Publicada em Diário da República revogação do despacho sobre futuro aeroporto de Lisboa

  • Lusa
  • 1 Julho 2022

Despacho, assinado pelo ministro das Infraestruturas, publicado em suplemento com data de quinta-feira, justifica a revogação imediata, referindo que “a solução deve ser negociada com a oposição".

A revogação do despacho de quarta-feira, determinada pelo primeiro-ministro, sobre a solução aeroportuária para a região de Lisboa foi publicada em Diário da República em novo despacho.

O despacho, assinado pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, publicado em suplemento com a data de quinta-feira, justifica a revogação imediata, referindo que “a solução deve ser negociada e consensualizada com a oposição, conforme indicação do senhor primeiro-ministro”.

Indica também que o teor do despacho revogado “é uma matéria de prioridade política e estratégica da maior importância e impõe uma tomada de decisão célere”

O despacho de quarta-feira determinava a “definição de procedimentos relativos ao desenvolvimento da avaliação ambiental estratégica do Plano de Ampliação da Capacidade Aeroportuária da Região de Lisboa”.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, determinou a revogação do despacho, e reafirmou que queria uma negociação e consenso com a oposição sobre esta matéria.

O despacho publicado na quarta-feira, assinado pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, determinava o “estudo da solução que visa a construção do aeroporto do Montijo, enquanto infraestrutura de transição, e do novo aeroporto stand alone no Campo de Tiro de Alcochete, nas suas várias áreas técnicas.”

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Governo renova descontos nos combustíveis por mais dois meses e anuncia medidas de apoio aos setores mais afetados

Executivo congela taxa de carbono por mais dois meses e avança com novas medidas para os setores mais afetados, incluindo transportes de mercadorias e passageiros e setor agrícola.

As medidas de mitigação do aumento dos preços dos combustíveis vão manter-se nos meses de julho e agosto, anunciou esta sexta-feira o Ministério das Finanças, incluindo os descontos por via do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) e o congelamento da taxa de carbono. Além disso, o Executivo anunciou novas medidas para os setores mais afetados.

Assim, o desconto no ISP equivalente a uma descida da taxa do IVA dos 23% para 13% vai manter-se nos meses de julho e agosto. Há quanto à compensação por via de redução de ISP da receita adicional de IVA decorrente de subidas de preços dos combustíveis, “o valor ficará estabilizado nos próximos dois meses”, com o Governo a colocar um ponto final nas atualizações semanais deste imposto.

Por outro lado, a atualização da taxa de carbono vai manter-se suspensa por mais dois meses. Desde o final do ano passado que o Governo não mexe nesta taxa devido ao aumento “extraordinário dos preços dos combustíveis” e de forma a não agravar ainda mais os custos energéticos para as famílias.

De acordo com as Finanças, considerando todas as medidas, a diminuição da carga fiscal será de 28,2 cêntimos por litro de gasóleo e 32,1 cêntimos por litro de gasolina. Este desconto será reavaliado em agosto.

Transportes de passageiros, mercadorias e setor agrícola com novos apoios

Além da renovação dos apoios transversais, o Governo aprovou novas medidas direcionadas para os setores mais afetados pela subida dos preços dos combustíveis:

  • Para o setor dos transportes de passageiros foram aprovados apoios financeiros para os autocarros e táxis, em moldes semelhantes aos concedidos em novembro de 2021 e março de 2022.
  • Para ambos os setores (mercadorias e passageiros) mantém-se a prorrogação por cinco anos da majoração de 120% no IRC dos custos com combustíveis (para os que não beneficiam do gasóleo profissional), e a flexibilização do pagamento das obrigações fiscais (IVA e retenções na fonte de IRS e IRC).
  • Para o setor agrícola é aumentado o desconto do ISP, que passa de 3,4 cêntimos por litro de gasóleo agrícola, para 6 cêntimos por litro, também por um período de dois meses.

(Notícia atualizada às 07h35)

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5 coisas que vão marcar o dia

Eurostat divulga estimativa rápida com inflação da Zona Euro em junho. Termina a segunda conferência dos oceanos com a participação do Presidente da República. Gás sobe e luz desce no regulado.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta sexta-feira dados referentes aos Índices de Preços na Produção Industrial e à despesa na saúde. O dia também vai ficar marcado pela entrada em vigor do aumento de 3,3% do gás natural no mercado regulado, e descida em paralelo de 2,6% da eletricidade nesse mercado.

Gás natural sobe e luz desce no regulado

Entram hoje em vigor as novas tarifas de gás natural e eletricidade no mercado regulado. Em causa está um aumento de 3,3% no preço do gás natural, prevendo-se outro aumento em outubro, segundo a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Em paralelo, o preço da eletricidade desce 2,6%, afetando cerca de 921 mil clientes, que representam 6% do consumo total, assim como os clientes no mercado livre que tenham optado pela tarifa equiparada.

Inflação acelera na Zona Euro?

Também é hoje que o Eurostat publica a estimativa rápida da inflação na Zona Euro referente a junho. O indicador ganhou relevância este ano quando a invasão da Ucrânia pela Rússia agravou alguns dos problemas que tinham sido provocados pela Covid-19, como o estrangulamento das cadeias de abastecimento e a subida dos preços da energia. Na quinta-feira, o INE estimou que a taxa harmonizada em Portugal, a que é usada nas comparações europeias, acelerou para 9%. Os investidores vão estudar atentamente a trajetória do aumento dos preços na região.

INE faz contas à Saúde

O INE lança ainda um conjunto de dados referentes às Contas Satélite da Saúde. Os últimos dados disponíveis sobre a despesa na área da saúde, referentes ao ano de 2020, apontam para um crescimento de 0,4% da despesa total (no público e privado), tendo atingido 10,1% do PIB, o valor mais elevado desde 2009.

Termina a Conferência dos Oceanos

A segunda conferência mundial sobre os oceanos, da Organização das Nações Unidas (ONU), que decorreu ao longo da semana em Lisboa, termina esta sexta-feira. A sessão de encerramento irá ficar a cargo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Como vai a dívida pública?

No Ministério das Finanças, o mantra tem sido o da redução da dívida pública, perante o cenário de aumento das taxas de juro que se avizinha. Esta sexta-feira, o BdP vai atualizar, precisamente, as estatísticas da dívida pública, sendo que em abril deste ano registou-se um aumento de três mil milhões de euros, para 279 mil milhões de euros.

