Metro vai ter novas estações até 2022. Não se sabe quais

  • ECO
  • 5 Maio 2017

Seriam quatro as novas estações do metro de Lisboa - Estrela, Santos, Campolide e Amoreiras -, mas o Ministério voltou atrás e não detalha quais, nem revela valores de investimento.

Após ter comunicado que a rede do Metropolitano de Lisboa iria ter mais quatro estações até 2022, o Ministério do Ambiente voltou atrás e retificou a informação, não detalhando agora quantas e quais vão ser as novas estações, nem os valores do investimento.

No primeiro comunicado à imprensa, o Ministério revelava que as quatro novas estações seriam Estrela, Santos, Campolide e Amoreiras, totalizando-se num investimento de 684 milhões de euros. Estaria também prevista a construção de uma ligação pedonal subterrânea entre a futura estação das Amoreiras e o bairro de Campo de Ourique.

Ao ECO, o gabinete de imprensa do ministério justificou a retificação da informação com a “falta de consolidação” da mesma. Assim, os detalhes da expansão da rede só serão conhecidos na próxima segunda-feira, na sessão de apresentação do plano de desenvolvimento operacional da rede, na Estação de São Sebastião II.

Confirmada pelo ministério está a ampliação do cais da estação de Arroios, cujo tamanho impede a circulação de comboios de seis carruagens na linha verde, e a reabilitação de instalações, nomeadamente as escadas mecânicas da estação Baixa-Chiado. Estas obras serão feitas ainda este ano.

(Notícia atualizada às 17h00 com a retificação do comunicado)

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Marcelo: “Sempre que alguém usou o Presidente como arma de arremesso, não ficou bem”

Marcelo reagiu à entrevista de Maria Luís Albuquerque, dizendo que "sempre que alguém utilizou o Presidente como arma de arremesso, não ficou bem". Alertas ao PSD, aos quais nem Passos Coelho escapou.

“Sempre que alguém utilizou o Presidente como arma de arremesso, não ficou bem. Saiu-se mal.” É assim que Marcelo Rebelo de Sousa reage às declarações de Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças, que disse numa entrevista que, em matéria de sustentabilidade das contas públicas, “o Presidente da República não é uma entidade independente e técnica”.

Palavras que não caíram bem junto de Marcelo Rebelo de Sousa. Em declarações aos jornalistas, em Valpaços, disse esta tarde que a função do Presidente da República é “pensar nos portugueses”. “Há meses também houve dirigentes do PSD, do PCP e da CGTP que criticaram o Presidente. É assim. Num ano eleitoral, faz parte do jogo partidário o querer partidarizar ou envolver na luta de parceiros o Presidente”.

O antigo comentador esclareceu que “foi eleito para estar acima disso”. “Compreende-se estas lutas. Fazem parte da vida. Os partidos têm de lutar pela vida, os candidatos têm de lutar pela vida, as confederações têm de lutar pela vida. Mas o Presidente está fora desse tipo de luta. Não quer dar razão ao partido A, B ou C, nem quer dar razão à confederação A, B ou C”, acrescentou.

Indireta para o PSD: “Sou daqueles que ficam felizes com aquilo que é bom para o país”

Questionado se espera que Portugal saia do Procedimento por Défices Excessivos (PDE), o Presidente da República acabou por lançar mais algumas indiretas ao PSD. “Espero que sim, mas ninguém tem a certeza”, disse, depois de o primeiro-ministro ter dito na noite de quinta-feira que Portugal deve sair do PDE antes do verão.

E acrescentou: “Se vier [a sair], é uma grande alegria. Sou daqueles que ficam felizes com aquilo que é bom para o país. Acho que todos os portugueses devem ficar felizes se o país sair do PDE — não era líquido há um ano. Gente muito qualificada e muito inteligente disse que era matematicamente impossível. E foi possível chegar a este défice“, referiu, numa clara alusão às posições tomadas pelo anterior primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, agora líder da oposição.

“Se há saída [do PDE], o Presidente é o primeiro a ficar feliz. É uma satisfação patriótica. E acho que os portugueses devem ficar felizes, pois é puxar o país para cima”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

Venezuela não pode servir para “aproveitamento político”

Por fim, Marcelo Rebelo de Sousa foi confrontado com o alegado silêncio perante a situação de grandes tensões políticas, económicas e sociais na Venezuela. Respondeu: “Toda a gente percebe que, nesta altura, as autoridades portuguesas estão a fazer o que podem e o que não podem para ajudar os portugueses [na Venezuela].”

No entanto, “uma coisa é fazer isso e outra coisa é andar nos jornais a dizer o que se faz”. E acrescentou também: “Há duas maneiras de fazer política: uma é apregoar que se vai fazer qualquer coisa e depois não se fazer. Outra é fazer sem andar a apregoar.” Para o Presidente, “deve-se agir criando formas de apoio, formas de acompanhamento. Mas isso é uma coisa. Outra é estar a usar isso para aproveitamento político público”.

