Wall Street misto. Investidores aguardam novos indicadores

  • ECO
  • 1 Março 2018

Os investidores estão de olhos postos na intervenção do líder da Reserva Federal, mas o dia que, está ser marcado por grande volatilidade, também aguarda por novos indicadores.

As bolsas norte-americanos seguem em terreno misto, e com elevada volatilidade, no mesmo dia em que foram divulgados dados da despesa dos consumidores e da inflação.

O índice de referência, o S&P500 valoriza 0,13%, para 2.717,31 pontos e o Nasdaq avança 0,19%, para 7.287,137 pontos. Já o Dow Jones recua 0,33%, para 24.946,71 pontos.

Os investidores estão de olhos postos na intervenção do presidente da Reserva Federal dos EUA, Jerome Powell, no Senado. Isto depois de, há dois dias, Powell ter prometido aos membros do Congresso norte-americano que vai manter a política de aumentos graduais das taxas de juro.

Dados divulgados esta quinta-feira revelam que o número de pedidos de subsídio de desemprego caiu na semana passada, atingindo o nível mais baixo em 48 anos, avança a Reuters. Os economistas ouvidos pela agência esperavam uma subida para 226 mil pedidos mas o número, ajustado de sazonalidade, acabou por cair para 210 mil.

Já os gastos dos consumidores norte-americanos subiram 0,2% em janeiro, mês marcada por um aumento dos rendimentos devido à redução de impostos aprovada no final do ano passado, avança a Lusa, citando informação do Departamento do Comércio.

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Pequenos acionistas dos CTT juntam-se para contestar gestão de Lacerda

Grupo de pequenos acionistas dos CTT contesta "significativos erros de gestão" e nacionalização. Promete levantar a voz na próxima assembleia geral do operador liderado por Francisco Lacerda.

Francisco Lacerda, presidente dos CTT.Paula Nunes / ECO

Não são apenas os grandes acionistas que estão preocupados com o futuro dos CTT. Também os pequenos investidores estão bastante apreensivos com o que se está a passar no operador postal português. Alguns deles avançaram para a criação de um grupo para contestar a gestão de Francisco Lacerda e a discussão pública que se fez em torno de uma eventual nacionalização da empresa. E querem fazer-se ouvir já na próxima assembleia geral do dia 18 de abril.

O momento não inspira grande confiança a Gonçalo Sequeira Braga, um dos promotores deste grupo de acionistas individuais que vai reunir-se no próximo dia 15 de março, em Lisboa.

“Há basicamente duas matérias para discutir: os resultados e a situação interna dos CTT e a tentativa de estatização que a empresa tem sido alvo”, diz este investidor ao ECO. “O objetivo deste encontro é definir uma posição concertada para manifestar as posições dos pequenos acionistas na assembleia geral, que o local onde se devem afirmar estas posições”, explica.

Quando se reunirem no hotel Zenit, na capital, dentro de duas semanas (será a uma quinta-feira, às 18h00), estes pequenos investidores já vão saber como correu o ano de 2017 à empresa. Não se esperam boas notícias quando Lacerda apresentar contas no dia 7 de março: os analistas esperam uma redução do lucro em 27% para os 46 milhões de euros.

Este grupo até ao momento não têm grande expressão no capital dos CTT. Mas a convocatória para este encontro não deixa muitas dúvidas para o que estes acionistas individuais vêm: “Os pequenos acionistas têm assistido com extrema preocupação à prática de erros estratégicos na orientação da empresa e a significativos erros de gestão. (…) Apelamos à participação dos senhores acionistas dos CTT face à gravidade da presente situação, que pode terminar numa destruição e/ou estatização da empresa e, consequentemente, numa espoliação dos nossos ativos financeiros legítimos e com valor, que são as ações dos CTT”.

