O que os partidos querem mudar na discussão na especialidade? Muita coisa

Depois de o Governo apresentar a proposta para o OE2018, é a vez dos partidos anunciarem as medidas que querem ver aprovadas. Os mais pequenos já tem muitas propostas. PSD e PS ainda não foram a jogo.

O CDS foi o primeiro a apresentar as suas propostas para o Orçamento do Estado para 2018, antecipando-se ao documento que Mário Centeno entregou no Parlamento. Após a proposta do Governo ter sido entregue, BE, PCP e Os Verdes também já divulgaram quais as medidas que vão propor na especialidade. Contactados pelo ECO, tanto PSD como PS afirmaram que ainda não têm propostas.

Está praticamente garantido que a derrama estadual para as empresas com lucros superiores a 35 milhões de euros seja aumentada e que o corte de 10% no subsídio de desemprego vai desaparecer. Ambas as medidas são reivindicadas pelo PCP e BE como essenciais para o Orçamento do Estado.

Ao ECO, o deputado Paulo Sá é direto: “Há um compromisso do Governo em aprovar a subida, não vale a pena especular”. Fonte do Bloco de Esquerda confirmou que existe essa expectativa e, no passado sábado, Mariana Mortágua tinha feito declarações no mesmo sentido. “Estamos absolutamente convencidos de que essas medidas vão passar”, afirmou a deputada bloquista.

Do lado dos sociais-democratas, no passado sábado, Maria Luís Albuquerque anunciou que o PSD só vai apresentar propostas de alteração ao OE2018 apenas nas “matérias mais importantes”. “Não vamos entrar no leilão orçamental do detalhe. Vamos apresentar apenas propostas que expressem as nossas preocupações mais macro e estruturais que respondam às nossas preocupações de futuro”, afirmou a ex-ministra das Finanças.

Ao mesmo tempo, especula-se já sobre o que está no Orçamento e pode deixar de estar. O PCP está contra o novo imposto sobre produtos com elevado teor de sal. Sem o voto dos comunistas e o voto contra da direita, esta medida pode ficar pelo caminho. Ainda assim, o Partido Comunista, apesar de não concordar com a medida, não revelou o seu sentido de voto.

Antes de ver as propostas de alteração, pode consultar aqui o essencial da proposta feita pelo Governo. Veja ainda os principais números deste Orçamento em oito slides que o ECO preparou.

Consulte aqui as muitas outras propostas que os partidos já anunciaram:

 

O calendário do OE2018

O calendário do Orçamento do Estado começa pela apreciação na generalidade, cuja discussão e votação está marcada para os dias 2 e 3 de novembro. Depois inicia-se a fase de especialidade, altura em que várias entidades públicas e os próprios ministros são recebidos na Comissão de Orçamento e Finanças (COFMA) e pelas comissões relativas ao Ministério em causa.

Os partidos têm até às 21h do dia 17 de novembro para dar entrada com as suas propostas de alteração. A votação final global — que define o OE2018 que será publicado em Diário da República — acontece a 27 de novembro.

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Filiais francesas geram mais valor acrescentado entre empresas estrangeiras

  • Lusa
  • 23 Outubro 2017

As filiais com origem francesa contribuíram somaram um quarto da receita obtida através do valor acrescentado bruto (VAB) cobrado às empresas estrangeiras -- um total de 5 milhões.

As 6.360 filiais de empresas estrangeiras a operar em Portugal em 2016 geraram um valor acrescentado bruto (VAB) de 19,4 mil milhões de euros, destacando-se França como país de origem, com um peso de 25,5%.

Segundo as estatísticas da globalização do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgadas esta segunda-feira, “o país predominante” no ano passado em termos de VAB – resultado final da atividade produtiva no decurso de um período determinado – foi França, com perto de cinco mil milhões de euros e um peso de 25,5% face ao total.