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Inflação que serve de referência para o aumento das rendas em janeiro já vai nos 4%

A atualização automática das rendas é feita com base na inflação registada em agosto. O indicador utilizado no cálculo tem vindo a acelerar e, em junho, está nos 4,1%.

A inflação tem vindo a acelerar e vai ter impacto em vários aspetos da economia, nomeadamente naqueles que utilizam este indicador para a atualização anual. É o caso das rendas, cuja atualização acontece de forma automática com base na inflação registada em agosto. Segundo as estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE) para junho, o indicador utilizado para esta atualização já atingiu 4,1%. Faltam ainda dois meses para se chegar ao valor que vai contar para a fórmula, mas os montantes já estão elevados.

A atualização automática das rendas é feita com base na inflação média dos últimos 12 meses registada em agosto, excluindo a componente da habitação. É com base nesse valor que o INE apura o coeficiente de atualização das rendas, que é depois publicado no Diário da República até 30 de outubro de cada ano.

Nos últimos dados publicados pelo INE, a inflação média sem habitação fixou-se nos 4,13% em junho, uma subida face aos 3,41% registados no mês anterior. O indicador está, assim, a acelerar, sendo ainda incerto qual será a evolução nos próximos dois meses, até se chegar ao valor de agosto.

Certo é que a inflação não tem dado sinais de abrandar e o Governo já se mostra preocupado com aumento automático das rendas por causa da inflação. “O Governo acompanha a preocupação que tem sido manifestada pelas várias associações”, disse ao ECO fonte oficial do gabinete do Ministério das Infraestruturas e Habitação, na semana passada.

Nessa altura, questionado sobre a possibilidade de o Executivo criar uma norma travão, ou algum tipo de medida que impeça que a atualização das rendas no próximo ano dê um salto brutal, a resposta do Ministério das Infraestruturas e Habitação foi: “Neste momento, o assunto ainda está em análise.”

O INE deverá divulgar uma estimativa rápida dos valores da inflação que servem para esta fórmula no final de agosto, confirmando os valores em meados de setembro.

Depois de o valor das rendas ter ficado congelado em 2021, a variação média dos preços (Índice de Preços do Consumidor) nos últimos 12 meses excluindo a habitação ditou que as rendas iriam subir 0,43% em 2022. Apesar disso, importa salientar que o senhorio não é obrigado a atualizar a renda de acordo com a inflação.

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Lisboa é a terceira melhor cidade do mundo para viver. Apenas Copenhaga e Zurique têm mais estrelas

A capital portuguesa, que não é estreante neste ranking da revista Monocle, subiu quatro posições. Os baixos níveis de poluição e o espírito empresarial pesaram na classificação lisboeta.

Lisboa é a terceira cidade do mundo mais vanguardista, segura, sustentável e inspiradora onde se pode viver tudo em 2022. A capital portuguesa, que não é estreante neste ranking da revista Monocle, subiu, este ano, quatro posições na tabela que avalia a qualidade de vida de 25 cidades a nível mundial. Os baixos níveis de poluição são um fator chave para a atratividade lisboeta. Copenhaga (Dinamarca) e Zurique (Suíça) são as cidades que ocupam o primeiro e segundo lugares do pódio, respetivamente, revela o inquérito à qualidade de vida elaborado da Monocle, já vai na sua 15.ª edição.

“A cidade de Lisboa planeia reduzir as suas emissões de carbono em 60% até 2030 e um terço do orçamento da Câmara Municipal tem sido dedicado a tornar esta retórica sublime numa realidade”, destaca a equipa da Monocle.

Além disso, também é salientado o espírito empresarial da cidade. “Tem sido um bom ano para as empresas. À medida que os números do turismo se aproximam dos níveis pré-pandémicos, as despesas aumentaram e ajudaram as muitas lojas e restaurantes independentes da cidade.”

Por outro lado, há uma ‘pedra no sapato’ de Lisboa que também merece destaque. O risco de uma crise habitacional poderá influenciar negativamente a qualidade de vida e atratividade da cidade, alerta a Monocle.

“Apesar da boa aparência, brilho e encanto de Lisboa, existem desafios e a habitação é o mais premente. Uma nova lei a limitar que tipos de edifícios podem ser alugados como arrendamentos de curto prazo irá ajudar os residentes, ao mesmo tempo que há também um programa para fazer uso das estimadas 48.000 casas que estão agora vazias”, refere a equipa da publicação.

Apesar da boa aparência, brilho e encanto de Lisboa, existem desafios e a habitação é o mais premente.

Copenhaga lidera na qualidade de vida

Este é já o segundo ano consecutivo em que a capital da Dinamarca ocupa o primeiro lugar deste ranking. Para a revista, a cidade continua a ser a melhor do mundo para se viver, sobretudo por “procurar sempre formas de tornar a vida melhor, mais fácil e mais gratificante para os seus moradores”.

“Copenhaga tem colocado consistentemente peões, bicicletas e pessoas no centro da cidade e tem compensado. A cidade limpou o porto para a natação e os benefícios e provisões para os cidadãos são generosos. Copenhaga tem mantido vivo o comércio e os restaurantes independentes. É, também, um local entusiasmante para os empresários, tem museus líderes mundiais e planos ambiciosos para tornar a cidade mais verde, reciclar mais e ser um bom local para se viver”, justifica o editor Josh Fehnert.

“Pode não ser tão glamorosa como outras cidades, mas o caminho para chegar ao topo é o pensamento consistente e centrado no ser humano, o planeamento conjunto e a criação de espaços para que os bairros prosperem”, acrescenta.

As cidades nórdicas têm sido, desde a primeira edição do inquérito à qualidade de vida da Monocle, muito bem pontuadas. A par de Copenhaga, Helsínquia (Finlândia), Estocolmo (Suécia) e Oslo (Noruega) figuram consistentemente no ranking. Este ano, Helsínquia e Estocolmo mantiveram-se no top 5, embora tenham sido empurradas para baixo devido à entrada de Lisboa.

Helsínquia ocupa, agora, a 4.ª posição e Estocolmo a 5.ª. posição. Já Oslo está mais distante dos países vizinhos, figurando no 23.ª lugar da tabela.

