0,4%? 0,5%? Ou 0,6%? Economistas alinham previsão de défice de 2018 com o Governo

  • Lusa
  • 25 Março 2019

“O défice de 2018 deve vir alinhado com as declarações públicas mais recentes do Governo, ou seja, deverá ser entre 0,4 e 0,6% do PIB”, disse João Borges de Assunção.

Os economistas antecipam que o défice se tenha fixado em torno dos 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, como antecipou o ministro das Finanças, Mário Centeno, em fevereiro. O INE divulga na terça-feira a 1.ª Notificação do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE) com o valor do défice no conjunto de 2018, que vai enviar para a Comissão Europeia, e os economistas ouvidos pela agência Lusa antecipam que se tenha fixado em cerca de 0,6% do PIB, afinando com a última estimativa do Governo.

“O défice de 2018, reportado no âmbito da primeira notificação do PDE, deve vir alinhado com as declarações públicas mais recentes do Governo, ou seja, deverá ser entre 0,4 e 0,6% do PIB”, afirmou João Borges de Assunção, professor da Universidade Católica.

“Esse resultado é positivo tendo em conta o abrandamento do crescimento económico em 2018”, acrescentou o docente. No Orçamento do Estado de 2018 (OE 2018), o Governo previa um défice de 1,1% do PIB, estimativa depois revista para 0,7% do PIB no Programa de Estabilidade 2018-2022, e depois confirmada na Proposta de Orçamento do Estado para 2019.

Mas no dia 6 de fevereiro, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse no parlamento que o défice orçamental de 2018 ficou próximo de 0,6% do PIB, revendo em baixa a última estimativa do executivo.

BBVA, Santander e Montepio têm uma estimativa semelhante para o défice português no ano transato. “A nossa previsão é de que o défice de Portugal fique em torno de 0,6% do PIB em 2018”, comentou Angie Suárez Salazar, economista do BBVA para Portugal e Espanha, à Lusa.

“A nossa estimativa para o saldo global da administração pública está em linha com a do Governo, entre 0,7% e 0,5%, tendo em conta a evolução das contas públicas em ótica de caixa”, referiu Bruno Fernandes, economista do Santander.

Na publicação do dia 4 de março “Semanal de economia e de mercados”, o Montepio manteve a “estimativa de défice orçamental de 0,6% do PIB em 2018”. “Atualmente admitimos como mais provável que o défice fique abaixo desse valor do que acima”, referiu à Lusa Rui Bernardes Serra, economista-chefe do Montepio. Na informação mensal de março, o BPI antecipou um défice de 0,7% do PIB em 2018.

Já a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) e o Conselho das Finanças Públicas (CFP) estão mais otimistas para o défice do ano que passou. Os peritos da UTAO preveem que o défice em contas nacionais, que conta para Bruxelas, deverá ter atingido os 0,4% do PIB em 2018, e o CFP, por seu turno, manteve a previsão de um défice de 0,5% do PIB para 2018, no relatório “Finanças Públicas: Situação e Condicionantes 2019-2023”, divulgado em 14 de março.

O Banco Best afina pela previsão mais otimista da UTAO. “Da nossa parte, não dispomos de qualquer tipo de fundamentação técnica que nos permita divergir da estimativa avançada pela UTAO”, comentou à Lusa a Direção de Investimentos do banco.

Em 2017, o défice orçamental ficou nos 3% do PIB, incluindo a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, mas teria sido de 0,9% sem esta operação. Já relativamente ao défice de 2019, João Borges de Assunção indicou que, “sem o efeito da injeção de capital no Novo Banco e se a meta de 0,6% do défice for cumprida em 2018”, o cenário central da Universidade Católica “será de um ligeiro agravamento do défice em 2019 para 0,7% do PIB”.

“Isto na ausência de medidas administrativas de gestão orçamental ao longo deste ano”, adiantou o professor da Católica, acrescentando que “o ano de 2019 poderá ser muito diferente dos outros três da legislatura devido ao contexto eleitoral” e que “o Governo poderá sempre optar por ter um défice maior por ser ano eleitoral, ou menor, caso queira terminar a legislatura com défice nulo”.

O executivo prevê um défice de 0,2% do PIB em 2019, enquanto o CFP antevê um défice de 0,3% este ano, que pode, contudo, agravar-se em 0,4 pontos percentuais, até 0,7% do PIB em 2019, considerando a injeção de 1.149 milhões de euros no Novo Banco em 2019, dos quais 400 milhões de euros já estão previstos no Orçamento do Estado para este ano.

O INE também divulga amanhã as Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional, divulgação associada à conclusão do PDE, onde revelará, nomeadamente, a evolução da capacidade de financiamento da economia e a taxa de poupança das famílias no ano. “Em termos da capacidade/necessidade de financiamento da economia no quarto trimestre de 2018 deverá manter-se positiva e em linha com o observado no terceiro trimestre”, antecipou Bruno Fernandes.

