Portugal é o terceiro país da UE que mais beneficia do Plano Juncker

  • Vasco Gandra, em Bruxelas
  • 22 Outubro 2019

Entre alguns dos projetos que beneficiaram do Plano Juncker em Portugal, Comissão Europeia salienta a Riberalves ou a expansão dos terminais de contentores de Leixões e de Alcântara.

Portugal foi o terceiro país que mais beneficiou do Plano Juncker, em termos de mobilização de investimentos em proporção do PIB. Até setembro último, Portugal obteve do BEI um financiamento de cerca de 2,6 mil milhões de euros, com cerca de 40 projetos aprovados e acordos com PME, desde que foi lançado em 2015. Prevê-se que este volume venha a mobilizar um montante total de cerca de 9,5 mil milhões de euros em investimentos com um total de mais de 12 mil PME que deverão beneficiar de melhor acesso a investimentos.

De acordo com dados revelados pela Comissão Europeia, Portugal é o terceiro Estado-membro que mais beneficiou em termos de investimentos gerados pelo Fundo Europeu de Investimentos Estratégicos (FEEI, pilar central do designado Plano Juncker) em proporção do PIB, só ultrapassado pela Grécia e a Estónia e seguido pela Bulgária, Letónia e Polónia.

O Plano de Investimento para a Europa, uma das iniciativas chave da Comissão cessante liderada por Jean-Claude Juncker, teve um impacto positivo no emprego e no crescimento. Os investimentos financiados pelo Grupo Banco Europeu de Investimento, como o apoio do FEEI, produziram um aumento do PIB da UE de cerca de 0,9% e criaram 1,1 milhões de novos postos de trabalho, segundo os dados revelados por Bruxelas.

Até setembro de 2019, o Plano Juncker mobilizara investimentos suplementares em toda a UE no montante de 433 mil milhões de euros, sendo que o objetivo é de chegar aos 500 mil milhões em investimentos mobilizados em todo o espaço comunitário até ao final de 2020.

O FEEI pode ser utilizado para financiar projetos em diversas áreas, desde a bioeconomia ao ambiente passando pela energia, transportes, digital, investigação, empresas. Além de mobilizar investimentos significativos, o Plano Juncker também apoia promotores de projetos e ajuda a criar uma reserva de projetos de qualidade na UE.

Entre alguns dos projetos que beneficiaram do Plano Juncker em Portugal, a Comissão aponta exemplos tão diversos como a Riberalves — empresa do ramo alimentar que procura novas formas de apresentação do bacalhau –, o plano de expansão dos terminais de contentores de Leixões e de Alcântara, ou o empréstimo à Nova School of Business and Economics para o projeto de construção de um novo campus em Carcavelos.

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Michael Jordan abre clínica nos EUA para pessoas sem seguro

  • ECO Seguros
  • 22 Outubro 2019

O custo dos seguros de saúde nos Estados Unidos está a deixar muitos fora do sistema. O ex-basquetebolista que é também dono do Charlotte Hornets dá uma resposta.

O antigo basquetebolista e “estrela” da NBA Michael Jordan doou sete milhões de dólares para a construção de duas clínicas médicas para pessoas sem seguro de saúde ou cujos seguros tenham poucas coberturas. A primeira abriu as suas portas na semana passada em Charlotte, na Carolina do Norte, nos EUA.

Há dois anos Jordan, que é também dono dos Charlotte Hornets, entregou o dinheiro à Novant Health para construir as clínicas. A primeira está já a funcionar e totalmente equipada para prestar apoio médico e também apoio social à comunidade onde está inserida.

Na inauguração o antigo basquetebolista afirmou que o dinheiro não era um problema para ele, mas sim o compromisso de ter capacidade para fazer a diferença e causar um impacto positivo na comunidade.

Dados divulgado no início deste mês indicam que o custo de um seguro de saúde para uma família nos EUA atingiu os 20.000 dólares anuais, o valor mais elevado de sempre e que levanta dúvidas sobre a viabilidade de um sistema de seguro baseado no empregador.

Os dados, citados pela Bloomberg, eram de um estudo da Kaiser Family Foundation, uma organização de investigação em temas de saúde e sem fins lucrativos. De acordo com a instituição desde 2009 que os prémios pagos pelas famílias aumentaram, em média, 54% e a contribuição dos trabalhadores subiu 71%, várias vezes mais do que os salários (26%) e a inflação (20%).

