Capital, acesso aos mercados, networking e talento: os ingredientes para exportar uma scale-up

  • ECO
  • 29 Março 2017

A nova edição do evento WE'BIZ Talk, intitulada "Scalling Up Globally from Portugal", traz ao Porto especialistas e investidores nacionais e internacionais para financiar startups portuguesas.

 

Dar acesso mais fácil a capital, mercados, networking e talento são os ingredientes para exportar uma scale-up. Por isso, é já esta quarta-feira que o Porto recebe, entre outros, Max Kelly, do Techstars, Verne Harnish, fundador da Entrepreneurs Organization e autor da obra Scaling Up e Boris Golden, da Partech Ventures. Os três juntam-se a muitos outros num painel de investidores, mentores, aceleradores e fundadores de startups que estão no Porto a convite da terceira edição do evento WE’Biz Talk, “Scalling Up Globally from Portugal”.

O evento, que desta vez tem como objetivo discutir o que é preciso para que uma empresa passe da fase de startup para a de scale-up e passe fronteiras para o resto do mundo, vai decorrer esta quarta-feira, entre as 15h e as 19h30, no Auditório da Associação Nacional dos Jovens Empresários (ANJE) no Porto.

E quais são os ingredientes para exportar uma scale-up? Segundo Rafael Alves da Rocha, da ANJE, incluem capital experience, acesso a mercados, competências e talento para o scale-up, uma boa rede de networking e capacidade de vendas.

Durante a parte da manhã do evento “Scalling Up Globally from Portugal”, Boris Golden da Partech Ventures, um dos maiores fundos de investimento à escala global e que, nos últimos tempos, gerou um valor acima dos mil milhões de euros em mais de 300 investimentos em startups e scale-ups de 15 países, vai ouvir pitches de 21 das 45 startups portuguesas que concorreram a uns minutos do seu tempo para ouvirem as suas propostas. As 21 que vão conseguir fazê-lo esta quarta-feira foram selecionadas pelo próprio e estão à procura de investimentos que variam entre os 500 mil e os cinco milhões de euros.

E, se a parte de manhã do evento é fechada, à tarde é possível assistir aos painéis — e a entrada é livre. Só tem de se registar no site na ANJE e estar presente para ouvir as intervenções de scale-ups nacionais como a Seedrs, a Feedzai, a Talkdesk ou a Uniplaces. A sessão abre com o discurso de Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, e Adelino Costa Matos, presidente da ANJE, e encerra com as conclusões e considerações de João Vasconcelos, Secretário de Estado da Indústria.

“O painel que reunimos para esta edição das WE’BIZ Talks dá garantias de uma discussão muito proveitosa para as startups portuguesas. O facto de reunirmos players com diferentes funções no ecossistema global — Tech.eu (media), Techstars (acelerador), Partech Ventures (agente de venture capital) e Entrepreneurs Organization (fundador/autor) — vai enriquecer o debate e gerar insights mais esclarecedores e assertivos para os nossos empreendedores que querem expandir os seus negócios além-fronteiras”, afirma Adelino Costa Matos, em comunicado.

Porque criar uma startup é apenas o primeiro passo e o que se segue pode revelar-se ainda mais difícil. “Depois de lançar uma startup, garantir a aceitação inicial do produto no mercado e captar o primeiro investimento, os empreendedores deparam-se com a escassez de instrumentos de apoio para escalar o seu negócio e assegurar o desenvolvimento progressivo”, explicou ainda o presidente da ANJE. “As WE’BIZ Talks pretendem apoiar e acompanhar os fazedores no trajeto de crescimento global, com respostas concretas e partilhadas por players e fundadores com provas dadas no ecossistema global”.

A estreia das WE’BIZ Talks, organizadas pela ANJE, ocorreu em novembro do ano passado, na sessão intitulada “Hunting dragons, rabbits and unicorns”, que contou, entre outros grandes nomes, com Vitaly Golomb, gestor de investimentos da HP Tech Ventures. A segunda edição das WE’BIZ Talk já decorreu este ano, a 9 de março, com uma sessão dedicada ao tema “How to scale in Europe via Germany?”. Os protagonistas em palco foram Tanja Emmerling, gestora de investimentos da High-Tech Gruenderfonds, e Luka Planinc, managing director da ABC Venture Gates, numa conversa moderada por Thomas Ohr, CEO e editor do EU-Startups.com.

A ANJE já tem agendada a próxima data para a WE’BIZ Talk: 23 de maio, na Casa da Música do Porto.