Desde o dia em que os CTT lançaram um profit warning, a 31 de outubro de 2017, os acionistas viram o valor dos seus títulos cair mais de 30%. Desde então a administração tem procurado medidas para travar a deterioração dos resultados: no plano de transformação operacional anunciado em dezembro estão incluídas medidas como o corte de salários ao gestores, a saída de trabalhadores e o fecho de algumas lojas.

Os pequenos acionistas têm assistido com extrema preocupação à prática de erros estratégicos na orientação da empresa e a significativos erros de gestão. (…) Apelamos à participação dos senhores acionistas dos CTT face à gravidade da presente situação, que pode terminar numa destruição e/ou estatização da empresa e, consequentemente, numa espoliação dos nossos ativos financeiros legítimos e com valor, que são as ações dos CTT.

Grupo de Pequenos Acionistas dos CTT

Campanha para reforçar subscrição de certificados

Num esforço para contrariar o declínio na comercialização de produtos de poupança do Estado, os CTT lançaram na última semana uma campanha de publicidade para promover os Certificados de Tesouro Poupança Crescimento.

Segundo explicou fonte oficial dos CTT, esta ação promocional tem como principal objetivo “informar e dar a conhecer ao público as condições e características da oferta do produto“. “Dá a conhecer a alta rentabilidade proporcionada por estes certificados, com uma taxa de juro média a 7 anos mínima de 1,38%, à qual pode acrescer um prémio de remuneração anual logo a partir do segundo ano”, diz o operador.

A campanha, que arrancou no dia 26 de fevereiro, e que se desenvolve-se nos vários meios — digital, rádios, imprensa e materiais de ponto de venda — surge depois de um arranque de ano fraco ao nível de subscrições destes produtos de poupança.

Spot na rádio

A subscrição líquida de certificados do Estado registou uma quebra de 67% em janeiro, ameaçando mais uma fonte de receita dos CTT, que lucram com as comissões associadas à comercialização destes títulos de poupança do Estado: a empresa recebe comissões com subscrições brutas, resgates e stock.

Os analistas do CaixaBank BPI estão a prever uma queda de 12% das receitas dos CTT com o comissionamento destes títulos.

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Vice-presidente da Comissão Europeia espera que portugueses sintam crescimento económico no quotidiano

  • Lusa
  • 1 Março 2018

A situação em Portugal "melhorou bastante”, considerou Valdis Dombrovskis, mas ainda há caminho a percorrer para a economia portuguesa poder "beneficiar todos os membros da sociedade".

O vice-presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis, que hoje inicia uma visita a Portugal, disse esperar que “todos os portugueses comecem a sentir o crescimento económico no seu quotidiano”.

Numa mensagem citada em comunicado pela representação da Comissão Europeia em Portugal, o comissário responsável pela área do Euro considerou que a situação em Portugal “melhorou bastante”, mas que há que “continuar a fazer esforços para que a economia portuguesa se fortaleça e o crescimento se torne sustentável de modo a beneficiar todos os membros da sociedade”.

“Espero que todos os portugueses comecem a sentir o crescimento económico no seu quotidiano”, afirmou.

Na visita de dois dias que hoje arranca, Dombrovskis irá precisamente “debater com as autoridades portuguesas reformas concretas que contribuam para esse objetivo”, segundo o próprio. Outro dos temas em destaque será o aprofundamento da União Económica e Monetária, considerando Dombrovskis que “Portugal tem um papel central na União Europeia e a sua opinião é muito importante”.

O vice-presidente da Comissão Europeia, responsável pelas áreas do euro, diálogo social, estabilidade financeira e união do mercado de capitais, encontra-se já hoje com Mário Centeno, ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo.

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Jerónimo Martins afunda em bolsa. Pedro Soares dos Santos “não está preocupado”

Pedro Soares dos Santos defende a decisão de pagar um dividendo extraordinário aos investidores, apesar da queda dos lucros. E diz que a queda das ações não o preocupa.

