EDP sobe lucro e dividendo

A EDP registou uma subida de 5% dos lucros para 961 milhões de euros, acima do esperado pelo mercado. Também aumentou o dividendo para 19 cêntimos.

António Mexia, CEO da EDP, apresentou esta quinta-feira resultados anuais acima do esperado pelo mercado.Paula Nunes/ECO

O lucro da EDP subiu 5% para 961 milhões de euros em 2016. Foi um desempenho que ficou acima das estimativas dos analistas sondados pela Bloomberg, que apontavam para um lucro a rondar os 935 milhões de euros.

A elétrica anunciou ainda o aumento do dividendo para 0,19 euros, ligeiramente acima da remuneração acionista esperada pelos investidores. Representa um payout de 72%, ou seja, cerca de 700 milhões de euros serão distribuídos pelos acionistas.

A EDP explica a subida dos resultados com os menores custos com a dívida financeira, encargos estes que desceram 14% no ano passado. Isto depois de a dívida líquida ter ficado nos 15,9 mil milhões de euros no final do ano passado, baixando em cerca de 1.400 milhões face ao ano anterior, representando quatro vezes o EBITDA.

“O objetivo é chegar [a uma dívida] três vezes o EBITDA até 2020. Estamos claramente no bom caminho para este objetivo”, declarou António Mexia, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados.

Explicou ainda que os lucros acima do esperado se “devem à melhoria dos resultados operacionais, crescimento no mercado internacional — 60% dos resultados vieram do mercado internacional –e redução dos custos financeiros”. “A melhoria é desde cima até baixo”, destacou o gestor.

No comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a empresa liderada por António Mexia revela que a margem bruta do grupo cresceu 5% para 5,74 mil milhões de euros. Já o EBITDA — resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) caiu 4% para 3,76 mil milhões de euros.

A EDP disse ainda que o investimento situou-se em 1,2 mil milhões de euros em 2016, comparando com os 1,7 mil milhões aplicados no ano anterior.

(Notícia atualizada às 17h37)

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Marcelo confia no sucesso da recapitalização da Caixa

O Presidente da República está confiante no sucesso de colocação de mil milhões de euros em dívida subordinada da Caixa. Marcelo garante que vai participar em mais iniciativas do género.

O Presidente da República considera que “as perspetivas são boas” para a conclusão com sucesso da operação de recapitalização da Caixa Geral e Depósitos. Em causa está a operação de colocação de dívida internacional, que tem quatro bancos envolvidos, frisou Marcelo Rebelo de Sousa.

“Não acho que vá falhar nada”, acrescentou o Chefe de Estado à margem de um encontro no Porto, onde se apresentaram os detalhes da operação de colocação de dívida do banco público, o segundo passo na operação de capitalização da CGD, uma operação que Marcelo fez questão de sublinhar que “é diferente da reestruturação” do banco, uma tarefa que cabe à administração do banco.

No encontro entre o Presidente da República e os bancos colocadores da operação, à margem da iniciativa comercial da CGD junto de clientes empresariais, o Chefe de Estado elogiou a estabilidade em Portugal e garantiu que estão reunidas as condições para o processo chegar a bom porto seja em termos de equipa, pela sensibilidade dos clientes e compreensão das outras instituições financeiras, além da estabilidade politica.

Marcelo recusou atribuir importância ao ruído político que está a ser gerado em torno da questão, preferindo antes sublinhar “a forma meticulosa como está a ser conduzida a operação e a adesão dos empresários à mesma”.

No discurso que efetuou perante uma plateia de empresários como António Mota, da Mota-Engil, António Rios Amorim, da Corticeira Amorim, Fortunato Frederico do grupo Kyaia, ou João Miranda, da Frulact, o Presidente elogiou a resiliência dos empresários e frisou que o “Estado está totalmente empenhado no sucesso da CGD”. E para que não restem dúvidas frisou: “É o Estado não é o partido A, B ou C”.

