Patrícia Gaspar e Antero Luís vão ser secretários de Estado

  • ECO
  • 21 Outubro 2019

Além da 2.ª comandante nacional da ANEPC, também Antero Luís será secretário de Estado do Ministério de Eduardo Cabrita. Alexandra Leitão, escolhida para ministra, fica com a pasta das autarquias.

António Costa vai levar a Marcelo Rebelo de Sousa os nomes de Patrícia Gaspar, a segunda comandante nacional da ANEPC, e de Antero Luís, juiz desembargador, para as secretarias de Estado da Proteção Civil e da Administração Interna, respetivamente. Também deverá dar a conhecer ao Presidente que o Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública ficará com a pasta das autarquias.

De acordo com o Jornal de Notícias (acesso livre), Patrícia Gaspar, conhecida pelas conferências de imprensa durante os trágicos incêndios de 2017, foi o nome escolhido por Costa e também pelo ministro da tutela, Eduardo Cabrita, para a Proteção Civil. Será, refere o jornal, a primeira mulher a ocupar a cadeira da Secretaria de Estado da Proteção Civil.

A Renascença, por seu lado, revela que o juiz desembargador Antero Luís será o próximo secretário de Estado da Administração Interna, fazendo parte da equipa do ministro Eduardo Cabrita.

Trata-se de um regresso a uma área que conhece bem e onde já cumpriu várias comissões de serviço, refere a RR. Antero Luís foi diretor-geral do Serviço de Informações de Segurança (SIS) entre 2005 e 2011 e foi depois secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna durante três anos, até 2014.

Não tem secretário de Estado conhecido, mas já se sabe que Alexandra Leitão, a futura ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública vai ficar com a pasta das autarquias no novo Governo. A informação foi avançada por Luís Marques Mendes, no seu habitual espaço de comentário de domingo à noite na SIC.

Esta pasta esteve entregue ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, mas passa agora para as mãos da ainda secretária de Estado da Educação, que fica com um dos ministérios mais abrangentes do novo Governo, a que se soma a Modernização do Estado, até aqui entregue a Mariana Vieira da Silva, e a Administração Pública, que está no ministério de Mário Centeno.

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Obrigacionistas do BCP votam fusão com Banco de Investimento Imobiliário

  • Lusa
  • 21 Outubro 2019

Os obrigacionistas são chamados a pronunciarem-se "relativamente aos possíveis prejuízos" que os possam onerar "decorrentes da fusão por incorporação" do BII com o BCP.

Os detentores de obrigações do Banco Comercial Português (BCP) irão reunir-se em Assembleia-Geral (AG) para deliberar sobre “possíveis prejuízos” da fusão entre a instituição e o Banco de Investimento Imobiliário.

De acordo com o ponto único da ordem de trabalhos da convocatória desta AG, divulgada no dia 17 de setembro através da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o objetivo da assembleia é que os obrigacionistas se pronunciem “relativamente aos possíveis prejuízos” que os possam onerar “decorrentes da fusão por incorporação, mediante transferência global do património, do Banco de Investimento Imobiliário S.A. no Banco Comercial Português, S.A.”

O projeto de fusão entre as duas sociedades do mesmo grupo, que acompanha a convocatória, também publicado no site da CMVM, refere que a iniciativa é justificada, “no fundamental, por razões de natureza estratégica, relacionadas com o processo de simplificação organizativa que vem decorrendo nos últimos anos”.

O procedimento enquadra-se “no processo de reestruturação e de reorganização das sociedades que integram o Grupo Banco Comercial Português”, das quais o Banco de Investimento Imobiliário faz parte, referindo que a fusão também acontece “com o propósito de eliminar estruturas redundantes”.

Apesar disso, a operação não implicará “redundância ou supressão de postos de trabalho”, de acordo com o projeto de fusão.

Segundo o documento, disponível no site da CMVM, atualmente os trabalhadores desempenham “funções que não serão afetadas pela fusão”, salientando ainda que “a única alteração que decorrerá da fusão projetada resumir-se-á ao facto de os trabalhadores com sociedade de contrato BII [Banco de Investimento Imobiliário] passarem a ter um vínculo laboral ao BCP”.

O BCP adianta ainda que a fusão irá manter as funções dos trabalhadores intactas, uma vez que “a atividade da sociedade incorporada [BII], com exceção da atividade desenvolvida pelos membros dos órgãos sociais, é já nesta data assegurada por prestação de serviços da sociedade incorporante [BCP]”.

A fusão foi aprovada a 12 de setembro pelos respetivos Conselhos de Administração, segundo informação comunicada à CMVM.

“O Banco Comercial Português informa que o seu Conselho de Administração e o Conselho de Administração do Banco de Investimento Imobiliário aprovaram hoje [12 de setembro] o projeto de fusão do Banco de Investimento Imobiliário, uma subsidiária detida a 100% pelo Banco Comercial Português, por incorporação neste último”, referia o comunicado.

O BCP tinha anunciado, em 19 de junho último, que estava a estudar a operação, a realizar até ao final do ano.

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5 coisas que vão marcar o dia

Novos dados do endividamento da economia, dos produtos de poupança do Estado e dos juros da casa serão conhecidos esta segunda-feira. Os desenvolvimentos do Brexit são o foco lá fora.