Os editores da Monocle sugerem que as capitais nórdicas são quase sempre tão consistentes graças à sua pequena dimensão e tranquilidade, por estarem muito centradas no peão e por serem ambientalmente ambiciosas e exigentes na manutenção da relação com a natureza. Isto sem negligenciarem o seu caráter distintivo, a socialização e o encanto.

Milão estreia-se no ranking

O ranking de 2022 viu apenas uma nova entrada no top 25. A cidade de Milão figura no 21.º lugar da tabela, impulsionada por uma “Semana de Design bem sucedida” e um “ambicioso programa de desenvolvimento de infraestruturas públicas antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026”.

Os impactos da pandemia e os sucessivos confinamentos penalizaram, sobretudo, as pontuações de Tóquio (Japão), que surge em 6.º lugar, tendo caído uma posição comparativamente com o ano passado; Brisbane (Austrália), que passa para o último lugar do ranking, descendo seis patamares; e, também, Auckland (Nova Zelândia), que figura na 16.ª posição e, em 2021, ocupava o 8.º lugar.

Veja aqui o ranking completo:

Fonte: Monocle

Compilado pelos editores e colaboradores internacionais da revista, o ranking da Monocle baseia-se numa multiplicidade de fatores que abrangem dados objetivos, tais como taxas de criminalidade, tempos de resposta das ambulâncias, números de emprego e desigualdade de rendimentos, bem como experiência direta da equipa global de correspondentes da revista no terreno e planos para futuras melhorias infraestruturais. A classificação detalhada consta da Monocle 155, agora nas bancas.

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Preço regulado do gás natural sobe e eletricidade desce a partir de hoje

A partir de hoje vão haver alterações nas tarifas do gás e da eletricidade para os consumidores do mercado regulado. Enquanto o gás sobe 3,3%, a eletricidade vai baixar 2,6%. Saiba como poupar.

A partir desta sexta-feira, 1 de julho, as tarifas do gás natural e da eletricidade no mercado regulado vão mudar. Enquanto o gás sobe 3,3%, o preço da eletricidade vai descer 2,6%.

No que toca à eletricidade, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) explica que esta descida aplica-se aos consumidores que permaneçam no mercado regulado (de momento 921 mil clientes, que representam 6% do consumo total) ou que, estando no mercado livre, tenham optado por tarifa equiparada. Assim, face ao preço médio de 2021, os consumidores vão observar em 2022, já contando com esta última alteração, um acréscimo de 1,1% no preço de venda final.

No gás, a ERSE informa que esta subida “decorre da monitorização do custo médio de energia no mercado regulado”, sublinhando que esta decisão afeta os clientes finais que ainda são fornecidos em mercado regulado. Porém, além deste aumento, o regulador confirma ainda um segundo aumento no gás, de 8,2%, a partir de 1 de outubro e até setembro de 2023, em relação ao período homólogo, em linha com a estimativa que já tinha sido avançada em março. Assim, face às atualizações ao longo do ano, a ERSE estima que os consumidores no mercado regulado observem, em outubro de 2022, um aumento médio de 3,9% face ao mês anterior.

O impacto na fatura

Feitas as contas para os novos preços do gás, em julho, um casal sem filhos deverá receber uma fatura de 12,73 euros, mais 33 cêntimos que em junho, e um casal com dois filhos recebe uma fatura de 24,11 euros, mais 70 cêntimos que no mês anterior. E em outubro, no primeiro caso, somam-se 48 cêntimos em comparação com setembro e, no caso do casal com dois filhos, a fatura fica mais cara em 87 cêntimos que a de setembro.

Já no preço da eletricidade, um casal sem filhos, com uma potência contratada de 3,45 kilovoltampere (kVA) e um consumo de 1.900 quilowatt por ano (kWh/ano), deverá receber uma fatura de 37,36 euros, menos 1 euro quando comparado com o mês anterior. Já um casal com dois filhos, com uma potência contratada de 6,9 kVA e consumo 5000 kWh/ano, registará uma fatura de 92,72 euros menos 2,48 euros comparativamente ao mês anterior.

Face à subida nos custos com energia e à pressão que a inflação tem feito no bolso das famílias, a ERSE reuniu um conjunto de dicas e conselhos, visando ajudar as famílias a poupar na conta do gás e, também, da eletricidade, ainda que a tarifa diminua a partir de hoje.

Gás

  • Não pendure objetos nas mangueiras ou nos tubos do gás e evite deixar equipamentos a gás ligados sem vigilância.
  • Se cheirar a gás ou detetar uma fuga, feche rapidamente o redutor e as torneiras do aparelho a gás. Abra portas e janelas para o ar ventilar.
  • Quando estiver a cozinhar, desligue o fogão e o forno minutos antes de acabar. O calor acumulado permite terminar a tarefa. Desligue, também, o esquentador quando não precisar de água quente.
  • Quando for comprar uma botija de gás de uma marca diferente, saiba que os redutores variam de fornecedor para fornecedor. Pode precisar de comprar um novo.
  • Quando for tomar banho, baixe a temperatura da água do esquentador. Com a chegada do verão, as poupanças poderão ser significativas.

Eletricidade

  • Verifique se a iluminação em cada divisão da casa está sobredimensionada. Se necessário, desligue algumas lâmpadas ou opte por umas mais economizadoras.
  • Os aparelhos em standby, nomeadamente as televisões ou computadores continuam a gastar eletricidade. Desligue-os completamente quando não estiver a utilizar. Ou, se preferir, opte pelas tomadas inteligentes, que desligam automaticamente vários equipamentos em vez de os deixar em modo stand-by. A ERSE estima uma poupança de 60 euros por ano.
  • Ajuste a potência contratada ao número de aparelhos que liga ao mesmo tempo.
  • A leitura do contador comunicada por si tem o mesmo valor que a realizada pela empresa. Evite estimativas.
  • Se a fatura abranger um período maior que o habitual, saiba que pode pagar em prestações e sem juros.
  • Quando for por a roupa a lavar na máquina, faça o esforço de o fazer com a carga completa e num programa de baixa temperatura. Quanto à altura mais ideal, a ERSE recomenda que o faça durante o período da noite, sugerindo o mesmo aquando da lavagem da louça à máquina, caso tenha tarifa bi-horária. Segundo os cálculos do regulador, as poupanças podem ser de 20 e 30 euros por ano, respetivamente.
  • Na altura de secar, se a meteorologia assim o permitir, opte por secar a roupa ao ar livre
  • Quanto ao frigorífico, evite deixar a porta aberta ou guardar alimentos quentes para que o processo de refrigeração não consuma energia em excesso.

