Cimpor brilha antes de sair da bolsa

Dia tranquilo nas bolsas europeias e Lisboa não foi exceção. O principal índice português encerrou inalterado acima dos 5.200 pontos, isto apesar do afundanço da REN.

As ações da gestora da rede elétrica caíram mais de 5% devido ao ajustamento da cotação da ação com o destaque do dividendo de 17 cêntimos que paga na próxima quarta-feira.

Outro destaque, mas positivo, foi para a Cimpor. As ações dispararam 18% depois de a Camargo Correia ter anunciado que pretende retirar a cimenteira portuguesa da bolsa.

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Rui Rio defende anulação da venda do Novo Banco

O ex-presidente da Câmara do Porto assina um artigo de opinião onde defende a repetição do concurso para a venda do Novo Banco. E apresenta seis razões para suportar essa ideia.

Rui Rio defende que a venda do Novo Banco deve ser anulada, criticando o Governo e o Banco de Portugal (BdP) pelo processo que fez do fundo Lone Star o comprador do antigo BES. O social-democrata assina esta sexta-feira um artigo de opinião no jornal Observador, onde o diz com todas as letras, depois de explicar os seis motivos com que suporta a ideia. O título: Vender depressa não é vender bem.

Rio considera que a venda teve “regras em constante mutação” e que deve ser aberto “um novo concurso” onde “a concorrência e a igualdade de oportunidades sejam devidamente salvaguardadas”. “No mínimo”, diz, deve ser dado “um prazo para que outros potenciais interessados se possam candidatar nas condições presentemente oferecidas”.

Entre os motivos que levam Rio a defender a anulação da venda do banco ao Lone Star está a ideia de que o Governo não negociou “em paralelo” com Lone Star e Apollo para maximizar “o valor da venda”, colocando-se “numa posição de inferioridade”. Depois, aponta o dedo às garantias de 3,9 mil milhões de euros que o Estado aceitou “subitamente” oferecer devido a “possíveis imparidades adicionais existentes no Novo Banco”.

Rui Rio escreve ainda que, “ao arrepio do que tinha sido inscrito nas regras de alienação”, o Estado acaba por ficar com 25% do capital sem direito a voto ou representantes na administração. Além disso, acusa o BdP de não estabelecer um princípio pelo qual teria “direito de preferência” quando o Lone Star “vender os seus 75%”.

"O que se passou com o Banif é um excelente indicador para se perceber os caminhos que a UE tem vindo a trilhar (…). Sempre julguei que este triste exemplo tivesse despertado em todos nós a necessidade de passarmos a defender o interesse nacional com outra garra e outra firmeza.”

Rui Rio

Ex-presidente da Câmara do Porto

As duas últimas razões apresentadas por Rui Rio prendem-se, por um lado, com o facto de os vendedores não terem dado a “possibilidade de essa participação no capital poder vir a ser adquirida por investidores”, depois de o fundo Apollo, outro candidato à compra, já ter “anunciado que iria trazer consigo um parceiro nacional”. Por outro, diz que não foi dada a hipótese das garantias de 3,9 mil milhões de euros a “outros potenciais concorrentes”.

“Perante tudo isto, só parece haver uma posição ética e moralmente aceitável: anular esta espécie de concurso com regras em constante mutação e abrir um novo, em que a concorrência e a igualdade de oportunidades sejam devidamente salvaguardadas”, aponta o antigo autarca do Porto. E conclui: “Acima de tudo, uma palavra se impõe que seja dita perante tudo o que os portugueses têm sido obrigados a suportar no sistema financeiro: BASTA!”

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Draghi: Crédito malparado em Portugal “deve ser enfrentado”

Com uma inflação subjacente ainda longe da meta dos 2%, o presidente do Banco Central Europeu considerou ser "muito cedo" para retirar os estímulos na economia da Zona Euro.

Os mercados continuam expectantes sobre como e quando é que o Banco Central Europeu vai deixar de comprar dívida soberana, retirando os estímulos à economia europeia. Esta segunda-feira, Mario Draghi, numa audição no Parlamento Europeu, admitiu que a Zona Euro está a recuperar de forma sólida. Mas alertou que a inflação subjacente — excluindo os combustíveis — está aquém da meta estabelecida pelo BCE (perto de 2%). Ou seja, é “muito cedo” para alterar a política monetária.