A Jerónimo Martins registou uma quebra de 35% nos lucros. Ao mesmo tempo, o dinheiro em caixa encolheu, mas mesmo assim o dividendo que a retalhista vai pagar cresceu. Pedro Soares dos Santos afirma-se convicto da decisão de aumentar os dividendos. O crescimento “só é possível quando temos um balanço forte, e quando se remunera corretamente os acionistas”, defende o CEO. Apesar da remuneração, as ações afundam. O líder da retalhista diz não estar preocupado.

A empresa anunciou que os 385 milhões de euros de lucro, menos 35% do que em 2016, serão distribuídos pelos acionistas: os dividendos crescem assim para os 0,613 por título, acima dos 0,605 euros pagos em 2016. “É um dividendo extraordinário porque tinha valor em caixa. E as previsões para o ano 2018 permitiam fazer isso“, diz Pedro Soares dos Santos. O crescimento “só é possível quando temos um balanço forte e quando se remunera corretamente os acionistas. É isso que queremos que continue”, acredita. E acrescenta: “Os acionistas podem não gostar” mas “não estamos sujeitos a pressões” e “esta liberdade é fundamental para continuarmos a crescer”.

"É um dividendo extraordinário porque tinha valor em caixa. E as previsões para o ano 2018 permitiam fazer isso.”

Pedro Soares dos Santos

CEO da Jerónimo Martins

Pedro Soares dos Santos reconhece que o valor em caixa baixou, “mas para níveis em que nos sentimos bastante confortáveis”, afirma. O cash flow gerado em 2017 foi de 249 milhões de euros, “incorporando o aumento registado no capex [investimento] em relação ao ano anterior”, lê-se no comunicado enviado à Comissão de Mercado e Valores Mobiliários (CMVM).

Em 2017, o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos investiu 724 milhões de euros, dos quais 51% foram afetos à expansão (lojas novas e centros de distribuição), já o restante foi alocado à remodelação do parque de lojas. O CEO pretende manter os níveis de investimento este ano: “o programa de investimento do grupo deverá manter-se nos níveis de 2017 e atingir um valor de 700-750 milhões de euros”, garante no referido comunicado.

Os investidores, porém, não apreciaram o balanço das contas anuais, com as margens do seu negócio caírem e também apresentou um cash flow aquém do esperado no último trimestre do ano. Os títulos da retalhista derrapam 8% na primeira sessão após a apresentação de resultados. Confrontado esta realidade, o líder da retalhista é perentório na resposta: “Não”, não levanta preocupações.

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Economia brasileira cresce 1% em 2017 após dois anos de recessão

  • Lusa
  • 1 Março 2018

A agricultura, em específico uma colheita recorde de milho e soja, foi o motor do crescimento económico brasileiro registado no ano passado.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1% em 2017, que faz o país sair de uma recessão que vigorou em 2015 e 2016, quando a sua economia recuou pelo menos 3,5%, anunciou esta quinta-feira fonte oficial.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017 o setor da agropecuária cresceu 13%, serviços registaram ganhos de 0,3%, e a indústria terminou o período sem alta ou recuo (0,0%). No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro totalizou 6,6 biliões de reais (cerca de 1,6 biliões de euros).

A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explicou que o resultado positivo foi puxado pelo bom desempenho da agricultura, com destaque para a produção de milho, que cresceu 55,2%, e a de soja, cujo crescimento foi de 19,4%. “Apesar do peso relativo menor, a colheita recorde representou a principal contribuição para o resultado positivo do PIB no ano”, explicou Rebeca Palis.

Os serviços, que detêm o maior peso na composição do PIB, tiveram uma variação positiva de 0,3%, influenciados pelo crescimento do comércio (1,8%) e das atividades imobiliárias (1,1%). Já a indústria, que em geral permaneceu estável na passagem de 2016 para 2017, teve como destaque o crescimento das indústrias extrativas (4,3%) e de transformação (1,8%). O destaque negativo do setor foi na indústria da construção, que recuou 5%.

