Fisco avisa: circulam e-mails falsos a pedir a regularização de dívidas

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 2 Fevereiro 2017

Mensagem falsa pede ao contribuinte para regularizar a sua situação tributária, evitando assim a inclusão do seu nome na lista de devedores.

Alguns contribuintes têm recebido e-mails falsos a solicitar a regularização de dívidas fiscais, alerta a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

Estas mensagens são falsas e devem ser ignoradas. O seu objetivo é convencer o destinatário a descarregar um ficheiro com conteúdo malicioso”, informa a AT no Portal das Finanças. “Em caso algum deverá efetuar essa operação”, acrescenta.

A mensagem de correio eletrónico falsa indica que o contribuinte tem dívidas fiscais que permitem a inclusão do seu nome na lista de devedores, solicitando a regularização da situação. O objetivo é levar o destinatário a descarregar um ficheiro através de um link, como mostra a imagem abaixo publicada no Portal das Finanças.

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No seu alerta, a AT recomenda ainda a leitura do folheto informativo sobre segurança informática.

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Lava Jato já tem novo relator

Edson Fachin foi o último ministro que Dilma Rousseff indicou para o STF antes de ser destituída do cargo de Presidente do Brasil.

Está escolhido o sucessor de Teori Zavascki, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil que era relator da Operação Lava Jato e que morreu na queda de um avião. Será Edson Fachin a ficar com a pasta da investigação ao esquema de corrupção, avança a imprensa brasileira.

Edson Fachin, ministro do STF e relator da Lava Jato.
Edson Fachin, ministro do STF e relator da Lava Jato.Wikimedia Commons

A nomeação de Fachin foi feita por sorteio, esta quinta-feira, através de um software que distribuiu aleatoriamente os processos do STF pelos vários ministros. Fica ainda por conhecer quem ocupará a vaga de ministro deixada por Teori Zavascki no STF. Essa nomeação será feita por Michel Temer, Presidente do Brasil.

Edson Fachin foi o último ministro que Dilma Rousseff indicou para o STF antes de ser destituída do cargo de Presidente do Brasil. Chegou recentemente à Segunda Turma do STF (o órgão do tribunal responsável por julgar casos de maior peso, como o Lava Jato) e é visto como o “novato” do Tribunal, mas era também um dos ministros mais próximos de Teori Zavascki, explica o jornal Estado de São Paulo.

Teori Zavascki era o relator do processo Lava Jato, nome que foi dado a uma investigação a um esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro, que envolve políticos e gigantes como a petrolífera Petrobras ou as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Zavascki ocupava o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal desde novembro de 2012 e, no mês passado, iria homologar as delações dos executivos da construtora Odebrecht.

Estas delações, de 77 executivos da construtora, eram centrais para o desfecho da Lava Jato, já que mencionavam políticos como Michel Temer, atual Presidente do Brasil, e Lula da Silva, antigo presidente.

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Trump volta a pairar sob Wall Street

Nem a boa temporada de resultados empresariais está a deixar investidores norte-americanos confortáveis. A incerteza de Donald Trump volta a pairar sob Wall Street esta quinta-feira.

A Reserva Federal norte-americana deixou os juros inalterados e até apresentou boas perspetivas acerca da economia. Ainda assim, por não ter deixado nenhuma pista acerca do seu comportamento futuro, à espera para ver qual o impacto que a Administração Trump terá na economia, está a deixar os investidores com reserva quanto ao futuro da maior economia do mundo.

Neste cenário, depois do rally intenso desde que o republicano foi eleito novo Presidente dos EUA, a 8 de novembro, as últimas sessões nas bolsas em Wall Street foram de perda. Caso do S&P 500, que abriu esta quinta-feira a cair 0,33% para 2.272,08 pontos. Também o industrial Dow Jones e o tecnológico Nasdaq cedem 0,28% e 0,43%, respetivamente.

