Mapidea fecha ronda de 250 mil euros da Portugal Ventures

Startup fundada em 2014 criou uma ferramenta que permite visualizar informações relevantes de negócio em mapas. Já trabalha com a Vodafone, a Domino's Pizza e o Instituto Português do Sangue.

A Mapidea acaba de fechar uma ronda de financiamento de 250 mil euros feita pela Portugal Ventures, anunciou a empresa pública de capital de risco em comunicado. Trata-se da ronda inicial de investimento.

Fundada em maio de 2014 por Miguel Marques e Eduardo Ramos, a startup desenvolve software de informação geográfica: criou uma ferramenta que permite a qualquer utilizador visualizar em mapas informações relevantes para o negócio, através da combinação de informação interna das empresas com estatísticas e dados públicos.

A ferramenta, que já é usada por empresas como a Vodafone, a Domino’s Pizza, a Tabaqueira e o Instituto Português do Sangue, permite aos utilizadores visualizar, por exemplo, redes de lojas próprias e da concorrência, perfil demográfico de potenciais clientes por regiões do país o que, em última análise, permite decidir quais serão as melhores localizações para futuras lojas.

“O investimento da Portugal Ventures é essencial para a concretização da missão da Mapidea: generalizar o acesso a ferramentas de Location Analytics a todas as organizações, por forma a criar maior valor de negócio e competitividade. Este investimento permite alavancar a nossa estratégia de crescimento: evoluir continuamente as funcionalidades do nosso produto e reforçar a área de marketing e de vendas, para criarmos uma rede internacional de parceiros comerciais e aceleramos a aquisição de novos clientes. Assumimo-nos no mercado empresarial de software geográfico como uma alternativa disruptiva e muito mais acessível aos players tradicionais desta área”, diz Miguel Marques, CEO da empresa, professor e especialista em sistemas de informação geográfica e geomarketing, em comunicado.

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Juros descem pela quinta sessão, taxa a 10 anos abaixo de 4%

Portugal lidera a queda dos juros na Europa, num contexto mais positivo acerca da perceção de risco do país. Desaceleração da inflação na Alemanha também ajuda.

Os investidores continuam a dar tréguas a Portugal. Depois da taxa de juro associada às obrigações a dez anos ter atingido máximos desde a troika há duas semanas, desliza esta quinta-feira pela quinta sessão consecutiva, o ciclo mais prolongado de quedas desde o início do ano.

A yield implícita nas obrigações a dez anos chegou a cair mais de seis pontos base esta manhã para 3,942%, o valor mais baixo desde o dia 9 de março. Está a corrigir em baixa há cinco sessões seguidas, o que representa o período mais largo de dias em queda desde meados de janeiro. As quedas estendem-se a todas as maturidades, com a taxa a cinco anos a cair três pontos base para 2,269%.

Com estes desempenhos, Portugal lidera neste momento as quedas dos juros na Europa, num contexto mais favorável à perceção de risco do país capturado pelos investidores, sobretudo depois de o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) ter anunciado na passada sexta-feira que o défice público ficou nos 2,1% do PIB em 2016, deixando a porta aberta a que Portugal abandone o Procedimento por Défice Excessivo que tinha sido aberto ao país em 2009.

Além disso, o Banco de Portugal reviu esta quarta-feira em alta as projeções para a economia portuguesa. O banco central estima que o PIB vai acelerar para 1,8% este ano, depois de ter aumentado 1,4% em 2016. Já em 2018 e 2019 o crescimento vai continuar, mas a um ritmo que se espera mais baixo.

Juros em queda acentuada

Fonte: Bloomberg (valores em %)

Além disso, os juros corrigem do impacto da mudança de linhas das obrigações do Tesouro que servem de referência para as diferentes maturidades da dívida de Portugal, uma operação ocorrida a 16 de março, e que atirou o juro da dívida a dez anos para os 4,3%.

No plano internacional, também Alemanha (referência para os investidores compararem o risco com Portugal), França e Itália viam os seus juros recuar, o que acontece depois de sinais de que a taxa de inflação germânica terá desacelerado em março.

Uma inflação mais elevada retira margem de ganhos nos ativos como as obrigações, pelo que uma desaceleração dos preços potencia um cenário de queda dos juros.

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Emprego coloca confiança dos consumidores em máximos de 17 anos

Desde março de 2000 que o indicador de confiança dos consumidores não estava tão perto de sair de terreno negativo. A contribuir está a evolução do emprego em Portugal.

