Conselho Geral e de Supervisão exige reformulação do relatório de atividades da ADSE

  • Lusa
  • 24 Maio 2019

Para o Conselho Geral e de Supervisão, o relatório de atividades da ADSE devia incluir propostas como o alargamento do subsistema aos trabalhadores do Estado com contrato individual.

O Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE deu parecer favorável às contas de 2018 do instituto, mas considera que o relatório de atividades tem de ser reformulado para integrar “matérias relevantes” que ficaram fora do documento.

No parecer sobre o relatório de atividades da ADSE divulgado esta sexta-feira, o conselho defende que entre as matérias a constar no documento deve estar a proposta de alargamento do sistema de saúde da função pública aos contratos individuais de trabalho do Estado, em discussão há cerca de dois anos.

“O nosso parecer é favorável às contas, nomeadamente no que concerne ao crescimento do número de beneficiários titulares, mas poderia ser melhor se o Governo e o Conselho Diretivo [da ADSE] tirassem da gaveta a questão do alargamento”, disse à Lusa o dirigente da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, um dos membros do CGS da ADSE que representa os beneficiários.

O relatório de atividades dá conta de uma perda de 18 mil beneficiários entre 2016 e 2018, para um total de 1.204.964, dos quais 70% são titulares (os que descontam para o sistema) e 30% familiares.

Porém, regista-se um aumento de 0,8% no número de beneficiários titulares para 838,3 mil e um crescimento de 3% da receita proveniente dos descontos dos trabalhadores e pensionistas para 592 milhões de euros, que o CGS considera “positivos”.

O CGS solicita fundamentação sobre a evolução dos beneficiários, nomeadamente a justificação para o aumento dos titulares ativos e quer saber qual o impacto da regularização dos precários da administração pública, bem como se explica a saída de mais de 12.446 familiares do sistema de saúde e a diminuição dos titulares reformados.

No relatório da ADSE é indicado que o instituto perdeu 14 trabalhadores (7% dos efetivos) e, segundo o CGS, esse movimento não é “devidamente explicitado”, apenas se referindo que a maioria das saídas foi por aposentação e mobilidade. “Nada se refere quanto às nomeações das chefias, apesar das mesmas terem ocorrido em 2018”, lê-se ainda no parecer do conselho.

Segundo José Abraão, a falta de pessoal na ADSE está relacionada com o atraso nos pagamentos dos reembolsos no regime livre que, segundo o relatório de atividades, subiu de 39 dias para 60 dias. “Esta é uma questão que o Governo e o Conselho Diretivo devem resolver rapidamente e não é referido nada sobre o reforço de quadros no relatório”, sublinha o dirigente sindical.

O membros do conselho registam que, pela primeira vez, o relatório de atividades da ADSE integra as regularizações da faturação emitida pelos prestadores de saúde de regime convencionado, sendo estimados em 11 milhões de euros e em 10 milhões as regularizações para os anos de 2017 e 2018, respetivamente.

Porém, o CGS critica o facto de não existir justificação para como se chegou a estes valores, inferiores aos de 2015 e 2016, quando se apuraram 38 milhões de euros.

José Abraão considera que os pareceres do CGS, órgão constituído por 17 membros, entre representantes dos beneficiários, dos sindicatos, dos reformados e do Governo, têm sido “desvalorizados”. “O Conselho Diretivo e o Governo devem mostrar mais respeito pelo CGS, uma vez que nele estão representantes dos beneficiários, que são quem paga a ADSE”, defende o sindicalista.

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Durão Barroso distinguido pelos “Signs Awards” pela defesa “incansável” dos ideais europeus

  • ECO
  • 24 Maio 2019

A instituição alemã distinguiu o ex-presidente da Comissão Europeia pela defesa incansável dos ideias europeus. Barroso junta-se a Ban Ki-moon e Mario Draghi.

O ex-presidente da Comissão Europeia é distinguido esta sexta-feira, em Berlim, com um “Signs Award” pelo seu contributo para a construção europeia e pela defesa “incansável” dos ideais europeus que continua a fazer internacionalmente”, revela um comunicado.

Durão Barroso é distinguido na categoria “Responsibility in Communication”, juntando-se assim a personalidades como Ban Ki-moon, antigo secretário-geral da ONU, ou Mário Draghi, presidente do Banco Central Europeu, vencedores em edições anteriores.

