Há ainda um mistério por explicar nas contas da Yupido

"Depósitos à ordem" de 243 milhões e 28,8 mil milhões de capital social "subscrito e realizado em dinheiro" são dois dos aspetos mais intrigantes nas contas da empresa. O ECO falou com contabilistas.

Ainda mais um mistério nas contas da Yupido, a empresa portuguesa que tem inscrito um capital social de 28,8 mil milhões de euros. Ao que o ECO apurou, há pelo menos dois detalhes nas contas da companhia que estarão a merecer mais atenção por parte de quem está a acompanhar o caso.

A Yupido foi constituída em 2015 com um capital social superior a 243,3 milhões de euros. De acordo com um documento obtido pelo ECO, intitulado “Documento Particular que titula o Contrato de Sociedade Anónima”, esse valor corresponde, na esmagadora maioria, a entradas “em espécie” — concretamente, um “software de gestão para empresas”, avaliado por um revisor oficial de contas em 243 milhões de euros.

A esse valor, acrescem as entradas “em numerário”, no valor total de 35.002 euros. É, segundo a documentação do ECO, o único dinheiro em cash da empresa, que foi “depositado na conta da sociedade”. Ora, na prestação de contas individual, a Yupido tem inscritos mais de 243 milhões de euros na rubrica “caixa e depósitos bancários”, mais especificamente em “depósitos à ordem”.

O ECO analisou as contas da Yupido com três contabilistas certificados. Um deles, que não quis ser identificado argumentando que não queria comentar o trabalho de um colega, explicou que essa rubrica só deveria contemplar “moedas, notas ou cheques”: “Esse é o valor das disponibilidades. Tem de ser a coisa mais líquida da empresa. Só contempla notas, moedas e, no limite, cheques. Se é um ativo intangível, teria de estar numa rubrica de ativos intangíveis.” Ao ECO, outro contabilista corroborou esta informação, mas não quis entrar em mais detalhes sobre este caso concreto.

Rubrica “depósitos à ordem” com 243,3 milhões de euros inscritos.

Já Sofia Filipe, contabilista com 15 anos de experiência, quando questionada acerca da possibilidade de esse valor estar na rubrica dos “depósitos à ordem”, explicou que “possível é, se tiverem esse dinheiro” na empresa. “É sempre possível. É uma questão de, na contabilidade, haver suporte documental fiscalmente aceite que justifique esse saldo”, indicou. E foi mais longe: “Pode ter sido uma venda, pode ter sido alguém que depositou esse dinheiro, pode ter sido um sócio ou não sócio que tenha esse dinheiro. Pode ter vindo de qualquer sítio.”

As únicas entradas em dinheiro, segundo os documentos obtidos pelo ECO

Capital social “realizado em dinheiro”. Será?

No entanto, o grande mistério não são os 243,3 milhões de euros, a maioria derivados da avaliação de um software. O ECO sabe que, entre as entidades oficiais, são os 28,8 mil milhões de euros de capital social o valor a provocar o maior desconforto. Como o ECO avançou em exclusivo, resultaram da avaliação de um outro ativo intangível — uma “plataforma digital inovadora” de media. A grande questão é que o valor surge inscrito no pacto social da empresa como sendo capital social “integralmente subscrito e realizado em dinheiro”.

“Parece-me esquisito. Não percebo. Claramente não está correto”, disse um contabilista. Sofia Filipe também mostrou algum ceticismo: “O que é estranho, para mim, é a subscrição e a realização do capital social de 28,8 mil milhões de euros. Se está realizado em dinheiro, significa que os sócios tiveram que entrar com esse dinheiro. Tem de haver entrada desse valor”, indicou.

No entanto, a contabilista sublinhou: “Pode estar perfeitamente justificado e dentro de toda a legalidade. Basta que haja um adiantamento de um cliente qualquer, ou de vários clientes, que justifique esse montante. Não se pode dizer que alguma coisa esteja ilegal, porque só vendo na contabilidade. Não dá para especular. Não sabemos.”

