PS pede aos partidos “sentido de responsabilidade” nas propostas para OE

  • Lusa
  • 24 Novembro 2019

"Vamos em quase 200 propostas, o que põe em risco os compromissos assumidos", diz secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro.

O secretário-geral adjunto do PS apelou aos partidos com assento na Assembleia da República para que tenham “sentido de responsabilidade e compromisso político”, salientando que tal será “fundamental para garantir a estabilidade política” durante a legislatura.

Em Guimarães, depois de encerrar um encontro organizado pela estrutura concelhia do PS, José Luís Carneiro disse à Lusa que já foram apresentadas cerca de 200 propostas para o Orçamento de Estado pelos partidos que fazem oposição no parlamento ao PS, referindo que algumas vão contra os “objetivos orçamentais” definidos, como a redução da dívida pública.

“O sentido de responsabilidade e compromisso político, garantindo estabilidade política, vai ser fundamental durante esta legislatura e é esse apelo que faço a todos os partidos políticos com assento parlamentar“, afirmou o número dois do PS.

Segundo o ex-autarca de Baião, “é importante ter uma noção clara que sendo importante os partidos políticos na oposição terem sugestões“, existem metas e compromissos assumidos pelo atual Governo.

Lembrando as palavras do ministro das Finanças, Mário Centeno, que afirmou que o Orçamento do Estado “não é um leilão de propostas”, José Luis Carneiro reafirmou que “os portugueses votaram um programa eleitoral que deu lugar a um programa de Governo, que foi também discutido e aprovado” na Assembleia da República.

“O Orçamento de Estado tem de refletir as opções políticas do programa do Governo. Ora, o que tem acontecido é que dia a dia, semana a semana, temos assistido à presentação de propostas, já fizemos uma contabilização, vamos em quase 200 propostas, o que põe em risco os compromissos assumidos”, apontou.

“O PS tem todo o espaço para dialogar, como tem acontecido, com todos os partidos políticos, mas é necessário ter e cultivar uma ética de responsabilidade porque não só temos objetivos orçamentais muito claros, continuar a reduzir o défice porque é reduzindo o défice e produzindo mais riqueza do que consumimos que podemos reduzir a divida púbica, pagar menos juros e libertar mais recursos para depois podermos por em pratica algumas dessas propostas de outros partidos”, disse.

José Luís Carneiro reafirmou a vontade do PS de avançar com alterações na gestão das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais (CCDR): “É um compromisso do programa do Governo do PS, assumido em campanha eleitoral, e temos a intenção de avançar o mais rapidamente possível com a eleição indireta dos presidentes das CCDR”, disse, sem querer esclarecer se este era o primeiro passo para a reorganização administrativa do país através da Regionalização.

“Vamos aguardar pela palavra do primeiro-ministro na sessão de encerramento do congresso da Associação Nacional de Municípios [em fevereiro]. Estou convencido que trará boas notícias para aqueles que querem ver um compromisso muito claro no que ao desenvolvimento regional diz respeito”, finalizou.

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Quanto custa jantar nos quatro novos restaurantes com estrelas Michelin?

Há muitas vezes a ideia de que os restaurantes galardoados têm preços exorbitantes. Apesar de os menus de degustação serem mais dispendiosos, há outras opções mais em conta.

O Guia Michelin é um dos principais símbolos da gastronomia mundial. Em Portugal há 27 estabelecimentos que merecem esta condecoração gastronómica. Diretamente de Sevilha, na cerimónia do Guia ibérico 2020, o país trouxe cinco novas estrelas e passou a ter quatro novos restaurantes galardoados. Mas, afinal, quanto custa ir a um restaurante com estrela Michelin?

Quando um restaurante é condecorado, a procura aumenta e, por vezes, os preços acompanham o mediatismo. Mas nem sempre estas unidades têm opções fora do alcance para a maioria dos portugueses. É o caso do Epur, localizado em Lisboa, mais precisamente no Chiado. Neste restaurante as opções combinam inspirações de cozinha portuguesa, francesa e asiática. Ao almoço, por exemplo, com o menu Essential (disponível apenas nesse período), pode fazer uma refeição por 35 euros por pessoa, com tudo o que tem direito: entrada ou sobremesa, prato principal, copo de vinho e café.

O chef Vicent Farges a confecionar um prato na cozinha do Epur, em LisboaD.R.

Ao jantar, a fatura é um pouco mais pesada. À sua disposição tem quatro menus, sendo que o mais barato custa 65 euros por pessoa, com entrada, prato principal e sobremesa. Caso queira acompanhar a refeição com harmonização de vinhos, terá de desembolsar mais 25 euros. Mas se quiser saborear várias degustações, a conta sai-lhe no máximo a 160 euros por pessoa, sem vinhos incluídos.

Ainda pela capital, para experienciar as qualidades gastronómicas do chef Martín Barasategui tem de subir ao topo da Torre Vasco da Gama, no Parque das Nações. A 120 metros de altura e com uma vista panorâmica de 360.º graus fica o Fifty Seconds by Martín Barasategui, que, tal como o nome indica, pertence ao cozinheiro com mais estrelas Michelin no currículo.

Com influencias da cozinha mediterrânea, este estabelecimento é idealmente recomendado para quem gosta de peixe e marisco. Além da escolha à carta, cada cliente tem à sua disposição dois menus de degustação, que incluem sempre duas entradas e terminam com duas sobremesas. No menu Fifty Second a opção com sete degustações custa 140 euros por pessoa, sem vinhos incluídos. Caso queira degustar mais criações, terá de puxar mais pela carteira e tem à sua disposição um menu de 170 euros por pessoa, com dez pratos.

