GoPro à caça de oportunidades para manter a aventura

A conhecida marca de câmaras de ação, GoPro, está aberta a propostas de compra, numa altura em que os produtos, salários e empregos se precipitam em queda livre.

A GoPro já registou inúmeras peripécias nas mãos dos clientes, mas precisa agora de um novo empurrão para o negócio. O JP Morgan já está à procura de investidores interessados nesta nova aventura, embora a GoPro não se assuma ativa nesta demanda. Isto numa altura em que a marca tem perdido terreno no mercado dos drones, já dispensou 20% dos trabalhadores e o CEO reduziu o próprio salário a um dólar por ano.

Fonte: GoPro, página oficial de Facebook

A situação financeira da GoPro está longe do colorido das imagens a que a marca habituou o público. Esta segunda-feira as ações afundaram 33% para um mínimo histórico de 5,04 dólares. Também as perspetivas das receitas para o quarto trimestre acabaram por desiludir, com uma revisão em baixa, dada a fraca procura que se espera na época de férias.

A negociação recuperou ligeiramente com as perspetivas de venda, para a qual a marca conta com a ajuda do JPMorgan. “Nós sempre fomos claros: estamos abertos a qualquer oportunidade que nos ajude a crescer. O JPMorgan é o nosso banco, mas não há um envolvimento ativo na venda. Se a oportunidade certa aparecer, iremos considerá-la”, comunicou a GoPro à Reuters.

A empresa está a passar por uma fase de mudança. Após o despedimento de 20% dos trabalhadores, esta segunda-feira foi anunciado que um dos atuais CEO, Charles CJ Prober, e o vice-presidente de desenvolvimento de negócio, estão de saída: o primeiro em fevereiro, o segundo em março ou abril. Nicholas Woodman, o fundador e também CEO da GoPro, mantém-se — mas com o salário anual de um dólar, avançou a CNN.

A marca, conhecida pelas câmaras de ação, entrou no mercado dos drones para logo perder altitude com o peso da regulamentação. Prevê-se que as regras apertem tanto nos EUA como na Europa. O modelo Karma, o segundo mais vendido na sua gama de preços, só vai durar até esgotar o atual inventário. Chegado a este ponto, a GoPro desistirá do negócios dos robôs voadores.

Os preços das câmaras são outro ponto que “está tremido”. O preço do modelo mais recente, a Hero 6, desceu esta semana de 499 para 399 dólares. Isto significa uma quebra nas receitas de 80 milhões de dólares, mas é justificado pela fraca procura.

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Risco de “instabilidade” com reunião de acionistas da Oi convocada pela Pharol, alerta Justiça brasileira

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2018

A Justiça brasileira aceitou a convocação de uma assembleia geral extraordinária da Oi pedida pela empresa portuguesa Pharol. Mas diz ser "desnecessária" e alerta que pode provocar "instabilidade".

O juiz que, no Brasil, está a acompanhar a recuperação judicial da operadora brasileira Oi, aceitou a convocação de uma assembleia-geral extraordinária pedida pela portuguesa Pharol PHR 0,00% , principal acionista, mas alertou para uma eventual “instabilidade” decorrente do encontro.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Pharol divulga a homologação do plano de recuperação judicial da companhia, anunciado na segunda-feira no Brasil, numa nota em que acrescenta que “a decisão também tratou da convocação de uma assembleia-geral extraordinária de acionistas para deliberar sobre matérias que impactem o plano”, encontro pedido na empresa portuguesa, que não concorda com o novo estatuto social da Oi.

Porém, de acordo com o juiz Fernando Viana, da 7.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, “as alterações pertinentes, inclusive do estatuto social da companhia, aprovadas no plano de recuperação judicial dispensam a realização de assembleia-geral extraordinária e podem ser levadas a cabo pelos órgãos de direção da companhia”. Acresce que, segundo o responsável, “a cláusula do plano que regula a governança durante a fase de transição está em consonância” com a legislação brasileira, “até porque visa conferir estabilidade institucional aos órgãos sociais e aos administradores (…) para fins de cumprimento do plano de recuperação judicial aprovado pela manifestação soberana dos credores”, nota o juiz.

“Portanto, a convocação de assembleia-geral extraordinária é absolutamente desnecessária para dar eficácia à decisão soberana dos credores”, considera o responsável, alertando para que, “pelo contrário, a convocação de assembleia de acionistas, nesta hipótese, poderá reinstalar a instabilidade fortemente rejeitada pelo Judiciário durante todo esse processo de recuperação judicial”.

A convocação de assembleia-geral extraordinária é absolutamente desnecessária para dar eficácia à decisão soberana dos credores.

Fernando Viana

Juiz da 7.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro

Na segunda-feira, a Pharol convocou uma assembleia-geral extraordinária de credores para fevereiro para discutir o estatuto social da empresa. Num comunicado ao mercado, a Pharol refere que o plano de recuperação “não está em conformidade com a governança estabelecida no estatuto social da Oi em vigor”, sendo uma “oposição direta aos direitos dos acionistas”. A Pharol também informou ainda que pretende discutir “providências judiciais e extrajudiciais adequadas” a adotar.

