Emprego no imobiliário continua a aumentar. Turismo em forte desaceleração

O emprego nas atividades imobiliárias aumentou mais de 12%, a maior subida registada em Portugal. No turismo, o crescimento foi de apenas 1,6%.

O número de pessoas empregadas aumentou em quase 21% no ano passado, para um total que ultrapassa os 4,86 milhões de trabalhadores. Para este resultado, contribuíram quase todos os setores de atividade, com apenas algumas exceções, como a agricultura e a construção. Mas há setores que se destacam claramente pelo aumento acelerado do emprego que registaram.

É o caso das atividades imobiliárias, que, num ano em que o setor bateu novos recordes de vendas, empregaram 48,3 mil pessoas em 2018, valor que representa um aumento de 12,2% em relação ao ano anterior. Este foi o setor com a maior subida de emprego, seguida da Administração Pública e Defesa, onde o número de trabalhadores aumentou em 8,8%, para um total de 322,6 mil pessoas.

Em sentido contrário, o setor do turismo, que nos últimos anos foi um dos principais motores do emprego em Portugal, está em forte desaceleração. O número de pessoas empregadas nas atividades de alojamento e restauração aumentou apenas 1,6% em 2018, para um total de 328,5 mil trabalhadores. No ano anterior, o crescimento do emprego neste setor tinha sido de quase 16%.

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ADSE diz que notícia de corte com privados “não tem fundamento”

A notícia de que os grupos privados iam romper com a ADSE "não tem fundamento", diz a ADSE. Mas se tal "ameaça" se se concretizar, sistema acautela situações em que beneficiários estão em tratamento.

A ADSE diz que a notícia avançada pelo Expresso de que os grupos privados da área da Saúde iriam suspender o acordo com o subsistema de saúde dos funcionários públicos “não tem fundamento”. Em comunicado, o instituto sublinha que não recebeu ainda de nenhum desses grupos a comunicação de denúncia ou resolução das convenções em vigor.

Existem prazos contratuais que constam das convenções que têm de ser cumpridos, quando se procede à denúncia de uma convenção. A ADSE não recebeu, formalmente, de nenhum desses grupos a comunicação da denúncia ou resolução das convenções em vigor”, lê-se na nota enviada às redações.

Segundo o jornal referido, os grupos privados da área da Saúde — nomeadamente a José de Mello Saúde, a Luz Saúde, o Grupo Hospitalar Particular do Algarve e o Grupo Trofa Saúde — iriam romper o acordo com a ADSE em abril. A partir desse mês, os beneficiários do sistema em causa teriam de pagar a totalidade dos cuidados prestados por unidades desses grupos, podendo pedir o reembolso mais tarde à ADSE.

A notícia do corte entre privados e a ADSE é divulgada pouco depois de este sistema ter pedido aos hospitais e clínicas privadas 38 milhões de euros por aquilo que considera serem excessos de faturação em 2015 e 2016, o que levou alguns prestadores de serviço a admitirem esta opção.

Por agora, o instituto diz não ter recebido qualquer comunicação que concretize essa vontade, mas adianta que, se tal acontecer, estarão acauteladas “todas as situações de beneficiários que se encontram em tratamento ou com atos médicos ou cirúrgicos já agendados nestes prestadores”.

“A ADSE está atenta aos acontecimentos e face ao crescimento significativa da oferta privada de cuidados de Saúde em Portugal irá fazer novas convenções com outros prestações se se vier a concretizar essa ameaça”, acrescenta a mesma nota.

(Notícia atualizada às 20h30).

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Antigo diretor-geral de Energia identifica “rendas excessivas” em diversas áreas

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2019

Existem "rendas excessivas" em várias áreas da produção elétrica, reconheceu esta quarta-feira o antigo diretor-geral de Energia Pedro Cabral.

O antigo diretor-geral de Energia Pedro Cabral afirmou, esta quarta-feira, que existem rendas excessivas “em diversas áreas da produção elétrica”, precisando que se estendem aos CMEC, Contratos de Aquisição de Energia (CAE) e à Produção em Regime Especial (PRE).

Pedro Cabral, que liderou a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) entre agosto de 2012 e junho de 2014, depois de um ano como assessor dos secretários de Estado da Energia Henrique Gomes e Artur Trindade, no Governo de Passos Coelho, está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade.

Questionado pelo deputado do CDS-PP Hélder Amaral sobre a existência de rendas excessivas, Pedro Cabral começou por esclarecer “o conceito”, que “tem a ver com a comparação do custo de capital que as empresas aplicaram e a remuneração efetiva que estão a ter”, adiantando desde logo que, “de acordo com este princípio e com o estudo que se desenvolveu, aliás mais do que um, identificaram-se realmente rendas excessivas”.