“Para o ano terminado no quarto trimestre de 2018 não é de prever grandes alterações face à trajetória que se tem vindo a assistir, já que permanece o esforço de consolidação orçamental, nomeadamente com as administrações públicas a continuarem a dar um contributo, ainda que ligeiro, para o aumento da capacidade de financiamento da economia portuguesa face ao exterior”, comentou a Direção de Investimentos do Banco Best.

No entender de João Borges de Assunção, “a poupança tem estado em níveis baixos e deverá manter-se assim”.

Os últimos dados do INE revelaram que o PIB cresceu 2,1% em 2018, abaixo dos 2,3% esperados pelo Governo. Já para 2019, o executivo antecipa uma expansão de 2,2%.

“No Católica-Lisbon Forecasting Lab (NECEP) continuamos relativamente otimistas, quando comparados com outras entidades que fazem previsões para a economia portuguesa. O nosso cenário central é de um crescimento de 2,1% em 2019”, referiu o professor da Católica. “Isto apesar dos sinais de preocupação que vêm da economia mundial e da zona euro”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Europeias: PSD dispara nas intenções de voto e aproxima-se do PS

  • ECO
  • 25 Março 2019

De acordo com uma sondagem da Aximage, os social-democratas seguem com 29,1% das intenções de voto, estando cada vez mais próximos do PS, com 34,1%.

A corrida às eleições europeias, a 26 de maio, está cada vez mais renhida. De acordo com uma sondagem, as intenções de voto do PSD dispararam e estão perto das do PS. Contrariamente aos socialistas, que se mantêm estáveis desde janeiro, os social-democratas dispararam quase dez pontos percentuais em apenas dois meses nas intenções de voto, avança o Jornal de Negócios.

Conforme mostra a sondagem, a lista do PS, encabeçada por Pedro Marques, mantém os 34,1% das intenções de voto registados em fevereiro, enquanto a lista do PSD, encabeçada por Paulo Rangel, está nos 29,1%. No caso dos social-democratas, a subida é bastante expressiva uma vez que, em janeiro, as intenções de voto eram de apenas 19,8%. Em apenas dois meses, estes cresceram quase 50%.

Este estudo, encomendado pelo Negócios e pelo Correio da Manhã, é o primeiro que analisa os efeitos da confirmação de Paulo Rangel como cabeça de lista do PSD pelo terceiro ano consecutivo.

A sondagem mediu ainda a notoriedade dos cabeças de lista: 24,7% dos entrevistados pela Aximage nomearam Paulo Rangel como candidato principal e 23,5% nomearam Pedro Marques. Marisa Matias (BE) aparece depois com 13,9%, Nuno Melo (CDS) com 11,2% e João Ferreira (PCP) com 4,5%.

Esta “guerra” entre PS e PSD tem-se intensificado nos últimos dias, com os partidos a atacarem-se mutuamente. Este domingo, António Costa defendeu o voto no PS nas eleições europeias por motivos internos, ao alertar que há quem queira “enfraquecer o Governo do PS” já na próxima ida às urnas, mas também por razões externas — porque “não é indiferente o que defendemos na Europa”.

Entre os partidos que estão representados no Parlamento Europeu, para além do PSD apenas a CDU — a aliança entre o PCP e os Verdes –, ganhou força face à última sondagem, contudo o resultado é inferior ao das últimas eleições europeias e caso este seja o resultado, poderá não conseguir eleger um dos três deputados que tem presentemente. O Bloco de Esquerda e o CDS perderam 7,6% e 7,3% das intenções de voto, respetivamente. Já a Aliança e o PAN aparecem praticamente empatados, com 2% e 1,9%, respetivamente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vestidos de noiva, anéis e potes com cinzas mortuárias pagam dívidas ao Fisco

  • ECO
  • 25 Março 2019

Na hora de recuperar impostos não pagos, a Autoridade Tributária aproveita todo o tipo de bens. Só no ano passado houve mais de 303 mil penhoras de bens e direitos a contribuintes.

Na hora de recuperar impostos em atraso, até as coisas menos esperadas são penhoradas pelo Fisco. Vestidos de noiva, objetos pessoais e até máquinas industriais fazem parte da lista de bens que podem ser comprados no site da Autoridade Tributária (AT) através de leilão eletrónico, com um valor base de apenas um euro, ainda que haja exceções.

De acordo com o site da AT, citado pelo Correio da Manhã (acesso pago), há 368 bens que foram penhorados a incumpridores e que podem ser arrematados. Entre eles estão vestidos de noiva, objetos pessoais como relógios e óculos, potes com cinzas mortuárias, máquinas industriais e de construção civil, eletrodomésticos, móveis e ainda livros, calçado e roupa.

Mas as penhoras a empresas e particulares não ficam por aqui, com o Fisco a mostrar não ser esquisito. O Portal das Finanças tem ainda publicados quatro anéis que podem ser adquiridos — através de leilão eletrónico — “pela melhor oferta”.

No ano passado, o Fisco concretizou mais de 303 mil penhoras de bens e direitos, dos quais 18 mil foram imóveis. Houve ainda 13 penhoras sobre certificados de Aforro e mais de 98 mil contas bancárias privadas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ricciardi sem dúvidas: “Haverá condenações no caso BES”

  • ECO
  • 25 Março 2019

O ex-administrador do BES, considera a resolução do BES um "erro colossal". Acusa ainda o Fundo de Resolução de estar a transferir dinheiro para empresas de recuperação de crédito no caso Novo Banco.