A Oi, na qual a portuguesa Pharol é acionista de referência com cerca 27% das ações, esteve num processo de fusão com a Portugal Telecom, que nunca se concretizou. A empresa entrou com um pedido de recuperação judicial em junho de 2016 por não conseguir negociar as suas dívidas, que na época somavam 65 mil milhões de reais (cerca de 17 mil milhões de euros).

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Catalunha sem efeito nas exportações nacionais para Espanha

A crise da Catalunha não prejudicou as exportações portuguesas para Espanha. Pelo contrário, os dados de novembro divulgados pelo INE mostram uma aceleração nos meses de tensão política.

As exportações das empresas portuguesas para Espanha, o maior parceiro comercial de Portugal, continuam a aumentar. Após uma desaceleração no verão, os dados divulgados esta terça-feira pelo INE mostram que as exportações para Espanha aceleraram no trimestre terminado em novembro, período que já inclui os meses de tensão política. No total, as exportações portuguesas aumentaram 11,9% em novembro, em comparação homóloga, acima dos 10,4% das importações.

O Instituto Nacional de Estatística divulgou esta terça-feira as estatísticas do comércio internacional relativas a novembro. O défice comercial — que piorou 17 milhões de euros face ao mês homólogo, atingindo os 867 milhões de euros — é relativo apenas aos bens. De fora ficam os serviços, onde se inclui o turismo, que tem registado um excedente.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística. Contas do ECO. Valores correspondem à variação homóloga no trimestre terminado no mês referido.

Um trabalho do Fórum da Competitividade divulgado recentemente estimativa que 16% das exportações portuguesas para Espanha estariam em risco por causa da crise na Catalunha, uma vez que a região tem um peso significativo na economia espanhola. Contudo, esse risco ainda não se concretizou. Os dados até novembro — utilizando uma análise com os trimestres terminados no mês referido para alisar as variações mensais — mostram que no final de 2017 as exportações nacionais de bens para Espanha até aceleraram.

A Catalunha é a segunda maior importadora espanhola de bens e serviços portugueses, apenas ultrapassada pela Galiza. Os 16% representam cerca de 1.700 milhões de euros do total das compras espanholas no mercado português. Esta relação entre a Catalunha e Portugal não parece, para já, estar a ser prejudicada por causa da crise. Apesar de não haver dados relativos à região, Espanha — no total — reforçou as suas relações comerciais com Portugal no final de 2017.

Os dados do INE mostram que apenas no mês de novembro, em comparação homóloga, as exportações para Espanha aumentaram 10,4% (+122 milhões de euros) enquanto as importações subiram 9,5% (+175 milhões de euros), tendo sido o país que mais contribuiu, em valor absoluto, para o crescimento das exportações e importações portuguesas.

Mas os efeitos podem ainda chegar nos próximos meses. O Banco de Portugal, por exemplo, estimou recentemente que o impasse na Catalunha pode tirar 0,3 pontos percentuais ao PIB português. “As perspetivas de crescimento da economia espanhola mantêm-se positivas mas, as tensões políticas prolongadas na Catalunha e a incerteza associada podem afetar a confiança dos consumidores e das empresas, determinando um impacto negativo sobre o crescimento económico espanhol, com consequências ao nível da procura dirigida aos parceiros comerciais”, descrevia o BdP.

Défice comercial aumenta 2,6 mil milhões de euros

O comércio internacional de bens continua a alargar o seu défice, uma tendência que se tem verificado em 2017. Até novembro, o saldo comercial piorou 2.632 milhões de euros face ao mesmo período de 2016. Na maior parte do ano, as importações — que têm uma base superior — foram aumentando a um ritmo superior das exportações, justificando este agravamento do défice comercial de bens.

É o que mostram também os dados relativos ao trimestre terminado em novembro de 2017 em que “as exportações e as importações de bens aumentaram respetivamente 10,2% e 13,2% face ao período homólogo”, indica o INE. O mês de novembro registou aumentos homólogos em quase todas as categorias económicas, destacando-se os aumentos das exportações de material de transporte (+38,6%) e das importações de combustíveis e lubrificantes (+34,9%).

No que toca aos combustíveis, houve uma variação significativa: as importações do Brasil aumentaram 186,8%, “fundamentalmente devido à aquisição de combustíveis minerais”, diz o INE. Contudo, a base era pequena pelo que esta variação representa apenas mais 58 milhões de euros nas importações portuguesas.

(Notícia atualizada às 12h10 com mais informação)

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E se o seu salário fosse em bitcoin? Em Espanha, já pode ser

  • Rita Atalaia
  • 9 Janeiro 2018

Em Portugal, já é possível comprar casas em bitcoins. Mas, aqui mesmo ao lado, em Espanha, há um empresa que dá a oportunidade aos funcionários de receberem o salário na moeda virtual.

