Mexia: “Não há nada de concreto” sobre eventual fusão com Gas Natural

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

"Não há nada para comentar", referiu o presidente da EDP quanto à hipótese de fusão da elétrica nacional com a espanhola Gas Natural. Mexia diz estar disponível para mais um mandato na EDP.

O presidente executivo da EDP EDP 0,87% , António Mexia, assegurou esta sexta-feira em Somiedo, no Principado das Astúrias, em Espanha, que “não há nada de concreto” quanto à possibilidade de a empresa se fundir com a espanhola Gas Natural.

“Acho que as duas empresas já disseram o que tinham de dizer. Não há nada de concreto e por isso não há nada para comentar”, disse António Mexia na cerimónia para comemorar o centenário da central elétrica de La Malva, da EDP, sem esclarecer se há contactos entre as partes.z

Quanto à sua continuidade no grupo, António Mexia foi claro: “Tudo depende dos acionistas, eles são os donos da empresa”. O presidente executivo da EDP referiu depois que a “equipa que transformou, no fundo, a EDP a nível mundial, com uma liderança mundial, nomeadamente nas áreas das renováveis, é uma equipa, com certeza, que está motivada”. “Eu estou a falar de 12.000 pessoas e eu sou apenas uma delas. Eu estou tão motivado como as outras 12.000” pessoas que trabalham para o grupo EDP.

A imprensa dos dois países ibéricos têm dado conta, desde julho último, que a empresa espanhola do setor energético Gas Natural estaria interessada numa fusão com a EDP mas, na altura, ambas as empresas desmentiram que estivessem a decorrer negociações.

No início de setembro, o jornal espanhol Expansíon revelou que o presidente executivo da companhia espanhola esteve na China, onde desenvolveu contactos com os responsáveis da China Three Gorges, a maior acionista da EDP (com uma posição de 21,35%).

Na mesma altura, o ECO adiantou que os líderes da Gas Natural estiveram em Lisboa e que se encontraram com o primeiro-ministro, António Costa, no sentido de o convencer das mais-valias desta possível fusão.

Presente na cerimónia, o ministro da Energia de Espanha, Álvaro Nadal, também garantiu que nenhuma empresa lhe tinha falado numa eventual operação destas características e que a haver “teria de se estudar”, uma decisão que caberia ao regulador do mercado.

António Mexia defendeu que, “para que o mercado ibérico se desenvolva, é preciso haver igualdade de regras, igualdade de oportunidades e também ligações entre o mercado Ibérico e os outros mercados, particularmente o francês”. “Somos uma empresa mundial, estamos em 14 países, mas a componente do mercado ibérico é fundamental”, sublinhou o presidente executivo da EDP.

As maiores empresas do ramo energético a operar no mercado ibérico são a Endesa e a Iberdrola, seguidas pela Gás Natural e pela EDP.

O rei de Espanha, Felipe VI, presidiu esta sexta-feira à cerimónia organizada pela EDP para celebrar o centenário da central elétrica de La Malvaa primeira grande central hidroelétrica da região.

Esta unidade esteve na origem do nascimento da empresa espanhola de produção de energia elétrica Hidrocantábrico, onde a EDP (Eletricidade de Portugal) entrou como acionista em 2001 e passou a controlar três anos depois.

A central elétrica de La Malva, que iniciou a sua atividade em setembro de 1917, fica situada no coração do Parque Natural de Somiedo, declarado em 2000 Reserva da Biosfera, sendo uma referência no desenvolvimento económico do Principado das Astúrias, uma das 17 comunidades autónomas espanholas.

A EDP é proprietária de várias centrais hidroelétricas em Espanha com uma potência instalada total de 433 MW, tendo 1500 colaboradores, segundo dados fornecidos pela empresa.

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Start Tech: E quando não corre bem para as startups?

Thoughts Feels Good, Nozomi, All Desk e Kinematix: quatro startups que ficaram pelo start. Os fundadores contam os porquês e partilham as lições.

Start Tech – Empreendedorismo e TecnologiaPaula Nunes / ECO 22 Setembro, 2017

O empreendedorismo tem destas coisas: startups que não passam do início. As razões são várias, mas ninguém melhor para as contar do que quatro empreendedores que passaram pela experiência — e dela tiraram as suas lições. Esta sexta-feira, na conferência Start Tech, a Kinematix, Thoughts Feels Good, Nozomi e All Desk deram o seu testemunho.

A Kinematix chegou a receber um investimento de oito milhões de um fundo de investimento, o Portugal Ventures, mas fechou. Para o fundador, Paulo Santos, esta história está “muito longe de ser um insucesso” pois o que valoriza é as métricas que se propôs a alcançar. A maior perda que regista é o cessar de funções de uma equipa multidisciplinar de “gente que é automotivada — nem são arrogantes nem coitadinhos — e remavam todos para o mesmo lado”. Fez-se ouvir na entrevista por vídeo, mas esta é só uma das histórias que os quatro empreendedores partilham na primeira pessoa.