Marcelo esclareceu que a iniciativa de estar presente neste primeiro encontro do banco público partiu dele tendo mesmo adiantado que irá estar presente em outras iniciativas. “Nunca tive dúvidas no papel da CGD no sistema financeiro”, diz Marcelo, reiterando que é necessário separar as questões estruturais da espuma dos dias. Marcelo lembrou Portugal está em ano eleitoral e, como tal, é natural que haja combate político, sobretudo porque o país vive em democracia.

Prioridade é recapitalizar a Caixa

O presidente do Conselho de Administração da CGD defendeu que o “compromisso” da atual gestão do banco público é “concluir o processo de recapitalização” e “retomar plenamente” o seu “lugar de instituição de referência” no sistema financeiro português.

Na sessão de abertura do I Encontro Fora da Caixa, naquele que foi “o primeiro ato público” da nova administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) desde que assumiu funções, há cerca de um mês, Emílio Rui Vilar assumiu o “firme compromisso de levar a bom termo as tarefas prioritárias” colocadas à atual gestão.

“Tarefas prioritárias” que disse serem a conclusão do processo de recapitalização do banco, a reestruturação e redimensionamento do grupo CGD e a retribuição ao acionista Estado, “com resultados sustentáveis”, do “esforço financeiro realizado”.

Paralelamente, Rui Vilar assumiu como prioridade “retomar plenamente o lugar de instituição de referência no sistema financeiro português” e “cumprir com a razão de existir” do banco, “que é servir a economia e a sociedade portuguesas, defendendo a poupança das famílias e apoiando o desenvolvimento das empresas”.

A este propósito, assegurou que “as empresas podem contar com a CGD nos seus esforços de ganhar competitividade nos mercados, em especial nos mercados externos”.

Na sua intervenção, o presidente do Conselho de Administração da CGD referiu ainda o “significado simbólico” de o primeiro ato público da nova gestão acontecer “no Norte e na cidade do Porto”, que descreveu como “sede do ânimo empreendedor, do respeito pelo valor do trabalho, da capacidade de criar, de inovar, da ousadia de criar riscos e da tenacidade em vencer obstáculos”.

“O compromisso que há pouco referi já está a traduzir-se em atos e este encontro significa, desde logo, uma atitude consequente de abertura e interação, conhecendo melhor e mais proximamente a realidade, analisando mais aprofundadamente o contexto em que operamos e procurando pôr em perspetiva as decisões cujos efeitos se prolongam no tempo, com uma renovada confiança no futuro”, concluiu Rui Vilar.

Após ter entrado em 2016 para a CGD como vice-presidente não executivo na administração liderada por António Domingues – cujo mandato deveria ter vigorado até 2019, mas que se demitiu em novembro passado na sequência da polémica em torno da entrega das declarações de rendimentos e de património junto do Tribunal Constitucional – Rui Vilar acabou por renunciar ao cargo em dezembro para, em 2017, iniciar um novo mandato no banco público, mas já integrado na equipa de Paulo Macedo.

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PSI-20 acaba o dia como começou: morno

  • Marta Santos Silva
  • 2 Março 2017

A Jerónimo Martins, a Corticeira Amorim e a Nos acabaram o dia a cair, mas as energéticas fecharam no verde - já o índice de referência da bolsa portuguesa acabou a sessão quase inalterado.

O PSI-20 fechou quase inalterado esta quinta-feira, a subir 0,01% para os 4708,57 pontos — de manhã, na abertura da sessão, subia apenas 0,03%. Foi um dia misto para as cotadas portuguesas com as energéticas a subirem, enquanto a Jerónimo Martins e a NOS desceram. Na Europa, o quadro é igualmente tão verde quanto vermelho.

