Receitas da Altice Portugal sobem 2,6% apesar da pandemia

A Altice Portugal registou um crescimento nas receitas de 2,6% até março, para 522,3 milhões de euros, apesar dos efeitos da pandemia. O EBITDA ajustado cresceu 1,8% face ao trimestre homólogo.

A Altice Portugal obteve receitas de 522,3 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020. Trata-se de um crescimento de 2,6% face ao trimestre homólogo e representa um resultado acima do consenso de nove analistas sondados pela empresa.

O lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações (EBITDA) ajustado da Altice Portugal alcançou os 210,2 milhões de euros, mais 1,8% face ao período equivalente de 2019, igualmente acima das estimativas.

O segmento de B2C (business to consumer) continua a ser o que maior peso tem nas contas da empresa, tendo gerado para o grupo um total de 296,1 milhões de euros em receita, um crescimento superior a 2% face ao trimestre homólogo. A base de clientes residenciais da Altice Portugal subiu 1%, para 1,6 milhões de clientes, dos quais 62% são servidos com fibra ótica.

Dentro deste segmento, o negócio fixo rendeu à empresa liderada por Alexandre Fonseca 155,1 milhões de euros no trimestre, enquanto o negócio de telefonia móvel rendeu 117,6 milhões de euros. Ambos os indicadores registaram crescimentos marginais em relação ao período homólogo. As vendas de equipamentos também cresceram, de 20,4 milhões no primeiro trimestre de 2019 para 23,3 milhões de euros entre janeiro e março de 2020.

Mas as receitas com o segmento empresarial também aumentaram. A subida foi de 3%, o maior crescimento percentual das diferentes unidades de negócio, num período marcado pela imposição da quarentena no país, que forçou muitas empresas a adaptarem as operações com recurso ao teletrabalho.

Quanto ao investimento, o Capex (capital expenditures) da Altice Portugal aumentou de 100,5 milhões no arranque de 2019 para 104,3 milhões no arranque de 2020. Segundo a empresa, desta despesa resulta também o incremento de 505.000 casas passadas na rede de fibra da Meo, que alcança agora mais de cinco milhões de lares no país.

Estes resultados da Altice Portugal deram-se num período em que o Governo português implementou fortes restrições à atividade económica, de forma a tentar conter a pandemia do coronavírus, cujo primeiro caso de infeção foi registado no país a 2 de março. Desta forma, os resultados foram apenas parcialmente impactados pelo choque económico provocado pelo surto e que obrigou também a Meo a encerrar a generalidade das lojas.

Estou confiante de que a vida vai voltar ao normal. E apesar de dizerem que não vai ser como antes, eu concordo: vai ser melhor.

Patrick Drahi

Fundador da Altice Europe

Pandemia atrasa fibra e afunda roaming

Ao nível do grupo, as receitas da Altice Europe cresceram 3,1%, para 3,6 mil milhões de euros, enquanto o EBITDA ajustado cresceu 0,7%, para 1,3 mil milhões de euros. A generalidade das rubricas de receita assistiu a melhorias, exceto o segmento de media, focado quase na totalidade no negócio da publicidade nos meios de comunicação social que a Altice detém em França e na plataforma de distribuição de anúncios Teads.

Perante este cenário, a administração da Altice Europe decidiu manter o guidance para o ano, com o fundador e principal acionista do grupo, Patrick Drahi, a mostrar-se confiante numa rápida recuperação económica global: “Estou confiante de que a vida vai voltar ao normal. E apesar de dizerem que não vai ser como antes, eu concordo: vai ser melhor”, disse, numa conferência telefónica com analistas financeiros. Contudo, essa manutenção do guidance assenta no pressuposto do fim da quarentena no segundo trimestre e numa “recuperação económica gradual” nos meses seguintes.

Ainda assim, os responsáveis da administração do grupo não esconderam que a pandemia terá um impacto negativo no segundo trimestre. Esse impacto irá materializar-se pela pressão já observada no negócio da publicidade, mas também pela quase paralisação do roaming, que gera receitas para a Altice numa vertente grossista e que, como explicou Patrick Drahi, é receita perdida, uma vez que resulta do cancelamento em massa de viagens por parte dos cidadãos em todo o mundo. A empresa antecipa atrasos na expansão da rede de fibra ótica nos principais mercados em que opera, nomeadamente França e Portugal.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h42)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

AdC dá “luz verde” à Altice para compra de 51% da Blueticket

  • Lusa
  • 13 Maio 2020

O regulador da concorrência decidiu permitir que a Altice compre 51% da Blueticket à Arena Atlântico: "Não é suscetível de criar entraves significativos" à concorrência.

A Autoridade da Concorrência (Adc) deu “luz verde” à Meo, do grupo Altice, para comprar 51% da Blueticket, a maior empresa de bilhética do país, até agora integralmente detida pela Arena Atlântico, revela um aviso publicado pela AdC.

O conselho da AdC tomou a decisão de não oposição à operação de concentração há cerca de uma semana, em 5 de maio, considerando que o negócio “não é suscetível de criar entraves significativos” à concorrência efetiva nos mercados da prestação de serviços de ticketing e dos serviços de tecnologias de informação relacionados com bilhética, segundo o aviso publicado na página de internet daquela autoridade.

Ao comprar de 51% da Blueticket, mas mantendo-se a Arena Atlântico também como acionista da empresa, a Altice Portugal entra assim numa nova área de negócio. O negócio foi notificado à AdC em 13 de fevereiro, um dia antes de a Altice Portugal, em comunicado, anunciar ter chegado a acordo com a Arena Atlântico para comprar o controlo (51% do capital) da Blueticket, mas sem revelar os valores envolvidos na operação.

Em comunicado divulgado nesse dia, o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, reconheceu que a compra de 51% da empresa de bilhética era uma aposta numa nova área de atividade e representava “maior investimento e o alargamento do seu ecossistema e área de atuação”.