Estes aumentos significam que muitas famílias estão a pagar mais planos que têm menos coberturas ou custam mais ou acabam mesmo por sair do mercado dos seguros de saúde.

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Bancos “não podem ficar sentados” à espera do “tsunami” das fintech e bigtech, avisa Carlos Costa

Governador avisa bancos que não podem ficar sentados à espera que o "tsunami" das bigtech e fintech passe. "Não passará" e é bom que "fujam da costa" rapidamente para dominar a evolução" tecnológica.

Carlos Costa já nos habituou a explicar conceitos mais ou menos complexos recorrendo a imagens simples, como a comparação da economia a um avião: se um motor falha, é bom que o outro esteja em boas condições. Esta terça-feira, o governador do Banco de Portugal socorreu-se de outra figura para caracterizar a digitalização dos serviços e a entrada de novos atores, como Revolut, Google ou Facebook: “Não vai desaparecer o financiamento [nem a captação depósitos], mas coloca-se a questão de quem o fará. E quem está e o faz hoje tem uma vantagem, mas não pode ficar sentado em cima dessa vantagem à espera que esta vaga passe. Esta vaga não passa. E a única forma é, se permitem a imagem, como num tsunami: correr para o longe da costa o mais rápido possível e observar e dominar a evolução de forma adequada“.

O governador falava na conferência “Banca do Futuro”, organizada pelo Jornal de Negócios, em Lisboa. A imagem do tsunami é elucidativa para mostrar como onda de tecnológicas e a digitalização da banca está a colocar desafios aos modelos de negócios da banca tradicional.

Carlos Costa não tem dúvidas de que os serviços de concessão de crédito e captação de depósitos vão continuar a existir, assim como vai continuar a existir regulação e supervisão destas atividades. A questão é outra: quem serão os players nestas atividades?

Carlos Costa aproveitou a sua intervenção, ouvida atentamente por vários presidentes e responsáveis de bancos em Portugal, para responder às principais críticas do setor da banca tradicional: a de que não estão a jogar com as mesmas regras de que as novas tecnológicas.

“As autoridades competentes não devem interromper a dinâmica em curso”, considerou Carlos Costa. “Mas elas devem enquadrá-la e assegurar nomeadamente a neutralidade da regulação em relação à tecnologia, isto é, a aplicação de um principio muito simples: a mesma atividade, o mesmo risco tem de ter as mesmas regras, a mesma regulação e a mesma supervisão“, acrescentou. Há dias, Vítor Constâncio, ex-vice presidente do Banco Central Europeu, disse o mesmo.

Segundo o governador, “não pode haver de forma nenhuma vantagens regulatórias ou prudenciais resultantes de uma atividade ser conduzida por uma entidade não bancária ou por uma entidade registada fora de um dado território”.

Carlos Costa sublinhou que se uma tecnológica vai captar poupanças, então isto constitui uma atividade bancária que necessita da regulação e supervisão adequada. “Se alguém recolhe poupança e a aplica e o risco fica do lado do aforrador ou do cliente, essa atividade tem de ter uma regulação e uma supervisão diferente daquela que tem de ser aplicada e que tem de ser muito mais exigente do que para os que recolhem poupança e a aplicam com garantia de liquidez e garantia de recolha do principal no momento do resgate”, frisou.

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Bancos estão fracos demais para enfrentarem crise, alerta McKinsey

  • ECO
  • 22 Outubro 2019

Consultora diz que o setor bancário mundial está demasiado fragilizado para enfrentar uma crise. A maioria dos bancos não são economicamente viáveis.

A McKinsey alertou que mais de metade dos bancos mundiais estão demasiado fragilizados para sobreviverem a uma crise. Num relatório publicado esta segunda-feira, a consultora referiu que a maioria dos bancos não são economicamente viáveis porque os retornos não estão a acompanhar o ritmo de aumento dos custos das operações.

A empresa recomendou ao setor bancário que invista no desenvolvimento de tecnologia e que pondere novas fusões. A intenção é que estas empresas ganhem escala e se mantenham competitivas: “Acreditamos que estamos no fim de um ciclo económico e os bancos precisam de tomar decisões ousadas, porque não estão em grande forma”, disse Kausik Rajgopal, senior partner da consultora, citado pela Bloomberg (acesso condicionado).

De acordo com dados da consultora, em média, a banca aloca apenas 35% do orçamento à inovação. Em contrapartida, as novas tecnológicas do setor financeiro — as fintechs — dedicam 70% dos respetivos orçamentos ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras. Face a isto, a McKinsey defendeu que os bancos arriscam tornar-se “notas de rodapé da História”.