As expectativas relativas à evolução do emprego estão a dar mais confiança aos consumidores portugueses. A taxa de desemprego continua em queda e é expectável que baixe dos 10%. Este fator aliado a uma melhor situação financeira do agregado familiar, situação económica do país e poupança fizeram com que o indicador de confiança dos consumidores atingisse um recorde de 17 anos em março. O indicador económico acompanhou essa evolução, tendo aumentado entre janeiro e março, depois de ter diminuído nos três meses precedentes.

“O indicador de confiança dos consumidores aumentou entre setembro e março, retomando a trajetória positiva observada desde o início de 2013 e apresentando o valor mais elevado desde março de 2000”, escreve o Instituto Nacional de Estatística nos Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores relativos a março deste ano, divulgados esta quinta-feira. Esta retoma da evolução positiva “resultou do contributo positivo de todas as componentes”, destacando as expectativas da evolução do desemprego.

O saldo das perspetivas relativas à evolução do desemprego diminuiu nos últimos sete meses, de forma mais expressiva desde novembro, renovando o valor mínimo da série iniciada em setembro de 1997″, refere o INE sobre a taxa de desemprego. Os números de fevereiro mostram também que o desemprego registado tem vindo a diminuir. “No final do mês de fevereiro de 2017, estavam registados, nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 487 629 indivíduos desempregados”, revelou a informação mensal do mercado de emprego do IEFP.

As opiniões sobre a situação económica do país tinha atingido em fevereiro o valor máximo da série (iniciada em setembro de 1997). “O saldo das apreciações sobre a evolução da situação financeira do agregado familiar aumentou nos últimos quatro meses, prolongando o perfil positivo iniciado em junho de 2013 e atingindo o valor mais elevado desde outubro de 2000”, acrescenta o INE. As opiniões sobre a poupança — que abrandou no final de 2016 — “recuperaram em março, prolongando os movimentos ascendentes iniciados em setembro e julho respetivamente”.

Esta evolução do lado dos consumidores é acompanhado por uma melhoria na perspetiva da economia no geral. “O indicador de clima económico aumentou entre janeiro e março, após ter diminuído nos três meses precedentes“, explica o INE.

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Ackman “profundamente” arrependido com “erro” na Valeant que custou quatro mil milhões

Depois de perder quatro mil milhões de dólares com o investimento na Valeant, o investidor assumiu parte das culpas pelo "enorme erro". Também responsabiliza a farmacêutica na compra falhada da Salix.

William “Bill” Ackman, fundador e presidente da Pershing Square Capital ManagementAndrew Harrer/Bloomberg

Bill Ackman está “profundamente” arrependido pelo seu investimento na Valeant Pharmaceuticals, um “enorme erro” que custou ao seu fundo quatro mil milhões de dólares.

Na sua carta anual aos investidores do seu fundo Pershing Square Holdings, Ackman disse que a culpa não era exclusivamente sua. Culpou a Valeant por ter pago um preço demasiado elevado pela Salix Pharmaceuticals em 2015. Ainda assim, assumiu a sua parte de responsabilidades pela avaliação errada que fez da administração da Valeant e da sua estratégia agressiva.

“Claramente, o nosso investimento na Valeant foi um enorme erro”, escreveu o investidor-ativista. “Lamentamos profundamente este erro, que custou a todos nós um montante tremendo, e que danificou o historial de sucesso na nossa empresa”, referiu Ackman.

"Claramente, o nosso investimento na Valeant foi um enorme erro. Lamentamos profundamente este erro, que custou a todos nós um montante tremendo, e que danificou o historial de sucesso na nossa empresa.”

Bill Ackman

Fundador e presidente da Pershing Square Capital

A Valeant já perdeu cerca de 95% do seu valor em bolsa desde que atingiu máximos em agosto de 2015. A 13 de março, o fundo Pershing Square Capital Management anunciou a venda da sua posição na farmacêutica canadiana com uma perda de quatro mil milhões de dólares (cerca de 3,72 mil milhões de euros).

A desvalorização da Valeant acentuou-se sobretudo depois da compra da Salix por 11,1 mil milhões de dólares.

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EPAL lucra 50 milhões em 2016

  • Lusa
  • 30 Março 2017

Redução dos gastos operacionais e do endividamento ajudaram a EPAL a registar lucros de perto de 50 milhões de euros no ano passado.

A EPAL atingiu em 2016 um resultado líquido positivo de 49,7 milhões de euros, de acordo com um comunicado divulgado hoje pela empresa, com base no Relatório e Contas do ano passado, aprovado em Assembleia Geral na quarta-feira.