Marcelo Rebelo de Sousa foi ainda questionado acerca do último debate das eleições presidenciais francesas, cuja última volta se disputa este domingo entre Marine Le Pen e Emmanuel Macron. Contudo, recusou-se a comentar quem ganhou ou perdeu o debate francês, argumentando que “o Presidente da República vai ter de se dar bem com o vencedor dessas eleições, pois é um país amigo e irmão no sentido em que lá estão muitos portugueses”.

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Há mais emprego nos EUA e Wall Street avança

Economia norte-americana acelerou no número de postos de trabalho criados em março e os investidores gostam dos números. Só a IBM mancha o dia depois de Buffet ter vendido na tecnológica.

A economia norte-americana continua a dar bem conta de si. Em abril foram criados mais 211 mil postos de trabalho, revelou esta sexta-feira o Departamento do Trabalho norte-americano, numa aceleração no mercado de trabalho que aumenta as probabilidades de uma subida das taxas de juro da Reserva Federal norte-americana no próximo mês.

O arranque positivo da sessão em Nova Iorque surge condicionado pela IBM. As ações da tecnológica tombam mais de 3% depois de Warren Buffet ter vendido um terço da sua posição na companhia.

Ainda assim, as notícias na frente macroeconómica ganham mais peso. O crescimento do emprego ficou acima da média mensal de 185 mil postos de trabalho deste ano e surge depois do “flop” de março, em que foram adicionados apelas 79 mil empregos à economia.

“O mercado vai gostar deste número porque havia algum receio de que a economia estaria a abrandar um pouco”, referiu Michael Arone, estratego da State Street Global Advisors, citado pela Reuters. A Fed não estava “a dar muito crédito a alguns números relativos ao abrandamento económico no primeiro trimestre e isto veio confirmar essa visão”, acrescentou.

Neste cenário, tanto o índice de referência mundial S&P 500 como o tecnológico Nasdaq somam 0,22% e 0,27%, respetivamente. Já o industrial Dow Jones arrancou o dia com uma perda de 0,03%.

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Fisco prolonga oficialmente benefícios fiscais temporários por mais um ano

  • Lusa
  • 5 Maio 2017

Em causa estão, por exemplo, os benefícios fiscais relativos a fundos de pensões, contribuições das entidades patronais, criação de emprego e poupança.

O Fisco esclareceu hoje que os benefícios fiscais cuja validade não foi expressamente prolongada no Orçamento do Estado deste ano, como os da criação de emprego e da poupança por exemplo, estão em vigor “durante o ano de 2017”.

Numa circular hoje publicada, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) vem clarificar uma dúvida que tinha ficado pendente desde a discussão do OE2017, uma vez que a lei orçamental prorrogou por um ano alguns benefícios fiscais que caducariam em 01 de janeiro de 2017, mas foi omissa relativa a outros, nomeadamente os que constam das partes II e III do Estado dos Benefícios Fiscais (EBF).

Em causa estão, entre outros benefícios fiscais, os relativos a fundos de pensões, às contribuições das entidades patronais para regimes de segurança social, à criação de emprego e aos incentivos à poupança.

Também os benefícios fiscais da Zona Franca da Madeira, da remuneração do capital social, da reabilitação de prédios urbanos, da propriedade intelectual e do mecenato cultural foram agora oficialmente prorrogados até ao final deste ano.

Os benefícios fiscais temporários caducam automaticamente após cinco anos da sua atribuição, a menos que a sua aplicação seja expressamente prolongada.

O OE2017 prorrogou alguns destes benefícios mas outros ficaram de fora, uma situação que levantou dúvidas sobre se se poderiam aplicar ou não.

Em março, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, tinha já assinado um despacho dando a indicação de que aquelas normas do EBF não devem ser consideradas caducadas, o que foi agora formalmente confirmado por esta circular da AT.

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Portugal volta a emitir dívida a dez anos

Portugal volta aos mercados de dívida de longo prazo na próxima semana. É um leilão duplo a cinco e dez anos no qual pretende obter 1.250 milhões de euros. Será o primeiro leilão do ano a dez anos.

Depois de vários leilões de obrigações do Tesouro a prazos “estranhos”, Portugal volta a financiar-se nos mercados através de títulos com prazos de cinco e dez anos. Com este duplo leilão, a realizar-se na próxima semana, após as eleições em França, o IGCP pretende obter um financiamento até 1.250 milhões de euros.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) revela, em comunicado, que “vai realizar no próximo dia 10 de maio pelas 10h30 horas dois leilões das OT com maturidade em 17 de outubro de 2022 e 14 de abril de 2027, com um montante indicativo global entre 1.000 e 1.250 milhões de euros”.

Será o primeiro leilão de obrigações do Tesouro a dez anos deste ano. O IGCP tinha emitido dívida com esta maturidade este ano, mas através de um sindicato bancário. Nessa operação, a taxa disparou: o país acabou por pagar um juro de 4,227%. Desde então, nas emissões de longo prazo o IGCP tem optado por prazos menos longos.