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Peter Mandelson na administração da Global

O ex-comissário europeu do Comércio vai integrar a administração da Global Ports Holding, a empresa turca que gere terminais de cruzeiro em todo o mundo, incluindo Portugal.

O maior operador mundial de portos de cruzeiros, a Global Ports Holding, nomeou Peter Mandelson, o antigo comissário europeu do Comércio, para a administração. A contratação surge num momento em que a empresa está a preparar a ida para a bolsa de Londres. Tudo aponta para que o IPO aconteça este verão.

A empresa, sedeada em Istambul, não só nomeou Mandelson mas também Thierry Déau, fundador da Meridiam, a gestora de ativos francesa. O reforço dos quadros insere-se na estratégia de expansão internacional da empresa. Segundo uma fonte citada pelo Financial Times (acesso pago/ conteúdo em inglês) a escolha de Mandelson justifica-se pelas “relações internacionais” que o antigo comissário tem.

Tanto Mandelson como Thierry Déau aceitaram os cargos, segundo fontes do Financial Times, mas ainda não houve um anúncio oficial das contratações. O nome de Mandelson terá sido proposto pelo Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento que é também acionista da empresa. Mandelson, que foi também ministro britânico do Comércio, no Governo de Tony Blair, é presidente da Global Counsel, uma empresa de consultoria, e é também consultor do banco de investimento Lazards.

A Global Ports Holding começou como operadora do Porto Akdeniz, um porto comercial em Antalya, na Turquia, mas cresceu rapidamente e hoje detém concessões para operar terminais de cruzeiro não só na Turquia, mas também em Portugal, Espanha, Itália, Malta, Montenegro, Croácia e Singapura. A abordagem da Global é semelhante à dos operadores internacionais de terminais de contentores, como por exemplo a Hutchison Ports de Hong Kong, mas, até agora, nunca foi aplicada de forma sistemática aos terminais de cruzeiros.

Têm sido várias as indicações de que a Global Ports Holding pretende ser cotada em Londres, sendo que a avaliação da mesma ronda os 700 milhões de libras. As verbas que a empresa espera obter com esta operação serão utilizados para reduzir a dívida da empresa e ajudar na expansão da mesma.

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Reestruturação do Novo Banco implicará 400 despedimentos

  • ECO
  • 29 Março 2017

António Costa disse esta terça-feira que a venda do Novo Banco será, ao que tudo indica, concluída esta semana. O Governo reuniu ontem com os partidos, revelando pormenores do plano de reestruturação.

A venda do Novo Banco deverá ser fechada esta semana com o fundo norte-americano Lone Star, segundo o primeiro-ministro. Os pormenores das negociações foram revelados aos partidos esta terça-feira e, segundo a Rádio Renascença, o plano de reestruturação implícito na venda vai obrigar ao despedimento de 400 trabalhadores. Além disso, o Novo Banco terá de fechar 55 balcões. Segundo os partidos ouvidos pela rádio, o negócio vai implicar responsabilidades pesadas para os contribuintes, tanto na participação direta como na indireta através do Fundo de Resolução, cujo financiamento tem sido do Estado.

As negociações, no entanto, ainda não estão fechadas. Tal como noticiou o ECO, existe um acordo com Bruxelas para permitir a participação e intervenção do Fundo de Resolução na venda de ativos problemáticos, no chamado ‘side bank’. Além disso, a DGComp permitiu que, apesar de não existir uma contra-garantia do Estado sobre estes ativos, a existência de uma garantia do Fundo de Resolução que se soma à participação de 25% do capital. Esta questão provocou uma má reação no setor bancário com queixas dos restantes bancos que temem um aumento da sua exposição ao Novo Banco.

Segundo a Renascença, esteve presente nas reuniões o responsável pelo processo de venda no Novo Banco, enquanto quadro do Banco de Portugal, o ex-secretário de Estado dos Transportes Sérgio Monteiro. Do lado do PSD a representante foi Maria Luís Albuquerque, a ministra das Finanças à altura da resolução do BES com a intervenção do Fundo de Resolução. O Executivo terá dito que não haverá qualquer injeção de capital no Novo Banco este ano.

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Toshiba declara falência da sua unidade nuclear

Westinghouse, comprada em 2006 para aproveitar benefícios fiscais do Governo norte-americano ao setor nuclear, vai apresentar falência para avançar com reestruturação interna.

A unidade de energia nuclear da Toshiba, a Westinghouse Electric, vai declarar a bancarrota ao abrigo do Capítulo 11 da lei das falências nos EUA, esperando com isto avançar com o processo de reestruturação para poder fazer face às dificuldades financeiras e de construção do seu reator AP1000.