“O júri do prémio destaca as “realizações e missões de paz internacionais” de Durão Barroso, “um europeu credível” numa altura em que a Europa precisa de apoios fortes para fazer face ao Brexit e ao fortalecimento de partidos populistas de direita e esquerda”, acrescenta o comunicado. “O português é impressionantemente a favor da ideia europeia”, refere o júri. Esta escolha acontece a dois dias do fim das eleições para o Parlamento Europeu que decorrem até domingo nos 28 estados-membros.

Este ano o evento organizado pela instituição alemã será dedicado à discussão sobre o futuro da Europa. Foi também sobre assuntos europeus e internacionais que Durão Barroso falou esta sexta-feira com Angela Merkel.

Durão Barroso foi presidente da Comissão Europeia entre 2004 e 2014, tendo atravessado todo o período de crise financeira com intervenção em quatro países da UE, Grécia, Irlanda e Portugal.

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Portugal Air Summit: empresas vão debater o futuro da aviação e aeronáutica

  • Ricardo Vieira
  • 24 Maio 2019

Sob o tema “Powering Human Capital”, o programa da cimeira vai centrar-se nas capacidades humanas, mercado de trabalho e formação avançada.

Ponte de Sor recebe a terceira edição da Portugal Air Summit, que reúne entidades e personalidades da indústria para debater e analisar o potencial e futuro da Aviação e Aeronáutica. Sob o tema “Powering Human Capital”, o programa da cimeira, que decorre entre 30 de maio e 2 de junho, vai centrar-se nas capacidades humanas, mercado de trabalho e formação avançada.

O evento “pretende promover numa base nacional e internacional o setor aeronáutico português e assim estabelecer Portugal como um major player na indústria internacional. Mais uma vez, adota o principal objetivo de contribuir para o desenvolvimento da atividade corporativa no campo da aviação tripulada e não tripulada”, lê-se na página da iniciativa.

O Lusoavia, Encontro Internacional de Aviação dos Países Lusófonos, faz parte da programação, no qual estará presente Salimo Abdula, Presidente da Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

Para Nuno Molarinho, CEO da TheRace e organizador do Portugal Air Summit, “é um prazer receber um evento com o perfil da LusoAvia. Será muito interessante debater o setor aeronáutico lusófono, constituído por 274 milhões de cidadãos e que representa 12% do tráfego mundial de passageiros. Sem dúvida que a presença de nomes de grande prestígio será uma mais-valia para o Portugal Air Summit e para o seu posicionamento enquanto momento chave de discussão da aeronáutica e da sua importância económica”.

Na Portugal Air Summit está anda prevista a presença de Aya Sadder, responsável pela Intelak, uma aceleradora líder em viação e turismo com base nos Emirados Árabes Unidos. “Esta é uma das grandes incubadoras e investidoras mundiais em startups do setor aeronáutico, que estará presente pela primeira vez num grande evento deste cariz fora dos Emirados, uma oportunidade única para as startups portuguesas apresentarem os seus projetos”, afirma a organização.

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Emissão de Panda Bonds é “oportunidade” para Portugal alargar base de investidores

  • Lusa
  • 24 Maio 2019

A emissão de obrigações portuguesas em moeda chinesa é vista pelo IGCP como uma "oportunidade" para o país alargar a sua base de investidores, defendeu Cristina Casalinho.

A presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, Cristina Casalinho, disse esta sexta-feira que a emissão de dívida em moeda chinesa surgiu como “uma oportunidade” para Portugal continuar a alargar a base de investidores.

“Hoje em dia dependemos crucialmente da base de investidores que temos e o que sabemos é que investidores que compram por exemplo em dívida alemã não investem em dívidas com níveis de risco mais elevado. Se a China pode surgir como uma alternativa de continuar no esforço de alargamento da base de investidores, é importante”, disse.

Cristina Casalinho, que falava durante o Fórum Financeiro Outlook 2019 Portugal – De aqui para onde?, que decorre na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, disse que a operação demorou dois anos a ser negociada e, apesar de ter uma taxa de juro associada “significativamente” mais elevada, acredita que compensará no longo prazo.