Também contribuiu para o bom resultado obtido pela economia brasileira no ano passado o volume dos impostos sobre produtos e serviços e a taxa de poupança, que apresentou uma recuperação, passando de 13,9% em 2016 para 14,8% em 2017. A taxa de investimento no Brasil em 2017 foi de 15,6% do PIB, abaixo do observado no ano anterior (16,1%).

Na análise da procura interna, o órgão de pesquisas do Governo brasileiro indicou que “a formação bruta de capital fixo recuou 1,8%, puxada pela queda da Construção, e a despesa do consumo do Governo, que caiu 0,6%”. Já a despesa de consumo das famílias cresceu 1% em relação ao ano anterior (quando havia recuado 4,3%), o que, segundo o IBGE “pode ser explicado pelo comportamento dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda no ano de 2017”.

No setor externo, as exportações brasileiras de bens e serviços cresceram 5,2% e as importações também subiram 5%.

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Deco quer clientes do MEO Music a rescindir contrato sem penalização

  • Lusa
  • 1 Março 2018

A associação de consumidores alega que a Altice desrespeitou a lei ao não avisar atempadamente sobre a descontinuação do serviço MEO Music.

A Deco acusou esta quinta-feira a Altice de desrespeitar a lei ao não avisar atempadamente sobre a descontinuação do serviço MEO Music, esclarecendo que os lesados podem rescindir sem penalizações e que denunciou o caso ao regulador Anacom.

“A Altice está a desrespeitar lei. Os consumidores lesados devem pedir a rescisão do contrato”, afirma a associação Deco, de defesa dos direitos dos consumidores, numa nota publicada na revista Proteste e intitulada “Fim do MEO Music: clientes devem rescindir contrato sem penalização”.

Vários consumidores clientes da MEO contactaram nos últimos dias a associação dando conta de terem recebido uma comunicação da operadora a informar que o MEO Music ia ser substituído por outras ofertas de streaming.

“Primeiro, a empresa informou que o serviço seria descontinuado a 28 de fevereiro. Depois, alterou a data para 1 de março. Porém, sabemos que a 23 de fevereiro alguns utilizadores já não tinham acesso ao MEO Music”, afirma a associação.

A Deco diz ainda que, aos clientes que pedem para cancelar o contrato do tarifário por deixarem de ter o MEO Music, “a Altice está a responder” que, se estiverem no período de fidelização, “será emitida e cobrada a fatura por incumprimento contratual”.

A associação acrescenta que a Altice alega que “a descontinuação do serviço” foi “comunicada atempadamente” e que está a disponibilizar “um conjunto de ofertas de substituição” para que [os clientes] possam continuar a aceder a conteúdos de música.

Discordamos destes argumentos. O pré-aviso não foi respeitado. As ofertas de substituição são menos vantajosas do que o MEO Music. E, apesar disso, a empresa não permite rescindir o contrato sem custos, caso o cliente esteja no período de fidelização”, denuncia a Deco.

O caso já foi denunciado pela associação à Anacom, que pede a esta autoridade reguladora do setor das telecomunicações que obrigue a Altice a enviar uma nova comunicação aos clientes, informando-os da possibilidade de rescindirem os contratos sem encargos, caso discordem das alterações unilaterais que surgem com o fim do MEO Music.

Exigimos ainda que a empresa seja penalizada por não cumprir a Lei das Comunicações Eletrónicas”, acrescenta a Deco.

O MEO Music, serviço de streaming (transmissão contínua) de música português, foi lançado no final de 2010 pela Portugal Telecom, permitindo aos clientes da MEO o acesso a músicas.

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Marcelo defende relação de médio e longo prazo com investidores alemães

O Presidente da República salientou a importância do relacionamento económico existente com a Alemanha e da presença de investimento alemão em Portugal. Marcelo esteve reunido com o homólogo alemão.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve reunido esta quinta-feira com o homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier, tendo aproveitado a ocasião para salientar a importância do relacionamento económico existente entre os dois países, bem como da presença do investimento alemão no país. Sem se referir especificamente à Autoeuropa, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu a necessidade de serem mantidas relações de médio e longo prazo entre os dois Estados europeus.