Foi o Web Summit que fez a Thoughts Feels Good repensar o seu percurso. A empresa estava a erguer-se desde 2014, e já tinha investido 30.000 euros no primeiro ano e outros 30.000 no seguinte. Em 2016, foi ao Web Summit “à procura de mais”, conta o fundador, Diogo Melo. Foram três dias com “um pitch impecável”, e três dias em que o pensamento que o acompanhava no regresso a casa era “isto não vai dar”. Porquê? O feedback dos investidores foi muito claro: “Não queremos saber de ideias, quero pôr dez e tirar vinte. Vou investir no que me dê menos risco“, recorda. O produto que vendia era uma aplicação para mostrar a quem se gosta cada vez que se pensa neles, sem esperar resposta.

Não sei se é por sermos latinos mas quando há sucesso queremos mostrar a toda a gente, quando não há mais vale fingir que nunca aconteceu.

Diogo Melo

Thoughts Feels Good

Decidiu parar por ali e há algo que lamenta: “Gostava de ter tido esta experiência mais cedo“, confessa, referindo-se ao Web Summit. Quando o projeto acabou, Diogo diz que fez questão de o tornar público pois “soube desde sempre que isto faz parte”. Contudo, comenta que a postura geral não é essa. “Não sei se é por sermos latinos mas quando há sucesso queremos mostrar a toda a gente, quando não há mais vale fingir que nunca aconteceu”.

Muitas vezes os empreendedores aceitam métricas que não fazem sentido mas que na altura são a única hipótese que temos.

João Carreiro

Nozomi

Na Nozomi, o travão também surgiu em reunião com os investidores. A decisão de terminar foi tomada após o encontro em que considerou que o investidor estava a fazer exigências que transpunham “o risco da chantagem”. “Muitas vezes os empreendedores aceitam métricas que não fazem sentido, mas que na altura são a única hipótese que temos”, confessa João Carreiro, o fundador. Mas concorda que os problemas de investimento são a melhor pista para um empreendedor saber quando parar. “Estamos a tentar vender o produto e é a lei do mercado. Se nenhum investidor comprou a ideia… É um sinal“.

“Foi provavelmente a melhor decisão que tomei” afirma Pedro Santos, acerca do final da startup que fundou, a All Desk. Uma espécie de “Airbnb das salas de reunião”. O momento em que percebeu que tinha de fechar a empresa… foi quando recebeu duas propostas de investimento de um milhão de euros cada. “Tinha de aceitar ou fechar a empresa”, e aceitar implicava aceitar condições que “não faziam sentido”. Olhou para a conta bancária, teve em conta que estava à espera do segundo filho, e decidiu que o mais sensato era utilizar as economias para pagar aos trabalhadores e pôr um ponto final, pois não queria perder mais tempo à procura de melhor investimento.

Reconhece porém que a análise daquilo que correu mal “é muito diferente agora do que seria na altura”, quando o empreendedor “sente a dor”. Para além disso, no momento de fechar, a maior preocupação será à partida “como é que vou pagar as contas”, humoriza.

As lições

Pedro Santos confessa que na altura se deixou “apaixonar pelo glamour de ser CEO de uma startup” e como tal fez “quase todos os erros clássicos”. Isto é, focar-se na angariação de capital e “muito pouco nos clientes”, observa. Acrescenta ainda que “é valioso olhar para o nosso negócio como investidor. Nem sempre é o nosso dinheiro de inicio, mas é o nosso tempo.”

É valioso olhar para o nosso negócio como investidor. Nem sempre é o nosso dinheiro de inicio, mas é o nosso tempo

Pedro Santos

All Desk

Diogo Melo destaca o crescimento pessoal. A experiência deu-lhe distanciamento” e a capacidade de separar a “parte criativa que quer mais e outra que diz calma”, partilha. A João Carreiro, a Nozomi mostrou que “700.000 euros é demasiado pouco dinheiro para fazer um produto hardware”.

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Centeno: registo da CGD no défice “não terá impacto” na avaliação de Bruxelas

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

O ministro das Finanças, Mário Centeno, desvaloriza um eventual impacto da recapitalização da Caixa no défice. Defende que não será relevante para a avaliação de Bruxelas.

O ministro das Finanças disse esta sexta-feira não estar preocupado com uma eventual contabilização da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no défice, considerando que, mesmo que isso aconteça, “não terá impacto na avaliação” da Comissão Europeia a Portugal.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou hoje que o défice orçamental foi de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre deste ano, um valor que é inferior aos 3,1% registados no período homólogo e que não conta com efeito da recapitalização da CGD – cujo impacto contabilístico ainda está a ser discutido entre o INE e a autoridade estatística europeia, o Eurostat.

“Não é uma questão que levante grandes preocupações ao Governo”, respondeu o ministro das Finanças, em declarações à agência Lusa, quando questionado sobre se a eventual contabilização da recapitalização no défice, e o impacto que pode ter na avaliação de Bruxelas a Portugal, o preocupava.

