Mais de 1.700 contraordenações por falta de limpeza de terrenos

  • Lusa
  • 30 Maio 2019

A falta de limpeza de terrenos motivou 1.710 autos de contraordenação, entre 1 de abril e 26 de maio. O ministro da Agricultura diz que o Estado está a fazer "o possível" para ser exemplo.

A falta de limpeza de terrenos motivou 1.710 autos de contraordenação, entre 1 de abril e 26 de maio, avançou esta quinta-feira a Guarda Nacional Republicana (GNR), acrescentando que foram ainda instauradas 400 contraordenações relativamente a queimas e queimadas.

Além das infrações registadas, “desde o início do ano e até ao dia 26 de maio, a GNR procedeu à detenção de 28 pessoas e à identificação de outras 199 pessoas pelo crime de incêndio florestal”, revelou esta força de segurança, em resposta à Lusa.

De acordo com o Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, “os proprietários, arrendatários, usufrutuários ou entidades que, a qualquer título, detenham terrenos confinantes a edifícios inseridos em espaços rurais, são obrigados a proceder à gestão de combustível (limpeza de terrenos)”, trabalhos que tinham que ser assegurados até 15 de março.

Em caso de incumprimento deste prazo, os proprietários ficam sujeitos a contraordenações, com coimas que variam entre 280 e 10.000 euros, no caso de pessoa singular, e de 3.000 a 120.000 euros, no caso de pessoas coletivas, uma vez que este ano, à semelhança de 2018, se aplica o Regime Excecional das Redes Secundárias de Faixas de Gestão de Combustível, inserido na lei do Orçamento do Estado.

Neste âmbito, as Câmaras Municipais tem de garantir “a realização de todos os trabalhos de gestão de combustível, devendo substituir-se aos proprietários e outros produtores florestais em incumprimento, procedendo à gestão de combustível prevista na lei”, até 31 de maio (esta sexta-feira). Se os municípios não cumprirem com o prazo para limpeza de terrenos, “é retido, no mês seguinte, 20% do duodécimo das transferências correntes do Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF)”.

Apesar de a lei prever esta penalização, o Governo assegurou que, em 2018, “não foi efetuada qualquer retenção” do FEF das câmaras municipais, referindo que “a retenção, neste âmbito, dependia de comunicação do incumprimento”. Durante o ano de 2018, a GNR levantou 8.425 autos de notícia por contraordenação devido à falta de limpeza de terrenos florestais, o que corresponde a uma média de 23 infrações identificadas por dia.

Este ano, esta força de segurança elaborou “1.710 autos de notícia por contraordenação, entre 1 de abril e 26 de maio, devido à falta de gestão de combustível, numa média de 40 infrações por dia durante este período, segundo os dados da GNR, que resultam do trabalho de fiscalização da limpeza de terrenos, que “incide sobre as situações identificadas no levantamento já efetuado”. “A acrescentar a estas infrações, a GNR registou ainda 400 autos de notícia por contraordenação por incumprimentos das normas para a realização de queimas e queimadas”, informou.

No âmbito da operação “Floresta Segura 2019”, que teve início a 15 de janeiro, a GNR tem apostado no “levantamento e sinalização dos locais que carecem de gestão do combustível”, através de meios digitais como ‘tablets’ para a georreferenciação dos terrenos.

Durante este ano, até 26 de maio, esta força de segurança realizou “cerca de 5.910 ações de sensibilização, alcançando mais de 111 mil pessoas”, com o objetivo de alertar para a importância de um conjunto de procedimentos preventivos a adotar, nomeadamente sobre o uso do fogo, a limpeza e remoção de matos e a manutenção das faixas de gestão de combustível.

Além destas ações, estão a ser desenvolvidas iniciativas de rua e porta-a-porta, contabilizando-se, “só este ano, mais de 22 mil patrulhas e percorridos mais de 1.5 milhões de quilómetros”, com o empenhamento de militares do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) e do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS). Para esclarecer os cidadãos, a GNR disponibiliza a Linha SOS Ambiente e Território, através do número 808 200 520, que tem o custo de uma chamada local e funciona todos os dias, das 08h00 às 21h00.

Estado está a fazer “o possível” para ser exemplo, diz Capoula Santos

O ministro da Agricultura afirmou esta quinta-feira, em Benavente, que o Estado está a fazer “o que é possível” para ser “exemplo” na limpeza das florestas, realçando, contudo, as dificuldades colocadas pela “grande dimensão” das áreas sob a sua responsabilidade. Luís Capoulas Santos afirmou que todos os Ministérios que têm áreas florestais sob a sua responsabilidade estão a cumprir as tarefas que lhes são exigidas e que o Governo está empenhado “em levar tão longe quanto possível a prevenção”.

Num balanço do trabalho realizado pelo Ministério da Agricultura, o ministro referiu a limpeza de quase 3.400 quilómetros da chamada rede primária, a gestão de combustível executada em 5.200 hectares de áreas públicas, mais de 3.000 hectares em mosaicos de gestão de combustível, mais de 2.600 quilómetros na rede viária florestal, entre “outros indicadores que traduzem uma atividade que não teve precedente em nenhum momento anterior”.

Na campanha realizada ao longo do último ano foram ainda aprovados 78 projetos “cabras sapadoras”, para intervenção em 5.530 hectares, realizado fogo controlado e queimadas em 2.936 hectares, apoiada a constituição de 83 Zonas de Intervenção Florestal, num total de 643.232 hectares, e de 28 Unidades de Gestão Florestal, segundo dados fornecidos à Lusa pelo gabinete do ministro.

O balanço refere ainda a aprovação de 48 candidaturas ao programa “queima segura” e o envolvimento de uma centena de escolas do ensino secundário na campanha “econtigo.ecomtodos”. “Estamos a fazer mais nestes últimos dois ou três anos do que se fez nos dez ou 15 precedentes e queremos continuar nos próximos anos com este trabalho”, disse Capoulas Santos, sublinhando a afetação de 160 milhões de euros “só para a prevenção”, pela “primeira vez mais do que aquilo que é alocado ao combate”.

O ministro disse que a cerimónia que hoje decorreu junto à coudelaria da Companhia das Lezírias se inseriu no esforço de “dar mais e melhores instrumentos de trabalho a uma força que se tem vindo a consolidar e que tem um papel fundamental na limpeza da floresta”.

Salientando que os sapadores florestais foram criados há 20 anos, quando liderava o Ministério, Capoulas Santos lamentou os anos de “abandono”, em que, disse, não houve reequipamento nem melhoria do financiamento e das remunerações, para destacar o objetivo de chegar às 500 equipas e 2.500 elementos na missão de limpeza das florestas até ao final do ano.

