Operação Éter: PJ realiza buscas na Câmara e Geoparque de Arouca

  • Lusa
  • 28 Março 2019

No âmbito da Operação Éter, que investiga contratações públicas pela Turismo do Porto e Norte, a PJ procedeu esta quarta-feira a buscas nas instalações da Câmara e no Geoparque de Arouca.

A Câmara Municipal e a Associação Geoparque de Arouca (AGA) revelaram esta quinta-feira que a Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas nessas entidades no âmbito da Operação Éter, que investiga contratações públicas pela Turismo do Porto e Norte. Segundo revelou à Lusa uma fonte ligada ao município, cuja presidente também lidera a AGA por inerência do cargo, a PJ esteve na quarta-feira nas instalações de ambos os organismos.

No edifício da Câmara, a PJ acedeu “ao dossiê completo sobre a Loja Interativa de Turismo de Arouca” e, na sede administrativa do Geoparque, pediu outros documentos relativos ao processo. Segundo disse fonte da autarquia, “as diligências configuram-se como um procedimento normal decorrente da investigação à alegada viciação de procedimentos de contratação pública no âmbito da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte”.

Realçando que esse tipo de buscas “está a ter lugar em todos os municípios da área de influência do Turismo do Porto e Norte”, a mesma fonte referiu que a Câmara de Arouca se encontra “inteiramente disponível para prestar toda a colaboração que seja considerada pertinente” no âmbito desta investigação em curso sobre uma alegada viciação de procedimentos de contratação pública.

A Operação Éter implicou em outubro de 2018 a detenção de cinco pessoas ligadas ao Turismo do Porto e Norte, todas elas indiciadas, segundo a PJ, “por crimes de corrupção e participação económica em negócio em procedimentos de contratação pública” na região.

A investigação vem envolvendo “buscas domiciliárias e não domiciliárias em entidades públicas e sedes de empresas”, para apuramento de factos relacionados “com a presumível prática reiterada e continuada da viciação de procedimentos de contratação pública”, em valores que ascendem a cinco milhões de euros.

Segundo referiu, em outubro, fonte policial à Lusa, os ajustes diretos seriam concedidos por valores muito acima do mercado e, por vezes, sem que o serviço fosse prestado.

A investigação conduzida pela Diretoria do Norte da PJ determinou que, mediante a atuação concertada de quadros dirigentes da referida entidade regional de Turismo, existirá “um esquema generalizado de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto, com o desiderato de favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de recursos humanos e utilização de meios públicos – com vista à satisfação de interesses de natureza particular”.

Além de Melchior Moreira, que, enquanto presidente do Turismo do Porto e Norte por altura dos alegados factos, se mantém detido em prisão preventiva, os outros quatro arguidos no processo são Isabel Castro, diretora operacional desse organismo turístico; Gabriela Escobar, jurista na mesma estrutura; Manuela Couto, administradora da agência de comunicação W Global Communication; e José Agostinho, da empresa de soluções interativas.

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Central solar fotovoltaica avança este ano no Alandroal num investimento de 15 milhões

  • Lusa
  • 28 Março 2019

A empresa, de capitais portugueses e com sede em Alandroal, já "obteve o licenciamento" para um investimento de 15 milhões de euros. Central solar fotovoltaica possa começar a ser construída este ano.

Uma central solar fotovoltaica vai começar a ser construída este ano no concelho de Alandroal, no distrito de Évora, num investimento de 15 milhões de euros, revelou esta quinta-feira à agência Lusa o presidente do município.

A Central Freixial, com “uma potência instalada de 19 megawatts (MW)”, vai ocupar “uma área de 40 hectares” e é promovida pela empresa Freixial Renováveis, adiantou o presidente da Câmara de Alandroal, João Grilo.

Segundo o autarca alentejano, a empresa, de capitais portugueses e com sede em Alandroal, já “obteve o licenciamento” da futura central junto da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), culminando um processo que se prolongou no “último ano e meio”.

“O investimento total será na ordem do 15 milhões de euros”, frisou o presidente do município, indicando que a herdade onde vai “nascer” o projeto, o primeiro do género no concelho, “já foi adquirida pela empresa”.

João Grilo previu que a central solar fotovoltaica possa começar a ser construída este ano e que a empreitada fique concluída no prazo de seis meses, apontando a sua entrada em funcionamento para 2020.