A cair terminaram a Corticeira Amorim, que descia 0,47% para os 9,68 pontos, a NOS, a cair 1,32% para os 5,55 pontos, a Jerónimo Martins e outras quatro das cotadas portuguesas, enquanto as restantes subiram com especial destaque para a Galp, que acabou a sessão quase neutra mas no verde, e para o Grupo EDP, onde tanto a Renováveis como a casa mãe fecharam a subir, embora pouco.

Um dia que também foi misto na Europa: se Madrid, Frankfurt e Amesterdão caíam, Paris e Londres subiam ligeiramente no final de um dia de trocas.

Mais entusiasmante está a sessão em Nova Iorque, onde a empresa mãe do Snapchat entrou hoje no NASDAQ a disparar 40%, para os 24 dólares, bem acima dos 17 que valiam os títulos da empresa antes da entrada no mercado.

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Snapchat dispara 40% na estreia em bolsa

Ações da Snap Inc. iniciaram negociação em Nova Iorque com um disparo de 40% para 24 dólares. Apesar das dúvidas, primeiros minutos são de entusiasmo com a dona da rede social Snapchat.

As ações da Snap Inc. estrearam-se a disparar 41% para 24 dólares na bolsa Nasdaq, em Nova Iorque. Trata-se de um desempenho que confere à dona da rede social Snapchat uma avaliação a rondar os 28 mil milhões de dólares.

A holding detém o Snapchat, uma rede social das imagens e vídeos que desaparecem, protagonizou a maior entrada em bolsa dos últimos três anos e uma das maiores da última década. Foi também o primeiro IPO (initial public offering) de uma tecnológica do ano nos EUA.

O Snap Inc. vendeu “apenas” 200 milhões de ações ao preço de 17 dólares cada uma. A este preço, a companhia incorporou uma avaliação de mercado na ordem 20 mil milhões de dólares, tendo por base o total de ações de 1,16 mil milhões. Agora vale mais. A título comparativo, o Facebook apresenta uma capitalização bolsista de 395 mil milhões de dólares, enquanto o Twitter vale 11 mil milhões.

“A avaliação é incrível, mas há uma incrível procura”, referiu David Kirkpatrick, da Techonomy Media, à Bloomberg. “Há muitos, muitos investidores que estão à procura de uma coisa nova e que está a ver o Snap como uma oportunidade deste género em alguns anos”.

A Snap Inc. faturou 404,5 milhões de dólares em 2016, multiplicando por sete o volume de negócios registado no ano anterior. Este crescimento das vendas foi insuficiente, ainda assim, para obter lucros: teve prejuízos de 514,64 milhões de dólares.

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Cavaco acredita no milagre económico. Marcelo nem por isso

Em 2013, Cavaco achou que foi "uma inspiração de Nossa Senhora de Fátima" quando Portugal superou o sétimo exame da troika. Marcelo é menos crente no que diz respeito aos assuntos económicos.

Inspiração divina ou então apenas o resultado daquilo “que saiu do pelo” dos portugueses. Cavaco Silva foi crente quando, em maio de 2013, atribuiu a Nossa Senhora de Fátima o resultado positivo no sétimo exame da troika. “Penso que foi uma inspiração da Nossa Senhora de Fátima”, disse o antigo Presidente da República na altura. A crença divina não é, no entanto, partilhada pelo novo Presidente. Pelo menos no que toca a assuntos económicos.

Marcelo Rebelo de Sousa comentou esta quinta-feira o “milagre” que Teodora Cardoso, do Conselho de Finanças Públicas, atribuiu ao facto de o défice ter ficado aquém dos 2,1% em 2016. E foi claro: “Milagre este ano em Portugal só vamos celebrar um, que é o de Fátima – para os crentes, como eu – com a presença do Papa”.

“Tudo o resto não é milagre: saiu do pelo, do trabalho dos portugueses desde 2011“, declarou ainda Marcelo aos jornalistas à saída de uma visita à escola Rodrigues de Freitas no Porto.