O que é estranho, para mim, é a subscrição e a realização do capital social de 28,8 mil milhões de euros. Se está realizado em dinheiro, significa que os sócios tiveram que entrar com esse dinheiro.

Sofia Filipe

Contabilista

O ECO contactou o contabilista responsável pelas contas da Yupido, João Dias de Melo, que não quis fazer comentários. Quando questionado acerca do capital social, Francisco Mendes, porta-voz da Yupido, afirmou não poder falar de “questões contabilísticas”, mas garantiu que está tudo legal. José Rito, o auditor das contas da empresa, não estava disponível quando contactado pelo ECO — a renúncia ao cargo de fiscal único foi efetivada esta quinta-feira.

Por esta altura, as contas da Yupido já estarão a ser passadas a pente fino pelas autoridades. Na semana passada, a Polícia Judiciária confirmou ao Expresso estar a analisar o caso. O Ministério Público também indicou estar a acompanhar a situação. Já a CMVM e a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas iniciaram diligências para analisar as avaliações dos ativos intangíveis elaboradas pelo ROC António Alves da Silva.

A Yupido ainda não tem operações nem vendas, e também não tem funcionários. Registou cerca de 30.000 euros de prejuízo entre 2015 e 2016.

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Itália à beira de travar escalada da dívida

  • ECO
  • 15 Setembro 2017

Itália está a viver uma convergência do seu crescimento económico, taxa de inflação e dívida e das yields da dívida.

Pela primeira vez, desde a crise financeira, Itália está a viver uma convergência do seu crescimento económico, taxa de inflação e dívida e das yields da dívida. O país que tem a segunda dívida pública mais elevada depois da Grécia poderá assistir a um crescimento do Produto Interno Bruto superior ao da dívida, o que se traduzirá numa redução do rácio da dívida.

Este é o objetivo que o Governo italiano há muito tem tentado atingir, como sublinha o ministro das Finanças Pier Carlo Padoan, num post na rede social Twitter. “Depois de estabilizarmos a dívida, agora temos de a colocar numa trajetória descendente, caso contrário o risco país permanecerá elevado”.

Este desempenho é explicado por um crescimento económico há dez trimestre consecutivos e manteve o ritmo no último trimestre, um facto que Padoan também sublinha no Twitter. Além disso, o país está a registar uma aceleração da inflação — em agosto a estimativa é de que a taxa de inflação anual italiana seja de 1,4% — e uma redução nas yields da dívida, uma combinação que permite ao Executivo perspetivar uma redução do peso gigantesco da dívida.

Estes comentários do ministro das Finanças surgem depois de da Confindustria, o principal confederação patronal italiana, ter avançado com a previsão e de que a dívida vai cair para 131,8% do PIB em 2018, face aos 132,6% em 2017. A dívida pública italiana atingiu um recorde de 2,3 biliões de euros em julho, um aumento de 18,6 mil milhões face a junho, segundo o relatório mensal de junho do Banco de Itália. O responsável que também já foi o economista-chefe da OCDE sublinhou que a economia italiana está a voltar ao normal.

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Eurogrupo: Dijsselbloem quer terminar mandato, Centeno admite “conversas”

  • Lusa
  • 15 Setembro 2017

O presidente do Eurogrupo afirmou que é sua intenção completar o seu mandato, mesmo que deixe de ser ministro. Centeno admitiu que tem havido “um conjunto de conversas” para se candidatar.

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou, esta sexta-feira, em Tallin, que é sua intenção completar o seu mandato, que expira em meados de janeiro próximo, “sob qualquer circunstância”, mesmo que deixe de ser, entretanto, ministro das Finanças da Holanda.

Numa conferência de imprensa durante a reunião informal que assinala a ‘rentrée’ de ministros das Finanças europeus, Dijsselbloem, questionado sobre a possibilidade de abandonar mais cedo a presidência do Eurogrupo dada a previsível tomada de posse, em breve, de um novo Governo (e ministro das Finanças) holandês, referiu que o assunto não foi hoje abordado, “e a razão é que não há motivo para o discutir”.