Nós temos uma execução orçamental que está totalmente alinhada com o Orçamento do Estado para 2017 [OE2017], apresentado na Assembleia da República, e com os compromissos internacionais do país. O Governo está e vai cumprir esses objetivos, o que faz com que qualquer impacto eventual, mesmo contrário a anteriores decisões da Comissão, que possa vir a ser registado no défice, seja de natureza temporária”, afirmou Mário Centeno.

Dessa forma, assegurou o ministro, essa operação “não terá impacto na avaliação que é feita do desempenho orçamental português pela Comissão Europeia”, recordando que a Comissão Europeia já sinalizou esta mesma posição esta semana à comunicação social.

Mário Centeno considerou ainda que os números divulgados hoje pelo INE sobre a execução orçamental dos primeiros seis meses do ano “são muito positivos” e que trazem “uma confiança reforçada nos objetivos para 2017 e na sua obtenção”.

Temos uma consolidação orçamental que continua a acompanhar o crescimento económico e do emprego. Os números que o INE hoje divulgou mostram uma revisão em alta do crescimento económico homólogo no segundo trimestre de 2017 de 3%. É uma taxa de crescimento muito robusta e que mostra o caminho positivo que a economia portuguesa tem estado a fazer”, defendeu.

Bruxelas só se pronuncia após analisar projeto orçamental para 2018

A Comissão Europeia escusou-se a comentar os dados sobre o défice português no primeiro semestre, reservando uma posição para quando tiver em sua posse o projeto de Orçamento do Estado para 2018, que Portugal deverá apresentar em Bruxelas em outubro.

A Comissão analisará os esboços de planos orçamentais para 2018 dos Estados-membros da zona euro, incluindo em Portugal, quando forem submetidos em outubro, como parte do processo normal do semestre europeu” de coordenação de políticas económicas e orçamentais, disse à Lusa um porta-voz do executivo comunitário esta sexta-feira.

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João Vasconcelos: “Estamos na primeira divisão” das startups

João Vasconcelos, ex-secretário de Estado da Indústria, falou do evolução do impacto da Web Summit no ecossistema empreendedor português, que se coloca "na primeira divisão" do campeonato da Europa.

João Vasconcelos, ex-secretário de Estado da Indústria na Start Tech – Empreendedorismo e Tecnologia.Paula Nunes / ECO 22 Setembro, 2017

“A maneira como olham para Portugal” — é este o maior impacto da Web Summit no ecossistema português, diz João Vasconcelos. “Entramos na primeira divisão” ao lado de países como Inglaterra e Alemanha, afirma o ex-secretário de Estado da Indústria.

Portugal hoje é percecionado como uma potencia de startups“, disse João Vasconcelos esta sexta-feira, durante a conferência Start Tech. Mas ressalva que teve esse impacto porque “existia um ecossistema que que se preparou”. A partir do momento que Portugal recebeu a Web Summit, “já não precisamos de explicar nada” pois do ponto de vista dos empresários estrangeiros “é normal que haja ali [em Portugal] tecnologia”.

Segundo João Vasconcelos, já há pessoas a “agendar reuniões neste momento para o Web Summit”. Realça ainda um aspeto que acredita ter “passado ao lado” de muitos dos portugueses que participaram no ano passado: existiram “quase 300 eventos paralelos” à conferência, organizados por outras entidades, onde estiveram presentes os grandes investidores e portanto as grandes oportunidades.

Contudo, “há coisas que não mudam”, e o ex-secretário de estado da indústria destaca a “energia, resiliência e capacidade de fazer muita coisa com os poucos recursos” que vê nos empreendedores portugueses. Para colmatar as falhas no financiamento, considera o Programa Semente, da Startup Portugal “o mais ambicioso da Europa” ao introduzir a possibilidade de família e amigos investirem em startups e deduzir até 100.000 no IRS. Está neste momento a ser estudado por outros países.

Temos que começar a exigir aos nossos investidores

João Vasconcelos

Ex-secretário de Estado da Indústria

Acerca dos projetos que possam falhar, João Vasconcelos defende que “têm de ser rápidos e baratos” e relembra que em Silicon Valley, a meca do empreendedorismo, “nove em cada dez novas empresas morrem”. Reitera ainda que para além de exigir dos empreendedores, “temos que começar a exigir aos nossos investidores“, pois falta capital e “há vários casos em que a empresa falhou pelos investidores”.

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Diretor da Startup Lisboa: “Nunca estamos satisfeitos”

Miguel Fontes, líder da Startup Lisboa, disse numa conferência do ECO: "Alguns ficam preocupados com este momento, e sobre se estamos a embandeirar em arco. Nós nunca estamos satisfeitos", afirmou.

Miguel Fontes, diretor da Startup LisboaPaula Nunes / ECO 22 Setembro, 2017

A “histeria” em torno do empreendedorismo foi um dos temas abordados na conferência “Start Tech – Empreendedorismo e Tecnologia”, promovida pelo ECO esta sexta-feira. Ora, no encerramento, levado a cabo por Miguel Fontes, o responsável da Startup Lisboa apontou: “Nunca estamos satisfeitos.”