“A Fed está preocupada com fim de alguns acordos comerciais que podem ser muito negativos para a economia”, referiu Peter Cardillo, economista da First Standard Financial, à Reuters. “Podemos ter melhores resultados empresariais e boas notícias sobre a economia, mas isso está a ser ensombrado pela política comercial de Trump, com os investidores a assumiram uma postura de esperar para ver”, acrescentou.

"A Fed está preocupada com fim de alguns acordos comerciais que podem ser muito negativos para a economia. Podemos ter melhores resultados empresariais e boas notícias sobre a economia, mas isso está a ser ensombrado pela política comercial de Trump, com os investidores a assumiram uma postura de esperar para ver.”

Peter Cardillo, economista-chefe

First Standard Financial

Cerca de metade das companhias do S&P 500 já apresentou resultados até ao momento nesta temporada. Cerca de 74% delas bateram as estimativas dos analistas, segundo dados da Bloomberg. Um desses casos foi o Facebook, cujas ações estão a cair esta quinta-feira 1,3% para 131,72 dólares.

A maior rede social do mundo informou esta quarta-feira que o volume de negócios disparou 51% para os 8,81 mil milhões de dólares (8,16 mil milhões de euros) no último trimestre de 2016, superando as projeções dos analistas que apontam para vendas na ordem dos 8,51 mil milhões de dólares

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Like & Dislike: um bancário sindicalista

Não é banqueiro, nem é anarquista. É bancário e sindicalista. Carlos Silva da UGT diz que o aumento do salário mínimo deve responder à realidade da economia.

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Não é comum ouvir um líder de um sindicato a fazer-se esquisito quando se fala em aumentar salários ou a chamar a atenção para o facto de o aumento da remuneração mínima nacional ter de ter em conta a realidade económica do país.

Foi o que fez o bancário do Novo Banco de Avelar de seu nome Carlos Silva. Em entrevista ao jornal Público, o agora secretário-geral da UGT não garante o aumento do salário mínimo nacional no próximo ano. Porquê? Porque “é naturalmente uma decisão política que terá de responder à realidade da economia. Isso só vamos ver no final do ano”.

Não é muito normal um sindicalista torcer o nariz a um aumento salarial dado de bandeja e a preocupar-se com a sustentabilidade e com o impacto que esse aumento terá nas empresas.

Carlos Silva já não é sindicalista?

“Fui e sou. Não mudei a esse respeito. Sou anarquista”, dizia o banqueiro anarquista de Fernando Pessoa.

“Fui e sou. Não mudei a esse respeito. Sou sindicalista”, poderia ter dito Carlos Silva.

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Só que o líder da UGT é um sindicalista responsável, que procura consensos e que não defende um aumento dos salários a qualquer preço e que possa rebentar com a economia e com as empresas.

Ainda esta quinta-feira, o Fórum para a Competitividade veio dizer que a subida do salário mínimo em termos reais na última década foi de 21%, muito superior ao aumento acumulado da produtividade, de apenas 7%.

A posição de Carlos Silva é tanto mais sensata sobretudo numa altura em que a posição do próprio Governo sobre o tema é tudo menos sensata. O PS, sem saber como estará a economia no dia de amanhã (e muito menos daqui a dois anos), inscreveu no seu programa de Governo e acordou com o Bloco de Esquerda aumentos do salário mínimo até 2019, de 20 a 27 euros. Este ritmo de subida que se verifica desde 2015 é sustentável? O próprio Vieira da Silva diz que não.

No Parlamento, na semana passada, Vieira da Silva declarou: “Naturalmente nós não defendemos, nem ninguém defende, penso eu, que este ritmo de crescimento do salário mínimo seja um ritmo sustentável no longo prazo. Trata-se, como muitos disseram, de uma opção política, económica e social de realizar um aumento extraordinário, que serve Portugal, serve os trabalhadores portugueses e não prejudica a economia portuguesa.”

O ministro do Trabalho diz que o ritmo de aumento do salário mínimo não é sustentável e mesmo assim vai manter esse ritmo? Sim, é o que se chama de governação anarquista.

O Like & Dislike é um espaço de opinião.