Depois de gracejar com o jornalista que lhe colocou a questão, afirmando que “pelos vistos tem mais informação sobre a chegada de um novo Governo na Holanda” do que ele próprio, Dijsselbloem revelou então que é sua intenção ficar até final do mandato, com ou sem novo ministro das Finanças holandês. “Na situação atual sou ainda ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo. E por falar nisso, é minha intenção, sob qualquer circunstância, completar o meu mandato, que vai até meados de janeiro”, declarou.

A questão da sucessão de Dijsselbloem é, no entanto, cada vez mais discutida, e hoje mesmo, à chegada à reunião informal, o ministro Mário Centeno, de quem se tem falado com insistência como forte candidato à sucessão do holandês, admitiu que tem havido “um conjunto de conversas” sobre a possibilidade de se candidatar à presidência do Eurogrupo, e, sem assumir explicitamente essa candidatura, garantiu que Portugal participará ativamente no processo.

“Vamos participar nessa discussão com a maior das tranquilidades, tendo como objetivo trazer para a Europa e para Portugal aquilo que de mais positivo nós conseguimos oferecer, e isso são as nossas ideias, a nossa participação e vamos ser muito ativos nessa matéria”, disse aos jornalistas, à chegada à reunião. Questionado sobre se tem recebido incentivos dos seus homólogos para se candidatar, limitou-se a dizer que “há um conjunto de conversas”, que tem abordado com enorme tranquilidade, mas também de forma determinada.

“Com enorme tranquilidade, vos asseguro, e com a mesma determinação com que temos abordado as questões económicas, financeiras e sociais, vamos tratar desse assunto tendo como objetivo aquilo que é o sucesso do programa político que temos para Portugal, que acreditamos nele, e que também nessa dimensão tem que ser defendido e valorizado”, declarou.

O Eurogrupo, fórum informal de ministros das Finanças da zona euro, é presidido desde 2013 por Dijsselbloem, que termina o seu segundo mandato à frente do fórum de ministros das Finanças da zona euro em janeiro de 2018. Na sequência da sua polémica entrevista, em março passado, ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, na qual afirmou, referindo-se aos países do sul da Europa, que “não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda”, o Governo português reclamou a sua demissão do cargo, mas Dijsselbloem recusou abandonar o posto antes do final do seu mandato.

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Atividade económica continua a bater recordes

  • Cristina Oliveira da Silva e Margarida Peixoto
  • 15 Setembro 2017

Dados do Banco de Portugal dão sinais positivos: indicador coincidente avançou de 3,8% e foi o mais elevado desde fevereiro de 2000.

A atividade económica continua a progredir. De acordo com dados do Banco de Portugal publicados esta sexta-feira, o indicador coincidente para a atividade económica voltou a aumentar em agosto, mantendo a trajetória que já regista desde o último trimestre de 2016.

De acordo com os dados do banco central, o crescimento de 3,8% registado em agosto face ao mesmo mês do ano anterior foi o mais elevado desde fevereiro de 2000, quando se registou o mesmo número.

Evolução do indicador coincidente

Já o indicador para o consumo privado registou uma ligeira diminuição comparando com o mês anterior, revela o banco central.

Conforme explica o Banco de Portugal, estes indicadores procuram captar a evolução subjacente da economia, isto é, não pretendem refletir o crescimento registado no preciso momento em que são apurados, mas antes apontar qual é a tendência esperada.

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Santander e Popular reúnem obrigacionistas para discutir fusão

Os obrigacionistas de ambos os bancos são convocados a discutir a fusão das instituições no próximo 19 de outubro. A aprovação é essencial para que a negociação avance.