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Sistema de alertas do Fisco permitiu recuperar 600 milhões em impostos em 2021

As regularizações fiscais foram referentes a rendimentos no estrangeiro, atividades no setor imobiliário, no regime dos Residentes Não Habituais e omissões de rendimentos da categoria A.

Os alertas implementados pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) permitiram recuperar mais de 600 milhões de euros em impostos em 2021, em regularizações que se prendem com rendimentos no estrangeiro, atividades no setor imobiliário e no regime dos Residentes Não Habituais, revela um relatório das Finanças.

No documento, é destacado o incentivo à cobrança fiscal voluntária, com a nota da “eficácia da implementação dos alertas, que se traduzem quer em respostas padronizadas da AT dirigidas aos contribuintes identificados pela matriz, quer à deteção (precoce) de divergências, os quais se traduziram, em 2021, em regularizações num montante superior a 600 milhões de euros”.

Estas regularizações são “referentes fundamentalmente a rendimentos no estrangeiro, atividades no setor imobiliário, no regime dos Residentes Não Habituais e em omissões de rendimentos da categoria A“, lê-se no Relatório sobre o Combate à Fraude e Evasão Fiscais e Aduaneiras 2021, entregue pelo Ministério das Finanças esta quarta-feira na Assembleia da República.

Além destas regularizações, que representam receita efetivamente recuperada, acresce ainda o “valor das correções decorrentes do processo inspetivo (1.326 milhões de euros), as quais não significam, necessariamente, recuperação de receita”. Quase metade deste valor (46,7%), ou seja, cerca de 620 milhões de euros, diz respeito a correções realizadas pela Unidade de Grandes Contribuintes (UGC).

O valor das correções é inferior em 17% àquelas registadas em 2020, apesar de serem superiores ao objetivo fixado para 2021. Tal resulta das ações de inspeção, que recuaram cerca de 6,9% em relação ao ano anterior. O relatório ressalva ainda assim que continua “o caminho de aposta gradual e progressiva nas ações preventivas, que passam a representar 67% do total das ações inspetivas”, destacando também que “a diminuição do número de ações inspetivas não pode – nem deve, pois, ser lido como um qualquer afrouxamento da atividade de combate à fraude e à evasão fiscal”.

“A atuação das administrações fiscais neste domínio centra-se hoje, muito mais, num planeamento centralizado assente na construção de matrizes de risco que permite atuar a montante, utilizando as diferentes fontes de informação que estão à sua disposição”, defendem.

A receita fiscal líquida cresceu 5,4% em 2021, algo que as Finanças atribuem à “cobrança fiscal voluntária (que cresceu 5%) e à cobrança coerciva fiscal (que aumentou 0,8%), tendo a instauração de dívida fiscal aumentado 7,3%”.

O relatório revela ainda algumas críticas e recomendações que resultam de auditorias realizadas pela IGF no domínio do combate à fraude e evasão fiscais, em 2021. Notam que a AT “não dispõe de uma estratégia de análise de risco, nem utiliza metodologias de controlo especificamente direcionadas aos grupos económicos, centrando a sua atuação no controlo dos designados ‘grupos fiscais’ (empresas integradas no Regime Especial de Tributação dos Grupos de Sociedades − RETGS), e não no controlo de todas as empresas que integram o grupo económico e das respetivas operações intragrupo”.

Além disso, “o controlo tributário das operações relativas a grupos económicos apresenta insuficiências ao nível dos sistemas de informação (v.g. quanto à composição dos grupos económicos), da partilha de conhecimentos e da informação constante nos modelos declarativos”, alertam as auditorias da IGF.

Recomendam, por isso, a promoção de “uma estratégia orientada para o controlo tributário das empresas integradas em grupos económicos, incluindo a definição de procedimentos de análise e de gestão do risco para a respetiva seleção, inspeção e acompanhamento”, bem como “realizar controlos às empresas de dois grupos económicos na sequência dos riscos identificados nos financiamentos intragrupo, promovendo as eventuais correções que sejam devidas”.

São ainda identificadas algumas falhas na ação de controlo sobre a atribuição e gestão do número de identificação fiscal (NIF), pelo que foi proposto ao Governo a ponderação de alteração legislativa que estabeleça que a função de representante fiscal e de gestor de bens ou direitos só possa ser exercida por contribuintes com situação tributária e contributiva regularizada. Entretanto, foi já determinado que a nomeação de representante fiscal deixa de ser obrigatória para quem não tem obrigações fiscais em Portugal.

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Grandes contribuintes pagaram 18 mil milhões de impostos em 2021

A receita fiscal das empresas acompanhadas pela Unidade dos Grandes Contribuintes foi de 18 mil milhões, o que se traduz em 40% do total da execução orçamental.

As empresas consideradas grandes contribuintes em Portugal, seguidas por uma unidade especial do Fisco, pagaram 18 mil milhões de euros em impostos em 2021, revela o Relatório sobre o Combate à Fraude e Evasão Fiscais e Aduaneiras 2021, entregue pelo Ministério das Finanças esta quarta-feira na Assembleia da República.

“A receita fiscal (não incluindo os impostos municipais) das pessoas coletivas acompanhados pela UGC foi, no ano de 2021, de cerca de 18 mil milhões de euros, representando aproximadamente 40% do total da execução orçamental“, lê-se no relatório.

O montante total será ainda mais elevado já que este valor contempla apenas as pessoas coletivas, isto é, empresas, sociedades e outras entidades, ficando ainda a sobrar as pessoas singulares. Segundo o relatório, são no total 3.321 contribuintes coletivos e 1.602 contribuintes singulares, perfazendo 4.923 grandes contribuintes seguidos pela Unidade dos Grandes Contribuintes (UGC).