Em diversas áreas do setor da produção [elétrica] as rentabilidades efetivas eram superiores ao custo de capital associado ao desenvolvimento de cada projeto, desde logo os CMEC [Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual], nos CAE, nas PRE, num conjunto de setores da produção que foram estudados e que se concluiu haver uma diferença diferente de zero”, declarou Pedro Cabral, que entretanto regressou à REN – Redes Energéticas Nacionais, na qual trabalha na área da Agenda Europeia de Energia.

O antigo diretor-geral de Energia referiu o “preconceito” e o “desconforto de algumas pessoas inquiridas em usar o termo” rendas excessivas e propôs como alternativa “remunerações ineficientes”.

Em relação aos CMEC, Pedro Cabral admitiu a existência de aspetos que deviam ter sido “acautelados”, realçando que não foi por falta de avisos, nomeadamente do regulador do setor: “O problema dos CMEC não foi ‘a posteriori’. Houve oportunidade e o diploma [decreto-lei 240/2004] foi objeto de análises antes de ser publicado, várias entidades se pronunciaram”.

“Tive conhecimento do parecer da ERSE [Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos] sobre o projeto de diploma e que identificava os temas que deviam ser acautelados. Houve aspetos que podiam ter sido acautelados, porque foram sinalizados antes da publicação do decreto-lei”, sublinhou.

Já em resposta ao deputado comunista Bruno Dias, Pedro Cabral considerou que “houve excessos no incentivo a tecnologias”, como o que foi dado às eólicas. “Foi um incentivo a tecnologias que não tinham atingido a maturidade necessária para um país como Portugal suportar”, observou.

“Temos um custo médio de remuneração da eólica em torno dos 100 euros MWh, apesar do contributo de potência que já entrou no regime de remuneração mais baixa, ao nível dos 70 euros MWh”, acrescentou.

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Falência da Germania: Algarve pode perder 25 mil passageiros

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2019

A transportadora aérea entrou em falência depois do Estado alemão ter recusado financiamento para uma necessidade de liquidez a curto prazo.

A falência da companhia aérea alemã Germania pode afetar o tráfego de 25 mil passageiros para o Algarve, uma quebra de 5% no número total de passageiros provenientes da Alemanha, estimou esta quarta-feira a Associação de Turismo do Algarve (ATA).

Segundo o presidente da ATA, João Fernandes, a falência da companhia de baixo custo implica a perda de quatro rotas entre Faro e as cidades de Erfurt, Münster/Osnabrück, Dresden e Nuremberg, traduzindo-se “numa eventual diminuição de aproximadamente 5% face ao número total de passageiros que chegam ao Algarve” provenientes deste mercado.

“Infelizmente, esta é mais uma notícia que não queríamos ter recebido, especialmente tendo em conta que a Alemanha é um dos principais mercados tradicionais do Algarve”, refere aquele responsável, citado em comunicado, indicando que a estimada quebra de 5% corresponde a 0,5% do número total de passageiros que aterram no aeroporto de Faro.

Para fazer face à situação, a ATA, responsável pela promoção do destino junto dos mercados externos, irá, em conjunto com o Turismo de Portugal e o Aeroporto de Faro, “procurar reforçar as negociações com outras companhias aéreas, dando-lhes a conhecer o potencial que as rotas até agora operadas pela Germania representam”.

Paralelamente, “será intensificado o esforço tendo em vista a realização de campanhas de ‘marketing’ conjuntas com companhias e operadores turísticos, no sentido de incrementar as vendas do destino junto do mercado alemão, tido como prioritário”, lê-se na nota.

No entanto, afirma João Fernandes, a região “está preparada” para enfrentar estas situações, como já aconteceu no passado recente, e tem “as ferramentas necessárias para minimizar” o esperado impacto da falência da companhia aérea alemã.

“Tal como aconteceu recentemente com as falências de companhias como a Monarch, a Air Berlin ou a Niki, acreditamos que a região será capaz de dar a volta por cima e de colmatar as rotas e frequências perdidas”, acrescenta.

No inverno de 2018 registou-se um aumento da oferta de lugares em todos os mercados que servem o aeroporto de Faro, com destaque para a Alemanha e o Reino Unido, dois mercados que se encontravam em recuperação das perdas causadas pelas falências das companhias Air Berlin, Niki e Monarch.

“Essas perdas foram já supridas e, no caso do mercado alemão, o Algarve conta já, desde o final do ano passado, com uma nova rota para Berlim (Schoenefeld) e com novos serviços para as cidades de Colónia e Düsseldorf”, explica.