No mesmo comunicado, também o administrador executivo da Arena Atlântico e da Blueticket, Jorge Vinha da Silva, sublinhava que o negócio representava “uma importante oportunidade de crescimento” da Blueticket e adiantou que “a entrada da Altice no capital da empresa assegura o acesso a know-how tecnológico e garante escala à atividade comercial da Blueticket”.

A Blueticket – que no seu site informa vender por ano 3,5 milhões de bilhetes — surgiu da cisão da área de ticketing da Arena Atlântico, que se dedica à exploração de espaços para espetáculos e eventos, através da gestão e exploração do pavilhão Altice Arena (antigo Pavilhão Atlântico), na Expo em Lisboa. A Meo, do grupo Altice, presta serviços de comunicações eletrónicas, de transporte e difusão de sinal, de oferta de serviços de voz, vídeo, dados e Internet, tanto fixos como móveis, e distribui televisão por subscrição.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Altice Portugal confirma suspensão do pagamento de direitos televisivos aos clubes

  • ECO
  • 28 Abril 2020

Em entrevista à Antena 1, o presidente executivo da Altice Portugal confirmou que não pagou os direitos televisivos do futebol em abril, uma vez que as competições estão suspensas por causa do vírus.

O presidente executivo da Altice Portugal confirmou que suspendeu os pagamentos dos direitos televisivos aos clubes de futebol em abril, uma vez que as competições estão suspensas por causa da pandemia.

“O pagamento correspondente aquilo que era o bem que está subjacente foram regularizados até ao momento em que houve esse bem: jogos de futebol e presença de público nos estádios”, começou por afirmar Alexandre Fonseca, em entrevista à Antena 1. Como os jogos “aconteceram até meados de março”, a Altice Portugal foi mesmo “mais além” e “regularizou os pagamentos” de todo o mês de março.

No entanto, o gestor continuou: “Em abril, não tendo tido qualquer tipo de contrapartida, obviamente que não faz sentido estar a pagar por um bem, um serviço que não está a ser realizado”, disse, confirmando desta forma a informação que já tinha sido avançada pelo ECO no início de abril. Deste modo, a empresa tenciona voltar a pagar pelos direitos assim que os campeonatos forem retomados.

Rejeitando comentar “hipóteses” como a da transmissão de jogos em sinal aberto, a empresa que detém a operadora Meo em Portugal mostrou-se disponível para “trabalhar lado a lado com os parceiros” e afirmou que “nunca” fechou portas.

“Sempre estivemos cá para discutir com os nossos parceiros”, afirmou. Porém, na ótica de Alexandre Fonseca, os contratos mantêm-se ativos da forma como foram escritos há três anos, pelo que “estão válidos”. “Não vale a pena discutir contratos que existem”. “Existem e são contratos que estão perfeitamente em vigor”, referiu. De entre outros clubes, a Altice Portugal detém os direitos televisivos do FC Porto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Utilização das redes fixas dispara até 70% com o coronavírus. Mas não deverá ser preciso “desligar” Netflix

A utilização das redes fixas em Portugal disparou até 70%, por causa das medidas de combate à pandemia. Governo permite "desligar" Netflix, mas Meo está confiante de que não vai ser necessário.

Escolas fechadas e milhões de portugueses em casa. Este é o cenário do país desde a semana passada, altura em que a pandemia do coronavírus passou a exigir medidas mais drásticas de confinamento e a generalização do teletrabalho. Desde então, uma boa parte da economia passou a assentar nas redes de comunicações, resultando num disparo de até 70% na utilização, segundo dados agora divulgados pelas operadoras.

Numa ação conjunta, e as questões colocadas pelos jornalistas, Meo, Nos e Vodafone revelaram esta quarta-feira as evoluções verificadas na utilização das suas redes na semana de 16 a 22 de março, comparativamente com a semana anterior de 9 a 15. Os dados não deixam margem para dúvidas: as redes de comunicações tornaram-se ainda mais críticas, numa altura em que o Governo já deu mais “poderes” às telecoms para bloquearem serviços não essenciais, caso se revele necessário para a manutenção da qualidade dos acessos.

No caso da Meo, detida pela Altice Portugal, o tráfego na rede fixa (internet residencial) aumentou 35% na passada semana, enquanto o tráfego móvel (dados móveis) aumentou 10%. A operadora registou ainda um aumento de 30% na utilização de voz móvel (chamadas pelo telemóvel), assim como de 80% na voz fixa VoIP (em linhas gerais, chamadas com telefones fixos ligados ao router).

A Meo também assistiu a um disparo de 15% no consumo de televisão e de 9% na utilização da TV não linear (ou seja, gravações, funcionalidade de avançar e recuar na emissão, etc.). No campo dos serviços OTT (over the top, entre os quais se inclui Netflix, WhatsApp, entre outros), o disparo foi de 45%, numa altura em que a Netflix e o Youtube, a pedido da Comissão Europeia, já reduziram a qualidade dos streamings para prevenirem um possível colapso das infraestruturas de comunicações europeias.

No caso da Nos, o tráfego de rede fixa (internet residencial) disparou 70%, a maior evolução observada entre as três grandes operadoras, enquanto o de rede móvel (dados móveis) aumentou 45% no mesmo período, comparativamente com a semana prévia. Já a utilização de voz fixa (chamadas por telefone fixo) disparou 133%, enquanto a utilização de voz móvel (chamadas pelo telemóvel) aumentou 41%. A operadora revelou ainda que o consumo de TV não linear cresceu 13%.

Quanto à Vodafone, a operadora registou um disparo de 67% no tráfego de rede fixa (internet residencial), bem como de 8% nos dados móveis, enquanto a utilização de voz móvel (chamadas pelo telemóvel) aumentou 41%. Já o consumo de TV não linear avançou 11%, abaixo da subida de 25% na utilização de serviços OTT, como a Netflix.