A semana arranca com uma série de dados económicos em Portugal. Ao longo da manhã serão conhecidos o endividamento da economia, os dados dos certificados do Tesouro e dos juros implícitos do crédito à habitação, enquanto os obrigacionistas do BCP se reúnem para falar sobre a fusão com o BII. Lá fora, o destaque vai estar nos avanços do Brexit.

Endividamento da economia continua a descer?

O endividamento da economia portuguesa desce há dois meses seguidos e esta segunda-feira o Banco de Portugal irá revelar novos dados, onde será possível perceber se a tendência se manteve em agosto. O indicador, que é calculado pelo Banco de Portugal e inclui o endividamento das Administrações Públicas, das empresas do setor público, privado e dos particulares, desceu para 728,7 mil milhões de euros em julho. Trata-se do segundo recuo mensal depois de em maio ter observado um recorde de 733,9 mil milhões de euros.

Certificados do Tesouro engordam

Os produtos de poupança do Estado têm aumentado todos os meses desde dezembro do ano passado. Em agosto, as aplicações aumentaram em 81 milhões de euros, com o valor do investimento total a crescer perto de 650 milhões de euros no acumulado do ano. O investimento em certificados do Tesouro cresceu 68 milhões de euros, em agosto, enquanto as aplicações em certificados de Aforro aumentaram 13 milhões de euros. Esta segunda-feira, o boletim estatístico do Banco de Portugal irá divulgar novos dados referentes a setembro.

Juros da casa em setembro

Os juros no crédito à habitação em setembro vão ser conhecidos esta segunda-feira, após terem aliviado de máximos de três anos no mês anterior. Em agosto, e pela primeira vez desde novembro, a taxa de juro média aplicada pelos bancos nos empréstimos para a aquisição de casa baixou. Fixou-se em 1,077%, um mínimo desde abril, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que vão ser agora atualizados.

Obrigacionistas do BCP decidem sobre fusão

Os obrigacionistas do BCP vão encontrar-se esta segunda-feira, a partir das 9h, para uma assembleia geral em que vão discutir a fusão do BCP com o Banco de Investimento Imobiliário. De acordo com o projeto de fusão, o negócio entre as duas sociedades do mesmo grupo não implicará “redundância ou supressão de postos de trabalho”. A única alteração que decorrerá da fusão projetada resumir-se-á ao facto dos trabalhadores com sociedade de contrato BII passarem a ter um vínculo laboral ao BCP.

Brexit: mercados reagem ao Super Sábado

O Parlamento britânico reuniu-se, este fim de semana, a um sábado pela primeira vez em 37 anos. Foi no Super Sábado — como lhe apelidou a oposição — que os parlamentares aprovaram a emenda ao acordo do Brexit, que suspendeu a votação dos termos negociados com Bruxelas, forçando o Executivo britânico a pedir ao Conselho Europeu um novo adiamento da saída. Ainda assim, Boris Johnson continua a dizer que rejeita tal prolongamento e mantém a determinação em concretizar o divórcio a 31 de outubro.

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Espanhóis da Merlin podem chegar à maior montra da bolsa portuguesa já em março

"O objetivo é a entrada no PSI-20", diz o responsável da Merlin em Portugal, ao ECO. Com seis mil milhões de euros em capitalização bolsista, poderá ser a quinta maior cotada do índice de referência.

A espanhola Merlin Properties poderá ter entrada direta para o principal índice acionista português PSI-20 já em março. Com uma capitalização bolsista superior a seis mil milhões de euros, a empresa — que anunciou recentemente que irá entrar para a bolsa portuguesa — diz que a meta é negociar na maior montra de cotadas em Portugal e poderá ser a quinta maior empresa do índice.

João Cristina, responsável da Merlin em Portugal, explica ao ECO que “o objetivo é a entrada no PSI-20”, mas sublinha que “a data dependerá também da análise do comité do PSI-20“.

A empresa do setor imobiliário já tinha apontado a intenção de ser cotada em Lisboa para ter maior visibilidade no mercado português. Como está cotada em Espanha, a empresa já está familiarizada com os requisitos necessários e espera concretizar o processo até ao final do ano.

O objetivo é a entrada no PSI-20. Porém, a data dependerá também da análise do comité do PSI-20. Se aprovada a nossa entrada, e uma vez que a capitalização bolsista da Merlin é de cerca de seis mil milhões de euros, ocuparíamos o quinto lugar entre as empresas listadas em Portugal.

João Cristina

Responsável da Merlin em Portugal

Deverá assim ser considerada na próxima revisão anual do PSI-20, em março, e preencher os requisitos necessários para integrar o índice: pelo menos 100 milhões de euros em capitalização bolsista efetivamente dispersa (free float market capitalization) e um mínimo de 15% de dispersão do capital (free float).

Como será uma empresa recém-cotada em Lisboa terá de ter também um mínimo de 20 sessões negociadas, mas mesmo que o listing resvale para janeiro ainda será possível.

“A operação é um dual listing puro, havendo um listing das mesmas ações cotadas em Espanha, na bolsa portuguesa. Desta forma, os investidores portugueses podem adquirir ações da Merlin na bolsa portuguesa”, refere João Cristina. “Se aprovada a nossa entrada, e uma vez que a capitalização bolsista da Merlin é de cerca de seis mil milhões de euros, ocuparíamos o quinto lugar entre as empresas listadas em Portugal“.

