disponível”, acrescenta o professor da Católica.

Recorde-se que na proposta de Orçamento do Estado para 2023, o Executivo aponta para um crescimento de 6,5% este ano e 1,3% no próximo. Já o Banco de Portugal prevê um crescimento de 6,7% para este ano, uma previsão partilhada pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP) que antecipa um abrandamento para 1,2% em 2023, numa base de políticas invariantes, ou seja, que não tem em conta as medidas que o Governo vai tomar, nomeadamente no OE. Mas o Fundo Monetário Internacional é a instituição mais pessimista e aponta para um crescimento de 6,2% este ano e de 0,7% no próximo.

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“A roda da economia vai voltar a girar”. Lula define prioridades

  • ECO
  • 31 Outubro 2022

Lula da Silva ganhou a segunda volta das eleições e volta a ser presidente do Brasil pela terceira vez. A primeira prioridade é acabar com a fome e voltar a pôr a economia a "girar".

A roda da economia vai voltar a girar, com geração de empregos, valorização dos salários e renegociação das dívidas das famílias que perderam seu poder de compra“, prometeu Lula da Silva, reeleito para um inédito terceiro mandato como presidente do Brasil, com 50,80% dos votos.

No discurso de vitória, o presidente eleito que tomará posse no dia 1 de janeiro de 2023 afirma que “a roda da economia vai voltar a girar com os pobres fazendo parte do orçamento. Com apoio aos pequenos e médios produtores rurais, responsáveis por 70% dos alimentos que chegam às nossas mesas“. E falou também para os empresários. “Com todos os incentivos possíveis aos micros e pequenos empreendedores, para que eles possam colocar seu extraordinário potencial criativo a serviço do desenvolvimento do país“.

A primeira prioridade de Lula da Silva está definida: “Nosso compromisso mais urgente é acabar outra vez com a fome (…) Se somos o terceiro maior produtor mundial de alimentos e o primeiro de proteína animal, se temos tecnologia e uma imensidão de terras agricultáveis, se somos capazes de exportar para o mundo inteiro, temos o dever de garantir que todo brasileiro possa tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias. Este será, novamente, o compromisso número 1 do nosso governo“.

Num discurso num hotel no centro de São Paulo, Lula da Silva admite que regressará “para governar o país numa situação muito difícil”, e quer unir o país dividido pelos votos. “A partir de 1º de janeiro de 2023, vou governar para 215 milhões de brasileiros, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis. Somo um único país, um único povo, uma grande nação“.

Antecipando o que poderá ser a vida política brasileira na ressaca de uma votação que dividiu o país, Lula da Silva assegura que quer “restabelecer o diálogo” no Brasil. “É preciso retomar o diálogo com o Legislativo e Judiciário. Sem tentativas de exorbitar, intervir, controlar, cooptar, mas buscando reconstruir a convivência harmoniosa e republicana entre os três poderes”.

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É oficial. Lula da Silva volta a ser Presidente do Brasil por uma margem mínima

As eleições no Brasil dividiram o país ao meio. Lula da Silva ganha as eleições com menos de 51% dos votos e regressa ao Palácio do Planalto, mas espera-se contestação de Bolsonaro.

Agora é oficial, Lula da Silva será o novo Presidente do Brasil, com 50,9% dos votos e uma diferença de cerca de dois milhões de votos para Jair Bolsonaro, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (STE). O Brasil sai destas eleições politicamente mais dividido do que nunca, mas Lula consegue um regresso inédito ao Palácio do Planalto, a residência oficial do Presidente brasileiro, para um terceiro mandato.

Luís Inácio Lula da Silva foi Presidente do Brasil entre 2003 e 2010 e vence assim a segunda volta das eleições brasileiras por uma margem inferior a 2%, o que deixa a dúvida sobre o que será a reação do atual presidente, Bolsonaro, e dos seus seguidores. Mas os analistas antecipam a possibilidade de contestação aos resultados, alegando fraude eleitoral. Lula regista uma votação de 50,9% e Bolsonaro com 49,1%. Com estes resultados, é a primeira vez que o antigo Presidente vai a um terceiro mandato e é também a primeira vez que um Presidente perde a reeleição.

António Costa já deu os parabéns a Lula da Silva, isto depois de ter anunciado, enquanto secretário-geral do PS, o seu apoio ao antigo Chefe de Estado.

Já Marcelo Rebelo de Sousa escreveu uma mensagem no portal oficial da Presidência da República. “O Presidente da República felicita o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela eleição como Presidente da República Federativa do Brasil, com a certeza de que o mandato, que vai iniciar em janeiro próximo, corresponderá a um período promissor nas relações fraternais entre os povos brasileiro e português e por isso também entre os dois Estados”, lê-se. Marcelo Rebelo de Sousa já anunciou a intenção de estar presente na posse do próximo Presidente do Brasil, em 1 de janeiro de 2023, em Brasília

E qual é o estado da economia que Lula da Silva vai herdar de Bolsonaro? De acordo com o último relatório do FMI, o PIB brasileiro recuperou para níveis de pré-pandemia e o ritmo económico mostrou-se favorável, apoiado pela expansão e o crescimento robusto do crédito ao setor privado, apesar de boa parte do crescimento resultar da comparação com o ano de 2020 e o avanço de 4,6% no ano passado ser inferior ao de países vizinhos como Colômbia (10,6%) e Argentina (10,3%).