Ainda é muito cedo para pensar que vamos mudar a orientação da política monetária“, respondeu o presidente do Banco Central Europeu, citado pela Bloomberg. Mesmo com a aceleração da economia, tal como revelaram os últimos dados do Eurostat, Draghi considera que a Zona Euro continua a necessitar de uma política monetária acomodatícia. “Continuámos firmemente convencidos de que uma ajuda extraordinária de política monetária, incluindo através da nossa orientação, ainda é necessária”, afirmou perante os eurodeputados da comissão de Economia e Assuntos Monetários, em Bruxelas.

Contudo, o líder da política monetária europeia confirmou que os limites do quantatitive easing, nomeadamente quanto à compra de dívida de um país, não serão ultrapassados.

A contrabalançar o crescimento da economia está o valor da inflação subjacente. “As pressões dos custos domésticos, notavelmente com origem nos salários, ainda são insuficientes para apoiar uma inflação durável e autossuficiente em direção ao nosso objetivo de médio prazo”, explicou Mario Draghi na audição trimestral do Parlamento Europeu. Ou seja, a economia tem recuperado mas os preços dos bens não têm acompanhado essa recuperação.

Draghi disse ainda que o risco externo diminuiu, principalmente porque a economia está a crescer graças ao consumo doméstico e ao investimento.

A próxima reunião do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu está marcada para 8 de junho. Nesse encontro, Draghi espera ter informação “mais completa” para formular um julgamento sobre a distribuição de risco à volta das previsões para o crescimento económico e inflação.

Draghi: Portugal fez progressos significativos mas deve enfrentar problema do crédito malparado

O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, afirmou ainda que Portugal alcançou “progressos significativos” em “todas as frentes”, mas advertiu para o problema do crédito malparado, que “deve ser enfrentado”. “Foram alcançados, de facto, progressos significativos em Portugal, em todas as frentes. Esse é o primeiro ponto que devemos ter em mente. O segundo é que, no entanto, persistem vulnerabilidades significativas, em especial no setor bancário, onde ainda temos um número elevado de crédito malparado, como [acontece] em outros outros países, sobretudo da periferia, e estas vulnerabilidades devem ser enfrentadas”, afirmou.

Mario Draghi, que respondia a uma questão do eurodeputado português Pedro Silva Pereira, do PS, durante uma audição perante a comissão parlamentar de Assuntos Económicos, defendeu que “estas vulnerabilidades têm que ser enfrentadas antes de mais para o seu próprio bem [dos bancos], para a estabilidade do sistema bancário, mas também para explorar ao máximo a capacidade dos bancos portugueses de apoiarem e financiarem a economia real”.

O presidente do BCE reforçou que as vulnerabilidades resultantes do crédito malparado constituem “um entrave” à capacidade dos bancos conseguirem financiar empresas e famílias.

(Atualizado às 17h40 com Lusa)

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Bolsa resiste ao ex-dividendo da REN

REN caiu mais de 5% com destaque do dividendo. Ainda assim, Lisboa manteve-se na linha de água com um trio de destaques: Nos, Navigator e Sonae. Europa fecha sem tendência.

A bolsa nacional conseguiu manter-se na linha de água, apesar do afundanço da REN que negociou a partir desta sessão sem direito ao dividendo. Num dia misto na Europa e com baixa liquidez por causa do Memorial Day que deixou as praças norte-americanas encerradas esta segunda-feira, a resistência lisboeta foi promovida sobretudo pelos ganhos da Nos, Navigator e Sonae.

O PSI-20, o principal índice português, encerrou o dia como começou. Registou uma variação nula que manteve a praça nos 5.226,48 pontos. Isto apesar de a REN ter caído 5,53% para 2,82 euros, no dia em que se procedeu ao destaque do dividendo de 0,17 euros que a gestora da rede elétrica nacional vai pagar na quarta-feira.

Mas houve notas positivas, casos da Nos, Navigator e Sonae, que viram os seus títulos subir mais de 1%, o que permitiu contrariar as quedas entre os pesos pesados nacionais, EDP, EDP Renováveis, Galp e Jerónimo Martins.

Fora do índice de referência nacional, as ações da Cimpor brilharam depois da proposta da InterCement, empresa que pertence ao grupo Camargo Corrêa, de avançar com a retirada dos títulos da bolsa de Lisboa. Os títulos da cimenteira ganharam 18,97% para 0,37 euros.

No plano internacional, várias bolsas mundiais estiveram encerradas esta segunda-feira, “numa sessão marcada por uma atividade e volume mais reduzidos”, notaram os analistas do BPI no Comentário de Fecho. Não se negociou nas praças de Londres, Nova Iorque e Shanghai.