As rotas da Germania que serviam o Algarve operavam no período de verão IATA, isto é, de fevereiro a outubro, o que implica “um fraco impacto no período em que o destino é ainda alvo de uma maior sazonalidade”, ou seja, novembro, dezembro e janeiro, conclui.

A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) aconselhou na terça-feira os passageiros com reserva na companhia aérea insolvente Germania a encontrar alternativas, depois do cancelamento de todos os voos.

A companhia ‘low cost’ (de baixo custo), com 37 aparelhos na sua frota, voava principalmente da Alemanha e Suíça para destinos turísticos no Mediterrâneo e Médio Oriente e transportava mais de quatro milhões de passageiros anualmente.

Na origem da insolvência da transportadora aérea, segundo esclareceu a mesma, esteve a ausência de financiamento para uma necessidade de liquidez a curto prazo.

Os problemas de liquidez surgiram devido a imprevistos, como “aumentos consideráveis nos preços dos combustíveis no verão passado, ao mesmo tempo que se registava um enfraquecimento do euro em relação ao dólar, atrasos consideráveis na entrega de aparelhos para a frota e várias operações de manutenção que tiveram um encargo pesado para a empresa”.

O Governo alemão excluiu qualquer ajuda do Estado à Germania.

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Governo e BEI garantem apoio a agricultores fora dos fundos comunitários

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2019

O Governo celebrou um acordo com o Banco Europeu de Investimento (BEI) para garantir apoios para os agricultores que ficaram fora do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR).

O Governo celebrou um acordo com o Banco Europeu de Investimento (BEI) para garantir apoios para os agricultores que ficaram fora do Programa de Desenvolvimento Rural, utilizando 20 milhões de euros deste programa para garantia do empréstimo da banca.

“Negociámos com o Banco Europeu de Investimento, uma forma de financiamento ao setor, através do qual o BEI disponibilizará 190 milhões de euros, e o Ministério da Agricultura, através do PDR [Programa de Desenvolvimento Rural], garantirá um financiamento para a garantia destes empréstimos na ordem dos 20 milhões”, disse o Ministro da Agricultura, que falava aos jornalistas, em Berlim, após a visita à feira Fruit Logística.

De acordo com Capoulas Santos, estes 20 milhões de euros serão utilizados para a garantia dos 190 milhões que a banca vai conceder. “Trata-se de um apoio reembolsável, com juros o mais baixo possível e até três anos de carência”, revelou.

A medida em causa, deverá estar em vigor em junho.

O líder do Ministério da Agricultura notou que esta medida tem como objetivo a garantia de apoios de investimento para os agricultores que, por esgotamento do PDR, não possam ter acesso a este programa.

“No que diz respeito ao apoio para os investimentos, o Governo apoiou nestes três anos mais de 850 milhões de euros de investimentos, a que correspondeu um apoio público de 357 milhões, excluindo o gigantesco investimento que está a ser feito no regadio”, acrescentou.

No âmbito da visita à Fruit Logística, Capoulas Santos referiu ainda que o Governo tem “vindo a apostar fortemente na internacionalização”, tendo aberto, em três anos, 15 mercados para 45 produtos.

Pela nona vez consecutiva, a Portugal Fresh está presente com 37 entidades portuguesas na Fruit Logística, evento que decorre na capital alemã até sexta-feira, sendo esperadas 78 mil pessoas de 130 países.

A Portugal Fresh – Associação para a promoção de frutas, legumes e flores de Portugal conta, atualmente, com 85 associadas que representam 25% do valor do setor das frutas, legumes e flores.

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Lula da Silva condenado a nova pena de 12 anos de prisão

  • Guilherme Monteiro
  • 6 Fevereiro 2019

É já a segunda condenação do antigo Presidente brasileiro por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato.

O ex-Presidente brasileiro, Lula da Silva, voltou a ser condenado. Desta vez a 12 anos e 11 meses de prisão por ter beneficiado com obras na propriedade de Atibaia.

O jornal Folha de S. Paulo, avança que na sentença proferida pelo tribunal de primeira instância em Curitiba o antigo Chefe de Estado volta a ser acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Lula da Silva recebeu 1 milhão de reais (cerca de 238 mil euros) decorrentes das obras levadas a cabo pela Odebrecht, OAS e Petrobras na propriedade.

Esta é já a segunda condenação de Lula da Silva. Em abril, começou a cumprir uma pena exatamente pelos mesmos crimes, que envolvem um apartamento na praia de Guarujá. Neste caso, o antigo Presidente brasileiro recorreu da decisão judicial e está ainda a aguardar pela sentença do tribunal de terceira instância.