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Oi pode vir a converter dívida em ações

A administração da operadora brasileira autorizou a diretoria a analisar a hipótese de converter parte da dívida em ações. Propostas externas ficam, para já, em segundo plano.

A operadora brasileira Oi não descarta a hipótese de converter parte da dívida em ações. A informação faz parte de um comunicado submetido aos mercados, onde a empresa, ao abrigo de um processo de recuperação judicial, explica que a decisão foi tomada em reunião do Conselho de Administração esta quarta-feira.

A ideia de converter dívida em equity foi proposta por credores e apresentada aos administradores pela LaPlace, a assessora financeira da empresa. Neste sentido, “o conselho [de administração] autorizou a diretoria da Oi a prosseguir com entendimentos junto dos credores, aprofundando alguns itens críticos”, lê-se no comunicado.

Desta forma, as duas principais propostas de injeção de capital na maior operadora de telecomunicações do Brasil ficam, para já, em segundo plano. Entre elas, a proposta da Orascom e a do fundo Elliott Management, ambos com planos alternativos para salvar a firma da falência. Ainda esta semana, a Orascom estendeu o prazo de validade da proposta até ao final de fevereiro.

No comunicado, a empresa afirma ainda que “as interações” com os credores estão a evoluir e que vai continuar a reunir “regularmente” com eles, bem como com os demais stakeholders e potenciais investidores. A empresa tem uma dívida avaliada em cerca de 19,3 mil milhões de euros.

Vento sopra a favor da Oi

Esta quarta-feira soube-se também que o procedimento arbitral interposto pela Samba Luxco contra a Africatel está prestes a chegar ao fim por acordo entre as empresas. O processo atingia também a Oi, que detém 75% da Africatel por intermédio da PT Participações, e também a portuguesa Pharol PHR 0,00% , ex-PT SGPS, dona de cerca de 27% da operadora brasileira.

O acordo previa, por um lado, a transferência para a Africatel de 11.000 ações desta última e, por outro, a passagem para a Samba de cerca de 34% de capital social da operadora namibiana Mobile Telecommunications, detidos pela Africatel. As transferências foram concluídas esta semana e a Samba deverá agora abrir mão do processo.

Desde o início do ano, o vento parece soprar a favor da Oi, que tem assistido a uma forte valorização do preço das ações em bolsa. Só a Pharol, que está a disparar cerca de 7% na bolsa de Lisboa esta quinta-feira, já valorizou mais de 40% desde o início do ano, acompanhando a tendência da operadora brasileira.

Gráfico: Cotação das ações da Pharol no PSI-20

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CGD quer anular decisão sobre maiores devedores

A Relação de Lisboa recebeu um requerimento do banco a pedir a anulação da decisão que obriga a CGD a apresentar a lista dos maiores devedores. Mas o pedido não é um recurso ao Supremo Tribunal.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) pediu para anular o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa que obriga à divulgação da lista dos maiores devedores do banco do Estado aos deputados na comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD. Mas este pedido não é um recurso para o Supremo.

A CGD quer anular a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa que obriga à apresentação dos maiores devedores da Caixa aos deputados na comissão parlamentar de inquérito, confirmou o tribunal ao ECO, uma informação que foi avançada pelo Jornal de Negócios. O jornal refere queum dos requeridos apresentou requerimento invocando nulidade da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa”. Mas o requerimento não é um recurso para o Supremo. Contactada pelo ECO, a CGD não quis fazer comentários.

Esta decisão já era esperada, uma vez que o banco do Estado — agora liderado por Paulo Macedo — já tinha dito que não iria entregar a lista dos maiores créditos concedidos pelo banco do Estado. A posição foi conhecida através de uma carta enviada à comissão de inquérito à gestão da Caixa, com data de 23 de janeiro. Isto mesmo depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter decidido levantar o sigilo bancário, autorizando a instituição a revelar esta informação ao Parlamento.

A “CGD não pode prestar as informações solicitadas”, lê-se na carta enviada ao deputado José Matos Correia, presidente da mesa na comissão de inquérito da CGD, pelo vice-presidente da CGD, Rui Vilar, e o vogal da administração, João Tudela Martins, a que o ECO teve acesso.