Num tempo não muito distante, quando o país cumpria o rigoroso programa da troika, na sequência do resgate internacional de 78 mil milhões de euros, Cavaco sentiu o apelo divino. Foi exatamente a 14 de maio de 2013, depois de o país ter superado novo teste da troika. Uma nota positiva que resultou da “inspiração de Nossa Senhora de Fátima”, disse o antigo Presidente. “É o que a minha mulher diz”, acrescentou.

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Wall Street põe a marcha atrás no dia de estreia da Snap

  • ECO
  • 2 Março 2017

O dia não começou bem para as bolsas norte-americanas, mas pode vir a terminar melhor, dependendo do desempenho da Snap.

Nova Iorque arrancou esta quinta-feira a descer. Os três principais índices abriram as sessões a perder pontos, aliviando das fortes subidas na última sessão patrocinadas pelo otimismo em torno de uma subida dos juros por parte da Fed. Estão em queda no dia de estreia da Fed.

O mercado dos Estados Unidos está confiante de que a Fed suba os juros já este mês — mais precisamente, de acordo com o Financial Times, há uma probabilidade de 80% de subida dos juros — e isso impulsionou o dólar, que ontem estava a ganhar 0,4% em relação ao euro. No entanto, hoje o entusiasmo dos investidores pareceu arrefecer, porque os índices abriram todos em queda.

O Dow Jones, que ontem tinha chegado acima dos 21 mil pontos, desce hoje 0,05% para os 21105,80 pontos. Já o índice geral S&P 500 abriu com uma descida de 0,13% para os 2392,79 pontos. O tecnológico Nasdaq seguia a descer 0,15% para os 5.895,31 pontos, no dia em que a Snap, empresa que detém o Snapchat, entra oficialmente na bolsa, avaliada em 20 milhões de dólares.

A Snap estabeleceu o preço da sua oferta pública inicial acima do intervalo inicial. Entram hoje na bolsa 200 milhões de ações da rede social, cada uma a valer 17 dólares.

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Carlos Costa à frente do BdP? “Estamos a refletir”

  • ECO
  • 2 Março 2017

O presidente do PS questiona a liderança do supervisor da banca. Carlos César diz que o partido está a "refletir" sobre a continuação de Carlos Costa no Banco de Portugal.

Carlos Costa tem condições para continuar à frente do Banco de Portugal? “Estamos a refletir sobre essa matéria”, diz o presidente do PS, pondo em causa a permanência do governador na liderança do banco central português. Isto depois de a SIC ter transmitido uma reportagem sobre a queda do Banco Espírito Santo (BES) e a atuação do Banco de Portugal.

O Diário de Notícias avança que Carlos César questionou a liderança do governador do Banco de Portugal. “Estamos a refletir sobre essa matéria”, disse o presidente do partido socialista. Declarações feitas depois de a SIC ter transmitido uma reportagem sobre a falência do BES. Nesta peça é revelado que em novembro de 2013 — nove meses antes da resolução do banco — circulava no banco central um documento que sugeria que seria preciso afastar Ricardo Salgado da administração do BES.

Carlos César disse também, segundo o jornal, que “não há qualquer dúvida que houve falhas muito significativas de supervisão“, reiterando o que já tinha sido dito pelo partido durante a resolução e a comissão de inquérito à queda do banco.

O Banco de Portugal emitiu um comunicado para prestar “esclarecimentos” no âmbito da reportagem da SIC que garante que o governador Carlos Costa sabia da falência do BES 17 meses antes do momento do colapso.

De acordo com o comunicado do banco liderado por Carlos Costa, a instituição “não dispunha de factos demonstrados que — dentro do quadro jurídico então aplicável e atenta a jurisprudência dos tribunais administrativos superiores — permitissem abrir um processo formal de reavaliação de idoneidade dos administradores em causa”, lê-se.