Outra recomendação da McKinsey é que os bancos cortem as despesas referentes às chamadas “atividades não diferenciadoras”, como algumas funções de trading e compliance. Neste caso, a dica é para que estas instituições recorram a parceiros externos, num contexto de abrandamento económico com uma possível recessão global à vista.

O relatório da consultora surge poucas semanas depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter divulgado as conclusões dos testes de stress ao sistema bancário. O regulador considerou que 90% dos mais de cem bancos analisados tem capacidade para resistir a “choques externos” por mais de dois meses e que metade reportou “um período de sobrevivência de mais de seis meses”.

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Localização e flexibilidade. O que é que os trabalhadores querem do escritório onde trabalham?

A flexibilidade será, cada vez mais, um fator de atração e retenção de talento, aponta o estudo "What workers want", da Savills. Conclusões resultam de inquéritos a 11 mil trabalhadores europeus.

Os trabalhadores cingem-se, na maioria do tempo, ao seu espaço de secretária, não aproveitando outras áreas do escritório.Pixabay

Localização, flexibilidade e… um espaço de trabalho que zele pelo bem-estar dos trabalhadores, uma espécie de “segunda casa”. Mais de metade dos trabalhadores (56%) passam entre 70% e 100% do seu tempo de trabalho na sua secretária, “usando muito pouco tempo noutras áreas do espaço de trabalho”. O espaço de trabalho dos portugueses reduz-se, muitas vezes, à área de uma secretária, explica o estudo “What workers want”, desenvolvido pela Savills Portugal e apresentado esta terça-feira no hub Criativo do Beato, em Lisboa. Mas há mais.

“A evolução dos espaços do escritório tem de ir muito ao encontro desta nova forma de os trabalhadores verem o espaço de trabalho. E a geração millennial é a que mais tem feito pensar os responsáveis em como é que motivam as pessoas a ficar no espaço do escritório e a escolher determinada empresa para trabalharem. São gerações muito criativas e que valorizam muito o trabalho colaborativo”, alerta Alexandra Gomes, da área de research da consultora imobiliária, sobre uma das maiores tendências nesta área.

Segundo o estudo, o open space continua a ser a disposição mais escolhida pelas empresas para implementar os seus escritórios. Na maioria dos casos (55%), os inquiridos descrevem o seu espaço de trabalho como um open space. Entre as mais-valias deste tipo de escritório estão a otimização do espaço, a redução de custos, a facilidade de comunicação e o estímulo à criatividade e ao trabalho de equipa, uma maior flexibilidade e uma melhor coordenação entre equipas. Como desvantagens, optar por um espaço de trabalho em open space gera maior movimento, mais ruído, menos privacidade e aumenta o risco de descontentamento com fatores como a luz, a temperatura, entre outros.

“A fórmula vencedora será sempre aquela que consegue cruzar e responder harmoniosamente e de forma efetiva ao conjunto de necessidades diversas que são importantes para os trabalhadores e que tem uma contribuição importante para a sua satisfação, bem-estar e níveis de produtividade”, refere o estudo.

No estudo participaram 1.005 trabalhadores de escritórios divididos entre Lisboa (50%), norte do país (27%) e centro do país (15%). Dos entrevistados, 63% são trabalhadores com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos, e entre os 35 e os 44 anos. Em termos de distribuição por setores, os inquiridos trabalham sobretudo nas áreas de serviços públicos e do Governo (11%) e em tecnologia (11%), mas também na indústria (8%), em saúde (8%) e educação (7%), entre várias outras.

“É imperativo perceber os utilizadores e entender os seus comportamentos, deixando margem a novas formas de ocupação do espaço. Mudar vários paradigmas sob a influência de novas gerações que irão exercer, durante as próximas décadas, força disruptiva que vai afetar cada vez mais as decisões no setor do real estate“, explica o estudo.

A localização do escritório dentro da cidade é um dos elementos mais valorizados pelos trabalhadores. Mais de metade dos inquiridos a nível europeu (54%) e ainda mais, a nível nacional (57%) prefere trabalhar no centro da cidade. “Estar perto de casa, poupar tempo e dinheiro na deslocação casa-trabalho, ter mais tempo para a família são algumas das razões que podem levar os trabalhadores a optar por espaços de trabalho em zonas mais suburbanas, de maneira a estarem mais próximos das suas casas”, avança a Savills, alertando ainda para o facto de o aumento dos preços no centro das cidades fazer com que muitas empresas tendam a ter, cada vez mais, escritórios-satélite a um curto espaço de tempo.

