Wall Street recupera à boleia de crescimento do emprego

Os investidores estão agora animados com novos dados relativos à economia norte-americana, que criou 312 mil novos empregos no mês de dezembro.

As bolsas de Nova Iorque estão a recuperar, esta sexta-feira, das fortes quedas registadas na última sessão. Depois de um dia que ficou marcado pela queda de 10% da Apple, que acabou por arrastar consigo as principais praças de Wall Street, os investidores estão agora animados com novos dados relativos à economia norte-americana, que criou 312 mil novos empregos no mês de dezembro.

O índice de referência S&P 500 está a avançar 1,34%, para os 2.480,76 pontos. Já o industrial Dow Jones sobe 1,5%, para os 23.026,60 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq valoriza 1,66%, para os 6.569,53 pontos.

No setor tecnológico, que nos últimos dias tem sido fortemente penalizado, a tendência também é de recuperação. A Alphabet, a Microsoft, a Facebook e a Amazon estão todas a valorizar mais de 1%. Já a Apple, que na quinta-feira fechou a derrapar quase 10%, depois de ter revisto em baixa as previsões de vendas, está agora a avançar também acima de 1%.

Este movimento acontece depois de as autoridades norte-americanas terem revelado que, no mês de dezembro, foram criados 312 mil novos postos de trabalho, o maior número desde fevereiro e um valor que fica muito acima do que era antecipado pelos economistas, que apontavam para 182 mil novos empregos.

Em contrapartida, a taxa de desemprego aumentou de 3,7% para 3,9% em dezembro. Mas mesmo isso é visto com bons olhos pelos economistas, que veem este como um sinal de que a população considera ser mais fácil encontrar trabalho, para além de terem mais margem de manobra para negociar as condições laborais. Nos últimos doze meses, o salário médio aumentou em 3,2%. A subida da taxa de desemprego é também um argumento para que a Reserva Federal norte-americana não suba os juros a um ritmo tão acelerado, o que anima os mercados.

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ANAC critica regras portuguesas para drones. Ao ECO, regulador da aviação defende que seria melhor esperar pela lei europeia

O Governo aprovou em Conselho de Ministros um conjunto de novas regras para os drones. Mas a ANAC, o regulador da aviação civil, queria que o Executivo esperasse pelas regras vindas da Europa.

O regulador, presidido por Luís Ribeiro, tinha apelado ao Governo para que esperasse pelas regras harmonizadas ao nível europeu para os drones.Paula Nunes/ECO

O regulador da aviação civil não queria, mas o Governo decidiu avançar na mesma com o reforço das regras para pilotar drones em território nacional, apurou o ECO. A proposta de lei partiu do Ministério da Administração Interna e foi aprovada em Conselho de Ministros esta quinta-feira, mas a entidade que regula o espaço aéreo nacional ainda não conhece a última versão.

Portugal foi dos primeiros países da Europa a criar regras para os drones, um fenómeno tecnológico mundial que veio desbloquear novas soluções comerciais para fotografia e vídeo aéreos, ou industriais para setores como a agricultura e a defesa. Foi no final de 2016 que a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) implementou o primeiro conjunto de regras para os drones. Dois anos depois, o Governo aprovou medidas reforçadas que visam “minimizar os riscos e conferir mais segurança” na utilização destes aparelhos.

No entanto, o regulador tinha reservas em relação à aprovação de novas medidas em relação aos drones, numa altura em que estará para breve o surgimento de regras harmonizadas ao nível europeu. E foi depois de uma questão do ECO sobre o teor da proposta de lei aprovada em Conselho de Ministros esta semana que a entidade, liderada por Luís Miguel Ribeiro, confessou desconhecer a versão final do documento.

“A referida proposta a proposta de lei — aprovada hoje [quinta-feira] em Conselho de Ministros — que regula a utilização de aeronaves não tripuladas (drones) e estabelece as regras de operação e de autorização quanto à sua utilização civil no espaço aéreo nacional, corresponde a uma iniciativa do Governo, desconhecendo a ANAC a versão final do diploma objeto de aprovação”, diz fonte oficial do regulador.

ANAC pediu mais sintonia com a Europa

Além disso, a entidade reguladora da aviação civil lembra que “teve oportunidade de se pronunciar criticamente sobre versões anteriores do diploma, quer quanto aos princípios subjacentes ao condicionamento do acesso de drones ao espaço aéreo, quer a algumas das soluções técnicas nelas consagradas”.