José Maria Ricciardi, ex-administrador do BES, considera que a resolução do banco foi “um erro colossal” e está convicto sobre o desfecho das investigações à gestão do seu primo Ricardo Salgado. Em entrevista ao Público (acesso condicionado), no caso do Novo Banco acusa ainda o Fundo de Resolução de estar “a transferir dinheiro para as empresas de recuperação de crédito”.

“É verdade que a Justiça demora tempo, mas acaba por funcionar. Não tenho dúvidas que levarão a condenações”. Esta é pelo menos a convicção de José Maria Ricciardi relativamente ao desfecho que acredita que terá o caso BES. Mas defende que todo o processo contém erros que poderiam ser evitados, mas dizendo que no caso da atuação do Banco de Portugal se tratou da “única instituição a enfrentar o dr. Ricardo Salgado“.

O antigo administrador do BES atribui sim ao Governo de Pedro Passos Coelho a responsabilidade pelo desenvolvimento que o processo acabou por ter. “Critico mais o dr. Pedro Passos Coelho e sou insuspeito pela relação muito forte que tenho com ele. O problema é mesmo a Resolução, que nunca devia ter sido feita”, diz.

Neste campo considera que o Governo liderado por Passos Coelho “não teve coragem, não bateu o pé a esta solução“, e que “foi a União Europeia que a impôs [resolução do BES]”.

Ricciardi acredita que teria sido possível evitar a resolução, considerando que o BES não tinha grande exposição ao GES, onde estava a fonte dos problemas, e que “seis ou sete milhões de euros” teriam sido suficientes para evitar o colapso do BES.

Não avaliaram bem as consequências da resolução“, diz. “Se o BES tivesse sido capitalizado com o que ainda havia de CoCos [obrigações convertíveis, a partir da linha de 12 mil milhões], e nem sei se era preciso esgotá-la, o país estaria agora numa situação mais folgada”.

Ricciadi acusa ainda a UE de ter atuado relativamente ao caso do BES com dois pesos e duas medidas, quando comparado com o tratamento dos problemas que afetaram a banca da Grécia e de Espanha.

Relativamente à resolução do BES, diz que a solução que teria funcionado melhor seria a defendida por Vítor Bento, o primeiro presidente do Novo Banco, que passava por manter a instituição mais tempo na esfera do Estado. “Se é para usar o dinheiro do Estado para ir saneando o banco, faria mais sentido mantê-lo na esfera pública, escolhendo gestores profissionais, vendendo-o quando o banco estivesse em melhores condições“, diz.

“No Novo Banco há um problema de rentabilidade e de atividade económica por resolver“, diz relativamente aquele que é o seu entendimento das dificuldades do Novo Banco em apresentar melhores resultados.

Relativamente à compra pelas empresas de recuperação de crédito dos ativos imobiliários do Novo Banco com forte desconto e agora estão a ganhar muito dinheiro, diz que “se se confirmar que são muito altas, então estamos a transferir dinheiro do Fundo de Resolução para os lucros dessas entidades”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Segundas casas devolutas no mesmo concelho vão pagar mais IMI

  • ECO
  • 25 Março 2019

Habitação secundária, vazia há mais de um ano, agora vai passar a ser considerada devoluta, a não ser que se localize num concelho diferente. Taxa de IMI pode sextuplicar se estiver em zona de pressão

O Governo aperta o cerco aos imóveis devolutos. Se tem uma casa inscrita nas Finanças como habitação secundária, mas que está vazia há mais de um ano, agora vai passar a ser considerada devoluta, a não ser que se localize num concelho diferente. Esse imóvel passará a estar sujeito a uma taxa de IMI seis vezes superior, se estiver devoluto mais de dois anos e se estiver implantado numa zona de pressão imobiliária — até agora a lei previa um agravamento a triplicar deste imposto.

Esta alteração resulta do diploma aprovado em Conselho de Ministros a 14 de fevereiro, a que o Jornal de Negócios teve acesso (acesso pago) onde também foi criado o direito real de habitação duradoura. A maior fiscalização sobre os imóveis devolutos inclui uma maior monitorização dos consumos de água e eletricidade e definição daquilo que são considerados consumos baixos. Para definir se uma casa está devoluta as câmaras podem aceder todos os anos à lista de imóveis que não têm contratos de fornecimento de água ou eletricidade ou que tenham consumos muito baixos — sete metros cúbicos para a água e 35 Kwh para a eletricidade.

As câmaras também passam a ter o poder reforçado para fazerem vistorias aos imóveis que apesar de terem níveis de consumo superiores aos novos limites levantam a suspeita de estarem devolutos. O diploma vem, por outro lado, especificar que as receitas provenientes da sextuplicação das taxas de IMI têm, obrigatoriamente de ser afetas pelas câmaras, às respetivas políticas municipais de habitação.