Remote, agile e hotdesks

Trabalhar remotamente e ter uma maior flexibilidade dentro do trabalho que se desempenha são dois fatores valorizados pelos trabalhadores, de acordo com o estudo da Savills. Do total de inquiridos, 48% dos trabalhadores portugueses diz que a cultura da empresa já prevê e encoraja a trabalhar de forma mais flexível e 68% dos inquiridos refere que a empresa providencia tecnologia que permite trabalhar fora do espaço ou do horário regular de trabalho.

“A necessidade de maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, adaptar o ritmo de trabalho à altura do dia em que somos mais produtivos, poupança em tempo e deslocações”, justifica Alexandra Gomes, da área de research da Savills. “Poderemos, no entanto, ter uma sensação de deslocamento, distrações familiares e aumento do horário de trabalho”, alerta.

De acordo com as conclusões do inquérito, 40% dos trabalhadores europeus pensam mudar de trabalho durante os próximos cinco anos e isso deve-se, sobretudo, a quererem uma diminuição no tempo que gastam no percurso casa-trabalho (17%). Mas há mais fatores que apontam para essa mudança: um trabalho mais agile, o espaço de trabalho pessoal mais cuidado e personalizado e o design interior são outras das razões que podem pesar na hora de mudar.

“Juntámos os vários países europeus, equipas de research da Savills, para descobrir o que os trabalhadores realmente querem”, explicou Patrícia de Melo e Liz, CEO da Savills Portugal, sublinhando as conclusões do estudo têm sobretudo a ver com pessoas e com o seu bem-estar no local de trabalho.

Muitos dos colaboradores não sentem conforto, não estão devidamente comprometidos, não sentem que haja um envolvimento naquilo que são os objetivos da empresa”, explica Joana Rodrigues, architecture director da Savills Portugal, acrescentando: “Há um conjunto de fatores muito mais importante do que o valor salarial”. “Tudo o que é a inovação tecnológica, é muito importante ter isso em conta, muitos dos líderes estão conscientes de que vai haver essa evolução tecnológica mas, segundo a Harvard Business Review, 71% desses líderes não estão ainda preparados para essa transformação”, adianta.

Feito em Portugal a 1.005 pessoas, a nível europeu as perguntas do estudo foram realizado a um total de 11.000 inquiridos em 11 países europeus. Limpeza, conforto, iluminação qualidade de ar, nível de ruído, temperatura e segurança são alguns dos fatores básicos mais valorizados na hora de avaliar o espaço de trabalho ideal.

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Portugal já só está a pagar 1,2% pela nova dívida

Emitir dívida pública nunca custou tão pouco ao país. A taxa média tem vindo a cair ao longo do ano e atingiu um novo mínimos histórico nos primeiros nove meses do ano.

O custo da nova dívida pública portuguesa caiu para novo mínimo histórico. Com as taxas a caírem sistematicamente nos leilões de obrigações e bilhetes do Tesouro (OT e BT), o custo médio da dívida emitida entre janeiro e setembro de 2019 fixou-se em 1,2%, no valor mais baixo de sempre, de acordo com o boletim mensal da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).

No pico da crise, em 2011 quando o país pediu o resgate financeiro, Portugal emitiu novos títulos a uma taxa média de 5,8%, mas os custos têm vindo a cair gradualmente. Com a saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos da Comissão Europeia, as agências de rating começaram a ver o país como investimento de qualidade, o que permitiu alargar a base de investidores e reforçou a confiança dos mercados.

Depois de, no ano passado, o custo médio se ter situado em 1,8%, a quebra nos juros aprofundou-se ao longo deste ano e deverá refletir-se no custo do stock da dívida no acumulado do ano, que ficou em 2,8% no ano passado.

As condições externas favoráveis dos mercados financeiros, especialmente os estímulos monetários do Banco Central Europeu (BCE), têm sido a principal razão apontada para Portugal pagar juros mais baixos nas emissões de OT e persistentemente negativos nas colocações de BT este ano.

Custo da dívida cai desde 2011

Em setembro, o BCE cortou a taxa de depósitos em 0,1 pontos percentuais para -0,5% e relançou a compra líquida de ativos com 20 mil milhões por mês. No entanto, com a decisão de criar dois escalões na taxa de depósitos, o banco central acabou por dar fôlego aos bancos (são menos penalizados com o atual esquema de tiering) e deu um novo rumo às taxas de juro nos mercados.