O Santander e o Popular convocaram uma assembleia de obrigacionistas para o próximo dia 19 de outubro, onde deverão “deliberar sobre a fusão” dos dois bancos. Em causa estão 17 linhas de obrigações e quem as detém tem de dar a luz verde para que esta operação possa ser concretizada. Fica a faltar o ‘ok’ dos reguladores.

Deliberar sobre a fusão e, em caso de não aprovação, o exercício do direito de oposição judicial“: este é o ponto único em discussão em assembleia de obrigacionistas, segundo um comunicado de ambas as instituições à CMVM (Popular Portugal e Banco Santander). Esta é uma das condições necessárias para que a fusão avance — fica a faltar a autorização do BCE e da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.

Este comunicado foi enviado ao regulador numa altura em que o Santander tenta minimizar as perdas dos investidores. O banco espanhol vai realizar uma emissão de obrigações perpétuas na qual os pequenos acionistas e obrigacionistas subordinados do Banco Popular poderão participar sem terem de pagar qualquer valor, desde que renunciem a colocar ações judiciais. Esta proposta faz parte do folheto da emissão de obrigações registada na espanhola Comissão Nacional de Valores Mobiliários, que começou esta quarta-feira e decorre até 7 de dezembro.

Caso os investidores do Popular aceitem esta oferta do Santander, a compensação que recebem depende do investimento feito, sendo que o Santander devolverá 100% de qualquer investimento até 100 mil euros e 75% aos que passam esse valor até 500 mil euros. Quando são investimentos superiores, até um milhão de euros, o valor é de 50%. Assim, apesar de o banco emitir nesta oferta 981 milhões de euros em obrigações, o valor máximo que terá de assumir é 680 milhões.

A compra do Popular Portugal pelo Banco Santander Totta já foi aprovada no dia 5 de setembro pelo banco liderado por António Vieira Monteiro. Também em comunicado à CMVM, lia-se que havia luz verde para a “compra, pelo Banco Santander Totta ao Banco Popular Español de 100% do capital social do Banco Popular Portugal”. Esta fusão torna o Santander Totta o maior banco privado no mercado nacional de ativos e acontece depois de o Grupo Santander ter comprado o Banco Popular por um euro no âmbito de uma medida de resolução.

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Setor da ourivesaria vai ter regime simplificado a partir de novembro

  • Lusa
  • 15 Setembro 2017

A atividade da ourivesaria e da contrastaria vai ter um regime simplificado a partir de novembro, que possibilita aos novos operadores económicos iniciar atividade com uma mera comunicação prévia.

A atividade da ourivesaria e da contrastaria vai ter um regime simplificado a partir de novembro, segundo um diploma publicado esta sexta-feira, que possibilita aos novos operadores económicos iniciar atividade com uma mera comunicação prévia no Balcão do Empreendedor.

O decreto-lei vem simplificar o regime de acesso e exercício da atividade, incluindo o licenciamento, o âmbito de aplicação, as obrigações no exercício da atividade e as regras de contraste.

Entre as alterações é introduzida a eliminação da obrigação de existência de um avaliador por cada estabelecimento e o fim do pagamento da taxa mínima por lote e do regime bonificado associado.

Com a simplificação do acesso à atividade, os operadores económicos passam a poder iniciar a sua atividade após comunicação ao Balcão do Empreendedor, acompanhado do pagamento das taxas respetivas, acabando-se com a duplicação de pedidos de início de atividade nos casos das atividades industriais e de prestamistas.

O diploma elimina ainda a obrigação de existência de um avaliador por cada estabelecimento, sendo substituído pela disponibilização ao consumidor de uma lista de avaliadores para sua livre escolha.

Tendo em vista permitir a exposição de artigos com metal precioso de forma ocasional e esporádica com regras simplificadas, o Governo definiu seus direitos e deveres, exigindo apenas uma simples comunicação que permita a fiscalização, designadamente em feiras, leilões, galerias e outros eventos.

