Ubiwhere “é idónea” no leilão do 5G. Recusa suspeitas da Meo

A Ubiwhere recusa que esteja "em posição" de violar o contrato com a Anacom para desenvolver a plataforma do leilão do 5G. Acusa a Meo de "utilizar o nome da empresa para atacar o processo de leilão".

A Ubiwhere “rejeita que esteja em posição de violar o contrato celebrado com a Anacom” para desenvolver a plataforma eletrónica onde decorrerá o leilão do 5G. Numa reação à queixa enviada pela Altice Portugal ao Governo e ao regulador, em que a operadora suspeita da “isenção” da empresa sedeada em Aveiro, a tecnológica recorda que tem “parcerias” com várias empresas de telecomunicações, incluindo com a própria dona da Meo.

“No seguimento de notícias vindas a público que questionam a credibilidade da empresa portuguesa Ubiwhere no âmbito do concurso público para a implementação da plataforma do leilão do 5G, a empresa sediada em Aveiro esclarece que tem parcerias com diversas operadoras de telecomunicações portuguesas, nomeadamente com a Altice Labs (empresa de inovação do Grupo Altice), Vodafone e Nos, cujo enquadramento e objetivos são do conhecimento público”, indica a Ubiwhere numa nota enviada à imprensa.

Na passada semana, o ECO noticiou em primeira mão a queixa da Altice Portugal enviada ao Governo, concretamente aos ministros Pedro Nuno Santos (Infraestruturas e Habitação) e Pedro Siza Vieira (Economia e Transição Digital), levantando várias suspeitas sobre a Ubiwhere por alegadas ligações desta tecnológica à Vodafone. Na carta a que o ECO teve acesso, a empresa mostra mesmo “sérias preocupações” sobre a “potencial falta de isenção e equidistância” da Ubiwhere “face a todos os operadores que se assumem como interessados na atribuição das frequências”.

Perante estas alegações da Altice Portugal, a Ubiwhere recorda que “está a trabalhar em conjunto com a Altice Labs” em vários projetos, em linha com o que fez com outros projetos no passado, uma informação também noticiada pelo ECO. A empresa confirma ainda que faz parte de um consórcio com a Vodafone e acrescenta ainda que, em conjunto com a Nos e com a Altice Labs, é promotora do projeto Mobilizador City Catalyst “que está neste momento a arrancar”.

A empresa de Aveiro indica ainda que é “detentora de um contrato de telecomunicações com as três operadoras por questões de redundância e/ou disponibilidade do serviço nos escritórios que atualmente dispõe” e assegura que “não tem atualmente qualquer relação comercial como fornecedor das várias operadoras em Portugal”.

Violação do contrato? “Problemática” levantada não tem “fundamento”

Antes da notícia da queixa da Altice Portugal, o Jornal Económico e o jornal i tinham noticiado que a Ubiwhere poderá estar em violação do contrato assinado com a Anacom. O contrato tem o valor de 119,8 mil euros e foi adjudicado à Ubiwhere por concurso público, em que participaram três outras empresas: a alemã Specure, o pólo português da OMIP e a Ano – Sistemas de Informática e Serviços.

O documento, publicado no portal Base dos contratos públicos, inclui uma cláusula de “prevenção de conflitos de interesses”. Com a assinatura do mesmo, a Ubiwhere assume “sob compromisso de honra” que “não mantém, não manterá, direta ou indiretamente, qualquer vínculo ou relação contratual, remunerada ou não, com empresas, grupos de empresas ou outras entidades destinatárias da atividade reguladora da Anacom que possam originar conflitos de interesses na prestação dos serviços abrangidos pelo presente contrato, durante a vigência do mesmo”.

A Ubiwhere assegura ainda, através da assinatura do contrato, que “não detém qualquer participação social ou interesses” nas empresas do setor durante a vigência do mesmo, entre outras garantias gerais comuns neste tipo de procedimentos.

Face a isto, num comunicado de imprensa, a Ubiwhere assegura que “trabalha todos os dias para manter um comportamento inatacável a todos os níveis e para honrar escrupulosamente os contratos e obrigações por si assumidas, sendo estes os requisitos que continuará a cumprir na íntegra, inexistindo qualquer fundamento para a problemática que está agora a ser levantada”.

A empresa, liderada por Rui Arnaldo Costa e Nuno Ribeiro, indica igualmente que “assume uma posição equidistante de todas as empresas de telecomunicações que operam no mercado português, pelo que não se compreende, nem é aceitável, que se coloque em causa a idoneidade da empresa”.

“A Ubiwhere rejeita que esteja em posição de violar o contrato celebrado com a Anacom para a disponibilização e operacionalização de uma plataforma eletrónica de leilão, de suporte ao procedimento de atribuição de direitos de utilização de frequências, insinuando uma conflitualidade de interesses que não existe e que nunca existiu, procurando utilizar o nome da empresa para atacar o processo de leilão atualmente em curso”.