Neste cenário, se o DAX-30 alemão ganhou 0,21%, sendo a única praça em zona de ganhos, as restantes bolsas do Velho Continente que abriram portas esta segunda-feira fecharam-nas em baixa ligeira, como o CAC-40 de Paris e o IBEX-35 de Madrid, que perderam 0,08% 0,19%, respetivamente.

(Notícia atualizada às 16h59)

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Lucro da Águas de Portugal cai mais de 50% em 2016

  • Lusa
  • 29 Maio 2017

Lucro da empresa caiu em 2016 para menos de metade do ano anterior, somando 70,8 milhões de euros. Volume de negócios aumentou 5% para 609,9 milhões.

Em comunicado, a AdP aponta a “alienação do negócio dos resíduos em 2015” e a “necessidade de constituição em 2016 de provisões para riscos de atividade” como “as principais justificações” para a diminuição do resultado líquido no ano passado face a 2015, exercício no qual tinha registado um resultado extraordinário de 166 milhões de euros.

Segundo o relatório e contas da empresa, aprovado esta segunda-feira em assembleia-geral de acionistas, no ano passado a AdP diminuiu o endividamento líquido em cerca de 100 milhões de euros, para 2.044 milhões de euros, e aumentou em 7% o ‘cash-flow’ operacional, para 306,3 milhões de euros.

Em 2016 a Águas de Portugal registou ainda uma diminuição do défice tarifário para 36,2 milhões de euros, menos de metade do de 2015, e uma redução em 13% da dívida dos clientes, tendo o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) ajustado somado 306,3 milhões de euros.

“Em 2016 foram dados passos decisivos para desenvolver e estabilizar a organização regional e empresarial do grupo AdP e em simultâneo foram alcançados resultados significativos. A redução do endividamento financeiro em 100 milhões de euros e o aumento do ‘cash-flow’ operacional consolidam a nossa sustentabilidade económica e financeira”, destaca o presidente do Conselho de Administração, João Nuno Mendes, citado no comunicado.

A AdP é uma sociedade anónima de capitais públicos gestora de participações sociais que, através das suas subsidiárias, tem como principal atividade a gestão do ciclo urbano da água, operando vários sistemas de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais.

Constituído em 1993, o grupo AdP presta serviços aos municípios, que são simultaneamente acionistas das empresas gestoras dos sistemas multimunicipais (sistemas em ‘alta’), e servindo diretamente as populações através de sistemas municipais (sistemas em ‘baixa’) de abastecimento de água e de saneamento.

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O que propõem os partidos para o alojamento local?

Depois do PS, será a vez de os outros partidos avançarem com propostas para apertar a regulação do alojamento local. Bloco quer quotas, CDS quer distinguir particulares e profissionais.

Desde que Adolfo Mesquita Nunes desenhou, em 2014, o diploma que passou a prever a existência do alojamento local, que a questão se levantou: que limites devem impor-se para esta forma de estabelecimento turístico? O tema voltou agora para cima da mesa, depois de o Partido Socialista (PS) ter apresentado uma proposta para que os proprietários que queiram destinar as suas casas a arrendamento de curta duração sejam obrigados a obter aprovação do condomínio. Agora, todos os partidos vão avançar com as suas próprias propostas para este assunto. Com o PS, poucos concordam. Propostas alternativas e concretas, só do Bloco de Esquerda e do CDS-PP.

PS quer condóminos a autorizarem alojamento local

Na proposta entregue à Assembleia da República, o PS reconhece que o alojamento local “trouxe diversos benefícios ao nível do crescimento do turismo, da reabilitação dos edifícios, do emprego, entre outros”, mas sublinha que “essa atividade é também potencialmente causadora de conflitos e transtornos diversos aos condóminos que residam em prédio urbano onde aquela se desenvolva”. Por isso, os socialistas querem que, do “rol de documentos necessários ao registo de estabelecimento de alojamento local”, passe a constar também “a cópia da deliberação da assembleia geral de condóminos que autorize o titular da exploração do estabelecimento a exercer a respetiva atividade”.