O Tesouro português já emitiu dívida a três anos, a sete anos e a nove anos desde o arranque deste ano, isto num contexto de agravamento dos juros da dívida nacional. Na última emissão, o IGCP foi ao mercado por via de um leilão de obrigações com o prazo a oito anos. Agora, volta a emitir a dez anos, numa altura em que os juros estão em níveis de novembro. A taxa a dez anos está a negociar nos 3,45%.

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Igualdade no mercado de trabalho: Conheça as medidas do Governo

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 5 Maio 2017

Alargar a licença obrigatória do pai ou instituir um plano corretivo para empresas com disparidades salariais são algumas das medidas preconizadas.

O Governo já apresentou aos parceiros sociais as suas propostas no âmbito da Agenda para a Igualdade no Mercado de Trabalho e nas Empresas e aguarda agora os contributos de patrões e sindicatos.

Além do alargamento da licença obrigatória a gozar pelo pai, também há medidas relacionadas com paridade nos cargos de decisão ou disparidades salariais. Veja aqui as propostas:

  • Licença do pai. A licença que o pai tem de tirar obrigatoriamente por altura do nascimento do filho vai ser alargada. Atualmente, o pai tem direito a uma licença obrigatória de cinco dias úteis assim que nasce a criança, a que acrescem depois mais dez dias, a gozar no prazo de um mês. Estes dez dias úteis serão estendidos para 15 e podem ser gozados no período de licença inicial da mãe, ou seja, não estarão limitados aos primeiros 30 dias do nascimento. Por outro lado, o gozo facultativo da licença do pai cai de dez dias úteis para cinco. Ou seja, a licença obrigatória vai ser alargada de 15 para 20 dias úteis e a facultativa cai de dez para cinco dias úteis.
  • Internamento do bebé. A licença parental inicial deixa de ser suspensa quando o bebé é internado após nascimento, o que pode acontecer por motivo de prematuridade ou complicações de saúde. A licença continuará assim a ser paga durante o internamento, por um período máximo de 30 dias. Atualmente, o subsídio pode ser suspenso através de comunicação do interessado, podendo a Segurança Social atribuir o subsídio de assistência a filho, de valor menor.
  • Transparência salarial. O Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho deve disponibilizar, no primeiro semestre de 2018, um “barómetro da desigualdade salarial entre mulheres e homens”, de âmbito nacional e setorial. E no primeiro semestre de 2019, deve avançar com um “balanço da desigualdade salarial entre mulheres e homens por empresa”, que permitirá perceber em que ponto se encontram as empresas face à média do seu setor e à média nacional. “Este instrumento permite sinalizar, ainda, à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) as empresas que, no âmbito desta matéria, necessitem de um acompanhamento regular”, indica o documento distribuído aos parceiros sociais. Ambas as medidas serão disponibilizadas regularmente.
  • Plano corretivo. A ACT vai notificar as empresas com disparidades salariais entre homens e mulheres para que definam “um plano corretivo”, “sob pena de aplicação de contraordenação”. Este plano dura três anos e, no final, deve haver progressos. A medida será faseada: nos primeiros dois anos abrange empresas com mais de 250 pessoas, sendo depois alargada a empresas com mais de 100 pessoas. Neste âmbito, a ACT verá as suas competências reforçadas.
  • Relatório Único. A regulamentação do Código do Trabalho passa a prever que o empregador “deve disponibilizar” aos trabalhadores informação relativa ao Relatório Único, reforçando a imperatividade da medida face à redação atual.
  • CITE ganha nova competência. A Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) vai passar a emitir pareceres sobre “uma eventual discriminação salarial em razão do sexo, mediante pedido apresentado pelo trabalhador ou pelo seu representante sindical”. E as empresas devem fornecer à CITE a informação solicitada sobre o sistema remuneratório e outra considerada adequada para fundamentar o parecer. Se a CITE der parecer favorável à queixa ou se não conseguir emitir parecer por ausência de resposta da empresa, esta terá novo prazo (eventualmente 90 dias) para regularizar a situação. A empresa contará depois com uma visita inspetiva da ACT.
  • Ónus da prova. As empresas têm de provar hoje que a diferença remuneratória dos seus trabalhadores não se deve ao sexo, sempre que o trabalhador alegue uma situação de discriminação. O Governo quer densificar o conteúdo da prova. O objetivo é que fique provado “que a diferença de tratamento não assenta em qualquer fator de discriminação”, o que significa que “o empregador fica obrigado a demonstrar qual o sistema de remunerações assente em critérios objetivos que utilizou para definir os salários, nomeadamente no que respeita ao salário de quem alega estar a ser discriminado e ao salário daquele face a quem, comparativamente, o primeiro se sente em situação de discriminação”.
  • Lista de empresas. Será divulgada a lista das empresas mais bem “posicionadas no balanço da desigualdade salarial de género e definição de medidas positivas a aplicar-lhes”, diz o documento do Governo, apontando para, por exemplo, “a definição de uma majoração no acesso às medidas ativas de emprego ou acesso a fundos públicos”.
  • Ações informativas. A CITE e a ACT vão realizar ações informativas, com o envolvimento dos parceiros sociais, sobretudo nos setores de atividade com maior desigualdade salarial. O trabalho estende-se às escolas.
  • Negociação coletiva. A desigualdade salarial será abordada na agenda da negociação coletiva. “Desde logo, considera-se pertinente definir, num
    contexto de diálogo social, mecanismos que impulsionem os diversos setores de atividade, em particular os que evidenciem maior disparidade salarial, de acordo com os dados do barómetro, a implementar um processo de avaliação dos postos de trabalho, de forma a alcançar uma efetiva igualdade salarial entre homens e mulheres”.