Neste período, o país ultrapassou Espanha, que se tornou líder em 2010, acrescenta o INE. De acordo com o INE, em 2016 existiam 6.360 filiais de empresas estrangeiras a operar em Portugal, o correspondente a 1,7% do total das sociedades não financeiras. Esta percentagem manteve-se inalterada face a 2015.

No ano passado, o VAB destas empresas ascendeu a 19,4 mil milhões de euros. Para o montante total, contribuiu, essencialmente, o setor da Informação e Comunicação. Ainda assim, os setores da Agricultura e Pescas, Indústria e Energias e dos Transportes e Armazenagem registaram uma evolução positiva de 2015 para 2016, nota o INE.

Em 2016, cerca de 75% das filais estrangeiras eram controladas por empresas sediadas em estados-membros da União Europeia, com destaque para Espanha, França e Alemanha. Espanha foi o “país de origem do controlo de capital com maior peso em termos do número de filiais”, ao atingir 24% do total (menos 1,5 pontos percentuais face a 2010), refere o INE.

No setor empresarial não financeiro em 2016, estas filiais estrangeiras representavam 25,6% do volume de negócios, 24,7% do VAB total e 15,1% do pessoal ao serviço (com mais de 420 mil funcionários pessoas). Em 2015 estas percentagens eram de 25,3%, 24,7% e 15,2%, respetivamente.

Ao mesmo tempo, as filiais estrangeiras registaram no ano passado taxas de crescimento nominais de 3% no volume de negócios, de 5,5% no VAB e de 2,9% no pessoal ao serviço. Neste período, as sociedades nacionais registaram crescimentos de 1,8% nas taxas de crescimento nominais, de 5,3% no volume de negócios e de 3,4% no pessoal ao serviço.

Relativamente às filiais estrangeiras com perfil exportador, concentraram 35,9% do VAB do total das filiais estrangeiras em 2016.

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Reunião no Eliseu foi interrompida… pelo cão de Macron

  • ECO
  • 23 Outubro 2017

A reunião que decorria com dois secretários de Estado ficou marcada por um breve incidente com Nemo, o cão do presidente francês.

Emmanuel Macron reuniu esta segunda-feira com dois secretários de Estado. O encontro recaiu sobre investimentos nas zonas mais desfavorecidas das cidades, mas foi o Nemo, o cão do presidente, o protagonista. O cão do presidente francês foi filmado a urinar junto de uma lareira do Palácio do Eliseu.

Macron não conseguiu esconder o embaraço pelo sucedido. Pediu desculpa, mas não se livrou das reações nas redes sociais. Os “privilégios” do cão de Emmanuel Macron foram destacados no Twitter, havendo mesmo quem ponha Macron a tentar explicar ao Nemo que não deve utilizar a lareira para fazer as suas necessidades básicas.

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UTAO diz que medidas do OE podem ser “insuficientes” para Bruxelas

  • Lusa
  • 23 Outubro 2017

As medidas de política orçamental previstas pelo Governo para o próximo ano "representarão 0,44% do PIB [Produto Interno Bruto]", diz a UTAO.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) advertiu que as medidas de política orçamental apresentadas pelo Governo para 2018 “podem vir a ser consideradas insuficientes” pela Comissão Europeia, que deverá pedir “medidas adicionais”.

Na análise preliminar à proposta de Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), a que a Lusa teve hoje acesso, a UTAO afirma que, “se bem estimadas”, as medidas de política orçamental previstas pelo Governo para o próximo ano “representarão 0,44% do PIB [Produto Interno Bruto]”.

Neste sentido, “podem vir a ser consideradas insuficientes para fazer face ao ajustamento estrutural exigido no âmbito da vertente preventiva do PEC [Pacto de Estabilidade e Crescimento], que “terá subjacente a necessidade de medidas de consolidação que se estima poderem atingir entre 0,6 e 0,9% do PIB”.

Os técnicos que apoiam o parlamento consideram que “as medidas discricionárias apresentadas não parecem ter a dimensão suficiente para alterar a trajetória do saldo estrutural em cenário de políticas invariantes”, que assume que não são tomadas novas política com efeitos orçamentais.