A proposta do PS foi recebida com estrondo, mas tem pouco de nova — ou mesmo de original. Na verdade, o PS só está a adotar uma ideia que a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) já propôs ao Governo de Passos Coelho, ainda em 2014, quando o diploma que agora regula o alojamento local estava prestes a ser aprovado em Conselho de Ministros. Já no final do ano passado, a maior associação de hotelaria do país voltou a apresentar a proposta ao público, juntamente com um estudo sobre o fenómeno do alojamento local, que encomendou às faculdades de Direito e de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

Independentemente da validade da proposta — que também é defendida por associações como a Morar em Lisboa ou a Associação dos Inquilinos Lisbonenses –, importa não ignorar o conflito de interesses que surge quando a primeira entidade a apresentar esta proposta é a associação que representa grande parte da concorrência do alojamento local. Isso mesmo notou a Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), que acusou a AHP de querer uma “quase aniquilação da concorrência.

Para além de ser contestada pelos restantes partidos, a proposta do PS também não recebe apoio dentro do próprio Governo. Na edição deste sábado, o Expresso (acesso pago) deu conta de que a proposta foi desenhada sem consultar a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho. Assim, e ainda que a Secretaria de Estado esteja a rever as regras do alojamento local, contando fazer ajustes à lei até ao final deste ano, esta proposta do PS deverá chumbar no Parlamento.

Bloco propõe quotas para limitar alojamento local

O Bloco manifestou-se imediatamente contra a proposta do PS, por considerá-la “insuficiente”. Em declarações aos jornalistas, no final da semana passada, Catarina Martins explicou porquê:

“O alojamento local não é um problema só de pequenas frações, que um condomínio pode travar. Há grandes proprietários que compraram prédios inteiros e que estão a expulsar de bairros inteiros a população que lá vivia”. Ora, se um prédio inteiro é detido por um só proprietário, as probabilidades de esse mesmo proprietário obter autorização para explorar alojamentos locais nos apartamentos que detém são, no mínimo, elevadas.

Os bloquistas querem, por isso, “uma medida que seja mais efetiva e não tão simbólica”. A medida efetiva é a implementação de quotas de habitação. “Em determinados bairros, não pode haver mais de x frações dedicadas ao alojamento local, para termos a certeza de que há outros tipos de alojamento também”, explica Catarina Martins. O Bloco propõe ainda que sejam definidos níveis máximos de densidade de alojamento local, sobretudo em áreas de maior pressão turística.

Esta é, atualmente, a distribuição de alojamentos locais no concelho de Lisboa registados na plataforma Airbnb (incluindo casas inteiras, quartos privados e quartos partilhados), segundo os dados do AirDNA:

Distribuição de alojamentos locais em Lisboa, registados na plataforma Airbnb. Fonte: AirDNAAirDNA

O deputado bloquista Pedro Soares aponta ainda, em declarações ao Jornal de Negócios, que a proposta do PS “fica aquém do que tinha ficado decidido no grupo de trabalho”. No relatório apresentado em julho, o grupo de trabalho para Políticas de Habitação, Crédito Imobiliário e Tributação do Património Imobiliário, constituído por membros do Governo, do PS e do Bloco, propunha uma estratégia assente em três pilares para regular o alojamento local:

  1. Moderação: aproximação das condições fiscais aplicáveis ao alojamento local e ao arrendamento de longa duração, bem como o alargamento da base de receitas para o fundo municipal de sustentabilidade ambiental e urbanística.
  2. Compensação: agravamento do valor do condomínio a ser pago pelos proprietários que destinam as suas frações ao alojamento local;
  3. Diversificação: obrigação dos proprietários com vários alojamentos locais a disponibilizarem, complementarmente, alojamento em arrendamento de longa duração na mesma área urbana, em proporção a definir.

PCP pede “equilíbrio” entre arrendamento a turistas e a residentes

Do lado do PCP, a proposta do PS é vista com bons olhos. Os comunistas consideram que esta é “justa”, mas pedem mais. À Lusa, a deputada Paula Santos diz que o PCP quer assegurar o acesso à habitação e a preservação das características dos bairros históricos. O PCP defende “uma intervenção que modere e que garanta a compatibilização e o equilíbrio” entre o alojamento local e o arrendamento tradicional”, mas não refere propostas concretas para que este equilíbrio seja conseguido.

PSD quer ir “mais longe”, mas não diz onde

O PSD também não apresenta, para já, propostas concretas para a regulação do alojamento local. Os sociais-democratas consideram que a proposta do PS é uma solução “meramente parcial” para o problema e vão, por isso, apresentar “uma solução que vá mais longe, vertida em um ou vários projetos”, adianta à Lusa a deputada Emília Santos, que diz ainda que o alojamento local “precisa de uma estratégia de orientação e não de ser expulso”.