Obviamente que os pratos não poderão ser substancialmente baratos, porque trabalhamos com produtos de alta qualidade. Mas não me parece que seja tão inacessível como podemos achar, quando comparados com outros países da Europa.

Chef Diogo Rocha

Responsável pelo Mesa de Lemos, em Viseu

Mais a norte, em Viseu, encontramos o chef Diogo Rocha a tomar as rédeas do restaurante Mesa de Lemos. “A nossa taxa de ocupação tinha habitualmente uma lotação de cerca de 30 a 40%, depois de recebermos o prémio estamos cheios“, conta ao ECO Diogo Rocha. No Mesa de Lemos existem dois menus de degustação: o mais barato tem “dez porções e custa 80 euros”, o outro tem “15 porções e custa 105 euros”, explica o chef. Sendo que se quiser a harmonização de vinhos a fatura aumenta 25 e 40 euros, respetivamente.

Além de uma cozinha criativa, há elementos constantes à mesa do Mesa de Lemos, como os vinhos da Quinta de Lemos, o azeite Quinta de Lemos e a sua horta.D.R.

Obviamente que os pratos não poderão ser substancialmente baratos“, reconhece o chef Diogo Rocha, acrescentando que não lhe parece que “seja tão inacessível” quanto se possa pensar. O chef justifica os preços praticados pela qualidade dos produtos que utiliza nas suas conceções e admite que nem sempre é fácil encontrar um equilibro entre a qualidade e o preço. Apesar de o chef aconselhar os menus de degustação por considerar que permitem saborear mais pratos, na Mesa de Lemos há refeições à carta mais em conta. Com esta opção “uma refeição custa em média 50 a 60 euros”, aponta o chef Diogo Rocha.

Por terras algarvias, fica o restaurante Vistas, onde a cozinha está a cargo do chef Rui Silvestre. Situado em Vila Nova de Cacela e integrado num complexo turístico de luxo, o restaurante é assente na cozinha tradicional e maioritariamente de peixe e marisco. Ainda assim conta com algumas opções vegetarianas e alguns pratos de carne. “Neste momento, temos três menus disponíveis que muito provavelmente sofrerão atualizações aquando da reabertura do Vistas em março 2020“, refere ao ECO fonte oficial do Vistas.

No Restaurante Vistas, localizado em Vila de Nova de Cacela, a cozinha está a cargo do chef Rui Silvestre.D.R.

Com dois menus de degustação, o menu Fauna e Flora permite-lhe saborear seis experiências por 100 euros por pessoa, isto já com o wine paring incluído. Por outro lado, os clientes têm também à disposição o Sea Promenade (em português Passeio Marítimo), onde pode optar por provar cinco, seis ou sete criações diferentes, sendo que a primeira mais barata custa 90 euros por pessoa, também com a combinação de vinhos incluída. Caso prefira escolher à carta, as opções são vastas e variam entre os 18 euros, para um prato de vegetais, e os 63 euros, se escolher um prato de carne. Fonte oficial do restaurante apesar das atualizações, os preços dos menus em causa “não sofrerão alterações”.

Neste guia, a atribuição de uma estrela sinaliza uma cozinha de altamenterefinada, onde compensa parar. Por outro lado, duas estrelas sinalizam uma cozinha excelente, que vale a pena o desvio. Já as três, o máximo que um restaurante pode atingir e que ainda não existe em Portugal, indicam uma cozinha excecional, que vale uma viagem especial. Em Portugal há 20 restaurantes com uma estrela e sete, com duas.

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Salário mínimo de 635 euros é “razoável no contexto português”

  • Lusa
  • 24 Novembro 2019

"Eu não mudo de opinião em 15 dias, não chega a um mês. É razoável aquela decisão no contexto português”, diz Marcelo Rebelo de Sousa sobre o salário mínimo de 635 euros.

O Presidente da República reiterou que promulgou o diploma que fixa o salário mínimo nos 635 euros em 2020 por considerar ser uma decisão “razoável no contexto português”.

“O Presidente da República promulgou e, ao promulgar, disse que parecia razoável no contexto português. Eu não mudo de opinião em 15 dias, não chega a um mês. É razoável aquela decisão no contexto português”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, à margem da cerimónia de juramento de Hipócrates dos novos médicos da Região do Sul da Ordem dos Médicos, na Universidade de Lisboa.

O Presidente da República assumiu esta posição após questionado pelos jornalistas sobre as declarações do presidente da CIP, António Saraiva, que em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, hoje divulgada, defendeu que a decisão do Governo de impor 635 euros como salário mínimo não tem “racionalidade económica”, acrescentando que o “grande beneficiário” vai ser o Estado, arrecadando do diferencial dos impostos cerca de 126 milhões de euros por mês.

A proposta que o Governo apresentou, em 13 de novembro, para o valor do salário mínimo nacional, de 635 euros no próximo ano, não mereceu o acordo dos parceiros sociais.

No dia 15 de novembro, o Presidente da República promulgou o aumento do salário mínimo nacional para 635 euros em 2020, “esperando que possa ser assegurado um crescimento da economia portuguesa, que permita atualizações cada vez mais significativas dos rendimentos”.

Atualmente, o salário mínimo nacional é de 600 euros.

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Há 24 concelhos em Portugal com menos de três agências bancárias

  • Lusa
  • 24 Novembro 2019

Vila Velha de Ródão e Vila Nova da Barquinha tinham apenas uma agência no final de 2018. Em sentido oposto, os concelhos com mais agências bancárias são Lisboa (392), Porto (171) e Sintra (95),

24 concelhos em Portugal com menos de três agências bancárias, sendo que Vila Velha de Ródão e Vila Nova da Barquinha tinham apenas uma agência cada um no final de 2018, segundo dados do Banco de Portugal.