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Operação Marquês: Depoimentos de Bataglia e Salgado ilibam Sócrates, diz defesa

  • Lusa
  • 2 Março 2017

Comunicado dos advogados João Araújo e Pedro Delille surge após a publicação pelas revistas Sábado e Visão do teor dos interrogatórios ao ex-presidente do BES e do empresário luso-angolano.

A defesa de José Sócrates considerou hoje que os depoimentos de Ricardo Salgado e Helder Bataglia, no inquérito da ‘Operação Marquês’, vêm confirmar que não existe qualquer ligação do ex-primeiro-ministro “aos tantos milhões noticiados”.

O comunicado dos advogados João Araújo e Pedro Delille surge após a publicação pelas revistas Sábado e Visão do teor dos interrogatórios ao ex-presidente do BES e do empresário luso-angolano, sobre a transferência de dinheiro do Grupo Espírito Santo (GES), que o Ministério Público (MP) entende ter como último destinatário José Sócrates através do empresário e seu amigo Carlos Santos Silva.

“Estes novos depoimentos esclarecedores apenas vêm confirmar que nenhuma ligação do engenheiro José Sócrates aos tantos milhões noticiados existe, que a tese de uma fortuna escondida está desmentida nos autos e que a alegada proximidade com as pessoas interrogadas, aliás desmentida por ambos, é pura e simplesmente uma ficção”, refere a defesa.

Nesta reação à publicação dos interrogatórios, em que a revista Sábado titula “Interrogatórios fatais: tudo o que Salgado e Bataglia revelaram sobre os milhões de Sócrates” e a Visão escreve “Salgado conta tudo, revelações inéditas no interrogatório judicial”, João Araújo e Pedro Delille acusam o MP de dar a alguns jornalistas elementos dos autos que recusam entregar aos advogados de defesa.

Segundo a defesa de Sócrates, com a divulgação de elementos dos interrogatórios, a intenção do MP é “acrescentar novas complexidades às desculpas do costume para, depois de violados todos os prazos, legais e judiciais, manter aberto um inquérito que, há muito, devia estar encerrado e arquivado”.

A Sábado escreve que Helder Bataglia revelou, no interrogatório do MP, que Ricardo Salgado lhe pediu para utilizar as suas contas para fazer chegar discretamente dinheiro a Carlos Santos Silva, amigo de longa data de Sócrates e arguido no mesmo processo.

Confrontado com o depoimento de Bataglia, Ricardo Salgado negou tudo, disse que mal conhecia Carlos Santos Silva e que nunca foi íntimo de Sócrates, adianta a revista.

A Visão escreve que Ricardo Salgado teve de explicar ao MP porque foi “desviado” dinheiro do GES para uma ‘offshore’ em seu nome; porque deu milhões de euros aos arguidos Zeinal Bava e Henrique Granadeiro e ainda porque 1,2 milhões de euros acabaram nas mãos de Dirceu, ex-braço direito de Lula da Silva”, ex-Presidente do Brasil.

A ‘Operação Marquês’ conta atualmente com 23 arguidos, incluindo o ex-ministro socialista Armando Vara, a ex-mulher de Sócrates, Sofia Fava, Joaquim Barroca, do grupo Lena, o ex-responsável da farmacêutica Octapharma Lalanda e Castro e Diogo Gaspar Ferreira, responsável da empresa gestora do empreendimento Vale do Lobo (Algarve).

José Sócrates, que esteve preso preventivamente mais de nove meses, está indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.

Dois anos após o início do inquérito, que a 20 de novembro de 2014 fez as primeiras detenções, a investigação do MP continua sem que exista acusação ou arquivamento, estando prevista uma decisão para 17 de março.

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Presidente da República sublinha “trabalho dos portugueses” na redução do défice

  • Lusa
  • 2 Março 2017

Teodora Cardoso reconhece que, até certo ponto, o Governo conseguiu um “milagre” com a redução do défice. Marcelo Rebelo de Sousa diz que milagres "só o de Fátima".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que a redução do défice em 2016 é o resultado de “um esforço muito grande dos portugueses desde 2011/2012” e não de “um milagre”.