(Notícia atualizada às 15h35 com a reação do Tribunal da Relação de Lisboa)

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Escolas: obras em 200 vão custar o mesmo que em 14 da Parque Escolar

  • Ana Luísa Alves
  • 2 Fevereiro 2017

No próximos meses terão lugar obras em mais de duas centenas de escolas. Os encargos vão ser assumidos pelos municípios, pelo Governo e por fundos comunitários.

Vão arrancar nos próximos meses obras em 200 escolas, com segundo e terceiro ciclo e secundário, já com o aval do Ministério da Educação. Para as obras vão ser disponibilizados 200 milhões de euros, sensivelmente o mesmo valor gasto pela Parque Escolar em 14 escolas. A notícia foi avançada esta manhã pelo Público.

Nos dados mais recentes do Tribunal de Contas, a Parque Escolar gastou aproximadamente 2,3 mil milhões de euros na reabilitação de mais de uma centena e meia de escolas secundárias e cada intervenção custou cerca de 15 milhões de euros. O programa foi lançado há dez anos, no primeiro Governo do ex-primeiro-ministro José Sócrates. Mas agora cada intervenção vai custar aproximadamente um milhão.

Para além deste programa, estão previstas também intervenções em mais de 300 escolas de ensino pré-escolar e primeiro ciclo, cuja responsabilidade pelos edifícios pertence às câmaras. O valor para estas obras, que vão ser lançadas pelas autarquias, é de 120 milhões de euros. Destes, 95 milhões vêm de fundos comunitários.

A nível Europeu, o investimento na reabilitação das escolas em Portugal está previsto no acordo de parceria assinado com a Comissão Europeia, no âmbito do Portugal 2020. A lista das escolas abrangidas foi determinada pelo anterior Governo. Atualmente, Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação refere que o papel do Governo é certificar-se de que as obras nas escolas realmente “se façam”, cita o Público.

Houve obras da Parque Escolar que remodelaram os edifícios por inteiro, mas as que nos próximos meses se iniciarão servirão essencialmente para retirar coberturas de amianto que ainda existem em mais de 200 escolas, a construção de pavilhões desportivos e a recuperação dos já existentes.

Os municípios vão assumir metade dos 40 milhões de euros gastos por Portugal nas obras. O Ministério da Educação vai cobrir a outra e o valor restante, 160 milhões de euros, serão provenientes de fundos comunitários.

O ministério da Educação ainda não divulgou a lista das 200 escolas que vão receber obras, e só ainda foram conhecidos um primeiro grupo de 90 estabelecimentos de ensino, publicado em Diário da República em janeiro. Ainda assim, apesar dos acordos já assinados com mais de 100 câmaras, a Associação Nacional de Municípios mantém-se contra, uma posição defendida desde que o programa foi lançado, em agosto. Segundo cita o Público, “nos investimentos que são da competência da Administração Central, a responsabilidade financeira deve ser assumida a 100% pela mesma Administração Central”, refere a Associação, liderada por Manuel Machado.

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TC já decidiu. Gestores têm de entregar declarações

O Tribunal Constitucional confirmou: os gestores da CGD têm de entregar as declarações de rendimento e património. Segundo o Expresso, os visados serão notificados esta quinta-feira.

O Tribunal Constitucional (TC) confirma: os juízes já tomaram uma decisão sobre se os gestores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) têm ou não de entregar as declarações de rendimento e património. O Expresso avança que o tribunal aprovou o acórdão que obriga António Domingues e a restante equipa a apresentar os documentos, assim como os atuais administradores do banco.

O TC confirmou ao ECO que os juízes já tomaram uma decisão sobre a entrega das declarações de rendimento e património dos administradores do banco do Estado. Isto depois de o jornal Expresso ter avançado que o tribunal aprovou o acórdão que obriga os gestores da CGD a apresentarem estes documentos no TC. Segundo o jornal, os visados — que incluem tanto António Domingues e a sua equipa como os atuais administradores do banco — deverão ser notificados esta quinta-feira.