“Em termos genéricos, para Portugal e para os portugueses, é muito importante o relacionamento económico existente com a Alemanha”, começou por afirmar Marcelo Rebelo de Sousa no seguimento de uma questão colocada por um jornalista ao Presidente alemão sobre a presença da Autoeuropa em Portugal. E acrescentou que “é importante a presença do investimento alemão”, defendendo neste âmbito “que as relações sejam de médio e longo prazo, baseadas na confiança recíproca”.

Sem se referir especificamente ao caso da Autoeuropa, o Presidente português acabou por dar um sinal sobre o tema. “Tudo aquilo que possa ser feito para reforçar essa confiança recíproca é bom para as relações entre os dois países, mas em última análise é bom para Portugal e para as portuguesas e os portugueses.

Já Frank-Walter Steinmeier, não respondeu à questão se a Autoeuropa iria continuar ou não a produzir em Portugal. Desde a introdução de um novo modelo o T-Roc a fábrica de Palmela tem vivido um momento conturbado com os trabalhadores a recusarem as propostas da administração. A semana, a comissão de trabalhadores e a administração chegaram a acordo que vai ser votado hoje pelos cerca de 5.000 colaboradores. Em causa está o aumento salarial de 2018, uma negociação que habitualmente se realiza em setembro do ano anterior, mas que foi atrasada devido às sucessivas dificuldades em fazer aprovar um acordo de empresa para o novo horário. Este ano, a partir de 29 de janeiro, a empresa decidiu impor um horário de 17 turnos que inclui o trabalho obrigatório ao sábado e um turno noturno da meia-noite às 7h00.

O Presidente alemão está em Portugal numa visita de dois dias, que começou esta quinta-feira e que termina no Porto na sexta-feira.

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Já há mais camas no alojamento local do que na hotelaria

As 59 mil unidades de alojamento local em Portugal oferecem 229 mil camas para albergar turistas, um número que fica acima das 181 mil camas oferecidas pelos 1.200 hotéis existentes no país.

O setor do turismo bate recordes e o alojamento local acompanha este movimento. No ano passado, o número de camas deste tipo de alojamento ultrapassou, pela primeira vez, a oferta da hotelaria tradicional. As contas são da Associação Hotelaria de Portugal (AHP), que diz ser a única a fazer esta monitorização, mas batem certo com alguns cálculos da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP).

Portugal tem hoje registadas 59.300 unidades de alojamento local, um número que representa mais do dobro das unidades registadas no final de 2015. A informação foi avançada por Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, durante a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que decorre até domingo. Cristina Siza Vieira, presidente executiva da AHP, apresentou, por seu lado, a recolha de informação feita pela associação. Ao todo, as mais de 59 mil unidades de alojamento local em Portugal oferecem 229.298 camas para albergar turistas, um número que fica acima das 181.082 camas oferecidas pelos 1.282 hotéis tradicionais existentes no país no final do ano passado.

O número corresponde a uma estimativa feita com o seguinte exercício: do total de unidades de alojamento local, 508 são hostels, que têm, em média, 26 camas. As restantes unidades são casas ou quartos, com uma média de quatro camas.

Fazendo a análise por concelhos, os números estimados pela AHP ficam, até, abaixo dos que a ALEP estima existirem. Eduardo Miranda, presidente da associação que representa o alojamento local, explica ao ECO que a variável mais correta para comparar o alojamento local à hotelaria é o número de quartos, uma vez que a capacidade dos hostels, superior à das casas, distorce os números. Seja como for, para calcular o número de camas, a associação multiplica o número de quartos por duas camas, adicionando posteriormente a capacidade de utentes dos hostels.