Merlin poderá vir a ser a quinta maior empresa do PSI-20

Fonte: Reuters

Há mais de um ano com 18 cotadas

Das 18 cotadas que preenchem o PSI-20, há apenas quatro que têm uma capitalização bolsista superior à Merlin. A EDP tem mais do dobro, com quase 13 mil milhões de euros em capitalização bolsista. Segue-se a Galp Energia, acima dos dez mil milhões, bem como a Jerónimo Martins e a EDP Renováveis, com 9,5 mil milhões e 8,5 mil milhões, respetivamente.

Com a potencial entrada da Merlin em março de 2020, o PSI-20 ainda não chega ao número de componentes que lhe dá nome, mas poderá voltar a ter 19 cotadas, o que não acontece desde setembro de 2017. As regras do índice determinam que não pode ter menos de 18 empresas cotadas, mas com a saída do BPI, no seguimento da OPA do CaixaBank, foi o que aconteceu durante um mês, no início de 2017.

A entrada da Novabase e da Ibersol levaram o número de componentes de volta para 19, mas a exclusão das unidades de participação do Montepio em setembro desse ano deixou o índice novamente no limite das regras. Na última revisão anual, em março de 2018, a Novabase regressou ao PSI Geral e a F.Ramada foi promovida ao PSI-20. O Comité do PSI-20 poderá, no entanto, aproveitar a próxima revisão para excluir alguma das cotadas mais pequenas.

Espanhóis de volta a Lisboa

A operação da Merlin traz também de volta a presença espanhola à bolsa de Lisboa, que foi comum no início do século. Entre as empresas espanholas que fizeram dual listings nessa altura estiveram outros quatro grupos. O banco Santander foi o último resistente, mas acabou por deixar a bolsa portuguesa no ano passado, quando saiu também das bolsas da Argentina, Brasil, Itália e México no âmbito de um “processo de racionalização”.

Além deste, também o (desde então falido) Banco Popular Espanhol abandonou o índice em 2013, enquanto a construtura Sacyr Vallehermoso — que comprou a Somague, da família Vaz Guedes, em 2000 — saiu em 2012. A empresa produtora de embalagens de cartão Europac só negociou em Lisboa mesmo entre 2007 e 2009.

O Espírito Santo Financial Group, sociedade luxemburguesa que detinha 20,1% do Banco Espírito Santo, fecha a lista de empresas que fizeram dual listing, sendo que negociava nas bolsas de Lisboa e do Luxemburgo até à queda do grupo em julho de 2014. Atualmente, o único dual listing existente é o da própria Euronext — empresa gestora de bolsas como a portuguesa –, que está cotada em todos os seus mercados.

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Ainda ninguém sabe como aplicar três normas da nova Lei Laboral

Desde o início de setembro que a nova lei laboral está publicada em Diário da República, está em vigor desde 1 de outubro, mas há normas que continuam a despertar dúvidas, avisam os juristas.

As novas leis laborais estão em vigor desde o início do mês, mas nem todas as normas estão esclarecidas. De acordo com os juristas ouvidos pelo ECO, as mudanças trazidas pela recente revisão do Código do Trabalho estão a deixar múltiplas dúvidas relativamente a, pelo menos, três áreas: a formação contínua, o novo banco de horas grupal e a famosa taxa de rotatividade a ser paga pelas empresas que recorram “em excesso” aos contratos a prazo.

Estas mudanças na lei laboral tiveram por base um acordo que envolveu quase todos os parceiros reunidos na Concertação Social (só a CGTP recusou subscrever), o que acabou por ser apontado por Marcelo Rebelo de Sousa como uma das razões para a promulgação deste diploma, que tantas críticas gerou por parte dos partidos mais à esquerda.

Daí que, uma semana antes da entrada em vigor do Código do Trabalho revisto, o PCP, o Bloco de Esquerda e o PEV tenham apresentado no Tribunal Constitucional um pedido de fiscalização sucessiva de três das normas incluídas neste pacote: o alargamento de 90 dias para 180 dias do período experimental para os trabalhadores à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração; o duplo alargamento dos contratos de muito curta duração (cuja duração sobe 15 dias para 35 dias, passando também a estar disponíveis a todos os setores) e a caducidade da contratação coletiva.

Enquanto estas medidas deixam dúvidas às bancadas mais à esquerda relativamente à sua constitucionalidade (nomeadamente no que diz respeito aos princípios da igualdade e da segurança no emprego), outras normas deixam dúvidas aos juristas ouvidos pelo ECO do ponto de vista da sua aplicação.

É o caso do alargamento da formação contínua. Desde 1 de outubro que a lei prevê que o trabalhador tem “direito, em cada ano, a um número mínimo de quarenta horas de formação contínua ou, sendo contratado a termo por um período igual ou superior a três meses, a um número mínimo de horas proporcional à duração do contrato nesse ano”. Na versão anterior do Código do Trabalho — em vigor até 31 de setembro deste ano –, estavam apenas previstas 35 horas de formação contínua.

Ora, a dúvida está exatamente em como aplicar esse novo período, a três meses do fim de um ano civil durante grande parte do qual vigoraram apenas as 35 horas referidas.

