Altice Portugal avança com rescisões voluntárias e pré-reformas

Altice Portugal recuperou o "Programa Pessoa" lançado em 2019 e vai voltar a procurar rescisões voluntárias e pré-reformas, de acordo com um email obtido pelo ECO. Podem sair até 2.000 trabalhadores.

A Altice Portugal vai avançar com uma segunda fase do chamado “Programa Pessoa”, que levará a rescisões voluntárias com trabalhadores e uma modalidade de pré-reforma para funcionários com 55 ou mais anos de idade. A empresa que controla a Meo deu até ao dia 15 de março para que os trabalhadores possam demonstrar o seu interesse. E quais são as condições? 80% do vencimento-base e diuturnidades, acrescidos de 40% de outras rubricas remuneratórias, caso existam (Isenção de Horário de Trabalho e Complemento de Responsabilidade). E os colaboradores que aderirem a esta modalidade têm garantida a manutenção dos Plano de Saúde e os benefícios de comunicações aplicáveis a cada momento a esta população.

O ECO sabe que a informação foi comunicada aos trabalhadores esta terça-feira. Num email assinado pelo Chief Corporate Officer, João Zúquete da Silva explica que a decisão surge “no seio de um contexto extremamente desafiante” e visa “tornar a empresa mais ágil, mais eficiente e mais adaptada para fazer face a realidades cada vez mais complexas e difíceis”.

Ao abrigo deste “plano organizacional integrado”, a Altice Portugal propõe a pré-reforma para “colaboradores com 55 anos ou mais”. “Posteriormente”, lançará uma outra modalidade que permite a qualquer trabalhador manifestar o seu interesse numa rescisão negociada ou rescisão por mútuo acordo, não se prevendo aqui um “limite de idade”, lê-se na comunicação interna, a que o ECO teve acesso.

“Os colaboradores podem manifestar o seu interesse até ao dia 15 de março de 2021, reservando-se a empresa o direito de analisar caso a caso, sendo a manifestação de interesse analisada pela empresa e só se efetivando a saída após confirmação formal”, frisa ainda o gestor. Este plano poderá englobar “até cerca de dois mil colaboradores, de um total de perto de oito mil diretos e quase 20 mil indiretos”, adiantou o responsável em entrevista ao Diário de Notícias (acesso livre).

A primeira versão deste programa foi anunciada em janeiro de 2019. Na altura, como noticiou o ECO, a empresa propôs também duas modalidades: trabalhadores com idade entre 50 e 55 anos puderam candidatar-se à suspensão do contrato de trabalho, ficando a receber a totalidade do vencimento base e metade das remunerações variáveis até à reforma; já os trabalhadores com mais de 55 anos de idade puderam candidatar-se à pré-reforma, com a empresa a pagar 80% do valor correspondente à prestação da suspensão do contrato de trabalho até à reforma.

Chamando-lhe uma “segunda fase” do mesmo plano, a empresa assegura que o mesmo não foi pensado “de qualquer maneira” nem será executado “de qualquer forma”. Porém, com o país e o mundo a atravessar “um dos piores contextos de que há memória”, João Zúquete da Silva sublinha também que o setor das telecomunicações está a ser “pressionado por um ambiente regulatório conturbado e hostil com consequências imprevisíveis”. Por isso, torna-se “imperativo dar mais um passo na transformação” da empresa, “com vista à sua sustentabilidade”.

(Notícia atualizada às 8h21 de 4 de março com número de trabalhadores que podem ser abrangidos)

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Meo, Nos, Vodafone e Dense Air apresentam candidaturas para irem ao leilão do 5G

Meo, Nos e Vodafone vão participar no leilão do 5G, confirmou o ECO, e a Nowo já se tinha mostrado interessada em apresentar candidatura. A Dense Air também vai participar.

As principais operadoras de telecomunicações — Meo, Nos e Vodafone — habilitaram-se a participar no leilão de frequências do 5G, apesar dos processos que mantêm em tribunal contra as regras, que consideram ser “injustas”. Também a Dense Air submeteu uma candidatura, apurou o ECO. O prazo para as candidaturas de interessados termina esta sexta-feira.

Fonte oficial da Altice Portugal confirmou ao ECO que “entregou, hoje [sexta-feira], a sua candidatura para o leilão do 5G”, mas reitera que o regulamento “está ferido de múltiplas ilegalidades” e “representa um enorme retrocesso para a competitividade” do setor.

A Nos está confiante de que o leilão do 5G vai ser travado pelas várias providências cautelares que interpôs contra a Anacom, mas o ECO apurou junto de fontes do mercado que a empresa também se habilitou a participar no leilão, em linha com o que tinha admitido numa entrevista recente o presidente executivo da empresa, Miguel Almeida.

“Mantemos a esperança de que algumas das ações [judiciais] possam ainda ocorrer em tempo útil para promover as alterações necessárias de forma a tornar o 5G um fator de competitividade e progresso para o país”, disse ao ECO fonte oficial da Nos.

Também a Vodafone confirma que já submeteu a sua candidatura: “A Vodafone Portugal confirma que apresentou hoje a sua candidatura ao leilão do 5G”, disse ao ECO fonte oficial da empresa.

Dense Air também vai ao leilão

Para além das grandes operadoras, também a Dense Air submeteu esta sexta-feira uma candidatura para participar no leilão do 5G, confirmou ao ECO fonte oficial da empresa.

A Dense Air é a única em Portugal que já tem licenças de quinta geração, datadas de 2010 e herdadas de outra empresa. No entanto, estes direitos expiram em 2025, pelo que terá de participar no leilão caso pretenda a sua renovação.

No setor, havia ainda dúvidas sobre se a empresa iria mesmo participar no processo. Meo, Nos e Vodafone são altamente críticas da decisão da Anacom de não retirar à Dense Air as licenças que esta já detém. Mas o regulador optou por reconfigurar o espetro detido pela empresa. As dúvidas são agora desfeitas e a Dense Air pretende, assim, tentar renovar as licenças por mais 20 anos.

Esta empresa do grupo Soft Bank tenciona explorar o mercado como operadora grossista, fornecendo rede a outras empresas.

Para além da Meo, Nos, Vodafone e Dense Air, poderá haver ainda uma quinta empresa interessada. Fonte oficial da Nowo não respondeu a tempo de publicação deste artigo, mas a empresa já tinha confirmado num comunicado recente que vai participar no leilão do 5G. Agora controlada a 100% pela espanhola Másmóvil, a Nowo poderá ser o “quarto operador” móvel de que tanto se tem falado no mercado.