“Além de ser um projeto que encaixa numa estratégia de preparação para o novo paradigma energético, traz também a possibilidade de emprego para as pessoas do concelho, sobretudo, durante a fase da construção, uma vez que, depois, na operação, o número de emprego fixos não é muito elevado”, disse.

Além de ser um projeto que encaixa numa estratégia de preparação para o novo paradigma energético, traz também a possibilidade de emprego para as pessoas do concelho, sobretudo, durante a fase da construção, uma vez que, depois, na operação, o número de emprego fixos não é muito elevado.

João Grilo

Presidente da Câmara de Alandroal

O autarca antecipou “um aumento das receitas de impostos” para o município com a instalação da central no concelho, notando que “a estimativa de derrama a pagar por esta empresa duplica a receita” deste imposto em relação ao valor cobrado atualmente.

Temos mais duas ou três intenções em estudo e são centrais que ocupam terrenos com pouca aptidão agrícola e fora das zonas de proteção, o que significa que, num concelho como o nosso, com 540 quilómetros quadrados e uma baixíssima densidade populacional, é relativamente fácil encontrar estes espaços”, afirmou.

O presidente da câmara municipal realçou que o projeto está “plenamente integrado” na estratégia da autarquia e “é complementar às outras estratégias de desenvolvimento sustentado, associadas ao turismo e património”.

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Maria João Cortinhal é a primeira mulher eleita diretora do ISCTE Business School. É especialista em metaheurísticas

Continua a dança de cadeiras nas grandes escolas de gestão de Lisboa. José Paulo Esperança, que colocou o ISCTE no radar do Financial Times, sai e dá o lugar a Maria João Cortinhal.

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Apresentou-se sozinha na corrida ao cargo e será ela a nova Dean do ISCTE Business School, segundo apurou o ECO. As votações aconteceram esta quarta-feira e Maria João Cortinhal será a nova diretora da escola de gestão do ISCTE.

Até agora a cadeira era ocupada por José Paulo Esperança que vai assumir novas funções no setor da educação. Foi durante o mandato de José Paulo Esperança que o ISCTE Business School entrou para o ranking europeu publicado pelo Financial Times, ombreando com as melhores escolas de gestão do Continente.

Para a formalização da escolha de Maria João Cortinhal falta apenas a nomeação da reitora da escola, Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação do primeiro Governo de José Sócrates.

Maria João Cortinhal será a primeira mulher a ocupar o lugar mais alto na escola de gestão, seguindo o exemplo do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). No ano passado, Clara Raposo tomou posse como presidente do ISEG, tendo sido a primeira mulher a candidatar-se ao cargo e a assumi-lo numa instituição académica com mais de 100 anos de história.

Na Nova, já no final do ano passado, Daniel Traça conseguiu renovar o seu mandato como Dean da Nova School of Business & Economics (Nova SBE) por mais quatro anos, tendo derrotado Pedro Santa Clara, o responsável pelo novo campus em Carcavelos.

Também este ano, em fevereiro, Filipe Santos assumiu o cargo de Dean da Católica Lisbon School of Business & Economics, tendo já sido empossado pela reitora Isabel Capeloa Gil.

Quem é Maria João Cortinhal?

A nova Dean da ISCTE Business School é professora auxiliar no Departamento de Métodos Quantitativos para Gestão e Economia do ISCTE-IUL, “exercendo vários cargos de académica, entre os quais coordenador do 3º ano da Licenciatura de Gestão, membro eleito do Conselho Científico e do Conselho geral, todos no ISCTE-IUL.”

De acordo com uma nova biográfica publicada no site do ISCTE, “os seus interesses de investigação centram-se em Problemas de Otimização Combinatória, com especial enfoque no Desenho de Redes Logísticas e na Setorização e Desenho de Rotas, em metaheurísticas. Tem participado como investigador em projetos de investigação financiados pela FCT e em alguns estudos de investigação de âmbito nacional, nomeadamente na definição de um modelo logístico para o abastecimento de biomassa florestal às centrais de energia elétrica, e na definição de um modelo de alargamento da rede nacional de Julgados de Paz”.

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China reduz setores interditos ao investimento estrangeiro até junho

  • Lusa
  • 28 Março 2019

Li Keqiang garantiu que ai reduzir os setores interditos ao investimento estrangeiro até ao fina de junho e que não serão acrescentadas indústrias à "lista negativa".