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Juncker shall say this only once. “O inglês está a perder importância na Europa”

  • ECO
  • 5 Maio 2017

O presidente da Comissão Europeia acredita que, depois do Brexit, o francês vai ser mais utilizado nos eventos europeus do que o inglês.

Jean-Claude Juncker continua a criar tensão na relação com o Reino Unido. Depois de ter sido acusado por Theresa May de ter divulgado detalhes confidenciais da discussão do Brexit, com o objetivo de sabotar as próximas eleições legislativas britânicas, o presidente da Comissão Europeia vem agora questionar a importância da língua inglesa, numa alusão à saída do Reino Unido da União Europeia.

“Estou a hesitar entre o inglês e o francês. Mas fiz a minha escolha. Vou expressar-me em francês porque, lenta mas certamente, o inglês está a perder importância na Europa”. Juncker falava numa conferência em Florença sobre o estado da União Europeia, e arrancou aplausos quando fez a sua escolha. O presidente da Comissão Europeia justificou-se com as legislativas francesas: “Os franceses vão ter eleições no próximo domingo e quero que eles percebam o que estou a dizer sobre as nações”.

As declarações de Juncker surgem numa altura em que o Reino Unido está a negociar com as autoridades europeias a saída da União Europeia. Sobre esse assunto, o presidente da Comissão Europeia garante (em inglês) que o processo será transparente, mas deixa claro que são os britânicos que estão a “abandonar” a União Europeia.

“Não devíamos subestimar a importância da decisão tomada pelo povo britânico. Não é um evento pequeno. E, claro, vamos negociar com os nossos amigos britânicos com total transparência, mas não deve haver qualquer dúvida de que não é a União Europeia que está a abandonar o Reino Unido. É o contrário. Eles estão a abandonar a União Europeia. Essa é uma diferença que será sentida nos próximos anos”, sublinhou.

Recorde-se que o inglês, que tem substituído o francês como principal língua das instituições europeias, é língua oficial na Irlanda e em Malta, o que significa que continuará a ser usada nos eventos europeus após a saída do Reino Unido, em 2019.

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Prova dos 9. Os gestores do PSI-20 ganham muito?

Os presidentes das empresas do PSI-20 ganham, em média, 30 vezes mais do que o salário médio que pagam aos seus trabalhadores. É muito? O Presidente da República relançou o debate.

Fotomontagem de Raquel Sá Martins

A questão é levantada todos os anos por esta altura. Com a divulgação dos relatórios e contas das empresas cotadas em bolsa, são também divulgados os salários dos gestores dessas empresas e dos respetivos trabalhadores. Invariavelmente, a justa conclusão é a mesma: a discrepância salarial entre presidentes executivos e restantes trabalhadores é não só enorme, como crescente de ano para ano.

Os números já têm levado a algumas propostas por parte dos partidos. É o caso do PS, que no último Congresso Nacional propôs a introdução de um mecanismo de limitação proporcional de salários dentro de cada empresa, pública ou privada, assegurando que o salário mais elevado não exceda em mais de 20 vezes o salário mais baixo pago na mesma empresa. Também o Bloco de Esquerda defende a limitação dos leques salariais das empresas, impedindo a existência do que chama de “setores de privilégio ilimitado”. Em declarações ao jornal i, os bloquistas já prometeram “para breve” uma proposta que estabeleça um rácio que limite os vencimentos mais elevados, não tendo ainda definido de que forma esse rácio será aplicado.

Este ano, o próprio Presidente da República entrou na discussão, para dizer que há “uma tendência” para as multinacionais pagarem aos seus gestores salários “que chocam flagrantemente com os vencimentos dos trabalhadores”. E esse, defende, é “um problema” que tem de ser “seriamente” debatido. Tentaremos fazê-lo aqui.

Os factos

A discussão começou com a notícia do Dinheiro Vivo, publicada esta terça-feira, que dava conta de que os gestores do PSI-20 ganham até 100 vezes mais do que os seus trabalhadores. O jornal online referia-se a Pedro Soares dos Santos, que, no ano passado, ganhou 1,2 milhões de euros (1.269.000 euros, mais precisamente), o equivalente a 101 vezes mais do que o salário anual médio pago na Jerónimo Martins, que foi de 12.541 euros. Contudo, Pedro Soares dos Santos distancia-se, claramente, dos restantes gestores do principal índice acionista nacional.