Na sexta-feira, o Jornal Económico noticiou que a Anacom está a “avaliar a situação”, depois de a Altice Portugal ter suscitado dúvidas e exigido explicações ao regulador presidido por João Cadete de Matos.

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Meo tem dúvidas da “isenção” do leilão do 5G e faz queixa ao Governo

A Altice Portugal queixou-se ao Governo da Ubiwhere, a empresa escolhida pela Anacom por concurso público para desenvolver a plataforma eletrónica do leilão do 5G. Vê ligações a outros operadores.

A Altice Portugal enviou uma queixa ao Governo levantando “dúvidas” sobre a imparcialidade da empresa escolhida para desenhar a plataforma tecnológica onde decorrerá o leilão do 5G. Em causa está a Ubiwhere Lda., escolhida por concurso público num contrato avaliado em 119,8 mil euros.

A queixa, datada de 21 de outubro, é assinada pela responsável da direção de regulação, concorrência e jurídica da Altice Portugal, Sofia Aguiar. Foi enviada ao presidente da Anacom, João Cadete de Matos, ao ministro das Infraestruturas e da Habitação (Pedro Nuno Santos) e ao ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital (Pedro Siza Vieira).

A dona da Meo, que também enviou as dúvidas em relação à Ubiwhere “aos grupos parlamentares para reforçar algumas preocupações sobre situações graves no âmbito do 5G”, mostra “sérias preocupações” sobre a “potencial falta de isenção e equidistância” da Ubiwhere “face a todos os operadores que se assumem como interessados na atribuição das frequências”.

Na missiva, a que o ECO teve acesso, o grupo aponta dois “factos” que, apesar de não colocarem em causa a “honorabilidade das pessoas” envolvidas, “são reais e não podem deixar de ser tidos em conta”.

Desde logo, a Ubiwhere “identifica como empresa ‘parceira’ a Vodafone”, destaca a Altice Portugal. “Ora, a Vodafone será certamente uma das concorrentes no leilão para a atribuição das frequências em disputa, pelo que a Altice Portugal vê com apreensão a escolha da Anacom, já que a ligação da Ubiwhere à Vodafone não nos parece compatível com a necessidade de transparência e de equidistância face a todos os potenciais licitantes”.

A dona da Meo alega ainda que um dos acionistas da tecnológica, a Proef SGPS, “conta no seu conselho de administração com a colaboração de Miguel Veiga Martins, que entre abril de 2016 e janeiro de 2018 foi CEO da Nowo” e, “antes disso, desempenhou o cargo de CTO na Nos e na Vodafone”. Perante ambos os pontos, o grupo de telecomunicações manifesta “surpresa” pela escolha do regulador.

"Altice Portugal vê com apreensão a escolha da Anacom, já que a ligação da Ubiwhere à Vodafone não nos parece compatível com a necessidade de transparência e de equidistância face a todos os potenciais licitantes.”

Altice Portugal

Apesar destas informações, ao que o ECO apurou, a Ubiwhere também é listada como parceira da Altice Labs, entidade da própria Altice Portugal, no âmbito do projeto 5go, que “tem como objetivo a investigação, desenvolvimento, validação e demonstração integrada de um conjunto de produtos, capazes de fazer parte e dar serviços no âmbito das futuras redes 5G”.

Contactada, fonte oficial da Vodafone Portugal explicou que a operadora “integra, desde 2019, um consórcio internacional no âmbito do projeto Broadway, que visa a candidatura a um projeto de desenvolvimento de um novo sistema de comunicações pan-europeu de emergência e segurança interoperável”. “O consórcio é liderado pela empresa italiana Leonardo e inclui a participação de uma dezena de entidades internacionais, entre elas a Vodafone Portugal e a Ubiwhere“, acrescenta a mesma fonte.

Altice exige esclarecimentos à Anacom

Na queixa remetida ao Governo e ao regulador, o grupo liderado por Alexandre Fonseca considera que não foi “assegurado” que a empresa escolhida para criar a referida plataforma do leilão “não tem especiais ligações a outras empresas do setor” com interesse nas frequências do 5G.

Em conclusão, a Altice Portugal “aguarda que, com toda a brevidade, a Anacom esclareça se teve, ou não, conhecimento das circunstâncias descritas” e, “tendo tido, que indique de forma cabal os motivos pelos quais as terá considerado inócuas e insuscetíveis de causar dano ao desenrolar de um leilão que se quer absolutamente transparente e isento de quaisquer dúvidas”.

O ECO tentou obter um comentário junto da Anacom e encontra-se a aguardar resposta.

