Lesados do Banif querem ouvir Banco de Portugal e ex-ministra das Finanças em tribunal

  • Lusa
  • 17 Outubro 2017

Os lesados do Banif querem ouvir em tribunal um vice-governador do Banco de Portugal, a anterior ministra das Finanças e o ex-presidente executivo do banco Jorge Tomé, entre outras testemunhas.

A Alboa – Associação de Defesa dos Lesados do Banif quer ouvir em tribunal, como testemunhas, um vice-governador do Banco de Portugal, a anterior ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, o ex-presidente executivo do banco Jorge Tomé e o comentador António Costa.

O diretor de informação da TVI, Sérgio Figueiredo, apresentou-se esta terça-feira no Tribunal de Cascais para ser ouvido, a propósito da notícia sobre os problemas do Banif, dias antes da resolução do banco, num processo movido pela Alboa, mas não prestou declarações à juíza.

Nesse sentido, a defesa da Alboa requereu então ouvir como testemunhas Pedro Duarte Neves, anterior vice-governador do Banco de Portugal (BdP) responsável pela supervisão, e que “assinou a deliberação que levou à resolução do Banif”, a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, para explicar a situação exata do banco à data da notícia, Jorge Tomé, ex-presidente executivo do Banif, e o jornalista António Costa, que comentou a notícia da TVI minutos após a sua divulgação em rodapé.

No entanto, a juíza indeferiu este pedido da defesa da Alboa, que vai reclamar desta decisão – tendo dez dias para o fazer.

A próxima audição, no âmbito do debate instrutório deste caso, ficou marcada para as 10h00 de dia 15 de novembro no Tribunal de Instrução de Cascais.

A TVI noticiou em 13 de dezembro de 2015 (um domingo à noite) que o Banif ia ser alvo de uma medida de resolução.

A notícia terá precipitado a corrida aos depósitos, cuja fuga foi próxima de mil milhões de euros na semana seguinte, segundo revelaram na Assembleia da República vários responsáveis no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ao Banif.

Em 20 de dezembro de 2015, uma semana depois, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos – incluindo ‘tóxicos’ – para a nova sociedade veículo.

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Banco de Portugal aplicou 317 mil euros em sanções no terceiro trimestre

Entre o início de julho e o final de setembro, a entidade liderada por Carlos Costa instaurou 31 e decidiu 55 processos de contraordenação.

No decurso do terceiro trimestre de 2017 o Banco de Portugal instaurou 31 e decidiu 55 processos de contraordenação. De acordo com a entidade liderada por Carlos Costa, a atividade sancionatória resultou na aplicação 317 mil euros em coimas às instituições infratoras.

De acordo com a síntese da atividade sancionatória do Banco de Portugal relativa ao terceiro trimestre deste ano, foram decididos 55 processos, 38 respeitantes a infrações de natureza comportamental, 15 a infrações de natureza prudencial, um relativo a infrações a deveres respeitantes à prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo e outro que se prendeu com infrações às regras em matéria de recirculação de numerário.

A atuação do regulador da banca deu lugar a quatro admoestações e à aplicação de coimas no valor de 317 mil euros, nesse período, sendo que dez mil euros se encontram suspensos na sua execução, informa o Banco de Portugal.

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Portuguesa Feedzai consegue 50 milhões em nova ronda de financiamento

A Feedzai, startup portuguesa de inteligência artificial aplicada a operações bancárias, conseguiu 50 milhões de dólares de novo capital, avançou em comunicado.

A startup portuguesa Feedzai conseguiu um financiamento de 50 milhões de dólares (cerca de 42,3 milhões de euros) numa nova ronda de capital Series C, revelou a empresa num comunicado. Com esta operação, a Feedzai, que aplica inteligência artificial à prevenção e deteção de fraude em operações bancárias, passa a deter um capital total de 82 milhões de dólares.

Esta será uma das maiores rondas de capital levantadas por uma startup de ADN português. Na ronda, participou a capital de risco Sapphire Ventures de Palo Alto, Califórnia, e um outro investidor anónimo. Com esta operação, a Sapphire Ventures reforça a aposta na Feedzai, na medida em que já tinha participado numa operação anterior. No portefólio desta capital de risco já passaram empresas como o LinkedIn e a Fitbit, ambas cotadas em bolsa por estes dias.