“É importante sobretudo se nós pensarmos numa perspetiva de mais longo prazo. Está diagnosticado que a China é um dos países com um nível de poupança mais elevado do mundo e que poderá ser, tendencialmente será, um grande operador ou um grande interveniente nos mercados financeiros a prazo”, acrescentou.

Segundo a responsável, a colocação das chamadas Panda Bonds era assim uma oportunidade a que Portugal não poderia passar ao lado, sendo o país ainda associado a uma perceção de risco elevada. A operação decorrerá na próxima semana, de 29 a 30 de maio, e ascenderá a dois mil milhões de renminbi, o que equivale a 260 milhões de euros, com uma maturidade a três anos.

Em declarações recentes ao ECO, o secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, anunciou a operação e disse que “Portugal será o primeiro país da zona euro a emitir dívida em renminbi”.

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Talkdesk tem novo programa de estágios de verão em Coimbra, Lisboa e Porto

  • Ricardo Vieira
  • 24 Maio 2019

Estágios arrancam com maratona de 48 horas de programação e duram sete semanas. Há vagas no Porto, Coimbra e Lisboa.

Depois de abrir o terceiro escritório no Porto e ter afirmado que vai contratar 100 pessoas até ao final do ano, a Talkdesk abre agora as portas a estudantes de engenharia que ainda não tenham terminado o curso. A empresa criou um programa de estágios para apostar na formação dos futuros engenheiros.

A formação arranca com um hackathon (maratona de 48 horas de programação), na sequência do qual são decididos quais os projetos que os participantes vão desenvolver ao longo do seu estágio na Talkdesk, cujo resultado final pode mesmo vir a ser implementado pela empresa.

“Através deste programa, o nosso objetivo é proporcionar aos jovens engenheiros uma oportunidade de aprendizagem e de crescimento profissional, introduzindo-os ao ambiente desafiante e ao espírito inovador da Talkdesk. Para muitos, este será o primeiro contacto com o mundo do trabalho e queremos que seja memorável. Quem sabe se não será também o primeiro passo de uma carreira de sucesso no seio de uma equipa multifacetada e de nível mundial como a da Talkdesk”, afirma Marco Costa, diretor-geral da Talkdesk para a região EMEA.

Ao longo de sete semanas (de 8 de julho a 23 de agosto), os jovens selecionados vão estar inseridos na dinâmica de equipa da empresa e vão trabalhar de perto com os engenheiros seniores, contactando com os métodos agile e as tecnologias utilizadas pelo mais recente unicórnio de ADN português.

Há vagas de estágios, com inscrições a decorrer, para Lisboa, Porto e Coimbra.

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Registo nacional de drones arranca em 2020

Bruxelas já aprovou as novas regras para o uso de drones no espaço aéreo europeu. O registo nacional de "pilotos", ideia que tem estado na gaveta em Portugal, vai ter de arrancar mesmo, em 2020.

A Comissão Europeia adotou novas regras que vão regulamentar a forma como os cidadãos podem operar drones no espaço aéreo europeu. Este conjunto de especificações vai sobrepor-se às regras que já estão em vigor em Portugal desde janeiro de 2017.

Uma das novidades é que Bruxelas, para além de definir um conjunto de zonas em que é proibido pilotar estas aeronaves não tripuladas, exige que os operadoras de drones tenham de estar registados numa base de dados nacional a partir de 2020.

“Através do registo do operador, identificação remota e definição de zonas geográficas, todas as autoridades nacionais terão os meios para prevenir o mau uso ou utilização ilegal de drones”, lê-se num comunicado.

As regras portuguesas para quem queira pilotar um drone foram reforçadas pelo Governo no início deste ano, sob críticas da própria ANAC, a entidade responsável pela supervisão e fiscalização destas atividades.

Na altura, o regulador da aviação civil considerou que o Governo deveria ter esperado por estas regras vindas de Bruxelas. Concretamente, a entidade manifestou “reservas” quanto à “oportunidade de legislar” sobre “uma matéria que será a breve prazo objeto de intervenção harmonizadora a nível comunitário”.