Das 272 equipas existentes quando o atual Ministério tomou posse, passou-se para as atuais 427, sendo objetivo chegar às 500, salientou o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas. Capoulas Santos afirmou que o trabalho em curso para reforma da floresta é “de uma geração”, referindo como “crucial” a questão do cadastro, à espera de decisão da Assembleia da República desde novembro de 2018.

O ministro declarou que o projeto-piloto realizado em dez municípios foi “muito positivo”, tendo sido cadastrados, num ano, metade dos mais de 600.000 prédios rústicos identificados, aguardando que o Parlamento se pronuncie para que se possa alargar a todo o território nacional e, em quatro anos, “cadastrar todo o país”. “Estou certo de que o Parlamento o fará brevemente. Certamente terá tido razões ponderosas para o não ter feito até este momento”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Corticeira Amorim envolvida em projeto de agricultura urbana do futuro

Projetado por Tom Dixon, em parceria com o Ikea e com a Corticeira Amorim, o jardim do futuro será instalado em Londres e tem como objetivo a sensibilização para o consumo sustentável.

O designer britânico Tom Dixon desenvolveu, em parceria com a Ikea e com o apoio da Corticeira Amorim, um jardim com foco na agricultura urbana do futuro. O projeto foi distinguido com uma medalha de prata pelo Royal Horticultural Society.

Apresentado no Chelsea Flower Show, em Londres, o programa experimental de cultivo de plantas em ambiente urbano “Gardening will save the world” foi criado com cortiça e outros materiais 100% naturais, recicláveis e sustentáveis. A tecnologia permite que as plantas sejam cultivadas dentro de ambientes controlados durante todo o ano, incluindo uma variedade de plantas comestíveis.

Com este projeto Tom Dixon e a IKEA pretendem explorar soluções sustentáveis, acessíveis e inovadoras, que possam ser utilizadas pelo público para o cultivo de alimentos saudáveis e de plantas medicinais dentro das cidades. O modelo experimental de jardim tem como objetivo inspirar e encorajar as pessoas a cultivar e colher os seus próprios alimentos nas suas casas e nas comunidades urbanas.

O jardim vai ser instalado na Participatory City Foundation, durante cinco anos, com o objetivo de educar e sensibilizar para a importância do consumo sustentável. A iniciativa terá como objetivo criar um ecossistema acessível e inclusivo para envolver e educar as crianças e a comunidade sobre a importância e o prazer de cultivar seus próprios produtos.

 

O jardim do futuro foi criado com cortiça e outros materiais 100% naturais, recicláveis e sustentáveis. Será instalado em Londres e tem como objetivo a sensibilização para o consumo sustentável.

 

Para Cristina Amorim, da Corticeira Amorim “foi muito gratificante colaborar neste projeto, que valoriza a sustentabilidade a diferentes níveis e incentiva a utilização de soluções inovadoras para dar resposta aos desafios da sociedade”.

O modelo de jardim projetado por Tom Dixon “traz a natureza para dentro das cidades e promove a economia circular, um conceito que faz parte da Corticeira Amorim desde 1963, através da qual assegura a reutilização de todos os subprodutos resultantes da transformação da cortiça”, conclui Cristina Amorim.

Já para o líder criativo da IKEA, James Futcher “a alimentação é uma parte crucial da vida quotidiana e, juntamente com Tom Dixon, a IKEA quer inspirar e viabilizar um estilo de vida mais saudável e sustentável. A participação no Chelsea Flower Show é um primeiro passo na nossa colaboração, onde esperamos desafiar o modo como a sociedade aborda o crescimento populacional e como é gratificante desenvolver os seus próprios alimentos num jardim dentro da cidade. O próximo passo será desenvolver uma série de produtos para o crescimento urbano”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A tarde num minuto

Não sabe o que se passou durante a tarde? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Estado não pode desaparecer, mas não pode aparecer demais”, diz ministro da reforma de Angola

O ministro da Reforma do Estado de Angola defende uma redução da intervenção do Estado na economia, na conferência do ECO sobre o novo ciclo político. País quer apoiar o investimento privado.

Conferência Angola - Novo Ciclo Político e de Investimento - 30MAI19
Adão Correia de Almeida, ministro angolano da Administração do Território e Reforma do Estado.Hugo Amaral/ECO

O ministro angolano Adão Correia de Almeida defendeu que o Estado “não pode aparecer demais”, porque isso “asfixia o desenvolvimento”. Numa conferência sobre o novo ciclo político e de investimento em Angola, promovida pelo ECO, o responsável pelas pastas da Administração do Território e Reforma do Estado afirmou ainda que “há domínios da atividade económica que não devem ser feitos pelo Estado”.

“Estamos num momento de transição, que é um momento de bastante esperança e expectativa. Há um grande desejo de todos de transformar o país, para que possamos colocá-lo no lugar que todos nós achamos ser o seu lugar. Para isso, precisamos de um Estado que não seja pesado, que não seja lento e que seja criativo. Não pode desaparecer, mas não pode aparecer demais, porque asfixia o desenvolvimento”, afirmou o Adão Correia de Almeida na conferência Angola: Novo ciclo político e de investimento, promovida pelo ECO.

http://videos.sapo.pt/05FdkOQszYEYvdtTFZSo

Com o mandato do Presidente João Lourenço prestes a fazer dois anos — e numa altura em que está a ser preparado um programa de privatizações, assim como novas medidas para atrair investimento externo para o país africano –, o ministro esteve em Lisboa para explicar os eixos fundamentais da estratégia de reforma que o Governo promete implementar.

A linha fundamental é o “reposicionamento da intervenção do Estado na vida dos cidadãos, das empresas e da sociedade em geral”, com uma aposta nos “recursos humanos” mais especializados na Administração Pública, “eliminação das sobreposições das instituições”, a modernização do Estado no plano da simplificação de procedimentos e a “integração de serviços” públicos que, atualmente, “não conversam entre si”.

Precisamos que o Estado seja próximo e capaz de resolver os problemas das empresas de modo a que o setor privado possa intervir e possa conquistar o seu espaço.

Adão Correia de Almeida

Ministro da Administração do Território e Reforma do Estado de Angola

Ministro promete descentralizar o poder

O ministro indicou ainda que o regime pretende levar a cabo uma “descentralização administrativa” com a “institucionalização das autarquias”, para as quais promete que “vão ser transferidas algumas competências importantes”. “O Estado angolano tem um território bastante vasto, pelo que a devolução do poder se afigura fundamental para a reestruturação da máquina do Estado”, rematou o ministro angolano.

“Precisamos que o Estado seja próximo e capaz de resolver os problemas das empresas de modo a que o setor privado possa intervir e possa conquistar o seu espaço”, indicou o governante, que concluiu com uma frase que resume a intenção da reforma do Estado angolano: “Se o Estado não estiver para jogar, pelo menos que não esteja para dificultar”, frisou Adão Correia de Almeida.

