Christine Lagarde será a primeira mulher à frente do BCE. E o primeiro líder não economista

A diretora-geral do FMI foi escolhida para assumir os comandos da política monetária da Zona Euro, passando a ser a primeira mulher a ocupar o cargo. É tida como defensora das políticas de Draghi.

Christine LagardeWEO

“No, no, no, no, no, no…”. Foi como, há pouco menos de um ano, Christine Lagarde reagiu quando questionada pelo Financial Times sobre a sua disponibilidade para ocupar um cargo de topo na Europa, fosse na Comissão Europeia ou no Banco Central Europeu (BCE). Mas a diretora-geral do Fundo Monetário Europeu (FMI) mudou de ideias. A francesa foi escolhida para substituir Mario Draghi que termina o mandato na presidência do BCE em outubro. Vai tornar-se assim na primeira mulher a assumir os comandos da política monetária da Zona Euro.

Os rumores sobre a possibilidade de Lagarde vir a substituir o italiano que ocupou a presidência do BCE nos últimos oito anos já circulavam há algum tempo, e ganharam força desde domingo, dia em que arrancaram as reuniões entre os responsáveis europeus para acertarem agulhas sobre as futuras escolhas para cargos de topo na União Europeia (UE). Nomeadamente, os presidentes da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu, um responsável para política externa e outro para liderar as cimeiras do bloco.

A diretora-geral do FMI já reagiu à escolha do seu nome, dizendo estar “muito honrada por ter sido nomeada para a presidência” do BCE, segundo um comunicado divulgado pelo FMI.

“Em vista ao exposto, tendo consultado o Comité de Ética do Conselho de Administração, decidi deixar temporariamente as minhas funções de DG (diretora-geral) do FMI durante o período de nomeação”, declarou ainda Christine Lagarde, segundo a nota.

Responsáveis de Berlim deram conta de que Christine Lagarde tinha como sua fã Angela Merkel, mas o nome da líder do FMI terá sido indicado pelo presidente francês Emmanuel Macron após uma conversa com a Chanceler alemã que decorreu na segunda-feira à noite, segundo adiantaram responsáveis da UE.

Aos 63 anos de idade, Christine Lagarde já vai no segundo mandato de cinco anos à frente do FMI que termina a 2021, isto depois de ter entrado em 2011 para aquele organismo para substituir Dominique Strauss-Khan que se demitiu após ver-se envolvido num escândalo sexual.

Christine Lagarde não só será a primeira mulher a ocupar o cargo, como será o primeiro presidente da entidade responsável pela política monetária da Zona Euro que não é economista de formação — é advogada –, e o segundo com nacionalidade francesa: o primeiro foi Jean-Claude Trichet, antecessor de Draghi.

Mas ser a primeira mulher a ocupar um cargo de topo a nível mundial não é propriamente uma novidade para a francesa. Quando assumiu a direção do FMI, também foi a primeira mulher a fazê-lo.

Para entrar para o FMI, Lagarde deixou para trás seis anos no governo francês para onde entrou em 2005 para ser ministra do comércio internacional, saltando depois em 2007 para a pasta da agricultura e pescas. Nesse mesmo ano foi nomeada ministra das Finanças e da Economia, voltando a fazer história ao ser a primeira mulher de um país do G7 a ocupar aquela pasta.

Uma “pomba” para prolongar o voo de Draghi?

Apesar de não ter qualquer experiência em bancos centrais, como membro do G20, Christine Lagarde viu-se envolvida na gestão do grupo da crise financeira, tendo ajudado a acelerar as políticas internacionais relacionadas com a supervisão financeira e a regulação, tal como é possível ler na sua biografia publicada no site do BCE.

Ao decidir mudar-se de Washington para Frankfurt, Lagarde ganha como herança uma economia europeia possivelmente com uma dose fresca de estímulos monetários. Isto porque a expectativa é de que antes de deixar a presidência do BCE, Mario Draghi anuncie novos estímulos, incluindo o corte de juros para novos mínimos históricos, tal como se mostrou recentemente disponível a fazer com vista a puxar pela economia e inflação da Zona Euro.