Num seminário promovido, esta terça-feira, pela Garrigues sobre a reforma da lei laboral, a jurista Magda Nunes frisou essa dificuldade, referindo que ainda não é certo se se aplica um período de formação proporcional (considerando que as 35 horas vigoraram em nove meses do ano e as 40 horas em apenas três), se se passam a aplicar as 40 horas consoante os anos de antiguidade dos trabalhadores (isto é, assumindo como referência a sua data de admissão) ou se as 40 horas se aplicam a partir apenas de janeiro.

A mesma questão já tinha sido destacada ao ECO pelo jurista André Nascimento, da Uría Menéndez, que tinha ainda chamado a atenção para a falta de uma norma transitória que esclareça essa questão.

Perante esta dúvida, o ECO questionou o Ministério do Trabalho e da Segurança Social, que explicou que foi pedida à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) uma “interpretação técnica dessa norma, uma vez que é esta a entidade a quem cabe fiscalizar”.

O ECO aproveitou para averiguar junto da inspetora da ACT Cláudia Caramelo (também presente no seminário da Garrigues) o estado deste pedido, tendo conseguido apurar que os serviços centrais ainda estão a trabalhar na interpretação em causa. De notar que este alargamento do período de formação contínua foi incluído na revisão do Código do Trabalho por proposta do PCP, que face a estas dúvidas disse ao ECO que o que a lei define são os mínimos, cabendo às empresas fazer os cálculos.

Novo banco de horas deixa dúvidas

Outra das normas que está a gerar interpretações diversas é o novo banco de horas grupal, que é decidido por um referendo, no âmbito do qual, 65% dos trabalhadores têm de concordar com a aplicação deste regime.

O jurista Ricardo Grilo sublinhou que esta nova figura deixa dúvidas face à entrada e saída de outros trabalhadores numa mesma empresa que recorra a este tipo de banco de horas.

“Havendo alteração na composição da equipa, secção ou unidade económica, o disposto no número anterior aplica-se enquanto os trabalhadores que permanecerem forem, pelo menos, 65% do número total dos trabalhadores abrangidos pela proposta de referendo“, é explicado na Lei nº93/2019. Ricardo Grilo deixa, contudo, a pergunta: E se, por exemplo, a equipa aumentar desses originais 100 trabalhadores para 200? Na prática, mantêm-se 65% do número total de trabalhadores referendados.

O jurista da Garrigues sublinha, ainda, que fica por esclarecer de que forma se define essa “equipa, secção ou unidade económica” referida na lei e por fixar o número máximo e mínimo de referendos a realizar por ano.

A terceira grande matéria laboral a despertar dúvidas é a nova contribuição adicional para a Segurança Social a ser paga pelas empresas que recorram “em excesso” aos contratos a prazo, que ficou conhecida como taxa de rotatividade.

De acordo com o Código do Trabalho revisto, as empresas que “apresentem um peso anual de contratação a termo resolutivo superior” à média do setor em que se inserem vão pagar, a partir de 2021, uma contribuição extra que tem como base de incidência “o valor total das remunerações bases” relativas a contratos a termo e segue uma aplicação progressiva até 2%.

Em conversa com o ECO, o jurista André Nascimento já tinha alertado para a indefinição da expressão “peso anual de contratação a termo”, referindo que tanto podem estar em causa os novos contratos a prazo celebrados em determinado ano (por exemplo, em 2020, já que a taxa só deverá começar a ser aplicada a partir de 2021) como o conjunto acumulado de contratos a prazo em vigor no seio de uma determinada empresa.

O ECO enviou também esta questão para o Ministério do Trabalho e da Segurança Social, que respondeu que esta contribuição adicional ainda terá de ser regulamentada. “Será nessa sede que todos os conceitos da lei e fórmulas serão concretizados”, disse fonte oficial.

De resto, esse decreto regulamentar terá ainda, pelo menos, mais três dúvidas a esclarecer. Por um lado, está ainda por explicar como são definidos os setores em relação aos quais as empresas comparam o seu peso anual de contratação a termo, salientou a jurista Inês Fialho, no mesmo evento da Garrigues. Por outro, não é claro se o trabalho temporário “em excesso” também dará azo ao pagamento da taxa de rotatividade. E ainda por outro, está por conhecer a “escala de progressividade” desta nova contribuição, tendo o Governo referido, em ocasiões anteriores, a possibilidade de se fixarem quatro escalões.

A especialista em Direito Laboral rematou com uma nota sobre a operacionalização prática desta nova taxa: É que a contribuição em questão vai ter como base de incidência não a totalidade dos rendimentos pagos aos contratados a prazo, mas apenas as remunerações base. “Creio que para a Segurança Social não vai ser fácil”, enfatizou Inês Fialho.

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Costa leva hoje lista de secretários de Estado a Marcelo

  • Lusa e ECO
  • 20 Outubro 2019

Marcelo Rebelo de Sousa recebe o primeiro-ministro em audiência às 11h00 desta segunda-feira. O motivo é o anúncio da lista de secretários de Estado do novo Governo.

António Costa vai ter já esta segunda-feira uma audiência formal com o Presidente da República, para levar a Marcelo Rebelo de Sousa a lista de secretários de Estado do novo Governo, informação confirmada oficialmente na agenda da Presidência da República.

Uma nota do gabinete do primeiro-ministro divulgada ao final da tarde de domingo revelou que António Costa pediu uma audiência ao Presidente da República “para lhe apresentar os nomes dos secretários de Estado que farão parte do XXII Governo Constitucional”.