“Com esta ronda de financiamento, o capital de risco total levantado pela Feedzai passa para 82 milhões de dólares, por parte de nove investidores de relevo, que incluem a Oak HC/FT, Capital One Growth Ventures, Citi Ventures, entre outros”, indicou a empresa em comunicado.

Em reação à operação, Nuno Sebastião, cofundador da Feedzai e líder da empresa, indicou no comunicado: “A nossa visão é ajudar todos os principais bancos e empresas que impulsionam grande parte do dinheiro que é movimentado em todo o mundo.”

E acrescentou: “Fizemos grandes progressos na nossa visão ao longo do último ano e esta nova ronda de financiamento vai ajudar-nos a acelerar o nosso crescimento enquanto continuamos a investir nos melhores profissionais e na mais avançada tecnologia de data science e machine learning, para tornar a banca e o comércio seguro em todo o mundo.”

Num a nota enviada à imprensa, a startup mostra-se “no caminho certo para mais do que duplicar o número de colaboradores que tinha no final de 2016”, prevendo “contar com 300 colaboradores até ao final deste ano”. “A empresa contratou diretores de vendas de referência em todo o mundo, incluindo Jim Priestley para o cargo de chief revenue officer, antigo senior vice president da tecnológica Box”, lê-se no comunicado.

“A fraude é e continuará a ser uma questão crítica à medida que mais negócios são transacionados digitalmente”, disse também, na mesma nota, Anders Ranum, da Sapphire Ventures. “A plataforma da Feedzai coloca o poder nas mãos das empresas, processadores e redes de pagamento para gestão dos riscos, ao mesmo tempo que melhoram as receitas. Estamos bastante entusiasmados em continuar a apoiar a Feedzai e ajudá-la a crescer ainda mais”, concluiu.

(Notícia atualizada às 13h45 com mais informações)

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Tecnológica da Sonae à procura de talento. Mas é complicado

A Bizdirect é uma consultora do universo Sonae que cresceu 23% no primeiro semestre. Quer recrutar talento na área da tecnologia no norte do país, mas a oferta é inferior à procura.

O crescimento traz a bonança? Nem sempre. A Bizdirect é uma empresa do grupo Sonae que presta consultoria na área das Tecnologias da Informação (TI). No primeiro semestre deste ano, registou um aumento nas receitas de 23% face aos mesmos seis meses do ano anterior — e, por isso, está à procura de talento. Quer recrutar 15 colaboradores até janeiro, mas não deverá ser tarefa fácil.

O setor tecnológico tem uma dinâmica muito própria. A procura de trabalhadores qualificados supera largamente a oferta, o que torna mais complicado reter estas pessoas, caso não sejam dadas condições favoráveis e projetos aliciantes.

Ao ECO, João Mira Santiago, o líder desta consultora tecnológica da Sonae, explicou por email que “o problema” da falta de mão de obra nestas áreas não é só de Portugal. “Afeta toda a Europa, sendo que num mundo em que se está a tornar cada vez mais digital, a procura será cada vez maior. Todos sabemos que é um mercado que está em constante crescimento e para o qual os sistemas de ensino não têm sido capazes de dar resposta ao ritmo da procura”, sublinhou.

[A falta de mão de obra qualificada] afeta toda a Europa, sendo que num mundo em que se está a tornar cada vez mais digital, a procura será cada vez maior.

João Mira Santiago

CEO da Bizdirect

Entre janeiro e junho, a Bizdirect conseguiu receitas de 28,8 milhões de euros, um aumento homólogo de 23% e 13% acima do orçamento. O lucro também subiu 53%, “reflexo do crescimento da receita e da evolução positiva da margem nas diversas áreas de negócio”, revela empresa numa nota enviada ao ECO, sem especificar o resultado líquido. Só 7% da receita, 2,4 milhões de euros, foram gerados no estrangeiro. A suportar o crescimento estiveram ainda alguns “projetos de grande dimensão” em que a empresa esteve envolvida.