Os dados fornecidos pela ALEP ao ECO apontam para que, no início deste ano, houvesse na capital 52.032 camas. Este número é superior ao que é calculado pela AHP, que aponta para 42.746 camas. Qualquer um dos números é superior ao da hotelaria. Segundo os dados do Turismo de Lisboa, os estabelecimentos hoteleiros da cidade contavam, no final de 2017, com 37.824 camas.

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A manhã num minuto

  • Rita Frade
  • 1 Março 2018

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

A Associação Mutualista Montepio Geral aguarda parecer das Finanças para beneficiar de créditos fiscais, tal como bancos e empresas já usufruem. O Benfica vai liquidar 100 milhões da dívida à banca em março, revelou Domingos Soares de Oliveira em entrevista ao ECO24, isto ao mesmo tempo que continua a venda de jogadores.

A Associação Mutualista Montepio Geral está a estudar a possibilidade de também beneficiar de créditos fiscais, tal como acontece com bancos e empresas, com o objetivo de equilibrar as contas do grupo que em 2016 terão resultado em 300 milhões a 350 milhões de euros em capitais próprios negativos, sabe o ECO.

Em entrevista ao ECO24, o administrador da SAD do Sport Lisboa e Benfica revelou que a dívida à banca vai ser reduzida para valores marginais já em março. “Vamos fazer uma cessação de crédito relativamente ao contrato da Nos que nos vai permitir passar o passivo bancário dos 117 milhões de euros para um valor marginal”.

Depois de quatro meses a cair no final de 2017, a dívida pública começou 2018 com uma subida de 1.000 milhões de euros. O reembolso de 800 milhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) não foi suficiente para compensar o acréscimo na emissão de títulos de dívida pública, na ordem dos 2,2 mil milhões de euros. E janeiro terminou com a dívida nos 243,6 mil milhões de euros.

Habitualmente, na fábrica da Volkswagen em Palmela que emprega mais de 5.000 pessoas, as condições salariais para o ano seguinte são negociadas em setembro, entre a Comissão de Trabalhadores (CT) eleita pelos operários, e a administração da Autoeuropa.

A partir de hoje, e até dia 15 de março, pode reclamar de algumas despesas consideradas nas deduções à coleta de IRS, caso note que os valores não batem certo. Em causa estão as despesas gerais familiares e os gastos com direito à dedução de IVA por exigência de fatura.

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Hotéis nacionais nunca estiveram tão cheios. “2017 foi o ano da consolidação”

Os hotéis registaram uma taxa de ocupação média de 71%, um "resultado histórico" que foi acompanhado pelo aumento dos preços.

A hotelaria nacional conseguiu, ao fim de uma década, superar os resultados do ano de referência de 2007, antes da crise financeira que levou à contração do setor em 2008. No ano passado, os hotéis registaram uma taxa de ocupação média de 71%, um “resultado histórico” que foi acompanhado pelo aumento dos preços, naquele que foi “o melhor ano de sempre nos indicadores operacionais” para a hotelaria nacional.

Os dados são da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) e foram apresentados, esta quinta-feira, durante a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que decorre até domingo. “2017 foi o melhor ano de sempre nos indicadores operacionais, com a taxa de ocupação a registar um resultado histórico e com o rendimento médio por quarto disponível (RevPar) a crescer a dois dígitos, o que demonstra que o preço acompanhou a procura”, indica a AHP.

A taxa de ocupação registada no ano passado é superior em três pontos percentuais em relação a 2016. Foi só nesse ano que a hotelaria conseguiu ultrapassar o anterior recorde da taxa de ocupação de 67% registado em 2007. Mas só no ano passado é que os resultados alcançados foram claramente superiores. A Madeira é a região com o melhor resultado, ao alcançar uma ocupação média anual de 83%, enquanto Lisboa e Porto registaram taxas de 80% e 76%, respetivamente.