“Alguns ficam preocupados com este momento, com o deslumbramento, e sobre se estamos a embandeirar em arco. Nunca estamos satisfeitos. Claro que umas coisas correm bem. Claro que haverá coisas que vão estoirar. Mas isso significa exigência”, apontou Miguel Fontes, destacando que há queixas quando as coisas não correm bem, e outras queixas quando as coisas até avançam de vento em popa.

“A Startup Lisboa vai continuar a tentar adaptar-se a este momento e perceber qual é o seu papel. Agora estamos numa liga que é diferente”, apontou, referindo-se à transformação e crescimento que a Web Summit, um dos grandes eventos deste segmento, trouxe ao ecossistema empreendedor português.

"Alguns ficam preocupados com este momento, com o deslumbramento, e sobre se estamos a embandeirar em arco. Nunca estamos satisfeitos.”

Miguel Fontes

Diretor da Startup Lisboa

Sobre o evento organizado pelo ECO, Miguel Fontes indicou, como conclusão: “Esta conferência mostrou de forma muito evidente como se faz um ecossistema. Faz-se destes lados todos: aqueles que estão a conseguir ter resultados e os que não. É a cultura da tentativa, a cultura de valorizar quem faz, e não de consagrar quem foi o primeiro ou que é o segundo. A vida, se há coisa que a define, é um carrossel. Está uma vezes em cima, outras vezes em baixo.”

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“Temos de arriscar mais enquanto portugueses”

Miguel Pina Martins, fundador da Science4you, considerou que os portugueses devem "arriscar mais", como fizeram "há 500 anos" nos Descobrimentos. Afinal, há muitas startups à espera de serem criadas.

Os portugueses têm vindo a perder “apetência para o risco” ao longo dos últimos séculos, defendeu o líder da Science4you esta sexta-feira, apontando isso como um dos entraves ao surgimento de novas ideias e de novas empresas no panorama nacional das startups.

“Há 500 anos, nós, portugueses, entrámos num barco e fomos sem saber o que havia para lá. Hoje, a apetência para ao risco desceu. Se as pessoas arriscassem um bocadinho mais, tenho a certeza de que iríamos ter muito mais empreendedores, muito mais empresas como a Science4you, talvez até maiores. Se puder passar uma mensagem, é esta: temos de arriscar mais enquanto portugueses, há mais empresas à espera de serem criadas. Isso é possível”, disse Miguel Pina Martins, criador desta empresa de brinquedos lúdicos e didáticos, que regista já uma década de atividade.

O gestor português foi entrevistado por Malik Piara, líder da Upframe, num painel inserido na conferência “Start Tech – Empreendedorismo e Tecnologia”, promovida pelo ECO esta sexta-feira, em Lisboa.

Se as pessoas arriscassem um bocadinho mais, tenho a certeza de que iríamos ter muito mais empreendedores, muito mais empresas como a Science4you, talvez até maiores.

Miguel Pina Martins

Presidente executivo da Science4you

O fundador da Science4you lembrou como esta empresa, que fatura hoje cerca de 23 milhões de euros, começou num projeto na faculdade e que, na altura, os colegas apoiaram com investimento, mas não quiseram largar tudo para se juntarem a uma empresa em fase de criação. “As pessoas só investiram, mas não havia apetência para arriscar. As pessoas preferiram continuar com a vida delas, mais cómodas, e preferiram não arriscar”, recordou, lembrando ainda que havia uma “tempestade perfeita”, com um investimento de 45.000 euros na calha e “cartas de intenções” de outras grandes empresas interessadas na ideia.

Miguel Pina Martins considerou também que o ecossistema empreendedor está hoje assente em dois pilares que, há dez anos, quando lançou a Science4you, não estavam tão desenvolvidos. Um é o do financiamento: “Portugal precisa de financiamento interno, o externo ainda não vai surgir porque estamos numa fase muito seed [inicial]”, disse. O outro é o buzz mediático: “Os Web Summits da vida conseguem criar um buzz muito grande e este Governo tem conseguido muito bem comunicar o empreendedorismo, despertar nos jovens a possibilidade de poderem trabalhar na sua própria empresa”, acrescentou.

"Portugal precisa de financiamento interno, o externo ainda não vai surgir porque estamos numa fase muito seed [inicial].”

Miguel Pina Martins

Presidente executivo da Science4you

O jovem Malik Piara, responsável da Upframe — “uma organização que liga jovens ao mundo do empreendedorismo”, como explicou o próprio –, questionou depois Miguel Pina Martins sobre se esse buzz não pode fazer um empreendedor perder o foco. “Sinto que isso [o buzz] me distraía um pouco. Comecei a ficar mais focado na comunicação e desfoquei-me daquilo que devia estar a fazer em termos de trabalho”, disse Malik Piara. E perguntou a Miguel Pina Martins: como criar “um equilíbrio”?