Mais: “A ANAC manifestou igualmente reservas quanto à oportunidade de legislar, em sentido que nos parecia diverso, pelo menos em projetos anteriores, sobre uma matéria que será a breve prazo objeto de intervenção harmonizadora a nível comunitário”, acrescenta a mesma fonte.

Na mesma resposta, o regulador conclui, assumindo que “pretende pronunciar-se sobre o teor da proposta de lei ora aprovada”. No entanto, só o poderá fazer “quando tiver conhecimento da mesma, em sede de procedimento legislativo que decorrerá na Assembleia da República”.

O ECO questionou o ministério tutelado por Eduardo Cabrita sobre as razões que motivaram a aprovação das novas regras perante o parecer negativo da ANAC. Encontra-se a aguardar resposta.

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A manhã num minuto

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Emirates continua a recrutar em Portugal. Este mês vai aterrar em Lisboa e Faro

Além de aterrar na capital, o avião da companhia aérea tem também como destino Faro. O objetivo é recrutar portugueses para a equipa de tripulação de cabine.

O interesse pelos candidatos portugueses saltou do ano velho para o novo ano. Pouco mais de um mês depois de ter aterrado em Lisboa e Braga para recrutar portugueses para a equipa de tripulação de cabine, a Emirates vai descolar com destino a Faro e, de novo, diretamente para a capital portuguesa.

Vão ser dois dias de open days. O primeiro acontece no dia 7 de janeiro, em Lisboa, às 8h00 no DoubleTree by Hilton Hotel. Os interessados mais a sul deverão dirigir-se, dois dias depois (dia 9 de janeiro), ao Hotel Faro, na Praça D. Francisco Gomes, também às 8h00, de acordo com o comunicado da companhia aérea.

Para participar, os candidatos apenas precisam de comparecer num dos open day e levar consigo um currículo atualizado em inglês, bem como uma fotografia recente. Embora não seja obrigatório, os candidatos são aconselhados a preencher um formulário no site de carreiras do Emirates Group antes de participar no evento.

Outra das exigências da companhia aérea com sede no Dubai é que os participantes tenham, pelo menos, 21 anos no momento de inscrição, tal como um alcance de braço de 212 centímetros quando estão em ponta dos pés. Poderá aceder ao site da Emirates para ficar a par de todas as condições para o processo de seleção.

Os candidatos pré-selecionados serão, posteriormente, informados dos horários para novas avaliações e entrevistas.

De acordo com a empresa, os selecionados irão beneficiar de “uma série de vantagens”, desde o pacote salarial, a um rendimento livre de impostos, uma casa moderna gratuita no Dubai para partilhar, transporte gratuito de ida e volta para o trabalho, cuidados de saúde assegurados, até aos descontos especiais em compras e atividades de lazer na cidade.

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Google transferiu 20 mil milhões para paraíso fiscal

  • ECO
  • 4 Janeiro 2019

De acordo com a Câmara de Comércio holandesa, a Google transferiu em 2017 20 mil milhões de euros para as Bermudas, um paraíso fiscal.

A norte-americana Google transferiu, em 2017, 19,9 mil milhões de euros para as Bermudas de modo a escapar aos impostos. Isto de acordo com a Câmara de Comércio holandesa, citada pela Reuters.

Segundo a agência de notícias, a gigante tecnológica usou uma subsidiária holandesa para canalizar as receitas de direitos obtidas fora dos Estados Unidos para uma empresa irlandesa cuja casa-mãe tem sede nas Bermudas, um paraíso fiscal.

“Pagamos os nossos impostos e cumprimos as leis tributárias em todos os países em que operamos em todo o mundo”, já reagiu a Google, referindo que, à semelhança das demais multinacionais sedeadas nos Estados Unidos, paga a maior parte dos seus impostos ao Estado norte-americano.

É importante sublinhar que a estratégia em causa — conhecida como Double Irish, Dutch Sandwich — é legal. Ainda assim, Bruxelas pressionou fortemente a Irlanda, que em 2014 decidiu eliminar gradualmente esta vantagem. Deste modo, o esquema que permitiu esta transferência avultada deverá terminar em 2020.