Ubiwhere assina compromisso de honra

A Ubiwhere é uma empresa portuguesa de tecnologia. No seu site, um comunicado de 13 de agosto indica que a empresa faz parte de um consórcio que se está a candidatar para desenvolver uma rede de comunicações de emergência europeia. O consórcio, entre outras empresas, inclui efetivamente a Proef e a Vodafone Portugal. Esta informação foi também noticiada esta semana pelo Jornal Económico e na semana passada pelo jornal i.

Com sede em Aveiro, a tecnológica é liderada por Rui Arnaldo Costa e Nuno Ribeiro. Este último lista no seu perfil de LinkedIn o desemprenho de funções de researcher and software developer na PT Inovação, agora Altice Labs, entre 2006 e 2007. O ECO contactou a Ubiwhere no sentido de obter um comentário a estas alegações e encontra-se a aguardar resposta.

O contrato de prestação de serviços entre a Anacom e a Ubiwhere para o desenvolvimento de uma plataforma eletrónica para o leilão de frequências do 5G foi assinado a 6 de março de 2020, após concurso público que contou com a participação de três outras empresas, a alemã Specure, o pólo português da OMIP e a Ano – Sistemas de Informática e Serviços. O contrato prevê o pagamento de 119.847,5 euros pelo serviço.

O documento, publicado no portal Base dos contratos públicos, inclui uma cláusula de “prevenção de conflitos de interesses”. Com a assinatura do mesmo, a Ubiwhere assume “sob compromisso de honra” que “não mantém, não manterá, direta ou indiretamente, qualquer vínculo ou relação contratual, remunerada ou não, com empresas, grupos de empresas ou outras entidades destinatárias da atividade reguladora da Anacom que possam originar conflitos de interesses na prestação dos serviços abrangidos pelo presente contrato, durante a vigência do mesmo”.

A Ubiwhere assegura ainda, através da assinatura do contrato, que “não detém qualquer participação social ou interesses” nas empresas do setor durante a vigência do mesmo, entre outras garantias gerais comuns neste tipo de procedimentos.

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Nos e Vodafone vão partilhar rede móvel em todo o país

Operadoras fecharam acordos com vista à partilha de infraestruturas e equipamentos de rede móvel, abrangendo as tecnologias já existentes 2G, 3G e 4G. 5G dependerá do resultado do leilão.

As operadoras Nos NOS 0,00% e Vodafone fecharam acordos para a partilha de infraestruturas e equipamentos de rede móvel em todo o território português.

“Foram hoje celebrados um conjunto de acordos com vista à partilha de infraestruturas de rede móvel de suporte (infraestrutura passiva como torres e mastros) e rede móvel ativa (equipamentos ativos de rádio como antenas, amplificadores e demais equipamentos)”, anunciou a Nos em comunicado enviado ao mercado.

A operadora liderada por Miguel Almeida adianta que os acordos terão “abrangência nacional, existindo diferenças de aplicação consoante se trate de zonas de maior ou menor densidade populacional”. “Nas primeiras zonas, tipicamente maiores aglomerados urbanos, as partes irão explorar sinergias acrescidas na partilha de infraestrutura de suporte e nas segundas zonas, tipicamente zonas rurais e no interior do país, as partes farão, para além da utilização comum de infraestruturas de suporte a partilha da sua rede móvel ativa”, refere a Nos à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os acordos incidem sobre ativos atualmente detidos ou que venham a ser detidos no futuro pela Nos e Vodafone e sobre as tecnologias já existentes 2G, 3G e 4G. “A acomodação do 5G nos referidos acordos estará dependente da decisão autónoma de cada operador de implementar ou não esta tecnologia“, assinala a Nos.

A partilha da rede não terá impacto na concorrência entre as duas operadoras, assegura a Nos, com as duas partes a manterem “liberdade estratégica e comercial e capacidade de diferenciação na definição e prestação de serviços aos seus respetivos clientes”.

“Cada parte poderá decidir fazer evoluir a sua rede de comunicações móveis com total liberdade e autonomia”, destaca ainda a Nos no mesmo comunicado.

Numa nota enviada aos jornalistas, Miguel Almeida diz que se trata de uma parceira estratégica pioneira no país que permitirá à “Nos expandir e reforçar a sua rede móvel em todas as tecnologias”.

“Abre caminho para o desenvolvimento da sociedade digital (…) e permitirá reduzir a nossa pegada ecológica, ao mesmo tempo que incrementa a coesão territorial e a inclusão digital”, indica o CEO da Nos.

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Bruxelas lança consulta para avaliar auxílios estatais à implementação de banda larga

A Comissão Europeia (CE) tem em curso uma consulta pública para avaliar auxílios estatais à implementação de redes de banda larga na União Europeia.

A Comissão Europeia tem em curso uma consulta pública sobre auxílios estatais para a implementação de redes de banda larga. Bruxelas pretende recolher pareceres de Estados-membros, empresas, cidadãos e outras partes interessadas sobre o atual estado das redes de telecomunicações, ou uma eventual revisão das regras na União Europeia.