A Westinghouse, que desenvolve reatores nucleares e cuja tecnologia serve de base para metade das unidades atómicas em todo o mundo, obteve um financiamento de 800 milhões de dólares da parte dos seu credores com vista à reorganização, disse a empresa em comunicado.

A empresa tem enfrentado dificuldades em vários projetos na Geórgia e Carolina do Sul, razão pela qual tem apresentado prejuízos avultados.

“Tomamos medidas para reestruturar a Westinghouse no sentido de resolver os nossos desafios financeiros com o AP1000, protegendo os nossos negócios principais”, referiu o presidente interino José Emeterio Gutierrez no comunicado citado pela Bloomberg. “Estamos focados em desenvolver um plano de reorganização para emergir do Capítulo 11 como uma empresa mais forte, mantendo-a líder global em tecnologia nuclear“, frisou ainda.

A Toshiba adquiriu a Westinghouse em 2006, depois de o governo norte-americano ter lançado no ano anterior um pacote de benefícios fiscais e de garantias sobre empréstimos para desenvolver o setor energia nuclear. Em 2008, a Westinghouse fechou vários negócios para a construção de quatro reatores nucleares.

Porém, depois do desastre nuclear de Fukushima, os custos para a construção de unidades de energia nuclear dispararam com a implementação de medidas de segurança mais rígidas. Adicionalmente, a queda dos preços do gás natural tornou a geração de energia nuclear menos atrativa.

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Revista de imprensa internacional

A agenda mediática está a ser controlada esta quarta-feira pelo Brexit. Theresa May vai acionar hoje o Artigo 50, o que vai permitir o início das negociações entre o Reino Unido e a União Europeia.

O Brexit marca as páginas de quase todos os jornais desta quarta-feira. As abordagens são múltiplas. O The Guardian por exemplo alerta os consumidores britânicos: o preço da fruta e dos legumes que compram no supermercado vai aumentar pelo menos 8% assim que o Reino Unido sair da União Europeia. Mas ainda há quem resista a essa ideia, tal como uma manifestação durante o fim de semana mostrou. A esperança dos europeístas britânicos é que os próximos dois anos de negociações sirvam de aproximação em vez do afastamento inicial que se verificou assim que Theresa May anunciou o ‘hard Brexit’. Em França, o escândalo que afetou Fillon vai tornar-se numa investigação formal dos procuradores franceses à mulher do candidato presidencial.

The New York Times

Empresas islandesas vão ter de provar que pagam o mesmo aos homens e às mulheres

Não à desigualdade salarial entre homens e mulheres: é este o mote do Governo islandês que quer que as empresas provem que estão a pagar o mesmo aos homens e às mulheres que façam as mesmas tarefas. Segundo o The New York Times, a Islândia foi o primeiro país a introduzir esta terça-feira legislação que requer essa prova aos empresários. Com a desconfiança de que o desequilíbrio se perpetue, o Governo decidiu forçar o progresso: “A História tem mostrado que se queremos progresso, temos de o aplicar”, disse o ministro islandês para a igualdade, Thorsteinn Viglundsson. Leia a notícia completa aqui. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Reuters

Mulher de Fillon investigada pela Justiça francesa

Os procuradores franceses decidiram abrir uma investigação formal esta terça-feira à mulher de François Fillon, o candidato do Partido Republicano francês às eleições presidenciais. A britânica Penelope Fillon será investigada por suspeita de ter sido cúmplice no uso indevido de fundos públicos. Em causa estão centenas de milhares de euros que terão sido pagos a Penelope Fillon por um trabalho que não terá feito, segundo disse uma fonte judicial à Reuters. Este escândalo tem afetado a campanha de Fillon com uma descida nas sondagens que abriu caminho ao independente Macron. Leia a notícia completa aqui. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

The Guardian

Brexit: Preço da fruta e vegetais importados subirá 8%

Segundo os cálculos dos analistas da praça financeira City, citados pelo The Guardian, os preços das frutas, vegetais, flores e óleos vegetais importados vão subir 8% depois do Reino Unido sair da União Europeia. Esta subida será, segundo escreve o jornal inglês, independentemente de qual for o acordo comercial traçado com os Estados-membros. Esta subida acontecerá assim que o Reino Unido for forçado a impor um controlo extra nas fronteiras, o que tornará as importações mais caras. As principais importações deste tipo de produtos têm como origem Holanda, Espanha e França. Leia a notícia completa aqui. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Financial Times