Respondendo à questão, o presidente executivo da Science4you explicou que “ao fim de algum tempo, é possível afinal tudo”. Para o gestor, da mesma forma que o financiamento foi um pilar que evoluiu com o tempo na última década, a atenção mediática deverá ser um fator a encontrar equilíbrio nos próximos tempos. “O mercado vai permitir que o desenvolvimento seja feito na medida certa”, indicou. Afinal, “o empreendedorismo nem sequer era considerado uma palavra” quando nasceu a Science4you. “O capital de risco era uma coisa completamente estranha. Não tinha rigorosamente nada a ver com o panorama que temos hoje”, concluiu.

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Haitong já entregou lista de administradores ao Banco de Portugal

  • ECO
  • 22 Setembro 2017

Ex-BESI quer que Ling Yong assuma a presidência não executiva. Para presidente executivo, a instituição financeira chinesa escolheu Hu Min, especialista em mercados financeiros.

O Haitong Bank, o antigo BESI, já entregou a lista completa dos administradores ao Banco de Portugal. Uma lista que conta com nomes como Maria João Ricou ou Lin Yong. Fica agora a faltar a aprovação do regulador bancário, que vai avaliar a adequação e a idoneidade dos nomes propostos pelo banco.

Segundo o Jornal Económico (acesso pago), nesta lista está incluído o nome de Ling Yong, que deve assumir a presidência não executiva do Haitong. Para presidente executivo, a instituição financeira chinesa escolheu Hu Min, especialista em mercados financeiros.

Maria João Ricou assumiu a presidência da mesa da assembleia-geral do Haitong Bank. A diretora-geral do escritório de advogados Cuatrecasas vem agora ocupar esse lugar deixado vazio por Daniel Proença de Carvalho. Já Sara de Almeida Azevedo Begonha vai assumir o cargo de secretária da mesa da assembleia-geral, substituindo José Miguel Alecrim Duarte.

Entre os administradores atuais, alguns devem manter-se no cargo, diz o jornal. Neste momento, o conselho tem em funções cinco administradores que já terminaram os mandatos no ano passado: Hiroki Miyazato (presidente), Mo Yiu Poon (CFO), Alan Fernandes, Christian Minzolini e Paulo Martins.

O Haitong tem estado a renovar a equipa. O banco tentou contratar Pedro Rebelo de Sousa para integrar o conselho de administração, mas não foi bem-sucedido. O advogado e sócio da SRS Advogados terá sido indicado para presidente da mesa da Assembleia Geral do Millennium bcp e esta proposta estará diretamente relacionada com a decisão de não integrar a administração.

No primeiro semestre do ano, o Haitong Bank agravou os prejuízos para 79,8 milhões de euros (face aos prejuízos de 20 milhões do período homólogo), depois de ter registado uma quebra de 45% no produto bancário dos 66 milhões de euros para os 36 milhões.

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Vai pedir crédito para a casa? Isto é o que banco tem de lhe dizer

Vai haver novas regras nos contratos de crédito relativos a imóveis. Será reforçada a exigência em termos da informação que é dada aos clientes bancários. Saiba o que os bancos vão ter de lhe dizer.

Vêm aí novas regras no crédito à habitação. A partir do próximo ano, não só haverá um travão ao incentivo para que os funcionários do bancos concedam mais empréstimos, como será reforçada a informação aos clientes na altura da concessão do financiamento. Os bancos terão de entregar mais documentação relativa ao contrato que é realizado, sendo que também haverá uma maior responsabilização das instituições quanto à capacidade dos devedores de cumprir com os pagamentos das prestações.

“Este novo quadro normativo estabelece requisitos relativos à definição de políticas de remuneração pelas instituições de crédito (as quais, entre outros aspetos, não podem fazer depender a remuneração dos seus funcionários, direta ou indiretamente, do número de pedidos de crédito aprovados e de contratos celebrados) e aos conhecimentos e competências dos seus trabalhadores”, refere o Banco de Portugal no alerta que faz sobre as mudanças no crédito hipotecário que entram em vigor a 1 de janeiro de 2018.

O foco da nova legislação centra atenções, contudo, na informação que é fornecida aos clientes bancários, procurando que se garanta que quem vai contrair um empréstimo para a compra de habitação tem na sua posse todos os dados necessários para tomar uma decisão avisada — ficando os bancos também obrigados a prestar assistência aos devedores. Em termos de informação, a FIN passa a ser a FINE, com a diferença de ser o modelo europeu, sendo que “a medida de custo do crédito passa a ser a TAEG (taxa anual de encargos efetiva global), em substituição da TAE (taxa anual efetiva)”.