Cerca de 30 minutos depois, uma nota de agenda da Presidência da República informava que esta audiência se realizará esta segunda-feira, pelas 11h00, no Palácio de Belém e, poucos minutos depois, também o gabinete de António Costa divulgou o encontro.

Na terça-feira, o primeiro-ministro apresentou ao chefe de Estado o elenco de 19 ministros do novo executivo, a que Marcelo Rebelo de Sousa deu o seu assentimento.

Apresentados os ministros e os secretários de Estado, fica a faltar a tomada de posse do Governo, mas ainda não se sabe quando acontecerá. Estava prevista pelo próprio Presidente para quarta-feira, mas a data vai ser adiada.

Esta primeira data para a tomada de posse ficou em causa por causa de uma iniciativa do PSD junto do Tribunal Constitucional por causa da votação dos emigrantes. Agora, na melhor das expectativas, a tomada de posse de ministros e secretários de Estado poderá decorrer na sexta-feira.

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Cascais vai ter 430 apartamentos para estudantes. Rendas começam nos 300 euros

Cascais vai ter 1.608 novos apartamentos para estudantes: 1.178 de privados e 430 da autarquia, que contarão com rendas desde 300 até aos 450 euros.

O aumento dos preços das casas, mas também das rendas, assim como a falta de camas para estudantes, não é um exclusivo de Lisboa ou do Porto. Cascais já sente os efeitos do boom, estando a colocar no terreno um plano de 150 milhões de euros para os mitigar. Parte desta verba será gasta na construção de residências universitárias com 430 quartos da autarquia que contarão, a partir do próximo ano letivo, com rendas que irão de 300 aos 450 euros.

“Estamos a desenvolver um plano municipal de habitação mais arrojado”, começou por dizer o autarca ao ECO, referindo a “enorme pressão” que Lisboa e Porto têm sentido, principalmente com o turismo. Parte desse plano está focado nos estudantes, com o objetivo de “captar mais faculdades” para aquela zona, depois da chegada da Nova School of Business and Economics a Carcavelos em 2017.

A ideia é “dividir esforços entre o privado e o público”, ou seja, promover a instalação de empresas em Cascais, com a abertura de residências de estudantes a “preços de mercado”, e a construção de imóveis em terrenos da câmara, com vários tipos de preços. Ao todo serão 1.608 novos apartamentos: 1.178 de privados e 430 da autarquia.

Da parte da Câmara Municipal de Cascais, as zonas já estão escolhidas. Uma das futuras residências para estudantes será o Mosteiro de Santa Maria do Mar, em Sassoeiros, as três restantes irão nascer no Bairro dos Pescadores e no Bairro Marechal Carmona, este último com dois edifícios.

Em termos de investimento, a autarquia vai investir 18 milhões de euros nestas 430 unidades estudantis, revelou o presidente Carlos Carreiras ao ECO, sendo que as primeiras estarão concluídas no início do próximo ano letivo.

Mas, e os preços? Ressalvando que as residências privadas terão “preços de mercado”, ou seja, não serão controlados, as da própria câmara terão um pouco de tudo. No caso das unidades públicas, a ideia foi “garantir que o valor das rendas é muitíssimo mais acessível do que o dos privados”. No Mosteiro de Santa Maria do Mar, que terá 100 habitações, as rendas não vão ultrapassar os 300 euros.

Nos restantes edifícios estudantis, que terão também outro tipo de serviços como espaços de coworking, as rendas podem chegar aos 450 euros, por mês, adiantou o autarca. Isto porque, para a Câmara de Cascais, é preciso “não apostar apenas na habitação social, mas sim na função social da habitação”.

Plano prevê mais 1.300 fogos de habitação acessível

Outra das vertentes previstas no plano municipal de habitação de Cascais é a habitação social. “Esta é uma tentativa de ultrapassar o problema e responder à forte pressão imobiliária que existe. Se a habitação tem uma função social, não cabe aos privados suportar o peso de cumprir essa responsabilidade social, mas sim ao Estado“, referiu o presidente Carlos Carreiras.

Nesse sentido, estão a ser construídos 1.300 fogos de habitação acessível, que se somarão aos 2.600 fogos de habitação social que já existem. “Temos consciência de que, quando tudo ficar concluído, o parque habitacional de Cascais será apenas 4%. E estamos conscientes de que não vamos resolver na íntegra todos os problemas, mas estamos a dar os primeiros passos de forma bastante arrojada”, sublinhou o autarca.

Estes fogos incluem a inauguração, já este mês, de dois polos de habitação — 110 alojamentos — para os cidadãos deficientes, especialmente para os que não têm autonomia. Além disso, a câmara vai também recuperar os bairros da primeira geração de bairros sociais, “aumentando a capacidade construída para ter habitação acessível, quer para jovens como para a classe média”.

Para esses 1.300 fogos municipais, a autarquia vai desembolsar 130 milhões de euros, adiantou ao ECO Carlos Carreiras, elevando para 150 milhões o custo total de plano municipal de habitação. “Neste momento temos de colocar a questão da habitação como uma prioridade que não pode ser adiada. Temos de dar sinais de que estamos a abrir caminhos para que possa ser mitigada”, conclui.

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Brokerslink faz parceria com a Swiss RE Corporate Solutions

  • ECO Seguros
  • 20 Outubro 2019

A rede global de brokers Brokerslink anunciou um acordo estratégico com a Swiss Re Corporate Solutions para desenvolver uma plataforma de gestão de um programa de seguros dedicado para a sua rede.