Na nova lei, de fora do conceito de devolutos ficam os imóveis que estejam integrados em empreendimentos turísticos ou inscritos como estabelecimentos de alojamento local e as habitações secundarias, de uma forma geral, mas apenas se não se localizarem no mesmo concelho onde a pessoa mora.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCP e EDP Renováveis ditam novas perdas em Lisboa

A bolsa nacional volta a estar marcada pelos receios sobre a saúde da economia europeia e mundial. PSI-20 acompanha as perdas da Europa, com o BCP e a EDP Renováveis entre os destaques negativos.

A aversão ao risco continua a imperar. A bolsa nacional está em queda, dando continuidade ao tombo de mais de 2% com que encerrou a última sessão. O PSI-20 está a ser condicionado pelo deslize dos títulos da EDP Renováveis e do BCP. Na Europa, volta-se a assistir novamente a uma sessão de perdas, numa altura em que os investidores se mantêm receosos relativamente à saúde da economia europeia, mas também mundial.

O PSI-20 iniciou a sessão a deslizar 0,44%, para os 5.137,7 pontos, com 11 dos seus 18 títulos em terreno negativo. O índice bolsista nacional acompanha as perdas dos pares europeus. O Stoxx Europe 600, índice que agrega as 600 maiores capitalizações bolsistas europeus recua 0,5%.

A Mota-Engil é a cotada que mais perdas regista neste arranque de sessão, com as ações da construtora a recuarem 4,06%, para os 2,01 euros. Contudo, é à EDP Renováveis e ao BCP que cabe a maior responsabilidade pelo recuo a que se assiste na praça bolsista lisboeta.

As ações da participada da EDP recuam 1,64%, para os 8,4 euros, no dia em que o CaixaBank BPI elevou o respetivo preço-alvo para finais de 2019, dos 9,60 euros para os 10,60 euros, e a recomendação manteve-se em “comprar”. A casa de investimento diz manter uma visão positiva em termos fundamentais, embora reconhecendo o free-float limitado como uma preocupação.

Relativamente à EDP, a opção foi aumentar a recomendação para “comprar” e o preço-alvo para finais de 2019 passar dos 3,55 euros para os 3,80 euros, “perante o potencial de valorização em termos fundamentais e os catalisadores de eventuais movimentos de consolidação (M&A)”, como refere o banco. Neste cenário, a EDP acaba por se destacar pela positiva em bolsa. Os seus títulos fogem ao sentimento negativo, liderando nas subidas: 0,58%, para os 3,45 euros por ação.

Já o BCP volta a destacar-se pela negativa nesta sessão, com os seus títulos a perderem 1,35%, para os 21,85 cêntimos. De salientar que a banca é um dos setores mais penalizados quando há receios face à evolução da economia.

(Notícia atualizada às 8h27 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Brexit deve ser “organizado, coordenado e controlado”, diz embaixador da União Europeia

  • Lusa
  • 25 Março 2019

Para João Vale de Almeida, embaixador da UE junto das Nações Unidas, defende que é preciso "encontrar um modelo de saída" com "um impacto o menos negativo possível" para ambas as partes.

O atual embaixador da União Europeia (UE) junto das Nações Unidas defende uma saída do Reino Unido “organizada se possível, coordenada e controlada, em vez de uma saída sem acordo”.

Em declarações à Lusa, à margem do encontro WinterCEmp, promovido pela representação da Comissão Europeia em Portugal durante o fim de semana, em Ílhavo, distrito de Aveiro, o diplomata português João Vale de Almeida reconhece que ambas as partes vão “perder”, mas acredita que vão igualmente “construir uma relação futura”.

Recordando que a saída da UE por parte do Reino Unido “resulta de uma escolha democrática” dos cidadãos britânicos, o diplomata considera que agora é tempo de “encontrar as melhores soluções”.

Na quinta-feira, o Conselho Europeu rejeitou o pedido de Londres para adiar a saída prevista para 29 de março até 30 de junho, mas aprovou uma extensão do prazo, desde que o Parlamento aprove finalmente o acordo de saída; se o acordo voltar a ser chumbado, o Reino Unido terá de pôr um novo plano à consideração da UE até 12 de abril (dia em que termina o prazo legal para a apresentação de listas às eleições europeias de 26 de maio).

O Governo britânico deverá submeter o acordo de saída aos deputados pela terceira vez ainda esta semana, depois de dois chumbos, um em janeiro e outro em março. “Estamos com vários cenários possíveis”, admite João Vale de Almeida, destacando o que lhe parece óbvio: “é preciso completar esta fase” e “encontrar um modelo de saída” com “um impacto o menos negativo possível” para ambas as partes.