“Mais especificamente, o objetivo desta consulta é analisar o funcionamento das regras das ajudas de Estado para o desenvolvimento de infraestrutura de banda larga para verificar até que ponto têm estimulado o desenvolvimento da infraestrutura de telecomunicações e contribuído para a competitividade no setor”, aponta a Comissão Europeia.

Além disso, Bruxelas pretende avaliar se as regras atuais permitem que o desenvolvimento da banda larga responda à evolução tecnológica e às atuais necessidades sociais e económicas. A consulta pública manter-se-á até à meia-noite de 5 de janeiro de 2021, menos uma hora em Lisboa.

Numa nota a dar conta do processo, o regulador português Anacom acrescenta ainda que o trabalho “visa garantir uma implementação coerente das disposições sobre acesso incluídas no novo Código Europeu das Comunicações Eletrónicas e auxiliar as ARN [Autoridades Reguladoras Nacionais] e outros atores no mercado a enfrentar futuros desafios relacionados com o investimento e implementação das redes de muito alta capacidade”.

A pandemia de Covid-19 suscitou novas necessidades. Com a implementação do teletrabalho e do ensino à distância de uma forma generalizada, ficaram evidentes as desigualdades territoriais e sociais espoletadas pela cobertura de redes de nova geração, ou falta dela. Em Portugal, as regiões do litoral ou outros centros urbanos são comummente associados a ligações à internet com melhor qualidade do que as regiões mais interiores.

Esta consulta pública surge ainda numa altura em que a Altice Portugal, que gere a operadora Meo, tem vindo a apontar para a necessidade de o Estado coinvestir com as empresas do setor para levar a banda larga a zonas do país onde o baixo (ou negativo) retorno dos investimentos torna-os inviáveis. Em alternativa, a empresa sugere a criação de estímulos ao investimento privado nessas mesmas zonas de Portugal.

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Fibra da Altice já chega a 5,3 milhões de casas. Agora quer incentivos públicos para o próximo milhão

A rede de fibra da Meo já passa por 5,3 milhões de casas. Falta pouco para cobrir a totalidade do país, mas a Altice exige agora incentivos públicos devido ao baixo retorno do investimentos.

A Altice Portugal acelerou o desenvolvimento da rede de fibra ótica nos últimos meses, alcançando já cerca de 5,3 milhões de casas no país. Para o próximo milhão, quer a ajuda do Estado para pagar.

“A partir de agora, o nosso investimento não está balizado numa lógica de projeto para atingir um número concreto”, revelou Alexandre Fonseca esta segunda-feira, explicando que as 5,3 milhões de casas alcançadas pela fibra da Altice representam o total de quatro milhões de casas de primeira habitação em Portugal, mais cerca de 1,2 milhões de casas de verão ou segunda habitação.

“Vamos continuar a investir à medida que nos vamos deparando com bolsas no território português que carecem ainda de investimento”, acrescentou.

Os próximos investimentos em fibra não serão já tão rentáveis, por serem em regiões com menor densidade populacional. Mas continuam a ser necessários, sobretudo em plena pandemia, que acelerou a transição digital da sociedade e da economia.

É nesta lógica que Alexandre Fonseca considera que o Estado deve agora intervir, criando incentivos ao investimento privado, ou mesmo participando neles, por via de coinvestimentos.

Numa altura em que o Governo prepara uma tarifa social de internet, e em que a Anacom propõe a criação de um serviço universal de internet, a Altice Portugal aguarda para conhecer o teor do Orçamento do Estado para 2021. Documento que, segundo a operadora, deverá conter formas para levar redes de telecomunicações a essas zonas do país onde o investimento privado tenha pouca ou nenhuma rentabilidade.

“É importante que haja uma estratégia nacional para permitir [o investimento em] bolsas do território onde não há retorno”, reforçou Alexandre Fonseca. O objetivo será a totalidade de cerca de seis milhões de casas existentes em Portugal, segundo números avançados pelo gestor.

Começa novo ciclo de investimentos

A Altice Portugal tem protagonizado investimentos de cerca de 500 milhões de euros por ano. Está agora a iniciar um novo ciclo de investimentos, que deverá ficar marcado pelo lançamento do 5G em Portugal, mas no qual não é certo que continue a investir ao ritmo que tem levado a cabo até aqui.

Em causa está o que Alexandre Fonseca considera ser um “ambiente regulatório hostil”, que o presidente executivo da Altice Portugal diz ameaçar a continuidade dos investimentos da empresa no país, pelo menos à velocidade da fibra. Num evento esta segunda-feira, o gestor repetiu os avisos e as críticas sobre a atitude da Anacom: “Não podemos ter um ambiente regulatório que destrói valor”, apontou.