Na nota de imprensa, a Empresa Portuguesa de Águas Livres (EPAL), que abastece diretamente a cidade de Lisboa, considerou que foi determinante para este resultado líquido o facto de a empresa ter “vindo a reduzir os gastos operacionais de forma sólida e estruturada ao longo dos últimos anos” e de ter “conseguido reduzir o endividamento em 18,3 milhões de euros“.

“O investimento realizado, em 2016, foi de 13 milhões de euros, financiado integralmente pelo ‘cash-flow’ gerado pela atividade, uma vez que a EPAL não recorreu em 2016 a nenhum novo financiamento nem recebeu fundos comunitários”, acrescentou, destacando a reabilitação da Estação de Tratamento de Água de Vale da Pedra, no Cartaxo, e a reabilitação das redes adutora e de distribuição.

A empresa realçou ainda que no ano passado assumiu a gestão do sistema de abastecimento da ex-Águas do Oeste, além de ter sido o primeiro ano completo em que assumiu a gestão delegada da Águas de Lisboa e Vale do Tejo, futura Águas do Vale do Tejo, por cisão e constituição das duas novas empresas Águas do Tejo Atlântico e Simarsul.

Em 2015, a empresa anunciou um resultado líquido positivo de 47,1 milhões, cerca de sete milhões abaixo do montante conseguido em 2014.

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Portugal é dos países com maior quebra de proporção dos salários no rendimento nacional

  • Lusa
  • 30 Março 2017

Segundo o relatório da OIT, Portugal "é um dos países mais desiguais". Organização propõe "um sistema fiscal mais progressivo bem como um sistema de proteção social mais amplo e eficiente".

Portugal foi um dos países em que a proporção dos salários no rendimento nacional mais diminuiu, passando de 60% do total do rendimento nacional em 2003 para os 52% em 2014, refere um relatório da OIT.

De acordo com o Relatório Global da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Salários, que será apresentado esta quinta-feira em Lisboa, Portugal foi um dos países em análise onde mais caiu a proporção dos salários no rendimento nacional, “com consequências sociais e económicas negativas”.

Segundo o relatório, Portugal “é um dos países mais desiguais”. A desigualdade de rendimento resulta, no essencial, de uma conjugação entre desigualdade intraempresas e interempresas.

Para diminuir a desigualdade de rendimentos, o relatório propõe “um sistema fiscal mais progressivo bem como um sistema de proteção social mais amplo e eficiente”.

Segundo o relatório, “no domínio social”, dissociar “o crescimento económico do crescimento salarial, pode ser percecionado como injusto por um largo setor da sociedade, pondo em causa a coesão social”.

"No domínio social, dissocia o crescimento económico do crescimento salarial, o que pode ser percecionado como injusto por um largo setor da sociedade, pondo em causa a coesão social.”

Relatório da OIT

Além disso, o relatório também alerta para os riscos ao nível do crescimento económico. “A evidência empírica demonstra que, na maioria dos países, um aumento da proporção dos lucros no rendimento nacional não aumenta o investimento, mas diminui o consumo privado, uma vez que a propensão a consumir a partir dos salários é superior à propensão a consumir a partir dos lucros”, acrescenta.

O relatório da OIT salienta que a tendência internacional é de queda da proporção dos salários no rendimento nacional. De um total de 133 países analisados entre 1995 e 2014, esta proporção caiu em 91 países, manteve-se constante em dez e aumentou apenas em 32.

Para a equipa de especialistas que participou na análise, a evolução da proporção dos salários no rendimento nacional explica-se através da interação entre as taxas de crescimento dos salários reais e da produtividade média do trabalho.

Se a taxa de crescimento média dos salários reais for superior à da produtividade, a proporção aumenta, se for igual, a proporção mantém-se constante e se for inferior, a proporção diminui. A OIT explica, assim, a tendência global de queda desta proporção com a “divergência persistente entre a produtividade média do trabalho e os salários reais”.

Para inverter esta trajetória, o relatório sugere a cada país o reforço da regulação do mercado de trabalho, nomeadamente através do reforço da contratação coletiva e do aumento do salário mínimo.

“A nível internacional, deve procurar-se aumentar a coordenação de políticas salariais, impedindo que vários países sigam estratégias de compressão salarial simultâneas cujos resultados são negativos para todos”, defende o texto da OIT.

"A nível internacional, deve procurar-se aumentar a coordenação de políticas salariais, impedindo que vários países sigam estratégias de compressão salarial simultâneas cujos resultados são negativos para todos.”