Então e os prazos a cumprir? Segundo uma lei de 1983 sobre o controlo de riqueza de titulares de cargos políticos, nomeadamente públicos, a nova equipa da CGD, agora liderada por Paulo Macedo, tem desde ontem — dia em que entrou em funções — 60 dias para entregar a declaração de rendimentos e património. “Os titulares de cargos políticos apresentam no Tribunal Constitucional, no prazo de 60 dias contado da data do início do exercício das respetivas funções, declaração dos seus rendimentos, bem como do seu património e cargos sociais”, lê-se no documento.

Mas, em caso de incumprimento, os gestores terão 30 dias para apresentar os documentos. E, se se recusarem a fazê-lo, ficam inibidos por um período de um a cinco anos de exercer “de cargo que obrigue à referida declaração”.

Fonte oficial já tinha confirmado ao ECO que tinham dado entrada no tribunal as declarações de rendimento e de património de alguns dos administradores da equipa de António Domingues. Mas o Constitucional não confirmou os nomes dos administradores que entregaram as declarações. Os juízes sublinharam apenas que dos seis gestores que submeteram os documentos, quatro contestaram a sua obrigação de o fazer, assim como “os restantes cinco administradores que não apresentaram as declarações”. Ou seja, os que se recusaram a entregar os documentos, terão agora de fazê-lo dentro dos prazos legais.

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Farfetch distribui 37 milhões em ações pelos colaboradores

Unicórnio português alterou regime de incentivos aos funcionários. Vai oferecer 37 milhões de euros em ações aos seus colaboradores, numa altura que está cada vez mais perto a entrada na bolsa.

A Farfetch vai oferecer 40 milhões de dólares (37 milhões de euros) em ações da empresa a todos os 1.300 funcionários do grupo como parte do novo plano de incentivos implementado pelo primeiro unicórnio português, que deverá estrear-se em breve no mercado de capitais.

A informação foi comunicada aos trabalhadores esta quarta-feira, dia em que a medida começou a vigorar. A “Farfetch para Todos”, como se chama a iniciativa, engloba os 11 escritórios em todo o mundo, abrangendo todos os funcionários da tecnológica portuguesa, “desde o staff júnior até aos executivos”.

“Estamos muito orgulhosos das nossas conquistas e queremos premiar os colaboradores que nos ajudaram a chegar até aqui“, referiu José Neves, CEO do primeiro unicórnio português. “A cultura e os valores da nossa empresa foram construídos em torno da importância de trabalhar em conjunto e aspirar a uma visão comum. Ao lançar o ‘Farfetch Para Todos’ estamos a reforçar esta mensagem para todos os nossos colaboradores e a premiar todos os que participaram nesta caminhada, esperando atrair novos talentos que abracem estes valores enquanto olhamos para o futuro”, acrescentou.

José Neves está neste momento a preparar a entrada da Farfetch na bolsa, o que deverá decorrer ainda este ano, depois de ter nomeado em novembro do ano passado Stephanie Phair como nova CSO, diretora de estratégia da empresa. Uma informação que foi também comunicada por José Neves esta quarta-feira aos funcionários, não tendo adiantado datas, apurou o ECO.

"Estamos muito orgulhosos das nossas conquistas e queremos premiar os colaboradores que nos ajudaram a chegar até aqui. Ao lançar o ‘Farfetch Para Todos’ estamos a reforçar esta mensagem para todos os nossos colaboradores e a premiar todos os que participaram nesta caminhada, esperando atrair novos talentos que abracem estes valores enquanto olhamos para o futuro.”

José Neves

CEO da Farfetch

A Farfetch, uma plataforma online de compra de vestuário fundada em 2008 por José Neves, é a primeira startup portuguesa a atingir uma avaliação superior a mil milhões de dólares, que a torna no primeiro unicórnio português.

A empresa terá faturado mais de 800 milhões de dólares em 2016 e espera atingir os mil milhões de dólares em volume de negócios este ano.