Ao todo, os presidentes das 15 empresas do PSI-20 que já apresentaram os relatórios e contas (excluindo a Pharol, que, por ser apenas a gestora de uma participada, não tem quadro de trabalhadores e, por isso, não entra nesta análise) ganharam, em conjunto, mais de 13 milhões de euros. António Mexia, da EDP, foi o que ganhou mais, com 2,036 milhões de euros, o equivalente a 36,94 vezes mais do que o salário médio que os trabalhadores da EDP receberam. António Rios Amorim, da Corticeira Amorim, aparece em último, com um salário anual de 284.306 euros, nove vezes acima do salário médio praticado pela empresa.

Em média, entre remuneração fixa, remuneração variável e bónus, estes gestores auferiram 868.686 euros no ano passado. É o equivalente a 62.049 euros por mês (fazendo a conta a 14 meses) e a 3.290 euros por dia.

Do outro lado da moeda estão os trabalhadores destas empresas. No topo da tabela estão os trabalhadores da EDP Renováveis, que, em média, ganharam 86.795 euros no ano passado. No fundo, os da Ibersol, que ganharam uma média de 10.321 euros em 2016.

Feitas as contas, os trabalhadores das empresas do PSI-20 ganharam, em média, 34.362 euros no ano passado. São 2.454 euros por mês ou 130 euros por dia.

No mais desigual dos cenários, o da Jerónimo Martins, o presidente executivo ganhou 101 vezes mais do que o seu trabalhador médio. No cenário menos desigual, o da Altri, o CEO Paulo Fernandes ganhou 392 mil euros, o equivalente a 7,9 vezes mais do que o salário médio da sua empresa. No cenário global, os gestores do PSI-20 ganharam uma média de 29,88 vezes mais do que os seus trabalhadores.

O salário do CEO vs. o salário médio da empresa

O contexto empresarial

Os valores auferidos por estes gestores contrastam com a média nacional, mas não são escolhidos ao acaso. As cotadas contam com comissões de vencimentos, que decidem a política remuneratória praticada dentro da empresa. São estas comissões que definem os salários do presidente e restantes membros dos conselhos de administração e conselhos executivos, levando em consideração vários critérios.

Na banca, por exemplo, os salários dos gestores estão limitados por três regras essenciais, impostas pelo Banco de Portugal:

  1. A política de remuneração deve ser adequada e proporcional à dimensão, organização interna, natureza, âmbito e complexidade da atividade da instituição, à natureza e magnitude dos riscos assumidos ou a assumir e ao grau de centralização e delegação de poderes estabelecido na instituição;
  2. A política de remuneração deve ser transparente e acessível a todos os colaboradores, bem como a todos os membros dos órgãos de administração e fiscalização da instituição;
  3. As instituições devem planear e aplicar, de forma adequada, a sua política de remuneração e formalizar em documentos específicos os respetivos procedimentos e todos os outros elementos necessários à sua concretização, devendo estes documentos identificar, datar e justificar todas as alterações introduzidas.

Os administradores têm ainda direito a uma remuneração variável, além da fixa. No caso dos banqueiros, entre os critérios para a definição desta remuneração variável, contam-se:

  • O seu desempenho individual;
  • O crescimento da instituição;
  • A riqueza criada para os acionistas;
  • A proteção dos interesses dos clientes e investidores;
  • A sustentabilidade a longo prazo da instituição;
  • E a extensão dos riscos assumidos.

Cada empresa tem a sua própria política de remuneração, mas, regra geral, são esses os critérios tidos em conta para a remuneração variável. Os indicadores financeiros considerados são, normalmente, indicadores de rentabilidade, como o EBITDA (o lucro antes de juros, impostos, depreciação, e amortização) ou o TSR (total shareholder return, ou o retorno dado aos acionistas). Com algumas especificidades de cada setor: na banca, é o produto bancário que é tido em conta.

No caso das empresas cotadas no PSI-20, os salários dos seus presidentes equivalem, em média, a cerca de 1% do EBITDA da empresa. A Novabase é a que apresenta o rácio mais desproporcional: Luís Paulo Salvado, o presidente executivo, ganhou 722 mil euros no ano passado, o equivalente a 12,24% do EBITDA da empresa nesse ano, que ascendeu a 5,9 milhões de euros. Já António Mexia, que levou para casa o salário mais alto do PSI-20, apresenta um dos rácios mais baixos: os cerca de dois milhões que ganhou equivalem a 0,05% do EBITDA de 3,75 mil milhões que a EDP registou no ano passado.

A relação entre o salário do CEO e o EBITDA da empresa

Uma das políticas que tem sido seguida para evitar que os gestores sejam tentados a empolar resultados num determinado período de tempo, de forma a receberem um remuneração variável mais elevada, é a atribuição de prémios diferidos no tempo. Ou seja, para receber o prémio referente determinado ano, os resultados da empresa têm de se manter positivos durante um dado período, por exemplo, três anos após o ano a que se refere o prémio.