As estimativas mais recentes da organização internacional, divulgadas em julho, apontam para um crescimento económico do país de 1,7% este ano, quase um ponto percentual acima da taxa de 0,8% calculada em abril, mas em 2023 prevê uma expansão de 1,1%, 0,3 pontos percentuais a menos do que o previsto quatro meses antes.

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Guterres e Turquia negoceiam regresso da Rússia ao acordo sobre exportação de cereais

  • ECO e Lusa
  • 30 Outubro 2022

Mais de 200 navios já foram afetados pela decisão de Moscovo de suspender acordo sobre as exportações agrícolas da Ucrânia. Analistas antecipam subida dos preços dos bens alimentares.

“Profundamente preocupado”, o diretor geral da ONU, António Guterres está em “intensos contactos” para que a Rússia retome a participação no acordo sobre a exportação de cereais. Também a Turquia está em negociações com Moscovo. Mais de 200 navios já foram afetados pela decisão russa e os analistas antecipam subida dos preços dos bens alimentares.

Um porta-voz da ONU adiantou à agência Reuters que Guterres está “profundamente preocupado” com a decisão da Rússia de suspender o acordo que permitiu desbloquear as exportações agrícolas a partir dos portos ucranianos no Mar do Norte, depois dos alegados ataques à sua frota perto de Sevastopol com drones.

O diretor-geral da ONU adiou a sua viagem para a Argélia, para participar na Cimeira da Liga Árabe, para tentar resolver este impasse, acrescentou o responsável em comunicado.

Já a NATO destacou que as exportações de cereais da Ucrânia ajudaram a reduzir os preços dos alimentos em todo o mundo. “Apelamos à Rússia que reconsidere a sua decisão e renove o acordo urgentemente, permitindo que os alimentos continuem a chegar junto daqueles que mais precisam”, referiu a porta-voz da organização Oana Lungescu.

De acordo com o Governo ucraniano, mais de 200 navios foram “efetivamente bloqueados” pela decisão russa. Os analistas antecipam uma subida dos preços do trigo nos mercados das matérias-primas esta segunda-feira em resultado do atual bloqueio.

A Turquia, que também ajudou a desbloquear o acordo em julho, também está em negociações com a Rússia. Um responsável do Governo de Ancara, que pediu para não ser identificado, confirmou à Bloomberg que as negociações vão continuar na segunda-feira se não houver nenhum progresso ao longo do dia de hoje.

A mesma fonte afirmou que “há razões para otimismo”, apesar de a Rússia ter assegurado que a sua retirada do acordo, mediado na altura pela Turquia, teria um alcance indefinido.

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Aegon vende operações holandesas à ASR

  • ECO Seguros
  • 30 Outubro 2022

A Aegon está a organizar as suas operações nos Países Baixos com a seguradora ASR, numa tentativa de domínio do mercado nos ramos de pensões, seguros de vida e não-vida.

A companhia de seguros Aegon declarou, na quinta-feira, que a ASR, rival mais pequena, iria comprar as suas operações de seguros holandesas por cerca de 4,9 mil milhões de euros. Como resultado, a ASR torna-se uma das maiores seguradoras do ramo na Holanda.

A Aegon receberá 2,5 mil milhões de euros e uma participação de 29,99% no TAS, no valor de 2,4 mil milhões de euros ao preço de fecho de quarta-feira, disseram as empresas em declarações conjuntas.

O acordo, que criaria um forte rival para a seguradora holandesa de topo NN Group, deve ser aprovado pelos acionistas e reguladores em breve. As empresas confirmaram que esperam que o negócio seja fechado na segunda metade de 2023.

Esta vai ser uma empresa enérgica no mercado holandês“, disse o diretor executivo da Aegon, Lard Friese, em declarações à Reuters, através de videochamada.

As ações da Aegon aumentaram 7,5% até às 0733 GMT, enquanto o ASR ganhou 6%.

O acordo “ajuda a acelerar a transformação estratégica da Aegon, ao mesmo tempo que vê a ASR assumir ainda mais a sua posição de liderança no mercado holandês”, disseram os analistas do Credit Suisse, em comunicado.

A empresa conjunta seria a maior do setor dos seguros de invalidez holandês e a número três em seguros de propriedade e de acidentes, bem como a assumir uma posição de “liderança” em matéria de pensões, disseram as empresas.

Outras seguradoras líderes no mercado holandês incluem a Allianz, Athora, e Achmea.

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