Certo é que tem sido conhecido o apoio de Christine Lagarde à estratégia seguida por Draghi e ao seu gosto por uma política monetária agressiva e inovadora.

Recentemente, a ainda diretora-geral do FMI, descreveu a economia mundial como estando a atingir “um período difícil”, tendo aconselhado os bancos centrais a continuarem a ajustar as suas políticas em resposta a essa realidade. No passado, louvou o compromisso assumido por Mario Draghi em 2012 de “fazer o que for preciso” para salvar o Euro e deu ainda eco aos pedidos do italiano para que os governos da Zona Euro fizessem mais com vista a combater futuras crises.

No percurso até Frankfurt, Christine Lagarde deixou para trás diversos candidatos tidos como traçados para assumir a presidência do BCE. Entre eles, Jens Weidmann, governador do Banco da Alemanha, Erkki Liikanen e Olli Rehn, antigo e o atual governador do Banco da Finlândia, François Villeroy de Galhau, governador do Banco de França, Klaas Knot, governador do Banco da Holanda e Benoit Coeuré, membro da comissão executiva do BCE.

Todos eles com experiência e reconhecimento na área da política monetária, critérios considerados como regra para assumirem a presidência do BCE. A regra é que também seja um cidadão nacional de um Estado-membro do euro. Christine Lagarde respeita esse último critério.

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Rio: “Iremos fazer mais 3,6 mil milhões de euros em investimento público na próxima legislatura”

O PSD deu esta terça-feira o ponta pé de saída na apresentação do programa eleitoral com a revelação do cenário macroeconómico. Descida de impostos é a primeira promessa do líder do partido.

Rui Rio disse esta terça-feira que se vencer as legislativas de 6 de outubro vai aumentar o investimento público em 3,6 mil milhões de euros e baixar a carga fiscal num corte de impostos igual a 3,7 mil milhões de euros. Estas foram as principais mensagens que o líder do PSD quis deixar aos jornalistas e que são as “marcas distintivas” face à governação de António Costa.

“Iremos fazer mais 3,6 mil milhões de euros em investimento público na próxima legislatura”, disse na conferência de imprensa de apresentação do cenário macroeconómico.

Rui Rio não quis adiantar quais os setores onde o investimento público terá de ser reforçado, mas sugeriu que não é muito difícil imaginar quais são. No entanto, o anúncio das medidas ficou para depois.

Esta sexta-feira, serão já conhecidos os detalhes das medidas que sustentam a redução prevista para a carga fiscal. No cenário macroeconómico fica para já a promessa de fazer uma redução que equivale a um “corte de impostos de 3,7 mil milhões de euros na legislatura”. E uma ideia: será em “IRC e IRS e não só”, antecipa Rio.

Rio argumenta que esta ideia é uma diferença face aos planos do Governo e lembrou que António Costa disse que “jamais baixará a carga fiscal”. “É uma diferença enorme face ao PS”, disse Rio.

Além da redução da carga fiscal e do aumento do investimento público, o programa eleitoral vai ainda conter medidas que pretendem responder a mais dois objetivos.

  • Equilíbrio macroeconómico, através de uma redução da dívida pública que “tem de ir descendo paulatinamente” e o “saldo estrutural tem de ser superavitário”.
  • Reforço da poupança que está a nível “do início dos anos 60”. “Um país endividado tem de ter mais cultura de poupança”, atira.

O presidente do PSD quis ainda vincar as diferenças face ao PS ao lembrar que o seu programa não assenta numa política de devolução de rendimentos. O PSD trabalha para “melhor emprego e melhor salários”, mas avisa que “o crescimento do consumo privado é aquilo que todos queremos mas não pode ser motor do crescimento” e que as “folgas” estão fixadas no cenário macro conhecido esta terça-feira.

 

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Governo quer atrair investimento com novo cabo submarino da Google em Portugal

  • Lusa
  • 2 Julho 2019

Eurico Brilhante Dias vê no novo cabo submarino que a Google vai construir a partir de Portugal uma oportunidade para atrair investimento para o país. Executivo está "a trabalhar" nesse sentido.

O Secretário de Estado da Internacionalização disse que o Governo português “está a trabalhar” para captar investimentos que utilizem a mais-valia do novo cabo submarino da Google, que liga a África da Sul a Portugal, passando pela Nigéria.