É que, partindo do cenário de políticas invariantes para 2018 feito pelo Conselho de Finanças Públicas (CFP), que projeta um défice estrutural (que exclui a variação da economia e as medidas temporárias) de 1,6%, a UTAO conclui que “a dimensão das medidas subjacentes ao OE2018 poderá resultar numa correção insuficiente do saldo estrutural de 2017 para 2018“, o que colocaria Portugal a não respeitar a restrição orçamental a que se encontra vinculadas no âmbito do PEC.

Neste sentido, a UTAO antecipa que a Comissão Europeia “poderá vir a qualificar o projeto de plano orçamental português como estando ‘globalmente conforme’ ou em ‘risco de incumprimento’, dependendo da avaliação que fizer dos saldos globais e do ajustamento estrutural”.

Os técnicos afirmam que esta classificação “dependerá da avaliação do projeto de plano orçamental para 2018 no que se refere ao saldo orçamental” e também “será relevante a avaliação da natureza temporária (‘one-off’) ou permanente de operações quantificadas em 0,2% do PIB em 2018”.

Estas medidas temporárias, que implicam aumentos de despesa e/ou reduções de receita, estão avaliadas pelo Governo em 0,2% do PIB no próximo ano, mas a UTAO adverte que as suas características “ainda se desconhecem”, indicando que o Ministério das Finanças não enviou a informação relativa a estas medidas.

Quanto à avaliação de Bruxelas, a UTAO considera que, em qualquer classificação (‘globalmente conforme’ ou em ‘risco de incumprimento’), a Comissão “convidará as autoridades nacionais a tomar as medidas adicionais no âmbito do processo orçamental para garantir que o orçamento será conforme com o PEC”.

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Rui Rio rejeita proposta de Santana Lopes para 20 debates

  • Lusa
  • 23 Outubro 2017

Rui Rio rejeitou a proposta do seu adversário na corrida à liderança do PSD, Pedro Santana Lopes, para que se realizem debates a dois em todas as distritais.

O candidato a presidente do PSD Rui Rio rejeitou a proposta do seu adversário, Pedro Santana Lopes, para que se realizem debates a dois em todas as distritais, considerando-a “desfasada” do que entende dever ser esta campanha.

“Esta proposta de fazer 20 debates é uma proposta coerente com o estilo do meu adversário, mas desfasada do que eu entendo que devem ser estes três meses que temos pela frente”, refere Rui Rio, numa nota escrita enviada à Lusa na qual defende que a campanha não deve “ser transformada num espetáculo ambulante pelo país fora”.

Na mesma nota, Rui Rio acusa Santana Lopes de, na apresentação da sua candidatura, no domingo em Santarém, ter referido “indiretamente algumas mentiras e meias verdades” a seu respeito.

“Não são precisos 20 debates para que a verdade possa ser facilmente reposta”, disse, sem esclarecer na nota, contudo, em que moldes aceitaria debater com Pedro Santana Lopes.

O antigo primeiro-ministro sugeriu no domingo às diferentes distritais e organizações regionais do partido que promovam debates com ele e o seu rival na corrida às diretas de janeiro, Rui Rio.

“Não faço desafios a ninguém, mas gostaria que as distritais do partido e as organizações regionais, organizassem cada uma um debate”, sustentou Pedro Santana Lopes.

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Estado quer investimento de 1,4 mil milhões em habitação social

  • ECO
  • 23 Outubro 2017

O Estado propõe-se a financiar em 50% um programa que quer dar resposta a cerca de 30 mil famílias carenciadas.

O Governo detetou uma “grave carência habitacional” que afeta cerca de 30 mil famílias. Neste sentido, propõe-se a financiar até metade dos 1,4 mil milhões de euros necessários a suprir as atuais carências em habitação social. O programa que deverá estender-se durante uma década conta com as autarquias e IPSS para investir os restantes 50%.