Gigante energética norte-americana pede a Trump que cumpra acordo de Paris

O maior grupo petrolífero dos Estados Unidos, a ExxonMobil, endereçou uma carta à Administração de Donald Trump para que esta cumpra o acordo sobre o clima firmado no final de 2015 entre vários países. Na opinião da empresa o acordo de Paris tem uma “estratégia eficaz para resolver os riscos das mudanças climáticas”. Na campanha para as eleições presidenciais, Trump já tinha indicado a sua desconfiança perante o que os cientistas alertam sobre o impacto das mudanças meteorológicas. A carta da ExxonMobil foi enviada na semana passada e antecipa o anúncio que o presidente dos EUA está a preparar onde vai anunciar que irá reverter várias medidas de Barack Obama nesta área de política ambiental. Leia a notícia completa aqui. (Conteúdo em inglês / Acesso pago)

Valor Económico

Incentivar competição nas empresas nem sempre dá os melhores resultados

São muitas as empresas que adotam culturas empresariais que fomentam a competição entre funcionários. Mas os resultados nem sempre são os desejados. Há estudos que apontam esta opção pode levar a “atalhos” pouco éticos por parte dos colaboradores que tentam chegar ao primeiro lugar. Tudo depende de como a liderança da empresa apresenta a competição aos funcionários. A recomendação é de investigadores da London Business School, do Banco Mundial e da PwC que apresentaram as suas conclusões num artigo conjunto na Harvard Business Review. Leia a notícia completa aqui (Acesso gratuito)

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Ministério Público aponta a outros banqueiros na Operação Marquês

  • ECO
  • 29 Março 2017

Há novos suspeitos ligados à banca na mira do Ministério Público no âmbito da Operação Marquês, que envolve o antigo primeiro-ministro José Sócrates.

Além de Ricardo Salgado e Armando Vara, que já foram constituídos arguidos no processo Operação Marquês, o Ministério Público tem em mira novos suspeitos ligados ao setor da banca. São “pessoas distintas” das já constituídas arguidas no processo, de nacionalidade portuguesa e que “tinham responsabilidades em instituições financeiras e na concessão de crédito”, podendo estar em causa o crime de burla qualificada, adianta o Diário de Notícias (acesso livre), que cita informação que consta na primeira certidão extraída da Operação Marquês.

Estas novas suspeitas sobre banqueiros e recebimentos de comissões ilegais resultam dos últimos dados bancários enviados pela Suíça para o Ministério Público português.

O procurador Rosário Teixeira ordenou a extração da certidão da Operação Marquês, no final do ano passado. Nesse despacho em que ordena a retirada de elementos do processo para uma investigação autónoma, o procurador considera que terá sido “gerado um engano sobre os interesses subjacentes aos financiamentos em causa”.

Segundo Rosário Teixeira, os movimentos financeiros detetados na Suíça nas contas bancárias dos responsáveis por instituições financeiras são “contemporâneos com intervenções e procedimentos de financiamento a clientes”.

A Operação Marquês envolve o antigo primeiro-ministro José Sócrates que, alegadamente, terá recebido dinheiro dos promotores do Grupo Vale do Lobo e do Grupo Espírito Santo através do seu amigo Carlos Santos Silva.

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Aos 60 anos, União Europeia cria campanha anti-euroceticismo

Está descontente com o rumo de Portugal dentro da União Europeia? Se sim, saiba que esse sentimento está em ascensão entre os Estados-membros. A Comissão Europeia quer contrariar esse sentimento.

Depois de ter passado o fim de semana a celebrar os 60 anos de existência, a União Europeia vai enfrentar os seus problemas atuais: a crescente onda populista, nacionalista e eurocética que tem vindo a crescer em vários Estados-membros. Para combater esse problema, segundo o jornal Público (acesso pago), a Comissão Europeia vai financiar uma campanha contra o euroceticismo. A iniciativa de comunicação tem como objetivo melhorar a imagem da UE junto dos cidadãos, nomeadamente nos investimento europeus financiados com fundos comunitários. A campanha chega a Portugal em abril.

As eleições holandesas foram apenas o primeiro obstáculo que as instituições europeias e os seus valores tiveram de enfrentar. Em abril as atenções vão estar nas eleições francesas onde Marine Le Pen, a líder da Frente Nacional — a extrema-direita francesa –, aparece como a segunda candidata nas sondagens das presidenciais. Mesmo na Alemanha, onde a CDU de Merkel e o SPD de Schulz continuam a ter maioria, existem movimentos da extrema-direita com peso, principalmente nas regiões.