O projeto Equiano, “quando estiver a funcionar, significa para Portugal mais modelos de negócio, baseados em talento e gente qualificada, e que utilizem aquele cabo, que leva e traz dados, muito importantes na economia digital”, afirmou Eurico Brilhante Dias, em declarações à Lusa. “Este projeto dá a Portugal uma valência adicional para captar investimento na área das tecnologias de informação e tratamento de dados, que nos permitem também gerar emprego muito associado à engenharia de sistemas, de telecomunicações e matemáticos”, defendeu.

Porém, Brilhante Dias também não esconde a vontade de ver empresas portuguesas a participar no próprio projeto da Google, mas sublinha que não existem quaisquer contactos do Governo com a empresa nesse sentido. “Este é um investimento da Google, que escolheu Portugal, sem recurso a incentivos fiscais. Mas o que gostaríamos era que mais empresas portuguesas pudessem participar nesse investimento. Sabemos que, em princípio, o território nacional tem dois locais de amarração e que terão necessariamente trabalho para empresas portuguesas”, afirmou.

Para Brilhante Dias, o Equiano da Google, com amarração da Europa à África no território português, tem ainda “a grande importância” de multiplicar a capacidade de ligação e transmissão de dados entre os dois continentes num momento em que Portugal assumirá a presidência da União Europeia — porque se prevê que a amarração esteja concluída em 2021 –, “durante a qual as relações entre a Europa e a África vão ser tema central, tal como já foi anunciado pelo primeiro-ministro, António Costa”.

Este aspeto, “vem reforçar a centralidade do país na relação das comunicações com África”, acrescentou. “E aquilo que estamos a ver é o que o novo cabo nos traz para podermos captar mais investimento e desenvolver novos modelos de negócio para Portugal”, reiterou.

“Estes negócios, multiplicando-se por 20 as comunicações, podem-nos trazer todo um ecossistema. Para termos uma ideia, um centro de dados de dimensão média pode gerar 300 postos de trabalho. Aquilo que sabemos é que todos os negócios à volta dos dados são intensivos em engenheiros, muita gente ligada ao tratamento de dados, matemáticos e, ao mesmo tempo, pilares de grandes multinacionais que acumulam e transmitem dados. O potencial de geração e trabalho nesta área é muito elevado”, concluiu.

A Google divulgou no passado dia 28 o projeto Equiano, o seu novo cabo submarino que vai ligar Portugal à África do Sul e, consequentemente, África à Europa, segundo informação da tecnológica no seu blogue. “Hoje estamos a introduzir o Equiano, o nosso novo cabo privado submarino que irá conectar África com a Europa. Uma vez concluído, o cabo começará na Europa ocidental e atravessará a costa oeste de África, entre Portugal e África do Sul”, com áreas ao longo do traçado que permitem alargar conectividade adicional a países africanos, lê-se no blogue da Google.

“Este novo cabo é totalmente financiado pela Google, tornando-o no nosso terceiro cabo internacional privado depois de Dunant e Curie, e o 14.º investimento em cabos submarinos”, a nível global, adianta. “Os cabos submarinos privados da Google carregam todos os nomes de luminares históricos e Equiano não é diferente”, segundo a tecnológica, salientando que o nome atribuído se deve a Olaudah Equiano, um escritor e abolicionista nigeriano que foi escravizado em criança.

A primeira ramificação da rota do cabo submarino, que parte do sul de Portugal será a Nigéria. “O cabo Equiano é uma infraestrutura de última geração, assente na tecnologia SDM, com aproximadamente 20 vezes mais capacidade de rede do que o último cabo construído para servir esta região”, afirma a Google.

O contrato para construir o cabo com a Alcatel Submarine Networks foi assinado no quarto trimestre do ano passado e a primeira fase do projeto deverá estar concluída em 2021. Nos últimos três anos, a Google investiu 47 mil milhões de dólares (41,3 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) na sua infraestrutura, em termos globais.