Estas medidas inserem-se no programa de apoio ao direito à habitação e constam de um documento já aprovado em Conselho de Ministros, chamado “Uma Nova Geração de Políticas de Habitação”, avança o Jornal de Notícias. O Estado está disposto a desembolsar até 750 milhões de euros nos próximos dez anos. No primeiro ano do programa, isto é 2018, o investimento previsto é de 11 milhões de euros, a cargo do Ministério do Ambiente.

As Câmaras Municipais e as IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) serão responsáveis pela execução do programa. Contudo, as diretivas do Governo pedem que se dê prioridade à reabilitação de imóveis que sejam propriedade das Câmaras Municipais e das IPSS e àqueles que se tenham uma localização mais central.

O Plano Especial de Realojamento, que já está em suspenso desde 2009 por falta de verbas, vai ser definitivamente interrompido a não ser que seja “comprovada a insuficiência de oferta de habitação no concelho”.

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PLMJ debate Orçamento do Estado no CCB

O encontro será às 9.00 e contará com a presença de sócios do escritório e de empresários. A jornalista Helena Garrido será a moderadora do debate.

A PLMJ organiza esta terça-feira uma conferência centrada no Orçamento do Estado para 2018, às 9.00 no CCB, onde serão analisadas e debatidas as principais alterações fiscais previstas no plano orçamental do Estado para 2018.

Da parte da PLMJ estarão presentes: Luís Pais Antunes, managing partner da PLMJ, Nuno Cunha Barnabé, João Magalhães Ramalho, Miguel Reis e Serena Cabrita Neto, todos sócios da equipa de Fiscal do escritório.

Quanto a oradores externos, a conferência contará com Rafael Campos Pereira, membro da Comissão Executiva da CIP e Vice-Presidente da Comissão Empresarial de Portugal, Peter Villax, presidente da Associação das Empresas Familiares, Rogério Carapuça, administrador NovaBase, João Pedro Madeira, diretor geral do Troia Resort (SONAE Capital).

A moderação do debate ficará a cargo da jornalista Helena Garrido.

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Crise encerrou 25% dos bancos da Zona Euro

  • Lusa
  • 23 Outubro 2017

Só ano passado, foram encerradas 6.939 agências bancárias na Zona Euro, apontam os dados do Banco Central Europeu.

O número de instituições de crédito no setor bancário da Zona Euro diminuiu para 5.073 no final de 2016, menos 25% do que em 2008, anunciou esta segunda-feira o Banco Central Europeu (BCE).

Segundo o relatório das estruturas financeiras do BCE, divulgado em Frankfurt, numa base consolidada (ou seja, contando as instituições pertencentes ao mesmo grupo como apenas uma), no final de 2016 havia 2.290 instituições de crédito na zona euro, contra 2.379 bancos no final de 2015 e 2.904 bancos no final de 2008.

Só em 2016, foram fechadas 6.939 agências bancárias na zona euro, afirma o BCE no relatório.

Os ativos domésticos dos bancos da zona euro subiram para 24,2 biliões numa base consolidada no final de 2016, mais 0,5% do que em 2015 e menos 14% do que em 2008.

Em 2016, o crédito concedido pelos bancos da zona euro aumentou à taxa moderada de 1%, refere o BCE, adiantando que o peso dos títulos de dívida no total de ativos do setor bancário continuou a contrair-se, refletindo a redução da posse de títulos de dívida pública dos governos em muitos países da zona euro após a crise financeira e o início do programa de compra de ativos do BCE.

No lado do passivo, a tendência para uma maior dependência do financiamento de depósitos ganhou força em 2016, já que a parcela média dos depósitos de clientes no passivo total aumentou sete pontos percentuais para 52%.

Os rácios de capital regulamentares dos bancos da zona euro continuaram a aumentar, principalmente devido a aumentos de capital.