O PSD defende, como o PCP, “uma lógica de equilíbrio” entre a promoção da atividade económica do alojamento local e o arrendamento tradicional. Uma das propostas passará pelo lado fiscal, mas o PSD ainda não revela qual a estratégia. No programa eleitoral para a Câmara Municipal de Lisboa, a que a o jornal i teve acesso, o PSD refere apenas que quer regular “pela positiva” o alojamento local.

CDS propõe distinguir particulares e profissionais do alojamento local

Também para o CDS, a proposta dos socialistas “não é o caminho certo”, já que pode gerar “situações de extrema injustiça”. Irá apresentar um projeto de lei para distinguir os particulares que arrendam quartos na habitação onde residem e os profissionais do setor do alojamento local.

“São questões completamente diferentes, que têm de ter um tratamento diferente”, diz à Lusa o deputado Álvaro Castelo Branco.

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TAP mantém viagens para a Venezuela mas não vende bilhetes naquele país

Fernando Pinto, presidente da TAP confirmou que a empresa cancelou a venda de bilhetes na Venezuela. Em causa, a retenção das receitas por parte do governo venezuelano. Mas voos mantêm-se.

A TAP suspendeu a venda de bilhetes de avião na Venezuela. A informação foi avançada pelo presidente da companhia durante uma conferência em que participou, em Lisboa, esta segunda-feira.

Fernando Pinto, citado pela Bloomberg, afirmou: “A TAP parou de vender bilhetes na Venezuela porque não recebia o dinheiro da venda”. Fonte oficial da TAP adiantou, em declarações ao ECO, que a transportadora aérea continua a voar para a Venezuela mas os bilhetes são vendidos fora do país.

“A TAP deixou de vender bilhetes na Venezuela mas continua a operar normalmente, mas as vendas têm de ser realizadas fora daquele mercado”, sublinhou.

Em causa está a retenção de receitas das companhias aéreas por parte do governo da Venezuela, não permitindo que este chegue às respetivas sedes. A mesma fonte sublinha que “a TAP é das poucas companhias aéreas a voar para a Venezuela”.

A transportadora nacional está a operar três voos semanais para Caracas. Devido à crise venezuelana, o tráfego da TAP terá caído cerca de 50% nos primeiros meses deste ano.

A TAP, que voa para a Venezuela desde o início dos anos 80, chegou a ter retidos naquele país mais de 100 milhões de euros.

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The Edge Group vende edifício lisboeta a fundo londrino por 29 milhões

O fundo Rockspring terá pago 29 milhões de euros à empresa de Pinto Basto por edifício na zona ribeirinha de Lisboa. O edifício D. Luís I alberga o novo escritório da Farfetch em Lisboa.

O fundo imobiliário Rockspring, de capitais europeus, adquiriu o edifício D. Luís I, situado na zona ribeirinha de Lisboa ao The Edge Group, de José Luís Pinto Basto. O edificio é o que alberga, entre outros, o novo escritório da Farfetch.

A operação, que tinha sido acordada em setembro de 2016, implicou um encaixe de 29 milhões de euros para a empresa portuguesa. Do negócio faz ainda parte um outro edifício situado na mesma zona. O edifício D. Luís I apresenta uma área de 10.729 metros quadrados e 146 lugares de estacionamento e tem como principais inquilinos a Farfetch, que este mês anunciou a abertura do seu novo escritório em Lisboa, e a multinacional Sitel.

Em comunicado, José Luís Pinto Basto, CEO do The Edge Group, adianta: “Esta parceria do The Edge Group com a Rockspring comprova a forte atratividade da zona ribeirinha de Lisboa para dar resposta à tendência de reabilitação urbana e à falta de espaços para instalar escritórios na cidade”.

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Comércio internacional de bens está quase ao nível pré-crise

Apesar das pressões protecionistas dos EUA e da saída do Reino Unido do mercado único europeu, o comércio internacional está a recuperar. O primeiro trimestre de 2017 foi de aceleração.

O comércio internacional de bens está quase a atingir os níveis registados antes da crise. Praticamente 10 anos depois, e mesmo com as possíveis pressões protecionistas de alguns países, as principais economias voltam a fazer trocas de bens como faziam na década passada. A conclusão está nas estatísticas sobre o comércio internacional de bens divulgadas esta segunda-feira, pela OCDE, onde a organização assinala uma aceleração no primeiro trimestre de 2017, depois de 2014, 2015 e 2016 terem sido anos de desaceleração.