Já são conhecidas algumas das linhas gerais do programa de privatizações que deverá ser levado a cabo pelo Governo angolano até 2021. Uma boa parte das empresas na mira fazem parte do universo da Sonangol, estando ainda em causa participações públicas no setor das telecomunicações, da banca e dos seguros. Espera-se que, até ao fim deste ano, cerca de 20 empresas estatais não estratégicas deverão ser liquidadas pelo regime.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Montepio lucra 6,5 milhões no arranque do ano

O Banco Montepio registou lucros de 6,5 milhões de euros entre janeiro e março, um aumento ligeiro face a 2018. A carteira de crédito a clientes encolheu cerca de 200 milhões em três meses.

O Banco Montepio obteve lucros de 6,5 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, um aumento de 14% face ao resultado de 5,7 milhões registado um ano antes, reflexo de menores custos, mas também de menos imparidades com o crédito. A carteira de crédito a clientes encolheu 200 milhões em apenas três meses.

O banco explica que para esta evolução dos resultados líquidos “contribuíram o desempenho favorável do produto bancário core, a redução dos custos operacionais suportada na diminuição dos custos com o pessoal e dos gastos gerais administrativos, e a diminuição das dotações para imparidades e provisões, incorporando os efeitos das medidas adotadas em sede de aprovação, concessão e controlo de crédito”.

Enquanto o produto bancário encolheu para os 96,6 milhões de euros, houve um crescimento do produto bancário core em resultado do aumento da margem financeira de 2,1% para os 61,1 milhões de euros, num contexto de “redução dos custos de financiamento, nomeadamente do custo dos depósitos e da dívida emitida”, explica o banco no comunicado enviado esta quinta-feira ao mercado. As comissões ficaram estáveis nos 28,3 milhões de euros.

Por outro lado, os custos operacionais caíram para 61,8 milhões de euros, perante a redução dos custos com pessoal e “as sinergias obtidas ao nível dos fornecimentos e serviços externos”. As imparidades para crédito caíram para 18,5 milhões de euros e também deram um contributo positivo para a evolução dos resultados no arranque do ano.

Olhando para o balanço, a carteira de crédito a clientes encolheu 199 milhões de euros face a dezembro do ano passado, ascendendo a março desde ano aos 11,9 mil milhões de euros — encolhe quase 900 milhões se comparar com a carteira de março de 2018. Já os depósitos de clientes caíram 113 milhões para um total de 12,46 mil milhões de euros face ao final do ano passado, apresentando um crescimento de 291 milhões em termos homólogos.

Emissão ajuda solidez financeira

Em termos de solidez financeira, o Banco Montepio diz que os rácios de capital encontram-se acima dos níveis prudenciais exigidos pelo Banco de Portugal. “Em 31 de março de 2019, os rácios de capital Common Equity Tier 1 (CET1) e Capital Total situaram-se em 13,5% e 15,0%, respetivamente”, diz o banco.

Para este reforço dos rácios de capital contribuiu a emissão de 100 milhões de euros de dívida subordinada realizada durante primeiro trimestre de 2019.

(Notícia atualizada às 17h23)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tabelas de IVA de Gaspar ajudam a explicar surpresa nas receitas de Centeno, diz Conselho das Finanças Públicas

Centeno tem contado com receitas inesperadas para baixar o défice. Uma das surpresas vem das receitas fiscais que estão a crescer mais do que o consumo. O CFP ajuda a desvendar o mistério.

Há três anos seguidos que Mário Centeno conta com receitas fiscais inesperadas que são uma ajuda preciosa na altura de baixar o défice. Este fenómeno tem intrigado economistas e especialistas em finanças públicas. Mas o mistério pode estar a caminho de ser resolvido. O Conselho das Finanças Públicas (CFP) estudou o assunto e concluiu que a alteração às tabelas de IVA feita em 2012 por Vítor Gaspar e o aumento do peso do turismo podem estar a beneficiar as receitas fiscais.

Em 2018, dois terços da redução do défice estrutural resultou da diminuição do encargos com juros e o restante um terço é justificado pelo “efeito positivo de receitas inesperadas (revenue windfalls), à semelhança dos dois anos anteriores”, diz a instituição liderada por Nazaré Cabral no relatório sobre a Evolução Orçamental das Administrações Públicas em 2018.

Por receitas inesperadas, o CFP entende o aumento dos dividendos do Banco de Portugal e “os ganhos de receita fiscal que resultam da evolução de alguns impostos acima do crescimento da sua base macroeconómica”.

Numa análise mais detalhada a este último aspeto, o CFP foi ver o que pode ajudar a explicar que a receita de IVA cresça mais do que o consumo privado. Olhando para uma série longa da receita de IVA, o CFP indica que está provado que em períodos de expansão e em fases de recessão, os particulares alteram os seus padrões de consumo.

Em que sentido? “Em fases de crescimento os agentes económicos passariam a adquirir uma proporção cada vez maior de bens taxados à taxa normal [de 23%], ao passo que, em momentos de arrefecimento da economia, os consumidores tenderiam a direcionar uma maior fatia do seu rendimento para a aquisição de bens essenciais, sujeitos a uma taxa reduzida [6%]”, explica a instituição, lembrando que esta conclusão resulta de estudos já feitos antes.

Mas, no momento atual, podem existir outros fatores que ajudam a potenciar aqueles, em que um deles resulta de uma medida de política fiscal adotada em 2012 pelo então ministro das Finanças, Vítor Gaspar. “A alteração das tabelas de IVA ocorrida em 2012, que reduziu o número de bens abrangidos pela taxa intermédia, bem como o aumento do peso da atividade turística na economia, poderão ter elevado o consumo de bens sobre os quais se aplica a taxa normal de IVA, fazendo com que mudanças dos padrões de consumo ao longo do ciclo económico sejam atualmente mais pronunciadas”, admite o CFP. Estas novas conclusões representam um risco para a gestão orçamental, avisa a instituição.

Centeno brilha na UE, mas consolidação abrandou em 2018

O relatório do CFP concluiu ainda que apesar de Portugal estar a cumprir a maior parte das regras europeias para as contas públicas — com exceção da regra do crescimento da despesa pública primária expurgada de medidas temporárias —, a conjuntura económica, os juros e as surpresas na receita estão a explicar os avanços em indicadores como o défice nominal, o défice estrutural e o défice quando descontadas apenas as medidas one-offs.

Este resultado, apesar de continuar a apontar para uma melhoria dos indicadores estruturais, sugere que o progresso de consolidação orçamental tenha desacelerado em 2018.