A sentença foi proferida pela juíza federal Gabriela Hardt, que substituiu Sérgio Moro à frente das investigações da operação Lava-Jato, depois deste ter assumido o cargo de ministro da Justiça do novo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

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Costa critica bancos. Banqueiros respondem com números de financiamento

Perante as afirmações de Costa, que se repetem, os bancos rejeitam as críticas. Para alguns dos principais bancos a operar no país, a concessão de crédito às empresas tem vindo até a aumentar.

António Costa criticou o setor bancário por não emprestar dinheiro às empresas, dizendo que “a banca devia ser mais amiga do investimento”. Perante as afirmações do primeiro-ministro, que não são novas, os bancos rejeitaram as críticas. Para alguns dos principais bancos a operar em terreno nacional, a concessão de crédito às empresas tem registado, inclusive, um notável crescimento.

Ao ECO, Miguel Maya, CEO do Millennium bcp, afirma que “ouviu com atenção as palavras do primeiro-ministro”.. Escusa-se a comentar diretamente as afirmações de António Costa, e garante que só pode falar pelo banco que lidera, mas sinaliza os números do BCP: A concessão de crédito tem aumentado, “sendo que cerca de 50% do crescimento se verifica no crédito a empresas”. Por outro lado, desse mesmo crescimento “só aproximadamente 15% [se verifica] no crédito ao consumo e para outros fins”.

Já o BPI afirma que, no ano passado, “a carteira de crédito às empresas aumentou 1.139 milhões de euros, o que representa um crescimento de mais de 16%”. Aliás, no que toca à concessão de crédito às empresas, a par do crédito às famílias, o banco liderado por Pablo Forero tem vindo a ganhar quota de mercado.

Por outro lado, o BPI salienta que “a concessão de crédito pelos bancos está totalmente dependente da robustez de capital de cada entidade” e que “a posição robusta de capital do BPI e a sua capacidade de financiamento permitem que o banco esteja nas melhores condições para continuar a apoiar as empresas portuguesas”.

Esta tendência é, também, sentida no Santander, que afirma ter duplicado, entre 2012 e 2018, a sua quota de mercado no que diz respeito a crédito a empresas em Portugal. Agora, a carteira de crédito está “mais equilibrada”, afirma o banco, explicando que 55% é de crédito a particulares e 45% de crédito a empresas.

Para o banco liderado por Pedro Castro e Almeida, os dados do ano passado sobre a quota de produção de crédito a empresas mostram uma evolução positiva e que, de certa forma, contradizem o que o primeiro-ministro disse. De novembro de 2017 a novembro de 2018, “a quota de produção de crédito a empresas passou de 17% para 19,9% (créditos até um milhão de euros), e de 17,1% para 19,6% (créditos acima de um milhão de euros)”, justifica o banco. Já em termos de volume no crédito total de empresas, “de 2012 para 2018, há um claro crescimento, com o valor a passar de €9,7 mil milhões para €18 mil milhões”, acrescenta.

O cenário explicado pelos três bancos é mais animador, para as empresas, do que propriamente as críticas de António Costa. Também o último relatório de estabilidade financeira do Banco de Portugal (BdP), que analisou os dados até ao final do primeiro semestre, apontava para um crescimento homólogo, na ordem dos 9%, no que toca ao fluxo bruto de novos empréstimos às sociedades não financeira (SNF).

Contudo, quando olhamos para os dados gerais, de dezembro de 2017 a novembro de 2018, a conclusão é que, se por um lado, o saldo de concessão de crédito às empresas tem vindo a diminuir, por outro lado, o saldo de concessão de crédito ao consumo e à habitação tem vindo a aumentar.

É de salientar, ainda, a influência da venda de carteiras de malparado sobre a evolução do saldo do crédito às empresas. A limpeza do balanço destas carteiras é descontada no stock de crédito.

Evolução do saldo do crédito às empresas

Uma das situações que tem sido apontada pelos bancos é, precisamente, a falta de procura de financiamento por parte do setor empresarial. Tal tem sido salientado nos últimos inquéritos sobre o mercado de crédito realizados pelo BdP junto dos maiores bancos. Ainda assim, o último inquérito trimestral já aponta para uma maior procura de crédito por parte das empresas.

“Algumas instituições assinalaram um ligeiro aumento por parte das empresas no quarto trimestre de 2018, no segmento das PME [pequenas e médias empresas] e das grandes empresas, com maior destaque para os empréstimos de longo prazo”, referia a entidade liderada por Carlos Costa, salientando que os bancos esperavam que essa tendência se mantivesse.