Não é preciso ser um “mineiro” para ter bitcoins. Pode, simplesmente, comprá-las numa qualquer plataforma de negociação, mas há já quem as receba como remuneração. E é mesmo aqui ao lado. Em Espanha, a Repara tu Deuda, que procura soluções para as dívidas das famílias, aderiu à euforia da criptomoeda. A empresa vai dar a oportunidade aos funcionários de receberem parte dos seus salários na moeda virtual. Isto numa altura em que nada trava a subida da divisa.

A bitcoin “continua a quebrar recordes” e “nada faz pensar que vai parar de subir”, afirmam os responsáveis da Repara tu Deuda, citados pelo Cinco Días (conteúdo em espanhol), reconhecendo a valorização desta moeda virtual que multiplicou por 11 o seu valor no ano passado. Há um ano, a bitcoin valia 706,90 dólares. Hoje, a moeda está a cotar nos 14.773 dólares, mas chegou a ultrapassar os 19 mil dólares no final de 2017.

À semelhança do que já acontecia no Japão — os quatro mil funcionários da japonesa GMO Internet ficaram a saber que a partir de fevereiro deste ano vão poder começar a receber em bitcoins — esta empresa do país vizinho vai permitir que os seus funcionários recebam parte do salários nesta moeda. E até já instalou caixas automáticas da moeda virtual nos seus escritórios.

Só há um detalhe: para que os trabalhadores possam receber na criptomoeda, terão, contudo, de criar uma “carteira” virtual com uma chave de segurança. Carteiras a partir das quais se podem fazer transferências para as várias plataformas que negoceiam este ativo.

Depois, podem guardá-las, procurando que essa “fatia” do salário valorize, ou começar a gastar as divisas digitais. Ainda não há muitos sítios onde possa fazê-lo, mas aos poucos vão surgindo oportunidades para gastar as bitcoins. O imobiliário está a aderir à moda, com casas à venda nesta moeda. Até em Portugal já há apartamentos à venda em bitcoins.

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Governo não renova mandato da PGR. Mandato é “longo e único”, diz Francisca Van Dunem

A ministra da Justiça não vai renovar o mandato da Procuradora Geral. CRP diz que mandato é de seis anos.

A ministra da Justiça, em entrevista à TSF, assume que o mandato da Procuradora Geral da República (PGR), Joana Marques Vidal, estará a chegar ao fim e não será renovado, pois este deve ser “longo e único”. A Constituição da República Portuguesa (CRP) apenas refere que o mandato da Procurador-Geral da República tem a duração de seis anos, não especificando se é um mandato único ou se pode ser renovado (artigo 220º / 3 da CRP). Certo é que todos os dois antecessores de Joana Marques Vidal — Souto Moura e Fernando Pinto Monteiro — apenas exerceram o cargo por seis anos. Já Cunha Rodrigues foi PGR durante 16 anos. Francisca Van Dunem em entrevista à TSF, recordou que essa era “a grande questão que se colocava” quando o PGR era Cunha Rodrigues. Depois disso, “o que se estabeleceu foi um mandato longo e um mandato único”, reiterou a ministra.

Francisca VanDunem é perentória quando questionada pela TSF acerca do mandato da atual Procuradora Geral da República: “a tradição é que o mandato seja longo e único”, afirmou a ministra. Desta forma, a responsável da pasta da Justiça deixa claro que não espera que este se prolongue para além de outubro deste ano.

O cargo de Procurador-Geral da República/PGR, único magistrado do MP sujeito a designação pelo poder político, assenta na dupla confiança do Presidente da República e do Governo: a respetiva nomeação e exoneração são feitas pelo primeiro, sob proposta do segundo (artigos 133.º/m), CRP e 131.º/1, Estatuto do Ministério Público/EMP), não estando a escolha vinculada a qualquer processo de recrutamento.

A ministra considera que o processo Marquês está a decorrer com “celeridade”, falou ainda de Angola. Afasta as questões políticas levantadas por Angola, reiterando que o caso Manuel Vicente é de responsabilidade judicial e portanto o Governo não deverá interferir.

Quanto ao desenrolar da Operação Marquês, na entrevista concedida à TSF, a ministra afirma não ter novidades, mas destaca a celeridade que tem visto no processo sobretudo nos últimos tempos. Nesta mesma conversa, a questão de Angola não passou ao lado.

Na perspetiva de Francisca Van Dunem, o processo que acusa Manuel Vicente, o ex vice-presidente de Angola, de corrupção, não deixa margem para a ação do Executivo. “É um processo judicial no qual o Governo não pode nem deve interferir“, esclarece.

A ministra destaca que o único dever do Estado perante Angola foi cumprido quando fez o encaminhamento do pedido de transferência “que veio pela via diplomática”, conta. Acrescenta ainda que o Governo ficou surpreendido com as declarações de João Lourenço, que considerou a não transferência do processo como “uma ofensa“.