Esta unidade acompanha as entidades que celebrem e mantenham em vigor acordos prévios sobre preços de transferência, às entidades, residentes ou com estabelecimento estável, em território português, que integrem um grupo multinacional sujeito à apresentação de uma declaração de informação financeira e fiscal por país ou por jurisdição fiscal (CbCR) e ainda às entidades não residentes sem estabelecimento estável que exercem atividade económica no território nacional sujeita a supervisão do Banco de Portugal (BdP).

Além destas entidades, a UGC continua a acompanhar a situação tributária dos bancos, das entidades com um valor global de impostos pagos superior a 20 milhões de euros por ano e dos organismos de investimento coletivo sob a supervisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM).

Já no caso dos contribuintes individuais, são abrangidas as pessoas singulares que tenham rendimentos superiores a 750 mil euros por ano ou um património superior a 5 milhões de euros (direta ou indiretamente, em bens e direitos). A UGC “acompanha também as pessoas singulares com manifestações de fortuna congruentes com esses rendimentos e património, e as pessoas singulares (ou coletivas) que, mesmo não cumprindo aqueles critérios, possam ser consideradas relevantes por terem uma relação jurídica ou económica com outros grandes contribuintes”, explicam.

Em junho deste ano, o Fisco já atualizou a lista dos grandes contribuintes que segue. Contempla os vários bancos a operar em Portugal, sendo supervisionados pelo BdP, mas também empresas que cumprem outros requisitos: há nomes como as cotadas do índice de referência da bolsa nacional (EDP, Galp, Navigator, entre outros), bem como multinacionais a operar em Portugal, como a Nestlé e a Bosch, e marcas automóveis como a Nissan e a Citröen.

Acompanham-se também sociedades como a Águas de Portugal, a Efanor, o grupo Salvador Caetano, a Sonae e a Teixeira Duarte, ou contribuintes como a Altice, a Bial, a DST, a Efacec e a TAP.

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TAP e Belém já separaram Costa e Pedro Nuno no passado

Não é a primeira vez que o primeiro-ministro e um dos potenciais sucessores no PS mostram divergências em público. Recorde os casos ocorridos nos últimos dois anos e meio.

O pedido para anular o despacho sobre o futuro dos aeroportos na região de Lisboa é o mais recente desentendimento entre o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.

Ministro desde fevereiro de 2019, um dos potenciais candidatos a futuro líder do PS já mostrou várias divergências com o atual secretário-geral do partido a nível político e na gestão de empresas. Recordamos alguns dos episódios.

Plano de reestruturação da TAP

Dezembro de 2020. Pedro Nuno Santos queria que o plano de reestruturação da TAP fosse votado no Parlamento antes de ser entregue em Bruxelas. Na altura, o ministro achava que um governo sem maioria parlamentar não tinha legitimidade política para avançar com este plano. Se o Parlamento chumbasse, a companhia fechava, argumentava o ministro.

Mas a proposta foi rejeitada em duas frentes, pela então líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, e pelo próprio primeiro-ministro, António Costa.

“É um plano de reestruturação cuja competência é do Governo. Não há nenhuma necessidade de um plano de reestruturação de uma empresa estratégica como a TAP ser votado na Assembleia da República”, afirmou na altura Ana Catarina Mendes.

O assunto foi arrumado dias depois por António Costa: “Quem governa em Portugal é o Governo, e isso significa governar nas áreas boas e nas áreas más, significa governar quando se tomam medidas populares e governar quando se tomam medidas impopulares. Faz parte da ação governativa e não vale a pena o Governo ter a ilusão que pode transferir para outro órgão de soberania aquilo que só a ele lhe compete fazer. Seria, aliás, um erro que assim fosse.”

Pedro Nuno Santos reconheceu a derrota, em declarações ao Expresso: “Queria que fosse votado no Parlamento, mas não consegui. É pena.”

Novo chairman da TAP

Junho de 2021. O ministro com a tutela da TAP queria que Miguel Frasquilho continuasse na presidência do conselho de administração (chairman) da companhia aérea portuguesa. No final, foi escolhido o nome de Manuel Beja, ex-Novabase.

A substituição de Miguel Frasquilho foi uma surpresa, escreveu na altura o ECO. O primeiro-ministro, que teve a última palavra, terá decidido impor uma mudança da totalidade do conselho de administração e isso acabou por ditar o afastamento de Frasquilho.

Costa com Marcelo e Pedro Nuno com Ana Gomes

Maio de 2020: Mesmo sem o PS apoiar oficialmente um candidato, o primeiro-ministro mostrou-se favorável à continuidade de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República, depois da segunda visita conjunta à Autoeuropa.

Costa começou por falar numa “nova tradição, que na Autoeuropa o Presidente e o Primeiro-Ministro vêm em conjunto. Foi assim em 2016, no primeiro ano de mandato do Presidente da República, e agora também no último ano do atual mandato. Há pouco foi-nos lançado o desafio que da próxima vez deveríamos aproveitar para partilhar com os colaboradores da Autoeuropa uma refeição no refeitório. Como não há duas sem três, cá devemos voltar outra vez.” E assim estava declarado o apoio de António Costa à recandidatura de Marcelo, que acabou por confirmar-se.

Meses depois, em novembro, Pedro Nuno Santos declarava apoio a Ana Gomes e ainda culpou Marcelo Rebelo de Sousa pela instabilidade então vivida na geringonça, que permitia a Bloco de Esquerda, PCP e Os Verdes de apoiarem o PS.

Em troca, Ana Gomes comprometeu-se em encorajar Pedro Nuno Santos a avançar para a liderança do PS depois do consulado de António Costa.

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As soluções para o novo aeroporto, quanto custam e quem paga a fatura?

O debate sobre o reforço da oferta aeroportuária na grande Lisboa tem décadas, vários estudos e contas com muitos zeros. A fatura vai sobretudo para os passageiros, mas pode chegar aos contribuintes.

Numa novela com décadas que já conheceu vários volte-faces, o drama político dos últimos dias não fugiu ao guião. Mesmo tendo sido revogado o plano de Pedro Nuno Santos para o reforço da capacidade aeroportuária para a região de Lisboa, o ministro continua e mantém-se a necessidade urgente de uma solução para o congestionamento no aeroporto Humberto Delgado.