Esta comunicação, explica o Governo no preâmbulo do diploma, visa prevenir ilícitos, designadamente a venda de artigos furtados, e garantir um controlo mais eficaz por parte das autoridades competentes, pelo que é aplicada também aos operadores económicos provenientes de outro Estado-membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu que, em território nacional, pretendam comercializar, de forma ocasional e esporádica, em regime de livre prestação de serviço, artigos de metal precioso.

O diploma reforça a fiscalização, agora assegurada pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, e diminui o montante das coimas de forma a uniformizar com regimes semelhantes.

Até à entrada em vigor das competências da INCM de fiscalizar, instruir e decidir os processos contraordenacionais relativo ao ensaio, marcação e títulos de acesso às atividades e aplicação das respetivas coimas e sanções acessórias, tais competências continuam a ser asseguradas pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

No final de 2015, a Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP) lançou uma petição com as congéneres Associação Portuguesa da Indústria de Ourivesaria (APIO), Associação de Comerciantes de Ourivesaria e Relojoaria (ACORS) e Associação dos Peritos Avaliadores Oficiais de Ourivesaria e Joalharia (APAOINCM), tendo em vista uma alteração ao regime do setor.

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Crédito automóvel voltou a acelerar em julho

A concessão de crédito para a compra de carro cresceu 3,12% em julho, contrariando a queda registada no bolo total do crédito ao consumo nesse mês.

A compra de carro escapou à ligeira travagem na concessão de crédito ao consumo registada em julho. Os bancos e as instituições de crédito especializado concederam um total de 240,9 milhões de euros em empréstimos com esse fim. Este valor representa um crescimento de 3,12% face ao montante disponibilizado no mês anterior. Comparativamente com o mesmo período de 2016 a subida é de 28%.

Este aumento contraria a quebra muito ligeira observada no bolo total do crédito ao consumo concedido em julho. Foram menos 141 mil euros -0,03%), com o crédito ao consumo disponibilizado nesse mês a fixar-se num total de 538,7 milhões de euros.

Evolução do crédito ao consumo no último ano

Fonte: Banco de Portugal | Valores em milhares de euros

A subida da concessão de crédito automóvel coincidiu com um mês em que as vendas de carros também crescerem. Em julho, foram vendidos 21.060 veículos, mais 12,2% do que no mesmo período do ano anterior, um sinal da melhoria das perspetivas económicas em Portugal.

Para além do crédito automóvel, apenas a categoria de crédito que inclui os cartões de crédito, as linhas de crédito, as contas correntes bancárias e facilidades a descoberto, registou um movimento de subida na concessão, apesar de muito curto. No total foram disponibilizados perto de 86,5 milhões de euros com esse fim, ligeiramente acima — 0,3% — face aos 86,2 milhões que se tinham registado em junho.

As restantes categorias de financiamento registaram quebras nas quantias do financiamento. No caso dos créditos pessoais sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades — onde se incluem, por exemplo, financiamentos para férias ou aquisição de equipamentos para o lar — registou-se uma quebra de 3,5% nos montantes disponibilizados. Os bancos concederam um total de 207,2 milhões de euros com esse fim, o que compara com os 214,7 milhões de euros que se tinham registado em junho.

Por sua vez, no segmento educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos, a diminuição rondou os 3,8%, com o crédito pessoal para esse fim a ascender, em julho, a perto de 4,2 milhões de euros. Em junho tinha totalizado um pouco mais de 4,3 milhões de euros.

O automóvel mantém-se assim no principal motor do aumento da concessão de crédito ao consumo. Nos primeiros sete meses do ano foram disponibilizados mais de 3,7 mil milhões de euros de crédito ao consumo. Mais de 40% desse bolo total teve como destino a aquisição de carro. Entre janeiro e julho, os bancos e as financeiras emprestaram um total de 153,8 milhões de euros com esse fim.