Para combater esse sentimento eurocético que está a ganhar terreno dentro da União Europeia, a Comissão Europeia criou a campanha InvestEU para fazer chegar a mensagem a todos os cidadãos europeus. A mensagem é simples: a UE traz mais benefícios e qualquer um pode beneficiar dos investimentos comunitários, nomeadamente no âmbito do Plano Juncker na ordem dos 500 mil milhões de euros. A Comissão Juncker escolheu, tendo em conta os resultados de um estudo da Kantar, 14 Estados-membros para implementar esta campanha, lista onde Portugal está incluído.

Mesmo em Portugal, onde não existe um movimento de massas contra o euro ou a União Europeia, tanto o PCP e o BE têm-se mostrado eurocéticos ao longo dos últimos anos. Os comunistas estão a lançar um campanha este ano para a saída de Portugal da zona euro. A campanha vai decorrer entre janeiro e junho de 2017. Ao mesmo tempo será também discutida a exigência de renegociar a dívida e a recuperação do controlo público da banca.

Segundo o jornal Público, a campanha já arrancou em França, Bélgica e Alemanha. Na próxima semana o projeto chegará a Portugal, sendo que já foram contactadas pessoas ligadas a projetos financiados pela Comissão Europeia. Estes serão os embaixadores responsáveis por disseminar a mensagem. A ideia é que sejam mostrados exemplos de como a União Europeia tem mudado a vida dos cidadãos e melhorado as condições de vida em cada país.

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O que diz o Livro Verde das Relações Laborais

  • Cristina Oliveira da Silva e Raquel Sá Martins
  • 29 Março 2017

Documento já foi apresentado aos parceiros sociais e vai ser a base da discussão de um acordo em torno de matérias laborais.

Em mais de 400 páginas, o Livro Verde sobre as Relações Laborais faz um retrato do mercado de trabalho que será utilizado pelos parceiros sociais no âmbito da discussão de um acordo na área laboral. Veja aqui algumas conclusões:

Mais de 30% dos trabalhadores por conta de outrem do setor privado tinham contratos não permanentes em 2014. A maioria diz respeito a contratos a termo.

 

Em 2015, 41.399 trabalhadores independentes — 6,9% do total — recebiam 80% ou mais dos seus rendimentos de uma única entidade empresarial. De acordo com o Código Contributivo, estas empresas são chamadas a pagar uma taxa de 5% e são sujeitas a fiscalização. O Governo já prometeu alterar o regime dos trabalhadores independentes e das chamadas entidades contratantes.

A taxa de cobertura das prestações de desemprego caiu, comparando dezembro de 2015 com dezembro de 2009. No final de 2015, pouco mais de 40% dos desempregados — tendo em conta os números estimados pelo INE — recebiam prestações de desemprego.

Olhando para os processos terminados em 2015, os desempregados receberam subsídio de desemprego durante, em média, 20,7 meses. A duração aumenta para 34,2 meses no caso do subsídio social de desemprego subsequente, a prestação atribuída a quem já esgotou o subsídio de desemprego e vive em agregados de baixos rendimentos.

Das prestações de desemprego terminadas em dezembro de 2015, 78% esgotaram o período de atribuição.
São quase 77% os trabalhadores por conta de outrem que estão abrangidos por alguma modalidade flexível de horário de trabalho, entre adaptabilidade, banco de horas ou horário concentrado, por exemplo.
Em 2014, a percentagem de empresas que sinalizava trabalhadores sindicalizados era inferior a 4%. Os dados das empresas dão conta de que só 9,2% dos trabalhadores do setor privado são sindicalizados.
Fonte: Livro Verde Sobre as Relações Laborais 2016Raquel Sá Martins

 

(notícia atualizada)

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Bolsa avança pela quinta sessão, EDP Renováveis desce

Depois de assumirem o papel principal na sessão de ontem, tanto EDP como EDP Renováveis apresentam esta quarta-feira quedas ligeiras. Bolsa renova máximos desde junho.

Depois do disparo de 10% na sessão anterior, na sequência da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada na segunda-feira pela casa-mãe EDP, a EDP Renováveis apresenta perdas ligeiras no arranque desta quarta-feira. Ainda assim, os títulos da cotada mantêm-se dez cêntimos acima do preço oferecido por António Mexia, o que indica que o mercado continua a acreditar que a contrapartida da oferta vai ser revista em alta.

O PSI-20 avança pela quinta sessão seguida, cimentando uma posição de máximos desde junho do ano passado. O benchmark soma 0,32% para 4.865,97 pontos. Dão ânimo sobretudo as ações da Galp (+0,47%) e BCP (+1,19%). O banco continua em boa evidência no mercado nacional, renovando máximos desde o aumento de capital anunciado em janeiro deste ano.