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Prova dos 9: Centeno diz que cumpriu escrupulosamente o Código de Conduta. Cumpriu?

  • Margarida Peixoto
  • 9 Janeiro 2018

O ministro das Finanças desvalorizou a polémica sobre o pedido à direção do Benfica para ver um jogo na tribuna presidencial e garantiu o cumprimento "escrupuloso" do Código. O ECO fez a prova dos 9.

Fotomontagem ECO

Em março de 2017, o ministro das Finanças pediu à direção do Benfica para ver um jogo com o Futebol Clube do Porto, na tribuna presidencial do Estádio da Luz. A notícia foi avançada pelo Observador e confirmada pelo Ministério das Finanças, que alega razões de segurança para o pedido. Esta segunda-feira, o ministro das Finanças desvalorizou o caso, argumentando que não gera polémica, e garantiu ter cumprido escrupulosamente o Código de Conduta do Governo. Cumpriu? E o assunto não é polémico?

A frase

“Não há polémica rigorosamente nenhuma. Há um cumprimento escrupuloso do Código de Conduta a que todos os membros estão obrigados.”

Os factos

1 – O que pediu Mário Centeno?

Conforme já foi confirmado pelo Ministério das Finanças, o Governo pediu à direção do Benfica para beneficiar de um convite para duas pessoas (um para si, outro para o filho), para assistir ao jogo do Benfica contra o Porto, que decorreu a 1 de abril, na bancada presidencial.

O Ministério invoca um motivo de segurança para justificar o pedido: “A notoriedade pública do ministro das Finanças coloca exigências à sua participação em eventos públicos como jogos de futebol no que concerne a garantir a sua segurança pessoal”, defendeu fonte oficial ao Observador.

2 – O que diz o Código de Conduta?

O Código de Conduta do Governo, aprovado a 8 de setembro de 2016, já estava em vigor quando o ministro fez o pedido para ser convidado para ver o jogo, em março do ano seguinte.

Conforme explica o preâmbulo da resolução do Conselho de Ministros, o objetivo é estabelecer “os princípios e critérios orientadores respeitantes à conduta dos membros do Governo em matéria de aceitação de ofertas de bens materiais e de convites ou benefícios similares“, pelo que se aplica ao caso em concreto. É verdade que não foi uma oferta nem um convite espontâneo do clube ao ministro e ao filho, mas foi um convite a pedido do próprio ministro, do qual Centeno e o filho efetivamente usufruíram.

No número 1 do artigo 10.º, estabelecem-se os critérios que ajudam a definir quando é que um governante deve rejeitar um convite ou benefícios similares: “Os membros do Governo e os membros dos gabinetes do Governo abstêm-se de aceitar, a qualquer título, convites de pessoas singulares e coletivas privadas, nacionais ou estrangeiras, e de pessoas coletivas públicas estrangeiras, para assistência a eventos sociais, institucionais ou culturais, ou outros benefícios similares, que possam condicionar a imparcialidade e a integridade do exercício das suas funções”.

E como é que se sabe se se está perante um caso desses? O número 2 do mesmo artigo responde: “Entende-se que existe um condicionamento da imparcialidade e da integridade do exercício de funções quando haja aceitação de convites ou outros benefícios similares com valor estimado superior a 150 euros”.

Mas o Código não diz só isto. Abre também exceções, na alínea a) do número 3 do mesmo artigo, para os casos em que os convites estão “relacionados com a participação em cerimónias oficiais, conferências, congressos, seminários, feiras ou outros eventos análogos” e quando:

  1. “Correspondam a usos sociais e políticos consolidados”;
  2. “Exista um interesse público relevante na respetiva presença”;
  3. “Ou quando os membros do Governo sejam expressamente convidados nessa qualidade, assegurando assim uma função de representação oficial que não possa ser assumida por terceiros”.

Análise

Trata-se de avaliar dois pontos: primeiro, se Centeno praticou um “cumprimento escrupuloso” do Código, como defendeu ou se, pelo contrário, de algum modo o violou. Segundo, se a sua atuação é motivo de polémica.

1 – Cumprimento do Código de Conduta

Há dois argumentos que podem, à primeira vista, dificultar uma aplicação direta do Código ao caso em concreto:

  1. O Benfica não ofereceu ou convidou diretamente Ao ministro por sua iniciativa, como está tipificado no Código, foi o ministro que pediu para ser convidado;
  2. Os convites em causa não têm um valor de mercado atribuído — “não são comercializáveis, pelo que não têm um preço de venda definido,” frisou o Ministério das Finanças.

Paulo Otero, professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, dá uma resposta cautelosa: “Não é fácil saber se houve violação do Código”. E não é por nenhum dos motivos assinalados em cima. Para o professor, o facto de ter sido o ministro a pedir para ser convidado em nada joga a seu favor — “de algum modo usufruiu daquele benefício”, diz o especialista.