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Bastonário “estranha” megaoperação da PJ no SNS em dia de greve

  • Lusa
  • 2 Julho 2019

O bastonário dos Médicos apela a que não se lance “uma mancha” sobre os profissionais, considerando uma “coincidência estranha” a divulgação da e uma megaoperação da PJ no dia das greves no setor.

O bastonário dos Médicos apela a que não se lance “uma mancha” sobre os profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), considerando uma “coincidência estranha” a divulgação da operação da Polícia Judiciária (PJ) no dia em que arrancaram greves no setor da saúde.

“Nós não podemos confundir a árvore com a floresta. O nome das pessoas que todos os dias fazem na prática o SNS não pode ser manchado por uma pequeníssima minoria que possa eventualmente prevaricar”, afirmou Miguel Guimarães.

Contactado pela agência Lusa sobre a operação a fraudes no SNS em curso, o bastonário da Ordem dos Médicos admitiu que considera “estranho” esta investigação ter sido tornada pública esta terça-feira, dia de arranque de greve de médicos e enfermeiros. “Deve ter sido uma coincidência, estranha, mas se calhar feliz para alguém”, afirmou.

Miguel Guimarães expressou a sua “total solidariedade” para com “todos os médicos e enfermeiros em greve”, destacando o “esforço em manter o SNS de pé” e também pelas “condições em que trabalham”. “Estes profissionais de saúde todos os dias salvam vidas de pessoas. Não se pode lançar uma mancha num dia especial como este sobre os profissionais que fazem o SNS porque pode existir uma minoria de pessoas que possa ter prevaricado”, acrescentou à Lusa.

Miguel Guimarães destacou ainda a importância de o Estado ter “todos os meios e ferramentas adequadas” de combate à corrupção e à fraude, que permita investigações sérias. “O que gostava de ver nas capas dos jornais de amanhã era o elogio a todos os homens e mulheres que nos cuidam e tratam de nós todos os dias e que fazem o SNS, para os quais a tutela não tem tido atenção nem cuidado”, disse.

A PJ anunciou de manhã em comunicado que 11 pessoas, entre elas cinco médicos e um proprietário de uma farmácia, foram detidas pela no âmbito de uma mega operação em todo o território nacional. A polícia diz que a operação envolve buscas em consultórios médicos e estabelecimentos de saúde, buscas domiciliárias e não domiciliárias e o cumprimento de mandados de detenção relacionadas com “factos suscetíveis de enquadrar, em abstrato, os crimes de corrupção, burla qualificada, falsificação de documento e associação criminosa”. O valor do prejuízo causado ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), segundo a PJ, está estimado em cerca de um milhão de euros.

Os médicos começaram esta terça-feira uma greve nacional de dois dias, enquanto os enfermeiros iniciaram uma paralisação que dura até ao final do dia de sexta-feira. Cada uma das classes profissionais tem reivindicações específicas, mas tanto médicos como enfermeiros argumentam que lutam pela dignidade da profissão e por um melhor SNS.

Os médicos querem que todos os portugueses tenham médico de família, lutam pela redução das listas de utentes dos médicos e por mais tempo de consultas, querem a diminuição do serviço em urgência das 18 para as 12 horas, entre várias outras reivindicações, que passam também por reclamar que possam optar pela dedicação exclusiva ao serviço público.

Quanto aos enfermeiros, o sindicato que convocou a paralisação reclama o descongelamento das progressões de todos os enfermeiros e que sejam definidos os 35 anos de serviço e 57 de idade para o acesso à aposentação destes profissionais.

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AdC faz buscas a entidades do setor dos resíduos em Lisboa

  • Lusa
  • 2 Julho 2019

A autoridade liderada por Margarida Matos Rosa fez diligências de busca e apreensão a duas localizações de sete entidades do setor dos resíduos.

A Autoridade da Concorrência (AdC) realizou diligências de buscas e apreensão em duas localizações de sete entidades ativas no setor dos resíduos, em Lisboa, “por suspeitas de práticas anticoncorrenciais lesivas do normal funcionamento do mercado”, anunciou o regulador, em comunicado.

“As buscas em causa têm estado a ser realizadas mediante a autorização do DIAP [Departamento de Investigação e Ação penal] de Lisboa e contam com o acompanhamento da GNR. A AdC decretou o segredo de justiça no presente processo de contraordenação, a fim de preservar os interesses da investigação”, indicou, em comunicado, a autoridade liderada por Margarida Matos Rosa.