Desta feita, quer recrutar “pelo menos 15 colaboradores até ao final do ano”, avançou ao ECO João Mira Santiago, sobretudo no centro do país. “Até ao final de 2017, a Bizdirect espera terminar o ano com cerca de 111 colaboradores, na sua maioria programadores e consultores especializados nas áreas tecnológicas com que trabalhamos. Atualmente temos em aberto várias vagas para a função de consultores especializados nas áreas de TI”, especificou.

Para contornar a falta de oferta de mão de obra, a Bizdirect tem um plano: “Temos academias próprias de formação [como um Centro de Competências em Viseu], apostamos numa forte parceria com os diferentes stakeholders e trabalhamos em parceria com instituições de ensino para garantir uma ligação com o mundo académico”, contou o líder da empresa. E, sem essa ligação à academia, encontrar talento seria uma tarefa bem mais complexa.

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Mudanças na Proteção Civil prejudicaram? “Concorreu tudo”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 17 Outubro 2017

Costa admitiu que "concorreu tudo" para os recentes incêndios, respondendo a uma questão concreta sobre alterações na estrutura da Proteção Civil.

O primeiro-ministro admitiu esta terça-feira que “concorreu tudo” para que as “coisas corressem pior” no que toca aos recentes incêndios que fustigaram o país. António Costa referia-se concretamente às alterações à estrutura da Proteção Civil.

António Costa destacou que, mais do que problemas conjunturais, a questão que se coloca é estrutural, na floresta e no sistema de prevenção e combate aos fogos e é preciso tirar ilações do estudo feito. É tempo de “passar das palavras aos atos”, de “decidir e de executar”, continuou.

E as mudanças na estrutura da proteção civil tiveram influência? “Concorreu tudo. Catástrofes desta dimensão, tudo contribuiu de alguma forma para que as coisas não corressem bem, tudo concorreu certamente para que as coisas corressem pior”, admitiu, em declarações transmitidas pela Sic Notícias.

Questionado sobre se foi feito algo desde Pedrógão, Costa disse que o próximo Conselho de Ministros vai transformar em medidas o trabalho feito pela comissão técnica e independente nomeada pela Assembleia da República. De acordo com o Primeiro-Ministro, “passada a fase das chamas, é a fase da reconstrução e da resposta às necessidades das pessoas”, tal como foi feito em Pedrógão.

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Votação final global do OE2018 antecipada para 27 de novembro

  • Lusa
  • 17 Outubro 2017

A conferência de líderes parlamentares decidiu antecipar em um dia a votação final global da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2018.

A votação final global da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) na Assembleia da República foi hoje antecipada de 28 para 27 de novembro, decidiu a conferência de líderes parlamentares.

Segundo o secretário da mesa, o deputado do CDS-PP António Carlos Monteiro, a mudança, que antecipa também o debate do documento na especialidade (de 23, 24 e 27 de novembro para 22, 23 e 24 de novembro), deve-se à participação do chefe do executivo socialista, António Costa, numa cimeira internacional.

A proposta de lei de OE2018 foi entregue na Assembleia da República na sexta-feira à noite e vai ser discutida e votada na generalidade em 2 e 3 de novembro, seguindo-se os trâmites normais de apreciação em sede de comissões parlamentares entre 06 e 17 de novembro, último dia para a apresentação de propostas de alteração.

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Mesmo que o Governo não fizesse nada, o peso da carga fiscal seria o mesmo em 2018

  • Margarida Peixoto
  • 17 Outubro 2017

No Projeto de Plano Orçamental apresentado à Comissão Europeia, o Executivo confronta as suas metas para as receitas e despesas públicas, com o que aconteceria se não se fizesse nada.

Mário Centeno, ministro das Finanças, apresentou a proposta de Orçamento do Estado para 2018 na sexta-feira, dois dias antes de enviar o Projeto de Plano Orçamental para Bruxelas.Paula Nunes 14 Outubro, 2017

Mesmo que o Governo de António Costa não tivesse tomado quaisquer medidas este ano, nem fizesse nada em 2018, o peso da carga fiscal no PIB seria precisamente o mesmo. A conclusão resulta dos quadros enviados para a Comissão Europeia, no Projeto de Plano Orçamental, disponibilizado esta terça-feira.