A troca de bens entre os países do G20 reconquistou quase os seus níveis pré-crise, mas continua a estar cerca de 10% mais baixo que os picos alcançados entre 2011 e 2014“, explica a Organização para o Comércio e Desenvolvimento Económico. Este o quarto trimestre consecutivo de crescimento do comércio internacional de bens entre as 20 maiores economias mundiais. Além disso, este é o maior crescimento desde o segundo trimestre de 2011. As exportações aumentaram 3% e as importações 4%.

Entre os países do G20, apenas França viu as suas exportações de bens diminuírem 2,4% no primeiro trimestre de 2017, altura em que o país esteve em stand by à porta de eleições presidenciais. As restantes grandes economias mundiais viram as suas exportações de bens crescer com a Austrália a registar o maior aumento (7,2%). Seguiu-se a Coreia do Sul (5,7%), o Reino Unido (3,3%), Canadá (2,9%), os Estados Unidos (2,7%) e o Japão (2,5%). Entre os países do G20 da Zona Euro esse crescimento foi mais tímido com a Alemanha a liderar com um aumento de 1,3%.

Do lado dos produtos que chegam aos países, o destaque vai para a China, país onde as importações de bens aumentaram 9,6%, levando o excedente comercial de bens chinês para o menor valor desde o segundo trimestre de 2014. Além da China, destacaram-se as importações para a Coreia do Sul (8,2%).

Nas economias emergentes, a economia brasileira — que esteve em recessão mas espera-se que recupere no primeiro trimestre de 2017 — exportou mais de 20% de bens face ao primeiro trimestre de 2016. Essa aceleração verificou-se também na Rússia (13%) e em menor escala na Indonésia. Da mesma forma, o Brasil registou um aumentou significativo de importações de bens (9,1%), assim como a Índia (6,5%).

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Como os locais: Dubai como destino

O estado dos Emirados Árabes Unidos é um hub de voos e de culturas. Os portugueses também marcam presença no país.

“Mas o que é que eu estou aqui a fazer?”, questionou Nuno Ribeiro, 34 anos, 10 anos antes, à chegada ao aeroporto do Dubai. O economista português mudava-se, nessa altura, de armas e bagagens para a cidade e emirado dos Emirados Árabes Unidos. A oportunidade de se mudar para o país surgia meses antes, em setembro de 2007, altura em que foi trabalhar para um promotor imobiliário espanhol, em Barcelona, que se preparava para abrir escritório no Dubai. “Em fevereiro de 2008 pedi que me transferissem. Na altura foi tudo sem pensar mas a verdade é que aceitaram e aí comeca esta história”, conta.

Nuno Ribeiro mudou-se para o Dubai em 2008.

“A forma como a cidade estava a crescer e como havia oportunidades era espetacular. Isso contrastava bastante com a realidade europeia”, recorda, como uma das características que mais o marcaram, à chegada. Outra foi a parte cosmopolita da cidade: “todas as religiões e culturas num só lugar”. “Era algo que eu nunca antes tinha visto e com a qual me identificava imenso”, assinala.

Desse primeiro dia, 13 de fevereiro de 2008, Nuno recorda essa sensação. Assim como Sara Beato, 28 anos, recorda outra. O calor.

Paisagem do Dubai, de praia e arranha-céus, foi uma das coisas que mais marcaram Nuno Ribeiro na chegada.Nuno Ribeiro/DR

Há cinco anos, Sara Beato decidiu mudar de vida. Licenciada em Comunicação e Jornalismo, mudou-se, aos 23 anos, para o Dubai. A oportunidade surgiu através de um amigo, que lhe falou no processo de recrutamento de uma companhia aérea. “A ideia de um dia morar fora nunca me tinha passado pela cabeça”, conta. “Só quando terminei as entrevistas no dia do recrutamento é que percebi que poderia ir viver para o Dubai. ‘No que me fui meter’, pensei!”

Viajar pelo mundo foi uma das razões que levaram a portuguesa a candidatar-se ao lugar de assistente de bordo e, nesse sentido, o Dubai funcionou como hub perfeito para a ambição. “Sim! 10 vezes sim! Hoje posso dizer que já estive em quase todos os continentes e viajei mais países que a maioria das pessoas, e repetidamente. Sabe bem e é uma vontade que não acaba”, confessa.

Sara Beato vive no Dubai há cinco anos. e, de lá, viaja para o mundo inteiro.D.R.

Dois anos depois, o Dubai passou a ser “casa”. E até o Ramadão se tornou “habitual”.