Meo confiante: não deverá ser preciso “desligar” serviços como a Netflix

O Governo publicou em Diário da República, na segunda-feira, um documento com uma série de medidas que permitem que as operadoras portuguesas bloqueiem serviços não essenciais, em último recurso, para evitar constrangimentos nas redes de comunicações em plena pandemia do coronavírus. Entre eles, os videojogos e a Netflix.

No entanto, numa conferência telefónica com jornalistas esta quarta-feira, o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, mostrou-se confiante de que não será necessário recorrer a esses poderes alargados nesta crise: “Não há qualquer indício à data de que estejamos na iminência de tomar as medidas que o decreto-lei prevê”. Ainda assim, o gestor reconheceu que a Meo está “a verificar crescimentos significativos nos consumos dos portugueses” e apontou para a “resiliência” das redes da empresa.

Uma evolução também destacada pela Vodafone: “Desde o início da segunda quinzena de março que se verificaram alterações significativas no comportamento da rede da Vodafone Portugal, com volumes de tráfego expressivos, quer na rede fixa, quer na rede móvel”, indicou fonte oficial da operadora. “A empresa reforçou a monitorização das suas redes e adotou medidas de otimização das mesmas, garantindo a capacidade de escoamento do tráfego todo, sem nunca comprometer a qualidade do serviço”, acrescentou.

Por fim, no conjunto de dados divulgados pelas operadoras encontram-se os horários de picos no serviço, isto é, os momentos em os portugueses mais recorreram às redes de comunicações. No caso da Meo, tem sido nos dias de semana às 22h e nos fins de semana às 17h. No caso da Nos, o uso da rede fixa regista picos às 19h. Já a Vodafone regista picos nos dados de internet fixa durante a semana às 22h e aos domingos às 18h.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alexandre Fonseca: “Não me parece possível que 5G seja uma realidade em Portugal em 2020”

A Altice Portugal não considera "possível" que os portugueses tenham acesso a 5G até fim do ano, face à suspensão do leilão em resultado da pandemia. Vírus terá impacto nas receitas em loja.

Com a suspensão do leilão do 5G em Portugal, em resultado da pandemia do coronavírus, o presidente executivo da Altice Portugal já não considera possível que os portugueses tenham acesso a comunicações de quinta geração este ano. “Não me parece possível que o 5G seja uma realidade em Portugal em 2020”, disse Alexandre Fonseca, numa conferência telefónica com jornalistas.

Depois de sondar as operadoras, a Anacom tomou a decisão de pôr o dossiê do 5G em pausa por tempo indeterminado por causa da incerteza social e económica gerada pelo coronavírus, uma decisão com a qual a Altice Portugal concordou. Ora, para o líder da dona da Meo, mesmo que o processo seja retomado na segunda metade do ano, já não deverá ser possível lançar o 5G em Portugal até fim de 2020.

“Acredito que estaremos perante uma crise que terá a sua fase mais aguda durante este segundo trimestre de 2020, pelo que na segunda metade do ano poderemos começar a sentir alguma normalidade. [Mas mesmo] se for retomado na segunda metade do ano, não me parece que seja viável que haja serviços 5G em Portugal em 2020″, disse o presidente executivo da Altice Portugal.

Desta forma, a Altice Portugal tem menos esperança de que o país consiga cumprir a intenção da Comissão Europeia de ter uma cidade com 5G em cada Estado-membro da União Europeia até ao final de 2020. Muito menos a do Governo português, que era a de ter duas cidades portuguesas com cobertura de quinta geração até fim do ano.

Quanto à decisão concreta de suspensão do leilão, Alexandre Fonseca admitiu que foi uma medida favorável à empresa dadas as circunstâncias, devido à incerteza gerada pelo vírus: “Obviamente que, quando estamos perante cenários de incerteza como o que estamos a atravessar, estes momentos não são os melhores momentos para investimentos significativos. A decisão que foi tomada por indicação do Governo e transmitida pelo regulador faz todo o sentido”, rematou.

Altice afasta moratória nas faturas, mas admite analisar clientes caso a caso

A Altice Portugal recusa tomar “medidas alargadas” de alívio da fatura dos clientes da Meo, mas não descarta analisar “caso a caso” as situações de clientes particulares ou empresariais com dificuldades em pagar os seus serviços e que, por isso, estejam na iminência de ficarem sem comunicações eletrónicas.

“Temos tido extraordinária sensibilidade para analisar caso a caso todas as situações”, garantiu Alexandre Fonseca, destacando, no entanto, que a empresa tem dado outros contributos ao nível operacional, com investimentos de “alguns milhões de euros” em melhorias do serviço por causa da pandemia. Mas “medidas mais alargadas” não serão tomadas pela operadora, pelo menos por iniciativa própria.

“Medidas alargadas são medidas estruturais. Terão de ser tomadas no seio da indústria e no seio do setor, para não serem ad hoc [individuais] e para serem medidas estruturais”, explicou o gestor português.

Face ao impacto da pandemia do coronavírus, as três principais operadoras portuguesas, incluindo a Meo, ofereceram aos clientes 10 GB em dados móveis, que podem ser solicitados até ao fim deste mês e ficam válidos durante 30 dias contínuos. Além disso, em conjunto com os canais desportivos, abriram o acesso a conteúdos da Sport TV, Benfica TV e Eleven Sports.

Porém, os dados móveis surgem numa altura em que os portugueses estão em casa ligados às redes fixas por Wi-Fi e os conteúdos surgem numa altura em que o futebol profissional está suspenso pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e pela Liga Portugal, como forma de prevenção do contágio pelo vírus.

Pandemia terá impacto nas receitas em loja

O ano de 2019 foi considerado “histórico” pelo comité executivo da Altice Portugal: o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) estabilizou, recuando apenas 1% em termos homólogos para 832 milhões de euros, enquanto as receitas totais da dona da Meo subiram 1,7%, para 2.110 milhões de euros. Mas, olhando em frente, as contas da Altice Portugal não estão imunes à disrupção económica causada pela pandemia.