Por fim, as comissões de vencimentos consideram os salários praticados pela concorrência, para que o vencimento do CEO fique em linha com o que é praticado em cada setor. Esta é a palavra chave: setor. Não podem comparar-se, por exemplo, os salários auferidos por António Mexia ou por Pedro Soares dos Santos, que atuam em áreas totalmente distintas.

O que se pode apontar são, por exemplo, as diferenças entre a Jerónimo Martins e a Sonae, ambas do setor do retalho. Na primeira, o CEO ganha 101 vezes o que paga ao trabalhador médio; na segunda, o CEO ganha 37,81 vezes mais do que o salário médio praticado na sua empresa. Há que ressalvar, ainda assim, que a Jerónimo Martins opera cadeias de supermercados na Polónia e na Colômbia, dois países onde os salários médios são mais baixos do que em Portugal.

No fim, considera Pedro Rocha Matos, partner da Korn Ferry na área da gestão de recursos humanos, os números têm de ser encarados de forma relativa, e não absoluta. “Não podemos olhar para os números de forma absoluta, temos sempre de relativizar com a dimensão da empresa, mercado e comparabilidade com pares. A política de remunerações é um instrumento de motivação e retenção dos executivos e o reflexo da ambição dos acionistas e sucesso dos executivos e deve ser considerada numa lógica plurianual de mandato”, diz ao ECO.

O contexto internacional

Outro aspeto a ter em conta é que estas empresas, por norma, atuam fora de Portugal e têm grande parte do seu negócio no estrangeiro. Por isso, além da comparação com os salários pagos pela concorrência nacional, é feita a comparação com a concorrência internacional. E, aqui, os salários dos CEO portugueses ficam aquém daquela que é a prática internacional.

Considerando os principais índices bolsistas da Europa, a bolsa de Londres é a que apresenta maiores disparidades. Um estudo publicado pela organização The Equality Trust mostra que os presidentes executivos das empresas do índice FTSE 100 ganham 191 vezes mais do que os britânicos que ganham o salário médio praticado no país. Em média, estes CEO ganham 5,3 milhões de libras (mais de 6,2 milhões de euros) por ano e muito poucos ganham menos de um milhão de libras por ano.

Em Espanha e na Alemanha, as disparidades não são tão acentuadas, mas continuam a ser muito superiores às que se verificam em Portugal. Segundo os cálculos do El País, os gestores mais bem pagos do IBEX ganharam, em média, 86,59 vezes mais do que os seus trabalhadores. Já os executivos das maiores empresas alemãs ganharam 93 vezes mais do que pagaram, em média, aos seus trabalhadores.

Olhando para um índice bolsista de dimensões semelhantes à do PSI-20, o belga, as disparidades salariais aproximam-se daquelas que se verificam em Portugal. Em média, os CEO do BEL 20 ganharam uma média de 1,96 milhões de euros no ano passado, o equivalente a 40 vezes o salário médio praticado na Bélgica.

O facto de as diferenças serem mais acentuadas lá fora não significa, contudo, que não haja disparidade no mercado laboral português. Significa apenas que as cotadas portuguesas são menos desiguais, em termos salariais, do que as cotadas de outros países europeus.

Por outro lado, é preciso ter em conta não só a dimensão das economias em que estas empresas se inserem, como os índices em que estão cotadas. A economia britânica, por exemplo, vale 14 economias portuguesas. E, enquanto o PSI-20 tem uma capitalização bolsista de cerca de 58 mil milhões de euros, a capitalização bolsista do FTSE 100 ultrapassa os 2 biliões de euros.

O contexto nacional

Qualquer dos argumentos apresentados em cima poderá ser aceite, mas nenhum invalida que estas empresas, atuando ou não fora de Portugal, e estando ou não em concorrência com outras empresas, se inserem num contexto de salários dezenas de vezes mais baixos do que o destes CEO.

A primeira comparação a fazer é a que foi feita no início deste exercício. Em média, os gestores do PSI-20 ganharam 868.686 euros no passado. Os trabalhadores destas empresas, por seu lado, ganharam uma média 34.362 euros em 2016. Para se ter uma ideia desta disparidade, estes valores significam que um CEO do PSI-20 só teria de trabalhar 10,44 dias para ganhar aquilo que o seu trabalhador médio ganhou num ano inteiro.

Mas há vida para lá do PSI-20, e é ainda mais desigual. Neste trabalho, o ECO já explicou que o trabalhador médio português recebe, por ano, 21.156 euros, o que equivale a pouco mais de metade do vencimento anual médio da União Europeia: 33.774 euros. O vencimento anual médio anual em Portugal representa, assim, apenas 62,2% da média europeia, e Portugal está perto do fundo da tabela quando comparado com os parceiros europeus. Se não bastasse, os portugueses trabalham, em média, 42 horas semanais, sendo o quarto país da União Europeia que mais horas trabalha.