A partir daí, as partes vão “avaliar as suas perdas” e “construir uma relação futura”, confia o embaixador da União Europeia junto das Nações Unidas, que cessará funções em outubro. “O que me parece óbvio hoje, e visto de Nova Iorque ainda mais, é que há uma necessidade absoluta e uma vontade comum, aliás, de ter uma relação muito próxima e muito sólida entre a UE a 27 e o Reino Unido”, frisa. “Isso faz parte dos nossos interesses, corresponde aos nossos valores comuns e, num contexto multilateral e estratégico, faz todo o sentido. E quando as coisas fazem sentido têm muita força”, acredita.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: BES, IMI e Operação Marquês

  • ECO
  • 25 Março 2019

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A semana arranca com José Maria Ricciardi a afirmar que a resolução do BES foi “um erro colossal”. Enquanto isso, na Justiça, Henrique Granadeiro chamou como testemunha o quinto homem mais rico do mundo para o defender no âmbito da Operação Marquês. É ainda notícia os mais diversos tipos de bens penhorados pelo Fisco e, no imobiliário, o facto de o Governo estar a apertar o cerco aos imóveis devolutos, prevendo um aumento da taxa de IMI a segundas casas no mesmo concelho.

“Não tenho dúvidas de que haverá condenações no BES”

José Maria Ricciardi, ex-administrador do BES, considera que a resolução do banco foi “um erro colossal” e está convicto sobre o desfecho das investigações à gestão do seu primo Ricardo Salgado. Em entrevista ao Público, no caso do Novo Banco acusa ainda o Fundo de Resolução de estar “a transferir dinheiro para as empresas de recuperação de crédito”. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Segundas casas devolutas no mesmo concelho vão pagar mais IMI

O Governo aperta o cerco aos imóveis devolutos. Se tem uma casa inscrita nas Finanças como habitação secundária, mas que está vazia há mais de um ano, agora vai passar a ser considerada devoluta a não ser que se localize num concelho diferente. Esse imóvel passará a estar sujeito a uma taxa de IMI seis vezes superior, se estiver devoluto mais de dois anos e se estiver implantado numa zona de pressão imobiliária — até agora a lei previa um agravamento a triplicar deste imposto. Esta alteração resulta do diploma aprovado em Conselho de Ministros a 14 de fevereiro onde também foi criado o direito real de habitação duradoura. A maior fiscalização sobre os imóveis devolutos inclui uma maior monitorização dos consumos de água e eletricidade. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Capa Jornal de Negócios, 25 de março

Granadeiro chama 5.º mais rico do mundo para o defender

Foram vários os nomes de peso chamados por Henrique Granadeiro para serem ouvidos como testemunha na fase de instrução do Processo Marquês. Na lista, com 15 nomes, está o mexicano Carlos Slim Helú, considerado o quinto homem mais rico do mundo. A defesa do ex-líder da Portugal Telecom arranca esta segunda-feira, com este acusado de ter recebido 24 milhões de euros do GES para beneficiar o grupo em vários negócios. As testemunhas vão tentar demonstrar que Granadeiro não deve ir a julgamento. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Vestidos de noiva e anéis pagam dívidas ao Fisco

Na hora de recuperar os impostos através de penhoras, o Fisco aproveita qualquer bem, desde objetos pessoais, potes para cinzas mortuárias e até vestidos de noiva. De acordo com o site da Autoridade Tributária (AT), há neste momento em leilão 368 bens com o valor base de licitação de um euro. Na lista de possíveis aquisições estão máquinas industriais e de construção civil, vários móveis, eletrodomésticos e ainda quatro anéis à venda “pela melhor oferta”. Leia a notícia completa no Correio da Manhã

O historial de governantes que já passaram pela Galp

Atualmente liderada por Carlos Nuno Gomes da Silva, a petrolífera nacional já conta com um historial bastante alargado de ex-governantes que passaram pela sua liderança. Da lista fazem parte Luís Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças e ex-vice-governador do Banco de Portugal; Carlos Costa Pina, ex-secretário de Estado das Finanças e atual vogal na Galp; Joaquim Ferreira Amaral, ex-ministro das Obras Públicas que foi chairman da Galp entre 2002 e 2005; Daniel Bessa, ex-ministro da Economia que presidiu ao Conselho Fiscal da Galp entre 2006 e 2010; Joaquim Pina Moura, ex-ministro da Economia; João de Deus Pinheiro e Rui Machete, ambos ex-ministros dos Negócios Estrangeiros. Leia a notícia completa no Jornal I (acesso pago)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Contribuintes fizeram 44.545 reclamações graciosas e Fisco deu-lhes razão em 57%

  • Lusa
  • 25 Março 2019

O imposto que foi objeto do maior número de reclamações graciosas foi o IRS (somando 8.645). Segue-se na lista as questões relacionadas com o Imposto Municipal sobre as Transações Onerosas (IMT).

Os contribuintes apresentaram 44.545 reclamações graciosas de liquidações de imposto em 2018, tendo-lhes sido dada uma resposta favorável em 57% dos casos, indicam dados da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

Este número de reclamações graciosas resulta dos mais de 25,3 milhões de liquidações feitas pela AT e comunicadas aos contribuintes ao longo do ano passado, correspondendo assim a menos de 0,19% do total.

Os dados da AT mostram que o imposto que foi objeto do maior número de reclamações graciosas foi o IRS (somando 8.645), sendo que este valor acomoda as declarações de substituição que os contribuintes fazem depois de terem entregue uma primeira versão. A taxa de deferimento é habitualmente elevada já que a maioria destas novas declarações são aceites. Os pagamentos antecipados e questões relacionadas com o Imposto Municipal sobre as Transações Onerosas (IMT) são os que se seguem na lista de situações que estão na origem do maior número de reclamações graciosas.