De acordo com os dados que constam das séries longas do setor bancário (1990-2018), divulgadas esta terça-feira, no final de 2018, não existiam concelhos sem agências bancárias. Contudo, existiam dois municípios com apenas uma agência, Vila Velha de Ródão (distrito de Castelo Branco) e Vila Nova da Barquinha (Santarém).

Vila Velha de Ródão teve duas agências entre 1993 e 2014, sendo que desde 2015 tem apenas uma. Já Vila Nova da Barquinha teve duas agências desde 1990, o início da série, sendo que em 2016 passou a ter apenas um balcão.

concelhos com apenas duas agências bancárias são 22, situados sobretudo em regiões do interior de Portugal continental e nos Açores, sendo esses Almodôvar, Barrancos, Cuba, Freixo de Espada à Cinta, Vila de Rei, Góis, Penela, Mourão, Fornos de Algodres, Manteigas, Castanheira de Pera, Alter do Chão, Arronches, Castelo de Vide, Nisa, Chamusca, Constância, Golegã, Sardoal, Corvo, Lajes das Flores e Santa Cruz das Flores.

Há ainda 49 concelhos que, no final de 2018, tinham apenas três balcões. Esses municípios são:

  • Alvito,
  • Ferreira do Alentejo,
  • Mértola,
  • Ourique,
  • Vidigueira,
  • Terras de Bouro,
  • Carrazeda de Ansiães,
  • Vila Flor, Penamacor,
  • Miranda do Corvo,
  • Pampilhosa da Serra,
  • Vila Nova de Poiares,
  • Alandroal,
  • Portel,
  • Alcoutim,
  • Castro Marim,
  • Monchique,
  • Vila do Bispo,
  • Celorico da Beira,
  • Meda,
  • Figueiró dos Vinhos,
  • Pedrógão Grande,
  • Crato,
  • Fronteira,
  • Gavião,
  • Marvão,
  • Monforte,
  • Alpiarça,
  • Ferreira do Zêzere,
  • Paredes de Coura,
  • Boticas,
  • Mesão Frio,
  • Murça,
  • Sabrosa,
  • Santa Marta de Penaguião,
  • Armamar,
  • Penalva do Castelo,
  • Penedono,
  • São João da Pesqueira,
  • Sernancelhe,
  • Tarouca,
  • Vila Nova de Paiva,
  • Calheta S. Jorge,
  • Vila do Porto,
  • Ponta do Sol,
  • Porto Moniz,
  • Porto Santo,
  • Santa Cruz,
  • Santana.

Em sentido oposto, os concelhos com mais agências bancárias são Lisboa (392), Porto (171) e Sintra (95), acompanhando a dimensão da população e o tecido económico.

O ‘top 10’ dos concelhos com mais balcões é ainda composto por Cascais (74), Oeiras (65), Braga (65), Coimbra (62), Loures (58), Matosinhos (55), Almada (54).

Os bancos têm vindo a reduzir a sua estrutura nos últimos anos, incluindo com o fecho de balcões, justificando com a necessidade de cortar custos, o desenvolvimento da digitalização e o menor recurso dos clientes às agências bancárias.

Nos últimos anos foi polémico o fecho de balcões sobretudo pelo banco público, a Caixa Geral de Depósitos (CGD), motivando protestos das populações e de autarcas.

Segundo os dados do Banco de Portugal, na última década (2008-2018), foram cerca de duas mil as agências que encerraram.

De acordo com a informação, o número de balcões bancários no território nacional mais do que duplicou na década de 90, passando de menos de 2.000 em 1990 para um valor em torno dos 5.300 em 2000.

Depois de alguma estabilização nos primeiros cinco anos do novo milénio, verificou-se um novo aumento nos anos seguintes, atingindo-se um valor máximo perto de 6.500 em 2010.

Desde então, e em especial a partir de 2013, o número de balcões registou uma grande diminuição, situando-se em 4.054 no final de 2018.

Já em termos relativos face à população, em 2018, o número de agências por milhão de habitantes cifrava-se em 405 em Portugal, acima dos 395 da média da zona euro, segundo o Banco de Portugal.

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Banco Montepio vai ter dois novos administradores não executivos

Além de Pedro Leitão como presidente executivo, o Banco Montepio vai ter dois novos administradores não executivos: José Nunes Pereira e António Egídio Reis.

Pedro Leitão vai ser o próximo presidente executivo do Banco Montepio, isto se o Banco de Portugal conceder o registo de idoneidade ao gestor proposto por Tomás Correia, presidente demissionário da Associação Mutualista Montepio, e Carlos Tavares, chairman do Banco Montepio. Mas há outros dois nomes a entrar no conselho de administração do banco, apurou o ECO: São eles José Nunes Pereira e António Egídio Reis, como não executivos.

No conselho geral da Associação Mutualista Montepio Geral, Tomás Correia apresentou a estimativa das contas de 2019 e as perspetivas para 2020, mas também foi questionado sobre a notícia do ECO, que revelou a indicação de Pedro Leitão, administrador do Atlântico Europa, para a presidência executiva do Banco Montepio, controlado quase exclusivamente pela Associação Mutualista. E no conselho geral, foram também relevados os nomes dos dois não executivos, independentes, que serão propostos ao Banco de Portugal.