Já a Gigas, que ficou com a Oni, não se candidatou à compra de frequências e não vai participar no leilão, disse ao ECO fonte oficial da empresa.

Operadoras confiantes num travão da justiça

As maiores empresas de telecomunicações portuguesas tentarão, deste modo, comprar frequências para prestação de serviços de quinta geração no leilão, mas estão a esgrimir uma batalha judicial com a Anacom na tentativa de travarem o processo.

Tanto a Meo como a Nos e a Vodafone partiram para tribunal nas últimas semanas, por via de providências cautelares contra o regulamento do leilão (e, por consequência, todo o processo do 5G), queixas à Comissão Europeia (daquilo que consideram ser ajudas de Estado aos “novos entrantes”) e providências cautelares para forçarem a Anacom a retirar as licenças já detidas pela Dense Air.

“O regulamento para o leilão do 5G está ferido de múltiplas ilegalidades, representa um enorme retrocesso para a competitividade e põe em causa a sustentabilidade do setor, retraindo e destruindo o investimento e a criação de valor. A Altice Portugal recorda que a entrega de candidaturas não garante, nem obriga, que os candidatos avancem no leilão, indica fonte oficial da empresa.

Acreditamos que as entidades competentes do nosso país ajam de uma vez por todas para repor a legalidade, de forma a que este regulamento possa ainda vir a ser um documento sério, justo e responsável, à altura do interesse nacional que o processo merece, e esperamos que o tribunal se pronuncie rapidamente sobre a providência cautelar interposta”, conclui a empresa.

A Nos “espera que perante tantas reações públicas de preocupação, os órgãos decisórios do país intervenham e mudem as regras do leilão que não são consensuais, em especial a regra relativa ao roaming nacional, que como já está por demais demonstrado é uma criação única na Europa, sem qualquer precedente ou justificação, verdadeira expropriação de ativos privados”, indica fonte oficial.

“É lamentável que o Governo, último responsável, não tenha até ao momento tomado qualquer posição sobre a matéria e que assista de forma indiferente à destruição de um ecossistema essencial ao desenvolvimento do 5G, da indústria 4.0, do bem-estar da sociedade portuguesa. Estamos a um passo do abismo, mas queremos acreditar que ainda existirá uma decisão a favor de Portugal, evitando que o nosso país seja condenado à irrelevância na futura economia digital”, remata ainda a Nos.

Já fonte oficial da Vodafone sublinha que “o lançamento do 5G é um marco fundamental para o país, em particular num contexto económico que se caracteriza pela necessidade de investimento produtivo essencial para uma retoma sustentada”, mas destaca que há “aspetos do regulamento que, no entender da Vodafone, deveriam ser alvo de revisão”.

A empresa indica que “manifestou por diversas vezes” esta “opinião”, “inclusive junto da Anacom, estando os mesmos neste momento em apreciação pelos tribunais competentes”. “Mantemos a esperança de que algumas das ações possam ainda ocorrer em tempo útil para promover as alterações necessárias de forma a tornar o 5G um fator de competitividade e progresso para o país”, finaliza a Vodafone.

Esta sexta-feira, deu entrada no Parlamento um requerimento do CDS para chamar a Anacom e a Autoridade da Concorrência à comissão de economia. Os centristas querem questionar os reguladores sobre o regulamento aprovado pela Anacom no início deste mês.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h55 com confirmação de que Dense Air vai ao leilão)

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Altice Portugal processa Anacom no 5G e apresenta queixas em Bruxelas

  • Lusa
  • 23 Novembro 2020

A Altice Portugal deu entrada na sexta-feira com uma providência cautelar contra o regulador Anacom e duas participações à Comissão Europeia, no âmbito do leilão do 5G.

A Altice Portugal deu entrada na sexta-feira com uma providência cautelar contra o regulador Anacom e duas participações à Comissão Europeia, no âmbito do leilão do 5G, disse à Lusa fonte oficial da dona da Meo.

“A Altice Portugal já avançou na passada sexta-feira com uma providência cautelar contra a Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] e duas participações à Comissão Europeia, em particular, junto da DG COMP [concorrência] e da DG CONNECT [responsável pelas políticas no domínio da economia e sociedade digitais e pela Agenda Digital]”, especificou.

“Este regulamento do 5G representa um enorme retrocesso para a competitividade e põe em causa a sustentabilidade do setor, retraindo e destruindo o investimento e a criação de valor, e está ferido de múltiplas ilegalidades com as quais não nos podemos conformar”, salientou a mesma fonte.

A dona da Meo “avançou com a interposição de uma providência cautelar contra a Anacom junto do Tribunal Administrativo de Lisboa com fundamento nas referidas ilegalidades”, sendo que esta iniciativa tem como objetivo “ver decretada a suspensão de eficácia das normas do regulamento 5G que enviesam ilegalmente, isto é, de forma excessiva e injustificada, o leilão a favor dos novos entrantes”.

Além disso, “atento o regime preferencial e desproporcionado que a Anacom veio a prever no regulamento em benefício dos novos entrantes, a Altice Portugal avançou também com a apresentação de duas queixas junto da Comissão Europeia, em concreto junto da DG COMP e da DG CONNECT, com fundamento em ajuda de estado ilegal e na preterição da competente de análise de mercado que deveria preceder a imposição de medidas assimétricas”.

A Altice Portugal continua a aguardar a decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa sobre a providência cautelar que foi interposta contra a Anacom, em junho de 2020, “por esta ter levantado a suspensão da consulta pública para o regulamento do 5G, quando ainda estava em vigor o decreto-lei que tinha suspendido” a mesma.

Por último, a dona da Meo “não pode deixar de regozijar-se por, hoje, serem vários os agentes económicos a denunciar a postura hostil e o comportamento autista do regulador, que apenas tem por objetivo defraudar e destruir o setor”, lembrando que há mais de um ano que alerta o país para “esta situação”.

Os processos judiciais da Altice Portugal somam-se aos já também avançados pela Nos e Vodafone Portugal. O prazo para entrega das candidaturas ao leilão do 5G termina nesta semana, com todos os operadores de telecomunicações históricos a criticarem as regras.

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Altice Europe avisa que regras do 5G são “anticoncorrenciais”

A casa-mãe da Altice Europe reagiu pela primeira vez ao regulamento do leilão do 5G, considerando que contém regras "anticoncorrenciais". Mas espera pelos resultados do processo para avaliar impacto.

O administrador financeiro da Altice Europe, Malo Corbin, considera que as regras previstas no regulamento do leilão do 5G em Portugal são “anticoncorrenciais” por darem “algumas vantagens aos novos entrantes”. Mas afirmou que é preciso esperar pelos “resultados” do leilão “para ver o impacto” deste processo no negócio da dona da Meo.