“Milagre este ano em Portugal só vamos celebrar um que é o de Fátima para os crentes, como é o meu caso, tudo o resto não é milagre. Saiu do pelo e do trabalho dos portugueses desde 2011/2012”, afirmou o Presidente da República, num comentário às declarações da presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardosa.

Em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, Teodora Cardoso disse duvidar da sustentabilidade das medidas que o Governo usou para conseguir reduzir o défice de 2016 para 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Até certo ponto, houve um milagre”, disse a presidente do Conselho de Finanças Públicas, considerando que a incerteza em relação à sustentabilidade da redução do défice, aliado a um passado de saída e posterior reentrada em défice excessivo, leva os mercados a não valorizar os resultados.

Em declarações aos jornalistas no final de uma aula sobre a vida de Sá Carneiro na escola Rodrigues de Freitas, no Porto, que o ex-primeiro-ministro do PPD/PSD frequentou, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “para já é preciso haver a decisão de saída do processo de défice excessivo”.

“Isso [a redução do défice] foi um esforço muito grande dos portugueses desde 2011/2012 e todos esperamos que seja possível, mas vamos ver”, frisou.

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Marcas: Portugueses compram menos mas com mais inovação

Menos quantidade, mais inovação: de acordo com a 3ª edição do "Marcas+Consumidores", da Centromarca, os consumidores portugueses são cada vez mais seletivos face ao que consomem.

Menos compras, mais inovação e, na maior parte das vezes, produtos que fazem bem à saúde. É sobre estes três vetores que assentam as conclusões essenciais da 3ª edição do estudo Marcas+Consumidores, apresentado pela Centromarca e pela Deloitte, esta manhã, em Lisboa.

“Começa a perceber-se que, cada vez mais, as cadeias dão atenção ao tipo de produtos que vendem e o setor têxtil é uma das grandes apostas“, explica Pedro Pimentel, CEO da Centromarca, em entrevista ao ECO. Daí a aposta de cadeias como o Lidl na comercialização de produtos como roupa, uma tendência seguida entretanto por outras cadeias de supermercados mais pequenos presentes no mercado português.

São três as grandes tendências no que toca às escolhas de compra dos consumidores:

  1. Não se importam de pagar mais por produtos mais saudáveis
  2. Compram menos mas querem mais inovação
  3. Portugal está acima da média europeia no que toca à experimentação de novos produtos

De acordo com as conclusões do estudo realizado trimestralmente, os portugueses têm cada vez mais critério na hora das compras: compram produtos de mais valor e exigem mais inovação. Isto é, os consumidores continuam a comprar menos quantidade, mas querem cada vez produtos mais inovadores e, para isso, não se importam de pagar mais por eles: fatores como aditivos e conservantes, menor teor de sal e menos gorduras são cada vez mais considerados pelos consumidores.

A procura de inovação é sobretudo evidente nos consumidores da faixa etária até aos 34 anos, já que se revelam mais atentos à inovação e querem mais conveniência quando se deslocam aos hipermercados: compram e experimentam cada vez mais novos produtos, “facto que pode ser explicado pelo crescimento promocional que tem levado à experimentação de novas marcas e ao aumento das compras exclusivas em promoção”. Os novos produtos já representam, em Portugal, 14% do sortido, um valor acima da média europeia (10%).

O mercado FMCG (de grande consumo) registou uma quebra de cerca de 1% em volume e um aumento de 2,1% em valor no último trimestre de 2016, números que confirmam a tendência dos portugueses para comprar menos quantidade mas gastar mais a cada ida ao hipermercado. Esta é uma das principais conclusões da terceira edição do ‘Marcas+Consumidores’ da Centromarca hoje apresentado no Deloitte Hub, em Lisboa, que indica ainda que os shoppers portugueses estão mais atentos à inovação e querem cada vez mais conveniência na hora de ir às compras.