Página de LinkedIn de Pedro Leitão.LinkedIn

O presidente demissionário da associação, que sai de funções no próximo dia 15 de dezembro, revelou também que José Nunes Pereira, antigo presidente da CMVM, e António Egídio Reis, diretor da divisão de supervisão da ASF, o supervisor dos seguros e fundos de pensões.

Estes três nomes já foram indicados informalmente ao Banco de Portugal, mas os respetivos processos formais de ‘fit and proper’ ainda não começaram. Em média, os processos de avaliação de candidatos à administração de bancos demoram três meses. Mas este caso poderá ser acelerado tendo em conta que o Banco Montepio está sem presidente executivo em efetivo exercício de funções desde fevereiro, quando Carlos Tavares deixou de poder acumular os cargos de chairman e Chief Executive Officer.

Desde então, é Dulce Mota, vice-presidente do banco, que tem desempenhado as funções de presidente, de forma interina, mas pelo menos desde abril, Carlos Tavares já tinha comunicado ao acionista e ao Banco de Portugal que a gestora que estava no ActivoBank não tinha condições para ser nomeada oficialmente presidente.

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Procura mundial por areia gera cada vez mais violência e mortes

  • Lusa
  • 23 Novembro 2019

É o segundo recurso natural mais consumido do mundo, fundamental para a construção de edifícios, estradas e até dos écrans dos telemóveis. Escassez está a gerar violência e mortes em vários países.

A areia tornou-se o segundo recurso natural mais consumido no mundo, mas a competição pela sílica mais pura tem resultado numa competição cada vez mais feroz e numa onda de violência e mortes em vários países.

Um empresário sul-africano morto a tiro em setembro, dois aldeões indianos assassinados num tiroteio em agosto ou o homicídio de um ativista ambiental mexicano em junho são apenas exemplos das consequências de uma guerra cada vez mais competitiva pela melhor areia, avançou a estação britânica BBC.

Embora pareça um recurso banal, a areia é um dos mais importantes ingredientes da nossa vida, já que constitui material básico para a construção das cidades modernas.

O betão usado para construir centros comerciais, escritórios, edifícios de apartamentos e até o asfalto das estradas, além dos vidros de todas as janelas e dos écrans dos telemóveis é constituído basicamente por areia e cascalho colados.

Até mesmo os ‘chips’ no interior dos telefones e computadores – tal como todas as peças de equipamentos eletrónicos – são feitos de areia.

Embora possa parecer um problema menor, já que o planeta está coberto de areia, desde os desertos do Saara e Arizona até às costas e praias de todo o mundo, a verdade é que o mundo começa a sentir falta de areia.

De acordo com a BBC, a quantidade necessária para prover as necessidades mundiais é de cerca de 50 mil milhões de toneladas por ano, ou seja, o suficiente para cobrir Portugal duas vezes e meia.

Além disso, nem todos os tipos de areia podem ser usados para fazer cimento. A areia que existe nos desertos tem um formato errado, já que o facto de a sua erosão ter sido feito por vento e não pela água, a torna demasiado suave e redonda para se manter colada e ser transformada em cimento estável.

A areia útil tem um formato mais angular e encontra-se nos leitos, margens e planícies de inundação dos rios, bem como em lagos e à beira-mar.

A procura por este material é tão intensa que, em todo o mundo, os leitos de rios e as praias estão a ficar despidos e as florestas têm sido destruídas, refere a estação pública britânica.

“A questão da areia é surpreendente para a maior parte das pessoas, mas não devia ser”, explica o investigador do Programa Ambiental das Nações Unidas Pascal Peduzzi, citado pela BBC.

“Não conseguimos extrair 50 mil milhões de toneladas por ano de qualquer material sem causar um impacto gigantesco no planeta e, consequentemente, na vida das pessoas”, alerta.

O principal fator desta crise é a urbanização. Todos os anos, a população mundial aumenta e há cada vez mais pessoas a deixarem as áreas rurais para irem viver nas cidades, especialmente nos países em desenvolvimento.

Na Ásia, África e América Latina, as cidades estão a expandir-se a um ritmo muito superior a qualquer outro na história da Humanidade.

O número de pessoas a viver em áreas urbanas mais do que quadruplicou desde 1950, atingindo atualmente os 4,2 mil milhões, sendo que as Nações Unidas preveem um crescimento de mais 2,5 mil milhões nas próximas três décadas. Este valor significa um aumento da área urbana mundial equivalente a mais oito cidades do tamanho de Nova Iorque por ano.

Construir alojamentos para albergar todas estas pessoas e estradas para lhes permitir moverem-se requer quantidades enormes de areia.

Na Índia, a quantidade de areia para construção usada anualmente mais do que triplicou desde o ano 2000 e continua a aumentar.

Só a China usou mais areia nesta última década do que os Estados Unidos em todo o século XX.

A procura de certos tipos de areia é de tal forma grande que o Dubai, país que se situa num enorme deserto, importa areia da Austrália.

Nos últimos anos, a areia deixou de servir apenas para construir edifícios e infraestruturas, passando a ser necessária também para aumentar os territórios de vários países.

A ilha em forma de palmeira do Dubai é talvez o exemplo mais mediático desta nova necessidade, mas muitas outras áreas estão a crescer à custa de areia das zonas costeiras.

No total, e de acordo com um grupo de pesquisa holandês citado pela BBC, os seres humanos acrescentaram, desde 1985, mais de 13.500 quilómetros quadrados de território artificial às zonas costeiras, uma área equivalente a um país como a Jamaica.

O crescente valor da areia levou muitos grupos criminosos a entrar no negócio, desenterrando toneladas de areia para vender no mercado negro.