Relatório da OIT

O reforço da contratação coletiva e o aumento do salário mínimo foram também considerados pela OIT como uma boa forma de reduzir as desigualdades salariais, que têm vindo a aumentar desde 1995.

 

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CEO da Fosun apresenta demissão

  • Lusa
  • 30 Março 2017

Liang, um dos quatro fundadores do Fosun, demitiu-se "por motivos de saúde". Mas não foi o único. Vice-presidente executivo também saiu. Empresa vai sofrer efeitos no curto prazo.

Dois altos executivos do grupo chinês Fosun, dono de várias empresas em Portugal e acionista maioritário do Millenium BCP, anunciaram esta semana a sua demissão, na mesma altura em que a empresa apresentou lucros recorde.

Segundo uma nota enviada à bolsa de Hong Kong, Liang Xinjun, presidente executivo (CEO) do Fosun, demitiu-se por “motivos de saúde” e o vice-presidente executivo, Ding Guoqi, para “passar mais tempo com a família”, segundo refere um outro comunicado. Wang Qubin, outro dos fundadores do grupo, vai substituir Liang como CEO.

As ações do grupo chinês Fosun recuaram após o anúncio da demissão. As ações do Fosun International na bolsa de Hong Kong enceraram hoje a cair 1,19%.

Liang, 48 anos, formado em engenharia genética, foi um dos quatro fundadores do Fosun, em 1992. É considerado um dos mais bem-sucedidos investidores chineses.

Em agosto passado, numa entrevista à agência Bloomberg, o empresário anunciou os planos do Fosun de vender ativos de 40 mil milhões de iuans (5,38 mil milhões de euros) para reduzir a sua dívida e melhorar os seus ratings.

Já em 2015, num encontro com jornalistas portugueses na sede do Fosun, em Xangai, Liang afirmou que o seu grupo “quer ser melhor” e não propriamente “o maior”.

O presidente do Fosun, Guo Guangchang, admitiu que as demissões vão ter efeitos na empresa. “A partida de Ding Guoqi e Xinjun, em particular a de Xinjun, devido a motivos de saúde, vai ter impacto no Fosun a curto prazo”, afirmou Guo, citado pela imprensa chinesa.

"A partida de Ding Guoqi e Xinjun, em particular a de Xinjun, devido a motivos de saúde, vai ter impacto no Fosun a curto prazo.”

Guo Guangchang

Presidente do Fosun

Em 2015, Liang assumiu temporariamente a estratégia de aquisições da empresa, durante o período em que Guo esteve detido pela polícia chinesa, para “participar de uma investigação”.

As demissões surgem na mesma semana em que o conglomerado chinês declarou um aumento homólogo de 28%, nos lucros líquidos, em 2016, para 10,3 mil milhões de iuan (mais de 1,3 mil milhões de euros).

Em Portugal, o Fosun comprou a seguradora Fidelidade, por mil milhões de euros, e o grupo de prestação de cuidados de saúde Luz Saúde, por 478 milhões de euros. O grupo chinês é também o maior acionista do banco Millenium BCP, o maior banco privado português, com uma participação social de 16,7%.

Nos últimos anos, o Fosun investiu mais de 15 mil milhões de dólares (13,9 mil milhões de euros) além-fronteiras, tornando-se um dos principais atores do investimento externo chinês.

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Haitong: “Oferta da EDP é oportunista”

Analistas consideram que a melhor forma de tirar partido da OPA sobre a EDP Renováveis passa por aumentar exposição à EDP, que tem a faca e o queijo na mão. "Oferta é oportunista", diz Haitong.

Para o Haitong, a melhor forma de os investidores ganharem com a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a EDP Renováveis EDPR 0,00% passa por aumentar a exposição à casa-mãe EDP EDP 0,00% . Os analistas do banco de investimento reviram em alta o preço-alvo da elétrica liderada por António Mexia, porque está em posição de vantagem na sua subsidiária. Quanto à EDP Renováveis, os riscos de liquidez recomendam cautela.

“É uma oferta oportunista, que tira partido do recente mau desempenho da EDP Renováveis e da disponibilidade de fundos após o negócio da Naturgas. A EDP paga um prémio baixo, que não captura o valor fundamental nem o potencial de crescimento da EDP Renováveis”, diz o analista Jorge Guimarães que assina a nota de investimento publicada esta quinta-feira. “Contudo, uma vez que a EDP é o único comprador potencial no mercado e já detém 77,5% da empresa, consideramos que tudo o que precisa é de esperar“, reforça.