Evolução da nova concessão de crédito às empresas

Mas a discussão do “comodismo” na banca não é nova

O primeiro-ministro disse esta quarta-feira, em entrevista à SIC, que é preciso encontrar outras formas de financiamento, acusando a banca de estar muito dependente do crédito pessoal e imobiliário. “A banca está mal preparada para o que são as necessidades da economia [nacional]”, afirmou Costa, acrescentando, por outro lado que “devia ser mais amiga do investimento”.

Para António Costa, a banca está “excessivamente dependente do crédito ao consumo e imobiliário”, o que faz com que o Governo tenha tentado encontrar formas alternativas de financiamento. “O que temos feito é encontrar formas alternativas de financiamento, para além dos fundos comunitários, dos mecanismos de contratualização do Banco Europeu de Investimentos, adotamos um sistema fiscal particularmente amigo das empresas que a própria União Europeia [UE] sinalizou como o segundo mais vantajoso da UE”, afirmou.

Esta não é, contudo, a primeira vez que Costa critica o “comodismo” dos bancos no que toca à concessão de crédito às empresas. Ainda há poucos meses, o primeiro-ministro disse que os bancos estão apenas interessados em emprestar dinheiro às famílias, esquecendo as empresas.

Evolução do saldo do crédito às famílias

Saldo crédito às famílias

Declarações que mereceram, na altura, uma resposta por parte de Fernando Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos. “Tomara que o sistema bancário possa conceder muito mais crédito às empresas”, disse na altura. “Os bancos respondem à procura solvente que existe, às necessidades da economia que lhe são colocadas e são os primeiros interessados nesse sentido”, acrescentou o presidente da associação que representa o setor bancário em Portugal.

Por outro lado, se tem havido um maior aumento do volume de crédito ao consumo e à habitação é “em função da situação do mercado e não por haver uma discriminação em relação ao segundo segmento de concessão de crédito por parte do setor bancário”, considerou ainda.

Os número da evolução do crédito às famílias poderiam dar razão a António Costa, já que o saldo do crédito às famílias, em quase um ano, aumentou de 107.073 milhões de euros para 108.763 milhões de euros. Uma evolução que tem sido apoiada no aumento de novos empréstimos às famílias. Os últimos dados do BdP apontam para que, no acumular dos primeiros onze meses do ano passado, os bancos disponibilizaram mais de 13 mil milhões de euros em novo crédito para a compra de casa e consumo, mais 17% do que no mesmo período do ano anterior e ultrapassando, ainda, a totalidade do crédito com esses fins concedido em 2018.

Contudo, esta evolução não poderá ser dissociada da evolução da economia e da melhoria das perspetivas das famílias, que as têm levado a procurar mais crédito para financiar, tanto a compra de casa como o consumo. Isto depois de um período em que os bancos tiveram a torneira do crédito fechada e as famílias adiaram muitas decisões de compra, devido à crise.

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Privados suspendem acordo com ADSE

  • ECO
  • 6 Fevereiro 2019

Entre os grupos privados que vão romper o acordo com a ADSE encontra-se a José de Mello Saúde e a Luz Saúde. A cisão deverá acontecer a partir de abril.

Os grupos privados da saúde vão suspender o acordo com a ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos. Entre aqueles que vão romper encontram-se a José de Mello Saúde e a Luz Saúde, avança o Expresso (acesso livre). A cisão deve acontecer no mês de abril.

A partir dessa altura, os beneficiários da ADSE terão de pagar a totalidade dos cuidados prestados nas unidades geridas pelos grupos que deixarem de aderir ao acordo, podendo depois pedir o reembolso à entidade. Quanto aos tratamentos já em curso, e as consultas ou cirurgias agendadas e marcadas vão ser cobradas ainda tendo em conta os acordos feitos anteriormente.

Em causa está a última exigência da ADSE a hospitais e clínicos privados, de 38 milhões de euros, por aquilo que esta considera excessos de faturação em 2015 e 2016. Já na altura, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada indicou que alguns prestadores admitiam deixar de ter convenção com a ADSE.

Contactado pelo ECO, João Proença, presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, indica que apenas irá comentar quando os grupos formalizarem a sua decisão. Já o Ministério da Saúde também contactado pelo ECO disse optou por não fazer mais comentários.

O Grupo Hospitalar Particular do Algarve e o Grupo Trofa Saúde também devem romper com o acordo, adianta o Expresso, devido à “intransigência” da instituição. A decisão será tomada individualmente por cada grupo.

(Notícia atualizada às 19h50 com a resposta do Ministério da Saúde)

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Empresas têm de diversificar o financiamento “para garantir estabilidade”

O acesso ao crédito bancário já não é a única forma de financiamento para as empresas. A Bial diz que é preciso garantir um financiamento estável pelo que não se pode estar dependente de A ou B.