Entre os meios de que dispõem para contestar uma decisão da AT, os contribuintes contam, além da reclamação graciosa, com o recurso hierárquico e, em 2018, a AT registou a entrada de 3.345 destes processos, sendo este número ligeiramente mais alto do que o observado em 2016 e 2017.

O sentido da decisão foi favorável ao contribuinte em 26% dos casos, mas em 50% foi-lhes desfavorável, havendo ainda 3% de casos com um desfecho parcialmente favorável e 6% que foram arquivados. Já os processos que avançaram para a via judicial totalizaram 8.367, sendo este o valor mais baixo em comparação com 2016 e 2017.

Ao longo de 2018, os serviços de Finanças registaram 9,84 milhões de atendimentos presenciais, sendo este número inferior ao dos dois anos anteriores, o que se deve também à cada vez maior informatização e automatização das obrigações tributárias e declarativas.

Ao Centro de Atendimento Telefónico (CAT) da AT chegaram 1,77 milhões de chamadas recebidas, ainda que o número das atendidas tenha sido 1,41 milhões. Relativamente aos acessos ao Portal das Finanças, os dados apontam para um total de 338,57 milhões, o que corresponde a mais 4,5 milhões do que em 2017.

A AT está presente no Twitter e no YouTube, mas os números apontam para resultados mais modestos e correspondiam, no início da semana passada, a 8.523 seguidores e 2.235 subscritores.

Fisco vai ter um serviço de apoio e defesa do contribuinte

A AT vai ter um serviço de apoio e defesa do contribuinte e um subdiretor-geral responsável exclusivamente pela relação com os contribuintes, disse à Lusa o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. A escolha do subdiretor-geral com estas novas funções vai ser feita através do lançamento de um concurso, adiantou o secretário de Estado que fará esta segunda-feira a abertura da conferência “Cidadania fiscal 2.0”, na qual serão apresentadas medidas que visam a simplificação, digitalização e proximidade dos contribuintes com a AT.

O serviço de apoio e defesa do contribuinte terá, não só uma dimensão de apoio ao cumprimento voluntário das obrigações fiscais, mas também uma dimensão de apoio ao acionamento dos meios de defesa do contribuinte e de tratamento das queixas. O objetivo é criar um serviço que tenha uma visão integrada dos vários tipos de atendimento ao público — desde o presencial, ao telefónico e por via do e-balcão — e que “possa olhar para as situações concretas que acontecem aos contribuintes e perceber se pode resolvê-las, para que não tenham que evoluir necessariamente para o litígio”.

Após a grande aposta na informatização e digitalização da relação da AT com os contribuintes — vertente que se irá manter — o foco vai, assim, centrar-se na dimensão da comunicação e do relacionamento do contribuinte, visando a prevenção e redução de litígios através da aposta na comunicação, simplificação e apoio.

António Mendonça Mendes reconhece que há a perceção de que existe um elevado grau de litigância entre a administração fiscal e os contribuintes, ainda que os números não a reflitam. “A AT faz cerca de 25 milhões liquidações por ano e, dessas 25 milhões de liquidações, há cerca de 45 mil que são objeto de contencioso”, precisou o secretário de Estado, o que permite concluir que “a esmagadora maioria das liquidações são bem feitas, que a introdução dos automatismos não afeta a qualidade das liquidações” e que, medido em termos percentuais, o grau de litigância é “relativamente pequeno”.

Ainda assim, há margem suficiente para reforçar a relação de confiança entre as duas partes e para aumentar o grau de cumprimento voluntário, que supera os 90%. Para o governante, a primeira obrigação da administração fiscal é dar “todas as condições” para que o contribuinte possa cumprir voluntariamente as suas obrigações tributárias. “Para darmos essas condições, temos que atuar em várias dimensões. Temos que atuar na dimensão da comunicação, na dimensão da simplificação do cumprimento das obrigações e na dimensão da prevenção de litígios desnecessários que possam existir”, precisou.

A aposta na simplificação, nomeadamente das notificações, é, por isso, uma das linhas de ação. “Muitas das queixas [feitas] são pela dificuldade em compreender as notificações da AT. Quando olhamos para os números do atendimento presencial, para os números do acesso ao Centro de Atendimento Telefónico (CAT), verificamos que muitos foram de pessoas que tentavam entender o que está na notificação”, referiu o governante.

Neste contexto, vai também ganhar relevo a aposta na formação dos trabalhadores, bem como o reforço da comunicação e uma “presença mais ativa e estruturada” nas redes sociais, onde, reconhece o secretário de Estado, “a AT tem uma presença muito tímida”.

(Notícia atualizada às 8h00 com informação de serviço de apoio e defesa do contribuinte)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banco Best sobe lucros em 18% para 3,6 milhões

Aumento das receitas com comissões e mais-valias explicam subida dos resultados do banco liderado por Madalena Torres.