A discussão dura desde os anos 60 e atravessou incontáveis ministros das Obras Públicas. No ministério das Infraestruturas já foram avaliadas mais de duas dúzias de localizações. Rio Frio, Ota, Alverca, Montijo e Alcochete são alguns dos exemplos. Nos últimos anos, ganhou força a solução que passava pela expansão da Portela e a construção de um aeroporto complementar onde hoje é a Base Área n.º 6 no Montijo.

A opção caiu devido à oposição dos municípios da Moita e do Seixal, que aproveitaram a prerrogativa que a legislação lhes dava, enquanto conselhos afetados, para “matar” o projeto. A lei tinha de ser alterada no Parlamento e para isso o Governo necessitava do PSD, que exigiu uma Avaliação Ambiental Estratégia que estudasse várias opções. Processo que Pedro Nuno Santos interrompeu na quarta-feira, com o anúncio da construção de não um mas dois novos aeroportos: Montijo e Alcochete. A revogação pelo primeiro-ministro e a insistência no consenso com o PSD volta a deixar o processo em aberto.

Afinal quais as soluções que estão em cima da mesa, qual a sua viabilidade, quanto custam e quem paga?

Expansão da Portela e construção do aeroporto no Montijo

A opção Montijo foi avançada ainda pelo Governo de Pedro Passos Coelho e reaproveitada por António Costa. Nos últimos meses de Pedro Marques como ministro do Planeamento e Infraestruturas, o Executivo chegou a acordo com a ANA (pertencente à Vinci Airports) para uma solução que contemplava o aumento da capacidade no aeroporto de Lisboa e a construção de uma infraestrutura complementar no Montijo, destinado sobretudo às companhias low cost, que teria capacidade para chegar a 25 milhões de passageiros por ano.

O contrato assinado a 9 de janeiro com a concessionária dos aeroportos previa um investimento de 1,15 milhões, distribuídos em 650 milhões de euros para a primeira fase da extensão do atual aeroporto de Lisboa, que se estenderia até Figo Maduro, a que acresciam 156 milhões para compensar a Força Área e melhorar os acessos ao Humberto Delgado e ao futuro aeroporto no Montijo. Para este último, o investimento previsto era de 500 milhões de euros.

Para reforçar os transportes para o aeroporto estava prevista uma nova ligação fluvial para o Cais do Sodré, com a ANA a pagar dois barcos à Transtejo. Todo o investimento seria, de resto, suportado pela ANA. Como? Através de um novo modelo de fixação das taxas aeroportuárias, que passariam a aumentar em função do investimento feito pela concessionárias. Estas são cobradas às companhias áreas, que por sua vez as refletem no preço dos bilhetes. Ou seja, a construção das infraestruturas seria paga pelos passageiros e não pelos contribuintes. Na altura, a intenção era ter o Montijo operacional em 2022.

Montijo como aeroporto principal e Humberto Delgado como secundário

A solução avançada em 2019 caiu por terra em março de 2021 quando a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) chumbou a construção do novo aeroporto para a região da grande Lisboa na Base Aérea n.º 6 do Montijo. A razão? O Decreto-Lei n.º 55/2010 dá aos conselhos afetados o poder de vetar a construção. Foi o que fez a Moita e o Seixal, não deixando alternativa ao regulador.

O futuro aeroporto do Montijo.ANA - Aeroportos de Portugal

A alteração legislativa obrigava ao voto favorável do PSD. Estava-se ainda em plena pandemia e os sociais-democratas fizeram depender a sua anuência à alteração legislativa de uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), um estudo que avalia várias dimensões, como a financeira, a económica, a social, a operacional e a ambiental. Seriam estudas três opções. Uma delas equivalente há que tinha sido preconizada em 2019, com o aeroporto Humberto Delgado como principal e o Montijo como secundário. Outra invertia os termos e assumia o aeroporto do Montijo como principal.

Não são conhecidos os custos desta opção, mas a probabilidade de um chumbo ambiental é considerada elevada pelo Governo. A Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável para o aeroporto do Montijo foi feita para o cenário anterior, com uma pista de 2,4 quilómetros. E mesmo esta obrigava a ANA a cerca de 160 medidas de mitigação dos efeitos sobre a avifauna, para a redução do ruído e a melhoria da mobilidade, num total de 48 milhões de euros. Fazer do Montijo o aeroporto principal, com duas pistas de 3 quilómetros (que permitem a aterragem de aviões maiores), é considerado inviável pelo ministério.

Alcochete como novo aeroporto principal

A terceira opção a ser estudada pela AAE era a construção de um aeroporto de raiz no Campo de Tiro em Alcochete, que substituiria o Humberto Delgado. O Laboratório Nacional de Engenharia Civil foi incumbido de fazer um estudo comparativo entre a OTA e Alcochete, em 2007, pelo então ministro das Obras Públicas, Mário Lino. Divulgado em 2008, o relatório pronunciou-se a favor de Alcochete.

Além de um menor impacto nos aquíferos (mas maior na biodiversidade), o LNEC considerou que o Campo de Tiro oferecia uma maior possibilidade de expansão da infraestrutura e a acomodação de uma “cidade aeroportuária”. Este último permitia ainda uma “otimização das condições económico-financeiras de desenvolvimento do projeto”. O custo estimado da obra para a obra foi de cerca de cinco mil milhões de euros. Em março de 2021, o presidente da ANA, José Luís Arnault, apresentou contas um pouco diferentes. Segundo números que avançou ao Correio da Manhã, o investimento total seria de 7,6 mil milhões, dos quais cinco mil milhões em acessibilidades e que sairiam do Orçamento do Estado.

Ao contrário do Montijo, Alcochete exige um avultado investimento em infraestruturas rodoviárias, com ligação à A12 e A13, e ferroviárias. Implica também a construção de uma terceira travessia sobre o Tejo, que vai ligar Chelas ao Barreiro, embora esta já esteja prevista no Plano Rodoviário Nacional, permitindo tirar meia hora à ligação para Madrid e Faro. Segundo o Ministério das Infraestruturas, a terceira travessia poderá ser paga com as receitas das pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, cuja concessão à Lusoponte termina em 2027.

A Avaliação de Impacto Ambiental realizada em 2019 pela Agência Portuguesa do Ambiente, estimava que o processo de preparação e implementação da solução Alcochete “prolongar-se-ia por mais de 10 anos”.