Já o grupo EDP, depois de assumir ontem o papel principal na bolsa lisboeta, cai: a EDP perde 0,1% e a EDP Renováveis cede 0,2% para 6,89 euros, acima dos 6,8 euros da OPA. Para os analistas, os investidores acreditam que a elétrica liderada por António Mexia terá de rever o preço da oferta em alta se quiser atingir os 90% de capital na subsidiária de energias limpas de modo a poder retirá-la da bolsa. Ainda assim, não há condições de sucesso na operação, o que descompromete a EDP de ajustar a contrapartida que oferece.

Lá por fora, no dia em que o Reino Unido mete os papéis para o divórcio com a União Europeia, os mercados permaneciam tranquilos. A libra seguia estável face ao euro e os principais índices acionistas europeus estavam em alta ligeira. Londres, Frankfurt, Madrid e Milão apresentavam ganhos entre 0,1% e 0,5%.

Nove meses depois do referendo britânico que determinou o Brexit, a primeira-ministra Theresa May aciona esta quarta-feira o Artigo 50, que vai desencadear todo o processo de saída do Reino Unido do projeto comum do Velho Continente.

(Notícia atualizada às 8h27)

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O estado do tempo do Brexit

O ECO analisou a meteorologia dos indicadores económicos do Reino Unido. Qual é o estado do tempo para o futuro? As nuvens dominam o panorama atual: o futuro é incerto entre o sol e a chuva.

Acompanhar a cobertura mediática do Brexit através dos meios de comunicação britânicos é uma tempestade sem claridade. São múltiplas as declarações de responsáveis governativos, os documentos secretos divulgados ou as múltiplas estratégias e cenários que o Reino Unido poderá enfrentar nas negociações com a União Europeia. Ainda assim, esta quarta-feira é dado o primeiro passo claro em frente: Theresa May vai acionar formalmente o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, o gatilho para um processo que pode durar dois anos.

O período pós-referendo foi atribulado, entre a troca de Executivo e as passagens dos documentos pelo Parlamento. Quase um ano depois, ainda não existe muita clarificação, mas os ventos dos mercados têm acalmado, mesmo com a incerteza. A questão que se coloca é se a economia britânica conseguirá resistir às dificuldades meteorológicas das negociações em Bruxelas. Tudo vai depender das linhas orientadoras que o Conselho Europeu der para as conversações, mas também da capacidade de negociação das autoridades britânicas, que já têm feito contactos não formais para acordos comerciais (por exemplo, com a Índia e os EUA).

Tal como a humidade pode causar estragos numa casa, também a incerteza é capaz de corroer uma economia, retirando-lhe os seus melhores ativos — como é o caso da praça financeira da City — e fechando-a num beco sem saída dentro de uma União Europeia com um mercado único forte. Sem esquecer que podem vir aí dias inesperados de precipitação intensa: foi o caso desta terça-feira com o anúncio de que o Parlamento escocês aprovou um novo referendo à independência.

Theresa May é contra, mas a primeira-ministra escocesa está determinada. A ideia da líder escocesa é realizar a consulta popular até à primavera de 2019. Ou seja, se os timings forem cumpridos, a Escócia pode sair do Reino Unido numa altura em que este já não estará na União Europeia. Os escoceses podem depois candidatarem-se a entrar na UE. Este e outros raios podem cair sobre o solo economia britânica. O ECO escolheu sete indicadores para avaliar o estado do tempo do Brexit nas próximas estações:

1 – A economia vai crescer? ☂️

Neste campo cada um tem a sua visão, mas nenhuma é muito animadora para a economia britânica. A Comissão Europeia, por exemplo, prevê uma desaceleração do crescimento económico com 1,5% em 2017 e 1,2% em 2018, refletindo uma visão pessimista do Brexit. Esta visão é partilhada pelo Banco Mundial que também vê uma economia britânica mais parada. Já a OCDE é mais otimista e prevê que o Reino Unido cresça mais do que 2%, alguns anos até quase 3%. Quem também está mais otimista é o Fundo Monetário Internacional que prevê uma subida do PIB na ordem dos 1,9% nos próximos anos. É, contudo, bastante difícil prever como poderá reagir uma economia após uma saída da União Europeia. É a primeira vez que isso acontece. O caldeirão do PIB é influenciado por muitos indicadores que, neste momento, estão mergulhados em demasiada incerteza.