Malo Corbin, que gere a pasta das finanças da casa-mãe da Altice Portugal, foi questionado sobre a situação neste mercado por um analista do Credit Suisse, durante a conferência telefónica de apresentação de resultados. O analista pediu um comentário aos “riscos” que regras definidas pela Anacom para “novos entrantes” representam para o negócio da companhia.

Em resposta, o administrador financeiro afirmou que “o leilão vai ter lugar em novembro e dezembro”. “Temos de ver os resultados desse leilão para ver o impacto”, apontou, reconhecendo, deste modo, que o processo do leilão continua, apesar da forte litigância da Nos e da Vodafone para tentarem travar o procedimento, apresentando providências cautelares que estão a ser analisadas pela justiça. A Meo também já assumiu seguir a via judicial, mas ainda não anunciou nenhuma ação em concreto.

“O regulador em Portugal apresentou o regulamento do leilão e não é vantajoso. Dá algumas vantagens aos novos entrantres. Acreditamos que é anticoncorrencial. Não vemos como sendo positivo para o país, para o investimento de todos os players existentes no mercado, especialmente numa altura em que estamos todos sob pressão da pandemia”, afirmou o gestor, que considera que o “papel do Estado e do regulador” deveria ser o de “apoiar os players atuais” neste período de crise económica e social.

Em resposta a outro analista, que também colocou questões sobre o mercado português, Dennis Okhuijsen, conselheiro da Altice Europe, lembrou que Portugal esteve na linha da frente de outras tecnologias, como o 4G e a fibra ótica, e que “os operadores existentes fizeram investimentos tremendos para colocar Portugal na liderança dessa área”. “É muito contraintuitivo que o Governo português pareça estar a mudar a tática do mercado”, indicou, reconhecendo que a Altice está “certamente alinhada” com as críticas das operadoras concorrentes.

Na apresentação de resultados divulgada esta quinta-feira, a Altice Europe indica que a data estimada para o início do leilão de frequências para o 5G é 21 de novembro de 2020.

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Altice Portugal recupera no trimestre. Telemóveis e conteúdos desportivos amparam receitas

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações da Altice Portugal caiu 1,1% nos nove meses até setembro, enquanto as receitas estabilizaram, face à recuperação do negócio no trimestre.

A Altice Portugal viu o negócio recuperar no terceiro trimestre, mas ainda está sob pressão dos efeitos da pandemia. Nos nove meses até setembro, as receitas da dona da Meo registaram um recuo marginal de 0,2% em termos homólogos, para 1.562,9 milhões de euros, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) recuou 1,1%, para 628,3 milhões de euros.

Concretamente no último trimestre, ambos os indicadores registaram um crescimento comparativamente com o mesmo período do ano passado. As receitas trimestrais cresceram 0,9%, para 541,1 milhões de euros, enquanto o EBITDA subiu 0,5%, para 216,9 milhões de euros, revelou a empresa esta quinta-feira.

“O terceiro trimestre de 2020 revelou uma vez mais a sustentabilidade do desempenho da Altice Portugal, tanto nas receitas como no EBITDA, embora os impactos da pandemia Covid-19 se tenham prolongado ao longo deste trimestre”, admite a Altice Portugal. A amparar as contas estiveram o “crescimento das vendas, especialmente telemóveis”, a “retoma das receitas de conteúdos premium desportivos” e “alguma melhoria das receitas de roaming, apesar dos significativos impactos decorrentes da redução abrupta do turismo em Portugal”, explica.

Neste contexto, a empresa destaca que continuou a investir mesmo neste período “adverso”, atingindo 120,2 milhões de euros no trimestre, um aumento de 21 milhões de euros face ao terceiro trimestre de 2019. No acumulado dos nove meses, o total de casas passadas na rede de fibra ótica da Altice Portugal foi de 446 mil, “da quais 386 mil foram realizadas na rede da Fast Fiber”, aponta a companhia, que fechou setembro com 5,4 milhões de casas passadas.

Meo ganha 10 mil clientes particulares

Analisando os segmentos de negócio ao detalhe, o consumo representou uma receita de 304,3 milhões de euros para a Altice Portugal no terceiro trimestre, uma subida de 1,4% face ao período homólogo. “O segmento voltou ao caminho de recuperação sustentada iniciada em 2018, com base no crescimento contínuo da base de clientes, alavancado tanto em novos clientes como no controlo dos desligamentos”, aponta a empresa.

O grupo contabilizou 10 mil adições líquidas em clientes únicos do segmento de consumo, ou seja, o negócio de particulares, ao mesmo tempo que registou 52 mil adições liquidas de unidades geradoras de receita (RGU).

“As adições líquidas dos três serviços âncora do negócio fixo e convergente, a voz, a banda larga e a TV, registaram um total de 52 mil no terceiro trimestre de 2020, prosseguindo a evolução consistente do crescimento do parque de serviços desde o ano anterior, o que é demonstrado por um aumento de 159 mil nos últimos 12 meses”, aponta a companhia.

Além disso, a empresa acrescenta que “esta rota de desempenho sustentado também se manteve no negócio móvel”. A base de clientes pós-pagos subiu em 30 mil no trimestre.

Quanto ao desempenho do segmento empresarial, as receitas aumentaram 0,3%, para 236,7 milhões de euros, uma subida marginal, mas que “fez retomar o crescimento homólogo das receitas” deste segmento, que tinha sido “interrompido no trimestre anterior pela situação pandémica” e pelo confinamento.

“O terceiro trimestre marcou o início de uma frágil recuperação económica para uma nova realidade, limitada por fortes e dispendiosos requisitos de distanciamento social para as empresas, enquanto os clientes gradualmente recuperam a sua confiança no meio da pandemia”, destaca a Altice Portugal.

“As nossas redes e a nossa tecnologia continuam a assegurar que os nossos clientes, residenciais ou empresariais, possam trabalhar e desempenhar as suas funções com a maior normalidade possível, dando provas de uma capacidade de resposta apenas ao alcance de uma grande empresa, com uma vasta experiência, com tecnologia de ponta e com colaboradores aptos e sempre dispostos a reagir aos desafios que lhes são impostos”, remata o presidente executivo na mesma nota.

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Altice Portugal equaciona se faz sentido ir ao leilão do 5G

  • Lusa
  • 17 Novembro 2020

O presidente executivo da Altice Portugal disse que a empresa ainda está a equacionar se faz sentido participar no leilão do 5G. Para já, a empresa vai optar "pelo caminho da litigância".