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse esta quinta-feira que, até ao final de junho, a China reduzirá o número de setores interditos ao investimento estrangeiro, conhecido como “lista negativa”, avançou a agência noticiosa oficial Xinhua. Na cerimónia de abertura do fórum Boao, conhecido como “Davos asiático”, Li garantiu ainda que não serão acrescentadas indústrias àquela lista.

O primeiro-ministro prometeu maior abertura nos setores de serviços, telecomunicações, saúde e educação ou financeiro, incluindo bancos, seguradoras e instituições.

Em relação à recém-adotada nova lei para o investimento estrangeiro, que entra em vigor no início de 2020, o primeiro-ministro chinês afirmou que as autoridades já estão a rever todas as regulamentações que contrariem as novas diretrizes. “A China trata as empresas nacionais e estrangeiras de forma justa e protege os direitos e interesses de todos os tipos de empresas”, disse Li Keqiang, lembrando que as transferências forçadas de tecnologia “não são permitidas”, de acordo com a nova legislação.

O texto final da lei foi aprovado este mês, durante a sessão anual da Assembleia Nacional Popular, com o apoio de 99,5% dos cerca de 3.000 delegados. As autoridades só poderão restringir o acesso ao mercado doméstico, de firmas estrangeiras, “em circunstâncias especiais” ou que envolvam o “interesse público”, indicou na altura a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

Os Governos locais vão deixar também de poder confiscar propriedade estrangeira, sem que o processo passe pelas instâncias judiciais.

Quanto à desaceleração da economia chinesa, que cresceu 6,6% no ano passado, Li ressaltou que o Governo já adotou “medidas importantes”, que trouxeram resultados “positivos” para a estabilização do crescimento. No entanto, o primeiro-ministro admitiu que a instabilidade económica e incerteza estão a “crescer consideravelmente”, com riscos exteriores “em expansão”, o que poderá acarretar um certo nível de “volatilidade” para o crescimento mensal e trimestral do país asiático.

Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês, a taxa de desemprego do país subiu para 5,3%, entre janeiro e fevereiro, depois de ter encerrado o ano passado nos 4,9%. Já os lucros da indústria na China registaram uma queda homóloga de 14%, em janeiro e fevereiro, acompanhando a tendência registada noutros indicadores económicos do país.

O discurso de Li coincide com o início de uma nova ronda de negociações, em Pequim, entre a China e os Estados Unidos, visando pôr fim às disputas comerciais que ameaçam a economia mundial.

A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o espoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.

Os EUA temem perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes atores em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

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Confiança dos consumidores em queda há cinco meses

Pelo quinto mês consecutivo, a confiança dos consumidores nacionais recuou, pressionada pelas prespetivas relativas "à evolução da situação económica do país e da situação financeira do agregado".

A confiança dos consumidores portugueses voltou a cair em março deste ano, pelo quinto mês consecutivo. Oposta evolução registou o indicador de clima económico, que aumentou “de forma ténue” no terceiro mês do ano. Estes dados foram divulgados, esta quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estática (INE).

“O indicador de confiança dos consumidores diminuiu entre novembro e março, prolongando o movimento iniciado em junho. O indicador de clima económico aumentou em fevereiro e março, de forma ténue no último mês, após ter diminuído entre novembro e janeiro”, explica.

De acordo com o INE, a confiança diminuiu em todos os setores (da indústria transformadora ao comércio e serviços, passando pela construção e obras públicas), face às perspetivas relativas “à evolução da situação económica do país, da situação financeira do agregado familiar e da realização de compras importantes”.

Os números avançados esta manhã chocam com o sentimento que tem sido transmitido pelo Executivo de António Costa de que esta é tem sido a “legislatura da confiança”. Ainda esta semana, o ministro das Finanças sublinhou que a política seguida durante esta legislatura “permitiu virar diversas páginas”, nomeadamente “as das dúvidas e dos medos”. Desde novembro que a confiança dos consumidores nacionais não tem parado de recuar, prolongando-se a trajetória descendente iniciada em julho do ano passado, sublinha o próprio INE.

Apesar de o Governo já antecipar um abrandamento da economia e preparar-se para rever em baixa as previsões para o crescimento da economia este ano, como admitiu novamente o ministro das Finanças esta terça-feira em entrevista à SIC, o crescimento esperado ainda depende em grande parte da procura interna.