Conselho das Finanças Públicas

Esta análise leva o CFP a concluir que há um “abrandamento do processo de consolidação orçamental”. “A variação do saldo primário estrutural (saldo estrutural excluindo a despesa com juros) conjuntamente com a variação do hiato do produto [que mede a diferença entre o produto potencial e o efetivo] permitem aferir a natureza restritiva ou expansionista da política orçamental discricionária. Em 2018, a variação positiva do saldo primário estrutural (0,2 p.p. do PIB) realizada no contexto de melhoria da conjuntura económica (variação positiva do hiato do produto em 0,4 p.p. do PIB potencial) foi inferior em mais de metade à estimada para 2017 (0,5 p.p. do PIB)”, detalha o CFP. “Este resultado, apesar de continuar a apontar para uma melhoria dos indicadores estruturais, sugere que o progresso de consolidação orçamental tenha desacelerado em 2018”.

O relatório contém ainda informação mais detalhada sobre as cativações feitas no ano passado. O ministro das Finanças fechou o Orçamento do Estado de 2018 com cativações efetivas no valor de 486 milhões de euros, o que compara com uma previsão inicial de poupança com cativações de 590 milhões de euros.

“Em termos absolutos, os cativos finais em 2018 ficaram ligeiramente abaixo da média de 523 milhões de euros registada nos anos de 2014, 2015 e 2017 e bastante abaixo dos 1.005 milhões de euros registados em 2016”, diz o CFP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nos dispara quase 5% e faz Lisboa regressar aos ganhos

Os títulos da Nos subiram quase 5%, na penúltima sessão da semana, puxando Lisboa para terreno positivo. A impedir maiores ganhos estiveram as ações da Galp Energia.

Depois de duas sessões em queda, Lisboa regressou aos ganhos. Em linha com as demais praças do Velho Continente, a bolsa nacional terminou a penúltima sessão da semana em terreno positivo, com a Nos a disparar mais de 4%. A impedir maiores avanços na praça portuguesa estiveram os títulos da Galp Energia, pressionados pelo petróleo.

O índice de referência nacional, o PSI-20, valorizou 0,37% para 5.064,36 pontos. Igual tendência foi registada nas restantes bolsas europeias com o Stoxx 600 a subir 0,4%, o alemão Dax e o francês CAC 40 a somarem 0,5% e o espanhol Ibex a avançar 0,9%.

Por cá, foi a Nos a liderar os ganhos, nesta sessão. Os títulos da empresa de telecomunicações dispararam 4,47% para 5,72 euros, depois das quedas recentes que marcaram o período após o pagamento de dividendos aos acionistas.

A evitar maiores avanços em Lisboa estiveram as ações da Galp Energia, que recuaram 0,8% para 13,62 euros. Isto num dia em que, em Nova Iorque, o crude WTI está a recuar 1,53% para 57,91 dólares e, em Londres, o Brent está a afundar 2,68% para 67,59 dólares. No mesmo setor, os títulos da EDP caíram 0,7% para 3,27 euros e os da EDP Renováveis recuaram 1,02% para 8,76 euros.

Destaque ainda para as ações do BCP, que desvalorizaram 0,04% para 0,2532 euros, e para os títulos dos CTT, que somaram 2,75% para 2,32 euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Liga portuguesa de futebol é a 9.ª da Europa em receitas geradas em 2017/18

  • Lusa
  • 30 Maio 2019

As receitas da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) aumentaram 18% para 431 milhões de euros na época 2017/2018.

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) ocupa a nona posição no ranking das maiores ligas europeias em receitas geradas em 2017/18, registando um aumento homólogo de 18%, para 431 milhões de euros, revelou esta quinta-feira a Deloitte.

O crescimento das receitas registado na LPFP tem por base a participação dos três maiores clubes — Benfica, FC Porto e Sporting –, na fase de grupos da Liga dos Campeões da UEFA na temporada de 2017/18, que impulsionou a distribuição de prémios da entidade que rege o futebol europeu pela presença na liga milionária, bem como as receitas obtidas nos dias dos jogos, lê-se no estudo “Annual Review of Football Finance 2019”.

A lista continua a ser encabeçada pela liga inglesa (Premier League), cujas receitas cresceram cerca de 2%, para 5,4 mil milhões de euros, numa época em que Inglaterra colocou pela primeira vez cinco equipas na Liga dos Campeões, e são 72% superiores às receitas da concorrente mais próxima, a alemã Bundesliga (3,2 mil milhões de euros), que conquistou o segundo lugar do pódio, ao ultrapassar a espanhola La Liga (3,1 mil milhões de euros).

“Embora a Premier League continue a assumir a liderança, as ligas espanhola e alemã mantêm-se muito atentas para continuar na competição. A liga alemã ultrapassou a espanhola graças ao seu novo acordo de transmissão [televisiva] de quatro anos, fixando-se em segundo lugar, algo que esperamos se mantenha na próxima edição. Não obstante, a La Liga pode superá-la novamente em 2019/20″, assinalou Dan Jones, sócio da Deloitte na área do negócio desportivo.

A fechar o top 5 surgem as ligas italiana (2,2 mil milhões de euros) e francesa (1,7 mil milhões de euros), enquanto a Rússia está na sexta posição (813 milhões de euros), a Turquia segue no sétimo posto (731 milhões de euros) e a Holanda ocupa o oitavo lugar (495 milhões de euros), acima da liga lusa. Já abaixo de Portugal surgem a Escócia (233 milhões de euros), Dinamarca (185 milhões de euros), Áustria (177 milhões de euros), Noruega (151 milhões de euros), Suécia (141 milhões de euros) e Polónia (124 milhões de euros).

Em termos globais, o mercado europeu de futebol atingiu o valor recorde de 28,4 mil milhões de euros em receitas na época de 2017/18, uma subida de 11% face à temporada anterior, com as cinco principais ligas a gerarem uma receita de 15,6 mil milhões de euros (mais 6% do que em 2016/17).

Temos assistido ao crescimento das receitas do mercado europeu de futebol ao longo dos 18 anos em que calculámos a sua dimensão. O futebol ao vivo continua a ser um dos ativos de entretenimento mais procurado, tanto pelos espetadores como pelos emissores, e é um dos temas mais comentados nas redes sociais, por isso, acreditamos que este crescimento vai continuar”, destacou Dan Jones.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Dúvidas exteriores condicionam a economia portuguesa”, diz Teixeira dos Santos

O presidente do EuroBic considera decisivo um entendimento politico europeu e salienta que "o pior que pode existir, para os cidadãos e para os empresários, é um ambiente de incerteza na Europa".