O rácio médio de capital do Nível 1 (Common Equity Tier 1, CET1) foi de 15,4% em 2016, contra 14,4% em 2015. A rentabilidade do setor bancário manteve-se relativamente baixa durante o ano, já que as ineficiências estruturais continuaram a prejudicar a rentabilidade em muitos países, sublinha o BCE.

Em particular, enquanto o rácio médio de créditos problemáticos (non-performing loans, os chamados NPL) desceu ainda mais, a quantidade de NPL permaneceu persistentemente elevado em vários países.

A dimensão total do setor financeiro da zona euro em março de 2017 foi de 76,2 biliões, em comparação com 70,8 biliões em dezembro de 2015 e 55,0 biliões em dezembro de 2008.

Entre 2008 e 2016, a dimensão do setor financeiro aumentou de 5,3 para 6,4 vezes o Produto Interno Bruto (PIB).

Embora a importância relativa dos agentes financeiros não bancários (seguradoras, fundos de pensão, fundos do mercado monetário (Money Market Funds, MMF) e outros intermediários financeiros) tenha crescido de forma constante desde o início da crise financeira, parece que recentemente houve uma pausa desta tendência, diz o BCE.

Em termos de ativos totais, a participação do setor financeiro não bancário cresceu de 43% em 2008 para 55% no início de 2017.

Uma diminuição correspondente ocorreu inicialmente na participação das instituições financeiras monetárias (MFI), mas essa tendência terminou recentemente, com a participação dos ativos totais da MFI (excluindo MMF) permanecendo praticamente inalterada, em torno de 45% em 2016 e início 2017.

No atual ambiente de baixas taxas de juro, as empresas de seguros e os fundos de pensões (ICPF) em alguns países transferiram as suas carteiras para ativos de maior rendimento para aumentar a rentabilidade do investimento.

A rentabilidade do setor de seguros tem sido restringida nos últimos anos, mas a sua posição de solvência está bem acima das exigências do regime de supervisão da UE Solvência II.

O crescimento no setor de fundos de investimento, que sustenta grande parte da expansão do setor financeiro não bancário desde a crise financeira global, continuou sua tendência de crescimento secular em 2016: o total de ativos no setor de fundos de investimento – excluindo MMF – aumentou 7% em 2016 e cresceu cerca de 160% desde 2008.

Simultaneamente, os ativos totais no setor das MMF aumentaram em média 15% por ano desde o final de 2013.

O total de ativos detidos pelas sociedades financeiras da zona euro (Financial Vehicle Corporations, FVC) continuou a diminuir ligeiramente ao longo da maior parte de 2016, devido à fraca atividade de securitização das instituições de crédito da zona euro.

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Associação para investimento florestal critica proposta “pouco séria” do Governo

  • Lusa
  • 23 Outubro 2017

A Associação para o investimento florestal não entende a aposta em mais centrais de biomassa. Aponta outras "opções significativamente menos onerosas e até sem custos para o erário público".

A Associação de Promoção ao Investimento Florestal (Acréscimo) criticou hoje a proposta “pouco séria e nada transparente” de aposta no uso da biomassa florestal para a produção de energia elétrica. Diz que a capacidade das centrais de biomassa existentes já excede a disponibilidade anual de biomassa florestal residual e aponta outras que considera melhores opções.

O Governo anunciou no sábado que vai avançar com a implementação de biorrefinarias e continuar com o desenvolvimento de centrais de biomassa por todo o país, de forma a valorizar a recolha de resíduos florestais.

Salientando que esta intenção “ainda não [está] quantificada”, a Acréscimo salienta, em comunicado divulgado esta segunda-feira, que “a capacidade instalada, quer em centrais a biomassa florestal residual quer em unidades de produção de ‘pellets’ de madeira, há muito que ultrapassa a disponibilidade anual de biomassa florestal residual”.

Existem opções significativamente menos onerosas e até sem custos para o erário público

Acréscimo

Associação de Promoção ao Investimento Florestal

“Ou seja, já no presente, mas com maior impacto no futuro próximo, tais unidades só serão viáveis pela utilização de troncos de árvores ou pela instalação de monoculturas de espécies dedicadas à produção energética”, acrescentam, frisando que “a ocorrência de incêndios florestais constitui uma importante fonte de garantia de matéria-prima a estas unidades”.