Segundo o INE, o indicador de confiança dos consumidores recuou para -9,5 pontos, valor que compara com os -3,8 pontos registados em março do ano passado.

o sentimento económico melhorou em março tal como já havia acontecido em fevereiro. A melhoria, embora ténue, vai num sentido positivo, no mesmo dia em que a Comissão Europeia revelou que o sentimento económico diminui ligeiramente em março, tanto na zona euro, como na União Europeia. As perspetivas recuaram na Alemanha, Holanda e Itália, mas registaram melhorias em Espanha (principal parceiro comercial da economia portuguesa) e França.

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“Não há confusão entre família política e política familiar”, garante o Governo

  • ECO
  • 28 Março 2019

Uma fonte do Executivo de António Costa afirma que não há "rigorosamente nenhuma relação familiar nova desde a constituição do Governo".

As recentes notícias — polémicas — sobre as relações familiares no Governo liderado por António Costa têm dado que falar e, desta vez, já mereceu um comentário de S. Bento. Fonte próxima do Executivo referiu ao Público (acesso condicionado) que “não há confusão entre família política e política familiar” e que não há “nenhuma relação familiar nova desde a constituição do Governo”.

“Não há confusão entre família política e política familiar. Isso não faz qualquer sentido e os números das nomeações dos membros do Governo demonstram isso mesmo”, referiu a mesma fonte. “Perigosas e não escrutináveis, e essas sim graves e preocupantes, são as relações que existem com interesses, negócios e setores privados e não vêm publicadas em Diário da República”, continuou.

São Bento sublinha que não há “rigorosamente nenhuma relação familiar nova desde a constituição do Governo”, não havendo, assim, qualquer novidade. “A única novidade é haver eleições”.

“O Governo tem 62 membros”, dos quais 26 são independentes, referiu a fonte do Gabinete de António Costa, alertando que apenas se tem falado em quatro pessoas. “Não houve nenhuma mudança no Conselho de Ministros. E ninguém pôs em causa a sua competência e mérito profissional. Ou seja, não é um ‘emaranhado’ de relações familiares”.

De todos os membros, 26 são independentes, 49 não tinham experiência governativa anterior e 32 nunca tinham tido qualquer função política. Sobre isto, a mesma fonte detalhou que “dificilmente haverá um Governo com a quantidade tão expressiva de independentes, com uma quantidade tão expressiva de membros sem experiência governativa e com uma quantidade tão expressiva de elementos sem qualquer experiência política”.

“Dificilmente haverá um Governo que tenha recrutado tantas pessoas para funções ministeriáveis sem pertencerem a um partido político: dos 17 ministros, sete não tinham experiência governamental anterior. Não há confusão entre família política e política familiar. Isso não faz qualquer sentido e os números das nomeações dos membros do Governo demonstram isso mesmo”.

Finalmente, sobre cada um dos membros do Governo, a fonte conclui que “a individualidade de cada um dos membros do Governo não se dilui nas suas relações familiares. As relações são escrutináveis e ninguém pôs em causa o mérito profissional dos visados”.

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Ex-vereador de Lisboa diz que não houve preparação para aumento da procura de transportes

  • Lusa
  • 28 Março 2019

Fernando Nunes da Silva lamentou que o Governo não tenha começado a fazer encomendas de material no primeiro ano de mandato, porque, segundo afirma, estas só vão chegar daqui a três ou quatro anos.

O Governo não preparou o eventual aumento da procura de transportes, na sequência da redução do tarifário dos passes, considerou hoje o ex-vereador da Câmara de Lisboa Nunes da Silva, lembrando que o material não se “compra em supermercados”.

Em declarações à agência Lusa, Fernando Nunes da Silva lamentou que o Governo não tenha começado a fazer encomendas de material no primeiro ano de mandato, porque, segundo afirma, estas só vão chegar daqui a três ou quatro anos.

“O responsável pela área devia julgar que o material de transporte se compra nos supermercados”, afirmou o professor de Urbanismo e Transportes no Instituto Superior Técnico, reforçando que as encomendas não são “entregues ao domicílio no dia seguinte”.

“Só quando os motores das automotoras começaram a cair e a CP [Comboios de Portugal] começou a anular serviços, e quando os barcos do rio Tejo pararam por falta de peças, é que o Governo se lembrou de fazer as encomendas”, salientou, recordando que “os comboios têm bitola ibérica e têm de ser feitos por medida”, demorando mais tempo.