O preço médio praticado pelos hotéis subiu para 88 euros, o que traduz um crescimento de 10% face a 2016. Lisboa registou o preço médio mais elevado, de 107 euros, o que corresponde a um aumento de 14%. No Algarve, o preço médio fixou-se nos 100 euros, mais 8% do que em 2016.

A contribuir para esta evolução estiveram os turistas estrangeiros. O peso das dormidas de nacionais em 2017 foi de apenas 29%, enquanto as dormidas de hóspedes estrangeiros responderam por 71% do total. O Reino Unido destaca-se como o principal mercado, seguido pela Alemanha, Espanha e França.

Cristina Siza Vieira, presidente executiva da AHP, comenta que “2017 foi o ano da consolidação no turismo do trabalho consistente que vem sendo desenvolvido” Ainda assim, alerta para a estagnação do indicador da estada média, que se fixou nos 1,97 dias. “Tem claramente muita margem para crescer”, disse.

Para este ano, acrescenta a responsável, não haverá surpresas e a tendência será de continuação dos bons resultados. “Os nossos associados esperam crescimento em todos os indicadores, exceto na estadia. Onde se espera maior crescimento é na receita”, adiantou. A AHP antecipa ainda que abram 61 novos hotéis este ano e que 23 já existentes sejam remodelados.

Aeroporto e “assimetrias” dos destinos preocupam setor

Apesar dos bons resultados, os operadores do setor continuam a salientar vários pontos que podem limitar o crescimento. Durante a BTL, Raul Martins, presidente da AHP, destacou cinco preocupações principais:

  1. Dificuldade em recrutar recursos humanos qualificados: “Somos um setor em franco crescimento e precisamos de contar com profissionais que nos apoiem em número e em qualidade”;
  2. “A gestão da procura no sentido de mitigar assimetrias. Temos de garantir sustentabilidade dos destinos mais procurados e criar mecanismos para os menos procurados”;
  3. “O aeroporto de Lisboa: será impossível receber mais turistas enquanto a nossa principal porta de entrada estiver congestionada”;
  4. “A estadia média: se o número dos hóspedes dificilmente aumentará, concentremos esforços em aumentar dormidas, preferencialmente nos destinos menos procurados. Cada noite adicional num hotel é um dia a mais de investimento”;
  5. “A preservação ambiental do nosso país”.

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Após os Panama Papers, Parlamento Europeu cria comissão especial para investigar crimes financeiros

Os eurodeputados aprovaram a criação de uma comissão especial que investigará crimes financeiros. Aprovaram ainda uma proposta que obriga as consultoras a reportarem os esquemas fiscais das empresas.

O Parlamento Europeu vai passar a ter uma comissão especial que irá investigar os crimes financeiros. A proposta foi votada por larga maioria dos eurodeputados esta quinta-feira. Na sequência das investigações jornalísticas TaxLeaks e os Panama Papers, os eurodeputados já tinham criado duas comissões de inquérito, mas agora decidiram que, pela importância do tema, deve existir uma comissão especial que continue a acompanhar estes casos.

A elisão (lícito) e a evasão (ilícito) na União Europeia será o principal tema da nova comissão. “Os eurodeputados irão acompanhar os progressos realizados pelos Estados-Membros para combater as práticas que permitem a elisão e/ou a evasão fiscais e avaliar os regimes nacionais que proporcionam privilégios fiscais, tais como os programas de aquisição de cidadania”, explica o Parlamento Europeu em comunicado. Os offshores e os esquemas de planeamento fiscal agressivo estão na mira dos eurodeputados.

A comissão vai ter o nome de TAXE 3, um mandato de 12 meses e terá 45 eurodeputados. O objetivo é dar continuidade às conclusões e medidas aprovadas na comissão de inquérito aos Panama Papers. São vários os temas que esta comissão irá tratar desde o financiamento ao terrorismo, a fiscalidade da economia digital, a avaliação dos países da lista negra de paraíso fiscais da União Europeia e a aplicação dos impostos em cada Estado-membro, nomeadamente as regras europeias relativas ao IVA. O alvo são os próprios países, mas também políticos, empresas ou consultoras de planeamento fiscal.