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Fórum para a Competitividade: Subida do salário mínimo “é de uma enorme imprudência”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 2 Fevereiro 2017

Fórum para a Competitividade diz que a evolução do salário mínimo não tem "sustentação" na realidade económica e revela "enorme imprudência" face ao "contexto internacional de incerteza agravada".

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Pedro Ferraz da Costa, presidente do Fórum para a CompetitividadeMIGUEL A. LOPES/LUSA 13 janeiro, 2015

A subida do salário mínimo “não tem qualquer sustentação na realidade económica portuguesa e é de uma enorme imprudência por ser realizada num contexto internacional de incerteza agravada”, diz o Fórum para a Competitividade.

Na sua nota de conjuntura, a associação presidida por Pedro Ferraz da Costa começa por notar que o aumento do salário mínimo “deixou de ter qualquer custo para o Estado” desde que foi substituído pelo Indexante dos Apoios Sociais (IAS) na relação com várias prestações, levando os governos a subir aquela remuneração “de forma excessiva”.

Em 2007 — primeiro ano de aplicação do IAS — a economia ainda estava “profundamente desequilibrada” e já aí existiam “sinais muito claros de os salários estarem desfasados da produtividade”, indica a nota de conjuntura. Mas mesmo assim, o salário mínimo nacional (SMN) evoluiu até aos 485 euros até 2011, o que, diz o Fórum, significou um aumento real de 15% face a uma subida de 5% da produtividade.

No final de 2014, o salário mínimo subiu outra vez, para 505 euros, e 2016 volta a marcar novo crescimento, desta vez para 530 euros. O Fórum para a Competitividade aborda este último passo, indicando que “a subida em termos reais acumulada na década anterior foi de 21%, muito superior ao aumento acumulado da produtividade, de apenas 7%”. E “como se isto não bastasse, em 2016 verificou-se uma queda da produtividade e a inflação foi inferior ao esperado, tudo apontado para que em 2017 não devesse haver qualquer alteração no SMN”, acrescenta. Mas “em vez disso, o Governo propõe novo aumento extraordinário totalmente desfasado da produtividade”, critica.

Por seu turno, o IAS ficou congelado logo em 2009, “sendo o seu valor real em 2011 inferior ao verificado em 2006”. Só aumentou este ano, em 0,5%, para 421,32 euros, nota o Fórum.

A instituição considera que “uma subida extraordinária do SMN em 2017 seria sempre perigosa porque vinha numa sucessão de aumentos significativos no passado, porque o desemprego continua elevado e porque os problemas de competitividade do país persistem (o superavit externo tem sido conseguido por uma forte contração do investimento)”. “No entanto, a conjuntura externa encontra-se recheada das maiores incertezas (Trump, Brexit, eleições na Europa), pelo que é da maior imprudência criar mais uma fonte de risco“, conclui.

Ainda no domínio dos salários, a nota refere que a inflação média no conjunto do ano subiu para 0,6%, abaixo do esperado pelo Ministério das Finanças (1,2%) e pelo Banco de Portugal (1,1%). “Isto implica que os salários reais terão subido mais cerca de 0,5% do que o contratado, o que justificaria uma correção em baixa em relação às remunerações contratadas para 2017”, acrescenta.

Trump e o protecionismo

No que toca à conjuntura internacional, parece que o mandato do novo presidente do Estados Unidos, Donald Trump, “será de forte contestação interna, sem a tranquilidade que as empresas preferem”, diz o Fórum.

Já se deram “passos nítidos de recuo do comércio livre, quer com o Pacífico, quer nas perspetivas de renegociação do NAFTA” e o responsável pelas questões comerciais, Peter Navarro, abriu “nova frente de batalha” ao “criticar o baixo valor do euro, que constituiria uma vantagem para a Alemanha”, indica a mesma nota.

O Fórum entende que a “atitude beligerante, mesmo com os mais antigos aliados” e “os contornos protecionistas da nova administração deverão ser prejudiciais à economia americana a prazo e, assim, também para o mundo como um todo, que enfrenta escassez de procura a nível global”.