O presidente executivo da Altice Portugal afirmou que está a equacionar se faz sentido participar no leilão do 5G e que vai “obviamente optar pelo caminho da litigância”, tecendo duras críticas ao regulador Anacom.

Alexandre Fonseca falava via online no encerramento do XXIV Encontro Nacional de PME do setor das Telecomunicações, organizado pela ACIST – Associação Empresarial de Comunicações de Portugal e subordinado ao tema “Inteligência Artificial (IA) – Impacto no Futuro dos Negócios e do Trabalho”.

Referindo que só há uma única candidatura conhecida, até agora, ao leilão de quinta geração (5G), que é a da Nowo, Alexandre Fonseca destacou que o que tem ouvido dos acionistas e dos operadores é a sua preocupação face à atual situação do setor.

“Tenho ouvido acionistas, para já não falar dos próprios operadores, dos maiores operadores em Portugal que dizem que estão extraordinariamente preocupados, que estão a equacionar o seu investimento no país”, disse o gestor.

“Eu diria mesmo que estão a equacionar, como a Altice Portugal está, se faz ou não sentido participar no leilão do 5G”, afirmou, numa intervenção onde não poupou críticas ao presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), João Cadete de Matos.

E comentou: “Imaginem a vergonha para o nosso setor e para o nosso país se este leilão ficar vazio de participantes ou ficar vazio porque o espectro que é efetivamente atribuído ficará muito aquém do espectro disponível”.

Para Alexandre Fonseca, “não basta dizer como o regulador tem dito ‘à boca cheia'” que vai ser leiloado “muito espectro”. Isto porque “leiloar vale zero, o que interessa é atribuí-lo e, se não houver ninguém para atribuir, essa será uma vergonha nacional que ficará na história”, alertou o presidente executivo.

Perante isto, “penso que para que a situação atual no nosso setor mude é preciso razoabilidade, é preciso equilíbrio, competência, conhecimento, é preciso efetivamente um conjunto de atributos que o presidente da Anacom não tem”, considerou o gestor, que disse que o setor atravessa um “momento triste” e talvez o “momento mais negro da história das telecomunicações” em Portugal.

“Por tudo isto, não nos resta a alternativa, como já o dissemos publicamente, senão rever a nossa estratégia para Portugal, a nossa estratégia de investimento, com todos os impactos que daí irão decorrer”, prosseguiu.

“Vamos obviamente optar pelo caminho da litigância, não há outra alternativa”, asseverou, apontando que o regulador é “autista” e que não se reúne com o setor há meses. “Este regulador optou pelo caminho de criar essa mesma litigância”, rematou.

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Meo atualiza preços de alguns pacotes a 1 de janeiro de 2021. Aumento mínimo é de 50 cêntimos

A Meo vai voltar a atualizar algumas mensalidades em janeiro de 2021 num mínimo de 50 cêntimos e já começou a informar os clientes. Fonte oficial da Nos diz que não vão mexer nos preços.

A Altice Portugal prepara-se para subir a mensalidade dos pacotes de alguns clientes a 1 de janeiro de 2021, atualizando os preços em linha com o que se verificou em janeiro deste ano. Com a inflação prevista para este ano a rondar valores negativos, o preço de algumas mensalidades deverá subir novamente 50 cêntimos.

No caso da Nos, o cenário deverá ser diferente. A empresa atualizou o preço de alguns serviços em janeiro deste ano, à taxa de 1% de inflação, mas não o deverá fazer este ano. “Não vamos mexer nos preços”, disse ao ECO fonte oficial da empresa de telecomunicações.

A informação sobre a atualização já foi comunicada a alguns clientes da Meo na fatura do mês de novembro: “A 1 de janeiro de 2021 a mensalidade do seu pacote será atualizada com base no índice de preços no consumidor, no valor mínimo de 50 cêntimos, IVA incluído, conforme previsto contratualmente”, lê-se numa nota informativa. A empresa indica ainda que serão publicadas mais informações sobre o aumento no início de dezembro.

Contas feitas, tendo em conta uma fatura de triple play (TV + Net + Voz) de 33,99 euros este ano, e com os cenários da inflação a apontarem para valores negativos, a mesma fatura deverá passar a custar 34,49 euros já a partir de janeiro do próximo ano, ou seja, uma subida de 50 cêntimos.

Esta atualização é equivalente à de janeiro deste ano, em que o mesmo pacote, que custava 33,49 euros por mês em 2019, aumentou a 1 de janeiro de 2020 para 33,99 euros por mês, dado que o aumento à luz da taxa de inflação (1%) não chegava ao limite mínimo de 50 cêntimos de subida definido pela operadora.

O ECO questionou a Altice Portugal sobre este aumento, mas não obteve resposta a tempo de publicação deste artigo. Fonte oficial da Vodafone também não respondeu a tempo de publicação. A operadora optou por manter os preços este ano.

Estas informações surgem numa altura em que os preços das telecomunicações voltam a estar no centro da agenda do setor. Na segunda-feira, a Anacom revelou que Meo, Nos e Vodafone aumentaram em um euro a mensalidade dos pacotes base de triple play aos “novos subscritores” e aos “anteriores subscritores no momento em que pretendem renovar” o contrato.

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Altice Portugal admite ir para tribunal contra regras do leilão do 5G

A Altice Portugal admite "utilizar todos os mecanismos legais" contra um regulamento do leilão do 5G que causa "grande preocupação" e "prejudica gravemente o setor" e o país.

Depois da concorrente Nos, a Altice Portugal também admite ir para tribunal contra um regulamento do leilão do 5G que, considera a empresa, causa “grande preocupação” e “prejudica gravemente o setor das telecomunicações em Portugal, as pessoas, a economia nacional e a imagem de Portugal enquanto país desenvolvido”.

“Não abdicaremos de utilizar todos os mecanismos legais à nossa disposição para defender os interesses das pessoas, do setor e do país”, informa a dona da Meo na sua primeira reação detalhada às condições finais do processo, apresentadas na semana passada pela Anacom.

São várias as críticas da Altice Portugal à Anacom pelo regulamento apresentado na passada quinta-feira, que vão das obrigações de cobertura às condições “preferenciais” para novas empresas interessadas em entrar no setor através do leilão de frequências.

“O regulamento do leilão apresenta um alheamento relativo à linha defendida na Resolução do Conselho de Ministros apresentada pelo Governo, em fevereiro”, começa por assegurar a empresa. O grupo diz que as condições estabelecidas pela Anacom impõem “obrigações excessivas de cobertura”.