2 – Taxa de juro ⛺

Será que o Banco de Inglaterra, pressionado pelos consecutivos aumentos da Reserva Federal (e quiçá do Banco Central Europeu), vai aumentar a taxa de juro? A resposta mais direta seria que tudo depende de como se comportar a inflação britânica. Aqui as previsões também são divergentes, mas quase todas concordam que o Reino Unido ultrapassará uma inflação anual de 2% muito em breve, principalmente com a influência da subida dos preços dos combustíveis. Tanto o FMI como a Comissão Europeia e a OCDE preveem que em 2018 a inflação atingirá os 2,6%.

O Brexit vai ser não só um duro teste para a libra esterlina, mas também para os próprios bancos que estão neste momento com lucros mais baixos. O Banco de Inglaterra anunciou esta terça-feira que vai submeter os principais bancos britânicos a testes de stress de forma a testar a sua capacidade de ultrapassar uma profunda recessão ou uma grande depreciação da libra. Esta é a preparação que Mark Carney, o governador do Banco de Inglaterra, quer que o sistema bancário inglês ultrapasse para antecipar o impacto da saída da União Europeia.

3 – Comércio internacional ?

É aqui que reside uma das maiores dúvidas relativas a todo o processo do Brexit. Por causa de décadas e décadas de mercado único e relações comerciais fortes, a maioria dos países europeia — como é o caso de Portugal — estão dependentes do Reino Unido. Mas neste caso a relação de dependência é ainda maior para os britânicos que, sem a ligação aos seus vizinhos, ficam mais isolados para fazer trocas comerciais. Ainda que esta perda seja compensada por ganhos em mercados gigantes como o dos Estados Unidos ou mercados em ascensão como o da Índia, isto implica uma mudança de paradigma para as empresas britânicas. E as empresas europeias (incluindo as portuguesas) também terão de se adaptar depois de perderem o país anglo-saxónico com uma língua que abria portas além fronteiras da União Europeia.

Fonte: The Observatory of Economic Complexity. Dados relativos a 2014.
Os bens que o Reino Unido importa de Portugal.Raquel Martins
Fonte: The Observatory of Economic Complexity. Dados relativos a 2014.
Os bens que o Reino Unido exporta para Portugal.Raquel Martins

4 – Libra desce, desce… ☁️

Segundo os dados da Bloomberg, a libra já desvalorizou 12% desde que no referendo os britânicos votaram para sair da União Europeia. O Reino Unido já tinha a sua independência monetária, controlada pelo Banco de Inglaterra, mas a menor dependência ao euro e aos restantes países europeus poderá fazer com que os britânicos sejam mais agressivos numa possível desvalorização da moeda. Por um lado, uma libra menos valorizada vai penalizar os britânicos que quiserem viajar para outros países. Por outro lado, as exportadoras britânicas poderiam beneficiar dessa diferença dado que os bens ficariam mais baratos para compradores estrangeiros. Num possível cenário em que o Reino Unido não tenha acesso ao mercado único europeu, esta pode ser uma estratégia a adotar por Mark Carney, o governador do Banco de Inglaterra.

5 – Preços das casas ?

O custo da habitação no Reino Unido é dos mais elevados no mundo, principalmente para os cidadãos que vivam em Londres. A cidade continua a ter mobiliário muito valorizado. A medição é feita mensalmente: notou-se um pico em agosto, mês e meio depois do referendo. No entanto, desde aí que os preços das casas têm abrandando a sua valorização. Segundo a Bloomberg, as casas aumentaram de preço 4,8% em fevereiro deste ano. Caso haja menos procura por casa no futuro — se a livre circulação de pessoas não estiver num futuro acordo com a União Europeia — o preço das casas pode vir a descer nos próximos anos, aliviando assim o mercado imobiliário, principalmente o londrino.

6 – Obrigações do Tesouro britânico ☔

As obrigações a dez anos continuam nos níveis pré-referendo. Durante o verão, a yield chegou a descer bastante mas recuperou desde outubro, tendo ficado estável desde então. A 12 de agosto do ano passado as obrigações a dez anos bateram o mínimo de 0,518%, depois de uma trajetória descendente depois do Brexit. Depois desse mínimo, os juros da dívida soberana britânica recuperaram para os valores anteriores ao referendo, absorvendo os riscos da incerteza que todo o processo — ainda oficialmente por começar — trouxe e vai continuar a trazer para os investidores. Esta terça-feira, os juros a dez anos fixaram-se nos 1,192%.