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Adicional ao IMI vai ser “obviamente” transferido para Segurança Social, promete Centeno

  • Lusa
  • 24 Maio 2019

O ministro das Finanças, Mário Centeno, prometeu que o valor das cobranças do adicional ao IMI vai ser "obviamente" transferido para o fundo de estabilização da Segurança Social.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, assegurou que as transferências do Adicional ao IMI para o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) “vão obviamente acontecer” e estão previstas na lei do Orçamento do Estado.

“Essas transferências estão previstas no Orçamento do Estado e vão obviamente acontecer”, disse Mário Centeno aos jornalistas à saída da conferência Portugal: Daqui para onde?, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. O governante explicou que “o imposto é recebido” e que “há ajustamentos ao valor do imposto que ocorrem de um ano para o outro”, e que, de acordo com a lei do Orçamento do Estado, as Finanças “vão obviamente fazer essas transferências”.

Na quinta-feira foi noticiado que o valor do Adicional ao IMI transferido em 2018 para o FEFSS “representa apenas 37% do valor total” de receita gerada por este imposto, de acordo com o Conselho das Finanças Públicas (CFP). Segundo o relatório do CFP sobre a “Evolução da Segurança Social e da CGA em 2018”, no ano passado foram transferidos 50 milhões de euros da receita do Adicional ao IMI para o FEFSS, valor que “representa apenas 37% do valor cobrado” nesse ano, que acendeu a 135,3 milhões de euros.

“Pelo segundo ano consecutivo, o valor cobrado relativo ao Adicional ao IMI não reverteu integralmente para o FEFSS”, refere o CFP, acrescentando que, relativamente a 2018, “o montante provisório por transferir é de 85,3 milhões de euros”, que “acrescem aos 87 milhões de euros referidos no Parecer da Conta Geral do Estado para 2017 do Tribunal de Contas”, o que totaliza 172,3 milhões de euros. O CFP refere ainda que, de acordo com a informação que lhe foi disponibilizada relativa à Conta da Segurança Social para 2017, “está inscrito apenas o montante de 50 milhões de euros na rubrica ‘Adicional ao IMI’, não tendo sido inscrito o valor em falta referido pelo Tribunal de Contas”.

Criado em 2017, o Adicional ao IMI (AIMI) é pago pelos proprietários particulares quando o conjunto dos imóveis que detêm ultrapassa um valor patrimonial tributável (VPT) de 600 mil euros (ou 1,2 milhões de euros quando se trate de casais e estes optem pela tributação em conjunto). As empresas pagam AIMI sobre os prédios urbanos que não estão classificados como afetos a “comércio, indústria, ou serviços” e “outros”. Aquando da sua criação foi decidido que a receita do Adicional ao IMI é consignada ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS).

Em janeiro, em resposta à Lusa, o Ministério das Finanças afirmou que os 50 milhões de euros transferidos para o FEFSS em 2017 poderiam não corresponder ainda ao valor total. “Relativamente à liquidação de 2017, o seu apuramento final concretizou-se no final de 2018, pelo que o remanescente será transferido para o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social”, referiu, então, fonte oficial do ministério tutelado por Mário Centeno. Relativamente ao imposto pago em 2018, a mesma fonte adiantou que “o valor final apenas é apurado no 4.º trimestre de 2019 e, em consequência, a haver, será feito o correspondente acerto”.

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Trabalho “corajoso” e “incansável”. As reações à demissão de Theresa May

Theresa May vai sair de cena a meio do Brexit. Depois do anúncio da sua demissão, as reações não se fizeram esperar. A maioria em forma de elogios pela coragem e determinação demonstradas.

Adeus, Theresa May! A primeira-ministra britânica anunciou esta sexta-feira a demissão, devido às dificuldades que tem tido para encontrar uma solução para o Brexit. E as reações não se fizeram esperar. Se uns lamentaram esta saída, deixando palavras de respeito a May, outros não esconderam a felicidade, dando razão à demissão.

“Sei o quão doloroso é aceitar que o seu tempo acabou e que é necessária um novo líder”, começou por escrever David Cameron, no Twitter. O antecessor de Theresa May elogiou o discurso da primeira-ministra demissionária, “forte e corajoso”, deixando um “agradecimento pelos esforços incansáveis que fez pelo país”.