O valor Saúde está cada vez mais presente nas opções de compra dos portugueses. Isso reflete-se, por exemplo, na retoma de produtos frescos, bem como nas características e posicionamento de muitos produtos inovadores lançados em Portugal e nos restantes mercados europeus. Também do lado dos retalhistas esta preocupação parece ser clara quer na renovação do layout das suas lojas, quer noutros investimentos que têm realizado”, acrescenta Pedro Miguel Silva, Associate Partner de Retail & Consumer Products da Deloitte.

Verificou-se uma evolução positiva do comportamento do consumidor ao longo de 2016. Essa evolução resulta essencialmente do aumento do valor dos produtos que leva para casa, sendo de notar que esse incremento supera amplamente a inflação alimentar.

Pedro Pimentel

Diretor geral da Centromarca


“Há categorias de produto em que essa nova escolha é mais significativa e parece consolidar-se alguma diferenciação do comportamento do consumidor entre os centros urbanos mais populosos e as restantes regiões do país”, esclarece Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca. Isto porque, de acordo com as conclusões do estudo, os grandes centros urbanos acentuam a tendência inversa dos pequenos: cada vez mais, explica Pedro Pimentel, os consumidores dos grandes centros fogem das superfícies com grandes famílias de produtos, procurando lojas especializadas. Em contrapartida, em cidades mais pequenas, as conclusões do estudo apontam para a tendência contrária: uma generalização do consumo.

Código: inovação

O universo FMCG continua positivo, mas menos dinâmico do que há um ano, em parte pela menor quantidade de produtos comprados a cada ida ao hipermercado, que tem impedido o crescimento do setor. O negócio foi prejudicado, em volume, pelas categorias Alimentação (-1,4%), Higiene Pessoal & Beleza (-0,6%) e Bebidas (-0,1%), face ao mesmo período do ano anterior.

“A categoria Limpeza do Lar apresenta-se em contra ciclo (+1,2%) com a tendência geral e é a grande impulsionadora do aumento do volume da cesta. Dentro da categoria, os detergentes para a roupa mantêm-se como o maior investimento dos lares dos portugueses, ainda que os produtos para a loiça tenham vindo a perder importância no universo da limpeza da casa”, explica a Centromarca em comunicado.


“A inovação introduzida no mercado é fundamental, mas no caso concreto português os novos produtos são mais renovação (novo sabor, tamanho ou variante) do que inovação (nova marca ou sub-marca). Portugal está acima da média europeia no que diz respeito ao total das vendas de novos produtos (13.5% vs 16%), o que o posiciona como um dos países mais inovadores quando comparado, por exemplo, com a Espanha, Polónia, Alemanha ou Bélgica”, acrescenta Pedro Pimentel.

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Pagamentos por débito direto atingem máximo histórico

Pagamentos por débito direto atingiram em janeiro um novo recorde, consolidando a popularidade desde instrumento que permite pagar automaticamente as despesas familiares através da conta bancária.

Os pagamentos por débito direto atingiram em janeiro um máximo recorde, tanto no número de cobranças como no montante envolvido, uma evolução que vem consolidar a utilização deste instrumento de pagamento de contas do dia-a-dia nos últimos anos.

Foram realizadas 16,6 milhões de cobranças no valor de 2,2 mil milhões de euros através débito direto no arranque do ano, os valores mais elevados desde que este meio de pagamento entrou em funcionamento, em outubro de 2010, de acordo com os dados publicados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal. Cada português realizou em média 1,6 pagamentos utilizando o débito direto, salienta do banco central.

Para o Banco de Portugal, são números que vêm consolidar a crescente popularidade deste instrumento de pagamento em Portugal, “especialmente após a migração para a área única de pagamento em euros, finalizada em 2014”.