Também não é relevante que os convites não tenham um valor de mercado, porque, defende Paulo Otero, daqui resulta que “maior é o privilégio” de usufruir dos lugares. O facto de os lugares não estarem à venda não quer dizer que não tenham um valor económico estimado, como diz o Código.

A dúvida está antes em saber se o caso encaixa numa das exceções previstas, nomeadamente, se é uma conduta que corresponde a “usos sociais e políticos consolidados”. “Há que saber se é um ato isolado deste ministro, ou se é uma prática habitual dos governantes deste Executivo ou de outros”, diz Paulo Otero. E concretiza: “É habitual os clubes oferecerem, ou os membros do Governo pedirem convites para assistirem a jogos e oferecê-los a familiares ou amigos?” É a resposta a esta questão que permite dizer se o Código foi, ou não, violado. E é por isso que o professor se abstém de concluir de imediato que sim.

Outro especialista em direito administrativo ouvido pelo ECO, mas que pediu para não ser identificado, tem uma avaliação mais fechada. “Tendo em conta o que está no Código de Conduta, é difícil que uma atitude destas não esteja incluída“, defende. Para este perito, “se o Código não tivesse ido ao ponto de quantificar o valor do benefício, o caso em causa não seria considerado uma violação”, mas o Código estabelece o limite de 150 euros.

Ficou-se a saber que o ministro é adepto do clube e que recebeu, ou pediu, uma oferta; isto vem levantar um impedimento de atuação do ministro.

Paulo Otero

Professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

2 – Consequências e polémica

Ambos os juristas ouvidos pelo ECO consideram que as consequências de uma eventual violação do Código de Conduta são sobretudo políticas, uma vez que não estão previstas sanções. Mas Paulo Otero vai mais longe: “Ficou-se a saber que o ministro é adepto do clube e que recebeu, ou pediu, uma oferta; isto vem levantar um impedimento de atuação do ministro”.

Mesmo que o ministro não se sinta, ele próprio, limitado na sua capacidade de decisão sobre casos em que esteja envolvido o Benfica, o professor catedrático argumenta que se decidir sobre o clube, levantará a suspeita. “Fragilizou-se juridicamente”, conclui.

Esta segunda-feira, o Correio da Manhã noticiou que a Polícia Judiciária está a investigar a atribuição de uma isenção de IMI a um prédio da família do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, na sequência do pedido de Centeno para ver o jogo na tribunal presidencial. O Ministério das Finanças já negou qualquer interferência do ministro na decisão.

Esta fragilidade de Centeno acontece à semelhança do que se verificou no chamado Galpgate, com o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e dois outros governantes, quando viajaram a convite da Galp para ver jogos do Europeu, lembra ainda Paulo Otero. Aliás, o Código de Conduta foi criado pelo Governo na sequência deste caso, que ditou o afastamento de Rocha Andrade do Executivo.

João Bilhim, ex-presidente da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap) e consultor de Administração Pública, argumenta que a atuação do ministro colide com o Código de Conduta. Este “refere-se apenas à situação passiva em que um membro do Governo recebe um convite”, diz. Mas este caso “é muito pior”, assegura, “consiste em ativamente o membro do Governo pedir um favor para si e para os seus — o filho.” De outro modo, “poder-se-ia concluir que o Código de Conduta teria tido a função perversa de legitimar os pedidos de favores dos membros do Governo uma vez que só penaliza a aceitação de ofertas”, remata.

Para Bilhim, o pedido do ministro ao Benfica não se pode justificar por motivos de segurança — “Desde quando confiou o Estado a segurança de seus ministros à direção do Benfica?”, pergunta — e revela uma “postura atávica e majestática do Estado e de alguns de seus servidores para quem o exercício do poder não está ao serviço dos cidadão podendo, em certas circunstâncias, confundir-se com os interesses pessoais e o dos seus familiares”.

Este é um caso menor [que] mesmo que não tenha qualquer problema legal, tem uma discriminação negativa, nomeadamente porque se trata de um caso que envolve um setor complexo, como o do futebol, que não goza de uma imagem de transparência.

António Costa Pinto

Investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e professor do ISCTE

Para o politólogo e investigador António Costa Pinto, este é “um caso menor”. Mas não deixa de se configurar como um “indicador de saliência negativa”, que “mesmo que não tenha qualquer problema legal, tem uma discriminação negativa, nomeadamente porque se trata de um caso que envolve um setor complexo, como o do futebol, que não goza de uma imagem de transparência”.

Viriato Soromenho Marques, professor catedrático da Faculdade de Letras, desvaloriza totalmente o assunto: “É um assunto com pouca relevância, que acaba por prejudicar o jornalismo de investigação”. Para o professor, “quando a investigação se encarniça em assuntos mesquinhos, de pequena monta, e visa lesar o bom nome de alguém que goza de credibilidade conjuntural, desmotiva e descredibiliza o órgão de comunicação social que o faz”.