A oposição a esta nova comissão veio dos eurodeputados malteses. Para Malta — país que muito provavelmente será um dos alvos dos eurodeputados — a TAXE 3 é um “desperdício de recursos”, segundo o site Malta Today. David Casa, Roberta Metsola e Francis Zammit Dimech defenderam que a política fiscal deve ser estreitamente do foro nacional, argumentando que o foco deveria ser o crime a prevenção de abusos fiscais.

O relatório final deverá ser apresentado daqui a um ano, antes das eleições europeias de maio de 2019.

Consultoras de planeamento fiscal na mira dos eurodeputados

O Parlamento Europeu aprovou também esta quinta-feira propostas que visam as maiores consultoras do mundo como a EY, PwC, Delloite e KPMG. Em causa estão os esquemas de planeamento fiscal agressivos elaborados por estas consultoras para empresas. A proposta aprovada pelos eurodeputados obrigará — caso veja a luz do dia — as consultoras a reportarem às autoridades os detalhes destes planos. Contudo, é necessário que o Conselho Europeu, onde se reúnem os chefes de Governo dos Estados-membros, adote esta proposta para que avance.

Essa informação seria centralizada num só sistema que, posteriormente, estaria automaticamente disponível para as autoridades tributárias de cada Estado-membro. “No que toca ao planeamento fiscal agressivo, as autoridades públicas devem resolver esta confusão. Não podem limitar-se a ver o fluxo dos novos esquemas, têm também de ver o stock”, afirmou Emmanuel Maurel, eurodeputado socialista que foi o autor deste relatório e proposta.

Antes da aprovação do documento, a eurodeputada Ana Gomes, também dos socialistas europeus S&D, também se pronunciou no Twitter afirmando que “A Ordem Advogados e as vozes que se insurgiram contra obrigações de denunciar esquemas de fuga e fraude ao fisco na #AMLD4 devem espumar diante diretiva em preparação que especificamente os obriga a tal“.

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Pedro Soares dos Santos: “Acredito mais em Costa que em Rui Rio. É um desconhecido”

O CEO da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, afirma a confiança no primeiro-ministro, António Costa, mas não tem o mesmo sentimento em relação aos parceiros da Geringonça, nem a Rio.

Pedro Soares dos Santos não deposita confiança no novo líder do PSD. O presidente executivo da Jerónimo Martins afirma, na conferência de apresentação de resultados da retalhista, que acredita “mais em António Costa do que em Rui Rio”. Diz mesmo que o antigo presidente da Câmara Municipal do Porto é, para ele, um “desconhecido”.

“Acredito muito no Doutor António Costa, mas não acredito muito na coligação”, ou seja, no PCP e no Bloco de Esquerda, os partidos da Geringonça. “Acredito mais em António Costa do que em Rui Rio. Para mim, [Rui Rio] ainda é um desconhecido”, afirmou Pedro Soares dos Santos.

Questionado acerca do aumento da Derrama estadual, avançado pelo atual Governo com o apoio do Bloco de Esquerda e PCP, Pedro Soares dos Santos reconhece que “tem sempre impacto, mas temos de nos reajustar”. Considera a medida justa tendo em conta a abrangência: “só não concordo quando é para um e não é para outros”, e, afirma, esta afeta de igual forma o grupo que gere e os principais concorrentes.

Portugal não é, de qualquer forma, a principal fonte de receita do grupo, mas sim a cadeia polaca Biedronka. “Estamos aqui [em Portugal] porque o tempo é bom”, diz Soares dos Santos, de forma a sublinhar o peso das vendas na Polónia, que contribuem em 68% para os resultados do grupo, face aos cerca de 28% atribuídos às marcas Pingo Doce e Recheio em Portugal.

(Notícia atualizada às 13h41 com mais informação)

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