Desde então, Portugal emitiu dívida de curto prazo com juros menos negativos e viu as taxas subirem ligeiramente em mercado secundário. Ainda assim, mantêm-se muito próximas de mínimos históricos. A yield das obrigações a dez anos negoceia nos 0,21%, enquanto todos títulos portugueses com maturidades até aos seis anos negoceiam com juros negativos.

Quase 50 mil milhões por pagar à troika

O IGCP tem aproveitado os baixos custos de financiamento para, por um lado, alongar maturidades: o prazo médio das novas emissões situa-se em 11 anos, enquanto a maturidade média de toda a dívida está em 7,8 anos.

Por outro lado, o Tesouro tem também feito reembolsos antecipados de dívida mais cara dos empréstimos da troika. Foi o que o país fez, na semana passada, com um pagamento ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF). Apesar de este reembolso ainda não estar incluído nos dados do boletim mensal do IGCP, a agência liderada por Cristina Casalinho confirma que “concluiu um pagamento antecipado do empréstimo do FEEF a Portugal”.

O pagamento total, equivalente a dois mil milhões de euros, foi executado a 17 de outubro e representa 7,3% do saldo vivo do empréstimo do EFSF a Portugal (27.328 milhões de euros). Este reembolso corresponde a amortizações de capital que originalmente eram devidas em agosto e em dezembro de 2025″, acrescenta o IGCP.

Portugal pagou antecipadamente toda o empréstimo do Fundo Monetário Internacional entre 2017 e 2018, esta operação representa o primeiro reembolso aos credores europeus. Ao FEEF, o país fica a dever outros 25,3 mil milhões de euros, que têm uma taxa de 1,7%. Já ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (atual Fundo de Resgate Europeu), Portugal tem uma dívida viva de 24,3 mil milhões de euros, a que paga um juro de 2,6%.

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Novo Banco quer despedir 27% dos trabalhadores em Espanha

  • ECO
  • 22 Outubro 2019

O banco liderado por António Ramalho apresentou aos sindicatos uma proposta que prevê a dispensa de 66 trabalhadores em Espanha, estando ainda previsto o fecho de balcões.

O Novo Banco quer emagrecer a sua atividade em Espanha, pretendendo por isso dispensar trabalhadores mas também fechar balcões. Segundo avança o El Confidencial (acesso livre), nesta terça-feira, o banco liderado por António Ramalho apresentou aos sindicatos uma proposta que prevê a dispensa de 66 trabalhadores, o equivalente a mais de um quarto do número total de funcionários que tem em Espanha, a maioria em Madrid.

De acordo com o El Confidencial, o plano apresentado pelo Novo Banco afetará 27% do quadro de trabalhadores que tem no mercado espanhol. O objetivo é que as negociações arranquem esta semana, ocasião em que se inicia um período legal de um mês para que seja estabelecido um acordo.

Caso não seja possível a chegada a um acordo nesse prazo, o Novo Banco poderá realizar despedimentos de forma unilateral. Contudo, aquilo que é habitual no setor da banca é que seja possível chegar a um acordo com os sindicatos, que conduzem a saídas por reforma antecipada ou voluntárias.

De acordo com os dados da associação de bancos de Espanha (AEB), citados pelo El Confidencial, o Novo Banco tem 236 trabalhadores em Espanha, distribuídos entre o negócio da banca tradicional e da banca privada. Contactado pelo ECO, não foi possível ainda ter uma reação do novo Banco.

Já em 2016, o Novo Banco levou a cabo um corte no número de trabalhadores em Espanha que afetou 125 pessoas, isto após uma proposta inicial que previa a dispensa de 145.

Desta vez, para além da dispensa de funcionários, o plano do banco detido controlado pela Lone Star prevê ainda o encerramento de balcões de uma rede atualmente composta por um total de 18.

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Infraspeak conclui ronda seed com investimento de três milhões de euros da Indico

Empresa do Porto que simplifica processos de gestão de operações conclui ronda seed de 4,6 milhões, depois de há um ano ter captado 1,6 milhões de euros.

A Infraspeak acaba de concluir uma ronda de financiamento seed iniciada em outubro do ano passado. Depois de ter levantado 1,6 milhões de euros em outubro de 2018, a startup portuense fechou nova ronda de financiamento, desta vez de três milhões de euros e levada a cabo pela Indico Capital Partners, totalizando 4,6 milhões de euros de investimento em fase seed.