No rescaldo das eleições europeias e numa altura em que os líderes europeus ainda tentam encontrar uma solução para a presidência da Comissão, Teixeira dos Santos lembra que “será necessária uma liderança forte” para ultrapassar a incerteza e “grande agitação” que se vive atualmente na Europa, fatores que irão condicionar a economia ao longo de um ano em que o “ambiente será de desaceleração”.

Na ótica do presidente do EuroBic a incerteza europeia condiciona a economia portuguesa, pelo que é “necessário uma visão política clara”. “O pior que pode existir, para os cidadãos e para os empresários, é um ambiente de incerteza na Europa”, diz, defendendo que é decisivo que os entendimentos políticos, resultantes das eleições europeias do passado domingo, “desfaçam a indefinição e a incerteza que entretanto se gerou”.

A incerteza paralisa a iniciativa, paralisa a decisão. Há que acabar com esse ambiente e espero que seja alcançado a nível europeu.

Teixeira dos Santos

Presidente executivo do Eurobic

Apesar das incertezas que se vivem, Teixeira dos Santos confirma que ainda existe uma percentagem muito significativa da população europeia que acredita e apoia o projeto europeu. Segundo o presidente do EuroBic, “cerca de 3/4 da população, a nível europeu é a favor do Euro e da moeda única. Em Portugal estamos ligeiramente acima desta média europeia”, refereu no âmbito da conferência do EuroBic “Desafios e Oportunidades”, que se realizou em Viseu esta quarta-feira.

Comentando o distanciamento que os eleitores revelaram nas eleições europeias, considera que os portugueses têm “um défice de consciência enquanto cidadãos face à importância da influência que a Europa tem no desenvolvimento do nosso país”.

Fórum Desafios e Oportunidades na Batalha - 15MAI19
Teixeira dos Santos, presidente do Eurobic e António Costa, publisher do ECOHugo Amaral/ECO

Acrescenta ainda que a situação de incerteza na Europa “não será clarificada assim tão rapidamente” e que o cenário mais provável é de instabilidade politica”.

Teixeira dos Santos está consciente que durante este ano o “ambiente será de desaceleração económica” e lembra ainda que a instabilidade não é só europeia e que a guerra comercial entre os EUA e a China terá impactos a nível europeu. Conclui que tanto esta guerra comercial como a incerteza com o Brexit são fatores de risco que “podem afetar a economia europeia” e consequentemente a portuguesa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo alarga pensões provisórias para mitigar atrasos da Segurança Social

O Governo decidiu alargar as pensões provisórias de velhice, invalidez e sobrevivência a mais pessoas. O decreto-lei foi aprovado, esta tarde, em Conselho de Ministros.

O Executivo de António Costa aprovou, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros o alargamento das pensões provisórias de velhice, invalidez e sobrevivência a mais portugueses, tal como já tinha sido anunciado pelo Ministro do Trabalho e da Segurança Social, no Parlamento. Esta medida tem como objetivo mitigar os efeitos negativos dos atrasos na atribuição de pensões, que tem sido o principal motivo de queixas sobre a Segurança Social à Provedora de Justiça.

“O Conselho de Ministros aprovou o decreto-lei que visa a revisão e modernização da legislação que regulamenta a atribuição de pensões de invalidez, velhice e sobrevivência. O objetivo é a desburocratização dos procedimentos administrativos e a agilização das pensões de invalidez, velhice e morte do ponto de vista administrativo“, lê-se no comunicado.

Com o diploma aprovado esta tarde, estas pensões provisórias passam a ser atribuídas não só a quem está em situação de carência económica, mas a todos os beneficiários que cumpram os requisitos para aceder a esses apoios.

No caso das pensões provisórias de invalidez, desaparece o ponto que cingia a atribuição destas prestações somente a quem já tinha esgotado o período máximo de subsídio de doença (1.095 dias). “No âmbito do regime jurídico de proteção nas eventualidades de invalidez e velhice são alargadas as situações em que é possível atribuir uma pensão provisória de invalidez, até agora circunscrita aos beneficiários de subsídio de doença que esgotavam o prazo máximo de atribuição”, explica o Governo.

E no caso das pensões provisórias de sobrevivência, deverá ser agora eliminado o requisito que impede o beneficiário de exercer uma atividade profissional e de receber qualquer quantia a título de pré-reforma ou outras pensões. “O presente decreto-lei procede ainda à alteração do regime jurídico de proteção na eventualidade de morte, alargando as situações em que é possível atribuir pensões provisórias de sobrevivência, que atualmente se restringem a situações de carência económica”, lê-se na mesma nota.

Estas alterações servem para desbloquear a atribuição de pensões, cujos atrasos têm sido motivos de muitas queixas junto da Provedora de Justiça. Além de reforçar os recursos humanos, o Executivo de António Costa decidiu alargar as pensões provisórias, estando prevista a atribuição de cerca de sete mil só este mês. Isto de acordo com o primeiro-ministro.

O decreto-lei aprovado esta quinta-feira aperta, além disso, o cerco ao recebimento indevido de prestações da Segurança Social. Depois do Tribunal de Contas ter revelado que o Estado pagou 3,7 milhões de euros em pensões de sobrevivência a beneficiários que já tinham falecido, o Executivo decidiu “introduzir mecanismos que permitem a recuperação e a redução do risco de pagamentos”.

“Para isso são introduzidos mecanismos que permitem a recuperação e a redução do risco de pagamentos, designadamente através do alargamento da possibilidade de pagamento à Segurança Social através de planos prestacionais, bem como do alargamento do universo de responsáveis pela restituição dos valores pagos indevidamente”, remata o Executivo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Aviões, o hub de Lisboa e até o RGPD. Os 32 riscos da TAP que tem de conhecer antes de investir nas obrigações

Antes de decidir se investe ou não, é importante saber quais os riscos que a empresa comporta. E são vários os que a TAP identifica no prospeto de emissão de obrigações. Saiba quais.

A TAP prepara-se para avançar com uma emissão de obrigações que, pela primeira vez, estará disponível também para pequenos investidores. Pretende captar 50 milhões de euros com esta operação, contando com uma taxa de 4,375% para atrair as poupanças do retalho. O juro é elevado, mas os riscos também o são. E a companhia aérea identifica vários no prospeto da emissão.

Nas 1.057 páginas do prospeto aprovado pela CMVM, há uma meia dúzia delas reservadas para os riscos do emitente, a TAP. Há desde a economia à concorrência, mas também às novas aeronaves, ao hub de Lisboa e até ao RGPD. Fique a conhecer os 32 riscos identificados pela empresa portuguesa.