O país está a retomar a sua atividade, preparando-se para uma nova vaga da Covid-19, mas também regressando das férias do verão. Porém, a agenda do setor das telecomunicações está bem preenchida. Lançar o 5G em Portugal adivinha-se um trabalho burocrático e intensivo do ponto de vista do capital.

Ora, se a confusão já estava instalada no dossiê, essa agravou-se ainda mais com a pandemia. O Governo não se entende com a Anacom em alguns pontos fulcrais, as operadoras também não, e reina a incerteza, numa altura em que ainda não está fechado o regulamento do leilão de frequências marcado para outubro. Pelo meio, a própria Meo continua a migrar a TDT, libertando a faixa dos 700 MHz necessária à transição entre gerações de redes de comunicações móveis.

Ainda assim, o gestor disse acreditar na “continuidade do investimento”, que “vai com certeza acontecer”. Agora, sem “um número concreto” no horizonte.

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Altice Portugal “vê de forma muito positiva” OPA de Patrick Drahi

A equipa de gestão da Altice Portugal considera "muito positiva" a Oferta Pública de Aquisição (OPA) do fundador Patrick Drahi sobre o capital da Altice Europe. Vai facilitar "capacidade de decisão".

A equipa de gestão da Altice Portugal “vê de forma muito positiva” a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo fundador Patrick Drahi sobre o capital da Altice Europe. Para o presidente executivo, Alexandre Fonseca, é um “movimento natural” que permitirá à empresa “voltar às bases e ADN do grupo Altice”.

“É sempre positivo ver um acionista colocar em cima da mesa 2,5 mil milhões de euros”, afirmou o presidente executivo da Altice Portugal, num evento com jornalistas em Lisboa. O gestor disse ainda que a OPA, que permitirá retirar a Altice Europe da bolsa, deverá facilitar pontos como a “capacidade de decisão” e o “acesso a financiamento”.

Por isso, para a gestão da dona da Meo, a oferta de Patrick Drahi é um sinal de “confiança” na Altice Europe, o grupo que detém a Altice Portugal. No entanto, Alexandre Fonseca não se comprometeu a continuar a divulgar informação financeira e operacional trimestral, indicando ser “muito cedo” para tomar quaisquer decisões.

Na sexta-feira, a Next Private de Patrick Drahi lançou uma OPA sobre a Altice Europe, propondo pagar 4,11 euros por cada ação da cotada, um prémio de mais de 20% em comparação com os 3,321 euros a que fecharam as ações da Altice Europe um dia antes. Os títulos da empresa estão a valer 4,12 euros esta segunda-feira.

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Juntar luz ao tarifário duplica dados móveis a clientes Meo

A Altice Portugal apresentou o tarifário Meo Energia, que duplica os dados móveis aos clientes que também contratem fornecimento de luz. A oferta é lançada em parceria com a PT Live.

A Altice Portugal, dona do Meo, associou-se à PT Live para fornecer um tarifário que junta o fornecimento de energia renovável com “benefícios de comunicações”. Através do Meo Energia, os novos e atuais clientes do Meo com telemóveis associados ao pacote passam a beneficiar de eletricidade 100% renovável e o dobro dos dados móveis.

O lançamento do Meo Energia acontece depois de um projeto-piloto levado a cabo desde outubro de 2019 e que, segundo a Altice, mostrou “existir uma apetência no mercado pela oferta” agora disponibilizada. A nova oferta é lançada em conjunto com a PT Live, que é uma empresa comercializadora de energia e que, apesar do nome, não pertence ao universo da Altice.

A Altice Portugal apresentou a nova oferta esta sexta-feira, sob o mote de “expansão do portefólio disponível para clientes Meo para um novo setor de atividade”. Mas o tarifário não é mais do que uma promoção que junta telecomunicações e energia. Sob a proposta de fornecer eletricidade 100% renovável através da PT Live, o Meo propõe-se a duplicar o volume de dados móveis que os clientes podem usar nos seus telemóveis.

“O Meo Energia é um tarifário bastante competitivo no mercado, preocupando-se com os gastos dos clientes. Assim, os clientes Meo têm um conjunto de vantagens e benefícios associados, nomeadamente: permite poupar enquanto ajuda o ambiente, porque a energia é 100% verde, duplicando a Net dos telemóveis dos clientes Meo”, informa a Altice Portugal num comunicado.

O grupo vai agora dar início a uma campanha publicitária de promoção desta nova oferta e respetivas condições da mesma. O novo tarifário fica agora disponível aos clientes em todo o país, exceto nas regiões autónomas, “uma vez que o setor da eletricidade não está liberalizado nestas regiões”, indica a empresa. Para poderem beneficiar, os clientes terão de ter “telemóveis associados” ao pacote de telecomunicações.

Diversificar, diversificar

Foi no ano passado que a Altice Portugal anunciou a intenção de diversificar o seu portefólio de serviços e produtos. Desde então, a empresa reforçou a aposta na bilhética com a compra de 51% da Blueticket e assumiu a operação da Intelcia.