Luís Martins e Felipe Ávila da Costa, fundadores da Infraspeak.

Fundada em 2015 por Felipe Ávila da Costa e Luís Martins, a Infraspeak criou uma solução de gestão de infraestruturas que automatiza, otimiza e simplifica os processos de gestão das operações de manutenção, limpeza, inspeções em infraestruturas complexas como hotéis, centros comerciais, hospitais e aeroportos. Nos últimos três anos, o negócio da empresa tem aumentado, ao nível de vendas, três dígitos por ano, informa em comunicado. Esta semana, Felipe Ávila da Costa comemorava, na sua página de Facebook, a contratação da 50.ª pessoa para a equipa da startup. “Com escritórios no Porto, em Londres, em Barcelona e em Florianópolis, e com trabalhadores remotos a partir de S. Paulo e Lisboa, a nossa equipa está a tornar-se mais internacional a cada mês, tendo já representadas oito nacionalidades diferentes”, escreveu o cofundador.

“Este investimento permitirá à empresa entrar em novos mercados, assim como acelerar o seu crescimento nos mercados em que já se encontra presente como Portugal, Brasil, Espanha, Estados Unidos e Reino Unido, onde já prestam serviço a mais de 25.000 instalações de clientes como os hotéis Intercontinental, Sheraton, Siemens, McDonalds, L’Oreal e Mitsubishi Electric, entre outros”, explica ainda.

“A procura por software de gestão de manutenção e infraestruturas está no nível mais alto de sempre, pelo que quanto mais rápido avançarmos para mais mercados, maior a probabilidade de atingirmos a nossa visão de sermos a solução de referência global deste setor”, refere Felipe Ávila da Costa, CEO da startup. Já Stephan Morais, managing general partner da Indico, acrescenta que foram dos primeiros investidores a acreditar “na equipa da Infraspeak juntamente com o acelerador americano 500 Startups” devido às suas “métricas impressionantes”, já nessa altura. “Vamos dar muito enfoque à continuação da construção de uma equipa experiente de vendas e marketing para alavancar o crescimento nesta próxima fase”, explica o responsável.

A Infraspeak torna-se assim a nona participada da Indico Capital Partners desde o lançamento do fundo, no início deste ano. Esta ronda torna-se a terceira maior do fundo de capital de risco, depois do investimento na berlinense Tier e na portuguesa Unbabel, que levantou a sua ronda Série C no final de setembro.

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Stephan Morais, da Indico: “2019 será provavelmente o melhor ano de sempre para o ecossistema empreendedor”

A dois meses de fechar o primeiro ano de atividade, o Indico Capital Partners conta com nove participadas e já chegou aos 50 milhões angariados para investimento.

Stephan Morais, partner da Indico Capital Partners, em entrevista ao ECO24, a 16 de janeiro de 2019.Hugo Amaral/ECO

Stephan Morais acredita que 2019 será o melhor ano de sempre para o ecossistema empreendedor português. “Se não for um ano recorde pela quantidade de rondas ou pelo valor angariado, será seguramente o melhor ano de sempre para o ecossistema empreendedor”, diz o general managing partner da Indico Capital Parners, em conversa com o ECO.

No rescaldo do investimento na nona empresa do portefólio da Indico — a Infraspeak, que anunciou esta terça-feira ter levantado uma ronda de financiamento de três milhões de euros, e que fecha a ronda seed no valor total de 4,6 milhões iniciada em outubro do ano passado –, Stephan Morais faz um balanço positivo dos primeiros dez meses de atividade do fundo lançado em janeiro deste ano e que é o maior fundo de capital de risco privado em Portugal. Ainda a angariar capital, o fundo já conseguiu juntar capital no valor de 50 milhões de euros vindo de 37 investidores, na sua grande maioria estrangeiros.

“Esta ronda não fecha um ciclo, mas temos agora nove empresas no nosso portefólio. O mais provável é chegarmos às 18 a 22 startups no nosso portefólio, porque é normal que a concentração do investimento em fundos do tipo do nosso se faça nos primeiros dois ou três anos de vida”, explica o responsável.

Neste primeiro ano de investimentos, a evolução do mercado surpreendeu Stephan Morais. “Não prevíamos que houvesse, logo no primeiro ano, empresas nossas a angariar rondas subsequentes, mais capital. Existe um conceito de J Curve, que descreve as perdas de um fundo nos primeiros tempos, e que tem a ver com o período negativo da carteira numa carteira de investimentos. Mas não a sentimos, a nossa carteira tem tido boa performance“, explica o partner do fundo.