“O termo sentir em casa é algo muito difícil para mim de definir”, discorda a engenheira Maria Inês Maurício, 35, há três anos e meio no Dubai. “Nunca pensei num sítio em que queira ficar para sempre ou nunca pensei a longo prazo. Se definir em quanto tempo demorou para encontrar as minhas rotinas, os espaços de que gosto, as pessoas de que sei que um dia vou ter saudades, diria talvez um ano. O Dubai é como um aeroporto, as pessoas estão sempre a chegar e a partir, o que torna não tão fácil criar a chamada estabilidade nos termos em que geralmente se define. Não é um sitio em que as pessoas façam planos a longo prazo, vão ficando enquanto o mercado proporciona e enquanto se sentem bem e faz sentido. E depois em vez de dois anos passam quatro, depois seis…”

É a ver o tempo passar que a brand manager conta que, na altura da mudança, “estava muito focada em ir para o estrangeiro trabalhar”. “Queria continuar a ter experiência internacional, depois de ter estudado no Brasil e ter feito um estágio na Suécia. Vi a oportunidade e candidatei-me. Na altura não sabia que empresa era nem para onde era, mas a descrição satisfazia-me. Já tinha estado no Dubai a visitar um amigo e, na altura, lembro-me de pensar: ‘Acho que viveria aqui uns anos'”, conta. Em pouco tempo mudou-se. E percebeu que a “experiência de recomeçar” de que gostava podia renovar-se, todos os dias, noutro ponto do globo. “A zona de desconforto tem algum conforto para mim”, diz.

Desligados

É nessa história de recomeços — partilhada entre ela e o próprio Dubai — que Maria se revê. “Acho que o Dubai conta essa historia de começar tudo do zero, em praticamente duas décadas. Sim, o espírito do Dubai fez o click ideal, de que tudo é possível, de que tudo está a acontecer”, uma espécie de, como lhe disse uma amiga um dia, “uma Disneyland dos adultos onde parece estares sempre de férias, ainda que se trabalhe muito”.

“Admiro a capacidade que eles têm de aceitar a diferença e a forma “desligada” de como vivem com isso. As mulheres locais vestem-se de acordo com os seus princípios, tapadas. Mas, se eu estiver a jantar ao lado deles de vestido ou calções, não julgam nem comentam nada. Acho que pensam mais ‘ok, não me julgues porque eu também não te julgo’. Eles não se relacionam muito com os estrangeiros. São um povo muito de comunidade porque se entendem entre os hábitos deles. Estão numa fase crítica geracional: querem começar a criar os seus negócios e a ser empreendedores, estudam fora, e os estrangeiros trouxeram-lhes novas formas de ver o mundo”, analisa Maria Inês.

 

Seis programas a não perder

  • A vista do topo do burj khalifa
  • O pôr do sol no deserto
  • Wakeboard ao nascer do sol
  • Old Souq /Bur Dubai, onde tudo começou. Regresso às origens com choque cultural
  • Downtown/Marina, onde tudo é “uau” como nos posters
  • AL Quoz, nova zona virada para o urban style e empreendedores

 

 

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Kyaia entra no negócio dos chinelos ecológicos de Pedro Abrantes e da Amorim

  • Lusa
  • 29 Maio 2017

O grupo Kyaia entrou no capital da Ecochic, startup do designer Pedro Abrantes e da Amorim Cork Ventures que detém a marca "ASPORTUGUESAS", tida como a "primeira do mundo" em chinelos de cortiça.

O maior fabricante nacional de calçado, do empresário Fortunato Frederico, associa-se assim ao projeto desenvolvido na incubadora do líder mundial de cortiça, o que permitirá reforçar nos Estados Unidos e no Reino Unido a rede de distribuição dos chinelos lançados no mercado em 2016.

“ASPORTUGUESAS trazem consigo um novo conceito de flip-flops [chinelos de dedo], pelo que, perante a oportunidade de nos tornarmos sócios deste projeto, não hesitámos em avançar com a parceria”, explica Fortunato Frederico.

"ASPORTUGUESAS trazem consigo um novo conceito de flip-flops [chinelos de dedo], pelo que, perante a oportunidade de nos tornarmos sócios deste projeto, não hesitámos em avançar com a parceria.”

Fortunato Frederico

CEO do Grupo Kyaia

“Apesar de sermos uma empresa com uma longa atividade e know-how no negócio do calçado, com este acordo entraremos pela primeira vez no segmento dos flip-flops, com um produto que consideramos ter grande potencial”, realça o responsável do grupo que detém marcas como a Fly London e a Foreva, em cujas lojas os chinelos de cortiça passarão agora a estar disponíveis.