A Reuters adianta ainda que, em 2017, a subsidiária referida pagou 3,4 milhões de euros de impostos na Holanda, sobre lucros de 13,6 milhões de euros

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Taxas reguladas no aeroporto de Lisboa deverão subir 1,44% em março

  • Lusa
  • 4 Janeiro 2019

A subida média das taxas reguladas, em termos anuais, na Madeira é de 0,01%, nos Açores é de 1,38%, enquanto em Beja não haverá aumentos.

O aumento médio das taxas reguladas para o aeroporto de Lisboa, a partir de março, será de 1,44%, traduzindo-se num crescimento da receita regulada por passageiro de 0,16 euros, segundo deliberação da gestora de aeroportos. No documento datado de 2 de janeiro, a que a Lusa teve acesso, lê-se que as variações devem acontecer a partir de 5 de março.

O processo de consulta para a atualização dos valores iniciou-se em setembro de 2018, mas no início de outubro o regulador do setor (ANAC), impôs a suspensão, depois de verificar “uma contradição” entre o contrato de concessão e os cálculos efetuados.

Foi retomado o processo em 26 de novembro, recorda a ANA – Aeroportos de Portugal, que informou, na mesma deliberação, que a subida média das taxas reguladas, em termos anuais, na Madeira é de 0,01%, nos Açores é de 1,38%, enquanto em Beja não haverá aumentos. “Em termos absolutos, o aumento da receita regulada por passageiro terminal” na Madeira é de 0,001 euros e nos Açores de 0,10″.

As evoluções absolutas propostas não constituem qualquer variação tarifária excessiva, situando-se abaixo da taxa de inflação (1,8%) e, igualmente importante, não comprometem a atividade dos aeroportos do Grupo de Lisboa nem a respetiva competitividade tarifária”, lê-se.

A Comissão Executiva da ANA deliberou em novembro que deve haver um aumento médio das taxas de 1,4% no Porto e de 1,49% em Faro.

“Em termos absolutos, o aumento da receita regulada por passageiro terminal por aeroporto” é de 11 cêntimos no Porto e de 12 cêntimos em Faro, lê-se no documento, que refere que as “evoluções absolutas propostas não constituem qualquer variação tarifária excessiva, pois que se situam abaixo da taxa de inflação (1,8%) e, igualmente importante, não comprometem a atividade e competitividade tarifária dos aeroportos da rede ANA”.

A proposta para o aumento global médio das taxas de 1,40% para o Porto tem por base uma estimativa de quase 12,5 milhões de passageiros terminais, uma receita regulada de 100,8 milhões de euros e uma receita regulada por pessoa de 8,06 euros. O aumento da receita deverá aproximar-se dos 1,3 milhões de euros.

Já para a subida de 1,49% nas taxas de Faro, a ANA apresentou a estimativa de 8,8 milhões de passageiros, uma receita regulada de 72,7 milhões de euros e uma receita regulada prevista para 2019 por pessoa de 8,21 euros. Os novos valores deverão ser aplicados a partir de 11 de janeiro, segundo a deliberação.

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“Coletes amarelos” em França penalizaram economia da Zona Euro em dezembro

  • Lusa
  • 4 Janeiro 2019

A atividade do setor da indústria e dos serviços da Zona Euro cresceu, em dezembro, ao ritmo mais lento em mais de quatro anos.

Os protestos que paralisaram grande parte de França em dezembro pesaram na atividade do setor da indústria e dos serviços da Zona Euro, que cresceu ao ritmo mais lento em mais de quatro anos, divulgou esta sexta-feira a IHS Markit.

O índice PMI compósito – índice de gestores de compras – que mostra a evolução da atividade económica no setor da indústria e dos serviços na região, desceu para 51,1 em dezembro, o nível mais baixo em mais de quatro anos, face aos 52,7 registados no mês anterior. A verificar-se uma queda similar em janeiro, o índice descerá para menos de 50, o que corresponde a uma contração.

De acordo com o relatório da IHS Markit, o abrandamento do crescimento em dezembro reflete a primeira queda da atividade dos serviços em França nos últimos dois anos e meio, na sequência dos protestos dos “coletes amarelos”.

“Embora uma queda nos negócios em França possa ser parcialmente atribuída aos protestos dos “coletes amarelos”, o resto da região não tem nenhum desses fatores atenuantes, apesar da recente fraqueza do setor automóvel, esperamos que seja um contratempo temporário”, afirma Chris Williamson, economista-chefe para a área de negócios da IHS Markit.