A EDP está a oferecer 6,8 euros por cada ação que ainda não detém na EDP Renováveis, numa oferta que será financiada pelos proveitos registados com a venda da Naturgas por 2.591 milhões de euros.

"É uma oferta oportunista, que tira partido do recente mau desempenho da EDP Renováveis e da disponibilidade de fundos após o negócio da Naturgas. A EDP paga um prémio baixo, que não captura o valor fundamental nem o potencial de crescimento da EDP Renováveis. Contudo, uma vez que a EDP é o único comprador potencial no mercado e já detém 77,5% da empresa, consideramos que tudo o que precisa é de esperar.”

Jorge Guimarães

Analista do Haitong

Tanto os analistas como os acionistas consideram que a contrapartida é baixa. Mas, apesar de a evolução das ações da EDP Renováveis sugerir uma expectativa do mercado para uma melhoria da oferta, esse cenário é pouco provável aos olhos do Haitong, que alerta para o risco de sobrar pouco da cotada liderada por Manso Neto no mercado após a OPA.

“A EDP indicou a possibilidade de pedir a retirada da EDP Renováveis da bolsa se atingir 90% dos direitos de voto. Embora não seja tão fácil, esta possibilidade lembra os investidores acerca do risco de liquidez na EDP Renováveis”, diz o banco de investimento.

Neste cenário, é a EDP quem surge em posição de superioridade. O que leva o Haitong a considerá-la preferida para “jogar com os drivers da EDP Renováveis, tanto drivers fundamentais como drivers técnicos”.

Assim, o preço-alvo da EDP é revisto em alta dos 3,4 euros para 3,55 euros, o que confere um potencial de valorização de 15,5% face ao fecho de quarta-feira, “refletindo o negócio da Naturgas, uma maior avaliação de mercado da EDP Renováveis e também um ajuste das estimativas”. Mantém a recomendação de “Compra” sobre a EDP. Já a EDP Renováveis vê a sua avaliação revista em baixa, dos 7,9 euros para os 6,8 euros, o mesmo que oferece a EDP.

“Acreditamos que a EDP Renováveis deverá transacionar mais ou menos em linha com o preço da oferta e, tendo em conta a nossa opinião de baixa probabilidade de uma revisão em alta da oferta, embora não haja alterações na nossa avaliação, baixamos a recomendação para “Neutral” com um preço alvo revisto para 6,8 euros, em linha com a contrapartida da oferta”, justifica o Haitong.

As ações da EDP avançam esta quinta-feira 0,55% para 3,09 euros. A EDP Renováveis regista uma alta de 0,19% para os 6,91 euros, ou seja, 10 cêntimos acima da OPA.

EDP avança na bolsa

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Sair do PDE? Centeno: “Não se pode dar nada por garantido”

Centeno já esteve mais confiante na saída do Procedimento por Défices Excessivos. O défice de 2,06% em 2016 nada garante. "Já se percebeu que não se pode dar nada por garantido", critica.

Na passa sexta-feira, o INE divulgou que o défice de 2016 em contas nacionais ficou nos 2,1%, abrindo a porta à saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos (PDE). Na conferência de imprensa, Mário Centeno tinha sido cauteloso, sem garantir a saída. Esta quinta-feira, em entrevista ao jornal Público, afirma que não vê “como é que essa decisão não possa ser tomada”.

Contudo, logo a seguir acautela: “Mas já se percebeu que não se pode dar nada por garantido”, referindo-se ao modus operandi das instituições europeias.

No início do ano, o ministro das Finanças mostrou mais do que confiança. “Esta é a notícia que todos os ministros das Finanças gostariam de dar e essa [é] a notícia que vamos ter durante este primeiro trimestre”, disse Mário Centeno, em entrevista conjunta à TSF e ao DN, referindo-se à saída do PDE.

Nesta altura faltava-lhe o número oficial do Instituto Nacional de Estatística, mas isso não lhe deu mais certezas, pelo contrário: o ministro das Finanças é agora mais cauteloso a falar do assunto. Tal como tinha dito na conferência de imprensa, Centeno garante apenas que “Portugal cumpriu todos os objetivos orçamentais que estabeleceu pela primeira vez nos últimos anos”.

Uma decisão favorável da Comissão Europeia seria importante para os mercados ganharem mais confiança na trajetória das finanças públicas portuguesas. Esta quarta-feira, em entrevista à Bloomberg, Centeno deixou uma mensagem de confiança aos investidores, referindo vários dados sobre a economia portuguesa, nomeadamente que o PIB iria crescer à volta de 2% em 2017.