Ao telefone com jornalistas, Alexandre Matos, administrador com o pelouro financeiro da Altice Portugal, reconheceu que esse impacto irá verificar-se nas contas da empresa, sobretudo nas receitas em loja: “Temos metade das lojas fechadas, obviamente que terá impacto nessas receitas”, disse.

Ainda assim, o gestor contrapôs com o crescimento da base de clientes de 180 mil adições líquidas nos últimos dois anos, o que deverá contrabalançar esse impacto nesta fase: “Um cliente que se conquista hoje é uma receita no futuro. Dá-nos força e resiliência para termos receitas recorrentes e fortes”, explicou.

Cotação das ações da Altice na bolsa de Amesterdão

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Altice Portugal melhora contas. Receitas aumentam para 2.110 milhões em 2019

O EBITDA da Altice Portugal estabilizou, mas receitas aumentaram 1,7% em 2019, para 2.110 milhões de euros. Aumento da base de clientes puxou pelas contas da dona da Meo.

A Altice Portugal viu o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) recuar 1% em 2019, para 832 milhões de euros, uma “estabilização” face à queda de mais de 11% que tinha sido registada em 2018. A contribuir para o desempenho esteve um aumento de 1,7% nas receitas, correspondente a 36 milhões de euros, para 2.110 milhões de euros no total do ano passado.

Em comunicado, a empresa liderada por Alexandre Fonseca destaca a “tendência de melhoria significativa face ao alcançado no final de 2018”. “O crescimento das receitas em todos os segmentos, aliado ao continuado controlo ao nível da margem bruta e a cada vez maior eficiência e disciplina de gestão dos restantes custos operacionais, foram as alavancas que permitiram atingir esta boa performance“, refere a mesma nota.

No segmento de consumo, onde se insere a operadora Meo, as receitas registaram um crescimento anual de 0,9% em 2019, para 1.191 milhões de euros, o que compara com a queda de 3,8% observada em 2018. A empresa explica que o “crescimento sustentado” na base de clientes, de 13 mil novos clientes em 2019, foi “um dos fatores críticos” para a melhoria. “Outro fator importante é o número de clientes em fibra ótica, cerca de 60% no final de 2019”, um aumento de nove pontos percentuais face ao ano anterior.

Quanto ao segmento de serviços empresariais, que combina o B2B [business-to-business], o segmento grossista e as restantes unidades de negócio da companhia, as receitas cresceram 2,8% em termos anuais, o que compara com a queda de 2,3% registada em 2018, mas a empresa não revela o valor das receitas em termos absolutos. Ainda assim, o crescimento é justificado com o desempenho favorável da Altice Labs nos mercados nacional e internacional.

Meo não desiste. Quer ser líder na TV

A 12 de março, a Anacom publicou dados estatísticos sobre os serviços de TV por subscrição. O regulador revelou que, no final de 2019, a Nos detinha a maior quota de assinantes (40,1%), seguindo a Meo (39,6%) e a Vodafone (16,3%), salientando que estas duas últimas operadoras foram as que mais assinantes captaram face a 2018.

Um dos objetivos da liderança de Alexandre Fonseca tem sido o de alcançar o primeiro lugar na TV paga, como o próprio disse ao ECO em dezembro: “2020 vai ser o ano da liderança total na Altice Portugal. A Meo será líder em todos os segmentos, destronando o incumbente de TV e consolidando a sua posição como primeira escolha e marca de confiança dos portugueses”, afirmou na altura.

E a empresa não desmobiliza nesta meta. No comunicado com os resultados de 2019, a empresa garante que “continua a dar passos sólidos no sentido da liderança na TV”. Destaca, por isso, as 56 mil adições líquidas no total do ano, “uma redução de dois pontos percentuais para 0,5 pontos percentuais da diferença de quota de mercado face ao operador ainda líder, em apenas um ano”, referindo-se à concorrente Nos.

Ao nível operacional, a Altice Portugal refere ainda que “a meta das 5,3 milhões de casas passadas está cada vez mais perto”. “Durante 2019, foram passadas mais 425 mil novas casas, elevando o número total para 4,9 milhões de casas passadas”, refere.

Este aumento nas casas passadas reflete-se também no aumento do Capex (investimento) da Altice Portugal. A rubrica “atingiu os 436 milhões de euros, representando um aumento de 12 milhões de euros” face a 2018. A contribuir para este aumento esteve ainda a “aposta na expansão da rede móvel 4G, transformação da rede de transporte” e “investimento na plataforma de televisão”.

Operadora está “preparada para disponibilizar 5G”

Depois de um ano marcado pela venda de uma posição minoritária de 49,99% da sua rede de fibra ótica à Morgan Stanley Infrastructure, segue-se um ano de 2020 que se adivinha conturbado também para a Altice Portugal por causa da pandemia do coronavírus.

Assim, no momento atual, a empresa vê como prioritário “garantir a segurança” dos colaboradores e o “funcionamento pleno dos serviços de comunicações”. Isto numa altura em que o Governo já deu margem às operadoras para bloquearem serviços como a Netflix e videojogos em caso de necessidade, devido ao aumento do tráfego nas redes com milhões de portugueses em regime de teletrabalho.

O coronavírus já levou à suspensão de todo o processo do 5G, a quinta geração de rede móvel, que se esperava que chegasse a Portugal até final deste ano. O leilão estava marcado para abril, mas foi suspenso pela Anacom por tempo indeterminado, por sugestão das três principais operadoras de telecomunicações, incluindo a Meo. Ora, mesmo neste contexto, a Altice Portugal diz-se “preparada para brevemente disponibilizar tecnologia 5G” a “todos os portugueses” e empresas.