1. Risco relacionado com a flutuação do preço e disponibilidade dos combustíveis

A TAP aponta o custo com combustíveis das aeronaves como uma “das componentes com maior peso na estrutura de custos de exploração da TAP“. “Variações de preço e de disponibilidade futura de combustível não podem ser previstos com qualquer grau de certeza, podendo ter consequências materiais adversas na atividade, situação financeira ou resultados operacionais do emitente”, alerta.

2. Risco resultante da desaceleração económica

“A atividade da TAP e da aviação comercial em geral são particularmente sensíveis a mudanças nas condições económicas, a nível nacional, regional e mundial”. Neste sentido, “uma conjuntura económica nacional e internacional desfavorável nos mercados operados pela TAP poderá ter consequências materiais adversas na atividade, situação financeira ou resultados operacionais do emitente”.

3. Risco de sazonalidade das receitas e das vendas

A TAP recorda que o “setor da aviação comercial é sazonal, com procura mais fraca durante os meses de inverno”. “A sazonalidade do negócio da aviação e o risco de gestão de tesouraria daí resultante poderão ter consequências materiais adversas na atividade, situação financeira ou resultados operacionais”.

4. Risco resultante da existência de custos fixos elevados

“O setor de aviação comercial é caracterizado por baixas margens operacionais”, devido a, por um lado, elevados custos fixos e, por outro, receitas que geralmente apresentam, de forma substancial, maior volatilidade e instabilidade que os custos, diz a TAP. “A existência de custos fixos elevados e de custos variáveis pouco correlacionados com a receita gerada, poderá ter consequências materiais adversas na atividade, situação financeira ou resultados operacionais”, nota.

A concorrência na aviação comercial tem-se intensificado nos últimos anos. A incapacidade da TAP apresentar ofertas de serviços mais adaptadas (que as dos seus concorrentes) às necessidades dos clientes poderá ter consequências materiais adversas.

TAP

5. Risco da diminuição ou alteração da procura

A TAP nota que “está sujeita a alterações da procura de passagens para determinadas rotas e destinos por diversas razões”, identificando tanto questões macroeconómicas, geopolíticas ou outras podem afetar a procura de determinados destinos ou a procura em geral. “Por outro lado, os avanços tecnológicos poderão limitar a procura do transporte aéreo por clientes corporate, o que poderá ter consequências materiais adversas na atividade, situação financeira ou resultados operacionais”.

6. Risco da concorrência de outras companhias aérea

“A concorrência na aviação comercial tem-se intensificado nos últimos anos”, diz a TAP. Neste sentido, a empresa salienta que a incapacidade de “apresentar ofertas de serviços mais adaptadas (que as dos seus concorrentes) às necessidades dos clientes poderá ter consequências materiais adversas na atividade, situação financeira ou resultados operacionais”.

7. Risco resultante da dependência da tecnologia

“A atividade da TAP depende de forma significativa de sistemas informáticos, incluindo o sistema de vendas (site próprio ou global distribution system), o sistema de reserva e o sistema de planeamento de voo”, pelo que “qualquer interrupção nesses sistemas ou nas infraestruturas relacionadas e a incapacidade da TAP mitigar os respetivos efeitos poderá ter consequências materiais adversas”.

8. Risco nos acordos de partilha de código com companhias aéreas

“A TAP é parte de acordos de partilha de código com várias companhias aéreas internacionais, que preveem que determinados segmentos de voo operados pela TAP sejam considerados como voos das referidas companhias aéreas e que determinados voos destas companhias sejam considerados como voos da TAP, para finalidades de vendas. A perda de um parceiro significativo devido a falência, fusão ou outro motivo poderá ter consequências materiais adversas”, diz a empresa no prospeto.

9. Risco resultante da ocorrência de eventos externos

“Acidentes ou incidentes que envolvam as aeronaves operadas pela TAP ou outros riscos externos podem resultar em pedidos de indemnização significativos por passageiros afetados ou por terceiros, custos significativos de reputação e notoriedade, custos significativos relacionados com a reparação ou substituição da aeronave danificada e custos e efeitos nas operações pela inoperância temporária ou permanente da aeronave”, alerta a TAP. A empresa diz que “poderá não conseguir mitigar de forma eficiente alguns dos efeitos dos riscos externos, o que poderá ter consequências materiais adversas”.

10. Risco resultante dos constrangimentos no hub de Lisboa

“O modelo de negócio estratégico da TAP assenta no crescimento do hub de Lisboa“, lembra a empresa. E “caso as melhorias previstas para a hub não ocorram, a TAP poderá enfrentar ainda maiores constrangimentos operacionais resultantes do crescimento da sua atividade”, o que poderá penalizar a empresa caso esta não seja capaz de “mitigar os efeitos das limitações e riscos associados ao seu principal hub“.

11. Risco de perda de slots (faixas horárias)

Devido à saturação nos principais aeroportos europeus, todas as transportadoras aéreas que voem para aeroportos da União Europeia devem obter atribuição de faixas horárias. “Qualquer perda de faixas horárias ou falta de acesso a faixas horárias em determinado aeroporto poderá ter um impacto em termos de participação no mercado, resultados e desenvolvimento da TAP, afetando adversamente as atividades e a sua situação financeira ou resultados”, alerta.

12. Risco relativo à manutenção de aeronaves

“O negócio da aviação está sujeito a regras e regulamentos muito restritos no que respeita à manutenção planeada de aeronaves”, sendo que a “incapacidade da TAP planear de forma apropriada a manutenção das suas aeronaves, de promover as competências adequadas da sua área de Manutenção e de antecipar e gerir de forma eficiente manutenções não planeadas, poderá ter consequências materiais adversas”.

13. Riscos relacionados com os fabricantes de aeronaves utilizadas pela TAP

“A 31 de dezembro de 2018 a frota operacional da TAP compreendia aeronaves Airbus, aeronaves ATR e aeronaves Embraer (incluindo da frota da White e da PGA), estando associadas às mesmas os seguintes riscos: incapacidade de obter aeronaves, peças de aeronaves ou serviços de assistência; emissão de diretivas que restrinjam ou proíbam o uso das aeronaves desses fabricantes; perceção adversa do público; atrasos na entrega de novas aeronaves”, diz a empresa. “A ocorrência de quaisquer desses fatores pode restringir a capacidade de usar aeronaves para gerar lucros, responder ao aumento de procura no tráfego aéreo ou poderia limitar as operações da TAP”, afetando de forma adversa. “No limite, o cumprimento do plano estratégico da Empresa poderá ficar comprometido”, diz.

14. Risco de problemas com fornecedores

Apesar de a TAP contratar empresas do grupo para serviços estratégicos, a “TAP usa também produtos e serviços de terceiros na prestação dos seus serviços. O risco de qualquer terceiro não prestar adequadamente os seus serviços ou não entregar os seus produtos poderá ter consequências materiais adversas”.