Pedro Abrantes, que está neste momento a apresentar a terceira coleção de ASPORTUGUESAS, encara a entrada do novo sócio como uma oportunidade de crescimento em termos de produção, logística e distribuição, sendo prioridade reforçar a presença nos mercados britânico e norte-americano, que são os principais destinos de exportação da Kyaia.

“Depois do apoio da Corticeira Amorim, cujas valências de investigação e desenvolvimento foram fundamentais para a maturidade do produto, o apoio da Kyaia acelerará agora o processo de crescimento internacional, que beneficiará da rede comercial deste parceiro”, defende o diretor-geral da Ecochic.

A ‘startup’ (empresa em início de atividade e com grande potencial de crescimento) Ecochic foi criada em junho de 2015 na sequência da primeira “call for projects” por iniciativa da Corticeira Amorim. Os flip-flops concebidos por Pedro Abrantes distinguiram-se por exibirem uma sola de peça única fabricada num compósito de cortiça que lhes garantia “maior elasticidade e compressibilidade” do que calçado idêntico em outros materiais.

Desde o lançamento em março de 2016, esses chinelos chegaram a diferentes mercados estrangeiros, “principalmente no Médio Oriente, mas também nos Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido”.

Sem revelar o volume de negócios no primeiro ano de vendas, o responsável diz que essas “praticamente se limitaram a ‘e-commerce’ [comércio eletrónico] e ao website da marca”, mas garante que “foram vendidos milhares de flip-flops”.

Pedro Abrantes realça que até aqui os seus esforços estiveram concentrados no desenvolvimento do produto e na resposta eficiente às encomendas. “Mas com a entrada da Kyaia, muda-se radicalmente o perfil do negócio: ASPORTUGUESAS deixarão de ter como principal canal de venda o e-commerce e, mais importante do que isso, beneficiarão da forte rede comercial do grupo, pelo que se espera um crescimento nas vendas muito significativo, especialmente fora de Portugal”, conclui.

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Estradas agravam custos com PPP. Foram 1.703 milhões em 2016

Os custos com as Parcerias Público-Privadas (PPP) aumentaram 12%, principalmente devido ao setor rodoviário. No total, o Estado pagou 1,7 mil milhões de euros no ano passado com PPP.

Os encargos com as Parcerias Público-Privadas do setor rodoviário não abrandaram em 2016. 71% dos valores globais de encargos líquidos do Estado, no ano passado, com PPP tinham como destino esse setor. E foram também as estradas que fizeram aumentar o volume dos custos anuais. Contudo, a análise feita pela Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) revela que o ano de 2016 já tinha sido identificado como um período de pico dos encargos com as PPP rodoviárias. Ao todo foram 171,1 milhões de euros a mais.

Nem a redução “significativa” dos custos com a conclusão da construção do Túnel do Marão e o início de cobrança de taxas de portagem foram suficientes para compensar o aumento dos encargos com as PPP rodoviárias. No relatório anual da UTAP, publicado na semana passada, refere que o setor rodoviário foi “o principal responsável pelo aumento verificado ao nível dos encargos líquidos totais com as PPP, quando comparados os valores de 2016 com os do ano anterior”.

As 21 PPP rodoviárias representam 93% do investimento acumulado e 71% dos encargos globais líquidos. A despesa com estas PPP fixou-se nos 1.211,3 milhões de euros, mais 16% do que em 2015. Este aumento da despesa em 171,1 milhões de euros com as PPP do setor rodoviário deram o principal contributo para que os encargos totais das PPP aumentassem 12% face a 2015.

Ao todo, o setor público teve encargos de 1,7 mil milhões de euros, o que se traduziu num desvio de 1% face ao que estava orçamentado no Relatório do Orçamento do Estado para 2016, onde o Governo previa uma descida da fatura com as PPP. “O desvio face ao valor orçamentado ficou a dever-se, por um lado, ao setor da saúde, que registou um volume de produção hospitalar superior ao previsto, justificando-se, por esta via, um também maior montante de encargos associados à gestão clínica”, justifica a UTAP.

Relativamente ao setor da saúde, “as respetivas parcerias representaram 442,1 milhões de euros de encargos anuais para o setor público, correspondendo a um acréscimo de 3% comparativamente com o período homólogo anterior”, revela ainda o relatório da UTAP, tal como já tinha sinalizado uma análise da UTAO no final do ano passado.

Ao todo existem 32 parcerias público-privadas dos setores rodoviário (21), ferroviário (2), saúde (8) e segurança (1).

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