“Mesmo com a suspensão do processo de consulta pública sobre o projeto de regulamento do leilão 5G, acreditamos que esta nova tecnologia, em devido tempo, será um verdadeiro game changer, trazendo consigo um desafio dirigido às empresas: a transição digital”, conclui a Altice Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Meo, Nos e Vodafone preparadas para “horas de pico”, mas apelam à “utilização responsável” da internet

Num comunicado conjunto, as três principais telecoms portuguesas apela a uma "utilização responsável" da internet, mas dizem estar preparadas para "suportar as horas de pico".

As três principais operadoras de telecomunicações portuguesas — Meo, Nos e Vodafone — apresentaram ao Governo um plano para mitigar os impactos da pandemia do coronavírus. Num comunicado conjunto, apelam também à “utilização responsável da internet” para garantir o bom funcionamento das redes, ainda que garantam que estas “já estão dimensionadas para suportar as horas de pico” de tráfego.

“Os operadores têm vindo a reforçar a capacidade das suas redes, de modo a orientar essa capacidade para a geografia onde os utilizadores passam a estar, mais nas suas residências e menos nos centros de escritórios e empresariais”, salientam estas empresas. “As operadoras têm ainda tomado várias medidas no sentido de garantir que as suas equipas estão disponíveis, remotamente sempre que possível, e fisicamente quando estritamente essencial e viável, para assegurar a continuidade das operações”, referem.

Portugal está em estado de emergência e a generalidade da população é recomendada a permanecer em casa. Com milhões de portugueses a trabalharem remotamente, as empresas de telecomunicações “têm uma especial responsabilidade em garantir, na medida do possível, as condições de bom funcionamento dos serviços de comunicações, em particular a clientes e entidades críticas, bem como a proteção das operações em infraestruturas cruciais”, reconhecem as telecoms nacionais.

Além destas medidas e orientações, Meo, Nos e Vodafone comprometem-se a “assegurar que as funções críticas do Estado mantêm total conectividade”. Com efeito, garantem o reforço da rede “onde ele seja mais necessário”, mantendo para isso um “diálogo próximo com o Governo”.

Mas o plano apresentado pelas operadoras não se foca somente na integridade e na manutenção das redes de comunicações no país. As empresas instam o Governo à adoção de medidas que promovam a “contenção da expansão” do novo coronavírus. E avançam com um conjunto de seis propostas que vão da “suspensão de toda a atividade comercial presencial” à “promoção de uma maior racionalização da rede de lojas sujeitas à obrigatoriedade de abertura”, entre outras.

Na nota conjunta, estas empresas avançam ainda que “adotaram desde a primeira hora” práticas de “incentivo ao teletrabalho nas empresas”. Recordam que está em vigor uma oferta de 10 GB de tráfego de dados móveis a todos os clientes, particulares ou empresariais, que pode ser pedida até ao fim do mês e que se mantém em vigor por 30 dias contínuos.

No sexto e último eixo do plano remetido ao Executivo, Meo, Nos e Vodafone comprometem-se a “apoiar a comunidade”, assegurando “a manutenção de níveis de conectividade à comunidade”. “Os operadores têm também, através dos canais digitais de contacto, como o SMS e o email, informado e sensibilizando os clientes para que privilegiem a utilização dos canais digitais em detrimento dos canais presenciais”, apontam.

As telecoms concluem, indicando que, “dependendo da evolução” da pandemia do novo coronavírus, “estão ainda a articular medidas de reforço que possam contribuir para que o isolamento social permita, numa fase posterior, o mais rápido regresso à normalidade”.

Com Europa em teletrabalho, Netflix reduz qualidade

Milhões de cidadãos estão em modo teletrabalho na União Europeia, isolados nas respetivas casas, pelo que as redes de comunicações registam mais tráfego do que o habitual. A Comissão Europeia está atenta a esta questão, na pessoa de Thierry Breton, o comissário europeu para o mercado único.

Esta quinta-feira, Breton escreveu no Twitter que esteve à conversa por telefone com o líder da Netflix, Reed Hastings, sensibilizando-o para esta problemática. Considerando que as infraestruturas de telecomunicações “podem estar no limite”, o comissário recomendou todos os cidadãos a reduzirem a qualidade dos streamings de filmes e séries para o nível inferior, de forma a poupar largura de banda.

Ao final desta quinta-feira, a maior plataforma de streaming de conteúdos do mundo deu o braço a torcer, anunciando que vai baixar a qualidade do serviço na Europa por um período de 30 dias, de acordo com a BBC.

“Na sequência das conversações entre o comissário Thierry Breton e Reed Hastings, e tendo em conta os desafios extraordinários levantados pelo coronavírus, a Netflix decidiu começar a reduzir os bitrates em todos os streamings na Europa por 30 dias”, informou fonte oficial da empresa norte-americana.

Em linhas gerais, num streaming na internet, o bitrate influencia quão nítidos e fluidos são os vídeos. Ora, depois destas informações, também a Google adotou uma decisão semelhante para o serviço de vídeos YouTube.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h34)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugueses em teletrabalho dão picos de tráfego às operadoras. Meo admite reforço da rede

Numa altura em que milhões de portugueses estão em quarentena, as operadoras portuguesas registam picos de tráfego nas suas redes. Meo e Vodafone monitorizam e a Meo admite reforçar a infraestrutura.

As operadoras de telecomunicações portuguesas estão a observar picos de tráfego nas suas redes, num momento em que milhões de portugueses se encontram em isolamento e trabalham a partir de casa para evitar o contágio pelo novo coronavírus. Altice Portugal e Vodafone assumiram ao ECO que verificam estes aumentos, pelo que procuram possíveis otimizações com base nos padrões de consumo ou mesmo o reforço da infraestrutura.

“Face ao cenário atual da saúde pública, que impôs um conjunto de medidas de isolamento e teletrabalho, a Altice Portugal tem vindo a registar um aumento muito significativo de tráfego na rede fixa de internet e em especial na utilização de OTT [serviços over-the-top, de que é exemplo o WhatsApp]”, disse fonte oficial da Altice Portugal.