Os juros da dívida portuguesa estão esta quinta-feira abaixo dos 4%, mas nas últimas semanas tem sempre ultrapassado essa barreira ‘psicológica’. “Os mercados da dívida contagiam-se (ou são influenciados) por movimentos que não têm nada que ver com o nosso país”, justifica o ministro das Finanças.

“Estamos a fazer tudo o que é possível, e a ter indicadores que suplantam todas as expectativas, no sentido de o país ter um desempenho que seja, também nesses mercados, compatível com as nossas expectativas”, garante Mário Centeno, notando que “o diferencial de juros com Itália está a estreitar-se”.

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Bolsa avança há seis sessões no maior ciclo de ganhos desde agosto

EDP e EDP Renováveis continuam a alimentar o apetite dos investidores na bolsa portuguesa, que alcança esta quinta-feira máximos desde junho do ano passado.

A bolsa de Lisboa continua o seu rally esta quinta-feira. Avança pela sexta sessão consecutiva, naquele que é o mais prolongado ciclo de ganhos na praça nacional desde agosto de 2016, num ambiente de apetite comprador que está a ser marcado pelos negócios da EDP.

O PSI-20, o principal índice português, avança 0,15% para 4.895,8 pontos, negociando em máximos de junho do ano passado, com 15 cotadas a negociar em terreno positivo no arranque da sessão. Notas de destaque: EDP e EDP Renováveis voltam aos ganhos depois de na segunda-feira a primeira ter lançado uma oferta para comprar as ações que ainda não detém na sua subsidiária de energias limpas.

O Haitong reviu esta quinta-feira a avaliação da EDP, em detrimento da EDP Renováveis, considerando que a oferta que a elétrica lançou é “oportunista” dado que permite tirar partido do recente mau desempenho da cotada liderada por Manso Neto. Além disso, com a possibilidade de sair da bolsa, a EDP Renováveis apresenta-se com maior risco de liquidez, tendo em conta que a EDP já detém 77,5% da subsidiária.

EDP é a preferida do Haitong

Ainda no setor energético, as ações da Galp estão também a dar um forte impulso em Lisboa. Avançam 1,52% para 14,03 euros. O outro peso pesado da bolsa portuguesa, a Jerónimo Martins soma 0,28% para 16,28 euros.

A travar maiores ganhos estão sobretudo Navigator, CTT e REN, embora as perdas não sejam superiores a 0,5%. No caso da gestora da rede elétrica nacional, apresenta contas depois do fecho da bolsa. O lucro deverá ter recuado 13%.

No plano internacional, a evolução dos principais índices europeus faz-se de forma menos definida. O índice de referência Stoxx 600 apresenta-se em alta de 0,04% para 378,67 pontos. E se o IBEX-35 de Madrid perde 0,04%, nas praças de Frankfurt, Paris e Milão os ganhos eram tímidos, entre 0,04% e 0,1%.

(Notícia atualizada às 8h21)

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Novo desenho do IRS em 2018 apoiará quem mais necessita

  • ECO
  • 30 Março 2017

Depois da diminuição de escalões do IRS levada a cabo por Vítor Gaspar em 2013, o sistema não foi mais alterado. O atual Governo quer fazê-lo em 2018, mas ainda está a estudar o novo esquema.

O programa do Governo previa uma revisão dos escalões do IRS e é isso que vai acontecer no Orçamento do Estado para 2018. A garantia foi dada esta quinta-feira pelo ministro das Finanças, em entrevista ao jornal Público, e já tinha sido dada pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Esta mudança “terá como objetivo apoiar aqueles que, do ponto de vista fiscal, mais necessitam desse apoio“, classificou Mário Centeno. Estas alterações vão constar do Programa de Estabilidade que o Executivo terá de apresentar no final de abril na Assembleia da República e junto das instituições europeias.

Centeno diz que estão a ser estudadas “várias medidas fiscais” para o próximo ano, mas não especifica quais. Garante apenas que no Programa Nacional de Reformas “haverá uma dimensão orçamental para ajustamentos na fiscalidade direta”. Segundo o titular da pasta das Finanças vêm aí “um conjunto de medidas que têm um enquadramento orçamental para poder chegar a indivíduos que, do ponto de vista fiscal, não têm o tratamento que outros já conseguem ter”.