7 – Taxa de desemprego ⛅

Esta é talvez das estatísticas a que mais atenção se dá mensalmente para aferir como é que a economia de um país se está a desenvolver. Aliás, mais do que isso, a taxa de desemprego permite aferir exatamente os efeitos que a evolução da economia está a ter nos cidadãos, nomeadamente na sua capacidade de criar emprego. Desde o referendo a mudança não é significativa, mas indica que pelo menos não faltará emprego aos britânicos: a taxa de desemprego passou de 4,9% em junho para 4,7% no final de janeiro. Contudo, existe risco caso as empresas comecem a abandonar o Reino Unido por causa da incerteza atual: as próprias instituições internacionais têm refletido esse risco nas suas previsões para os próximos anos, prevendo uma subida ligeira da taxa de desemprego em 2018, ainda assim inferior a 6%.

Seja qual for o estado do tempo do Brexit, os responsáveis políticos querem evitar que exista um vazio. Foi anunciada uma saída dura, mas a maioria espera uma transição pacífica. Da embaixadora britânica em Portugal à secretária de Estado dos Assuntos Europeus — contactadas pelo ECO no início deste ano — passando pelas principais exportadoras portuguesas para o Reino Unido, é unânime que a saída do mercado único europeu será acautelada com um acordo que minimize os impactos. A aposta de todos é que não haverá um período de vazio, mas caso exista prevê-se um período coberta por um nublado forte.

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Perdão fiscal: CGD poupou 21 milhões com PERES

  • ECO
  • 29 Março 2017

O banco público juntou-se a outras grandes empresas portuguesas e aproveitou o plano especial do Governo para pagar uma dívida ao Fisco, não pagando assim os juros associados a essa dívida.

O banco público aproveitou o perdão fiscal criado pelo Governo no ano passado para pagar uma dívida ao Fisco na ordem dos 34 milhões de euros. Ao fazer o pagamento através do Plano Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES), a Caixa Geral de Depósitos poupou 21 milhões de euros em juros, valor que foi “perdoado” pelo Estado. A CGD junta-se assim às milhares de empresas e particulares que aderiram ao plano especial, nomeadamente a EDP que poupou 20 milhões de euros com o PERES. Ao todo, com este programa, o Governo conseguiu encaixar 551 milhões de euros para as contas públicas de 2016.

Segundo o jornal Público (acesso pago), esta operação foi decidida ainda pela administração de António Domingues, que foi presidente do banco público até ao final do ano passado. O banco do Estado pôde assim levantar a caução, ligeiramente superior a 50 milhões de euros, que tinha realizado. Esta é uma garantia bancária que os bancos têm de fazer para travar a execução da dívida por parte do Fisco. Apesar disso, o banco público continua a contestar a dívida em tribunal, um processo que, segundo o Público, está no Supremo Tribunal Administrativo.

A CGD está longe de ser a única grande empresa a aproveitar o PERES. A EDP poupou 19,4 milhões de euros graças ao Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES) no ano passado, mantendo-se também os contenciosos que a elétrica tem com o Estado. “Fomos ao PERES, porque achámos que não perdemos a capacidade de litigar esses dossiês. Se ganharmos, o Estado tem que nos ressarcir mais os juros corridos”, explicou o administrador financeiro do grupo, Nuno Alves. A empresa apresentou uma subida de 5% dos lucros para 961 milhões de euros em 2016.

Também a Jerónimo Martins, a Galp, a Corticeira Amorim e a Cimpor aproveitaram o PERES. Ao todo aderiram mais de 100 mil devedores do Fisco a este plano especial criado pelo Governo de António Costa.

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Salário de Paulo Azevedo com corte de 30% na Sonae

Presidente executivo da Sonae recebeu mais de 600 mil euros em 2016, apesar do corte de 30% da sua remuneração.

A remuneração atribuída a Paulo Azevedo sofreu um corte de 30% em 2016, permitindo à Sonae reduzir os encargos com salários e prémios aos gestores executivos e não executivos para um total de 1,67 milhões de euros.

Azevedo, um dos dois presidentes executivos da Sonae, recebeu 622,8 mil euros no ano passado, 29,75% abaixo dos 886,5 mil euros de remuneração auferida em 2015. Já Ângelo Paupério, o outro CEO da retalhista, teve um aumento de 4%, recebendo 684,6 mil euros.

Entre administradores executivos e não executivos, a Sonae registou encargos de 1,668 milhões de euros apenas com salários e prémios de desempenho, uma fatura que baixou 14% face ao ano anterior.

No comunicado sobre o Governo da Sociedade publicado esta quarta-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a Sonae indica que a redução da remuneração reflete antecipadamente o compromisso assumido com a Sonae.

A Sonae registou uma subida de 22,7% dos lucros em 2016, para os 215 milhões de euros, superando as estimativas dos analistas.

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