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Juros portugueses aliviaram em dia de decisão da S&P

  • Rita Atalaia
  • 15 Setembro 2017

No dia em que a S&P se pronuncia sobre o rating de Portugal, os juros da dívida portuguesa aliviaram. A taxa a dez anos de Portugal está nos 2,843%, depois de ter caído abaixo dos 2,75%.

A confiança está a regressar ao mercado da dívida portuguesa. Em dia de decisão da Standard & Poor’s sobre o rating nacional — e antes de se saber que a S&P retirou Portugal do ‘lixo‘ — os juros da dívida a dez anos aliviaram. Os analistas esperavam que o outlook aumentasse para “positivo”, dando os mesmos passos de outras agências de notação. Uma tendência de alívio que não se reflete nos outros países da Zona Euro.

A taxa associada às Obrigações do Tesouro a dez anos cede 2,2 pontos base para os 2,843%. Isto depois de ter caído para um nível inferior a 2,75% a semana passada, no dia em que o BCE disse continuar preparado para manter o programa de estímulos.

Esta tendência é transversal, com os juros a cair na maioria das linhas. No prazo a cinco anos, a taxa perde 3,4 pontos base para 1,156%. Mas este alívio não se está a generalizar aos outros país do euro. As taxas estão a agravar em Itália e Espanha. Os juros da dívida da Alemanha também estão a subir, com a taxa a avançar 2,5 pontos base para 0,438%. Perante esta evolução, o diferencial entre as taxas portuguesas e alemãs está nos 235 pontos base.

Juros portugueses a dez anos estão a aliviar

Seis meses depois, os destinos de Portugal e da S&P voltam a cruzar-se esta sexta-feira. A agência de notação financeira tem na sua agenda o rating da dívida portuguesa. E pode vir a melhorar a perspetiva para a dívida do país para “positivo” face a “estável”. Pelo menos é essa a estimativa dos analistas. “A maioria dos investidores acredita que esta agência siga os passos de outras agências”, referem os analistas do BPI. Uma subida que se segue à “melhoria das perspetivas para o crescimento” do país, referem analistas do Danske Bank, à Bloomberg.

A maioria dos investidores acredita que esta agência siga os passos de outras agências.

Analistas do BPI

Depois de a Fitch ter elevado o outlook da dívida portuguesa de estável para positivo, em junho, e de a Moody’s — a mais mal disposta das agências — ter feito o mesmo no arranque deste mês de setembro, tudo aponta para que a decisão da S&P seja semelhante. Atualmente, a agência de rating atribui a Portugal uma classificação BB+, nível considerado “lixo”, com uma perspetiva “estável”.

Se a S&P atualizar a sua notação da dívida nacional, fá-lo seis meses após a última vez em que emitiu uma opinião sobre Portugal. A 17 de março, a agência de notação manteve o rating de Portugal em BB+, um nível considerado “lixo”, deixando estável a perspetiva da evolução da notação portuguesa. Nessa ocasião, a S&P salientava o crescimento económico observado na segunda metade de ano passado, antecipando uma aceleração da economia este ano.

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Altice vai levar tecnologia da Meo aos Estados Unidos e Europa

O grupo de Patrick Drahi reforçou a parceria com a empresa georgiana Arris International. O objetivo é levar o 4K das boxes de televisão da Meo a outros mercados nos Estados Unidos e na Europa.

A Altice reforçou a parceria com a Arris International, uma fabricante de equipamento para telecomunicações sedeada na Geórgia. O objetivo é levar a tecnologia da televisão da PT/Meo a outros mercados nos Estados Unidos e na Europa, um processo que deverá arrancar já no próximo ano. A informação foi avançada pelas empresas num comunicado.

A intenção é “juntar a experiência em vídeo da Arris com a visão da Altice em levar entretenimento da nova geração aos clientes por todo o mundo”. A tecnologia em causa tem vindo a ser desenvolvida por ambas as empresas para possibilitar a qualidade de imagem 4K nas “boxes” de televisão que, atualmente, fazem parte de alguns pacotes com televisão da operadora em Portugal.