Para além de entregar a proposta de Orçamento do Estado na Assembleia da República, o Governo tem de enviar também, até 15 de outubro, um Projeto de Plano Orçamental para Bruxelas. O documento foi enviado ontem, dentro do prazo, confirmou o ECO junto de fonte oficial, tanto da Comissão como do Ministério das Finanças. Mas só ficou disponível para acesso esta terça-feira.

No documento, o Executivo tem de respeitar um modelo de apresentação das suas políticas ligeiramente diferente do que vigora para a Assembleia da República. Para a Comissão Europeia, Mário Centeno, ministro das Finanças, tem de enviar não só as metas com que se compromete para as receitas, despesas e saldos das administrações públicas, como também o que aconteceria num cenário de políticas invariantes — isto é, se não fizesse nada.

Ora, neste quadro verifica-se que se o Governo não tivesse tomado quaisquer medidas de política orçamental, em 2017 a carga fiscal teria tido um peso maior na economia: 34,5%, contra os 34,4% que se projetam agora. Contudo, também fica visível que com, ou sem, medidas a carga fiscal pesará o mesmo em 2018: 34,3% do PIB.

Como é que isto é possível, se o IRS vai descer?

A conclusão parece contraditória com a ideia de que os impostos vão, em termos globais, descer. Tal como o Executivo tem sublinhado, estão previstos 230 milhões de euros de alívio no IRS só por via do desdobramento de escalões, e outros 260 milhões de euros através da eliminação da sobretaxa. Somadas, estas medidas valem 490 milhões de euros a menos na receita fiscal.

É verdade que, em contrapartida, o Executivo antecipa uma subida de 180 milhões de euros na coleta dos impostos indiretos, só por via das suas medidas. Esta coleta a mais anula parte do efeito do alívio do IRS, mas o Governo diz que não será todo. Os 310 milhões de euros que persistem de alívio fiscal representam 0,16% do PIB esperado pelo Governo.

Mas as medidas de política do Governo não têm apenas um impacto direito na receita (ou na despesa, se estivéssemos a falar, por exemplo, no aumento extraordinário das pensões). Têm também efeitos de segunda ordem na economia: fazem com que o PIB avance mais depressa, ou mais devagar.

Será este efeito que justifica que, mesmo baixando através de políticas discricionárias a receita fiscal prevista, a carga fiscal possa não cair. O Governo deverá estar a incorporar no próprio andamento do PIB — e portanto, na coleta projetada — o impacto das suas políticas.

Aliás, verifica-se que sem as medidas de ação do Governo a receita obtida através dos impostos sobre o rendimento e património (onde se insere o IRS) pesariam 10% do PIB. Mas com o impacto da ação do Governo a meta é mais baixa: 9,8% do PIB. Em contrapartida, o peso dos impostos sobre a produção e a importação (onde estão os impostos indiretos que o Governo decidiu atualizar, subir ou criar, mas também o IVA) sobe de 15% para 15,1%.

O ECO contactou o Ministério das Finanças no sentido de confirmar se é este o efeito que justifica que a carga fiscal mantenha o seu peso inalterado. Fonte oficial sublinhou que “o Governo projeta uma recuperação dos rendimentos, tanto do setor privado como do setor público, através do desagravamento fiscal” e garantiu que se vai operar “um claro alívio fiscal para todos os trabalhadores, repercutindo-se assim favoravelmente nos orçamentos familiares.”

Operar-se-á um claro alívio fiscal para todos os trabalhadores, repercutindo-se assim favoravelmente nos orçamentos familiares.

Ministério das Finanças

Fonte oficial

Sendo as projeções do Governo feitas numa base conservadora e prudente, e tendo presente que o aumento da receita do IVA em 2017 foi causado pelo aumento da atividade económica, em particular graças ao aumento do investimento e das exportações de bens e serviços – ou seja que nem sempre afetam as famílias portuguesas -, estima-se que, em 2018, o IVA mantenha um comportamento semelhante, o que fará com que a carga fiscal geral se deva manter inalterada,” adiantou ainda.

E o que fazem as medidas do Governo ao andamento da despesa?

Por causa da ação do Governo, a despesa vai pesar mais no PIB: em vez de 44,1%, o Executivo assume uma meta de 44,5%. A justificar esta subida do peso estão os gastos com prestações sociais (que passam de 18,5% do PIB para 18,6%), o investimento (formação bruta de capital fixo) e as transferências de capital.