Portugal é, ainda, o país da União Europeia onde há maior disparidade entre os salários brutos mais altos e o médio. Os dados mais recentes do Eurostat, relativos a 2014, mostram que a média dos salários mais elevados em Portugal é 2,8 vezes superior à média de todos os salários.

Prova dos 9

Não há uma resposta de sim ou não para a pergunta de partida, porque os salários dos CEO do PSI-20 não podem ser analisados à luz de um só contexto.

“Números são números, mas é preciso saber como os calculamos, quais as premissas de cálculo e comparar realidades que são comparáveis. Depende do setor, da saúde financeira da empresa, das características do coletivo de colaboradores, da estratificação organizativa da empresa, do alcance geográfico da empresa, de onde vem o EBITDA, etc.”, defende Pedro Rocha Matos.

Assim, por um lado, pode considerar-se que estes gestores ganham pouco quando comparados com os seus pares europeus (isto partindo do princípio que os salários dos CEO de outros países são justos, o que implica uma outra análise). Além disso, e ainda do ponto de vista internacional, é preciso considerar que algumas destas empresas atuam em países onde os salários são mais baixos do que aqueles são pagos em Portugal, pelo que o salário médio praticado pela empresa baixa, aumentando, por sua vez, a disparidade salarial entre o CEO e o trabalhador médio.

Por outro, os salários poderão ser considerados justos, se se considerar a performance da respetiva empresa.

Por outro lado ainda, se é certo que os gestores do PSI-20 atuam a nível internacional, é certo também que vivem em Portugal, com o nível de vida que é praticado em Portugal. E, aí, têm um nível salarial elevado.

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Irmãos Cavaco: credores aprovam recuperação da construtora

  • Lusa
  • 5 Maio 2017

Com uma dívida de 81,6 milhões, construtora viu plano de recuperação aprovado. Maiores credores são o Novo Banco, BCP e Santander. Estes dois juntamente com as Finanças terão votado contra.

O plano de recuperação da construtora Irmãos Cavaco, que prevê o pagamento de todas as dívidas no prazo de 15 anos, foi aprovado por 70,5% dos credores, disse hoje o administrador judicial da empresa, Francisco Duarte.

O documento apresentado pela administração da empresa de Santa Maria da Feira já tinha obtido os votos favoráveis de 56,1% dos credores presentes na assembleia, que decorreu no passado dia 19 de abril.

A estes juntam-se agora os votos favoráveis de quatro dos seis credores que tinham manifestado intenção de votar por escrito, nomeadamente a Caixa Geral de Depósitos, BIC, Segurança Social e Parvalorem, segundo Francisco Duarte.

De acordo com o mesmo responsável, 70,5% dos credores votaram a favor do plano, que obteve assim os dois terços necessários para ser aprovado.

Entre os credores que votaram contra estão o BCP e o Santander Totta – dois dos principais credores – e as Finanças.

O plano agora aprovado prevê o pagamento das dívidas aos credores comuns, nomeadamente bancos, fornecedores e prestadores de serviços em 15 anos, com um período de carência de quatro anos, enquanto os créditos laborais serão pagos em 138 prestações mensais.

A administração da construtora sustentava que a aprovação do plano era “claramente mais vantajosa”, considerando que num cenário de liquidação e venda dos ativos, os credores comuns receberiam “uma percentagem reduzida, senão mesmo nula, dos seus créditos”.

Fundada há 40 anos, a empresa que se especializou em obras hidráulicas, foi oficialmente declarada insolvente em agosto de 2016, depois de o Supremo Tribunal de Justiça ter revogado o segundo Processo Especial de Revitalização, que estava em curso desde 2015.

Nos últimos anos, a empresa levou a cabo um despedimento coletivo com vista a ajustar o número de trabalhadores à sua nova realidade

De acordo com a lista de credores reconhecidos elaborada pelo administrador judicial, a Irmãos Cavaco tem dívidas de 81,6 milhões de euros distribuídas por cerca de 800 credores.

A banca detém quase metade da dívida. O maior credor é o Novo Banco, que reclama uma dívida de 19,6 milhões de euros. Seguem-se o BCP (7,1 milhões de euros), o Santander Totta (7,1 milhões de euros) e a Caixa Geral de Depósitos (3,3 milhões de euros).

A empresa deve ainda 1,9 milhões de euros à Segurança Social e 766 mil euros ao Estado.

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Portugal quer uma Europa com “políticas públicas que estimulem o crescimento”

  • Lusa
  • 5 Maio 2017

O chefe da diplomacia portuguesa reuniu-se, esta manhã, com o homólogo francês, Jean-Marc Ayrault, no ministério francês dos Negócios Estrangeiros, num encontro em que o ponto principal foi o futuro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esta sexta-feira à Lusa, em Paris, que a Europa deve “ter políticas públicas que estimulem o crescimento” para responder à “inquietação” que “se exprime em reações de natureza mais nacionalista”.