Stephan Morais diz que o investimento deverá continuar, mas que se nota que as empresas olham com expectativa para o novo ano. “As empresas preparam-se para se tornarem sustentáveis o mais rapidamente possível”, justifica, sobre a incógnita envolvendo um abrandamento económico já no próximo ano.

No entanto, na hora de procurar futuros investimentos, o managing partner diz que os contactos à Indico continuam numa média de dez por semana, 40 por mês. “Algumas das empresas são espanholas à procura de conseguir desenvolver os mercados internacionais, porque não têm a visão de mercado global das startups portuguesas, tendem a começar e a passar os primeiros anos no mercado doméstico”.

“No último ano, continuou a evolução do ecossistema português. Há mais startups com maior ambição e com maiores perspetivas de angariação de capital, tanto nacional como estrangeiro”, acrescenta.

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Egípcia SWVL escolhe Lisboa para hub europeu. Quer contratar 150 pessoas

Scaleup egípcia abre esta terça-feira o primeiro escritório na Europa. Hub tecnológico vai ficar instalado no LACS Anjos, que ocupa o edifício remodelado do antigo Tribunal do Trabalho.

A scaleup egípcia SWVL acaba de chegar à Europa e escolheu Lisboa para instalar o seu hub tecnológico. Nos planos da empresa está a contratação de 150 pessoas para integrarem os escritórios da empresa, instalados no LACS Anjos, espaço de cowork que ocupa o edifício remodelado do antigo Tribunal do Trabalho.

Entre as prioridades da empresa está a contratação de pessoas para a área tecnológica, e para posições como head of engineering, data scientists ou developers.

“Tenho apoiado fortemente a decisão de Lisboa para o nosso tech hub. Lisboa tem uma imensa oferta de talento tecnológico, local e internacionalmente e iremos concentrar aqui o núcleo tecnológico do nosso negócio. Contrariamente a algumas empresas que escolhem Portugal para expandir funções de back-office, vemos o tech hub de Lisboa como um escritório estratégico e o plano é focarmos o desenvolvimento do produto a partir daqui”, explica Nádia Pais, diretora global de recursos humanos da SWVL.

"Vemos o tech hub de Lisboa como um escritório estratégico e o plano é focarmos o desenvolvimento do produto a partir daqui.”

Nádia Pais

Diretora global de recursos humanos

Fundada em 2017, no Cairo, a empresa criou uma solução que tem como objetivo mudar a forma como os locais viaja na região MENA, oferecendo um sistema de transporte de massa baseado numa aplicação que permite aos passageiros partilhar rotas comuns com uma tarifa plana, sem aumento de preço. De acordo com dados da empresa, o serviço da SWVL é 70% mais económico do que o da concorrência dos transportes partilhados.

Nos últimos dois anos, a scaleup angariou 73 milhões de euros em várias rondas de financiamento e tem conta, neste momento, com a maior ronda levantada por uma empresa egípcia, no valor de 36 milhões de euros. Presente em seis cidades de três países, a empresa conta já com 600 trabalhadores em cinco cidades e está a contratar mais de 100 até ao final deste ano, graças à abertura do tech hub em Lisboa e de mais dois escritórios.

 

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Brexit: UE nunca será culpada de uma saída sem acordo, coincidem Tusk e Juncker

  • Lusa
  • 22 Outubro 2019

Presidente do Conselho Europeu e da Comissão Europeia dizem que tudo foi feito, do lado da União Europeia, de modo a evitar um Brexit sem acordo.

O presidente do Conselho Europeu e o da Comissão Europeia coincidiram esta terça-feira na desresponsabilização da União Europeia em caso de um Brexit sem acordo, recordando que, do lado europeu, tudo foi feito para evitar esse cenário.

Dirigindo-se aos eurodeputados em Estrasburgo (França), no debate sobre os resultados da cimeira europeia da passada semana, Donald Tusk assumiu que neste momento a situação da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) é “bastante caótica, depois dos eventos do último fim de semana” em Londres.

“Os britânicos pediram uma extensão do processo do Artigo 50.º [do Tratado da UE], estou a consultar os líderes sobre como reagir e decidirei nos próximos dias. É óbvio que essa decisão dependerá do que o parlamento britânico decidir ou não decidir. Devemos estar preparados para qualquer cenário, mas uma coisa tem de ser clara: como disse ao primeiro-ministro [Boris] Johnson no sábado, um Brexit sem acordo nunca será a nossa decisão”, vincou o presidente do Conselho Europeu.