No sábado passado, em entrevista ao Dinheiro Vivo, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais já tinha referido que “a perspetiva do Governo é poder fazê-la [a reformulação dos escalões do IRS] no Orçamento para 2018”. No início do ano, Rocha Andrade já tinha sinalizado que o objetivo passará por haver um alívio fiscal para os contribuintes, mas essa mudança está dependente da existência de margem orçamental para o fazer. “A reformulação dos escalões não pode ser feita em neutralidade fiscal, ou seja, sem uma redução da receita fiscal”, afirmou em janeiro.

Em 2013, o então ministro das Finanças, Vítor Gaspar, alterou os escalões do IRS – Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares — eliminando três escalões, passando assim de oito para cinco.

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Entre bilhetes, televisão e bifanas, quanto vale o clássico do ano?

Benfica e FC Porto defrontam-se este sábado no clássico mais valioso dos últimos anos. Impacto na economia deverá superar os 25 milhões de euros. Bifanas, cerveja, bilhetes e televisão ajudam.

Clássico entre Benfica e FC Porto vale muito dinheiro.

Benfica e FC Porto jogam este sábado com vista para o título, num clássico que, para lá de despertar as paixões dos adeptos, vai mexer com a atividade económica do país. Contas feitas às bifanas e litros de cerveja consumidos ao redor do Estádio da Luz, mas também às receitas com publicidade, bilhetes de entrada no estádio e outros componentes, o jogo entre os dois rivais terá um impacto económico superior a 25 milhões de euros.

Os cálculos são do IPAM, que estimou os efeitos económicos do clássico em 25,138 milhões de euros, superando os valores avaliados em jogos semelhantes: em 2009 e 2015, os clássicos entre águias e dragões deram à economia 19,5 milhões e 23,2 milhões, respetivamente, mostra o estudo.

O impacto económico das partidas de futebol aumenta de ano para ano“, diz Daniel Sá, professor do IPAM e um dos coordenadores do estudo, ao ECO (ver entrevista mais abaixo). “Há basicamente duas razões. A primeira razão porque os jogos de futebol são acompanhados por cada vez mais pessoas. (…) A segunda explicação tem a ver com a importância do jogo. Arriscaria a dizer que se este jogo ocorresse na última jornada, nas mesmas circunstâncias, o impacto económico seria maior. Seria quase uma final do campeonato”, assume o professor.

"Arriscaria a dizer que se este jogo ocorresse na última jornada, nas mesmas circunstâncias, o impacto económico seria maior. Seria quase uma final do campeonato.”

Daniel Sá

Professor do IPAM

Com os encarnados à distância de um ponto dos azuis e brancos na luta pelo campeonato, perspetiva-se uma partida escaldante dentro das quatro linhas. Mas, independentemente do grau de espetacularidade que os jogadores e treinadores possam proporcionar, o clássico será sempre um espetáculo para o negócio.

Contabilizando receitas com bilheteira, direitos de transmissão televisiva da Benfica TV (incluindo transmissão internacional e na internet), publicidade e ações promocionais no estádio e serviços de segurança e hospitalidade, o jogo deverá representar receitas diretas de 4,12 milhões de euros, segundo o estudo do Gabinete de Estudos de Marketing para Desporto do IPAM.

Já as receitas indiretas deverão superar os 21 milhões de euros, estando incluídas nesta rubrica as assinaturas da Benfica TV, o acréscimo de vendas de jornais com particular incidência nos meios desportivos, as apostas online, o merchandising junto ao estádio e nas próprias lojas dos clubes, as deslocações de adeptos, o consumo em casa e na restauração, “tendo em conta o fenómeno recente das transmissões pelo canal Benfica TV em cafés e restaurantes e que proporciona um valor elevado do consumo nestes locais onde se replica um pouco o efeito do estádio”, sublinha o estudo.

“O consumo do jogo já começou. Por estes dias já se vendem mais jornais, os autocarros já estão alugados, já se venderam os bilhetes”, diz Daniel Sá.

Para chegar a estes números, o IPAM analisou potenciais beneficiários das receitas diretas e indiretas do jogo, nomeadamente os clubes e Liga Portuguesa de Futebol, agências de publicidade, empresas de catering, transportes, hotelaria, cafés, segurança e limpeza, casas de apostas, jornais, televisão e rádio, gasolineiras, empresas concessionárias de autoestradas, marcas desportivas, cervejeira, hipermercados, entre outras entidades.