Saiba o que os bancos têm de lhe dizer a partir de 1 de janeiro:

  • A instituições devem prestar ao consumidor informação pré-contratual geral, que inclui as principais características do crédito, bem como informação pré-contratual personalizada, através da disponibilização da Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE).
  • A FINE deve ser disponibilizada ao consumidor em dois momentos distintos. O consumidor tem direito a receber uma FINE aquando da simulação do empréstimo, tendo por base a informação por si prestada à instituição, e, posteriormente, aquando da comunicação da aprovação do contrato de crédito, refletindo as características do empréstimo efetivamente aprovado pela instituição.
  • No momento da aprovação do empréstimo, o consumidor tem direito a receber uma minuta do contrato de crédito.
  • A instituição permanece vinculada à proposta contratual feita ao consumidor durante um prazo mínimo de 30 dias, de forma a assegurar que o consumidor tem tempo suficiente para comparar propostas distintas, avaliar as suas implicações e tomar uma decisão esclarecida. Dada a importância do compromisso financeiro que representa a celebração do contrato de crédito hipotecário, assegura-se que o consumidor dispõe de um período mínimo de reflexão para ponderar as implicações da contratação do crédito, correspondente aos primeiros sete dias contados a partir da apresentação da proposta pela instituição.
  • Tendo em conta que a prestação de fiança representa igualmente um importante compromisso financeiro, o diploma garante também que o fiador tem direito a receber uma cópia da FINE do empréstimo aprovado e da minuta do contrato de crédito, dispondo também de um prazo mínimo de reflexão de sete dias.
  • Consagra-se igualmente um dever de assistência ao consumidor, com o objetivo de colocar o consumidor numa posição que lhe permita avaliar se o contrato de crédito proposto e respetivos serviços acessórios se adequam às suas necessidades e à sua situação financeira.
  • Introduz-se também o dever de avaliação da solvabilidade do consumidor previamente à celebração do contrato de crédito. A avaliação da solvabilidade deve ter por base fatores relevantes para verificar a capacidade e propensão do consumidor para o cumprimento do contrato de crédito.

(Notícia publicada originalmente a 2 de julho)

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Preço do gasóleo vai subir pela quinta semana consecutiva

Preços do gasóleo e gasolina deverão seguir caminhos opostos na próxima semana. Enquanto um sobe meio cêntimo, o outro desce na mesma medida. Para o gasóleo será a quinta semana a encarecer.

Caminhos divergentes para os preços da gasolina e do gasóleo na próxima semana. Se o litro de gasolina se prepara para nova descida, já o diesel, o combustível mais utilizado pelos portugueses, deverá voltar a subir na próxima segunda-feira pela quinta semana consecutiva.

Ainda assim, a acontecer, a revisão do preçário dos combustíveis deverá ser mínima. Isto porque, de acordo com os cálculos do ECO tendo em conta as cotações fornecidas pela Bloomberg, a subida do gasóleo não deverá ultrapassar o meio cêntimo por litro. O mesmo sucede com a gasolina, cuja descida de preço não deverá ser superior a meio cêntimo.

Seja como for, o comportamento do mercado na sessão desta sexta-feira irá ajudar a esclarecer o movimento dos preços no arranque da próxima semana nos postos de abastecimento em Portugal. Para já, até ao final do dia de ontem, a cotação média da tonelada métrica do gasóleo desde o início da semana avançava cerca de 1%, já convertida em euros. Em sentido contrário, a cotação média da gasolina perdia 1,34%. Em Londres, o preço do barril de Brent avança 1,5% esta semana.

Nas últimas semanas, os preços energéticos foram altamente influenciados pela passagem de furacões nos EUA, que obrigaram ao encerramento de várias refinarias norte-americanas. Esta semana, a OPEP deixou sinais de que deverá aprofundar os cortes de produção desta matéria-prima, notícia que deu um impulso às cotações do ouro negro.

Sendo assim, segundo os dados da Direção Geral de Energia e Geologia, tudo aponta para que o litro da gasolina desça para perto de 1,46 euros. Já o gasóleo prepara-se para custar mais: cerca de 1,24 euros por litro, um máximo dos últimos quatro meses.

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Sinais bons da economia? CDS, BE e PCP pedem mais a Costa

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

A líder do CDS quer que o Governo utilize os frutos do crescimento económico para beneficiar os serviços públicos na saúde, educação e transportes. BE e PCP pedem o mesmo.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, saudou esta sexta-feira todas as notícias positivas para a economia portuguesa e desafiou o primeiro-ministro, António Costa, a aproveitar os sinais positivos para “coisas essenciais para as populações”.

“Tudo o que sejam notícias positivas para a economia portuguesa, entendemos que é bom. É bom lembrar e saudar os empresários portugueses, as muitas pequenas, médias, micro empresas em Portugal que com o seu esforço, o seu trabalho, o seu esforço de exportações, nomeadamente, estão a contribuir para estes resultados”, afirmou Assunção Cristas.

Reagindo à divulgação do défice orçamental em 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), a líder centrista desafiou o Governo para que “estes sinais positivos sejam bem aproveitados, em coisas que são essenciais para as populações e que transformam o quotidiano”, apontando a “degradação dos serviços públicos” na saúde, educação e transportes.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o défice orçamental foi de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre deste ano, uma diminuição face aos 3,1% registados no período homólogo.