O presidente Juncker acompanhou o anúncio da primeira-ministra May sem alegria pessoal. Gostava da primeira-ministra May e apreciava trabalhar com ela. Como vincou outras vezes, Theresa May é uma mulher de coragem por quem tem muito respeito”, disse a porta-voz da Comissão Europeia, numa declaração em nome de Jean-Claude Juncker.

O líder da negociações do Brexit pelo lado europeu, Michel Barnier, deixou palavras de “respeito pleno” a Theresa May e elogiou-a pela sua “determinação” em todo este processo de saída da União Europeia (UE).

Ainda do lado dos franceses, Emmanuel Macron saudou o “trabalho corajoso” de Theresa May enquanto primeira-ministra e pediu uma “rápida clarificação sobre o Brexit”. “É muito cedo para especular sobre as consequências desta decisão”, disse, em comunicado.

Também o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e assumido candidato à sucessão, Boris Johnson, elogiou May pela “declaração muito digna” e agradeceu o “serviço estoico ao país e ao Partido Conservador”. “Agora está na hora de cumprir os seus pedidos: unirmo-nos e concretizar o Brexit”, escreveu, no Twitter.

Dentro do próprio Governo, o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, homenageou a primeira-ministra demissionária. “Eu quero prestar homenagem à primeira-ministra hoje. A concretização do Brexit foi sempre uma tarefa enorme, mas que ela [May] enfrentou todos os dias com coragem e determinação. O NHS [Serviço Nacional de Saúde] terá um adicional de 20 mil milhões de libras graças ao seu apoio e ela deixa o país mais seguro. Uma verdadeira funcionária pública“, escreveu na rede social.

Também a ministra do Interior, Amber Rudd, elogiou a “grande coragem” de Theresa May, referindo-se a ela como uma “funcionária pública que fez tudo o que pode para encontrar uma solução para o Brexit”. “O seu sentido de missão é algo que todos deveriam admirar e aspirar”, escreveu.

Para a porta-voz do Governo espanhol, a demissão de May foi uma “má notícia”, uma vez que essa decisão “antecipa um período de dificuldades” e um “hard Brexit [sem acordo]”. “O hard Brexit parece uma realidade quase impossível de travar nesta circunstância”, disse Isabel Celaá, em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros espanhol. “Podemos esperar um novo líder conservador duro (…) diante de tempos difíceis”, acrescentou.

As mensagens chegaram também de Portugal, com o ministro dos Negócios Estrangeiros a mostrar-se confiante nos mecanismos da democracia britânica para ultrapassar a crise política. “A demissão significa uma crise política no Reino Unido, mas o Reino Unido tem os mecanismos necessários para soluções rápidas de crises [políticas]. Esperamos que haja um novo Governo e, sobretudo, que as autoridades britânicas possam ser mais claras de forma a que a aprovação do acordo negociado, entre a UE e o Reino Unido, possa fazer-se”, disse Augusto Santos Silva. “Como todos temos dito — o Presidente da República, o primeiro-ministro e eu próprio –, se o Reino Unido quiser repensar a sua decisão de sair, Portugal ficará muito contente”, completou.

Mas enquanto uns lamentam, outros mostram-se satisfeitos com esta decisão de Theresa May. É o caso do líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, que referiu que “a primeira-ministra tem razão em se demitir”. “Ela admitiu agora o que o país já sabe há meses: ela não consegue governar, nem [o consegue] o seu partido dividido e em desintegração”, continuou. Para Corbyn, o novo líder “deve deixar o povo decidir o futuro do país através de uma eleição legislativa e imediata”.

Da Rússia chega uma mensagem sem uma posição definida. “Infelizmente, não me lembro de qualquer contribuição para o desenvolvimento das relações bilaterais entre a Rússia e o Reino Unido. É mais o oposto, o mandato da primeira-ministra May constitui um período muito complicado do nosso relacionamento“, disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

(Notícia atualizada às 14h55 com novas reações)

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Sérgio Rebelo: “Seria um erro pensar que o turismo será a única solução para o futuro”

O economista da Kellogg School of Management disse que o turismo foi muito bom para o emprego, mas é preciso apostar noutros setores, como a Saúde e a Educação.

Pensar que o turismo vai continuar a crescer ao mesmo ritmo para sempre e que vai ser a única solução para a economia portuguesa seria um erro, considera o economista português Kellogg School of Management da Northwestern University Sérgio Rebelo. A Saúde e a Educação são setores que Portugal deve apostar para crescer, mas também a produção automatizada que começa a regressar aos países desenvolvidos.