A subida do peso das prestações sociais poderá estar relacionada com o aumento extraordinário de pensões, com a decisão de descongelar o indexante dos apoios sociais (que faz subir o subsídio de desemprego máximo e mínimo), com a reposição de mais 25% do corte do Rendimento Social de Inserção, as alterações nas reformas antecipadas, ou o aumento do abono de família para crianças entre os 12 e os 36 meses.

Já no investimento o Governo compromete-se a subir o seu peso para 2,3% do PIB, em vez dos 1,8% que pesaria num cenário de políticas invariantes.

Mas também há despesas que o Executivo se compromete a baixar: por exemplo, o peso o consumo intermédio deverá cair 0,2 pontos percentuais face ao que aconteceria caso o ministro das Finanças não tomasse medidas; e o peso dos juros, para o qual o Governo se compromete com um peso de 3,6% do PIB (menos uma décima).

(Notícia atualizada às 18h43 com a resposta do Ministério das Finanças)

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Taxa de emprego na OCDE sobe para 67,6%. Portugal tem das subidas mais elevadas

  • Lusa
  • 17 Outubro 2017

Portugal teve a terceira subida mais alta no segundo trimestre entre os países-membros da OCDE, depois da Grécia e Espanha. A taxa de emprego foi de 67,3% em Portugal.

A taxa de emprego na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aumentou 0,2 pontos percentuais no segundo trimestre, face ao anterior, para 67,6%, com Portugal a apresentar uma das subidas mais elevadas (seis décimas).

De acordo com os dados hoje divulgados pela OCDE, a taxa de emprego em Portugal no segundo trimestre foi de 67,3%, acima do valor observado um ano antes (64,9%) e no trimestre anterior (66,7%).

Portugal apresentou assim a terceira subida mais alta no segundo trimestre entre os países-membros da OCDE, depois da Grécia (oito décimas, para 53,6%) e Espanha (seis décimas, para 61%).

Em termos homólogos, no conjunto dos países, a taxa de emprego (percentagem de pessoas com emprego entre a população com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos) tinha sido 66,4% no segundo trimestre do ano passado.

Na Zona Euro, a taxa de emprego subiu dos 65,9% observados no primeiro trimestre para os 66,2% (dos 65,3% registados um ano antes).

Este valor está 3,2 pontos percentuais acima do mínimo registado em 2009, mas ainda um ponto abaixo do nível alcançado em 2008, antes de se fazerem sentir os efeitos da crise económica, sinaliza a OCDE em comunicado.

Foram também registadas subidas de duas décimas no Japão (para 75,2%) e nos EUA (para 70%).

Do lado das descidas, a OCDE destaca o México (três décimas para 61,1%) e a Nova Zelândia (de duas décimas para 76,2%).

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Tribunal de Contas acusa Saúde de “falsear indicadores de desempenho”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 17 Outubro 2017

Auditoria do Tribunal de Contas incide sobre o triénio 2014-2016. Aumentou o número de utentes em lista de espera cirúrgica e os tempos de resposta.

O Tribunal de Contas fez uma auditoria ao acesso aos cuidados de saúde no SNS no período 2014-2016 e concluiu que a “qualidade da informação disponibilizada publicamente” pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) sobre listas de espera “não é fiável”. E diz que há indicadores de desempenho falseados.

Os resultados da auditoria, conhecidos esta terça-feira, revelam que a “qualidade da informação disponibilizada publicamente” pela ACSS sobre listas de espera “não é fiável, devido a falhas recorrentes na integração da informação das unidades hospitalares nos sistemas centralizados de gestão do acesso a consultas hospitalares e cirurgias, bem como devido às iniciativas centralizadas”.

O Tribunal acrescenta que as iniciativas centralizadas desenvolvidas em 2016 pela ACSS, relativas a “validação e limpeza das listas de espera para primeiras consultas de especialidade hospitalar do universo das unidades hospitalares do SNS, incluíram a eliminação administrativa de pedidos com elevada antiguidade, falseando os indicadores de desempenho reportados”.

Tempos de espera aumentam

O Tribunal de Contas aponta para uma “degradação do acesso dos utentes a consultas de especialidade hospitalar e à cirurgia programada”. Quais as conclusões?