Prova dos 9

Há uma exceção que pode impedir a conclusão de que Centeno violou o Código de Conduta: o caso pode ser considerado como um convite para um evento que se enquadra nos “usos sociais e políticos consolidados”. Contudo, pelo exposto pelos juristas, é difícil argumentar que o cumprimento do Código foi “escrupuloso”, conforme disse o ministro das Finanças.

Além disso, a avaliação da atuação do ministro é tudo menos unânime, gerando polémica mesmo entre juristas e analistas políticos.

 

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Problemas na bilheteira. CP alarga período de saldos por mais cinco dias

  • ECO
  • 9 Janeiro 2018

Bilheteira online da CP não resistiu à "adesão massiva" aos bilhetes em saldos para viagens entre Lisboa e Porto e "crashou". CP responde, alargando período de compra por mais cinco dias.

Depois da bilheteira online da CP ter “crashado” face à “adesão massiva” aos bilhetes promocionais para viagens entre Lisboa e Porto, o período de compra foi alargado por mais cinco dias, revelou a empresa ao ECO. Os clientes têm agora até 20 de janeiro para conseguirem bilhetes por cinco euros.

“Para compensar os seus clientes destes constrangimentos, a CP decidiu prolongar o prazo inicial em cinco dias adicionais”, avançou a porta-voz da Comboios de Portugal. Assim, o período de realização das viagens passa a ser de 14 de janeiro a 19 de março. Além disso, a companhia colocou à venda 700 bilhetes adicionais com promoção.

Na sexta-feira, a bilheteira online da Comboios de Portugal não resistiu à grande procura pelos bilhetes a preços reduzidos. Apesar de ter sido anteriormente testado, o sistema informático falhou face à “adesão massiva” e obrigou quem procurava estas viagens promocionais a fazer a compra nas bilheteiras físicas ou através da Linha de Atendimento.

Ainda assim, de acordo com a CP, até esta segunda-feira já tinham sido vendidos entre 65% e 70% dos lugares abrangidos por esta campanha e no caso da ligação Lisboa-Porto 80% dos bilhetes já foram adquiridos.

A campanha da CP oferece bilhetes a cinco euros para viagens entre Lisboa e Porto em classe turística ou segunda classe em Alfa Pendular ou Intercidades. A compra terá de ser realizada com dez dias de antecedência e no período compreendido entre 5 e 20 de janeiro.

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Portugal com segunda maior quebra homóloga no desemprego na União Europeia

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2018

A taxa de desemprego anual baixou, em novembro último, para os 8,7% na Zona Euro. Portugal registou a segunda maior quebra homóloga no desemprego.

A taxa de desemprego anual baixou, em novembro último, para os 8,7% na Zona Euro e os 7,3% na União Europeia, valores que não se registavam desde janeiro de 2009 e outubro de 2008, respetivamente, segundo o Eurostat. Portugal registou a segunda maior quebra homóloga no desemprego.

Na Zona Euro, os 8,7% de novembro comparam-se com os 8,8% de outubro e os 9,8% do mês homólogo de 2016 e na União Europeia (UE), o desemprego recuou para os 7,3%, face aos 7,4% de outubro de 2017 e aos 8,3% homólogos.

Segundo o gabinete de estatísticas da UE, Portugal teve a segunda maior quebra homóloga no desemprego (de 10,5% para 8,2% entre novembro de 2016 e novembro de 2017), depois da Grécia (de 23,2% para 20,5%, segundo dados de setembro) e seguido da Croácia (de 12,5% para 10,4%) e de Chipre (de 13,1% para 11,0%).

As mais baixas taxas de desemprego anuais registaram-se, em novembro, na República Checa (2,5%), em Malta e Alemanha (3,6% cada) e as mais altas na Grécia (20,5%, dados de setembro) e Espanha (16,7%).

O desemprego jovem foi de 18,2% na Zona Euro, abaixo dos 20,5% homólogos e dos 18,4% de outubro, e de 16,2% na UE, face aos 18,2% de novembro de 2016 e aos 16,4% na comparação em cadeia.

As taxas mais baixas de desemprego entre as pessoas com menos de 25 anos registaram-se na República Checa (5,0%) e Alemanha (6,6%) e as mais elevadas na Grécia (39,5% em setembro último), em Espanha (37,9%) em Itália (32,7%) e Portugal (23,7%).

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Presidente da ACT demitido por divulgar dados de funcionária

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2018

Pedro Pimenta Braz foi afastado pelo Governo por ter revelado um documento que continha informações sobre o estado de saúde e situação familiar de uma inspetora do trabalho.

O Presidente da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) foi demitido por ter revelado um documento com dados pessoais de uma funcionária e está impedido de assumir cargos dirigentes por três anos, revela esta terça-feira a imprensa.

De acordo com o Público e o Jornal de Notícias, Pedro Pimenta Braz, que terminaria o comissão de serviço à frente da ACT a 21 de janeiro, foi afastado pelo Governo na sequência de um processo disciplinar instaurado em setembro passado, por ter divulgado a todos os funcionários da ACT um documento que continha informações sobre o estado de saúde e a situação familiar de uma inspetora do trabalho. O responsável tinha assumido funções na direção da ACT em janeiro de 2013, nomeado pelo então ministro da economia Álvaro Santos Pereira.