Em contrapartida, “o tráfego de dados móveis não regista um crescimento tão assinalável”. Isto explica-se pelo facto de muitos aparelhos estarem, sobretudo, ligados às redes fixas domésticas por Wi-Fi, ao invés de ligados à rede móvel da operadora.

Perante esta carga maior, a dona da Meo está a monitorizar a sua rede e admite um reforço no caso de ser decretado o estado de emergência na quarta-feira: “Com vista a minimizar o impacto na vida dos portugueses, a Altice Portugal encontra-se a acompanhar a evolução da situação, em estreita cooperação com as autoridades, trabalhando na otimização, robustez e melhoria da rede, especialmente no caso de ser decretado o estado de emergência”, salientou a mesma fonte.

Situação semelhante vive a Vodafone. Fonte oficial da operadora disse ao ECO, na segunda-feira, que se registou “uma subida no tráfego das redes” devido ao facto de muitos portugueses estarem em modo de teletrabalho. No entanto, frisou que “ainda é muito prematuro fazer estimativas”, pelo que está a monitorizar a rede para “perceber o padrão de consumo de comunicações dos portugueses daqui para a frente”, otimizando a rede em conformidade.

A operadora disse ainda que “tem em vigor um plano de continuidade de negócio com o objetivo de garantir que, independentemente das circunstâncias, a empresa consegue entregar um serviço de qualidade aos seus clientes”. “Nesse sentido, a rede da Vodafone está, ‘por defeito’, dimensionada para suportar picos de utilização”, explicou. Assim, concluiu que, no que toca à pandemia do Covid-19, a Vodafone “reforçou a monitorização das suas redes, adotando medidas de otimização das mesmas consoante a evolução da situação, de forma a garantir a melhor performance possível do seu serviço”.

Já depois da publicação desta notícia, fonte oficial da Nos declarou ao ECO que a “prioridade” é “manter Portugal ligado e a comunicar”. “A Nos registou, naturalmente, um aumento no consumo de tráfego, embora não seja ainda possível partilhar o detalhe dessa informação”, reconheceu. Dito isto, a Nos garantiu que “tem já implementadas várias medidas, entre as quais se inclui reforço da monitorização das suas redes e implementação de medidas de otimização, com o objetivo de assegurar a continuidade do seu negócio e, consequentemente, de todos aqueles que dela dependem”, frisou.

Ainda assim, perante o atual contexto, a operadora aproveitou para apelar ao cumprimento das recomendações que forem indicadas. A empresa reforçou, assim, o “apelo a todos os portugueses” para “adotarem as boas práticas de utilização de redes de comunicações, que sejam divulgadas pelo Governo e pela própria Nos”.

Situações como a atual são exemplificativas do quão críticas para a economia se tornaram as redes de comunicações em todo o mundo. E não é impensável um cenário em que estas não tenham a capacidade suficiente para “aguentar” tanto tráfego em simultâneo. Esta segunda-feira, o The New York Times abordou a temática e deu exemplos de situações em que alguns clientes nos EUA estão a enfrentar problemas nas ligações devido à elevada quantidade de utilizadores ligados em simultâneo.

Esta é uma das razões que tem levado ao desenvolvimento da rede 5G, incluindo em Portugal. Uma tecnologia que promete não só acelerar o acesso à internet mas, também, permitir uma maior largura de banda e quantidade de dispositivos conectados em simultâneo.

(Notícia atualizada às 15h47 com reação da Nos)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Meo lidera pacotes e Nos as receitas. Mas Vodafone foi a única que cresceu

  • Lusa
  • 17 Março 2020

Em 2019, a Meo foi líder em subscritores de pacotes de comunicações, enquanto a Nos venceu nas receitas. Contudo, a Vodafone foi a única das três que aumentou a base de subscritores face a 2018.

As receitas de serviços de comunicações eletrónicas em pacote subiram 4,9% no ano passado, face a 2018, para 1,66 mil milhões de euros, divulgou a Anacom. O número de subscritores das ofertas de serviços de telecomunicações em pacotes subiu 4,8% em 2019, para “cerca de 4,1 milhões, mais 186 mil utilizadores do que ano anterior”.

“Esta evolução deve-se, sobretudo, ao aumento do número de utilizadores com pacotes 4P [oferta de quatro serviços] e 5P [cinco serviços]”, adianta o regulador em comunicado, salientando que, “apesar deste aumento, o crescimento do número de subscritores de pacotes está em desaceleração desde 2015”.

Em 2019, “as receitas dos serviços em pacote atingiram 1,66 mil milhões de euros em 2019, mais 4,9% do que no ano anterior”, sendo que os pacotes 4P e 5P “representaram 62,9% do total das receitas”. No ano passado, a receita mensal por subscritor de pacote foi de 34,81 euros (excluindo IVA), “mais 0,9% do que no ano anterior”.

A Anacom refere que as ofertas “quadruple/quintuple play (4/5P) de pacotes de serviços de comunicações eletrónicas foram as mais utilizadas em 2019, atingindo 2,02 milhões de subscritores (49,7% do total de utilizadores), traduzindo um crescimento face ao ano anterior de 12,5%, correspondente a 225 mil novos subscritores”.

O pacote triple play (3P) — com três de serviços — foi a oferta que ficou em segundo lugar, “com 1,62 milhões de subscritores (39,8% do total), que cresceram muito ligeiramente e a taxas significativamente inferiores às de anos anteriores”. Segundo o regulador, a evolução do 3P esteve, “em parte, associada à migração para pacotes com maior número de serviços (4/5P)”. Por sua vez, a oferta dupla (2P) registou uma quebra de 8,6% no ano passado, mantendo a tendência de queda, ascendendo a 424 mil subscritores.