As reformas estruturais são um tema aborrecido, admitiu, e as pessoas estão cansadas de ouvir falar do tema. “É por isso que não sou convidado para jantares”, diz de forma divertida numa apresentação na conferência ‘Portugal: From Here to Where?’, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa. “Mas são coisas importantes, é preciso fazer mais”, acrescentou.

Numa apresentação em que quis dar o mote para que sejam apresentadas novas ideias para colocar a economia a crescer, a primeira ideia que o economista português quis desconstruir é a de que o turismo é a solução para todos os problemas.

"Educação e Saúde são setores onde Portugal pode ser uma estrela. Podemos fazer muitíssimo mais na saúde. Temos um setor de saúde de muita qualidade, mas precisamos de uma marca.”

Sérgio Rebelo

Economista na Kellogg School of Management, da Northwestern University

“Seria um erro pensar que isto [o turismo] vai ser a única solução no futuro”, disse, demonstrando que o ritmo de crescimento do turismo tem sido acentuado, mas que a certa altura vai atingir o limite. Não que tenha sido uma coisa má: “temos muitas pessoas com habilitações modestas e realmente o turismo foi buscar essas pessoas” e deu-lhes emprego, explicou.

Mas é preciso mais. Entre as ideias defendidas por Sérgio Rebelo está a de que Portugal deve aproveitar setores onde já tem grandes capacidades e qualidades, como a saúde e a educação, e transformas estes setores em estrelas.

“Educação e Saúde são setores onde Portugal pode ser uma estrela. Podemos fazer muitíssimo mais na saúde. Temos um setor de saúde de muita qualidade, mas precisamos de uma marca”, disse, lembrando uma ideia que tem de que uma marca como a norte-americana Mayo Clinic em Portugal atrairia para o país outro mercado.

Mas o economista vai mais longe e diz que Portugal pode aproveitar uma nova onda de relocalização da produção mais automatizada, que tem estado estabelecida em países emergentes (como na Ásia), para as economias avançadas.

“Não é uma atividade que vá trazer muito emprego, mas vemos a produção a deslocalizar-se para os países desenvolvidos, porque estão mais perto do mercado e é mais fácil proteger os direitos de propriedade”, disse, brincando com as dificuldades que as empresas mais tecnológicas têm enfrentado no mercado chinês: “os chineses dizem que gostam muito do copyright, mas é mais do right to copy“.

Este movimento de deslocalização acontecerá primeiro nos Estados Unidos, porque os preços da energia são mais baixos, mas eventualmente deve espalhar-se aos restantes e Portugal pode aproveitar, defendeu.

Sérgio Rebelo defendeu ainda a necessidade de apostar e financiar a investigação em inovação e desenvolvimento, para que os agentes económicos tenham ideias novas que permitam fugir do modelo existente e fazer crescer a oportunidade, mas para isso é também políticas económicas bem escolhidas e estáveis.

No final de uma intervenção recheada de bom humor, o economista deixou um aviso aos presentes: “vou trabalhar naquela receita de bacalhau e depois estou a aceitar convites para almoçar”.

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Créditos disparatados na CGD? “Foi tudo uma estratégia de Sócrates para dominar os media e a banca”, diz Patrick Monteiro de Barros

  • ECO
  • 24 Maio 2019

Patrick Monteiro de Barros confessa que também foi abordado para participar na estratégia do antigo primeiro-ministro para dominar bancos e grupos de comunicação social.

Foi tudo uma estratégia de Sócrates para dominar os media e a banca. A síntese é de Patrick Monteiro de Barros, que explicou assim os financiamentos sem garantias cedidos a Joe Berardo para comprar ações do BCP, em entrevista ao Jornal Económico (acesso pago).

E como é que o empresário tem tanta certeza? Simples: “A história toda – e posso dizer que sei porque me abordaram na altura – foi uma estratégia de José Sócrates que queria dominar os media e a banca. Quem não se lembra da saga que foi a venda da Lusomundo”.

Os créditos em causa foram cedidos numa altura em que a administração da CGD era liderada por Carlos Santos Ferreira que transitou do banco público para a liderança do BCP em 2008, tendo liderado estes dois bancos entre 2005 e 2012.