Entre os países que contribuem para o PMI compósito, na Alemanha o indicador registou o seu desempenho mais fraco em cinco anos e meio (51,6), enquanto em França desceu para um mínimo de mais de quatro anos, nos 48,7, um nível abaixo de 50, sinónimo de contração.

Já Itália resistiu a uma tendência mais ampla de queda, apesar de o indicador ter apenas estabilizado nos 50, depois de dois meses de contração.

Recorde-se que os protestos dos “coletes amarelos” começaram em 19 de novembro, contra a subida dos impostos sobre os combustíveis, mas desde então multiplicaram-se as manifestações contra a agenda de Macron e o seu estilo de governação. Os protestos bloquearam estradas e fecharam centros comerciais. Os receios levaram muitas lojas e restaurantes a fechar portas em muitas cidades do país.

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Menu das boxes de TV da Meo passa a mostrar publicidade

Os menus interativos das boxes de televisão da operadora Meo passaram a incluir anúncios publicitários. E o Continente é a primeira marca portuguesa a experimentar esta nova solução.

Agora, os menus das boxes de televisão da Meo também mostram publicidade. Em causa está um novo formato de anúncio que está a ser testado desde dezembro pela Continente e que foi desenvolvido pela operadora, em parceria com o SAPO. A novidade foi comunicada esta sexta-feira pela marca da Sonae.

Numa altura em que o consumo de televisão é cada vez menos linear, em que os espetadores podem avançar e recuar na emissão e saltar a publicidade, a Altice tem tentado explorar novas formas de impactar o público com anúncios publicitários. Esta nova solução passa por mostrar banners de publicidade nos menus interativos das boxes de TV paga, nomeadamente na área de gravações.

Nesse sentido, o Continente tornou-se a primeira marca a explorar este novo conceito de anúncio, que “pretende ir de encontro às novas tendências de consumo de televisão, onde os acessos aos serviços on-demand [serviços não lineares, a pedido] ganham cada vez maior relevância, e em paralelo, representa uma aposta numa comunicação cada vez mais próxima dos clientes”, lê-se num comunicado da cadeia de retalho.

A primeira campanha nos menus interativos das boxes da Meo decorreu em dezembro: “O cliente, ao aceder à área de gravações da Meo, era impactado com um banner publicitário do Continente, e caso optasse por clicar no mesmo, era remetido para o vídeo da campanha”.

Exemplo de um anúncio do Continente no menu de uma box da Meo.Continente

“Esta é uma estratégia pioneira e impulsionadora de uma nova tendência relativamente à qual a Meo se orgulha de disponibilizar o acesso, abrindo o caminho para novos desenvolvimentos no setor”, afirmou o diretor de produtos e serviços comerciais da Meo, Tiago Silva Lopes, citado em comunicado. Já Filipa Martins, diretora-geral do SAPO, garante que foi um “desafio” criar esta nova solução.

Do lado do Continente, Tiago Simões, diretor de marketing da Sonae, disse que a marca “pretende explorar todas as tendências do mercado de consumo” no que toca a publicidade.

A Altice tem vindo a reiterar que quer desenvolver uma estratégia não só assente no setor das telecomunicações como também os conteúdos e a publicidade. Em Portugal, o SAPO já está a explorar as soluções desenvolvidas pela Teads, uma startup que aplica a inteligência virtual ao negócio da publicidade, e que foi adquirida pela dona da Meo em março de 2017, por 308 milhões de dólares.

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Portugal vai emitir 15,4 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro em 2019

O montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado no ano de 2019 deverá situar-se em cerca de 8,6 mil milhões de euros, de acordo com o programa de financiamento do IGCP.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP pretende emitir 15,4 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT), a principal forma de financiamento do país, ao longo de 2019. O programa do Tesouro, conhecido esta sexta-feira, aponta para necessidades líquidas do Estado de 8,6 mil milhões de euros.

“A estratégia de financiamento para 2019 centrar-se-á na emissão de títulos de dívida pública nos mercados financeiros em euros com realização regular de emissões de Obrigações do Tesouro (OT), para promover a liquidez e um funcionamento eficiente dos mercados primário e secundário”, refere o programa de financiamento.