Nunes da Silva reconheceu alguma estranheza e estupefação “com o à vontade com que estas coisas estão a ser tratadas”, não havendo um plano B para o caso do aumento da procura face à oferta.

“Vai ser particularmente grave com estas medidas, porque é muito natural que haja um aumento significativo da procura. O mínimo que se pode esperar é na ordem dos 20%”, explicou, alertando para “uma certa incompetência e desleixo das entidades responsáveis em não definirem um período de transição”.

O professor catedrático do Instituto Superior Técnico salientou ainda que a redução dos preços era absolutamente essencial face à disparidade entre o poder de compra das famílias e o custo de transporte.

“Era inconcebível”, frisou.

O PART – Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos pretende incentivar o uso dos transportes coletivos nas grandes cidades e foi publicado em 5 de fevereiro.

O diploma estabelece que as Áreas Metropolitanas de Lisboa (AML) e do Porto (AMP) e as 21 Comunidades Intermunicipais (CIM) recebam 104 milhões de euros do Fundo Ambiental, através do Orçamento do Estado, e comparticipem o programa com um total de 2,6 milhões. A verba estará disponível a partir de 01 de abril.

O programa de redução tarifária nos transportes públicos começa em 1 de abril também em 16 Comunidades Intermunicipais (CIM). Cinco CIM – Leiria, Terras de Trás-os-Montes, Alentejo Litoral, Algarve e Tâmega e Sousa – adiaram o seu arranque para maio, de acordo com o Ministério do Ambiente.

Todas as outras iniciarão a implementação de reduções tarifárias em 1 de abril, tal como acontecerá com as duas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto.

O programa prevê que as 21 CIM recebam, através do Orçamento do Estado, um total de 23,2 milhões de euros para adotarem medidas de redução tarifária nos transportes públicos nos respetivos territórios.

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Ponce Leão renuncia à NAV. Vai voltar para a Jerónimo Martins

  • ECO
  • 28 Março 2019

O gestor abandonou a presidência da NAV por questões de exclusividade. Diz que sai "com pena", mas também por "opção de voltar ao grupo" Jerónimo Martins.

Jorge Ponce de Leão vai regressar à Jerónimo Martins. O gestor renunciou este mês à presidência da NAV – Navegação Aérea de Portugal, cerca de um ano depois de ter assumido este cargo, para poder liderar a comissão de vencimentos da Jerónimo Martins, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

A justificar esta renúncia estão questões de exclusividade exigidas pelo estatuto de gestor público, explicou Ponce de Leão. Abandona a presidência da NAV “com pena” e “por uma imposição legal”, mas também por “uma opção de voltar ao grupo” Jerónimo Martins, ao qual está ligado desde 1975.

O mandato do atual Conselho de Administração da NAV terminou no final do ano passado mas, para poder ser eleito para a comissão de vencimentos da retalhista, na Assembleia Geral de 11 de abril, tinha de ter apresentado esta renúncia.

O Ministério das Infraestruturas e da Habitação já está à procura de um substituto para ocupar o posto “o mais rapidamente possível”. Se ninguém for escolhido até ao final de abril, os dois atuais vogais — Egídia Martins e Francisco Fernandes Gil — continuarão em funções.

Ponce de Leão assumiu a presidência da comissão de vencimentos da Jerónimo Martins neste mandato, mas renunciou ao cargo em janeiro do ano passado por obrigação de exclusividade devido à sua nomeação como administrador executivo da NAV.

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Há mais cinco casos na lista de relações familiares no Governo

  • ECO
  • 28 Março 2019

O marido de uma governante, o marido de uma deputada, um filho de um ex-deputado do PS, a mulher de um assessor do primeiro-ministro e a nora de um ex-deputado socialista são os casos identificados.

A lista de relações familiares diretas ou indiretas associadas ao Governo de António Costa não pára de aumentar. O Observador (acesso condicionado) identificou cinco novos casos de familiares socialistas no executivo.

O jornal digital contabiliza no total mais de 40 pessoas envolvidas direta ou indiretamente ao Executivo liderado por António Costa. O marido de uma governante, o marido de uma deputada, um filho de um ex-deputado do PS, a mulher de um assessor e amigo do primeiro-ministro e a nora de um ex-deputado socialista são os casos agora identificados.