À imagem de Armando Vara, também Carlos Santos Ferreira foi nomeado para o banco público por Fernando Teixeira dos Santos, nomeado ministro das Finanças de Sócrates, após o pedido de demissão apresentado por Luís Campos e Cunha, que, confessaria mais tarde, foi pressionado quase desde o primeiro por José Sócrates para trocar a administração do banco público.

"Financiaram-no [Berardo] para que ele pudesse adquirir ações do BCP, para fazer parte de um núcleo que iria dominar o banco na linha imposta pelo primeiro-ministro de então, José Sócrates, razão pela qual ele pôs lá os seus homens de confiança”

Patrick Monteiro de Barros

Depois de vários testemunhos que, a pouco e pouco, vão permitindo construir e perceber o que se passou na banca e que imputou vários milhares de milhões de euros em custos aos contribuintes, agora chegou a vez de Patrick Monteiro de Barros trazer mais algumas peças para um puzzle que ganha forma.

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“Financiaram-no [Berardo] para que ele pudesse adquirir ações do BCP, para fazer parte de um núcleo que iria dominar o banco na linha imposta pelo primeiro-ministro de então, José Sócrates, razão pela qual ele pôs lá os seus homens de confiança, que saíram da Caixa para o BCP”, detalha o empresário ao Jornal E.

“Quem foi colocado à frente do BCP? Carlos Santos Ferreira e Armando Vara. Portanto, ao Joe Berardo propuseram-lhe uma operação. Ele não teve risco nenhum, não deu garantias nenhumas, mas aquilo correu mal. Tão simples como isso”, acrescentou ainda Patrick Monteiro de Barros sobre o “racional” da cedência de centenas de milhões de euros a Berardo sem qualquer garantia. “A partir do momento em que o Governo domina a Caixa, que é o banco do Estado, e também o BCP, que era o maior banco privado, eu acho que as coisas estão feitas.”

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Toys R Us chega ao Algarve. Vai criar 25 postos de trabalho

A empresa de brinquedos vai inaugurar uma loja no Algarve Shopping e prevê criar 25 postos de trabalho. Para este ano, a marca tem previsto um investimento de oito milhões de euros.

Um ano depois de ter sido “salva” pela portuguesa Green Swan, a Toys R Us Portugal e Espanha vai criar 25 postos de trabalho no Algarve através da abertura da primeira loja permanente naquela região. Esta inauguração, que representa um investimento de 750 mil euros, faz parte de um plano de oito milhões de euros para remodelar lojas, processos e sistemas.

É já este sábado que a Toys R Us vai abrir as portas da primeira loja permanente no Algarve Shopping, ao fim de 26 anos presente no país. “O novo espaço conta com diferentes zonas temáticas, muitas experiências e brinquedos fora da caixa, porque o lema mantém-se — “Proibido não tocar!“, refere a empresa em comunicado.

Em breve, esta nova loja vai permitir a todos os algarvios um acesso rápido a toda a oferta da Toys R Us via online, dando a possibilidade de receber os produtos escolhidos em casa em cerca de três horas ou através do sistema click and collect, que permite recolher o produto na loja.

Nos próximos cinco anos vão ser abertas 25 novas lojas em cidades mais pequenas ou em centros urbanos em que já exista uma loja Toys R Us”, diz Paulo Sousa Marques, CEO da Toys R Us Portugal e Espanha, em comunicado. “Estes novos estabelecimentos constituem a base de expansão da empresa e médio e longo prazo, mas era imprescindível iniciar esta nova fase de expansão da Toys R Us pelo Algarve, onde ainda não estávamos presentes”.

No verão do ano passado, depois de a Toys R Us ter pedido proteção contra credores em Portugal, a portuguesa Green Swan investiu 80 milhões de euros na compra da empresa, permitindo a continuação da atividade em Portugal e Espanha. O processo de renovação e reestruturação da empresa ibérica ficou marcado pela abertura, em setembro, de uma loja no Centro Comercial Islazul, em Madrid, e, agora, é a vez desta no Algarve.

A Toys R Us chegou a Portugal em 1993, com as lojas de Telheiras e Vila Nova de Gaia e a última abertura aconteceu em Coimbra em 2017. Atualmente a empresa conta com 11 lojas em Portugal e 50 no país vizinho.