Desde 2017, a AdC realizou diligências de busca e apreensão em 21 processos, correspondendo a 51 instalações, nomeadamente nos setores do transporte fluvial turístico, ensino da condução, distribuição e grande distribuição, segurador, associativo do setor alimentar, associativo de publicidade, telecomunicações e prestação de serviços de saúde.

A AdC “realiza diligências desta natureza, ao abrigo dos poderes que lhe são conferidos pela Lei da Concorrência, como meio de obtenção de prova de práticas anticoncorrenciais, não decorrendo da sua realização que as empresas visadas venham a ser objeto de condenação, nem implicando um juízo sobre a culpabilidade da sua conduta no mercado”, lê-se no documento.

A AdC sublinhou ainda que a violação das regras “não só reduz o bem-estar dos consumidores, como prejudica a competitividade das empresas, penalizando a economia como um todo”.

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PSD aponta para PIB nos 2,7% em 2023

PSD começou a divulgar programa eleitoral pelo cenário macro. Rio vê a economia a crescer (com medidas do PSD) acima da subida do PIB prevista pelo Governo (mas sem medidas novas).

O PSD acredita que com o programa eleitoral que vai apresentar na totalidade ainda este mês vai pôr a economia a crescer 2,7% em 2023, o último ano da próxima legislatura, que arranca com as eleições marcadas para 6 de outubro. A previsão consta do cenário macroeconómico que Rui Rio apresenta esta terça-feira e com o qual dá o pontapé de saída na comunicação pública dos seus planos para os próximos quatro anos.

O PSD partiu do cenário base para 2019 elaborado pelo Conselho das Finanças Públicas que aponta para uma subida do PIB de 1,6% este ano. De seguida aplicou-lhe as medidas de política que pretende adotar se vencer as eleições. O cenário que daí resultou mostra uma economia a acelerar para 2% em 2020, 2,2% no ano a seguir, 2,4% em 2022 e 2,7% no último ano da legislatura.

Para já os números mostram que:

  • Apesar da aceleração, a economia não vai crescer acima do melhor registo dos últimos anos, registado em 2017 quando o PIB aumentou 2,8%.
  • O PSD está apontar para uma taxa de crescimento do PIB acima da prevista no Programa de Estabilidade do Governo de António Costa, que vê a economia a crescer apenas 2,1% em 2023. No entanto, as contas que Mário Centeno deixou em abril a António Costa ainda não incluem novas medidas de política económica. O Programa de Estabilidade do Ministério das Finanças é uma espécie de cenário base que, depois de carregado com as medidas do programa eleitoral dos socialistas, dará um novo cenário macro para incluir nos planos eleitorais do PS.

(Notícia atualizada)

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PSD promete corte de 3,7 mil milhões nos impostos na próxima legislatura

O PSD dá esta terça-feira o pontapé de saída no programa eleitoral para as eleições. Rio quer baixar a carga fiscal de forma gradual e aliviar o IRS nas poupanças das famílias. IRC não é esquecido.

O PSD quer baixar a carga fiscal na próxima legislatura se vencer as eleições marcadas para 6 de outubro. A intenção era conhecida, mas agora Rui Rio vai mais além e promete um corte acumulado de impostos equivalente a 3,7 mil milhões de euros.

A ideia é fazer uma redução gradual da carga fiscal que, no total de quatro anos da próxima legislatura, seja de 1,5 pontos percentuais. No cenário macroeconómico traçado pelo PSD, o partido parte de uma carga fiscal de 34,9% este ano para 33,3% em 2023.

A carga fiscal atingiu no ano passado o valor mais alto de sempre, igual a 35,4% do PIB. Este valor gerou ao longo da presente legislatura um intenso debate político, com os partidos à direita a acusar o Governo de não aproveitar a conjuntura económica favorável para descer mais os impostos. O Executivo contra-argumenta que a carga fiscal sobe devido ao aumento do emprego que gera mais contribuições e mais impostos, já que há mais pessoas a trabalhar e os salários também são mais altos, gerando mais descontos.