Jerónimo de Sousa vê no défice razões para mais direitos e rendimentos

O secretário-geral comunista considerou esta sexta-feira os dados sobre o défice uma “evolução positiva” que confirma os benefícios da devolução de rendimentos e direitos aos portugueses, defendendo que o Governo socialista tem de continuar e não travar tais políticas.

“É uma evolução positiva que registamos, mas que confirma outro facto relevante: esta política de reposição de rendimentos e direitos aos trabalhadores e ao povo português teve consequências diretas nesse resultado, tendo em conta a possibilidade de algum aumento do poder de compra e as famílias estarem mais tranquilas em relação ao seu futuro”, disse Jerónimo de Sousa.

Entre “arruadas” autárquicas em Alcácer do Sal e Grândola, dois municípios presididos pela CDU, que junta comunistas, ecologistas e cidadãos independentes, o líder do PCP voltou-se contra a “ditadura do défice” e a “pouca flexibilidade” de um Governo que tem um “amarramento” aos “ditames” da União Europeia.

“Daqui pode-se tirar uma conclusão: este é o caminho a prosseguir e a aprofundar e não parar e recuar”, afirmou Jerónimo de Sousa. “Há aqui uma contradição que tem de ser resolvida: todos consideramos, o próprio Governo também, que foi a reposição de rendimentos e direitos que permitiu uma evolução positiva na economia, então há que aprofundar e desenvolver e não parar ou abrandar em nome de um rigor”, insistiu o secretário-geral comunista.

Sobre as negociações do Orçamento do Estado para 2018, Jerónimo de Sousa descreveu que o seu partido está nas reuniões com o executivo de António Costa “sem nenhuma linha vermelha”, mas a bater-se pelas próprias propostas, “fundamentando-as, demonstrando que é possível este avanço e este progresso”.

Passos diz que números são “os esperados” e saúda crescimento revisto em alta em 2015

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou que os números divulgados esta sexta-feira sobre o défice e o crescimento são “os esperados”, desejou que possam ser melhores e saudou a revisão em alta do crescimento em 2015.

“Os dados que foram agora divulgados pelo INE [Instituto Nacional de Estatística] não trazem grande novidade, não trazem um dado que não fosse esperado”, considerou Passos Coelho, em declarações aos jornalistas à margem de uma ação de campanha autárquica na Batalha. Por outro lado, salientou, os dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que a economia em 2015 – último ano do Governo que liderou – foram de 1,8% em vez do 1,6% até agora registados.

“O desempenho da economia em 2015 foi ainda mais robusto e isso ainda deu uma ajuda para 2016”, defendeu Passos Coelho. O líder do PSD alertou, por outro lado, que os números do INE trouxeram “outra incógnita”, qual vai ser o impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no valor do défice. “O primeiro-ministro disse reiteradamente que o impacto seria nulo”, alertou, admitindo que esses impactos são habitualmente apenas para o passado.

Para o futuro, Passos Coelho disse esperar que a economia possa crescer mais, mas alertou que o Governo terá de fazer diferente para que tal aconteça. “Estamos a crescer bastante mais porque fizemos no passado, por isso, todos, se queremos crescer mais em 2018, 2019, 2020, temos de ter mais captação de investimento e políticas reformistas”, defendeu.

O presidente do PSD defendeu ainda que até a receita socialista “de pôr o Estado a gastar mais” está a falhar, alertando que o crescimento do investimento público no primeiro semestre está muito aquém da meta orçamental. “Nos primeiros seis meses do ano, metade do ano, só cresceu 1,2% em relação ao ano anterior. Sabem quanto é que no Orçamento do Estado se prevê que cresça em relação ao ano passado? Mais de 21%“, alertou.

“Alguém acredita que vai crescer nestes meses que sobram o suficiente para que esta meta seja atingida? Não”, acrescentou. Para o líder do PSD, estes números significam que “a própria receita socialista, que é gastar mais, desde logo em investimento”, implicava “um outro desempenho do Estado”. “Quem ouça os membros do Governo, parece que agora é que o investimento vai arrancar. Mas já lá vai tanto tempo e os projetos não saem do papel“, acusou.

Catarina Martins: agora é o momento de executar o investimento público previsto

A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou esta sexta-feira que, depois das “boas notícias” da execução orçamental, este é momento de realizar “o investimento público que estava previsto” e que, apesar de cabimentado, está parado.

“Os dados da execução orçamental mostram que a meta do défice é alcançada mais rapidamente do que estava previsto porque houve crescimento económico, ou seja, aumentam os impostos de receita de consumo e aumentam as contribuições para a Segurança Social”, disse Catarina Martins aos jornalistas à margem de uma ação de campanha em Famalicão, distrito de Braga. “Este é o momento de retirar a consequência e de executar a despesa que está prevista em investimento público. As contas públicas mostram que isso é possível, é desejável. Se temos boas notícias, façamos mais pelo país”, apelou.