15. Risco de implementação do programa de renovação da frota

“A TAP, em função de acordos celebrados com os seus fornecedores, prevê renovar e expandir a sua frota”, salientando que o “mau desempenho de terceiros na construção das novas aeronaves, a existência de atrasos significativos na execução ou mesmo a não entrada ou saída de aeronaves das operações e a incapacidade de financiar a aquisição das aeronaves novas, poderá ter impactos significativos no plano estratégico da TAP”. Isto além de poder ter efeitos materiais adversos na atividade.

16. Risco de execução do programa de fidelidade Miles&Go

“Uma parte significativa da faturação bruta do programa de fidelização Miles&Go depende dos respetivos parceiros comerciais”, revela a TAP, salientando que “não tem controlo ou influência sobre os parceiros comerciais do Miles&Go”. “A perda de um parceiro comercial significativo (…) pode tornar o programa de fidelização Miles&Go menos atrativo ou menos eficiente”. “Estes fatores podem ter um impacto negativo na atividade”, diz a TAP.

17. Risco regulatório

As companhias aéreas estão sujeitas a amplos requisitos regulamentares. “Embora a TAP não possa antecipar totalmente todas as alterações que podem ser feitas no futuro, nem o possível impacto adverso de tais mudanças, a sua capacidade de cumprir com tais normativos é fundamental para manter o seu desempenho operacional e financeiro”.

18. Risco ambiental

A atividade da TAP está sujeita a várias leis e regulamentos de segurança e de proteção ambiental. A TAP diz que “quaisquer alterações aos regulamentos e legislação poderão aumentar as despesas operacionais da TAP ou reduzir as respetivas receitas”. Adicionalmente, “o facto das licenças de CO2 terem aumentado significativamente os seus preços, resulta também num risco de aumento dos custos operacionais da empresa”.

19. Risco de taxa de juro

“A maior parte dos financiamentos contratados pela TAP estão sujeitos a variações da taxa de juro, não se encontrando este risco atualmente coberto por instrumentos financeiros de cobertura. Adicionalmente, variações adversas das taxas de juro poderão ter um impacto negativo nos resultados da TAP e na sua situação financeira”, nota.

20. Risco cambial

“A exposição do Grupo TAP a alterações cambiais tem origem em diversos mercados, e diversas áreas de atividade afetando consequentemente, as suas demonstrações financeiras em múltiplas rubricas de custos relevantes, e em vários dos seus ativos e passivos”, diz a empresa. Neste sentido, a “oscilação adversa das taxas de câmbio, em particular da taxa de câmbio euro/dólar, poderá afetar negativamente a situação financeira do emitente“.

21. Risco de liquidez

“O risco de liquidez da TAP decorre de uma confluência de fatores que resultam da operação, do financiamento existente e respetivo serviço da dívida, das condições de negociação de novas operações, de perdas ou ganhos cambiais e de atividades de investimento, quando significativas”, diz a TAP. “A liquidez pode também ser afetada por limitações na repatriação ou pela impossibilidade de expatriar capitais de determinados mercados internacionais onde a Empresa opera, o que poderá ter impacto negativo sobre a sua situação financeira”, acrescenta.

“A TAP SGPS, por sua vez, enquanto sociedade gestora de participações sociais, não desenvolve diretamente qualquer atividade de caráter operacional, pelo que o cumprimento das obrigações por si assumidas depende dos cash-flows gerados pelas sociedades por si participadas, em particular pelo emitente”, sublinha.

22. Risco de acesso ao crédito, capital e aos mercados financeiros

“A instabilidade significativa do acesso ao crédito, capital e aos mercados financeiros pode resultar no aumento dos custos com financiamento”, diz a TAP. “As aeronaves utilizadas pela TAP têm sido, por regra, financiadas através de contratos de locação financeira e operacional. Na medida em que a TAP não consiga negociar ou obter esses financiamentos, poderá ser obrigada a modificar os planos de incorporação de novas aeronaves ou a incorrer em custos de financiamento mais elevados do que os previstos”. E isso pode afetar a sua estratégia de crescimento.

23. Risco relacionado com a IFRS 16

“A IFRS 16 define o novo enquadramento contabilístico para o reconhecimento das locações, quer na ótica do locador, quer na ótica do locatário. No caso do locatário, a IFRS 16 determina que as locações operacionais passem a ser apresentadas no balanço, caso sejam cumpridos determinados requisitos. Apesar da adoção da IFRS 16 não implicar qualquer alteração contratual, poderá implicar um risco na perceção das demonstrações financeiras da empresa, sobretudo nos anos de recebimento de maior número de aeronaves”, diz a TAP.

24. Risco fiscal

“Alterações significativas na legislação fiscal em Portugal, na União Europeia ou naqueles países terceiros onde a TAP mantém atividade, ou dificuldades na implementação ou cumprimento de novas leis e regulamentação fiscais poderão ter um relevante impacto negativo na atividade, situação financeira e resultados da TAP”, refere o prospeto.

25. Risco de litígios

A empresa alerta para eventuais litígios relacionados com a sua atividade e/ou com a atividade do Grupo TAP. “Determinados litígios podem ter consequências financeiras adversas materiais para a TAP, podendo estes não estar cobertos por seguro. Adicionalmente, qualquer resultado negativo relativo a qualquer litígio em que esteja envolvida poderá afetar negativamente a reputação da TAP e a sua situação económico-financeira”, diz.

A TAP poderá ter que aumentar benefícios para atrair e contratar pessoal qualificado.

TAP

26. Risco de insuficiência dos Planos de Pensões/Saúde

“Existem vários planos de pensões na TAP e um plano de saúde. Os riscos mais críticos relacionados com a contabilização de planos de benefício de reforma estão muitas vezes associados à rentabilidade dos ativos do plano de benefício e à taxa de desconto utilizada para avaliar o valor atual das responsabilidades a serem pagas no futuro aos respetivos beneficiários. As responsabilidades relativas a planos de benefícios definidos de reforma e de saúde podem exercer uma pressão adversa sobre os fluxos de caixa da TAP”, refere a empresa. Assim, “caso o nível de cobertura das responsabilidades dos planos de benefícios se revele insuficiente, a TAP pode ter necessidade de efetuar contribuições adicionais no futuro, o que poderá afetar de forma adversa a sua atividade, situação financeira e resultados”.

27. Risco resultante da instabilidade laboral

Ainda que tenham sido celebrados com sindicatos representativos da maioria dos trabalhadores do Grupo TAP acordos de paz laboral para o período 2018-2022, a TAP está sujeita ao risco de conflitos e litígios com os seus trabalhadores, ou entidades sindicais, instabilidade laboral, greves e outros problemas relacionados com trabalhadores”.