No final de 2019, a Meo, do grupo Altice Portugal, era “o prestador com maior quota de subscritores de serviços em pacote (40,4%), seguindo-se o grupo Nos (37,1%), a Vodafone (18,6%) e o grupo Nowo/Onitelecom (3,8%)”. Relativamente “ao ano anterior, a Vodafone foi o único destes operadores que aumentou a sua quota de subscritores, em 0,8 pontos percentuais”, acrescenta a Anacom.

No ano passado, a Nos foi a operadora “com maior quota de receitas de serviços em pacote (42,2%), seguindo-se a Meo (40,7%), a Vodafone (14,2%) e o Ggrupo Nowo/Onitelecom (2,8%)”.

A Anacom aponta que face a 2018, “a Vodafone e o grupo NOS aumentaram as suas quotas de receitas, em 1,3 e 0,4 pontos percentuais, respetivamente, por contrapartida da redução verificada na Meo, de 1,1 pontos percentuais, e no grupo Nowo/Onitelecom, de 0,6 pontos percentuais”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nos continua líder na TV paga, Altice aproxima-se e Vodafone é a que mais cresce

  • Lusa
  • 12 Março 2020

A Nos continua a liderar a TV paga em Portugal, mas está a perder terreno. A Vodafone foi a operadora que mais cresceu em termos líquidos, segundo dados da Anacom.

O número de assinantes do serviço de distribuição de sinais de TV por subscrição atingiu 4,1 milhões no final de 2019, mais 147 mil novos assinantes, representando um crescimento de 3,7% face a 2018, divulgou a Anacom. A Nos continua a ser a líder neste segmento, mas está a perder terreno para a Altice e a Vodafone foi a operadora que mais cresceu.

De acordo com uma nota de imprensa da Anacom, o crescimento do serviço de televisão paga “deveu-se exclusivamente às ofertas suportadas em fibra ótica, que registaram mais 285 mil assinantes em relação ao ano anterior, o que se traduz num aumento de 17,5%”.

As restantes tecnologias tiveram um comportamento negativo em 2019, baixando 20,2% no caso do ADSL, menos 93 mil assinantes, 6,9% no recurso a satélite — DTH, menos 34 mil assinantes, e 0,7% na distribuição de TV por cabo, menos 10 mil assinantes.

Sendo desde o primeiro trimestre de 2018 a principal forma de acesso ao serviço de televisão por subscrição, no final de 2019, a fibra ótica chegava a cerca de 1,9 milhões de assinantes (46,9% do total), seguindo-se a TV por cabo, com cerca de 1,3 milhões de assinantes (32,7%), a tecnologia DTH, com 464 mil assinantes (11,4%), e o ADSL, com 370 mil (9,1%).

No final de 2019, cerca de 88% das famílias dispunham de televisão por subscrição (TVS), mais 2,7 pontos percentuais do que no ano anterior. Em termos de mercado, o grupo Nos era o prestador com a quota de assinantes de TVS mais elevada, 40,1%, seguindo-se a Meo, com 39,6%, a Vodafone, com 16,3% e a Nowo, com 3,9%.

A Vodafone e a Meo foram os prestadores que, em termos líquidos, mais assinantes captaram, face a 2018, tendo as suas quotas aumentado 1,1 e 0,4 pontos percentuais, respetivamente. No mesmo período, as quotas do Grupo Nos diminuíram 1,1 pontos percentuais e da Nowo diminuíram 0,4 pontos percentuais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Anacom deverá fazer novo leilão para 5G “ultrarrápido” em 2023

Dentro de semanas começa o leilão do 5G. Mas faltam as frequências para a tecnologia "ultrarrápida", pelas quais a Anacom deverá chamar as operadoras a licitarem algures em 2023.

Aproxima-se o leilão de frequências do 5G que está marcado para abril. Mas é muito provável que a Anacom tenha de fazer um novo leilão de frequências dentro de poucos anos, eventualmente em 2023, apurou o ECO.

Em causa está o facto de o leilão que a Anacom vai realizar este ano não incluir as frequências necessárias para o desenvolvimento do 5G “ultrarrápido”, nomeadamente a gama dos 26 GHz que foi definida pela União Europeia para este tipo de rede de nova geração. A tecnologia, conhecida por 5G mmWave ou high-band, é a que possibilita as prometidas velocidades de 1 a 2 Gbps.

Contactado, o regulador não exclui o cenário de um novo leilão no futuro. Para já, admite que “prevê lançar uma nova consulta pública” no fim do processo de atribuição de frequências deste ano, de forma a auscultar o interesse das operadoras em fornecer serviços de quinta geração nas frequências próximas aos 26 GHz, mas também noutras.

Assim, é certo que, nesta primeira fase, Portugal terá um 5G muito limitado, assente na faixa dos 700 MHz — que servirá de transição do 4G para o 5G –, assim como nos 3,6 GHz, duas das várias faixas que vão a leilão. A primeira, porém, ainda está a ser desocupada pelo serviço de TDT e este 5G não será muito diferente da atual rede 4G.

Uma fonte do mercado explicou ao ECO que as operadoras vão dar os primeiros passos na nova geração de rede móvel numa lógica non-standalone. Ou seja, este primeiro 5G, apesar de reduzir a latência nas comunicações — isto é, o tempo que um pacote de informação leva a chegar ao servidor de destino –, será um 5G assente na atual rede 4G e ainda com núcleo (core) de quarta geração, e não um “5G puro”, com rádios 5G e um core 5G.

Isto acontece numa altura em que, noutros países, as frequências altas dos 26 GHz já foram atribuídas a empresas e o 5G mmWave já começou a ser desenvolvido. A Anacom não esconde isso, mas recorda que, na União Europeia, “apenas a Itália atribuiu espetro na faixa dos 26 GHz”. “A Finlândia tem planos para realizar um leilão ainda este ano e a Dinamarca já realizou consulta pública”, acrescenta fonte oficial da entidade.