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Rui Moreira: Costa é “extraordinário negociador” mas Carris vai ser bom teste

O presidente da Câmara do Porto elogiou esta quinta-feira, no ECO Talks, a capacidade de negociar do primeiro-ministro. No entanto, há tensões na geringonça que podem dificultar políticas futuras.

O autarca do Porto deixou um elogio ao ex-autarca de Lisboa. Mas os elogios não se prolongam à solução governativa que terá de provar a sua resiliência. Rui Moreira, entrevistado no ECO Talks, afirmou que a situação da Carris é “um teste bastante importante” para o acordo parlamentar das esquerdas, mais do que o foi a questão da Taxa Social Única (TSU).

O Governo tem um trunfo: “António Costa é um extraordinário negociador”, salienta o presidente do Porto, elogiando a equipa de estrategas do primeiro-ministro.

Rui Moreira no ECO Talks

As dúvidas residem na possibilidade de aplicar todas as medidas que estão na estratégia do Executivo. “As canadianas do Governo nem sempre funcionam”, atira, criticando os conflitos internos no acordo das esquerdas que levaram, com a ajuda do PSD, à queda do desconto na TSU que era a contrapartida do Governo para os patrões à subida do salário mínimo.

O maior desafio agora, afirma Rui Moreira, é a questão da municipalização da Carris, que o PCP decidiu chamar ao Parlamento. “O que está a ser anunciado sobre a Carris pode ser um teste bastante importante”, disse o autarca do Porto. É um momento que vai pôr à prova “a capacidade do Governo de empreender os desígnios estratégicos do Presidente da República e do primeiro-ministro, até que ponto é exequível no atual momento parlamentar”, explicou.

Na sua entrevista ao ECO, no formato ECO Talks, o presidente da Câmara do Porto aproveitou para propor também a implementação de uma taxa turística no Porto, uma medida que considera importante para melhor gerir o turismo na segunda maior cidade portuguesa.

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Rui Moreira: “Não há transparência na TAP”

O presidente da Câmara do Porto voltou a criticar a TAP. Para Rui Moreira, a empresa está a transformar-se numa pura parceria público-privada onde os interesses do Estado não estão a ser garantidos.

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, voltou esta manhã a criticar a TAP. Para o autarca, que falava no ECO Talks, que esta quinta-feira teve lugar no Porto, a empresa “não é transparente”.

Rui Moreira diz que “não há transparência, não sei quem são os gestores nem o que fazem lá”.

"Enquanto a TAP for um empresa pública, não podemos aceitar que o ministro diga que não tem nada a dizer sobre a política comercial da empresa.”

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

O autarca referiu que, “enquanto a TAP for um empresa pública, não podemos aceitar que o ministro diga que não tem nada a dizer sobre a política comercial da empresa”. Ainda assim, Moreira destacou que “a resposta está a ser dada pela população”, tendo adiantado que, “apesar de não termos os números finais do ano, sabemos que perderam quota de mercado. Acho mesmo que é atualmente o terceiro operador”.

De resto, para o presidente da Câmara, “a TAP nunca foi verdadeiramente privatizada, porque mesmo nessa altura o Estado continuou a assumir a dívida e só quando o Estado quis assumir os 50% é que falei“.

Rui Moreira, que há cerca de um ano se insurgiu contra a perda de rotas diretas a partir do Porto, deixa um alerta: “Só não quero que, se isto correr mal, sejamos nós os pagadores”. E rematou: “A exemplo do que aconteceu com os fundos estruturais, também no dossiê da TAP tive razão antes do tempo”.

Para o autarca, “a TAP está a transformar-se numa pura parceria público-privada onde os interesses do Estado não estão a ser garantidos. Não somos só nós Porto, mas também Faro e a Madeira”.

Para Rui Moreira há uma “grande híper concentração em Lisboa, com o objetivo de demonstrar o esgotamento da Portela”. E de forma irónica rematou: “Se quiserem transformar a TAP numa empresa municipal e fundi-la com a Carris…”.

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