As emissões mensais de OT irão combinar leilões em mercado primário e vendas sindicadas, sendo que o Tesouro não divulga antecipadamente das datas das colocações destes instrumentos. “Os leilões de OT terão a participação dos Operadores Especializados de Valores do Tesouro (OEVT) e Operadores de Mercado Primário (OMP) e serão realizados à 2.ª e 4.ª quartas-feiras de cada mês. O montante indicativo e as linhas de OT a reabrir serão anunciados ao mercado até três dias úteis antes do leilão“.

Tal como fez em 2018, o Tesouro não exclui ainda a hipótese de realizar trocas de dívida com o objetivo de alongar as maturidades e prolongar o prazo até ao reembolso. “Oportunidades para realizar operações de troca e recompras de títulos serão exploradas”, diz o IGCP.

Em aberto ficam as panda bonds. No Orçamento do Estado (OE) para 2019, estava inscrito financiamento de 377 milhões de euros em moeda estrangeira depois de o ministério das Finanças ter dito que pretendia emitir dívida em moeda chinesa, o renmibi. No programa de financiamento, escreve apenas que “poderão ainda ser realizadas emissões no âmbito do programa EMTN [euro medium-term note], em função das oportunidades de mercado que se enquadrem na estratégia de financiamento”.

IGCP coloca até 4,5 mil milhões a curto prazo no primeiro trimestre

“A gestão do risco de refinanciamento implicará que as operações de financiamento a realizar evitarão a criação de excessivas concentrações temporais de amortizações, assim como a possibilidade de realização de operações de recompra de dívida, oportunamente anunciadas ao mercado. Como habitualmente, o IGCP manterá flexibilidade para introduzir na execução deste programa os ajustamentos que se venham a revelar necessários face à evolução dos mercados e das necessidades de financiamento ao longo do ano”, sublinha o IGCP.

Em relação aos Bilhetes do Tesouro (BT), o Tesouro diz esperar um impacto positivo de 600 milhões de euros, que irá resultar da diferença entre os títulos colocados e os reembolsados. Refere que será mantida a estratégia de emissão ao longo de toda a curva, combinando prazos curtos com prazos longos.

O IGCP manterá a realização de leilões mensais de BT na 3.ª quarta-feira de cada mês e, se a procura de investidores o justificar, pode usar também a 1.ª quarta-feira. O montante indicativo dos leilões de BT é conhecido trimestralmente, sendo que entre janeiro e março estão marcados três leilões.

O primeiro irá acontecer a 16 de janeiro, com a colocação de entre 1.500 e 1.750 milhões de euros em BT a seis e doze meses. Irá seguir-se uma emissão de até 1.250 milhões de euros em dívida a três e 11 meses, no dia 20 de fevereiro. O trimestre fecha com a colocação de até 1.500 milhões de euros em BT a seis e 12 meses, no dia 20 de março.

Tal como já tinha sido expresso no OE 2019, as famílias vão ter um impacto líquido nulo no financiamento público ao longo de 2019. Na estratégia de financiamento para este ano, o IGCP também antecipa uma contribuição negativa de mil milhões de euros de produtos de retalho — devido aos reembolsos de certificados de aforro e certificados do Tesouro — e um contributo líquido positivo das Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) de mil milhões de euros.

(Notícia atualizada às 12h10)

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Governo cria “carta de condução” para pilotar drones mais pesados. Saiba o que muda com a nova lei

Já se conhecem detalhes da proposta de lei relativa aos voos com drones em território nacional. Quem queira pilotar drones mais pesados, vai ter de fazer formação.

Proposta de lei aprovada pelo Governo exige uma formação para pilotar drones com mais de 25 quilos.Pixabay

O Governo aprovou em Conselho de Ministros uma proposta de lei que “cria normas de utilização” para quem pretende pilotar drones. As regras obrigam a que seja pedida autorização ao regulador para operar estes aparelhos em espaços públicos, e preveem a criação de uma formação para quem queira pilotar drones mais pesados, com mais de 25 quilos. Vai também haver um “sistema fiscalização de influência de álcool”, semelhante ao previsto no Código da Estrada, apurou o ECO junto do Ministério da Administração Interna.

Desde 2016 que existe um regulamento para este tipo de aparelhos — criado, na altura, pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC). Mas o ministério tutelado por Eduardo Cabrita entendeu reforçar o quadro regulatório com novas regras que visam “minimizar os riscos e conferir mais segurança” na utilização de drones, depois de terem sido registadas dezenas de situações em que drones interferiram com a aviação civil ou puseram em risco a segurança pública, e não só em Portugal.