A rede global de brokers Brokerslink anunciou um acordo estratégico com a Swiss Re Corporate Solutions para desenvolver uma plataforma de gestão de um programa de seguros dedicado para a sua rede.

Andreas Berger, CEO da Swiss Re Corporate Solutions e José Manuel Fonseca, Chairman da Brokerslink e CEO do grupo MDS.

A Brokerslink, cujo chairman é José Manuel Fonseca, CEO do grupo MDS, o corretor de seguros líder em Portugal, construiu uma nova plataforma de negócio, concebida pela Swiss Re Corporate Solutions, que vai permitir a toda a sua rede de brokers gerir e propor propostas estruturadas e programas a partir de uma única plataforma online.

Com este acordo, a Swiss Re Corporate Solutions torna-se num parceiro estratégico de negócios para a Brokerslink. Citado no comunicado, José Manuel Fonseca considera que a colaboração permitirá dotar a rede de brokers com uma solução que potencia vantagens competitivas.

Andreas Berger, CEO, Swiss Re Corporate Solutions, considera que este acordo assinala a vontade conjunta de usar a tecnologia para reconfigurar a indústria de seguros e aumentar a eficiência.

A rede Brokerslink envolve 18 mil profissionais do sector dos seguros. Fundada pela MDS, gere uma rede de brokers e speciality risk & consulting firms presente em cerca de 110 países.

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Trump já não vai realizar próxima cimeira do G7 no seu clube de golfe em Miami

  • Lusa
  • 20 Outubro 2019

Afinal, a próxima cimeira dos líderes do G7 não vai ser realizada no clube de golfe de Donald Trump em Miami. Isto "devido à hostilidade louca e irracional dos media e dos democratas".

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abandonou a ideia de realizar a próxima cimeira dos líderes do G7 no seu próprio clube de golfe em Miami, Florida.

Devido à hostilidade louca e irracional dos media e dos democratas, não consideraremos mais o Trump National Doral, em Miami, como sede (da cimeira) do G7 em 2020“, escreveu no sábado Trump, na sua conta da rede social Twitter. “Começaremos imediatamente a procurar outro lugar, incluindo a possibilidade de (a residência presidencial oficial de) Camp David (Maryland). Obrigado!”, concluiu.

Donald Trump já tinha avançado com a possibilidade de levar a cimeira para um dos seus resorts, no final da anterior reunião do G7, na cidade francesa de Biarritz, mas provocou uma onda de críticas e de questões sobre possíveis conflitos de interesse.

Na quinta-feira, o chefe de gabinete do Presidente norte-americano anunciou que o G7 seria realizado no clube de golfe de Trump na Florida, ideia essa que foi agora no sábado retirada pelo Presidente norte-americano.

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Estes países têm os melhores sistemas de pensões do mundo

Que país tem o melhor sistema de pensões do mundo? Um estudo australiano indica que é a Holanda a merecer o troféu. Portugal não é citado e Espanha é penalizada pela fraca sustentabilidade do sistema.

É na Holanda, na Dinamarca e na Finlândia que se encontram os melhores sistemas de pensões do mundo, de acordo com um o Melbourne Mercer Global Pensions Index. A sustentabilidade, a integridade e a adequação são os critérios que servem de base a este estudo, que não menciona Portugal e indica que a vizinha Espanha está próxima da base do ranking (26º lugar de 37 países).

O estudo, que abrange quase dois terços da população mundial, coloca três questões principais: O sistema de pensões melhora a situação financeira dos pensionistas? O sistema de pensões é sustentável? O sistema de pensões tem a confiança da comunidade?

E é na Holanda que se encontram as melhores respostas a essas perguntas. O sistema de pensões holandês conquista 80,3 pontos, enquanto a média são 60,5 pontos. Segue-se o sistema de pensões dinamarquês, com 80,2 pontos. E o sistema finlandês consegue o terceiro lugar no pódio com 74,5 pontos.

No outro lado do espetro, o sistema de pensões da Argentina, com 39,2 pontos, é considerado o pior do mundo (ou melhor, dos 37 países analisados), penalizado sobretudo pela sua fraca pontuação no que diz respeito à sustentabilidade.

Também da base da tabela, aparece a Índia (com 44,6 pontos) e o México (com 45,3 pontos). Portugal não é sequer considerado neste estudo, mas a vizinha Espanha tem um lugar no ranking. Com 54,4 pontos, o sistema de pensões espanhol fica em 26º lugar, penalizado sobretudo pela sustentabilidade (nesse ponto, só consegue conquistar mesmo 27,8 pontos).

Os Estados Unidos (58,8 pontos) e o Reino Unido (62,5 pontos) aparecem a meio da tabela, salientando o estudo que estes países poderiam melhorar as suas classificações se subissem o limite mínimo das pensões atribuídas aos beneficiários com rendimentos mais baixos.

Este estudo australiano tem como principal objetivo promover a adoção de políticas que forneçam segurança financeira às populações mais velhas, num momento em que o envelhecimento demográfico tem conquistado terreno em todo o mundo.