Com o Meo Energia, a estratégia continua essa: diversificar. “A Altice Portugal tem assumido a diversificação de portefólio, de produtos e serviços, como um dos seus principais eixos de atuação. Seja no segmento de consumo, seja no segmento empresarial, a empresa tem vindo a diversificar a oferta junto dos seus clientes, com a aposta em novos ramos de atividade e de negócio”, aponta a Altice Portugal.

“Num movimento disruptivo e inédito para uma empresa do setor das comunicações eletrónicas, a Altice Portugal anuncia a expansão do portefólio disponível para clientes Meo para um novo setor de atividade: o setor da energia”, acrescenta.

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Altice Portugal vai instalar 4G dentro de uma mina

A dona da Meo e a Somincor estabeleceram uma parceria para levar rede 4G aos mais de 90 quilómetros de túneis da mina de Neves-Corvo. Solução vai permitir localizar e operar remotamente as máquinas.

A Altice Portugal vai instalar uma rede de comunicações móveis de quarta geração dentro da mina de Neves-Corvo, em Castro Verde. O projeto, que abrange a cobertura com 4G de “mais de 90 quilómetros de túneis desta estrutura”, foi acordado entre a Altice Empresas e a Somincor, uma subsidiária da Lundin Mining, que é a companhia responsável pela exploração da mina.

“Com o objetivo de responder aos permanentes desafios do setor mineiro, nomeadamente a melhoria da segurança dos seus colaboradores e a necessidade de coordenação permanente sobre as operações realizadas por máquinas e equipas no subsolo, esta parceria entre a Somincor e a Altice Empresas reforça a aposta da Lunding Mining na modernização e invocação tecnológica”, anunciaram os dois grupos num comunicado conjunto.

O montante envolvido neste investimento não é revelado. Para levar a cabo este projeto estão a ser estudadas duas frequências distintas “conforme a área a cobrir”. “A solução apresentada contempla ainda o fornecimento de uma rede core local redundante para garantia de elevada autonomia, menor latência e segurança total”, garantem as empresas.

O foco está na melhoria de três pilares da atividade mineira: a “segurança operacional”, o “aumento da eficiência e produtividade” e a “redução de custos”. “A nova rede de transmissão de dados irá permitir à Somincor localizar e monitorizar remotamente e em tempo real a operação automatizada das máquinas no interior da mina de Neves-Corvo“, acrescentam as empresas.

Localizada no distrito de Beja, o jazigo da mina de Neves-Corvo foi identificado pela primeira vez em 1971 e o início da exploração dos depósitos iniciou-se em 1989. Desta mina, a Somincor extrai milhares de toneladas de cobre, zinco e chumbo todos os anos.

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Meo perde processo judicial de 27 milhões de euros contra a Nos

  • ECO
  • 4 Junho 2020

A operadora da Altice Portugal reclamava à concorrente Nos o pagamento de quase 27 milhões de euros por alegadas irregularidades em portabilidades. E está em curso outro processo da Nos contra Meo.

A Meo perdeu um processo judicial contra a Nos NOS 0,00% , no qual reclamava à concorrente o pagamento de uma soma de 26,8 milhões de euros. A operadora detida pela Altice Portugal acusava o grupo liderado por Miguel Almeida de irregularidades nas portabilidades, num caso que se arrastou por quase nove anos.

A notícia foi avançada pelo Jornal de Negócios (acesso pago), que destaca que o desfecho aconteceu em fevereiro. Continua agora em curso outro processo, este da Nos contra a Meo, referente ao mesmo ano de 2011, no qual a operadora reclama ao grupo presidido por Alexandre Fonseca uma indemnização de 22,4 milhões por alegadas violações do regulamento da portabilidade.

A portabilidade é um mecanismo que permite a um cliente mudar de fornecedor de serviço, mas mantendo o mesmo número de telefone ou telemóvel. No entanto, este sistema tem sido marcado por diferendos entre as empresas. Por isso, no ano passado, a Anacom implementou uma alteração através da qual as empresas devem fornecer aos clientes um código de portabilidade para facilitar a mudança de operadora.

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Da Somersby à Unilever, conheça os vencedores dos Prémios Sapo

  • ECO
  • 28 Maio 2020

A Somersby com o coletivo Porta dos Fundos venceu os Prémios Sapo na categoria de "anúncio do ano", enquanto a Unilever ganhou o galardão de "anunciante do ano". Conheça todos os vencedores.

Já são conhecidos os vencedores das várias categorias a concurso nos Prémios Sapo, que destacam anualmente “o melhor da publicidade digital nacional”. Entre as mais de três dezenas de galardões atribuídos esta quinta-feira, destacam-se o de campanha do ano, atribuído ao anúncio da Somersby com o coletivo brasileiro Porta dos Fundos.