A lei prevê que a ANAC crie uma “plataforma eletrónica” para agilizar o processo de obtenção de autorizações. A autorização é necessária, por exemplo, para operar drones durante a noite ou sempre que o operador queira sobrevoar um espaço público. No que toca a voos em espaços privados, é necessária uma autorização do proprietário.

“Uma vez que todo o sistema de autorização, à semelhança do que acontece com o registo dos equipamentos, será feito em plataforma eletrónica, será possível garantir um maior controlo e uma melhor fiscalização pelas forças de segurança em caso de uso indevido de drones, uma vez que poderão consultar os sistemas e as autorizações que estarão acessíveis na plataforma eletrónica”, lê-se na nota a que o ECO teve acesso.

Para drones que façam captura de fotografia ou vídeo, é necessária, em todos os casos, uma autorização especial da Autoridade Aeronáutica Nacional. Os voos em “locais autorizados para a prática de aeromodelismo” não precisam de autorização, bem como o uso de drones considerados “brinquedos” — ou seja, que não têm motor a combustão e que têm um peso máximo de 250 gramas. Nestes casos, os “pilotos” com menos de 16 anos terão de ser sempre supervisionados por um adulto.

Quando está em causa o uso de drones com mais de 900 gramas, os operadores terão de obter um certificado junto da ANAC, ou uma licença no caso de drones com mais de 25 quilos. Neste último caso, é ainda obrigatória uma “formação própria” que ainda não foi criada. Uma espécie de “carta de condução” para drones mais pesados.

Os drones são aeronaves não tripuladas, controladas à distância, que têm ganhado grande popularidade nos últimos anos. Uma vez que atingem longas distâncias e grandes velocidades, têm sido notícia por interromperem operações em aeroportos internacionais e também em Lisboa e Porto. Nesse sentido, a lei reforça ainda a interdição de voar com drones em certos locais, nomeadamente aqueles que são próximos a estas infraestruturas, como já acontece atualmente.

No que toca à fiscalização, a proposta aprovada prevê que, “quando as aeronaves se encontrem fora das condições regulamentares e não seja possível localizar o operador, as Forças de Segurança podem recorrer aos meios que se revelem adequados para fazer cessar a operação”.

O Ministério da Administração Interna informa, por fim, que “são previstas contraordenações em caso de desobediência às regras de operação definidas: de 300 a 600 euros para contraordenações leves e de 2.000 a 3.500 euros para contraordenações muito graves, quando praticadas por pessoas singulares”.

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Vistos Gold. Juiz fala de Macedo: “Uma coisa é não ser honesto, outra é ser criminoso”

Dos 47 crimes da acusação do MP; apenas sete ficaram provados. Juiz foi crítico no discurso. Ministério Público já anunciou que vai recorrer da decisão.

Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna foi absolvido de todos os crimes que lhe eram imputados no âmbito do caso conhecido como “Vistos Gold. A leitura do acórdão deste processo, tecnicamente designado de “Operação Labirinto”, foi lida esta sexta-feira, no Campus de Justiça, em Lisboa. Miguel Macedo estava acusado de quatro crimes: três de prevaricação e um de tráfico de influências. “O tribunal considerou que estas intervenções do ex-ministro, nesta parte dos vistos gold, não são ilícitos por si”, disse o juíz Francisco Henriques, relativamente ao ex-ministro de Pedro Passos Coelho. O Ministério Público já anunciou que vai recorrer.

“Não será muito honesto, é moralmente condenável, censurável até, mas o direito penal é o último grau de defesa da sociedade, e aqui não é ilícito o que aconteceu. O Dr. ministro fez dois contactos, mas daí não resultou que tenha havido algum vício neste processo em virtude destes contactos”, frisou o juiz.

De todos os 47 crimes – que envolviam sete arguidos — só sete ficaram provados. O arguido António Figueiredo, ex-presidente do Instituto de Registos e Notariado (IRN) foi condenado a pena suspensa de quatro anos e sete meses e proibição do exercício de funções por três anos por dois crimes de corrupção ativa e passiva na questão dos concursos da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP), por um crime de tráfico de influências e um de peculato de uso. O ex-presidente do IRN estava acusado de 12 crimes.

António Figueiredo foi, no entanto, absolvido do crime de corrupção na parte de obtenção de vistos gold para Angola. O magistrado considerou que não ficaram provados os elementos necessários.