A mesma linha foi seguida por Jean-Claude Juncker que, no seu último debate sobre as conclusões de um Conselho Europeu, começou por lamentar ter passado tanto tempo do seu mandato de cinco anos a lidar com o Brexit.

“Foi uma perda de tempo e uma perda de energia. A Comissão trabalhou incansavelmente para negociar um acordo com o Reino Unido, para respeitar a decisão do Reino Unido de sair da UE. Agora temos um acordo que cria certeza legal para a saída. Foi preciso muito trabalho para chegar a ele. Ouvi o primeiro-ministro Johnson como anteriormente ouvi Theresa May. Os nossos negociadores trabalharam sem parar e, mais uma vez, demonstraram criatividade. O acordo que alcançámos cumpre todas as exigências deste Parlamento”, realçou.

Para o presidente do executivo comunitário, a UE poderá, “pelo menos”, olhar-se nos olhos e estar segura de que tudo fez para que a saída daquele país do bloco comunitário fosse ordenada.

“Neste espírito, preparamos a UE para qualquer eventualidade, independentemente do que acontece do outro lado do canal. Precisamos agora de acompanhar os eventos em Westminster muito atentamente”, disse, aproveitando a ocasião para defender a decisão da assembleia europeia de não votar o acordo revisto antes que este seja ratificado por Londres.

Na segunda-feira, a Conferência de Presidentes do PE decidiu não votar o texto até que este passe na Câmara dos Comuns, já depois de o presidente daquela assembleia, John Bercow, ter recusado uma proposta do Governo britânico para submeter de novo a votação o acordo para o Brexit, alegando que uma moção sobre o acordo já havia sido apresentada aos deputados no sábado e que seria “repetitivo e confuso” debater novamente.

No sábado, o Governo acabou por retirar a proposta antes de ser votada devido à aprovação da emenda que suspendia a ratificação final do acordo até ser aprovada a legislação que regulamenta o texto e Boris Johnson escreveu a Tusk para pedir uma prorrogação do Brexit até 31 de janeiro.

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Dívida dá forte queda, mas Portugal ainda tem a 3.ª maior da UE

  • Lusa
  • 22 Outubro 2019

A dívida pública portuguesa teve o terceiro maior recuo homólogo e o maior em cadeia entre os Estados-membros da UE no segundo trimestre do ano, mas continua a ser a terceira maior (121,2%).

A dívida pública portuguesa teve o terceiro maior recuo homólogo e o maior em cadeia entre os Estados-membros da União Europeia (UE) no segundo trimestre do ano, mas continua a ser a terceira maior (121,2%), segundo o Eurostat.

Na zona euro, o rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB) baixou para os 86,4%, face aos 87,3% do período homólogo e os 86,5% dos primeiros três meses do ano.

Na UE a dívida pública recuou para os 80,5% entre abril e junho, quer na comparação homóloga (81,5%), quer na variação trimestral (81,1%), mantendo Portugal o terceiro maior rácio (121,2% do PIB), depois da Grécia (180,2%) e de Itália (138,0%).

Os menores rácios da dívida pública registaram-se na Estónia (9,3%), no Luxemburgo (320,3%) e na Bulgária (20,4%).

Segundo o gabinete estatístico europeu, Portugal registou o terceiro maior recuo da dívida pública face ao segundo trimestre de 2018 (4,5 pontos percentuais) e o maior na comparação com os primeiros três meses do ano (2,5 pontos), entre os 28 Estados-membros.

As maiores subidas homólogas foram observadas em Chipre (6,4 pontos), na Grécia (2,7) e em Itália (2,0) e os principais recuos na Hungria e Eslovénia (-5,2 pontos cada), Áustria (-4,7), Portugal (-4,5) e Irlanda (-4,4).

Do primeiro para o segundo trimestre do ano, o peso da dívida em percentagem do PIB teve os maiores recuos em Portugal (-2,5 pontos), na Grécia (-1,9) e na Irlanda (-1,6) e os principais avanços em Chipre (4,0 pontos), na Lituânia (2,1) e na Finlândia (1,8 pontos percentuais).

Face ao segundo trimestre de 2018, oito Estados-membros viram a sua dívida pública crescer e os restantes 20 recuar, enquanto na comparação com os primeiros três meses do ano, o peso da dívida subiu em dez Estados-membros, recuou em 16 e manteve-se estável em Espanha e na França.

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