O Sapo destaca ainda três outras categorias. A Reprise Digital foi considerada a agência criativa do ano, a Initiative venceu na categoria de agência de meios do ano e a Unilever FIMA foi considerada anunciante do ano. Estavam inscritos 135 trabalhos este ano, número reduzido por um primeiro júri, que nomeou 56 campanhas para as diversas categorias.

“Mantendo a já histórica tradição, foi também entregue um donativo no valor de 11.700 euros à Associação Padre Amadeu Pinto, uma instituição no Pragal que apoia jovens e crianças em contextos socioeconómicos desfavorecidos. No total, o Sapo já contabiliza donativos a instituições de solidariedade social no valor de 197 mil euros”, destaca a plataforma num comunicado.

Os vencedores foram atribuídos num evento especial apresentado por João Manzarra e com atuação do músico Dino d’Santiago e do DJ Moullinex. “Os Prémios Sapo são já um marco histórico no universo publicitário nacional. Os galardões atribuídos anualmente elevam o talento nacional e são o reflexo do que melhor se faz em Portugal no online”, considerou Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, dona do Sapo, citado na mesma nota.

Conheça a lista completa dos vencedores:

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5G é “importante”, mas pandemia mostrou que 4G está “à altura dos desafios”

A Altice Portugal considera que "o mundo mudou". O Covid-19 provou que as redes atuais estão "à altura dos desafios". A Meo pede agora incentivos do Estado para levar rede a zonas sem retorno.

Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal.D.R.

A Altice Portugal ainda acredita que a tecnologia do 5G é “importante e disruptiva” para o país, mas considera que “o mundo mudou” por causa da pandemia. Com a maioria dos portugueses obrigados ao regime de teletrabalho, e sem incidentes ou falhas de expressivas a reportar neste período, a empresa destaca agora que “as infraestruturas de 4G estão à altura dos desafios atuais”.

Numa conferência de imprensa por telefone, ficou evidente a evolução no pensamento do grupo em relação à quinta geração de redes de comunicação, cujo lançamento em Portugal foi interrompido por causa do Covid-19. Nesse sentido, apesar de o líder da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, ter sido um dos mais fervorosos críticos da Anacom pelo que considerou ser um atraso da Anacom no 5G antes do surto, o gestor recupera agora a narrativa do final de 2018: ainda há potencial por explorar nas atuais redes 4G.

“A consulta [pública sobre o leilão do 5G] foi interrompida e é evidente que o mundo mudou. O mundo mudou e também é natural que se possa alterar as perspetivas sobre algo tão relevante como o 5G. Se a transformação digital tem agora um papel ainda mais relevante, este momento exige que tenhamos alguma prudência”, apontou o gestor, em resposta a perguntas dos jornalistas.

O raciocínio é lógico: se perante um exercício real, como o que foi espoletado pela pandemia, os portugueses conseguiram passar a trabalhar remotamente pela internet e não há falhas significativas a registar, nem no 4G, nem na fibra ótica, qual é o racional de forçar o lançamento do 5G nesta fase, algo que Bruxelas queria ver feito já em 2020? Para o gestor, a pandemia “mostrou” que, apesar de o 5G ser uma tecnologia “importante e disruptiva”, “as redes atuais estão em linha com as necessidades”.

Mas a Altice Portugal não desvalorizou o 5G por completo. Pelo contrário. A empresa admitiu que a nova geração de rede móvel é importante para permitir, “a médio prazo”, aplicações que não são possíveis nos dias de hoje. Em causa estão as melhorias que o 5G incorpora ao nível das latências, o tempo em que um determinado conjunto de dados demora a ir de um terminal até ao servidor.

Por outras palavras, o 5G vai ser importante para a indústria. Mas não será tão importante para os consumidores em geral, uma vez que ainda nem sequer foi esgotada a atual largura de banda do 4G, destacou Alexandre Fonseca.

Meo quer incentivos do Estado para levar rede a zonas sem retorno

Isto leva-nos à segunda parte desta notícia. A empresa aproveitou a apresentação dos resultados relativos ao primeiro trimestre para introduzir uma nova temática no setor das telecomunicações em Portugal: a ideia de que deve ser o Estado a pagar e a incentivar a maior capilaridade das redes de nova geração no país.

É que, apesar de as redes de comunicação em Portugal, de todas as operadoras, terem mostrado grande resiliência em plena pandemia, apesar do disparo incessante na utilização (o líder da Meo disse mesmo que as redes foram “imaculadas”), foram conhecidas histórias de pessoas idosas que ficaram ainda mais isoladas por não terem acesso a comunicações à distância. Ou mesmo de jovens estudantes que não têm acesso a ensino de qualidade à distância, numa altura em que terminaram as aulas presenciais do 1.º ao 9.º anos de escolaridade.