(Notícia atualizada às 13h16 com mais informação)

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E tudo o Brexit levou. Da saída de May aos problemas nas eleições europeias

  • Bernardo da Mata, em Londres
  • 24 Maio 2019

Se May não conseguiu capitalizar as várias oportunidades políticas de sobrevivência, Johnson aguardou pacientemente pela sua hora. Resultados das eleições europeias só serão conhecidos domingo.

Theresa May apresentou a demissão esta sexta-feira do cargo de primeira-ministra do Reino Unido, com um discurso que terminou em lágrimas, dizendo que deixa “o trabalho que foi o orgulho da sua vida” e assegurando que sai “sem ressentimento e grata pela oportunidade de servir o país que ama.”

O cosmo político britânico entrara em ebulição definitiva a proposta e recuo de Theresa May de um segundo referendo como alternativa ao chumbo derradeiro do seu acordo em junho, que afinal também acabaria por ser abandonado. Fontes junto do Governo de May indicaram à BBC no início da manhã que Theresa May estaria prestes a anunciar a sua data de demissão, tendo já ocorrido algumas reuniões entre a primeira-ministra e alguns membros seniores do Partido Conservador.

Acredita-se que o que terá vergado o “complexo de filha do Vigário” da primeira-ministra, como descreveu o Telegraph, referindo-se à sua inflexibilidade e sentido de sacrifício quase missionário, foi o anúncio por parte de Jeremy Hunt, ministro dos Negócios Estrangeiros que sucedeu a Boris Johnson, de que não apoiaria o acordo de May no Parlamento. O isolamento de Theresa May terá resultado de uma gestão ineficiente do seu percurso e da falta de faro político, gritante na demissão do seu sempre leal ministro da Defesa, Gavin Williamson, no seguimento de alegações do envolvimento deste na fuga de informação para a imprensa sobre o caso Huawei.

Se Theresa May não conseguiu capitalizar as múltiplas oportunidades políticas de sobrevivência, Boris Johnson aguardou pacientemente pela sua hora. Fortemente incitado para assumir a liderança do Partido em 2016, Johnson sempre se assumiu como a alternativa discretamente polémica da primeira-ministra incumbente e agora a hipótese de a suceder já este verão, como parte da imprensa anuncia, torna-se cada vez mais sólida.

Como Benjamin Martill, investigador associado do Dahrendorf Forum, aludiu no seu comentário de ontem ao ECO, “o Partido Conservador vê esta (inevitável) derrota como outra desculpa para reforçar a sua posição de defesa de um Hard Brexit”, do qual Johnson é um rosto inconfundível.

Os resultados das eleições europeias no Reino Unido só serão conhecidos este domingo, aquando do fecho das urnas nos restantes Estados-membros da União Europeia. Se as projeções das sondagens se confirmarem, não só será uma massiva derrota para o Partido Conservador (que ficará em quarto lugar e com apenas sete deputados) como confirmará a vontade dos britânicos em fazer cumprir o Brexit. Ou de pelo menos fazer-se representar no Parlamento Europeu com essa mesma mensagem.

No entanto, os jornais britânicos focaram a sua atenção nos relatos de vários cidadãos europeus que foram privados do exercício do seu voto nas eleições. A Comissão Eleitoral afirmou que qualquer anomalia se devia ao facto de as eleições terem sido preparadas em tão pouco tempo. Os cidadãos de Malta, República da Irlanda e Chipre não precisavam de se registar para votar, mas os cidadãos do restantes países da União Europeia deveriam fazê-lo via internet ou junto das autoridades locais da sua área de residência.

Na comunidade portuguesa de Londres, há relatos variados. Num restaurante português em Stockwell, uma das empregadas comentava em conversa com o ECO que o seu cartão de eleitora não tinha chegado, mesmo depois de ter remetido a fórmula para a autoridade responsável. “O meu marido conseguiu votar, eu e as minhas filhas não conseguimos. Tentámos ainda perguntar se os nossos nomes estavam nas folhas, mas não estavam”, contou.

Se se confirmarem irregularidades no processo, o Reino Unido poderá enfrentar um condenação no Tribunal Europeu.

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