Ainda que Portugal não apareça neste índice australiano, um estudo recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) indicava o sistema de pensões luso como “um bom exemplo” de como é possível equilibrar os objetivos de equidade entre beneficiários com as metas de sustentabilidade financeira. Essa não é, contudo, uma opinião consensual. Em julho, o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que o sistema de pensões português faz pouco por corrigir as desigualdades de rendimentos entre idosos, insistindo que é preciso mudar, por exemplo, a taxa de formação da pensão.

Ainda sobre a sustentabilidade do sistema português, o FMI sublinhou, no relatório sobre Portugal ao abrigo do Artigo IV, que o sistema luso é “dispendioso”, quando comparado com os padrões dos demais países.

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Q&A: Como está a Tranquilidade a segmentar produtos

  • ECO Seguros
  • 20 Outubro 2019

Carlos Silva, Diretor de Oferta da Tranquilidade explica como e porquê a companhia está a ultra segmentar mercados e a desenhar produtos específicos para eles.

“A realidade é que há ainda muito potencial por capturar no setor dos seguros em Portugal. Mesmo em seguros tão importantes como os seguros de Vida e de Habitação, a penetração é ainda inferior a 50% do mercado potencial. Isto resulta muitas vezes mais do desconhecimento das vantagens destes seguros do que por limitações financeiras dos clientes. Neste sentido, há ainda um caminho a percorrer e uma cultura de prevenção a consolidar, e a forma como desenhamos, segmentamos e comunicamos as ofertas de forma clara para os clientes é crucial.

Carlos Silva, Director de Oferta da Tranquilidade: “Conhecer o mercado e dar novas respostas a novos negócios, a novos riscos e a diferentes estilos de vida”.

O nosso objetivo é sempre irmos ao encontro dos clientes e parceiros para identificar e satisfazer as necessidades do mercado em termos de produtos e serviços. Renovámos, recentemente, a nossa oferta ao nível dos acidentes pessoais, com uma opção para a família e orientada para vários grupos etários, porque um jovem de 20 anos tem necessidades de proteção diferentes de uma pessoa de 60. Foi neste âmbito que lançámos também o seguro de acidentes pessoais para os estudantes que vão estudar para o estrangeiro e que precisam de proteção especial porque estão fora do país.

Conscientes de que o setor do turismo está a crescer, desenhámos também produtos que vão do alojamento local, até aos acidentes e responsabilidade civil para empresas de animação turística, incluindo caminhadas, passeios turísticos de automóvel e atividades marítimo-turísticas. Ainda na área de empresas, e antes da entrada em vigor do RGPD, fomos pioneiros a lançar um seguro de cyber-risks.

Também inovámos com o lançamento de um seguro de vida específico para doenças oncológicas, que pode ser utilizado desde o diagnóstico, e que pretende dar resposta à crescente prevalência desta doença. No âmbito da nossa responsabilidade social, e reconhecendo a importância da prevenção de fogos rurais, criámos um produto específico para as corporações e associações de bombeiros, de forma a estas recuperarem uma parte dos prémios pagos em seguros.

Estas novidades e lançamentos que temos vindo a efetuar refletem a forma como olhamos para os nossos produtos e serviços: conhecer o mercado e dar novas respostas a novos negócios, a novos riscos e a diferentes estilos de vida.

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(Des)integração a leste? Adesão de novos países à UE em risco

França, Holanda e Dinamarca bloquearam o seguimento do processo de adesão à UE da Albânia e da Macedónia do Norte. Capitas estão incrédulas, responsáveis europeus desiludidos e preocupados.

A União Europeia comprometeu mais de 20 mil milhões de euros para promover as candidaturas à União Europeia de um conjunto de países, como a Macedónia do Norte e a Albânia, que têm trabalho de anos para cumprir as exigências de Bruxelas. Depois do trabalho feito, e do selo de aprovação, França, Holanda e Dinamarca deitaram um balde de água fria sobre as esperanças dos Balcãs de aderirem à União. Haverá futuro para a integração a leste prometida em 2003?

“O Conselho Europeu reiterou em março de 2003 que o futuro dos países dos Balcãs Ocidentais é dentro da União Europeia e prometeu o apoio completo da União aos esforços dos países da região para consolidar a democracia, estabilidade e promover o desenvolvimento económico”.

A promessa da União em Salónica, há 16 anos, levou ao início de um processo longo e complexo de aproximação destes países às regras da União Europeia, com a promessa de que, se fizessem o seu trabalho, poderiam entrar no clube.

A União complementou essa promessa com um envelope financeiro substancial: 11 mil milhões de euros para apoiar o processo de adesão entre 2007 e 2013; e outros 11,7 mil milhões de euros entre 2014 e 2020.

Os alargamentos da União Europeia desde a sua criação. Fonte: Comissão Europeia.

Nesse período só entrou um país para a União Europeia, a Croácia em 2013. Na lista de candidatos estavam seis países, dois deles com o processo suspenso — a Islândia por decisão própria, a Turquia por decisão da União Europeia.

Mas dois deles estavam já muito próximos de avançar para a adesão. Albânia e Macedónia do Norte estão a preparar a sua adesão há muitos anos, a Macedónia do Norte desde 2005 e a Albânia desde 2014, e viram recentemente a sua candidatura passar um obstáculo significativo com a aprovação dos esforços pela Comissão Europeia, que recomendou finalmente aos líderes da União Europeia que abrissem o processo de adesão.