A Altice e a Arris já têm um historial de colaboração, nomeadamente no desenvolvimento dessa tecnologia e na instalação de um router avançado da empresa georgiana em França, Estados Unidos e República Dominicana, possibilitando acessos à internet com velocidades superiores.

No comunicado, Bruno Zebib, diretor de tecnologia do grupo Altice, explica: “Expandimos a nossa parceria estratégica com a Arris para corresponder à visão que temos do entretenimento do amanhã. À medida que a Altice continua a crescer e a potenciar serviços de nova geração para os nossos subscritores em todo o mundo, estamos a alavancar a experiência da Arris na evolução das boxes para ir ao encontro da procura por experiências de visualização de alta qualidade.”

Da parte da Arris, Larry Robinson, presidente executivo, diz: “As boxes 4K que estamos a desenvolver com a Altice mostram a evolução do vídeo e vão permitir oferecer excitantes serviços aos milhões de clientes da Altice nos Estados Unidos e na Europa.”

O polo de desenvolvimento tecnológico da Altice é em Portugal, mais propriamente no Altice Labs Aveiro. Na semana passada, a PT Portugal apresentou um ponto de acesso à internet com tecnologia portuguesa que permite velocidades de download próximas do gigabit por segundo, teoricamente cem vezes superior às velocidades atuais. Desde logo, a empresa expressou a intenção de levar essa tecnologia aos Estados Unidos e a outros mercados.

Esta parceria é reforçada num período crítico para o grupo Altice, liderado por Patrick Drahi. Apesar de acumular uma dívida avultada, o grupo está em processo de expansão para se tornar num player de convergência entre tecnologia, telecomunicações, media e conteúdos. Em Portugal, depois da compra da PT/Meo à Oi, o grupo está prestes a fechar a aquisição da Media Capital, dona da TVI, aos espanhóis da Prisa, num negócio que deverá ascender os 400 milhões de euros. A compra ainda está sujeita à aprovação dos reguladores.

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Custos da mão-de-obra em Portugal sobem acima da média da zona euro

  • Lusa
  • 15 Setembro 2017

Aumento de 2,9% em Portugal compara com a subida de 1,8% na zona euro e de 2,2% no conjunto da UE no segundo trimestre.

Os custos de mão-de-obra por hora no segundo trimestre, em termos homólogos, aumentaram 2,9% em Portugal, acima do crescimento de 1,8% verificado na zona euro, anunciou esta sexta-feira o Eurostat.

Segundo o Eurostat, o instituto de estatística da União Europeia (UE), os custos de mão-de-obra por hora aumentaram 2,2% no conjunto da UE no segundo trimestre face ao mesmo período de 2016.

No primeiro trimestre deste ano e face ao mesmo período de 2016, os custos de mão-de-obra tinham aumentado 3,4% em Portugal, 1,4% na zona euro e 1,6% na UE.

Os salários e os custos não salariais — que são as principais componentes desta rubrica — no período em referência aumentaram 2,8% e 3,5% em Portugal, 2% e 0,8% na zona euro e 2,4% e 1,6% na UE, adianta o Eurostat.

Nos primeiros três meses deste ano e face a igual período de 2016, os salários e os custos não salariais por hora tinham aumentado 3,6% e 3% em Portugal, 1,3% e 1,6% na zona euro e 1,5% e 1,9% na UE. Por setor, no período analisado, os custos da mão-de-obra por hora na zona euro aumentaram 1,5% na indústria, 2% no setor da construção e 2,1% nos serviços.

No segundo trimestre deste ano e face ao mesmo período de 2016, os maiores aumentos dos custos de mão-de-obra por hora foram registados na Roménia (18,6%), Hungria (13%), República Checa (11,1%), na Bulgária (11%) e na Lituânia (10,4%). A Finlândia foi o único país dos 28 da UE onde os custos de mão-de-obra diminuíram no período em análise, designadamente 0,3%.