Nas ligações identificadas estão o chefe de gabinete da secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim, que é casado com a deputada e vice-presidente da bancada parlamentar do PS, Susana Amador.

Outro dos casos de família é o de Tiago Gonçalves, chefe de gabinete do secretário de Estado da Defesa do Consumidor, João Torres, desde 17 de outubro de 2018. O antigo dirigente da JS é filho do antigo deputado e antigo presidente da câmara municipal de Peniche, Jorge Rosendo Gonçalves.

Na última remodelação governamental, Ângela Ferreira tornou-se secretária de Estado da Cultura. Já o marido, João Ruivo, é adjunto da secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Maria do Céu Albuquerque, ainda que a nomeação não tenha saído em despacho em Diário da República.

Catarina Hasse Ferreira, que foi nomeada para exercer as funções de técnica especialista no gabinete do secretário de Estado o Emprego, Miguel Cabrita, logo a 16 de fevereiro de 2016, é outro dos casos. Catarina Hasse Ferreira é nora do antigo deputado do PS Joel Hasse Ferreira. Antes já exercia funções no ministério, mas subiu a técnica especialista com a chegada do PS ao Governo.

Há ainda um outro caso, mas em que a familiar já abandonou o Executivo em virtude da exoneração do secretário de Estado que assessorava. Trata-se de Susana Escária, mulher de Vítor Escária, que foi assessor do primeiro-ministro e só foi exonerado na sequência do caso Galpgate. Susana Escária foi adjunta do secretário de Estado da Internacionalização até este ser exonerado na sequência do mesmo caso em outubro de 2017.

[Notícia corrigida às 17:47 com funções atuais de João Ruivo]

 

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Pagamentos da União Europeia no Portugal 2020 são os mais baixos de sempre

Ritmo de recebimento do atual acordo de parceria está ligeiramente aquém do observado no anterior ciclo de apoio em igual fase do período de programação. E está também abaixo dos ciclos mais antigos.

O ritmo de pagamentos da Comissão Europeia a Portugal, no âmbito do Portugal 2020 nunca foi tão baixo, revela o Boletim Económico do Banco de Portugal. Tendo por referência os 31 mil milhões que Portugal tem para investir entre 2014 e 2020, até ao final de 2018, os beneficiários dos apoios comunitários receberam 40% desse montante, revela a instituição liderada por Carlos Costa, numa análise comparada de todos os quadros comunitários de que Portugal beneficiou, publicada esta quinta-feira.

O ritmo de recebimento do atual acordo de parceria está ligeiramente aquém do observado no anterior ciclo de apoio em igual fase do período de programação, estando também abaixo dos ciclos mais antigos“, refere o estudo que integra o Boletim Económico de março.

A compilação das estatísticas dos cinco períodos de programação revela que foi no QCA I que, nesta fase do ciclo, mais transferências foram feitas da União Europeia. No entanto, é de sublinhar que o QCA I e o QCA II foram mais curtos, com períodos de programação de cinco e seis anos, respetivamente, e não sete como nos anos seguintes. Ainda assim, existem depois mais dois ou três anos para prosseguir a execução das verbas (os chamados N+1, N+2 ou N+3).

Taxa de recebimento, por ciclo de apoios europeus

Valores em percentagem. As projeções encontram-se a tracejado. Fonte: Agência para o Desenvolvimento e Coesão, Banco de Portugal, Boletim informativo QREN, Brochura “Fundos Estruturais 10 anos em Portugal” da Direção Geral do Desenvolvimento Regional, DGRM e IFAP/GPE.

É ainda de sublinhar que esta taxa de recebimento (de 40% em 2018) é diferente da taxa de execução (de 33% em 2018). A primeira refere-se às verbas transferidas pela Comissão Europeia, seja a título de adiantamento aos promotores dos diferentes projetos, seja pelo pagamento das faturas já validadas. Esta taxa “corresponde ao rácio entre o montante recebido pelos beneficiários finais em cada momento do tempo e o montante total recebido no período de programação”, explica o Banco de Portugal. Já a taxa de execução cinge-se às despesas pagas e validadas por Bruxelas e é o indicador utilizado para determinar o corte de fundos aos Estados-membros caso não utilizem os montantes de fundos previstos para cada ano (a chamada regra da guilhotina).