Na base do processo disciplinar esteve uma denúncia de uma inspetora da ACT, que acusou Pedro Pimenta Braz de divulgar a todos os colegas um documento com os seus dados pessoais.

“O diferendo iniciou-se no verão de 2016, quando a inspetora apresentou um pedido de mobilidade interna para uma unidade local mais próxima da residência, alegando motivos de saúde e familiares”, escreve o Público, acrescentando que “o pedido foi recusado pelo inspetor-geral, com o argumento de que tem de haver um número mínimo de trabalhadores para que a ACT possa cumprir a sua missão”.

Inconformada com a recusa, a inspetora expôs o caso ao provedor de justiça, que lhe deu razão, e interpôs um recurso hierárquico junto do secretário de Estado do Emprego a solicitar a revogação da decisão do inspetor-geral do trabalho. Ponderados os argumentos da trabalhadora e da ACT, o secretário de Estado deu luz verde à sua transferência.

Ao tomar conhecimento da decisão, explica o Público, Pedro Pimenta Braz mandou divulgar a todos os trabalhadores da ACT o despacho do secretário de Estado, juntamente com o processo do recurso hierárquico, documento que continha dados pormenorizados sobre o estado de saúde da inspetora e a sua situação familiar, levando-a a apresentar queixa à tutela.

Pedro Pimenta Braz já foi notificado das sanções, que “entram em vigor no dia seguinte à sua comunicação”, ou seja, esta terça-feira de manhã.

Segundo o jornal, a instrutora do processo disciplinar propôs como sanção principal a suspensão, com perda de retribuição, por 60 dias (30 dias de suspensão por cada facto dado como provado), uma proposta com a qual o secretário de estado do Emprego concordou na íntegra.

Como sanção acessória foi determinada a “perda da comissão de serviço enquanto dirigente superior de primeiro grau e a impossibilidade de assumir cargos dirigentes durante os próximos três anos”, escreve o Público.

Ainda segundo o jornal, na segunda-feira, ao conhecer o desfecho do processo, Pedro Pimenta Braz enviou um email a todos os funcionários da ACT a dar por terminada a comissão de serviço (sem adiantar as razões para a saída) e a comunicar que se manterá na instituição como inspetor.

As funções serão asseguradas interinamente pelo atual subinspetor-geral, Manuel Roxo, até à nomeação das equipa dirigente.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 9 Janeiro 2018

A Europa está de volta, diz Macron. Bezos vê a sua fortuna crescer enquanto a GoPro desiste dos drones e despede funcionários. A boa sorte da Samsung pode ter fim à vista e a Altice faz um spin off.

Nada dura para sempre: nem o lugar de Bill Gates no topo do pódio dos homens mais ricos do mundo, nem o sucesso da Samsung, nem a série de golpadas de sorte (e popularidade) da GoPro. Jeff Bezos já vale mais do que o criador da Microsoft alguma vez valeu, há nuvens negras no horizonte da gigante coreana da tecnologia (e novas apostas à vista) e a GoPro pode mesmo estar à venda. Na China, Emmanuel Macron anunciou ainda outra mudança: a Europa está de volta… e apela ao comércio mais justo e equilibrado. Enquanto isso, a Altice separa a sua divisão norte-americana da europeia, esperando aliviar os receios dos investidores.

Financial Times

Altice avança com spin off dos EUA. Tem nova estrutura na Europa

A Altice NV vai separar a Altice USA da filial holandesa. Este spin off, anunciado pela operadora na segunda-feira à noite, não será a única alteração. Na Europa, a empresa também quer reestruturar as operações, numa tentativa de aliviar os receios dos investidores em torno da elevada dívida da Altice, que têm levado os preços das ações a cair nos últimos meses. Propõe pagar 1,5 mil milhões em dividendos.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado / conteúdo em inglês).

Bloomberg

Bezos já vale mais do que Gates alguma vez valeu

O património líquido do fundador e líder executivo da Amazon acaba de atingir os 105,1 mil milhões de dólares (cerca de 87,6 mil milhões de euros). Nos últimos 12 meses, o valor de mercado da gigante das compras online cresceu quase 57% e só este ano os seus títulos valorizam 6,6%. Essa evolução permitiu a Jeff Bezos substituir definitivamente Bill Gates no topo do pódio dos homens mais ricos. Estima-se que o criador da Microsoft teria uma fortuna liquida de 150 mil milhões de dólares (cerca de 125 mil milhões de euros), caso não tivesse doado uma parcela tão significativa da sua riqueza através da Fundação Bill & Melinda Gates.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado / conteúdo em inglês).