No que toca às condições para os designados “novos entrantes”, a empresa liderada por Alexandre Fonseca considera “abusivas” algumas medidas, como a do roaming nacional, através do qual as empresas já estabelecidas no setor serão forçadas a permitir o acesso de outras empresas à sua rede por um período de dez anos.

“O acesso direto às redes dos operadores nacionais, através do roaming nacional, apenas proporciona a entrada de operadores parasitas que, não só não investem no país, como não melhoram as comunicações já existentes”, defende a companhia.

Elencando outros aspetos técnicos que não vê com bons olhos no regulamento do leilão, a Altice Portugal destaca, no final, “a total imprevisibilidade e ineficiência dos investimentos exigidos” as empresas do setor. São, para o grupo que detém a Meo, “o principal fator que coloca em risco a obrigação de garantir postos de trabalho e assegurar a continuidade de projetos nas áreas da inovação e investigação”.

A reação da dona da Meo junta-se, assim, à da Vodafone e da Nos. As três principais operadoras estão fortemente contra as regras do leilão, sendo que Altice Portugal e a Nos deverão partir para a disputa nos tribunais, envolvendo a Anacom e potencialmente o Governo português. As linhas gerais do leilão do 5G podem ser conhecidas aqui.

Leia o comunicado da Altice Portugal na íntegra:

(Notícia atualizada pela última vez às 12h55)

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Altice Portugal “congratula-se por finalmente o regulamento do 5G ver a luz do dia”

No rescaldo da apresentação do regulamento final do leilão do 5G, a Altice Portugal "congratula-se" por o documento ver "finalmente" a "luz do dia". Está a analisar as regras para decidir o que fazer.

A Altice Portugal “congratula-se por finalmente o regulamento do leilão 5G ver a luz do dia”. A reação foi enviada ao ECO depois de conhecida a versão final do documento, aprovada na sexta-feira passada pela Anacom.

No rescaldo da apresentação das regras que vão definir o leilão de frequências para a quinta geração de rede móvel em Portugal, e que eram esperadas há vários meses pelo setor, a empresa liderada por Alexandre Fonseca destaca que vai agora “proceder à devida análise do regulamento”. “Oportunamente, falaremos sobre o tema”, assegura.

Porém, a dona da Meo vai mais além: “Não podemos deixar de assinalar a publicação deste regulamento acontecer depois de termos vindo a público exigir uma atitude responsável e que algo acontecesse nesta matéria”, afirma fonte oficial do grupo de telecomunicações. Em causa, um evento com jornalistas na segunda-feira, em que o presidente executivo da empresa, Alexandre Fonseca, teceu duras críticas à Anacom e disse “basta” quanto à espera pelo lançamento do leilão.

Não podemos deixar de assinalar a publicação deste regulamento acontecer depois de termos vindo a público exigir uma atitude responsável e que algo acontecesse nesta matéria.

Fonte oficial da Altice Portugal

A posição da Altice Portugal surge minutos depois de a concorrente Nos, liderada por Miguel Almeida, ter dito ao ECO que vai avançar para tribunal e recorrer também à Comissão Europeia para tentar “travar” o regulamento do 5G, que considera ser “ilegal”. A operadora fez incidir também os holofotes sobre o Governo, considerando que o Ministério das Infraestruturas teve uma “posição incompreensível” por não ter “chamado a si” este processo.

A Anacom apresentou esta quinta-feira o regulamento final do leilão do 5G, tendo introduzido diversas alterações face à proposta de fevereiro, para ter em conta o impacto da pandemia e algumas das exigências do setor.

Entre as novidades está a imposição de obrigações de cobertura para novos entrantes, que poderão ter acesso à rede das demais operadoras por dez anos, mas não beneficiando do desconto de 25% que estava previsto, mantendo, contudo, a reserva de espetro. Os preços de reserva do leilão mantiveram-se inalterados.

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Regras do 5G são conhecidas hoje. O que pode mudar no regulamento?

Anacom vai apresentar esta quinta-feira o regulamento final do 5G. Só se conhece a versão preliminar, de fevereiro. Setor estará atento: sem mudanças face ao proposto, operadoras partem para tribunal.

Esta quinta-feira, pelas 10h30, o setor das telecomunicações português conhecerá finalmente o documento mais aguardado dos últimos meses: o regulamento final com as regras para o leilão do 5G. A Anacom tem uma conferência de imprensa marcada em Lisboa para essa hora, esperando-se que ponha fim à incógnita sobre as regras que definirão a atribuição de frequências às empresas interessadas em explorar a tecnologia no país.

As expectativas são altas. Apesar de uma versão preliminar do regulamento ter sido sujeito a consulta pública este ano, que a Anacom diz ter sido bastante “participada”, o projeto de regulamento data de fevereiro, uma altura em que ninguém antecipava a crise sanitária e económica que se viria a instalar em março em todo o mundo, incluindo em Portugal, por causa da pandemia da Covid-19.

Subitamente, o tabuleiro de jogo mudou, suscitando grande ansiedade nas operadoras de telecomunicações. Já reticentes perante os investimentos avultados que teriam de fazer na quinta geração, as novas prioridades decretadas pela pandemia passaram a exigir mais cautela e contenção nas despesas. Por isso, nas últimas semanas, Meo, Nos e Vodafone subiram o tom das críticas ao regulador, apelando a alterações de fundo nas regras do leilão.

Coloca-se, por isso, a questão: quão diferente da versão preliminar será o regulamento final do leilão do 5G aprovado pela Anacom, e que será conhecido esta quinta-feira? Outra pergunta: terá o regulador cedido aos apelos do setor — que, no que à adaptação à pandemia diz respeito, mereceram também a concordância do próprio Governo?

As “ajudas” aos novos entrantes

O projeto de regulamento do leilão do 5G, apresentado em fevereiro, “contempla uma reserva de espetro para novos entrantes”.

E quem são estes novos entrantes? O conceito aplica-se a qualquer entidade que não detenha outros direitos de utilização de frequências para serviços de telecomunicações. Resumindo, qualquer outra empresa ou operadora estrangeira que possa aproveitar este procedimento para se lançar no mercado português.

Mas não foi apenas a reserva de espetro que a Anacom contemplou nas regras preliminares do leilão. No projeto apresentado há quase nove meses, o regulador pretende também incentivar o surgimento de um quarto operador no mercado, mediante a atribuição de “um desconto de 25% sobre o preço do espetro que adquirirem nas faixas” reservadas.

Ao verem estas condições mais benéficas para empresas externas ao setor, as três principais operadoras portuguesas irromperam em críticas à Anacom. Tanto a Meo como a Nos e a Vodafone têm-se mostrado fortemente contra o que consideram ser condições “injustas”, porque beneficiam empresas externas com reserva de espetro e um desconto, mas não impõem obrigações de cobertura apertadas, como aquelas a que estarão sujeitas qualquer operadora já estabelecida em Portugal que adquira frequências no leilão.