De acordo com organizações de direitos humanos, há zonas da América Latina e de África onde as crianças são forçadas a trabalhar como escravas na extração de areia e os gangues pagam a polícias corruptos e funcionários dos governos para fecharem os olhos ou matar aqueles que se tentarem atravessar no seu caminho.

José Luis Álvarez Flores, um ativista ambiental do sul do México que lançou uma campanha contra a retirada ilegal de areia de um rio local, foi morto a tiro em junho passado, lembra a BBC.

Uma nota a ameaçar a sua família e outros ativistas foi encontrada junto ao corpo.

Dois meses depois, dois trabalhadores de extração foram mortos e dois polícias ficaram gravemente feridos num tiroteio iniciado quando os agentes tentaram travar um trator que transportava areia recolhida ilegalmente.

No início deste ano, um extrator de areia da África do Sul foi baleado sete vezes numa disputa com um outro grupo.

Estas são apenas algumas das mortes mais recentes. A violência causada pelo comércio de areia já matou várias pessoas no Quénia, Gâmbia e Indonésia, garante a estação britânica.

Na Índia, as lutas entre as “máfias da areia” – como lhes chama a imprensa local – provocou centenas de feridos e matou dezenas de pessoas. Entre as vítimas conta-se um professor de 81 anos e um ativista de 22, um jornalista que foi incendiado e pelo menos três polícias atropelados por tratores extratores de areia.

A consciência sobre os danos causados pela necessidade crescente de areia é, no entanto, cada vez maior e muitos cientistas estão a estudar formas de substituir a areia na composição do betão.

Mete Bendixem é um geógrafo da Universidade do Colorado, EUA, a quem as Nações Unidas e a Organização Mundial do Comércio pediram ajuda para reduzir o impacto da retirada de areias.

“Devíamos ter um programa de vigilância”, defendeu, considerando que é preciso gerir este problema de alguma maneira.

Atualmente, ninguém sabe exatamente que quantidade de areia está a ser retirada, nem onde e nem em que condições.

“Só sabemos que quanto mais pessoas existem, mais areia precisamos”, concluiu Bendixem.

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Corbyn não fará campanha pelo Brexit ou pela permanência na UE

O líder dos trabalhistas britânicos promete negociar um novo acordo e colocar a decisão nas mãos dos britânicos, entre o acordo ou a permanência na UE. E diz que não fará campanha contra ou a favor.

O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, disse esta sexta-feira que não fará campanha pelo Brexit ou pela manutenção do Reino Unido na União Europeia caso os trabalhistas cheguem ao poder, deixando para os britânicos a decisão num novo referendo entre um novo acordo negociado com a União Europeia e a opção de continuar a fazer parte do bloco europeu.

Depois de muitas questões em torno da sua posição caso o Reino Unido avançasse para um novo referendo, depois de em junho de 2016 os britânicos terem votado a favor do Brexit, o líder trabalhista tomou finalmente uma posição em declarações à BBC.

Jeremy Corbyn disse que não faria campanha por nenhuma das opções. O trabalhista entende que essa seria a única forma de ser um intermediário da vontade do povo britânico, especialmente se a escolha fosse novamente de sair da União Europeia.

A posição de Jeremy Corbyn foi criticada pelo atual primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, um dos pais da campanha pela saída da União Europeia, que questionou como é que Corbyn podia ser “indiferente” perante uma questão tão importante, e pela líder dos liberais britânicos, Jo Swinson, que considerou esta posição uma forma de “abdicar da liderança”.

O trabalhista diz que a posição é “um sinal de força” e de “maturidade”, que o deixaria capaz de levar a cabo o resultado fosse ele qual fosse.

Caso os trabalhistas vençam as eleições de dezembro, Jeremy Corbyn promete negociar um novo acordo do Brexit com a União Europeia e depois colocá-lo a votação num novo referendo, com os britânicos a terem de escolher o acordo alcançado com a Europa ou a permanência na União Europeia.

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Este Mercedes Classe E tem mais um “e”

É uma berlina premium. Tem comportamento de executivo, mas há mais neste Classe E. Com a versão híbrida plug-in, também sabe ser desportiva. É como ter outro carro na garagem, mas "all in one".

E300… “e”? Não, a Mercedes não se enganou no lettering. Aquele “e” não está a mais, é mesmo para estar ali em destaque na traseira da sua berlina familiar premium. Serve para “avisar” os mais distraídos que há energia extra dentro da bagageira (literalmente) nesta nova versão híbrida plug-in de luxo.

Já houve o 350e, mas nesta nova fase de eletrificação da marca da estrela, a aposta é no 300, equipado com um motor de quatro cilindros 2.0 a gasolina, com 211 cv, que tem acoplado um outro motor, desta feita elétrico, que aumenta a potência total para 320 cv. É muita potência, mas muito bem transmitida às rodas pela 9G-TRONIC de 9 velocidades.

Com o “e” vêm as baterias, alojadas na bagageira, encolhendo-a parcialmente, mas também a suavidade característica destes modelos híbridos. Não se ouve o ligar do motor quando carregamos no Start, à semelhança de um puro elétrico. E a partida é quase contranatura já que se vê o Mercedes a rolar mas não há barulho… nada.

O E300e permite rolar neste silêncio durante 50 km, mas obviamente dependerá do pé. Quanto mais suave for, maior será a autonomia em elétrico . Velocidades mais elevadas já acabam por acordar o motor a gasolina, bem como todos os cavalos extra, que dão uma ajuda à autonomia das baterias. Vão carregando com as desacelerações e as travagens que inevitavelmente acontecem na cidade e fora dela. E é tudo monitorizado no grande ecrã que rasga o tablier desde o lugar do condutor até quase ao lugar do passageiro.