The Washington Post

Macron vai à China e leva comércio justo na agenda

A Europa está de volta. Foi essa a mensagem que serviu de mote à viagem de três dias de Emmanuel Macron à China. “Vim cá para dizer à China que estou determinado em trazer a parceria Europa-China para o século XXI”, sublinhou o Presidente Francês. Essa ligação deverá ser refletida na expansão dos acordos comerciais entre os dois países em causa e no equilíbrio da regulação sobre o investimento em ambos as nações. “Quero que definamos juntos as regras de uma relação equilibrada, na qual todos ganhem”, reforçou Macron.

Leia a notícia completa no The Washington Post (acesso livre / conteúdo em inglês).

CNN Money

GoPro desiste definitivamente do negócio dos drones. Pode estar à venda

A Go Pro está tremida e, possivelmente, à venda. A marca de “câmaras de ação” acusa uma fraca procura, que já levou ao despedimento de 20% da força de trabalho. A gama de drones Karma será das primeiras a extinguir-se: estes robôs abandonam o mercado assim que o inventário se esgotar, dadas as pressões regulatórias.

Leia a notícia completa na CNN Money (acesso livre / conteúdo em inglês).

Financial Times

Lucros da Samsung batem novamente recordes, mas há mudanças na trajetória

A Samsung tem uma nova aposta: o universo da condução autónoma. Os chips de memória têm sido a estrela entre as contas da Samsung, mas a marca de tecnologia prevê que este negócio esteja a atingir o pico – a seguir ao qual a trajetória é inevitavelmente descendente. A Samsung, que projeta bater um novo recorde nos lucros este trimestre, quer continuar no bom caminho à boleia de novos produtos.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado / conteúdo em inglês).

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Pyongyang quer enviar delegação para Jogos Olímpicos

  • Lusa e ECO
  • 9 Janeiro 2018

A Coreia do Norte propôs enviar uma delegação de alto nível aos Jogos Olímpicos de Inverno. Evento vai decorrer no próximo mês na Coreia do Sul.

Pyongyang propôs hoje enviar uma delegação de alto nível aos Jogos Olímpicos de Inverno, que vão decorrer no próximo mês na Coreia do Sul, durante a primeira reunião entre as duas Coreias em mais de dois anos, anunciou Seul.

“A parte norte-coreana propôs enviar uma delegação de alto nível”, declarou o ministro-adjunto da Unificação da Coreia do Sul, Chun Hae-Sung, aos jornalistas.

Depois desta proposta, responsáveis sul coreanos disseram estar a considerar levantar temporariamente as sanções aplicadas a Pyongyang, de maneira a permitir a entrada da delegação no país, refere o Financial Times (conteúdo em inglês/acesso pago).

Representantes de ambas as Coreias reuniram-se esta terça-feira pela primeira vez em dois anos, depois de Kim Jong Un, líder supremo da Coreia do Norte, ter demonstrado interesse em participar nos Jogos Olímpicos. Esta é uma tentativa de aliviar a tensão que tem vindo a aumentar nos últimos meses entre a Coreia do Norte e os EUA. Donald Trump disse apoiar as conversações “a 100%”.

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Vera Pinto Pereira sai da Fox ibérica para a administração da EDP

Na nova equipa executiva da EDP, há um nome que surpreende: Vera Pinto Pereira, managing diretor da Fox na Península Ibérica. Da televisão para a energia, é o único nome externo à EDP.

António Mexia vai renovar o seu mandato como presidente executivo da EDP, Luís Amado será o chairman, mas as mudanças na equipa são limitadas para o triénio 2018/2020. Sai Nuno Alves, o histórico administrador-financeiro, e entra um único nome fora do universo EDP. É mulher e vem do mundo da televisão. Vera Pinto Pereira vai ser administradora da elétrica, e sai da função de managing diretor da Fox Network Group e National Geographic Partners na Península Ibérica.

Vera Pinto Pereira já estava no negócio da televisão antes de entrar na Fox no início de 2014. Antes, era diretora de conteúdos do Meo e foi uma das responsáveis pelo lançamento da plataforma da antiga PT, agora Altice Portugal. Agora, será uma das duas mulheres na administração executiva da EDP, a ser aprovada na assembleia geral da empresa, no dia 5 de abril. A lista proposta por alguns dos principais acionistas, como a China Three Gorges, foi conhecida logo nos primeiros minutos desta terça-feira em comunicado enviado ao mercado.

Estas alterações decorrem do facto de o mandato dos atuais membros do conselho de administração executivo da EDP ter terminado a 31 de dezembro e por isso é necessário eleger novos elementos. O conselho conta com nove elementos, sendo que Manso Neto continua a ser proposto para números dois de António Mexia, mas passa a haver uma presença feminina no board: Maria Teresa Isabel Pereira e Vera Pinto Pereira. Esta é uma novidade, tendo em conta que no anterior conselho de administração não havia mulheres, mas a elétrica tenta assim responder às exigências em termos de quotas de género que se impõem às empresas cotadas, ou seja, tem de haver 20% de mulheres.

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