Uma operadora, além das críticas, partiu para a ação. O presidente executivo da Nos, Miguel Almeida, disse no Parlamento que, com estas condições mais benéficas para novos entrantes, a Anacom está efetivamente “a oferecer um auxílio de Estado de 800 milhões de euros” a um eventual quarto operador, que pode nem ser uma empresa do setor (a Nos admite que um hedge fund possa aproveitar a operação para gerar mais-valias de curto prazo, em prejuízo do setor como um todo). Por isso, apresentou uma queixa à Comissão Europeia, que está a ser analisada.

Os preços de reserva

À luz da informação atualmente disponível, não são de esperar alterações significativas nas faixas de frequências e números de lotes a concurso. O que pode haver é mudanças nos preços de reserva, nomeadamente uma redução, para ter em conta o impacto da pandemia na economia do país.

Pelo menos é isso que empresas, como a Altice Portugal, apelaram mal foram conhecidas as regras preliminares do leilão, um pedido que reforçaram nas últimas semanas.

Mediante os termos do projeto de regulamento, a operação renderá pelo menos 238 milhões de euros ao Estado. E, já nessa altura, a diferença de expectativas era elevada, na ordem dos 50 milhões de euros, como noticiou o ECO com base numa carta dos líderes da Meo, Nos e Vodafone enviada ao primeiro-ministro, António Costa.

Esse fosso será agora maior por causa do impacto da Covid-19 e os preços poderão ser determinantes na estratégia que cada operadora vai seguir. Para já, está definido que o leilão não será “cash cow” do Estado, como temia em 2018 o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca. Pelo menos, não diretamente. Toda a receita angariada será afeta a um novo Fundo para a Transição Digital, que investirá na digitalização da economia portuguesa.

O roaming nacional

É outro ponto sensível e que já provou discórdia até dentro do próprio Governo. O presidente da Anacom, João Cadete de Matos, é um fervoroso adepto do roaming nacional.

A avançar, como está previsto no projeto de regulamento, significará que um cliente não ficará “preso” à cobertura da operadora que contratou. Assim, à medida que se vai deslocando no território, um smartphone ou outro aparelho pode ir-se ligando à rede da operadora que tiver melhor cobertura na região em que se está.

Para a Anacom, esta é uma forma de assegurar a máxima cobertura de 5G no país, chegando a mais zonas. O regulador argumenta ainda que um cliente estrangeiro que se desloque a Portugal já pode ligar-se a qualquer rede, independentemente da operadora, beneficiando de melhor cobertura do que um cliente nacional.

Mas, para o setor, é uma forma de canibalizar investimento e até uma falácia: numa primeira fase, o 5G funcionará por cima da atual rede 4G — ou seja, uma zona sem cobertura, que não tenha 4G, não passará a ter cobertura só porque há roaming nacional. As operadoras temem que este seja um fator de desleixo no investimento dos concorrentes: “Nenhuma empresa vai investir se, ao o fazer, em vez de melhorar a qualidade de serviço aos seus clientes, está a melhorar o serviço aos seus concorrentes”, argumentou recentemente o presidente executivo da Nos.

Sabe-se que, para além da Anacom, também o ministro da tutela, Pedro Nuno Santos é a favor do roaming nacional. O mesmo foi transmitido há semanas pelo novo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Hugo Santos Mendes. Já o anterior secretário de Estado, Alberto Souto de Miranda, era fortemente contra.

É improvável que o regulamento do leilão do 5G conhecido esta quinta-feira dê baixa da exigência de roaming nacional para as empresas do setor, que terão, assim, de partilhar rede 5G e infraestruturas. Eventualmente, também manterá as obrigações de acesso à rede para os chamados operadores móveis virtuais — empresas que, não tendo espetro, poderão fornecer serviços de 5G em cima das redes das operadoras que compraram direitos de utilização de frequência neste leilão.

De qualquer forma, Nos e Vodafone estão já a partilhar infraestruturas. Em outubro, as duas operadoras fecharam acordos nesse sentido, abrangendo todo o país e as tecnologias 2G, 3G e 4G. No 5G, afirmaram que dependerá do resultado do leilão.

As licenças da Dense Air

A Dense Air é uma empresa do grupo japonês Soft Bank que, apesar de ainda não ter começado o leilão, já é detentora de licenças de 5G.

Para entender como, é necessário recuar no tempo. Estas licenças na faixa dos 3,6 GHz remontam a 2010, altura em que foram atribuídas a uma empresa chamada Bravesensor por um prazo de 15 anos. Nessa altura, não se sabia que, mais tarde, valeriam “ouro” por poderem ser usadas para o fornecimento de serviços de 5G (a definição do padrão só foi estabelecida pela Comissão Europeia em 2018).

Ora, essa empresa mudou entretanto de nome para Zappwimax e, em dezembro de 2016, a Anacom autorizou que as referidas licenças fossem transferidas para uma outra empresa, chamada Broadband Portugal. Como recorda o Público, em março de 2018, a Broadband foi vendida à Airspan Spectrum Holdings, do grupo SoftBank, passando a chamar-se Dense Air.

As licenças que acabaram na posse da Dense Air previam que fossem prestados serviços no prazo de dois anos após a atribuição, o que não aconteceu. Ora, a Anacom decidiu, no entanto, reconfigurar o espetro da Dense Air, não expropriando as referidas licenças quando começou a alinhavar o 5G. A decisão cai bastante mal junto do setor.

O projeto de regulamento do leilão do 5G prevê que as frequências que se mantiveram na posse da Dense Air sejam incluídas no leilão, mas com restrições, sendo disponibilizadas apenas a partir de 5 de agosto de 2025, quando expirarem as licenças da Dense Air. Assim, se esta empresa quiser ir a jogo, terá de as renovar no leilão. A Dense Air tem mostrado intenção de vir a ser um operador grossista no mercado do 5G, prestando serviços às operadoras de retalho.

Mas Meo, Nos e Vodafone não se deixam convencer. Concretamente, a Nos tem em curso dois processos em tribunal, um para reverter a decisão da Anacom sobre a reconfiguração do espetro e outra, mais recente, em que exige à Anacom uma indemnização de 42 milhões de euros pelo mesmo motivo, noticiou o Público em outubro.

E se nada mudar?