O Banco Best fechou 2018 com lucros de 3,6 milhões de euros, um aumento de 18% face ao ano anterior.

“A subida dos lucros em 18% deveu-se ao aumento do nível de comissões, em especial no negócio com institucionais e também a mais-valias realizadas com carteira própria”, explicou a CEO do banco, Madalena Torres, ao ECO.

A subida dos lucros em 18% deveu-se ao aumento do nível de comissões, em especial no negócio com institucionais e também a mais-valias realizadas com carteira própria.

Madalena Torres

CEO do Banco Best

De acordo com os resultados publicados esta segunda-feira, o Banco Best viu a margem financeira (diferença entre juros cobrados e juros pagos) cair 4% para 6,6 milhões de euros.

Ainda assim, a subida de 6% das comissões para 10,5 milhões ajudou a compensar a queda na margem financeira, fazendo com que o produto bancário tivesse subido 11% para 18,5 milhões.

Do lado do balanço, os depósitos de clientes cresceram 11% para 546 milhões de euros, uma subida que se deveu sobretudo “à forte instabilidade dos mercados financeiros, sentida em especial no último trimestre do ano, e que levou os investidores a refugiarem-se temporariamente em liquidez (nomeadamente depósitos) enquanto aguardam novas oportunidades de investimento”, notou Madalena Torres.

Por outro lado, por causa da turbulência nos mercados, o crédito a clientes (essencialmente crédito colaterizado por ativos financeiros e crédito para investimentos financeiros) caiu 12% para 141,2 milhões de euros. Referiu a presidente do banco que “dada a forte instabilidade dos mercados financeiros no ano passado, os investidores reduziram a utilização das linhas de crédito e refugiaram-se em ativos mais líquidos como os depósitos”.

Dada a forte instabilidade dos mercados financeiros no ano passado, os investidores reduziram a utilização das linhas de crédito e refugiaram-se em ativos mais líquidos como os depósitos.

Madalena Torres

CEO do Banco Best

Com a subida dos depósitos e descida do crédito, o rácio de transformação caiu 6,5 pontos percentuais para 26%. “A melhoria significativa que os mercados financeiros têm registado nos primeiros meses de 2019 conduziu já a uma inversão dessa tendência”, sublinhou Madalena Torres.

O Banco Best terminou o ano passado com ativos sob gestão no valor de 2.000 milhões de euros (+3%), dos quais 800 milhões são fundos de investimento (+7%).

Quanto a indicadores de solidez, o banco apresentou um rádio core tier 1 de 40,3% a 31 de dezembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CDS leva geringonça a votos de novo em abril. Desta vez com Programa de Estabilidade

Os centristas vão entregar um projeto de resolução que rejeita o Programa de Estabilidade. Governo envia documento para Bruxelas no próximo mês. Debate no Parlamento marcado para 24 de abril.

O CDS vai apresentar um projeto de resolução onde propõe a rejeição do Programa de Estabilidade que o Governo vai enviar para Bruxelas em abril. A um mês das europeias, Assunção Cristas quer de novo mostrar quem está ao lado do Governo e quem não está, repetindo a fórmula já usada em anos anteriores com o mesmo documento e sujeitando a esquerda a um novo teste como aconteceu na moção de censura de fevereiro.

“O CDS irá seguramente apresentar” um projeto de resolução onde propõe a rejeição do Programa de Estabilidade, respondeu ao ECO o líder parlamentar centrista, Nuno Magalhães.

O Governo informou os deputados que enviará o Programa de Estabilidade para Assembleia da República a 15 de abril. Os partidos têm até 17 de abril para entregar projetos de resolução e no dia 24 do mesmo mês o Parlamento debate o documento — bem como o Programa Nacional de Reformas — e os projetos de resolução que surgirem.

Só iremos apresentar o projeto de resolução depois de o documento do Governo ser conhecido, mas sabemos que temos um caminho diferente desta maioria e deste Governo que, como se vê, tem falhado todas as metas a que se comprometeu”, justifica o presidente do grupo parlamentar do CDS.

“É um direito, mas também uma obrigação, de quem é alternativa como o CDS, não só apontar como faria diferente, mas é também clarificar quem segue e quem não segue o caminho deste Governo. É uma questão de transparência democrática e em democracia as opções políticas faz-se através do voto”, afirmou Nuno Magalhães para justificar a decisão de avançar com o projeto de rejeição mesmo antes de serem conhecidos os dois documentos do Executivo de António Costa.

Isto significa que a legislatura não termina sem que, de novo, o CDS force mais um teste à maioria parlamentar de esquerda que suporta do Governo do PS. Em fevereiro, Cristas entregou uma moção de censura do Governo, argumentando que o Executivo estava “esgotado”. O Bloco de Esquerda, o PCP e o Verdes voltaram a dar a mão a António Costa, com a esquerda a acusar Cristas de estar a fazer uma moção de censura ao PSD.

A contestação ao Programa de Estabilidade, através de um projeto de resolução por parte dos centristas, não é uma novidade. Em anos anteriores, o CDS usou este expediente e, no ano passado, teve a companhia da esquerda do PS que quis apresentar um projeto de resolução onde contestava a revisão em baixa da meta do défice para 2018.