Este atraso na taxa de recebimento face aos anteriores períodos de programação não um exclusivo português. “A evidência de que a taxa de recebimento no atual acordo de parceria se encontra aquém do observado em ciclos anteriores não se verifica apenas em Portugal”, escreve o Banco de Portugal. “Considerando o mesmo período nos diferentes ciclos de apoio, a taxa de recebimento do atual acordo de parceria é a mais baixa, quer em Portugal, quer na maioria dos países europeus”, acrescenta.

E como se justifica este atraso? Porque foram implementadas no Portugal 2020 novas ferramentas de avaliação do desempenho dos projetos, na sequência da orientação de Bruxelas de que os apoios devem ser orientados para os resultados. Além disso a Comissão também tem promovido a orientação para o planeamento integrado o que “torna os processos de contratualização mais exigentes”, conclui o Banco de Portugal.

Portugal compara bem com os restantes países europeus no que diz respeito às transferências da UE. Este tem sido, aliás, um argumento esgrimido pelo Executivo sempre que é confrontado com a crítica da baixa execução do Portugal 2020 face ao quadro anterior (o QREN). Usando como termo de comparação os países que tem envelopes financeiros superiores a sete mil milhões de euros, Portugal apresenta a taxa de pagamentos mais elevada (28,7%) entre os Estados-membros. Mas se a comparação for feita entre todos, então, Portugal cai para a sexta posição, sublinha o Banco de Portugal.

Comparação internacional da taxa de recebimento no período de programação 2014-20

Fonte: Comissão Europeia. Valores em percentagem. A linha separa a média da UE. Os países estão ordenados por ordem decrescente do rácio entre a dotação prevista e o PIB de cada um dos países no período 2014-20

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Banco de Portugal antecipa aumentos salariais na Função Pública em 2020 e 2021

Nas previsões que divulga esta quinta-feira, o banco central está a contar com atualizações dos salários na Função Pública ao nível da inflação, apesar de o Governo não ter assumido essa decisão.

O Banco de Portugal antecipa nas suas previsões uma atualização dos salários da Função Pública em linha com a inflação nos próximos dois anos. O Governo ainda não anunciou uma decisão neste sentido, mas Mário Centeno diz que há uma verba prevista para o efeito no Programa de Estabilidade do ano passado.

No Boletim Económico publicado esta quinta-feira, o banco central reviu em baixa as suas previsões para o crescimento da economia este ano, de 1,8% para 1,7%, mas manteve as previsões para 2020 e 2021. A previsão oficial do Governo ainda é 2,2%, mas Mário Centeno já admitiu rever em baixa as previsões em cerca de duas décimas.

Nessas mesmas previsões, o Banco de Portugal está a considerar a atualização dos salários na Função Pública em linha com a inflação em 2020 e 2021, uma medida que não foi assumida pelo Governo, e que terá sempre de ser uma uma decisão do próximo Executivo.

“A evolução salarial no setor público inclui o descongelamento gradual das progressões salariais na administração pública (que teve início em 2018 e cujos efeitos se estendem até 2020), bem como a hipótese de atualização salarial em linha com a inflação em 2020-21”, diz a instituição.

No entanto, o ministro das Finanças disse esta terça-feira, em entrevista à SIC, que o Programa de Estabilidade apresentado em abril do ano passado já contempla uma verba para o aumento dos salários.

“Temos no Programa de Estabilidade apresentado em abril do ano passado uma verba, uma medida nesse sentido, já incluída no programa de estabilidade do ano passado. A pergunta que me está a fazer hoje foi respondida no ano passado. Existe essa verba no programa de estabilidade para 2020 já inscrita no Programa de Estabilidade do ano passado. Está um valor, está um valor em euros”, disse Mário Centeno.

"Temos no Programa de Estabilidade apresentado em abril do ano passado uma verba, uma medida nesse sentido, já incluída no programa de estabilidade do ano passado. A pergunta que me está a fazer hoje foi respondida no ano passado. Existe essa verba no programa de estabilidade para 2020 já inscrita no Programa de Estabilidade do ano passado. Está um valor, está um valor em euros.”

Mário Centeno, ministro das Finanças

Apesar das palavras do ministro, não há qualquer verba discriminada para o efeito no documento que Mário Centeno enviou a Bruxelas, nem qualquer referência a aumentos salariais ou atualizações ao nível da inflação. O Eco questionou o Ministério das Finanças sobre as palavras de Mário Centeno, mas até ao momento ainda não foi possível obter qualquer comentário.