Para explorar ao máximo as potencialidades do “e”, o modo Eco ou mesmo o Normal, ambos capazes de oferecer uma condução tranquila, com potência suficiente para ultrapassar quaisquer obstáculos na estrada.

Nestes modos de condução, a fatura saí barata… A marca anuncia um consumo médio de gasolina de apenas 2l/100 km. Não é fácil chegar a esses valores, pouco mais de 4l/ 100 km numa condução sem preocupações é completamente exequível.

Também há Sport. E Sport+

O E é uma classe que pede uma condução suave. Tratar-se, no fim de contas, de um modelo executivo/familiar, mas esta “pele” de bem comportado, sublinhada pelas linhas elegantes e os detalhes de luxo no interior — como os acabamentos em madeira ou o relógio digital na consola central –, esconde mais do que aparenta. Há mais do que Eco e Normal, também há um lado desportivo. A linha AMG, que acrescenta apontamentos mais racing a este modelo por 2.500 euros, dá pistas, mas é o seletor Dynamic que nos mostra o Sport. E o Sport+.

Em Sport, muita coisa muda. É como ter outro carro na garagem, mas “all in one” por um preço de 72.250 euros (extras incluídos). O motor solta-se, o ronco do 2 litros é mais audível através da dupla saída de escape sublimemente embutida no para-choques traseiro. O volante em pele, com partes em pele perfurada, fica mais encorpado. Sente-se a direção mais firme, bastando apontar a direção para que os 4,92 metros de comprimento sigam sem queixumes. Parece que fica mais ágil.

Mas há mais diversão com o Sport+ em que boa parte das ajudas eletrónicas são desativadas. O E fica mais agressivo, mais permissivo, deixando abusar nas curvas. E ganha mais vivacidade desde o sinal vermelho até ao seguinte, depois de deixar para trás todos os que não são tão rápidos a acelerar quando fica verde. Faz 5,7 segundos dos 0/100 km/h. E 250 km/h de velocidade máxima, limitada eletronicamente.

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CGTP: Falta de resposta do Governo aos trabalhadores potencia crescimento da extrema-direita

  • Lusa
  • 23 Novembro 2019

O líder da CGTP diz que a demora da parte do Governo na resposta às reivindicações dos trabalhadores portugueses fomenta o surgimento de fenómenos de extrema-direita.

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou este sábado, em Lisboa, que a falta de resposta do Governo às reivindicações dos trabalhadores fomenta o surgimento de fenómenos de extrema-direita.

Quanto mais tempo o Governo demorar a responder aos trabalhadores e às suas reivindicações, também ele está a ser colaboracionista e a fomentar o surgimento de fenómenos de extrema-direita”, disse Arménio Carlos, que falava no encerramento do XII Congresso da União dos Sindicatos de Lisboa (USL/CGTP-IN).

Durante a sua intervenção, o líder da intersindical afirmou que os sucessivos governos e, em particular, o que está atualmente em funções, têm responsabilidade no surgimento de “pseudo-sindicatos, que pretendem fazer do sindicalismo uma área de negócio”.

Este responsável vincou ainda que o patronato “tem medo que os trabalhadores percam o medo” com o apoio dos sindicatos, que, garantiu, vão continuar a defender a valorização dos trabalhadores.

“Nós sabemos dos condicionalismos, dificuldades e problemas que hoje se levantam à intervenção sindical. Aos sindicatos da CGTP não acontece por acaso”, referiu.

Porém, garantiu, a central sindical não tem medo de confrontar os patrões e de lutar para que os direitos e garantias “fiquem dentro da empresa e não à porta”.

Arménio Carlos, que irá deixar o cargo de secretário-geral da CGTP em 2020, sublinhou que, muitas vezes, os sindicatos são acusados de “falarem muito de política”, uma ideia que confirma, explicando que a intersindical bate-se pela “política do trabalho contra o capital”, que tem o objetivo de romper com os baixos salários e o trabalho precário.

“Aqueles que dizem que nós falamos de política são aqueles que não querem ser confrontados com a política de exploração, a política de desigualdades e com a política do empobrecimento laboral”, considerou.

Na sexta-feira, dia em que teve início o congresso, Libério Domingues foi reeleito coordenador da União dos Sindicatos de Lisboa (USL), com 99% dos votos expressos pelos participantes no encontro da estrutura sindical da CGTP, em Lisboa.

De acordo com fonte da USL, a lista eleita contou com dois votos brancos. A média de idades dos eleitos é de 49 anos, 65,9% são homens e 34,1% são mulheres. Esta estrutura sindical distrital da CGTP tem representados na sua direção 26 sindicatos.

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Governo bloqueia lei europeia sobre impostos de multinacionais

  • ECO
  • 23 Novembro 2019

Portugal está desde 2017 sem tomar uma decisão sobre a diretiva que permitiria saber quanto ganham e os impostos pagos pelas multinacionais, juntamente com Malta, Luxemburgo, Irlanda e Chipre.

O Governo português está a bloquear, juntamente com vários Estados-membros, uma lei europeia que pretender tornar conhecida a situação fiscal das grandes empresas multinacionais com operações na Europa, não tomando posição sobre a proposta no Conselho da União Europeia desde 2017, avança o Diário de Notícias.

De acordo com uma investigação que junta jornalistas de oito países europeus, onde se incluem jornalistas do Diário de Notícias, Portugal tem bloqueado a decisão juntamente com Malta, Chipre, Irlanda e Luxemburgo — estes quatro com regimes fiscais considerados como privilegiados na Europa –, o que impede que a diretiva, que teve o apoio dos eurodeputados socialistas portugueses, de entrar em vigor.