Montijo a médio prazo e só Alcochete a longo prazo

O ministro Pedro Nuno Santos anunciou na quinta-feira um novo plano que, no seu entender, resolve o problema de médio e longo prazo no reforço da capacidade aeroportuária da região de Lisboa: avançar rapidamente para o Montijo, que estaria pronto em 2026, e preparar a construção de uma infraestrutura de raiz no Campo de Tiro de Alcochete, cuja operação arrancaria em 2035.

Porquê estas datas? Segundo as contas do Governo, o Montijo permitiria acomodar até 2035 o aumento previsto para o número de passageiros, acolhendo, em conjunto com o Humberto Delgado, entre 50 e 55 milhões de passageiros. A partir daí, o aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, com duas pistas, permitira acomodar sozinho 60 milhões de passageiros, existindo a possibilidade de ser ampliado até quatro pistas. Nos planos de Pedro Nuno Santos, quer o Humberto Delgado quer a pista no Montijo seriam desativados.

Quanto custa e quem paga? Tendo por referência os valores estimados no passado, o Montijo custaria à volta de 500 milhões e Alcochete entre 5 e 7,6 mil milhões. Estes valores estão, naturalmente, desatualizados. Mais ainda porque nos últimos meses se assistiu a uma inflação muito significativa no custo dos manterias de construção, devido à guerra na Ucrânia e aos constrangimentos nas cadeias logísticas, e a mão-de-obra é também mais cara.

Segundo o Ministério das Infraestruturas, o modelo seria mantido: os aeroportos (não as grandes obras de acessibilidades) seriam pagos com as taxas aeroportuárias, mediante renegociação do acordo de concessão com a ANA.

Se no caso do Montijo já existe uma Declaração de Impacto Ambiental Favorável (A ANA teria, ainda assim, de voltar a submeter o projeto à APA), a realizada para o aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete não é aproveitável.

Modernização do Humberto Delgado

Pedro Nuno Santos defende também a realização, a curtíssimo prazo, de obras de modernização no aeroporto Humberto Delgado. No já referido despacho, é dito que as obras “terão como único objetivo a melhoria da operacionalidade da infraestrutura, de modo a aumentar a qualidade da experiência dos passageiros, a redução dos atrasos na operação e o incremento do desempenho ambiental do aeroporto.”

Posta de parte está a possibilidade de uma expansão da capacidade do atual aeroporto da capital, “pela dificuldade que se estima em poder obter uma declaração de impacte ambiental que a viabilizasse e pelo ambiente social de rejeição cada vez mais generalizada de um possível aumento do número de movimentos por hora no Aeroporto Humberto Delgado”.

O custo indicativo das obras, a ser suportado pela ANA, estava cifrado em perto de 250 milhões de euros. Um valor que, mais uma vez, pecará por defeito tendo em conta a inflação.

E os custos de não decidir?

A já citada Avaliação Ambiental da APA, divulgada em 2019, refere que “o mero adiamento de 1 ano na entrada em serviço do Aeroporto do Montijo tem um impacto estimado de 600 milhões de euros de perda de receitas, só no setor do turismo. É também apresentado um cálculo para o impacto de optar por Alcochete, esperando 10 anos ou mais, em vez do Montijo: “5,6 a 7,9 mil milhões de euros de perda de receita”.

A opção pela Base Aérea n.º 6 em vez do Campo de Tiro era também suportada em argumentos orçamentais. “Não existem hoje condições económico-financeiras para fazer face ao avultado investimento associado à construção de um novo aeroporto de raiz, o que inviabiliza, à partida, do ponto de vista financeiro a anterior solução”.

Além disso, o maior custo iria contribuir “também para a falta de atratividade dessa solução para as companhias aéreas, já que o investimento elevado se traduz numa perda de competitividade nas taxas aeroportuárias para companhias aéreas e passageiros”.

Com a decisão do primeiro-ministro de revogar o plano de Pedro Nuno Santos, volta a estar tudo em aberto. “Acho que não devemos fechar a discussão à partida. Devemos falar, de boa-fé. Entre o conhecimento técnico que já existe, o quadro financeiro que está disponível e as obrigações contratuais que entretanto foram estabelecidas com a ANA, e aquilo que é o quadro jurídico e as limitações ambientais, definir quais sãos as soluções que vale a pena concentramos a nossa atenção de forma a tão rapidamente quanto possível podermos chegar a uma decisão”, afirmou na quinta-feira o primeiro-ministro.

“O Dr. Luís Montenegro poderá vir com uma nova ideia que nunca foi avaliada no passado”, disse mesmo António Costa.

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Nasdaq afunda 30% desde janeiro e S&P 500 fecha pior semestre desde 1970

Entre janeiro e junho, o Nasdaq perdeu quase 30% do valor, tendo sido mesmo o pior semestre do S&P 500 desde os anos 70. Período ficará para a história como um dos mais duros para os investidores.

As bolsas dos EUA fecharam a sessão desta quinta-feira em forte baixa, pondo fim a um dos piores semestres de que há memória nos mercados financeiros. Ao longo dos últimos seis meses, os investidores viveram dias tensos, intensos e de extrema volatilidade, com os índices a registarem alterações violentas na trajetória em muitas das sessões.

Para o índice de referência de Wall Street, este foi mesmo o pior semestre desde 1970, o que indicia que este foi também o pior período de sempre na carreira de alguns investidores. No acumulado, o S&P 500 afundou 20,6% desde 1 de janeiro, enquanto o industrial Dow Jones perdeu 15,3%. Mas as quebras foram ainda mais significativas nas ações de tecnologia, com o Nasdaq a levar uma razia de -29,5%, há vários meses em território de bear market.

A descida das bolsas deu-se num período marcado pelo eclodir da guerra na Europa, com a invasão da Ucrânia pela Rússia. Mas seguiu-se a um ano de 2021 em que foi difícil perder dinheiro nos mercados financeiros. A correção afetou a generalidade dos ativos financeiros, arrasando os preços das ações e das criptomoedas — e fazendo disparar os juros das obrigações.