Além disso, prossegue a associação, “importa ainda ter em conta que as unidades que o Governo anuncia estimular só têm viabilidade financeira se apoiadas duplamente pelo erário público”, isto através de apoios à tarifa elétrica ou para a obtenção de matéria-prima.

Contudo, de acordo com a Acréscimo, “existem opções significativamente menos onerosas e até sem custos para o erário público” com vista à redução da carga combustível nas florestas, que também têm “maior impacto no emprego em meio rural”.

Se a intenção do Governo é a de garantir a sustentação do apoio a grupos empresarias à custa do Orçamento, terá de a assumir politicamente, sem rodeios ou falsos anúncios de dar prioridade à segurança das populações, às florestas e à atividade silvoindustrial.

Acréscimo

Associação de Promoção ao Investimento Florestal

“Importa assim que o Governo esclareça a sua opção pelo apoio público a centrais termoelétricas de transformação de biomassa de origem florestal, que afirmam ser residual, face a outras alternativas”, frisa, falando em “opções de maior urgência”.

Que alternativas?

A título de exemplo, destaca que, “para a proteção imediata à atividade económica associada à silvicultura, urge a tomada de medidas ao nível do controlo da oferta”, como a criação de estufas de preservação da madeira ardida. Para a Acréscimo, esta medida “é fundamental para assegurar uma gradual entrada nos mercados dessa madeira, impedindo a queda brusca do seu preço”.

Outra das medidas elencadas é a do “reforço à proteção de encostas e cursos de água, prevendo futuras catástrofes associadas a deslizamentos de terras e cheias”.

“Se a intenção do Governo é a de garantir a sustentação do apoio a grupos empresarias à custa do Orçamento, terá de a assumir politicamente, sem rodeios ou falsos anúncios de dar prioridade à segurança das populações, às florestas e à atividade silvoindustrial”, adianta aquele organismo.

 

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Maior grupo industrial da Catalunha poderá estar de saída da região

  • ECO
  • 23 Outubro 2017

A Celsa tem vindo a planear a saída da sede principal da empresa da Catalunha junto dos seus advogados.

A perda de empresas da Catalunha continua a marcar a atualidade da economia da comunidade. Desta vez poderá estar em causa a saída da Celsa, a metalúrgica considerada o maior grupo industrial da região. A notícia é avançada pelo El Confidencial esta segunda-feira.

A família Rubiralta, detentora do grupo industrial, tem vindo a analisar nas últimas semana a mudança da sede social da Barna Steel, a empresa chave de toda a holding. Segundo o jornal, Francesc Rubiralta já iniciou as formalidades para a alteração da sede da empresa principal do grupo para que tudo decorra dentro da normalidade, caso a Catalunha rompa relações com Madrid.

A Celsa emprega 9.000 empregados em todo o mundo, e 70% das vendas da Barna Steel são feitas no estrangeiro. Neste sentido, a empresa pretende um marco jurídico estável.

O grupo industrial está um passo mais próximo de se juntar a grandes nomes como o CaixaBank, o Sabadell, a Abertis, entre outras, num total de mais de 1.300 empresas que já abandonaram a Catalunha. As perdas já ascendem a mais de 50% do PIB da comunidade.

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EDP: Falhas na linha foram “consequência e não causa do incêndio” em Pedrógão

Empresa de distribuição de eletricidade defende que falhas na proteção da linha de média tensão que passa por Pedrógão foram "consequência e nunca a causa do incêndio".

A EDP volta a descartar responsabilidades nos incêndios de Pedrógão Grande que vitimaram em junho passado 64 pessoas, argumentando que as falhas na proteção da linha de média tensão que atravessa a região terão sido “uma consequência e nunca uma causa do incêndio”.