O pior cenário, na ótica das operadoras, é um em que o regulamento final tenha poucas ou nenhumas alterações face à versão preliminar divulgada em fevereiro. Nesse caso, Meo, Nos e Vodafone já ameaçaram avançar para tribunal contra a Anacom, ou até mesmo de boicotarem o leilão por completo.

É pouco provável que o regulamento que será conhecido esta manhã seja tal e qual como o que foi divulgado no início do ano. Até porque o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, neste mês de outubro, avisou, num evento promovido pelo próprio regulador, que o regulamento final deve “ter em conta” o impacto da Covid-19 no país.

Porém, se a Anacom entender que as regras que foram a consulta pública são as corretas e promovem a concorrência no mercado, tal pode inaugurar uma nova página no processo, com a forte litigância a atrasar mais uma vez o lançamento do 5G em Portugal — pela avaliação inicial do Governo e da Comissão Europeia, feitas antes da pandemia, era suposto as primeiras ofertas comerciais arrancarem até ao fim deste ano, algo que já só acontecerá, provavelmente, no primeiro semestre de 2021.

Concretamente, a Vodafone Portugal ameaça que, se as regras não forem satisfatórias, desistirá de instalar no país um novo centro de investigação e desenvolvimento na área do 5G, com capacidade para criar 400 postos de trabalho qualificados.

Mário Vaz, presidente executivo da operadora, considerou mesmo que a intenção inicial da Anacom “hipoteca o futuro do país”, e citou um estudo da consultora Roland Berger, feito a pedido de um cliente não identificado, em que se conclui que regras “injustas” no leilão do 5G poderão arrasar com 2.000 empregos no setor das telecomunicações português.

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Anacom apresenta regulamento do leilão do 5G na quinta-feira

A Anacom convocou para quinta-feira uma conferência de imprensa onde apresentará o regulamento do leilão do 5G. Passo é decisivo para o lançamento das redes móveis de quinta geração em Portugal.

A Anacom convocou para quinta-feira, 5 de novembro, uma conferência de imprensa “para apresentação do regulamento do leilão do 5G”. O evento decorrerá às 10h30.

Este é o passo que falta para dar início ao processo de lançamento das redes móveis de quinta geração em Portugal, havendo grande expectativa entre as empresas do setor sobre as regras definitivas que foram aprovadas pelo regulador. Atualmente, são apenas conhecidas as regras de um projeto de regulamento apresentado no início do ano, antes da pandemia da Covid-19.

A convocatória para a conferência de imprensa surge três dias depois do fim do prazo previsto pela própria Anacom para o arranque do leilão. Os últimos dois meses constavam no calendário do próprio regulador, já revisto depois da suspensão decretada pela pandemia, nomeadamente com a aprovação do regulamento em setembro e lançamento do leilão em outubro. Tal não se verificou.

Meo, Nos e Vodafone prestarão a máxima atenção a este regulamento, que ditará os preços das frequências a concurso, as obrigações de cobertura e muitas outras variáveis com grande peso na hora de investir. As regras determinarão ainda as condições a que estarão sujeitos os chamados “novos entrantes”, isto é, uma nova operadora que aproveite o leilão para se lançar no mercado português.

Se avançarem os termos do projeto de regulamento que é conhecido, as licenças poderão custar pelo menos 238 milhões de euros às operadoras. Mas as três grandes empresas do setor em Portugal tem pressionado o regulador em busca de alterações de fundo às regras finais, de forma a refletirem o impacto e a incerteza da pandemia.

O Governo parece concordar. A 19 de outubro, o novo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Hugo Santos Mendes, disse num evento da Anacom que o leilão do 5G deve “ter em conta” o impacto da crise.

Fasquia está alta

Se tudo isto não é suficiente para mostrar que a fasquia está bem alta, vale a pena recordar que duas operadoras já ameaçara boicotar o leilão do 5G se as regras não forem diferentes, nomeadamente no que toca à reserva de espetro para “novos entrantes” com desconto e alegadamente sem obrigações de cobertura.

A Vodafone teceu a ameaça mais concreta, garantindo que um leilão injusto levará o grupo a desistir de instalar em Portugal um centro pan-europeu de investigação e desenvolvimento na área do 5G, que poderá criar até 400 empregos qualificados.

Um estudo da consultora Roland Berger, que tem sido citado pelo presidente executivo da Vodafone, Mário Vaz, e também pela Meo, feito a pedido de um cliente não identificado, concluiu meso que o projeto de regulamento do leilão do 5G, como foi desenhado, poderia levar à destruição de 2.000 empregos no setor.

Também a Nos insurgiu-se recentemente contra as regras preliminares e fez uma queixa à Comissão Europeia, considerando que estão a ser dadas ajudas de Estado milionárias a “novos entrantes”. O grupo tem ainda em curso processos em tribunal contra a decisão da Anacom de reconfigurar o espetro da Dense Air, uma empresa que acabou por ficar com licenças de 5G antigas que nunca foram usadas. A Anacom está a condenar o setor “à idade das trevas”, disse mesmo o líder da Nos, Miguel Almeida, numa recente audição no Parlamento.

Mas as críticas mais recentes têm partido da Altice Portugal (dona da Meo). Alexandre Fonseca não tem perdido uma ocasião para criticar o presidente do regulador, João Cadete de Matos, e voltou a fazê-lo esta segunda-feira: personificando o ataque, o gestor considerou que “o 5G é já um falhanço enorme, um flop” e um “logro”.

Contas feitas, se as regras não satisfazerem o setor, o mais provável é que se assista a uma onda de litigância com risco acrescido de novos atrasos, num processo que deveria ter sido concluído até ao fim deste ano.

No entanto, e apesar das críticas ao atraso da Anacom, o presidente executivo da Altice Portugal mudou o discurso em meados deste ano. Para Alexandre Fonseca, a pandemia mostrou que o 4G dá resposta às necessidades, e talvez o 5G não seja uma prioridade assim tão urgente.

Ainda assim, apesar de tudo isto, é também possível que um dos principais fatores de pressão tenha partido de uma empresa que não deverá estar minimamente interessada no leilão do 5G português: a gigante Apple lançou no mês passado os primeiros iPhones capazes de se ligarem a redes de quinta geração.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h14)

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Altice critica “atraso de dois meses” da Anacom: “5G é já um falhanço enorme, um flop, um logro”

O presidente executivo da Altice Portugal considera que o dossiê do 5G em Portugal já pode ser considerado "um falhanço enorme", um "flop" e um "logro". O regulador "mentiu aos portugueses", acusou.