“A Europa tem de tomar decisões e essas decisões têm de ir no sentido de responder aos anseios e às expectativas dos cidadãos, havendo uma só maneira de lhes responder que é ter políticas públicas que estimulem o crescimento: o crescimento da economia, o crescimento do emprego e a segurança dos direitos sociais das pessoas“, afirmou Augusto Santos Silva à Lusa no final do encontro.

O ministro insistiu que “essa é, aliás, a melhor maneira de responder pela positiva a muita da inquietação e muito do protesto que hoje se exprime em reações de natureza mais nacionalista”. Augusto Santos Silva precisou que, “no que diz respeito à integração europeia, Portugal e a França têm posições muito próximas” e que devem ser tomadas “decisões sobre o futuro da integração europeia” após o “ciclo eleitoral” das presidenciais e legislativas francesas e das legislativas na Alemanha.

“Finalmente, quer o ministro Ayrault quer eu próprio insistimos muito na necessidade de a Europa assumir um papel liderante na agenda internacional porque há questões como a agenda do Clima e os objetivos do desenvolvimento sustentável que hoje dependem muito, na cena internacional, da liderança da Europa”, concluiu.

Esta tarde, Augusto Santos Silva vai deslocar-se ao Liceu Montaigne, em Paris, para se encontrar com alunos da secção internacional portuguesa e celebrar o Dia da Língua Portuguesa e das Culturas na CPLP. Esta quinta-feira, na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Augusto Santos Silva visitou a exposição “Portugal e a UNESCO – Conhecer, salvaguardar e partilhar”, uma mostra organizada no âmbito da candidatura de Portugal ao Conselho Executivo da UNESCO (2017-2021) cuja eleição é em novembro.

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Rui Moreira rompe com apoio do PS

O autarca do Porto vai prescindir do apoio do PS na recandidatura nas próximas eleições autárquicas. Decisão foi tomada na sequência de declarações de Ana Catarina Mendes à comunicação social.

A recandidatura de Rui Moreira à Câmara Municipal do Porto já não vai contar com o apoio do PS. O independente rompeu com o apoio dos socialistas na sequência das recentes declarações de Ana Catarina Mendes de que uma vitória de Rui Moreira seria uma vitória do PS. A decisão foi tomada na noite desta quinta-feira numa reunião do núcleo próximo da candidatura, avançou o Expresso.

O verniz estalou esta semana, depois da secretária-geral adjunta do PS ter dito ao Observador que “na noite eleitoral todas as vitórias dos candidatos do PS e das listas que o PS integra serão vitórias dos socialistas”, na sequência de uma pergunta concreta nesse sentido. Declarações semelhantes já tinham sido feitas ao Expresso e, nessa altura, Moreira tinha deixado o recado de que não haveria “jobs for the boys“, recorda o jornal.

"Na noite eleitoral todas as vitórias dos candidatos do PS e das listas que o PS integra serão vitórias dos socialistas.”

Ana Catarina Mendes

Secretária-geral adjunta do PS

Ainda não é claro se a rotura influenciará um eventual convite ao socialista Manuel Pizarro, nome próximo de Moreira na autarquia. Fonte da candidatura disse ao Expresso que não o iria convidar “enquanto socialista”, deixando em aberto um convite à margem das ligações de Pizarro com o partido. Já esta manhã, à Rádio Renascença, Rui Moreira recusou comentar a polémica. “Não vou falar sobre isso”, rematou.

PS/Porto classifica anúncio de Moreira como “surpreendente e inesperado”

A concelhia socialista do Porto classificou como “surpreendente e inesperado” o anúncio de que o movimento independente de Rui Moreira, atual presidente da Câmara do Porto, recusa o apoio do PS nas autárquicas.

Numa nota de imprensa, o PS/Porto acrescenta ter agendado para as 21h30 uma reunião da direção para “analisar a situação política autárquica no Porto”.

Artigo atualizado às 13h59 com a reação do PS/Porto

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Compra da EDP Gás pela REN está a ser analisada pela Autoridade da Concorrência

A instituição liderada por Margarida Matos Rosa já foi notificada da operação de concentração entre a EDP Gás e a REN.

A compra da EDP Gás pela REN já está a ser analisada pela Autoridade da Concorrência. O anúncio é feito pela própria Autoridade da Concorrência (AdC) através de um anúncio publicado na imprensa desta sexta-feira dando conta de que já tinha sido notificada da operação de concentração.

A instituição liderada, desde novembro, por Margarida Matos Rosa adianta que os interessados têm agora dez dias úteis para se manifestarem.

A compra da EDP Gás (antiga Portgás) foi anunciada no início de abril pela REN, empresa liderada por Rodrigo Costa. O negócio foi feito por 532 milhões de euros.

Para realizar a operação a REN reforçou o capital social até 250 milhões de euros e recorreu a financiamento bancário.

A EDP Gás tem a sua atividade centrada no desenvolvimento e exploração da rede pública de distribuição de gás natural na região litoral norte de Portugal, sendo a segunda maior distribuidora de gás natural em Portugal.

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