Questionada sobre a reação do líder do PSD, que considerou que os números divulgados esta sexta-feira sobre o défice e o crescimento são “os esperados” e saudou a revisão em alta do crescimento em 2015, Catarina Martins ironizou: “eu lembro que Passos Coelho afirmou que se esta estratégia orçamental resultasse, apelaria ao voto nas esquerdas. Estamos nas eleições autárquicas, não sei se pretende cumprir esse compromisso“.

Os dados da execução orçamental, na opinião da líder bloquista, “vêm dar razão ao que o BE sempre defendeu”, ou seja, que “recuperação de salários e pensões significa a economia a crescer, mais emprego e o país em melhores condições”.

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Congresso da APDC vai reunir “quase 10% do PIB”

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

Digital Business Congress vai realizar-se nos próximos dias 27 e 28 de setembro e vai reunir "quase 10% do PIB". O 27º congresso anual em Lisboa vai debater a atual situação do setor dos media.

A Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) realiza entre 27 e 28 de setembro o seu 27.º congresso anual em Lisboa, o Digital Business Congress, que reúne “quase 10% do PIB“, segundo a organização.

“O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, será o presidente do maior encontro anual das TCI [tecnologias de informação e comunicação] e media em Portugal e um evento de referência no panorama português”, refere a APDC, em comunicado.

No congresso deste ano, onde é aguardado o debate sobre a atual situação do setor dos media e a operação de compra da Media Capital, dona da TVI, pelo grupo Altice (que tem a PT Portugal/Meo), será lançado o estudo “A Economia Digital em Portugal 2017 – Casos de transformação digital”.

“Este é o primeiro estudo feito sobre a caracterização da economia e da sociedade digitais em Portugal, que envolveu 20 empresas do setor das TCI e media e cerca de 68 autores, um trabalho verdadeiramente colaborativo”, adianta a APDC.

A sessão de abertura, no dia 27 de setembro, contará com as presenças do chefe de Estado, da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, e do presidente da APDC, Rogério Carapuça. Os ministros da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino superior irão assistir à abertura da sessão, adianta a organização.

No primeiro dia terá lugar o Estado da nação dos media enquanto no último dia será a vez de abordar o Estado da nação das comunicações. De acordo com a APDC, caberá ao primeiro-ministro encerrar o congresso.

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Governo compromete-se com menos 700 milhões de dívida em 2017

O Executivo de António Costa também melhorou as previsões para o PIB em valores absolutos, que deverá ficar cerca de 680 milhões acima do que tinha sido previsto em março.

O Governo melhorou as previsões macroeconómicas para 2017. No final deste ano, a dívida pública deverá, afinal, ficar mais de 700 milhões de euros abaixo do que o Governo previa em março, enquanto o produto interno bruto (PIB) ficará cerca de 680 milhões acima do que tinha sido previsto há sete meses.

As novas previsões constam na segunda notificação do Procedimento relativa Défices Excessivos (PDE), publicada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Neste documento, os números relativos a 2016 são da responsabilidade do INE, mas as previsões para 2017 são do Governo. E os valores agora previstos pelo Executivo de António Costa são melhores do que os que tinham sido divulgados em março, na primeira notificação do INE.

O Governo antecipa agora que o défice se fixe em 2,84 mil milhões de euros, enquanto a dívida bruta das administrações públicas será de 244,075 mil milhões de euros. Há, assim, uma melhoria de 174,5 milhões de euros no défice, face às previsões de março, e uma redução de 735 milhões de euros na estimativa para a dívida pública. O crescimento económico também deverá ser melhor do que o esperado e o Governo aponta agora para que o PIB ascenda a 191,148 mil milhões de euros, uma subida de 684 milhões face às previsões de março.

Feitas as contas, o défice deverá fixar-se em 1,5% este ano e o rácio da dívida em relação ao PIB será de 127,7%, um objetivo que já tinha sido anunciado por António Costa e Mário Centeno.

Apesar da melhoria das previsões, importa ressalvar que, em termos anuais, o valor nominal da dívida não vai baixar. Em 2016, a dívida pública terá sido de 240,9 mil milhões de euros (os dados ainda são provisórios). O que melhora é o rácio da dívida em relação ao PIB, uma vez que a economia está a crescer mais do que o previsto. Assim, este rácio deverá baixar de 130,1% em 2016 para 127,7% este ano.

Reembolsos antecipados ao FMI ajudam a baixar dívida

Esta melhoria das previsões para a redução da dívida pública pode explicar-se com os reembolsos antecipados ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Portugal tem vindo a reembolsar mais rapidamente do que o previsto os empréstimos obtidos junto do FMI na altura do resgate, com o objetivo de trocar os juros elevados cobrados pelo fundo pelas condições de financiamento mais atrativas que tem encontrado nos mercados financeiros.

No final de agosto, o país já só devia 37% do empréstimo concedido pelo FMI e a estratégia de reembolsos antecipados será para manter. Em entrevista ao ECO, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, disse que a subida do rating por parte da Standard & Poor’s vem facilitar novos pagamentos antecipados. “Estou em crer que será possível antecipar cerca de mil milhões”, previu.

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