As empresas precisam de crescer e investir e, para isso, precisam de financiamento. Se dantes o financiamento era garantido apenas através de financiamento bancário, agora existem outras oportunidades ao alcance dos empresários. O mercado de capitais é uma delas e, nesse caso, existem vários exemplos de sucesso.

É o caso da Bial. A farmacêutica tem, ao longo do anos, diversificado as suas fontes de financiamento porque, “quando se tem projetos de longo prazo, é preciso garantir um financiamento estável e não estar dependente da liquidez de A ou de B”, explica José Redondo, administrador financeiro da Bial e um dos participantes no evento Finance for Growth.

A farmacêutica, com sede no Porto, apoia-se em três pilares: o financiamento bancário tradicional, as emissões obrigacionistas e ao Banco Europeu de Investimentos. “Há cinco anos ficou mais barato emitir a emissão obrigacionista do que recorrer à banca mas, em outubro passado, quando foi realizada a segunda emissão, teria sido diferente”, acrescenta o administrador.

De resto, o gestor reconhece que o melhor seria recorrer apenas a financiamento com “base em capitais próprios e pela geração de cash flow“, mas isso não é possível uma vez que “a Bial tem mais projetos do que a capacidade de financiamento”.

João Miranda, presidente da Frulact, ainda se lembra do dia em que bateu à porta da banca para pedir o seu primeiro financiamento: 600 mil contos. O sucesso não era garantido e Miranda diz que “só o BNU é que acreditou no projeto e no miúdo com ar irreverente que tinha à frente”.

O empresário coloca a tónica do relacionamento entre as empresas e os financiadores na questão da confiança e da transparência, “aspetos que, ainda hoje persistem e não podem perder-se”.

João Miranda diz mesmo que “o financiamento das empresas também se faz muito pela proximidade entre empresas e instituições”. Aliás, foi com base nessa proximidade que o financiamento da Frulact para a fábrica do Canadá foi “montado pela Caixa e pelo Santander a partir de Portugal”, até porque na altura a empresa não tinha ativos no Canadá. Hoje a realidade é diferente e a operação deverá ser cancelada e transferida para o Canadá.

Euronext à “caça” de novas empresas

Depois de, nos últimos meses, ter visto algumas operações de IPO canceladas, o Euronext Lisboa está à procura de novas empresas. Isabel Ucha, presidente da Euronext Lisboa, que falava perante uma plateia de empresários, deu o exemplo da Corticeira Amorim, uma empresa que diz multiplicou a capitalização bolsista por 15, desde 2008 até agora, com a clara intenção de demonstrar como, através do mercado de capitais, é possível… crescer.

Para além do caso de sucesso da empresa liderada por António Rios Amorim, Ucha referenciou o da construtora Casais que, na semana passada, recorreu ao mercado de capitais, através de uma emissão de obrigações no valor de 18,5 milhões de euros, a uma taxa de juro de 4,5%.

Para Isabel Ucha, o programa Finance for Growth não se esgota na questão do financiamento. Ucha relembra que, atrás do financiamento e da capitalização das empresas, vem a organização interna das sociedade, a aposta na inovação e na internacionalização. De resto, a presidente do Euronext diz mesmo que o “programa ajuda as empresas a enfrentar a disrupção tecnológica”.

Uma ideia partilhada por Armando Santos, diretor de marketing da Caixa Geral de Depósitos. O gestor lembra que, cada vez mais, as empresas “esperam do banco soluções financeiras, e que também as ajudem a assegurar a estruturação e formatação dos seus próprios negócios“. Defendendo a solução de crédito tradicional, o representante da Caixa adianta: “Estamos num bom momento para as empresas encetarem estratégias de crescimento”.

Na base deste raciocínio está a baixa das taxas de juro e, sobretudo, enfatiza Armando Santos, as previsões “que continuam a apontar para a baixa das taxas de juro”. Além de que, assegura, “os bancos nacionais têm níveis de alavancagem do crédito que estão na média dos países da Europa”.

Ainda no leque dos parceiros financeiros, Henrique Cruz, presidente do IFD, enaltece os diversos mecanismos financeiros, tendo adiantando que aquela organização vai lançar uma segunda linha de financiamento com maturidade de 12 anos e quatro de carência. Henrique Cruz não adianta, porém, qual a instituição financeira que está por trás desta segunda linha. À margem da conferência o gestor referiu ao ECO que “os contornos do contrato não estão ainda fechados pelo que não posso adiantar quem será o banco. Mas asseguro que é um dos grandes”.