No caso da Macedónia do Norte, estes esforços envolveram até a resolução de uma disputa amarga com a Grécia devido ao seu nome, e que custou politicamente a todos os governos que tentaram encontrar uma solução para o problema.

Passados os obstáculos, chegado o momento da verdade, os líderes dos governos da União Europeia não aprovaram e adiaram uma decisão por mais seis meses, com a França a liderar a força de bloqueio.

A vingança serve-se fria

Desde que Emmanuel Macron tomou as rédeas do Eliseu que avisou que não olhava favoravelmente para um novo alargamento da União a leste, sem reformas profundas que dessem garantias do respeito pelo Estado de Direito e pela lei da União Europeia.

Os casos recentes com a Polónia e a Hungria só fizeram aumentar este ceticismo, que foi acompanhado desde cedo por outro dos chefes de governo liberais no Conselho, o holandês Mark Rutte.

Mas o ponto crítico foi a cimeira de julho, onde ficaram decididos os nomeados para os cargos de topo na União Europeia. Emmanuel Macron bloqueou a escolha do cabeça-de-lista pelo Partido Popular Europeu, o alemão Manfred Weber, para a presidência da Comissão Europeia, mas quando tentou puxar pela sua própria solução, o socialista holandês Frans Timmermans, deparou-se com uma força de bloqueio que se revelou inultrapassável.

O grupo dos países de Visegrado – Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia – formou uma minoria de bloqueio, juntamente com a Itália (então ainda liderada por um Governo partilhado entre dois movimentos populistas, a Liga do Norte e o Movimento 5 Estrelas), e juntou-se aos chefes de Governo do PPE que não concordaram com o afastamento do candidato da família política com mais votos nas europeias para chumbar a solução cozinhada em Osaka, no Japão, entre Emmanuel Macron, Pedro Sanchéz e Angela Merkel.

Emmanuel Macron não gostou e deixou o aviso durante a cimeira: “Estou mais do que cético quando ouço que o futuro da Europa está em novos alargamentos quando não conseguimos chegar a um acordo num grupo de 28. (…) Irei recusar qualquer alargamento antes de serem feitas reformas fundamentais no nosso funcionamento institucional”, disse o presidente francês em Bruxelas, em julho, a meio de um Conselho Europeu que durou três dias só para se conseguir um acordo para a liderança da União.

Na sexta-feira, Emmanuel Macron concretizou a ameaça e impediu que o processo de adesão da Macedónia do Norte e da Albânia seguisse em frente. França não esteve sozinha na oposição. Também a Holanda e a Dinamarca estiveram contra, mas França nem precisava de apoio, uma vez que a adesão de novos países à União Europeia tem de ser aprovada por unanimidade.

Desintegração a leste?

A decisão do Conselho Europeu caiu mal, especialmente nos países candidatos. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Macedónia do Norte, Nikola Dimitrov, deixou o recado aos líderes europeus publicamente.

“O mínimo que a União Europeia deve à região é ser honesta connosco. Se já não há consenso sobre o futuro europeu dos Balcãs Ocidentais, se a promessa feita em Salónica em 2003 já não é válida, os cidadãos têm o direito de saber”, disse.

O primeiro-ministro do país alertou que a decisão irá “quase certamente encorajar as forças regressivas no país e fortalecer o interesse de outras partes na região”, numa alusão aos grupos nacionalistas, apoiados pela Rússia, que foram contra a mudança do nome.

A decisão não afeta só estes dois países, como alertou o comissário europeu para o Alargamento, Johannes Hahn. Sem uma decisão a apoiar o alargamento, não haverá “qualquer incentivo à Sérvia e ao Kosovo” para chegarem a um entendimento.

A Sérvia está, juntamente com Montenegro, a negociar a sua própria adesão à União Europeia, e ao Kosovo foi feita a promessa de que se poderá juntar ao grupo quando estiver pronto, ou seja, depois de fazer profundas sob orientação europeia.

Do lado das instituições, as respostas são todas de incredulidade perante a decisão do Conselho Europeu. “A Comissão Europeia está a favor e para nós será muito difícil explicar às pessoas destes países porque estamos a adiar”, disse o presidente do Parlamento Europeu, que se manifestou profundamente desiludido com a decisão dos líderes.

Já o líder do PPE, Manfred Weber, alertou que esta decisão pode criar mais instabilidade na região. “A Macedónia do Norte e a Albânia merecem a expectativa de um futuro Europeu. No interesse da própria União Europeia, devemos evitar criar mais instabilidade numa região onde a estabilidade é tão necessária”, disse o líder do centro-direita no Parlamento Europeu.

O presidente cessante do Conselho Europeu, o polaco Donald Tusk, foi mais longe e admitiu que os líderes falharam e tentou dar esperança aos dois países.

“Quero enviar uma mensagem aos nossos amigos macedónios e albaneses: Não desistam! Vocês fizeram a vossa parte e nós não. Mas tenho a certeza absoluta que vocês se tornarão membros da União Europeia”, disse Donald Tusk.

Os líderes deixaram a discussão para o Conselho Europeu que se vai realizar em Zagreb, capital da Croácia, em março do próximo ano, mas França e Holanda demonstraram que não estão dispostas a ceder, especialmente depois dos casos sobre o incumprimento do Estado de Direito na Polónia e na Hungria, deixando estes países cada vez mais longe da Europa, numa altura em que a Rússia tenta aumentar a sua influência na região.

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