No relatório divulgado na semana passada, o grupo de investigadores do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra responsabilizou cinco entidades, incluindo a EDP EDP 0,75% . À elétrica, apontou a causa das ignições, que terão sido causadas por “contactos entre a vegetação e uma linha elétrica de média tensão”, o que sugere “uma deficiente gestão de combustíveis na faixa de proteção da linha, por parte da entidade gestora”. Acusações que a EDP rejeita.

“A informação existente sobre esta linha em questão regista no dia 17 de junho, um evento de corte e religação automática (sem que tenha havido passagem da corrente ao solo) alguns minutos após a hora dos primeiros alertas referidos nos relatórios (quer o da Comissão Independente, quer no Relatório elaborado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra). Isto indicia que este evento foi uma consequência e nunca uma causa do incêndio“, começa por argumentar a EDP Distribuição num comunicado divulgado no seu site.

Sublinha ainda que “a linha em questão foi objeto de inspeção visual dois meses antes do incêndio, não tendo sido detetada qualquer situação de risco”.

"A informação existente sobre esta linha em questão regista no dia 17 de junho, um evento de corte e religação automática (sem que tenha havido passagem da corrente ao solo) alguns minutos após a hora dos primeiros alertas referidos nos relatórios (quer o da Comissão Independente, quer no Relatório elaborado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra). Isto indicia que este evento foi uma consequência e nunca uma causa do incêndio.”

EDP Distribuição

Comunicado

A empresa do grupo EDP lembra que as linhas de distribuição de eletricidade dispõem de sistemas que monitorizam e registam, em permanência, todos os eventos relativos à exploração e operação das mesmas e que todos os anos investe cinco milhões de euros “na preservação dos corredores de proteção e nas faixas de gestão de combustível”.

Deste modo, segundo a EDP Distribuição, a informação recolhida tanto pela própria empresa como pelas restantes entidades envolvidas na investigação “não permite sustentar a tese de que na origem do incêndio possa ter estado o contacto entre a vegetação e a linha elétrica”.

Informa ainda que “é efetuada a supervisão com recursos a meios aéreos e tecnologia laser numa extensão de 14 mil quilómetros”, além das inspeções visuais e com recurso a drones.

A EDP Distribuição tem 84 mil quilómetros de linhas aéreas de Alta Tensão, das quais 26 mil quilómetros atravessam zonas florestais.

"A informação recolhida, quer pela EDP Distribuição, quer pelas restantes entidades envolvidas na investigação, não permite sustentar a tese de que na origem do incêndio possa ter estado o contacto entre a vegetação e a linha elétrica.”

EDP Distribuição

Comunicado

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Marketing, engenharia e gestão: Web Summit abre 50 vagas de trabalho

  • ECO
  • 23 Outubro 2017

Dublin, Hong Kong, Singapura, Londres e Lisboa são algumas das cidades na lista de ofertas de trabalho da Web Summit Careers.

A poucos dias do evento mundial — que decorre em Lisboa entre 6 e 9 de novembro –, o Web Summit anuncia 50 vagas de trabalho em áreas ligadas a áreas como Marketing, Vendas, Gestão e Informática. A maioria das ofertas são destinadas a cargos em Dublin, mas os candidatos também poderão concorrer a postos de trabalho em Lisboa, Nova Iorque, Londres, Hong Kong, entre outras cidades.

As oportunidades de trabalho organizam-se em 11 categorias, entre as quais Analytics, Data + Marketing, Engenharia e Vendas. Há também vagas em Design, Business Intelligence, Account Management e Sales Training.

No site do evento, trabalhar para o Web Summit assenta em três pilares: Saúde, Trabalho e Social. A organização garante que os seus empregados olhem pela sua saúde mental e física, nomeadamente com aulas de ioga e ginásio gratuitos. Nas instalações de Dublin, a Web Summit garante alojamento para os seus trabalhadores nos primeiros meses, e um ambiente de trabalho que promove ligações entre colegas de trabalho.

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