  • Aumento do tempo médio de espera para a realização de uma primeira consulta de especialidade hospitalar, de 115 para 121 dias, e do incumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos, de 25% em 2014 para 29% em 2016;
  • Aumento do número de utentes em lista de espera cirúrgica, em 27 mil utentes (mais 15%); do tempo médio de espera até à cirurgia, em 11 dias (mais 13%), e do incumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos, de 7,4% em 2014 para 10,9% em 2016.

É preciso emitir vales cirurgia automaticamente

O Tribunal presidido por Vítor Caldeira conclui que a “não emissão atempada e regular de vales cirurgia e notas de transferência aos utentes em lista de espera” veio aumentar os tempos de espera. E recomenda ao Ministério da Saúde “a criação de mecanismos de emissão automática de vales cirurgia nos prazos regulamentares” quando não é possível cumprir os tempos máximos de resposta garantida nos hospitais, “de forma a que o processo de internalização da produção cirúrgica no SNS não ponha em causa o direito dos utentes à prestação de cuidados de saúde em tempo considerado clinicamente aceitável”.

Além disso, entende que a qualidade dos indicadores de acesso relativos à primeira consulta hospitalar e cirurgia programada devem ser sujeitos a “verificações regulares”, por uma entidade externa à ACSS.

Ao Conselho Diretivo da ACSS, o Tribunal recomenda que “não adote procedimentos administrativos que resultem na diminuição artificial das listas e dos tempos de espera” e que “produza relatórios que explicitem os critérios adotados, métodos e resultados obtidos, sempre que sejam modificadas as bases de dados dos sistemas de informação – quer da consulta a tempo e horas (CTH), quer da gestão integrada de inscritos para cirurgia (SIGIC) – a nível central, para correção de erros”.

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Mexia não é o único. Metade do PSI-20 também tem gestão em fim de mandato

Mexia não é o único gestor em Lisboa que está em fim de mandato. Metade das cotadas da bolsa de Lisboa também terá de eleger novos membros no próximo ano. Chineses vão ter palavra decisiva.

São oito os CEO cujos mandatos terminam no final do ano (por ordem, da esquerda para a direita): Luís Paulo Salvado (Novabase), Moura Martins (Mota-Engil), Cláudia Azevedo (Sonae Capital), Manso Neto (EDP Renováveis), António Mexia (EDP), Nuno Amado (BCP), Palha da Silva (Pharol) e Rodrigo Costa (REN).

António Mexia não é o único gestor cujo mandato caminha para o fim em 2017. Quase metade das cotadas que compõem o PSI-20 também vai ter de eleger novos presidentes e equipas de gestão assim que os mandatos atuais terminarem no final deste ano, segundo o levantamento realizado pelo ECO. Em muitas destas decisões os chineses vão ter uma palavra importante a dizer. Tal como acontece na EDP.

Além da EDP, onde António Mexia verá o seu lugar de CEO ser discutido em Pequim no próximo dia 22 de outubro, também EDP Renováveis, BCP, REN, Novabase, Sonae Capital, Pharol e Mota-Engil vão ter de levar às próximas assembleias gerais de acionistas os nomes dos membros que vão compor os diferentes órgãos de governo das sociedades para os próximos anos.

Estas oito cotadas são de peso. Em conjunto, apresentam-se com um valor de mercado superior a 24 mil milhões de euros, respondendo por aproximadamente de 40% da capitalização bolsista de 60 mil milhões de um o índice de referência nacional composto, atualmente, apenas por 18 empresas.

Se há incerteza em relação à permanência de alguns dos gestores, há outros casos em que a aposta dos acionistas deverá passar pela continuidade face ao trabalhado apresentado até aqui. Esse deverá ser a situação de Nuno Amado. Foi ele que nos últimos anos empreendeu uma reviravolta no BCP, sobretudo com a libertação da intervenção do Estado depois anos de turbulência na instituição que culminou com o último aumento de capital de 1.300 milhões de euros, realizado em fevereiro.

Foi esta ampliação de capital que trouxe os chineses da Fosun para o primeiro plano no seio do banco — atualmente, o grupo chinês detém 25% do banco, à frente dos angolanos da Sonangol (com 15%). Juntos, estes dois acionistas terão voto de relevância na próxima equipa de gestão.