Ligação entre empresas e instituições financeiras

“O programa nasce de uma vontade de estreitar a ligação entre as empresas e as instituições financeiras. A universidade faz a ponte explícita na forma como desenhámos o programa”, afirma Álvaro Nascimento, docente da Universidade Católica. Para o ex-chairman da Caixa, “o programa é uma medida de capitalização das empresas, que é apenas o espelho financeiro da forma como uma empresa se desenvolve”.

“As empresas são, antes de mais, um projeto de produção e só depois vem a questão financeira. As empresas só existem na exata medida em que existe um capital acumulado — para isso tem de ter dinheiro de caixa. O posicionamento na cadeia de valor, seja qual for, tem de ser financiado”, acrescenta.

Álvaro Nascimento diz que a ambição do programa é chegar às pequenas e médias empresas e, sobretudo, “a startups, mas não necessariamente ligadas ao ramo da tecnologia”.

O projeto Finance for Growth é uma iniciativa lançada em 2018 pela AEP e pela AIP, cofinanciado pelo Compete 2020, através do Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e, contando para a sua execução com o apoio da Caixa Geral de Depósitos, da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) e da Euronext, no âmbito do programa Capitalizar.

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Dulce Mota vai ser a CEO do Banco Montepio. Carlos Tavares fica como chairman

Supervisor fez saber que não acompanha nomeação de João Ermida para chairman do Montepio. Solução passa por "promover" interinamente Dulce Mota a CEO, enquanto Carlos Tavares continua como chairman.

Dulce Mota vai ser a nova presidente executiva do Banco Montepio, enquanto Carlos Tavares passará apenas a exercer funções de presidente do conselho de administração (chairman). Será esta a solução que a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) se prepara para apresentar ao Banco de Portugal, depois de saber que o supervisor não acompanha a proposta de João Ermida para o cargo de chairman, segundo o jornal Público.

O ECO confirmou que a partir do próximo dia 11 de fevereiro Carlos Tavares vai deixar de acumular as duas funções no Banco Montepio, ficando exercer funções apenas como chairman — tal como foi inicialmente proposto há um ano.

Desde que tomou posse, em março do ano passado, que o antigo presidente da CMVM é simultaneamente CEO e chairman do banco devidamente autorizado pelo Banco de Portugal e, apesar dos nomes que já estiveram em cima da mesa para desfazer esta acumulação de funções — primeiro Álvaro Nascimento e depois João Ermida –, nenhuma das duas propostas vingou realmente.

Quanto ao cargo de CEO, a posição vai ser assumida interinamente pela vice-presidente Dulce Mota, não se tratando de uma promoção (dado que Dulce Mota vai permanecer como número 2 do banco) mas é antes de uma circunstância que decorre do facto não haver um presidente executivo efetivo, apurou o ECO junto de fonte próxima. Ou seja, a antiga presidente do Activobank poderá ser uma solução transitória, ou não.

O ECO tentou contactar o banco, que não esteve disponível para responder imediatamente.

Também o Banco de Portugal não quis fazer qualquer comentário a estas mudanças. O supervisor tinha até ao próximo sábado, dia 9 de fevereiro, para emitir uma opinião em relação à proposta de João Ermida para chairman. Mas a AMMG já sabe o supervisor não acompanha a nomeação de João Ermida para presidente do conselho de administração. Ainda assim, João Ermida vai integrar a administração do banco enquanto administrador não executivo.

Estas alterações surgem num quadro de profunda alteração do Banco Montepio sob a batuta de Carlos Tavares. O banco já se despediu da marca “Caixa Económica Montepio Geral” e prepara-se para apresentar uma nova imagem nas próximas semanas. Por outro lado, o Montepio Investimento vai ganhar uma nova vida com a sua transformação para o Banco Montepio Empresas (BEM), um banco dedicado às PME e empresas de middle market e que merecerá especial atenção de Carlos Tavares.

(Notícia atualizada às 18h22)

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BCP e Jerónimo Martins colocam bolsa em máximos de quatro meses

PSI-20 avançou pela segunda sessão consecutiva graças sobretudo ao bom desempenho do banco BCP e da retalhista Jerónimo Martins, cujos títulos valorizaram mais de 2% nesta sessão.

Os bons desempenhos de BCP e Jerónimo Martins garantiram à bolsa de Lisboa ganhos pela segunda sessão consecutiva. Ambos os títulos avançaram mais de 2% esta quarta-feira, colocando o PSI-20 em máximos desde outubro. E isto num dia em que os principais mercados acionistas europeus fecharam em terreno misto.