No passado, o ministro das Finanças referiu-se a aumentos salariais na Função Pública englobando os custos acrescidos para o Estado com despesas com pessoal decorrentes do descongelamento das carreiras na Função Pública e de outros acordos setoriais, como foi o caso do acordo alcançado com os enfermeiros.

Durante a discussão do orçamento, o Governo avançou com uma verba de apenas 50 milhões de euros para aumentos salariais na Função Pública e, apesar da pressão dos partidos à esquerda e das negociações com os sindicatos, a verba não aumentou. Os aumentos acabaram por abranger apenas os funcionários públicos com salários mais baixos.

Por outro lado, o Banco de Portugal está mais otimista relativamente à capacidade da economia de criar emprego este ano. O banco central já tinha uma previsão mais otimista que a do Governo — de 1,2% contra os 0,9% esperados pelo Executivo –, mas atualizou agora a previsão para 1,5%, mesmo baixando a previsão para o crescimento da economia.

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Economia regressa aos défices na balança comercial nove anos depois

O BdP vê a economia a crescer menos, mas mais à custa do consumo privado. A fatura chega em 2020 com a balança de bens e serviços a regressar a terreno negativo devido ao impulso das importações.

O Banco de Portugal (BdP) prevê que a economia portuguesa volte a apresentar um défice na balança comercial no próximo ano, em resultado do comportamento do consumo privado. Desde 2011 que a economia não apresentava um défice na balança de bens e serviços.

De acordo com o Boletim Económico do Banco de Portugal, publicado esta quinta-feira, a balança de bens e serviços vai registar um défice igual a 0,2% do PIB em 2020, depois de este ano apresentar um excedente de 0,2%.

Se as contas do banco central estiverem certas, isto significa uma interrupção na trajetória dos últimos anos, em que a balança comercial se manteve em terreno positivo. O último ano em que a balança foi negativa foi em 2011 (de 3,7% do PIB) quando Portugal começou a implementar o programa de ajustamento económico e financeiro acordado com a troika.

Evolução do saldo da balança de bens e serviços

Fonte: Banco de Portugal (dados para 2019, 2020 e 2021 são previsões)

“Ao longo do horizonte de projeção, e tal como em 2018, o contributo da procura interna para o crescimento do PIB será superior ao das exportações. Neste contexto, o crescimento das importações será maior do que o das exportações, o que se traduz num saldo negativo da balança de bens e serviços a partir de 2020“, diz o boletim publicado pelo banco central.

No entanto, nas previsões de dezembro do ano passado, o Banco de Portugal já via a economia portuguesa a registar um saldo negativo da balança de bens e serviços em 2018, o que acabou por não se verificar.

Ao longo do horizonte de projeção, e tal como em 2018, o contributo da procura interna para o crescimento do PIB será superior ao das exportações. Neste contexto, o crescimento das importações será maior do que o das exportações, o que se traduz num saldo negativo da balança de bens e serviços a partir de 2020.

Banco de Portugal

Apesar de apontar para uma degradação em 2020, a instituição prevê que a balança corrente e de capital mantenha uma posição excedentária até ao final do horizonte de projeção (2021), “com um contributo importante do aumento esperado das transferências da União Europeia (UE) neste período.

O défice comercial previsto para o próximo ano é o reflexo de um crescimento económico mais assente no consumo privado e em que as exportações perdem na comparação com as importações.

Em 2019, quando o PIB deverá aumentar 1,7%, a procura interna contribuiu com 1,3 pontos percentuais do PIB, enquanto as exportações dão uma ajuda de 0,4 pontos percentuais. No próximo ano, mais de dois terços do crescimento vem da procura interna, com as vendas para o exterior a explicarem o restante crescimento do PIB, que o banco central espera que seja igual ao de 2019.

Para este comportamento foram determinantes as revisões em alta face a dezembro no consumo privado e nas importações. O banco central vê o consumo das famílias a subir 2,7% este ano, sete décimas acima do que previa em dezembro, e as importações a crescer 6,3%, mais 1,6 pontos percentuais.

“O aumento do consumo privado está associado à evolução favorável do rendimento disponível real das famílias, que reflete o aumento do emprego e dos salários nominais, incluindo o salário mínimo em 2019, e a evolução contida dos preços”, diz o boletim económico do banco.

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