Débito direto conquista adeptos

Fonte: Banco de Portugal (valores em milhares de euros)

A seguir aos cartões de pagamento, os débitos diretos são o instrumento de pagamento com maior número de operações em Portugal, frisa a instituição.

O débito direto é um serviço que permite o pagamento de despesas por débito automático da conta de depósito à ordem, apenas depois de autorização do cliente. Possibilita o pagamento automático de várias contas das famílias com água, eletricidade, telecomunicações.

O enquadramento legal em vigor estabelece vários mecanismos de segurança na utilização deste meio de pagamento, incluindo a definição do montante máximo para cada cobrança, da data-limite de validade ou da periodicidade da cobrança e o reembolso de cobranças quando não haja uma autorização.

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Costa disponível para visitar Angola na primavera

  • Lusa
  • 2 Março 2017

Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros admite que a deslocação de Costa a Angola possa acontecer após as eleições em Angola. Mas diz que Costa está disponível para viajar na primavera.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português reiterou hoje a disponibilidade do primeiro-ministro, António Costa, para visitar Angola na primavera, mas admitiu que esta deslocação só se realize após as eleições gerais angolanas, previstas para agosto.

Em declarações à Lusa, Augusto Santos Silva disse que “o Governo está a trabalhar no cenário que acertou com as autoridades angolanas”, no sentido de a visita se realizar “na data mais breve possível, que seja de interesse de ambas as partes”.

“Do ponto de vista português, o nosso interesse é que a visita se realize. Nós compreendemos que o calendário político – eleitoral em Angola coloca restrições e portanto entendemos que o que faz sentido é que essa visita se realize na primavera ou depois, já com um novo Presidente e um novo Executivo”, afirmou o chefe da diplomacia portuguesa, à margem da abertura do seminário sobre o novo Acordo de Implementação da Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, a decorrer no Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Do ponto de vista português, o nosso interesse é que a visita se realize. Nós compreendemos que o calendário político – eleitoral em Angola coloca restrições e portanto entendemos que o que faz sentido é que essa visita se realize na primavera ou depois, já com um novo Presidente e um novo Executivo.

Augusto Santos Silva

Ministro dos Negócios Estrangeiros

Portugal está, neste momento, a aguardar a indicação de uma data pelas autoridades angolanas, na sequência da visita que o ministro realizou, em meados de fevereiro, àquele país.

Questionado sobre se o Governo português mantém o interesse em que a visita se realize na primavera, Santos Silva respondeu: “A nossa disponibilidade é essa. Agora, também compreendemos o ponto de vista das autoridades angolanas e queremos que a visita se realize com o máximo de êxito possível”.

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, trata-se de uma “visita muito importante porque há temas muito importantes na agenda bilateral”. “Quando Angola entender que seja a melhor data para a visita do primeiro-ministro de Portugal a Angola, ela realizar-se-á“, disse.

Em fevereiro, foi adiada “sine die” a visita a Angola da ministra da Justiça portuguesa, Francisca Van Dunem, sem que tivesse sido dada, na altura, qualquer explicação pelo executivo angolano.

Dias depois, o Governo de Luanda classificou como “inamistosa e despropositada” a forma como as autoridades portuguesas divulgaram, em meados de fevereiro, a acusação do Ministério Público a Manuel Vicente, vice-Presidente de Angola.

A posição do Governo angolano foi conhecida através de uma nota do Ministério das Relações Exteriores, que considera a divulgação da acusação como “um sério ataque à República de Angola, suscetível de perturbar as relações existentes entre os dois Estados”.

O primeiro-ministro, António Costa, já manifestou a vontade de prosseguir a “cooperação política e económica” com Angola, garantindo que a acusação da Justiça portuguesa ao vice-Presidente angolano não afetará a sua amizade para com aquele país.

O chefe do Governo português aproveitou para recordar o “princípio da separação de poderes” que vigora em Portugal, onde as autoridades judiciárias atuam com “total independência” face ao Executivo.

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