Números que orbitam à volta do clássico

Fonte: IPAMRaquel Sá Martins

“Futebol português é um produto de sucesso”

Um dos autores do estudo, o professor Daniel Sá explica que o maior interesse do público no futebol cativa investimento de empresas que querem expor-se a este fenómeno. Diz que, apesar do longo trabalho que a Liga portuguesa tem de realizar para competir com os principais campeonatos, o futebol nacional é hoje em dia um produto de sucesso. E que não passa exclusivamente por Cristiano Ronaldo ou José Mourinho.

Professor do IPAM, Daniel Sá coordenou o estudo de impacto económico do Benfica-FC Porto

Que aspetos gostaria de salientar do estudo?

Há oito anos que fazemos este tipo de estudos. Já há muitos estudos pelo meio e que nos permite, no fundo, ir percebendo as tendências e afinar o modelo. Seguramente se confirma a tendência de que o impacto económico das partidas de futebol aumenta de ano para ano. E o primeiro dado é que isto não é exclusivamente deste jogo. Quando nós acompanhamos também a presença de Portugal em fases finais de Europeus e Mundiais, essa tendência também se confirma.

Há basicamente duas razões para isso. A primeira acontece porque, à medida que os anos passam, os jogos de futebol são acompanhados por cada vez mais pessoas. Há mais interesse e, numa lógica de mercado, quando mais interesse, maior é o impacto. E como é que há mais interesse? Não dentro do estádio, porque tem capacidade limitada. O aumento é claramente fora do estádio. Quando olhámos para um jogo como o Benfica-FC Porto em 2009, ele tinha essencialmente cobertura mediática de jornais, rádios e televisões. Oito anos depois, em cima destes meios tradicionais, nós temos todo o acompanhamento que é feito na internet. O ECO é um exemplo disso. Todos estes meios digitais têm hoje força e eram antigamente insignificantes. E temos também todas as redes sociais, canais de televisão próprios que Benfica e FC Porto têm. Isto faz com que haja mais gente a acompanhar o jogo não apenas durante os 90 minutos do jogo. O consumo do jogo já começou. Por estes dias já se vendem mais jornais, os autocarros já estão alugados, já se venderam os bilhetes.

E a segunda razão?

A segunda explicação para isso tem a ver com a importância do jogo. Não é um jogo é um jogo decisivo matematicamente, mas é um jogo muito importante para a decisão do campeonato nacional. Arriscaria a dizer que se este jogo ocorresse na última jornada, nas mesmas circunstâncias, o impacto económico seria maior. Seria quase uma final do campeonato.

Arriscaria uma terceira variável: o maior interesse das empresas em associar-se ao futebol…

Exatamente. O maior acompanhamento da parte dos adeptos faz com que naturalmente as empresas que patrocinam quer os clubes quer a própria Liga, o facto de se chegar a mais gente faz com que haja maior investimento e mais empresas que queiram estar presentes nesta onda mediática do futebol. Isso gera dinheiro. O produto futebol é hoje mais atrativo.

A tendência será de valorização em face do crescente interesse no fenómeno futebol?

A Liga portuguesa ainda tem pouca visibilidade em termos internacionais. Estes jogos, apesar de tudo, conseguem ter um alcance internacional interessante, mas a Liga nacional como um todo ainda está longe de competir com as chamadas Big 5 Leagues, que são ligas que já têm mais telespetadores fora dos países onde jogam. No caso português, ainda não estamos nesse patamar.

Por outro lado, o futebol português tem-se apresentado como um produto de sucesso. Jogadores fantásticos e não me refiro apenas a Cristiano Ronaldo. Jogadores que atuam nos principais clubes. Treinadores fantásticos além de José Mourinho. A seleção nacional com esta vitória no Europeu de França e acostumada a marcar presença nos Europeus e Mundiais nos últimos anos. Os clubes portugueses com algum sucesso do ponto de vista internacional. Estamos a passar uma fase que também ajuda.

O produto futebol português tem cada vez mais qualidade. Dentro deste produto, a Liga portuguesa ainda tem um longo caminho para percorrer do ponto de vista da atratividade internacional. Mas acho que já está a fazer esse caminho.

Sabemos que a economia vai ganhar com o clássico. E dentro das quatro linhas?

Vou dar a resposta politicamente correta: que ganhe o melhor. Mas aproveito a questão para uma coisa importante: que seja um bom espetáculo, que as pessoas se divirtam. Apesar das coisas boas de que falamos do futebol, a verdade é que nos últimos tempos temos tido conversa a mais sobre árbitros, provocações, polémicas sobre penalties… Isto é muito perigoso para que este produto futebol perca protagonismo, quando os agentes desportivos deviam estar a promover e a valorizar o seu próprio produto.

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