Quem termina mandato este ano

Chineses decidem

De resto, também o futuro das gestões de EDP e EDP Renováveis vai ser discutido sobretudo em mandarim. O caso de António Mexia na EDP é o mais mediático. A China Three Gorges detém 22,5%, procura alternativas a António Mexia e até já marcou um encontro para o dia 22 deste mês para decidir o futuro CEO, como adiantou em primeira mão o ECO.

Ainda que Mexia, que lidera a elétrica nacional desde 2007, tenha manifestado disponibilidade para continuar, os chineses estarão à procura de caras novas. A investigação judicial à empresa no caso dos CMEC terá pesado nesta decisão de mudança na administração da empresa. Francisco de Lacerda, cujo mandato nos CTT apenas termina em 2019, é um dos nomes falados para suceder ao antigo ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações na EDP. A acontecer, isto obrigaria a mudanças também na liderança da empresa de correio postal. Mais uma. Lacerda Machado também foi apontado, mas disse ao ECO que “não tem perfil para ser CEO da EDP“.

Por outro lado, a permanência de Manso Neto à frente da EDP Renováveis também poderá ser uma incógnita. Ele é o braço-direito de Mexia e o mandato também termina dentro de três meses. E mais de dois terços da empresa de energias limpas é detida pela casa-mãe… onde os chineses mandam. Importa também lembrar que Manso Neto é outro dos arguidos no caso dos CMEC, uma das razões para os chineses pretenderem mudanças na EDP.

Na REN, também há chineses a assumirem papel relevante: a companhia estatal chinesa State Grid assume 25% da gestora de rede elétrica. O mandato de Rodrigo Costa expira igualmente no último mês do ano e acontece numa altura particularmente importante para a empresa: está em vias de diversificar o seu portefólio em Portugal com a aquisição de ativos de gás à EDP, numa operação avaliada em 530 milhões de euros.

Nova dança para o ano

Este ano pode haver mudanças em oito cotadas, numa lista que inclui ainda os nomes de Luís Paulo Salvado (Novabase), Cláudia de Azevedo (Sonae Capital), Luís Palha da Silva (Pharol) e Gonçalo Moura Martins (Mota-Engil). Estas empresas também vão ter eleger brevemente as novas administrações para o próximo ciclo. No caso de Luís Paulo Salvado, a tecnológica indicou esta segunda-feira que os acionistas propuseram o nome de João Bento para liderar a comissão executiva no triénio 2018-2020, enquanto Salvado assumirá apenas o cargo de chairman.

Em 2018, perspetiva-se uma nova dança de cadeiras. Estão na calha mudanças em mais seis empresas da bolsa de Lisboa, valendo 31 mil milhões de euros em valor de mercado (metade do PSI-20), com destaques para petrolífera Galp Energia, as retalhistas Jerónimo Martins e Sonae e a operadora de telecomunicações Nos.

Carlos Gomes da Silva lidera os destinos da Galp desde 2015 e o seu mandato de quatro anos à frente da petrolífera termina no final de 2018. Também Pedro Soares dos Santos (Jerónimo Martins), Paulo Azevedo/Ângelo Paupério (co-CEO na Sonae) e Miguel Almeida (Nos) se encontrarão em fim de ciclo nas respetivas empresas no próximo ano.

Quem termina mandato em 2018

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⏰ A proposta do Orçamento do Estado para 2018 em 2 minutos

O Governo já entregou a proposta do OE2018. São 276 páginas que descrevem o plano orçamental de Mário Centeno para o próximo ano. O ECO destaca os números essenciais em oito slides.

Na passada sexta-feira, o ministro das Finanças entregou a proposta de Orçamento do Estado para 2018. Aqui pode ler um resumo alargado, mas o ECO destacou as principais novidades do documento. Do cenário macroeconómico à conjuntura externa, passando pelas medidas de alívio fiscal mas também de algum agravamento: veja e leia em oito slides o essencial do OE2018.

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Acha que sabe tudo sobre o crédito à habitação?

  • ECO + BANCO CTT
  • 17 Outubro 2017

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Documentos oficiais, seguros e uma panóplia de requisitos. Os créditos à habitação exigem vontade e organização. Tem a certeza que sabe tudo sobre isso?

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