Como pano de fundo está o cenário de inflação muito elevada, que, no caso dos EUA, começa a entranhar-se cada vez mais na economia. O fenómeno levou a Fed a cortar os estímulos e a iniciar uma subida das taxas de juro que, na última reunião, fez subir a taxa diretora em 75 pontos base. Um cenário que, na reunião anterior, tinha sido afastado pelo próprio presidente, Jerome Powell.

Nesta sessão em concreto, a negociação foi condicionada pela divulgação dos dados do consumo, colocando a descoberto uma desaceleração no crescimento da despesa das famílias, que registou o ritmo mais lento desde o início do ano. Enquanto o S&P 500 perdeu 0,86%, o Dow Jones cedeu 0,82% e o Nasdaq caiu 1,33%.

Quanto a títulos, a Apple caiu 1,8% e a Tesla recuou 1,76%. A Amazon desvalorizou mesmo 2,49% e até a fabricante de chips AMD recuou 1,95%.

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Prazo para execução do PRR não será alterado, diz Bruxelas

  • Lusa e ECO
  • 30 Junho 2022

“Não é todo o plano [de recuperação] que é posto em risco pela inflação. Se olharmos para o conteúdo do plano, por exemplo, nem todas as reformas são afetadas pela inflação”, disse Céline Gauer.

A responsável pela task force Recuperação e Resiliência da Comissão Europeia, Céline Gauer, afirmou categoricamente esta sexta-feira que o prazo de 2026 para execução do PRR não pode ser alterado.

Numa intervenção durante um painel no evento anual do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), organizado pela Estrutura de Missão Recuperar Portugal e a Comissão Europeia, no Museu dos Coches, em Lisboa, quando questionada sobre se o prazo de execução do PRR poderia ser estendido além de 2026, Céline Gauer explicou que esta data “não pode ser alterada” e que para tal seria necessária unanimidade dos Estados-membros. “2026 e não mais do que isso”, vincou.

A diretora-geral da task force Recuperação e Resiliência – SG Recover da Comissão Europeia reconheceu que alguns projetos dos planos de recuperação podem estar a ser afetados pela inflação, mas não as reformas, por isso defendeu soluções direcionadas.

Céline Gauer sublinhou que os calendários de execução dos planos de recuperação requerem “uma enorme velocidade de execução”, mas admitiu ser atualmente “mais desafiador” com os impactos da guerra na Ucrânia, nomeadamente a nível económico.

“Não é todo o plano [de recuperação] que é posto em risco pela inflação. Se olharmos para o conteúdo do plano, por exemplo, nem todas as reformas são afetadas pela inflação”, disse, enfatizando que é apenas afetado “um número limitado”.

A responsável do grupo de trabalho Recuperação e Resiliência, criado em 2020, apontou como exemplos de projetos que poderão ser mais afetados pelo aumento dos preços os programas de habitação. No entanto, explicou que a Comissão irá olhar para essas metas e marcos e “tentar encontrar soluções direcionadas e inteligentes” para entregar o máximo possível dentro do prazo os projetos previstos.

“O que é realmente importante não é repensar tudo ou parar tudo ou querer adiar tudo por causa desse desenvolvimento, mas simplesmente ter uma abordagem calma, continuar a implementação o quanto conseguirmos”, vincou.

Os compromissos do PRR têm de ser assumidos até 2023 e as respetivas despesas executadas até 2026.

O Presidente da República disse recentemente que poderia vir a ser necessário a União Europeia estender o prazo para os Estados-membros executarem os PRR, se a guerra na Ucrânia se prolongar. “Tudo o que vier a ser discutido é discutido a nível europeu, e tem de haver um acordo. Eu penso que a guerra está a criar uma situação tão diferente que há coisas que vão ter de ir mudando e estão a mudar”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no início de junho.

O primeiro-ministro, António Costa, revelou, em 24 de junho, que a Comissão Europeia respondeu favoravelmente à solicitação de Portugal e outros Estados-membros para que os programas de investimentos dos PRR possam ser reprogramados, face aos preços “anormalmente elevados”.

Numa conferência de imprensa no final de um Conselho Europeu, em Bruxelas, António Costa disse acreditar que não existe neste momento uma necessidade de aumentar os recursos financeiros da União, atendendo às medidas já adotadas, designadamente a ‘bazuca’ anticrise (o «NextGenerationEU»), apontando então que vários países, entre os quais Portugal, defenderam foi a possibilidade de reprogramar “o calendário, não das reformas, mas dos investimentos” dos seus planos nacionais.

Fernando Alfaiate defende ajustamento dos planos

O presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, Fernando Alfaiate, também defendeu um ajustamento dos planos de recuperação e resiliência ao contexto atual, de forma a criar condições que permitam a sua execução.

“Há ajustamentos que têm de ser feitos”, disse Fernando Alfaiate. “A Europa e o mundo mudou” desde a adoção do regulamento europeu que estabelece o Mecanismo de Recuperação e Resiliência. “Estamos perante o maior desafio dos últimos anos e assim sendo, para que o PRR possa ter os impactos económicos e sociais previstos é imprescindível criar condições que permitam a sua execução”, defendeu.

Fernando Alfaiate sublinhou que “importantes alterações estão em curso”, pelo que diz esperar que estas “viabilizem as execuções dos investimentos estratégicos em conformidade com as condições de contexto atual”.

“A União Europeia tem estado ativa e presente na criação de mecanismos extraordinários, atendendo eficazmente aos problemas […], por isso estamos em crer que nesta senda se conseguirá incluir dentro do mesmo princípio para ajustarmos o plano ao contexto atual”, afirmou. Sublinhou ainda que estes são constrangimentos sentidos pelos vários Estados-membros, pelo que “a solução deverá passar por uma resposta conjunta”.

O responsável da Missão indicou ainda que durante o próximo trimestre serão submetidos mais 20 marcos e metas do PRR português, através do segundo pedido de reembolso para Portugal, o que eleva para 58% marcos e metas comprovados, o correspondente “a 17% daquilo que é a totalidade para o PRR”.

“Nesta data mais de 160 avisos de abertura de concurso foram lançados, o que corresponde a mais de 50% da dotação do PRR. As aprovações do PRR correspondem a mais de 32% da dotação total. Cerca de 720 milhões de euros da dotação foi paga a beneficiários diretos e a beneficiários finais”, acrescentou.

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