O presidente executivo da Altice Portugal considera que o país, “além de atrasado, está perdido” no dossiê do lançamento do 5G. “Não há hoje uma visão. Pode já dizer-se que o 5G é um falhanço enorme, um flop, um logro”, afirmou Alexandre Fonseca numa conferência virtual com jornalistas, na qual acusou a Anacom de “mentir” ao Governo e ao país.

O gestor recordou que o calendário do próprio regulador para o 5G apontava para setembro a aprovação do regulamento do leilão de frequências e para o início das licitações em outubro. “Hoje é dia 2 de novembro”, lembrou, salientando assim o “atraso de dois meses” que se verifica face à agenda oficial. “Este é o momento de dizer basta. Temos um regulador que mentiu aos portugueses, aos governantes, aos decisores do país, e mentiu ao setor”, acusou.

A Anacom falhou o próprio prazo estabelecido no calendário do 5G, não tendo dado início ao leilão de frequências durante o mês de outubro, como tinha previsto em julho. Pela calendarização oficial, o atraso é agora de dois meses, visto que também estava previsto aprovar o regulamento do leilão até ao fim de setembro, o que ainda não terá acontecido.

“Estamos a ultimar os trabalhos e contamos aprovar o regulamento e dar início ao processo do leilão este mês”, afirmava, a 15 de outubro, fonte oficial da Anacom. Já com o mês de novembro em curso, o setor continua sem conhecer o regulamento do leilão de frequências nem há previsão sobre quando o processo vai arrancar. O ECO questionou novamente a Anacom sobre o calendário do 5G, mas não obteve resposta a tempo de publicação deste artigo.

“Este regulador continuou a mentir-nos. Hoje é dia 2 de novembro, não temos conhecimento de nada. Não sabemos quais são as regras, as condições de acesso a espetro”, disse o presidente da dona da operadora Meo.

Projeto de regulamento está “ferido de ilegalidades”

Na mesma conferência com jornalistas, o presidente executivo da Altice Portugal acusou o projeto de regulamento do 5G de estar “ferido de ilegalidades”, por reservar espetro a novos entrantes, com desconto e “sem obrigações de cobertura”. Opinião partilhada recentemente também pelos líderes das duas outras operadoras, Nos e Vodafone.

Contudo, sobre a hipótese da entrada de um quarto operador no mercado das telecomunicações em Portugal, o líder da Altice Portugal garantiu que quer apenas que os novos operadores estejam sujeitos às mesmas condições das demais operadoras: “A Altice Portugal não teme a entrada de novos operadores. Não temos receio. O que queremos é que os novos, para além de contribuírem para a nossa economia, tenham condições idênticas”, garantiu Alexandre Fonseca.

A Altice Portugal também é crítica da decisão da Anacom de reconfigurar o espetro da Dense Air, uma empresa que acabou por ficar com licenças 5G já antigas e que, por isso, é já detentora de direitos de utilização antes mesmo da ocorrência do leilão. As empresas do setor pretendiam que a Anacom cancelasse as licenças pois as mesmas nunca foram usadas.

Ainda não é conhecido o regulamento final do leilão de frequências, esperando-se que o mesmo seja publicado nos próximos dias pela Anacom. O cenário de “incerteza” tem sido destacado pelas várias operadoras, que ameaçam rasgar planos de investimento na economia portuguesa se as regras que estão num projeto de regulamento apresentado em fevereiro acabarem por ir adiante, sem alterações de fundo.

Meo preparada para 5G em Lisboa, Aveiro e Algarve

Apesar do atraso que se verifica no processo, a Altice Portugal admitiu estar “preparada” para lançar redes comerciais de quinta geração em Lisboa, em Aveiro e no Algarve. São apenas “exemplos” de três cidades em que a empresa já tem infraestruturas montadas por causa dos testes que tem vindo a realizar, existindo outras que o gestor não quis revelar.

A empresa confirmou também que, nesta primeira fase, o 5G da Altice Portugal assentará nas atuais redes 4G e, por isso, “será lançamento 5G em cima do 4G”. “Não me parece que haja condições para ter 5G standalone no curto prazo nem vantagem competitiva”, explicou.

O mesmo se aplica ao 5G millimeter wave, visto como a tecnologia de ponta que permitirá uma latência mais reduzida e uma velocidade bastante superior no acesso à internet. O leilão de 5G não contempla frequências que permitam lançar esta tecnologia no país, algo que foi confirmado também pelo presidente da Altice Portugal: “Os 26 GHz não estão previstos na proposta, mas também aqui serei equilibrado: nem estava à espera que estivessem. Não penso que seja uma prioridade”, afirmou.

Novamente questionado sobre se a participação da fabricante Huawei nas redes de quinta geração da Altice Portugal, Alexandre Fonseca voltou a assegurar que não terá equipamentos da empresa chinesa no núcleo, apostando em três fornecedores, dois deles europeus e um norte-americano (apesar de não ter mencionado, tratam-se da Ericsson, Nokia e Cisco). A Huawei é acusada pelos EUA de ser um veículo de espionagem ao serviço do regime chinês, mas a marca tem negado todas as acusações.

O ECO noticiou em março que a Huawei não deverá fazer parte do núcleo do 5G em Portugal nas redes da Altice Portugal, da Nos e da Vodafone.

Altice confessa ser parceira da Ubiwhere

Um último tema abordado por Alexandre Fonseca foi o das suspeitas levantadas pela Altice Portugal em torno da empresa Ubiwhere numa queixa ao Governo. A Ubiwhere é a empresa que está a desenvolver a plataforma eletrónica do leilão do 5G, mas tem parcerias com várias operadoras interessadas na operação.

Ora, esta segunda-feira, Alexandre Fonseca reconheceu que a Altice Portugal também é parceira da empresa escolhida por concurso público pela Anacom para desenvolver a plataforma do leilão do 5G.

“Vivemos na semana passada mais um episódio caricato, diria ridículo. Assistimos à publicação de notícias sobre a escolha de plataforma de software que irá suportar a o leilão do 5G em Portugal”, indicou. Lembrando que o contrato assinado com a Anacom impede que a tecnológica escolhida tenha qualquer relação com empresas do setor, Alexandre Fonseca rematou: “Não existe uma, são pelo menos duas. Uma delas somos nós.”

Como o ECO noticiou na semana passada, a Altice Portugal enviou uma carta ao Governo e à Anacom a apontar para ligações entre a Ubiwhere e a Vodafone, mas não referindo que a Ubiwhere também é parceira da própria Altice, através da Altice Labs.

Entretanto, a Ubiwhere também respondeu às acusações, garantindo ser “idónea” e negando estar “em posição” de violar o contrato que assinou com o regulador. A Anacom, por sua vez, diz estar a analisar as dúvidas suscitadas pela dona da Meo.

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