Em resposta ao jornal, o Governo diz que está a manter uma postura de observação e que não há uma tomada de posição a nível europeu sobre este processo. A proposta de diretiva foi aprovada pela Comissão Europeia em 2016 e aprovada pelo Parlamento Europeu em 2017.

Segundo o jornal, Portugal tem defendido que a medida só possa ser aprovada por unanimidade no Conselho da União Europeia, o que se torna mais complicado considerando a oposição dos restantes países que estão a bloquear a entrada em vigor da diretiva e que têm sedeadas no seu país muitas destas multinacionais.

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Do PEC ao IRS dos recibos verdes. Cinco vezes que o Fisco errou

Um erro das Finanças acaba de colocar no "sapatinho" de 10 mil contribuintes uma dívida média de 350 euros relativa ao IRS de 2015. Mas esta não é a primeira vez que a AT falha.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) detetou um erro na liquidação de 10 mil declarações de IRS relativas a 2015, estando agora a exigir aos contribuintes a devolução de 3,5 milhões de euros. Apesar de não estar a ultrapassar os limites da lei, o Fisco está a ser alvo de duras críticas, nomeadamente por esta falha ter sido identificada tão perto da data de prescrição das dívidas e por estarem em causa trabalhadores independentes.

Ainda assim, os contribuintes visados têm mesmo de pagar o imposto em falta, tendo 30 dias para o fazer após o envio da notificação para tal. Em média, cada contribuinte terá 350 euros.

Em conversa com o ECO, Ernesto Pinto, fiscalista da Deco Proteste salienta que “se tivesse havido maior cuidado” da parte da AT, este erro poderia ter sido evitado. E acrescenta: “Errar, todos erramos; o que não se compreende é demorar quatro anos a detetar ou, se não a detetar, a comunicar esse erro“.

O especialista frisa, por outro lado, que situações como esta são exceções, casos “nada frequentes” na esfera dos rendimentos dos sujeitos singulares. Apesar de serem raras, nos últimos anos, foram registadas, pelo menos, outras cinco situações em que as Finanças falharam de algum modo.

Erro obriga contribuintes a devolver 3,5 milhões

Este é o caso mais recente. A AR detetou um erro na liquidação de 10 mil declarações de IRS relativas ao ano de 2015 de contribuintes que abriram atividade empresarial ou profissional em 2014 ao abrigo do regime simplificado e, como tal, não deviam ter beneficiado da redução do imposto nos dois primeiros anos de exercício trazida pela reforma do sistema, em 2015.

Isto porque, de acordo com a mudança que entrou em vigor em janeiro desse ano, essa redução deveria ter abrangido apenas os contribuintes que tivessem iniciado a sua atividade após a entrada em vigor da norma e não aqueles que, nessa data, já a tinham iniciado.

Ou seja, ainda que, na prática, em 2015, os contribuintes que abriram atividade em 2014 ainda cumpriam o requisito dos dois primeiros anos de atividade, como já a tinham iniciado antes da entrada em vigor da redução em causa deveriam ter ficado, automaticamente, fora desse desconto, aquando da liquidação das declarações de IRS relativas a esse ano.

Tal acabou, contudo, por não acontecer: esses contribuintes beneficiaram mesmo de uma redução de 25% nas prestações de serviços incluídas nas declarações de IRS, o que agora está a ser corrigido.

Nesse sentido, os contribuintes em questão estão agora a receber novas notas de liquidação, tendo de proceder ao pagamento do imposto em falta no prazo de 30 dias. Se estiverem em causa dívidas entre 204 euros e cinco mil euros, o contribuinte pode pedir o pagamento em prestações através do Portal das Finanças e sem ter de prestar garantia.

De notar que, como este atraso no pagamento do imposto decorre de um “erro imputável à administração”, não estão a ser cobrados juros compensatórios, nem estão a ser aplicadas coimas.

Fisco enganou-se no cálculo do PEC e emitiu novas coimas

Em agosto do ano passado, a AT admitiu que tinha havido um problema com as coimas do Pagamento Especial por Contas (PEC), o que levou à emissão de novas sanções, isto é, os contribuintes receberam duas notas a alertar para a penalização.

O caso tinha sido originalmente denunciado pela Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), que tinha chamado à atenção para a duplicação das coimas devidas por falta de pagamento ou pagamento insuficiente do PEC.

Na altura, a secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais explicou à OCC que a primeira coima seria anulada, que os contribuintes apenas teriam de pagar a sanção mais recente e que seriam restituídos dos valores pagos indevidamente. A Ordem estimava que cerca de 10 mil contribuintes tinham sido afetados.

A AT acabou por esclarecer o caso através de uma nota deixada no seu site em que se lia que, na emissão das coimas em junho, tinha sido “considerada uma base de cálculo incorreta”, motivo pelo qual se decidiu anular esses autos de notícia e emitir novos com o valor corrigido.

Fisco exige pagamento de IMI de 2012 em janeiro de 2017

Cerca de 60 mil contribuintes foram notificados, no final de 2016, para pagarem o Imposto Municipal sobre os Imóveis (IMI) correspondente ao ano de 2012 durante o mês de janeiro de 2017. Em causa estavam contribuintes que se achavam isentos deste impostos e que não tinham sido informados do contrário previamente.

A isenção de IMI pode ser atribuída por duas formas: temporariamente para famílias que adquirem imóveis novos ou permanentemente quando a família possuiu baixos rendimentos e reduzido património imobiliário.