O principal índice português encerrou a sessão com uma valorização de 0,89% para 5.215,24 pontos. Foi o segundo dia de ganhos na praça nacional, muito graças a BCP (+2,55%) e Jerónimo Martins (+2,19%). No caso da retalhista, já esta terça-feira os títulos dispararam mais de 4% após as notícias de que a Polónia, o principal mercado internacional da Jerónimo Martins, poderá recuar na lei que prevê o encerramento das loja ao domingo.

À exceção de quatro cotadas, o cenário em Lisboa foi de relativo otimismo. Por exemplo, a REN avançou 1,23% para 2,634 euros e os CTT ganharam 0,58% para 3,148 euros, numa altura em que se fala que o Estado pondera regressar ao capital destas duas empresas que já foram públicas. Ainda esta quarta-feira o ministro Pedro Marques sublinhou que o Estado devia regressar ao capital do operador do correio.

A travar maiores ganhos na praça portuguesa esteve a Galp, cujos títulos caíram 0,59% para 14,24 euros. Uma poll de analistas consultados pela agência Reuters aponta para uma descida de 32% dos lucros da petrolífera para os 127 milhões de euros no quarto trimestre de 2018. Resultados serão divulgados no dia 11 de fevereiro.

Lá por fora, o Stoxx 600, o índice de referência europeu, ganhou 0,15%.

(Notícia atualizada às 17h13)

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Governo anula há dois meses incentivos às empresas para limpar projetos parados

Em novembro e dezembro de 2018, o saldo entre os incentivos aprovados e as operações anuladas foi negativo. Em causa estão 29 milhões de euros. Em outubro de 2017 já se tinha verificado a situação.

Com o Portugal 2020 a entrar na reta final, as autoridades de gestão dos incentivos às empresas estão há dois meses a anular os projetos que não estão a ter execução. Ou seja, em novembro e dezembro de 2018, o saldo entre os incentivos aprovados e as operações anuladas foi negativo. Em causa estão 29 milhões de euros em incentivos.

Esta não é a primeira vez, no Portugal 2020, que um mês apresenta um saldo negativo em termos de incentivos aprovados. Foi em outubro de 2017 que essa situação se verificou pela primeira vez, com uma anulação de 14 milhões de euros. “Em causa estão várias anulações e de pequena dimensão”, disse ao ECO, na altura, o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão. “Foram largas dezenas de projetos”, precisou Nelson Souza, justificando que se trata de “um ato de gestão normal”.

Valor do incentivo aprovado no Portugal 2020

Fonte: Compete 2020; Valores em milhões de euros

A justificação repete-se. De acordo com fonte oficial do Compete, o programa operacional das empresas, os 29 milhões de euros agora anulados resultam de um ato de gestão e não traduzem qualquer intenção de levar a cabo uma operação de limpeza, à semelhança do que aconteceu em 2012 com o anterior quadro comunitário de apoio (QREN), eliminando os projetos cuja execução teimava em não arrancar. De sublinhar que, neste caso, as empresas ainda não tinha recebido o dinheiro do apoio, porque a anulação é feita ao nível dos apoios aprovados e não dos pagamentos. Mas, o efeito prático resulta na libertação de verbas.

As anulações podem surgir por duas razões: ou porque o projeto não cumpriu as regras definidas no contrato assinado aquando da atribuição do incentivo comunitário, ou porque a empresa desistiu de levar o projeto por diante com apoios de Bruxelas (a empresa até pode continuar a desenvolver o projeto, mas sem verbas do quadro comunitário).

No entanto, num momento em que o programa está desde fevereiro de 2018 a aprovar projetos em regime de overbooking — acima da dotação inicial de 3.983 milhões de euros –, libertar dinheiro que não está a ser executado é uma ajuda para apoiar novos projetos (agora já com as novas regras), mas também para acelerar a taxa de execução do sistema de incentivos.

Em dezembro de 2018, de acordo com o boletim mensal provisório, a taxa de execução é 47%. No último mês de 2018 foram executados 135 milhões de euros, o mês com a execução mais elevada do Sistema de Incentivos, e que representa um aumento de 193% face ao mês anterior no qual a execução mensal foi de 46 milhões de euros. Até então, a execução mensal máxima conseguida tinha sido de 87 milhões de euros (em março e em dezembro de 2017). Estes dados ainda podem vir a sofrer algumas alterações, porque o boletim de dezembro é provisório, já que os dados finais só serão apurados em maio de 2019 quando for feito o fecho de contas com o relatório que será entregue à Comissão Europeia.

De sublinhar que, desde a reprogramação do Portugal 2020, as empresas têm um reforço da dotação do sistema de incentivos que, graças ao novo mecanismo de alavancagem pela banca da componente reembolsável dos fundos, deverá permitir um investimento adicional das empresas de cinco mil milhões de euros.

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