Face a isto, na visão da Altice Portugal, a solução é clara. Tem de ser o Estado a pagar pelo desenvolvimento e alargamento das redes de nova geração às zonas em que não é possível investir pela falta de retorno. “Chegou agora o momento. Se queremos uma universalidade, é preciso investimento público para garantir a universalidade dessas redes”, disse Alexandre Fonseca aos jornalistas.

“Ainda haverá muitas casas, uma percentagem de população que não vai ser servida. Haverá sempre aquela casa, ou lugar remoto, em que o serviço não chega lá. Existirá sempre alguma população destas zonas que ainda não vai ter fibra da Altice Portugal”, reconheceu o presidente executivo, numa altura em que a rede da Meo conta já com 5,1 milhões de casas passadas.

“Temos de ser realistas: não temos obrigação contratual. É investimento 100% privado. É um investimento nosso, de empresa privada, que se destina a alargar as nossas redes, há investimentos que, por muito que queiramos fazer, não podemos, porque não teremos retorno”, explicou.

Dito isto, continuou: “É importante o Estado compreender que este investimento [das operadoras nas redes de nova geração] tem agora de ser complementado. Se queremos garantir que temos casos de idosos, ou jovens que querem ter acesso a ensino de qualidade e não têm rede, os operadores privados não têm de fazer esses investimentos”, disse.

Nesse sentido, apresentou duas possíveis soluções: “Há uma capacidade limitada de investimento. É importante que haja investimento público para implementar esse investimento ou que haja incentivos para empresas como a Altice Portugal para fazer investimentos nessas regiões. Não queremos ter um Portugal a duas velocidades”, destacou.

5G arranca este ano “em termos processuais”

Ainda sobre o 5G, a Meo é a empresa que gere a rede de Televisão Digital Terrestre (TDT), um serviço que está a ser migrado para outras frequências para libertar uma faixa do espetro eletromagnético necessária para a quinta geração de comunicações móveis. Sobre a retoma do processo, Alexandre Fonseca disse que a Altice Portugal deverá apresentar ao Governo, na próxima semana, o seu calendário para a migração.

O gestor já tinha dito, há alguns meses, que não via que fosse possível ter 5G em Portugal até ao fim do ano. Agora, reconhece a eventualidade de o dossiê arrancar este ano, mas apenas “em termos processuais”. Além disso, todo e qualquer calendário do 5G, para o gestor, deve prever um período de pelo menos quatro meses e meio para a conclusão da migração da TDT pela Meo, frisou.

“Esses quatro meses e meio terão de ser obviamente respeitados quando [o processo do 5G for retomado]”, salientou o gestor. “Contamos, na próxima semana, poder formalizar junto do Governo a recalendarização”, assumiu.

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Altice Portugal admite pagar os dois meses sem futebol. Mas só se tiver desconto na próxima época

A Altice Portugal está "disponível" para negociar com os clubes dos quais detém direitos televisivos o pagamento dos meses em que não houve futebol. Mas exige desconto na próxima época.

A Altice Portugal está “disponível” para retomar o pagamento dos direitos televisivos aos clubes de futebol a partir do momento em que sejam retomadas as competições, uma disposição que a empresa agora reforça, numa altura em que está marcado o primeiro jogo da Liga Portuguesa para 4 de junho.

Mas há mais. Numa conferência telefónica com jornalistas, Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, disse também que a empresa está disposta a, “caso a caso”, analisar formas de “compensar os clubes”, que vivem atualmente um período de dificuldades financeiras e de liquidez.

Como ponto de partida, a dona da Meo sugere a hipótese de pagar os dois meses em que não houve futebol profissional, mas exige uma contrapartida: “Teremos de ter como contrapartida o desconto equivalente das mensalidades da próxima época desportiva“, afirmou a empresa, cujo principal e maior contrato que detém de direitos televisivos é com o FC Porto (a Nos detém os do Benfica, Sporting e SC Braga, entre outros).

Alexandre Fonseca garantiu que a empresa já fez “algumas propostas a alguns clubes” e que quer “fazer parte da solução”. “O que estamos a fazer é garantir que permitimos aos clubes gerir este momento difícil. Todos sabemos, e não somos exceção, que fomos apanhados de surpresa [pela pandemia do Covid-19]”, afirmou. A intenção é permitir aos clubes que mitiguem “a falta de liquidez no imediato”, ganhando um ano para “adaptarem a respetiva estrutura de custos”.

Questionado se a Altice Portugal estará disponível para patrocinar a Liga, tendo em conta que, segundo o Record, a concorrente Nos não estará disponível para renovar o contrato que vai até ao fim da temporada 2020/21, Alexandre Fonseca não quis fazer comentários. Em sentido inverso, o gestor também não comentou se a Altice tenciona desinvestir nos direitos televisivos em Portugal, à semelhança do que estará a acontecer em França, com o grupo a decidir encerrar o canal RMC Sports.

(Notícia atualizada pela última vez as 11h17)

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