Operadoras admitem 5G “ultrarrápido” em 2025. Novo leilão “será antes”

Na visão técnica das operadoras, ainda não se justifica ter 1 Gbps de velocidade num smartphone: a oferta destes terminais no mercado é reduzida, as velocidades não variam muito das atuais e a bateria dos aparelhos esgota-se com facilidade. Por isso, as empresas portuguesas admitem esperar cerca de cinco anos para iniciar o desenvolvimento do 5G “ultrarrápido” na referida faixa dos 26 GHz, apesar de a Meo e a Vodafone terem dito que queriam já esta faixa no leilão.

No relatório final sobre a consulta pública do 5G, a Anacom admite que as operadoras mostraram interesse nesta faixa. A entidade fala mesmo num “interesse substancial, embora cauteloso”, dadas as “incertezas quanto aos contornos da sua atribuição”. Porém, a avaliar pelas pronúncias das operadoras, a atribuição dessa faixa é mesmo determinante para um 5G de qualidade.

Na versão confidencial da posição enviada à Anacom pela Meo — que, apesar de truncada, o ECO conseguiu consultar –, a Altice Portugal mostra “interesse” nos 26 GHz, lembrando que esta faixa “é necessária para assegurar os objetivos de performance do 5G”. Nomeadamente, “para obter velocidades de multi gigabit por segundo em zonas de FWA [Fixed Wireless Access], indoor, hotspots de utilização de banda larga e nas soluções ditas ‘verticais'”, refere a empresa.

À pergunta sobre quando considera “adequada” a disponibilização dessa faixa do espetro, a Altice Portugal responde que “a partir de 2020, com maior interesse possivelmente após 2025”.

As respostas à consulta pública mostram que a Vodafone também era a favor da integração da faixa dos 26 GHz neste leilão: “Sendo possível, e uma vez ultrapassadas as questões que possam obstar a que esta faixa possa integrar um processo de atribuição conjunta da faixa core dos 700 MHz e de outras que estejam em condições de integrar esse processo, a Vodafone considera relevante a incorporação dos 26 GHz nesse processo”, lê-se no documento.

Mas a operadora sublinha que, “para o efeito, será essencial que estejam definidas condições técnicas claras e concretas para a exploração da faixa e que, desse modo, garantam uma efetiva harmonização”, acrescenta o mesmo.

Já no caso da Nos, a versão pública da resposta à Anacom mostra que a operadora considera ainda “uma incógnita” quando “estarão efetivamente definidas as condições de utilização da faixa dos 26 GHz para suporte do 5G, bem como não existem previsões consistentes sobre quando haverá protótipos de equipamentos para esta faixa”.

Em conversa com o ECO, Francisco Fontes, engenheiro da Altice Labs e especialista na quinta geração de rede de comunicações, confirmou o interesse da operadora nos 26 GHz e disse não ver outro cenário que não o de um novo leilão de frequências antes de 2025: “Será antes, de certeza. Em 2023”, afirmou.

“Sou um pouco pessimista. Antes de 2021, talvez 2023, não haverá standalone em exploração”, disse também o especialista, falando num processo gradual que possibilitará uma transição mais suave para as operadoras, assim como uma maior rentabilização dos investimentos feitos no 4G em simultâneo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Huawei fora do núcleo do 5G em Portugal. Telecoms seguem Bruxelas

Ao contrário do que se acreditava até aqui, a Huawei não deverá fazer parte do núcleo das redes 5G da Meo, Nos e Vodafone. Telecoms portuguesas estarão em linha com as recomendações de Bruxelas.

A Huawei está fora do core (núcleo) das redes 5G que estão a ser desenvolvidas pelas três principais operadoras portuguesas. Depois de a Nos ter confirmado que não conta com tecnologia da fabricante chinesa no core da sua rede, a Altice Portugal veio garantir o mesmo esta semana. O mesmo é válido para a Vodafone.

“Não temos a Huawei no core“, disse o presidente executivo da dona da Meo, Alexandre Fonseca, num encontro com jornalistas em Aveiro. O ECO sabe que a empresa está a realizar testes com core da Huawei em Lisboa e com tecnologia da Ericsson em Aveiro, mas pondera apostar num core da Cisco quando abrir a sua rede 5G ao mercado.

Quanto à Nos, a operadora também não usa tecnologia da marca chinesa no core da sua rede: “Não temos a Huawei no núcleo”, garantiu o administrador financeiro da empresa, José Pedro Pereira, numa conferência telefónica com analistas no mês passado. A empresa também tem um protocolo com a Huawei, mas também tem apostado em tecnologia da Nokia. No entanto, não foi possível apurar qual o fabricante escolhido pela empresa para o core do seu 5G.

Em relação à Vodafone, é público que a empresa vê na Ericsson o seu fornecedor de eleição. Por isso, também não usa equipamentos da empresa chinesa no seu core de rede móvel de quinta geração, garantiu ao ECO uma fonte conhecedora do mercado.

Contas feitas, das três principais operadoras portuguesas, nenhuma terá tecnologia da Huawei no núcleo das suas redes 5G, ao contrário do que se acreditava até aqui. Estas empresas deverão, assim, estar em conformidade com as recomendações da Comissão Europeia que vão no sentido da exclusão de “fornecedores de alto risco” das partes mais críticas da rede móvel de nova geração.

Apesar de a Huawei não ter sido diretamente mencionada por Bruxelas, o nome da fabricante tem levantado dúvidas pelas alegadas ligações ao regime comunista chinês. Os EUA têm pressionado a União Europeia a banir totalmente a empresa, por receio de que a sua tecnologia seja um veículo de espionagem ao serviço de Xi Jinping.

No entanto, a Huawei tem negado todas as acusações e garante que dá primazia à segurança. E o certo é que nunca foram apresentadas provas contrárias que apontem para vulnerabilidades flagrantes nos equipamentos que produz. A empresa contrapõe, por isso, com a ideia de que foi “apanhada” no fogo cruzado da guerra comercial sino-americana.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.