A ex-secretária-geral do Ministério da Justiça Maria Antónia Anes também foi condenada no âmbito do concurso da CRESAP, a quatro anos e quatro meses de pena suspensa.

Manuel Palos, ex-diretor do SEF foi absolvido de todos os crimes que lhe eram imputados, neste caso um crime de corrupção passiva e dois de prevaricação. Não houve margem para dúvidas no que toca aos factos, segundo o juiz.

Recorde-se que os quatro arguidos eram todos, à data do caso, altos quadros do Estado: Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna, Manuel Palos, ex-diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o ex-presidente do IRN, António Figueiredo e a ex-secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria Antónia Anes.

Recorde-se ainda que este processo foi o primeiro mediático às ordens de Joana Marques Vidal, ex-procuradora Geral da República. O juiz não poupou críticas à acusação do Ministério Público acrescentando que julga todos por igual, independentemente de quem se senta no banco dos arguidos. Numa clara alusão ao facto de no banco dos arguidos estarem ex-altos quadros do Estado. E também não deixou de criticar a instrução deste processo, na altura nas mãos do juiz de instrução Carlos Alexandre.

Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna, estava acusado de três crimes de prevaricação de titular de cargo político e um de tráfico de influência. Segundo a PGR, ficou indiciado que Miguel Macedo, enquanto ministro da Administração Interna, “em ordem à satisfação de interesses de natureza privada e lucrativa prosseguidos conjuntamente por outros arguidos dos autos, ordenou verbalmente ao arguido Manuel Palos, então diretor nacional do SEF, entidade sob a alçada hierárquica do MAI, que este apresentasse formalmente uma proposta de nomeação de um oficial de ligação para Pequim”, explica nota da PGR à data da acusação, em novembro de 2015.

A sessão ficou ainda marcada pela mensagem deixada pelo presidente do coletivo ao fazer uma defesa da integridade da sentença. “Este tribunal não faz fretes a ninguém” e “não houve pressões de ninguém para que estas decisões fossem tomadas”, garantiu Francisco Henriques, antevendo que a ausência de condenações pudesse suscitar questões nesse sentido.

“Este tribunal e este juiz pode afirmar que nunca fomos pressionados de forma nenhuma e não fazemos fretes a ninguém: o que está refletido nesta decisão é a convicção do tribunal do que se passou na verdade, esta decisão é a verdade deste tribunal para que não haja dúvida”, concluiu.

Depois de o juiz presidente do coletivo ter adiado a leitura da decisão para maio de 2019, alegando falta de tempo para concluir o acórdão até à data marcada (21 de setembro de 2018), por já não ter a exclusividade do processo, o Conselho Superior de Magistratura (CSM) decidiu pela antecipação desse adiamento. Ou seja: de setembro, a leitura da decisão passou para dezembro. De dezembro, mas desta feita devido à greve dos funcionários judiciais, a leitura da decisão foi ainda adiada para esta sexta-feira, dia 4 de janeiro.

O Ministério Público (MP) apenas pediu pena de cadeia efetiva para aquele que era considerado a figura central de todo o caso, o ex-presidente do Instituto dos Registos e Notariado António Figueiredo, e ainda para o empresário Jaime Gomes, amigo de Miguel Macedo. E pediu a absolvição de Manuel Palos pelo crime de prevaricação. Defendeu, porém, a sua condenação por corrupção passiva, dadas as facilidades que alegadamente concedeu aos amigos chineses de António Figueiredo na concessão de vistos dourados.

O julgamento começou em fevereiro de 2017 e terminou em abril de 2018. Um caso que remonta a novembro de 2014 com as primeiras detenções.

O processo envolve ex-altos quadros do Estado, com um total de 21 arguidos — 17 pessoas singulares e quatro empresas — em que os arguidos respondem pelos crimes de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato, abuso de poder, tráfico de influência e branqueamento de capitais.

Miguel Macedo demitiu-se do governo de Pedro Passos Coelho em novembro de 2014, tendo-lhe sido imputado pelo Ministério Público o alegado favorecimento de um grupo de pessoas que pretendiam lucrar de forma ilícita com os Vistos Gold, realizando negócios imobiliários lucrativos com empresários chineses que pretendiam obter autorização de residência para investimento.