28. Risco relacionado com o recrutamento de pessoal qualificado

A TAP admite que “poderá ter que aumentar benefícios para atrair e contratar pessoal qualificado. A incapacidade da TAP contratar e manter pessoal qualificado competente e em número adequado ao crescimento da Empresa poderá ter consequências materiais adversas na atividade, situação financeira ou resultados operacionais do emitente”.

29. Risco relacionado com o controlo interno

No decurso normal da sua atividade e em resultado da sua estrutura organizativa, “a TAP está sujeita a determinados riscos operacionais. Não é possível garantir que o acompanhamento contínuo realizado e a prevenção destes riscos serão suficientes, designadamente em circunstâncias que não estejam sob controlo da sociedade, pelo que o eventual insucesso na execução das políticas de controlo interno do grupo poderá ter um efeito negativo na atividade, situação financeira e resultados operacionais da TAP”.

30. Risco de corrupção e branqueamento de capitais

“Não há garantia de que os colaboradores da TAP e os agentes e terceiros a que a TAP recorre não praticam atos em violação das políticas de combate à corrupção e combate ao branqueamento de capitais, pelos quais a TAP pode ser responsabilizada”, diz a empresa.

31. Riscos relacionados com o cumprimento de obrigações legais relativas a dados pessoais

O uso de dados pessoais no âmbito da atividade da TAP e dos seus parceiros é regulado quer ao nível da União Europeia, quer ao nível nacional. E a TAP está a preparar-se para “a implementação de políticas e procedimentos de tratamento de dados pessoais com vista a dar cumprimento a todas as regras e obrigações do RGPD”. “No caso de a TAP violar quaisquer das obrigações descritas no RGPD, a TAP poderá ficar sujeita ao pagamento de coimas até 20.000.000 de euros ou até 4% do seu volume de negócios anual a nível mundial correspondente ao exercício financeiro anterior, consoante o montante que for mais elevado”, alerta.

No caso de a TAP violar quaisquer das obrigações descritas no RGPD, a TAP poderá ficar sujeita ao pagamento de coimas até 20.000.000 de euros ou até 4% do seu volume de negócios anual a nível mundial.

TAP

“Eventuais alterações às disposições legais aplicáveis podem impor requisitos mais exigentes de compliance e impor penalidades significativas em caso de incumprimento. Se a TAP ou aqueles com quem a TAP partilha informação não derem cumprimento às referidas disposições legais e regulamentares, no futuro tal poderá ter um efeito negativo na atividade, situação financeira e resultados operacionais da TAP”, diz.

32. Risco relacionado com a situação financeira do acionista único

Por último, a TAP aponta para um risco relacionado com o seu acionista único, a TAP SGPS. “Na assembleia geral realizada em 29 de abril de 2019, o Conselho de Administração do acionista único propôs a não implementação de qualquer das medidas previstas na lei ou outras com os mesmos objetivos, tendo em conta a expectativa de que a estratégia definida para o grupo TAP que está atualmente a ser implementada venha a ter no futuro resultados positivos para a situação financeira do acionista único”, diz. “Esta proposta foi aprovada em assembleia geral. A não implementação dessas medidas poderá afetar a situação financeira do acionista único e o cumprimento dos compromissos financeiros assumidos, em particular o pagamento de um empréstimo contraído ao emitente em cerca de 800 milhões de euros“, alerta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Altice Portugal garante SIRESP ativo no verão “nem que tenha de pagar do seu bolso”

  • Lusa
  • 30 Maio 2019

A empresa garantiu que o SIRESP estará ativo no verão, "nem que tenha de pagar do seu bolso o investimento e os custos associados".

O presidente da Altice Portugal assegurou esta quinta-feira o funcionamento do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) durante o verão, nem que a empresa “tenha de pagar do seu bolso”.

“O que a SIRESP e a Altice como fornecedora pode garantir é que, no que depender de nós, a redundância [do sistema, no período mais crítico dos incêndios] “vai estar ativa durante o verão e vamos garantir o funcionamento”, afirmou aos jornalistas o presidente da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, em Ponte de Sor.

À margem da 3.ª cimeira Portugal Air Summit, na qual foi um dos oradores convidados, o mesmo responsável insistiu nesta garantia, frisando: “Nem que para isso a Altice Portugal tenha de pagar do seu bolso o investimento e os custos associados para manter esta rede a funcionar”. “Acreditamos, uma vez mais, que a palavra daqueles que se comprometerem pessoalmente com o ressarcimento deste investimento vão cumprir essa palavra, vão ser pessoas de bem e honradas e vamos receber, com certeza, aquilo que é devido, a seu tempo”, argumentou.

As declarações de Alexandre Fonseca surgem um dia depois de a Altice Portugal, através de comunicado, quando o tema SIRESP foi discutido no Parlamento, se ter comprometido a garantir os serviços de rede necessários à segurança das populações. Nesse comunicado, a Altice também assegurou que não é nem será responsável por um eventual “desligamento” do SIRESP.

A rede é atualmente detida em 52,1% pela Altice Portugal, 33% pelo Estado e 14,9% pela Motorola Solutions. Há mais de duas semanas, que decorrem negociações entre o Governo a entidade gestora da rede com o objetivo de o Estado assumir uma posição de controlo da empresa. “Estamos em negociações com o Governo, a bola está do lado do Governo há algumas semanas e nós estamos a aguardar”, disse Alexandre Fonseca, frisando que, do lado da Altice, “os reptos lançados” pelo executivo “foram alvo de respostas em horas, com propostas efetivas”.

A Altice Portugal, que fique claro, não negoceia nacionalizações, nem em Portugal, nem em qualquer parte do mundo. O que manifestámos foi uma disponibilidade para equacionar aquilo que é a alienação da nossa participação no SIRESP, dentro de condições que sejam justas e também com o outro acionista privado envolvido (Motorola) e na mesma perspetiva. Esta é a negociação que está a acontecer neste momento”, afirmou.

Questionado pela Lusa, Alexandre Fonseca afiançou que a dívida do Estado à entidade gestora do SIRESP “é conhecida” e que “o valor que está neste momento em cima da mesa”, fruto dos investimentos que foram feitos, para garantir a redundância do sistema, “ronda os 12 milhões de euros”.

Segundo Alexandre Fonseca, hoje em dia, com a Rede de Transmissão via Satélite e de Redundância de Energias do SIRESP, “qualquer pessoa em Portugal percebe que rede está muito melhor, está mais robusta”. “Eu diria que ainda continua a haver uma pequena margem de infoexcluídos do SIRESP que gostam de falar sem conhecer e que dizem umas coisas que não são verdade, mas que são populistas e que causam alarme nas pessoas””, apontou, dando-os como uma exceção.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.