Mas Rio arrisca mais ao não se ficar pela intenção de redução da carga fiscal (cuja evolução também depende do andamento da economia) e avança mesmo com a intenção de baixar impostos. Uma das ideias que fará parte do programa eleitoral é a redução da carga fiscal em sede de IRS sobre os rendimentos das pequenas e médias poupanças.

Na conferência de imprensa, Rui Rio não quis antecipar as medidas que estão na base da redução da carga fiscal. O anúncio das medidas na área fiscal ficou para sexta-feira, dia para o qual o partido marcou uma nova conferência de imprensa. A única pista deixada por Rio foi que deverá tocar em vários impostos: “IRC e IRS e não só”.

Para as empresas, o PSD quer avançar com benefícios à não distribuição de lucros, incentivos ao capital de risco, estratégia de revitalização do mercado de capitais, remuneração do capital próprio como custo fiscal.

(Notícia atualizada)

 

 

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Deputados respondem a Berardo: “Indignados estão os portugueses”

Partidos já responderam à carta aberta que o comendador enviou a Ferro Rodrigues. "Não passa de uma manobra de distração da defesa de Berardo", dizem os deputados.

“Diz o senhor Joe Berardo que está indignado com o que se passou aqui. Só poderá ter esta resposta. Indignados estão os portugueses“, afirmou o deputado do PSD Duarte Pacheco, em resposta à carta que o comendador enviou ao presidente da Assembleia da República. Para João Paulo Correia, do PS, a missiva do empresário madeirense dirigida a Ferro Rodrigues não passa de uma “manobra de distração da defesa perante as autoridades judiciais”.

Os deputados da comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) já reagiram às declarações de Joe Berardo, que numa carta aberta enviada a Ferro Rodrigues afirmou que foi vítima de um “verdadeiro julgamento popular” quando foi ao Parlamento depor. Queixou-se das “perguntas vexatórias” que os deputados lhe colocaram. E, no que considerou ser a sua “defesa da honra”, reconheceu que deu uma má imagem de si e, por isso, teme que isso possa influenciar os tribunais.

“O senhor Joe Berardo veio à comissão de inquérito e teve tempo de se preparar. Comportou-se de forma arrogante, irresponsável e desrespeitosa com o Parlamento e com os portugueses. Todo o país ficou indignado com a audição”, disse o socialista João Paulo Correia. “Deve perto de 1.000 milhões de euros à banca, veio aqui ao Parlamento achando-se ainda uma figura intocável”, contestou ainda.

Para Duarte Pacheco, Berardo mostrou “falta de decoro e falta de bom senso” ao enviar ao presidente da Assembleia da República dando a público o conhecimento da mesma. O social-democrata acrescentou que são os portugueses que estão indignados com os “esquemas” que usou para fugir ao cumprimento das suas obrigações e com o “buraco” que o empresário deixou no banco público para os contribuintes “taparem”.

Já Cecília Meireles, do CDS, não quis entrar em polémicas com Berardo, porque a “carta é autoexplicativa” e porque é mais importante saber que a comissão de inquérito ficou com “muito mais informação sobre o que poderá ser feito para a Caixa recuperar aquele dinheiro”.

De manhã, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua tinha afirmado à TSF que Berardo fez “falcatrua” e deu um “golpe” aos bancos com a alteração dos estatutos da Associação Coleção Berardo, a dona da coleção de arte que os credores acreditam terem sido dados como penhora.

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Jerónimo Martins tomba mais de 5% com novo imposto na Polónia

Sessão negativa para as retalhistas portugueses no primeiro dia da Mercadona em Portugal. A Jerónimo Martins (Pingo Doce) foi penalizada com imposto sobre o setor na Polónia.

A Jerónimo Martins afundou mais de 5% e arrastou consigo a bolsa de Lisboa. Mas a dona do Pingo Doce não foi a única retalhista a cair. Também a Sonae perdeu quase 1% no primeiro dia da espanhola Mercadona em Portugal.