Nas alegações finais — em março deste ano — o MP admitiu que Miguel Macedo e quase todos os outros arguidos do processo Vistos Gold possam não cumprir pena efetiva de prisão. “Não nos repugna que, com exceção de Jaime Gomes as eventuais penas possam vir a ser suspensas”, disse o procurador José Niza. O MP pede pena efetiva de prisão para Jaime Gomes e, exceto para António Figueiredo, pede penas máximas de cinco anos de prisão.

O procurador admitiu que apenas o empresário Jaime Gomes, amigo do ex-ministro Miguel Macedo, deve cumprir pena efetiva de prisão. Neste caso, “impõe-se a necessidade de prisão efetiva”, defendeu o procurador. Jaime Gomes estava acusado de um crime de corrupção passiva para ato ilícito, um crime de prevaricação e dois crimes de tráfico de influência.

 

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Third Party Funding: uma tendência a chegar a Portugal

  • ECO + CMS
  • 4 Janeiro 2019

Rita Gouveia, sócia de Resolução de Litígios e Miguel Esperança Pina, sócio de Resolução de Litígios, da CMS Rui Pena & Arnaut, falam sobre Third Party Funding.

O que é o Third Party Funding?

Consiste no financiamento, total ou parcial, dos custos de uma ação por parte de um terceiro alheio ao litígio, terceiro esse que irá financiar uma das partes no litígio, normalmente o autor, suportando os custos dessa ação, seja uma ação num tribunal estadual, seja uma ação num tribunal arbitral. Esses custos podem ser: custos com os honorários dos advogados, custas judiciais, ou, no caso de uma arbitragem, os honorários dos árbitros, custos com pareceres, etc.

Como contrapartida, esse financiador receberá, em regra, uma percentagem do valor que vier a ser recuperado na ação. Por outras palavras, aquilo que o financiador vier a receber depende do sucesso do litígio, pelo que o risco corre todo do lado deste terceiro.

A percentagem cobrada pelo financiador, em regra, nunca é inferior a 20% do valor que vier a ser obtido na ação, pelo que facilmente se percebe que este tipo de financiamento tem por objeto ações de valor muito elevado ou ações em que estão em causa pretensões que, individualmente, não têm grande expressão mas que, como reúnem um conjunto de lesados, passam a ter um valor atrativo para um investidor.

Quais são os benefícios do Third Party Funding?

O principal benefício é o facto de se poder tirar litígios da gaveta que, de outro modo, não seria possível porque os titulares desses direitos não têm, por um motivo ou por outro, capacidade financeira para avançar com o litígio e seus custos inerentes. Desta forma conseguem avançar e só terão um custo no final se ganharem o litígio. Por outro lado, mesmo quando estamos a falar de entidades que até dispõem de meios, estes financiadores permitem que as empresas possam alocar os seus capitais à sua atividade empresarial, ao invés de ser canalizado para o litígio. Ou seja, o third party funding surge também como uma ferramenta de gestão, na medida em que o uso de capitais próprios pode revelar-se muito mais dispendioso do que o recurso a um financiador.

Portugal já é um mercado interessante para o Third Party Funding?

O mercado português está claramente a evoluir nesse sentido. Hoje é um mercado muito maior, onde os agentes económicos são muito mais exigentes e têm outra dimensão e os litígios ganharam uma nova complexidade e são, também eles, muito maiores. Esta nova conjuntura faz com que Portugal tenha entrado na mira dos third party funders. O que é que falta? Falta as Sociedades de Advogados fazerem esta conexão entre os agentes do mercado português e os third party funders. Como? Indo, com a sua criatividade e pró-atividade, ao encontro dos negócios que são procurados pelos agentes económicos e alertá-los para esta possibilidade e, assim financiar litígios que de outro modo não seriam financiáveis e, por outro lado, ajudar a pôr na mira destes third party funders, o mercado português, explicando-lhes que há aqui uma oportunidade. Não se trata aqui apenas de uma visão economicista. Há uma dimensão científica que vai aumentar muito o grau de rigor das Sociedades de Advogados e dos advogados portugueses. Porquê? Porque o funder vai assumir o risco, e é muito exigente na análise desse risco. Isso obriga a uma análise muito profunda, científica e rigorosa dos litígios em causa. Tem a vantagem de antecipar os problemas do litígio e não deixá-los para o final e, portanto, as incertezas serão muito menores. É evidente que, sendo uma realidade emergente em Portugal, a experiência internacional do advogado e da Sociedade é um fator crítico de sucesso.

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