Avanços em Bruxelas apesar de crescimento menor

O Programa de Estabilidade 2019-2013 traça as perspetivas económicas e orçamentais para a próxima legislatura. Para já existem poucas informações sobre o documento. É expectável que o Governo reveja em baixa a previsão de crescimento do PIB — o ministro das Finanças deu indicações de que poderá cortar duas décimas para uma projeção de 2% — e o Governo prepara-se para se comprometer em Bruxelas com uma das metas orçamentais mais exigentes do Pacto de Estabilidade e Crescimento já este ano.

A Comissão vai aliviar a exigência quanto ao Objetivo de Médio Prazo, medido pelo saldo estrutural em percentagem do PIB potencial, e Mário Centeno prepara-se para dar um passo em frente e atingir essa meta já em 2019, um ano antes do previsto.

Resta saber o que acontecerá à previsão de défice nominal para este ano. A meta atual é de 0,2%, mas o Governo poderá ter boas notícias esta terça-feira quando o Instituto Nacional de Estatística (INE) enviar para o Eurostat o reporte dos défices excessivos. Se as contas dos técnicos do Parlamento estiverem certas, o défice do ano passado terá ficado em 0,4% do PIB. Com um ponto de partida melhor e mantendo o mesmo esforço de redução previsto no Orçamento do Estado para 2019, Centeno pode querer melhorar os objetivos para este ano, quando há dois atos eleitorais (europeias em maio e legislativas em outubro).

No entanto, existem riscos no horizonte para os quais o Governo tem sido alertado: a Zona Euro está a abrandar e podem existir surpresas negativas do ponto de vista orçamental. Partindo de um défice de 0,5% em 2018, o Conselho das Finanças Públicas estimou este mês que o défice deste ano pode ficar em 0,3%, cálculos que não contam com uma fatia importante da injeção de capital que o Novo Banco pede nem com as despesas associadas à reposição dos dois anos, nove meses e 18 dias de tempo de serviço na carreira dos professores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

O INE atualiza hoje o índice de preços da habitação, em desaceleração há dois trimestres consecutivos. É ainda dia de evento especial da Apple, que se tem posicionado para concorrer com a Netflix.

O pessimismo instalou-se nas bolsas mundiais esta sexta-feira, depois de várias notícias negativas que levantaram dúvidas sobre o estado da economia mundial. Esta segunda-feira vai permitir perceber se o mau tempo se instalou mesmo nas bolsas, ou se foi apenas uma trovoada passageira. O dia também vai ficar marcado pela atualização do índice de preços da habitação, e pelo evento da Apple.

Fuga ao risco arrasa bolsas. E agora?

A última sexta-feira foi de descalabro nas bolsas mundiais, depois de um cocktail de más notícias ter deixado os investidores bem mais pessimistas em relação à saúde da economia global, e especificamente da Zona Euro. Os investidores fugiram das ações e procuraram refúgio em ativos mais seguros, atirando os juros das bunds alemãs para terreno negativo, o que não acontecia desde outubro de 2016. Os olhares vão estar debruçados sobre o desempenho dos mercados bolsistas e obrigacionistas durante o dia desta segunda-feira.

Como evoluíram os preços da habitação?

O INE vai atualizar o índice de preços da habitação relativo ao quarto trimestre. O terceiro trimestre voltou a evidenciar uma desaceleração nos preços da habitação, com o índice a crescer 8,5% em termos homólogos, período no qual foram transacionadas quase 46 mil habitações.

Mário Centeno em conferência do BdP

O BdP promove uma conferência sobre reforma e crescimento na Zona Euro. O governador, Carlos Costa, vai dar início aos trabalhos, enquanto o ministro das Finanças, Mário Centeno, tem discurso marcado para o encerramento. Os painéis contam com diversas personalidade como Poul Thomsen, que chefiou a missão da troika a Portugal e que agora é diretor do departamento europeu do FMI, Alfredo Cuevas, chefe de missão do FMI para Portugal, Teodora Cardoso, ex-presidente do Conselho das Finanças Pública, Ricardo Reis, professor na London School of Economics, ou ainda Fernando Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos. O evento começa às 8h45, no Largo de S. Julião, em Lisboa.

Gasolina volta a ficar mais cara

O preço da gasolina vai aumentar dois cêntimos esta segunda-feira, naquela que é a sétima semana consecutiva de subidas no preço deste combustível. Em média, um litro de gasolina vai custar 1,49 euros. O preço do gasóleo deverá manter-se inalterado, a 1,39 euros por litro.

Apple vai concorrer com a Netflix

A Apple marcou um evento especial para esta segunda-feira, com o título It’s show time. O evento surge dias depois de a marca ter lançado silenciosamente dois novos iPads com ecrãs maiores e uma nova versão dos auscultadores AirPods. Tudo indica que a empresa vai apresentar, entre outras coisas, um novo serviço de streaming de filmes e séries, que deverá concorrer diretamente com a plataforma Netflix. O evento começa às 17h00, hora de Lisboa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.