O sistema informático não foi, contudo, capaz de fazer esse cruzamento entre o rendimento, património e regras de de atribuição de isenção, deixando isentos contribuintes que entretanto tinham perdido esse benefício. O tratamento posterior dos dados permitiu identificar os impostos em falta, tendo sido cobrados no início de 2017. Na altura, foram notificadas cerca de 60 mil pessoas.

Simulador do IRS induz contribuintes em erro

O simulador do IRS disponível no Portal das Finanças não estava a funcionar corretamente, quando a corrida à entrega das declarações arrancou a 1 de abril de 2016. Tal falha induziu em erro muitos casais que simularam a sua situação fiscal entre a entrega da declaração conjunta ou em separado.

Apesar de a falha ter sido detetada já depois do fim da primeira fase da entrega do IRS, o Fisco permitiu que os contribuintes corrigissem as suas declarações sem qualquer penalização.

Ao ECO, o fiscalista Ernesto Pinto salienta que, “muitas vezes, nas primeiras semanas, o simulador ainda não está afinado a 100%”, sendo recomendável que os contribuintes estejam atentos, já que — ao contrário do que aconteceu em 2016 — nos anos mais recentes a substituição da declaração pode mesmo implicar o pagamento de uma coima.

Fisco aplica coimas a 140 mil recibos verdes por erro

Em 2009, a Direção-Geral dos Impostos aplicou coimas a milhares de contribuintes que passavam recibos verdes, sem que tivesse qualquer base legal para isso. O Governo acabou por dar ordem para que as 140 mil sanções fossem anuladas, providenciado a restituição dos valores já pagos.

As coimas foram aplicadas aos trabalhadores independentes face à falta de entrega, em 2006 e 2007, de uma declaração a que estavam obrigados e que era relativa a informação contabilística e fiscal, mas uma alteração legislativa entretanto aprovada pelo Executivo levou a que essas notificações ficassem sem efeito. O então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais salientou que a aplicação das coimas resultou de um “erro dos serviços”.

Fisco assume erro nas coimas do PEC

O Orçamento do Estado para 2003 determinava que as empresas passavam a estar isentas do pagamento do PEC, no primeiro e segundo ano de atividade, aplicando-se assim apenas às empresas que a tivessem iniciado nesse ano.

No entanto, um despacho interpretativo posterior alargou esse benefício às empresas que tivessem aberto atividade em 2002, o que “por lapso” não foi tido em conta pelos sistemas informáticos, tendo sido pedido às empresas o pagamento do imposto e de uma coima.

Os processos de contraordenação acabaram por ser anulados, tendo os contribuintes sido ressarcidos dos valores já pagos.

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Catarina Martins diz que há condições para baixar IVA da energia

A líder do Bloco de Esquerda diz que "seria muito estranho" essa medida não se concretizar já neste orçamento, uma vez que todos os partidos têm propostas neste sentido e que há margem orçamental.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, disse este sábado que existem todas as condições para que o Governo reduza a taxa do IVA da energia já no próximo Orçamento do Estado.

“Uma vez que todos os partidos propõem ou já propuseram a descida da taxa do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) da eletricidade e do gás, seria muito estranho que não houvesse condições políticas para a sua descida neste Orçamento”, disse aos jornalistas a líder do BE, em Olhão, no Algarve.

Catarina Martins falava à margem de uma visita que efetuou hoje aos mercados da cidade de Olhão, no distrito de Faro, referindo que “existem três motivos essenciais para a descidas do IVA na energia”.

“A eletricidade e o gás são um bem essencial de primeira necessidade, a sua descida tem um efeito enorme na economia e também porque para as famílias quanto menos pagarem na conta da luz, mais fica de salário e de pensão”, indicou.

A líder bloquista defendeu que a descida da taxa do IVA “é essencial e de toda a justiça para as empresas e famílias, sendo o momento de a adotar”.

Para Catarina Martins estão criadas todas as condições políticas e no país para descer a taxa da energia, “até porque, o ministro [das Finanças] Mário Centeno tem vindo a orgulhar-se da consolidação das suas contas públicas e, portanto, há margem para fazer esta descida”.

“É uma medida que o bloco sempre defendeu e que agora é também defendida à direita”, disse Catarina Martins, recordando que “o próprio PS, que votou contra a subida da taxa de IVA, chegou mesmo a propor que pudesse descer o IVA da energia”.

Segundo a coordenadora nacional do BE, a descida do IVA na energia, reúne um largo consenso dos partidos no parlamento, daí não existirem motivos para que não desça a curto prazo.

“O bloco tem toda a vontade negocial para encontrar a melhor proposta em conjugação com outros partidos e acho que é preciso aproveitar agora esta oportunidade, e é de toda a justiça que desça o IVA da energia neste Orçamento do Estado”, sublinhou.

Catarina Martins deslocou-se hoje à cidade de Olhão, visitando os mercados municipais, para, segundo disse, “auscultar os problemas e preocupações da população”.

“Para lá das questões importantes de Olhão, há outras que são comuns ao resto do país e que têm a ver com o salário e pensões ainda tão baixas”, indicou.

Para Catarina Martins, Portugal é um país de gente que trabalha muito e que vive com salários e pensões muito baixos e com muito esforço”, alegando que “o país tem condições para aumentar o salário mínimo” para os 750 euros.

“Então não há? A economia cresceu mais do que os salários, nós não nos esquecemos que mal foi possível haver alguma recuperação da economia as empresas aumentaram em cerca de 40% os salários dos seus gestores e dos seus altos quadros, ao mesmo tempo que deixavam os salários dos trabalhadores congelados”, concluiu a coordenadora do BE.

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