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Dona do Angry Birds deve valer 800 milhões no IPO

  • ECO
  • 15 Setembro 2017

Rovio Entertainment, a empresa que desenhou o jogo Angry Birds, vai para a bolsa. E já tem uma estimava para o valor de mercado: 800 milhões de euros. Um valor que fica muito abaixo do que previsto.

A Rovio Entertainment, a empresa que desenhou o jogo Angry Birds, está a preparar tudo para entrar em bolsa. E já tem uma estimativa para a capitalização de mercado: 800 milhões de euros, um valor que fica muito abaixo do previsto. O objetivo desta Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) passa por angariar capital para pôr no mercado o filme The Angry Birds Movie 2, com lançamento previsto para 2019, e criar novos jogos para dispositivos móveis.

A Rovio vai vender as ações por 10,25 a 11,50 euros cada, o que avalia a empresa entre 800 e 896 milhões de euros, de acordo com um comunicado da Rovio, citado pela Bloomberg. Antes o valor avançado rondava os dois mil milhões. Ao mesmo tempo, Kaj Hed, que detém 69% da empresa, vai tirar do seu bolso 211 milhões de euros para investir na empresa, para além dos 30 milhões que a Rovio quer angariar. A subscrição do IPO arranca a 18 de setembro e a empresa deve começar a negociar em bolsa perto de 3 de outubro.

A Rovio registou um crescimento nas receitas de 94% no segundo trimestre, no valor de 86,2 milhões de euros. O segmento dos jogos cresceu 65% para 61,3 milhões de euros, segundo dados da Bloomberg, depois de a empresa passar a cobrar por serviços no interior das aplicações, ao invés de cobrar o download da aplicação nas lojas.

A esmagadora maioria das receitas são provenientes do jogo Angry Birds 2, embora a empresa já tenha lançado outras sagas no mercado, como é o caso de Battle Bay.

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Excedente comercial externo da zona euro recua em julho

  • Lusa
  • 15 Setembro 2017

O excedente da balança comercial externa de bens na zona euro recuou para os 23,2 mil milhões de euros em julho. Dentro da zona euro, o comércio representou 145,6 mil milhões de euros no mesmo mês.

O excedente da balança comercial externa de bens na zona euro recuou para os 23,2 mil milhões de euros em julho, face aos 24,8 mil milhões do período homólogo, segundo as estimativas provisórias do Eurostat.

Em julho, as exportações de bens da zona euro para o resto do mundo aumentaram 6,1% para os 177,7 mil milhões de euros, em termos homólogos (167,6 mil milhões em julho de 2016) e as importações somaram 154,6 mil milhões, 8,2% acima dos 142,8 mil milhões do mês homólogo.

Nos 28 países da União Europeia (UE) a balança comercial externa de bens registou um excedente de 8,8 milhões de euros, face a um excedente de três mil milhões de euros de julho de 2016.

Em julho, as exportações da UE para o resto do mundo aumentaram 4% para os 155,8 mil milhões de euros (mais 9,7% do que os 142,1 mil milhões de julho de 2016) e as importações cresceram 5,6% de 139,1 mil milhões de euros para 146,9 mil milhões.

Segundo o gabinete de estatísticas da UE, o comércio dentro da zona euro representou 145,6 mil milhões de euros em julho, mais 5,6% do que no mês homólogo, enquanto as trocas comerciais entre os 28 Estados-membros aumentaram 5,3% para os 260,3 mil milhões de euros.

No acumulado de janeiro a junho, o excedente da balança comercial externa da zona euro recuou dos 154,1 mil milhões do período homólogo de 2016 para 130,2 mil milhões de euros, enquanto o comércio dentro da zona euro aumentou 7,3% para 1.074,0 mil milhões de euros.

Nos 28 países da UE, o excedente comercial externo até junho diminuiu de 14,0 mil milhões para 10,8 mil milhões de euros e o comércio intraeuropeu aumentou 6,9% para 1.938,3 mil milhões de euros.

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