O PSI-20, o principal índice português, caiu 0,76% para 5.149,16 pontos, penalizado por 12 cotadas. O pior desempenho pertenceu à Jerónimo Martins, cujos títulos derraparam 5,19% para 13,19 euros, depois da notícia na Polónia de que o governo vai avançar com impostos sobre o setor do retalho, já a partir de 1 de setembro. Foi a maior queda em sete meses para a retalhista liderada por Pedro Soares dos Santos.

Títulos da dona do Pingo Doce derrapam em bolsa

Também a Sonae, que explora a cadeia Continente, caiu 0,93% para 0,856 euros. “A concorrência em Portugal também aumenta no setor do retalho, com a Mercadona a entrar no nosso país“, notou Carla Maia Santos, da XTB.

Outros maus desempenhos: os CTT caíram 3,08% para 2,078 euros, a Mota-Engil cedeu 2,32% e a Galp perdeu mais de 1%.

A travar uma maior queda em Lisboa estiveram sobretudo as ações da EDP, que fecharam em alta de 1,34% para 3,395 euros.

Lá por fora, a sessão europeia terminou em terreno positivo. O índice de referência no Velho Continente, o Stoxx 600, somou 0,2%. Em Milão e Madrid os ganhos bolsistas situarem entre 0,3% e 0,6%.

No mercado petrolífero, o barril do “ouro negro” cai mais de 3%.

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Agentes de seguros preferem colaboradores ‘generalistas’

  • ECO Seguros
  • 2 Julho 2019

Com o digital e o reforço do quadro regulamentar, o trabalho nas agências de seguros levou uma volta completa. Daí que, na seleção de colaboradores, os perfis ‘generalistas’ tornaram-se os preferidos.

Aos funcionários das agências de seguros exige-se, cada vez mais, uma singular polivalência. Devem saber combinar as combinar as funções de gerente, comercial, fazer tarefas de secretariado e gerir contas. Os agentes de seguros e os seus colaboradores não escapam às mudanças no setor. E esperam que estes aliem às suas tarefas habituais, capacidades relacionais, comerciais, digitais, organizacionais…

A alteração do perfil profissional das agências de seguro é abordada por Benjamin Chabrier num texto que publica em “L´’Argus de la Assurance”, um site francês especializado no setor. Como resultado daquela alteração, os perfis generalistas ganham cada vez mais lugar entre os quadros de pessoas das agências, como o mostra o último estudo sobre a evolução da atividade dos trabalhadores de seguros da constelação de agências da Ageas. Os ‘generalistas’ representam já 30% dos perfis profissionais, contra 22% em 2015.

Por outro lado, as funções especializadas, como a de gestor, declinaram de 28,5% para 21%. “Antes, na agência, empregavam-se gestores, particularmente tendo em conta os sinistros. Rapidamente mudei de rumo na orientação dos perfis dos meus colaboradores, os quais passaram a estar virados para as multitarefas, como o trabalho de recolha, gestão do contencioso, prospeção… “, diz Richard Bliez, agente geral da Allianz em Saint-Aubin-les-Elbeuf (Seine-Maritime).

Uma versatilidade que é favorecida pela simplificação de certos produtos. “A primeira grande alteração a ter em conta na contratação de funcionários é que os nossos produtos automóvel e multirriscos habitação tornaram-se novamente produtos de verdadeiro apelo, extremamente simples e competitivos.

Anteriormente, o funcionário lidava principalmente com produtos complexos, mas hoje deve ser cada vez mais polivalente no mercado do grande público, “explica Antoine Mattéi, diretor de vendas e distribuição da Axa França.

Os agentes procuram, portanto, crescentemente perfis ‘generalistas’, com uma dominância comercial. Durante muito tempo uma exclusividade dos agentes, a missão comercial alargou-se aos funcionários. É uma forma de responder à agressividade comercial da ‘bancassurance’ (banca-seguros) e às seguradoras online. «Os perfis comerciais aumentaram significativamente desde 2013′, confirma Alexandre do Garreau, diretor comercial da rede de agentes gerais da Allianz França. “Em 2018, tivemos um total de 4.800 pessoas a trabalhar nas agências. Este número engloba 900 comerciais classificados nos termos da convenção coletiva de trabalho, aproximadamente 1.400 funcionários que exercem atividade comercial a mais de 75% do tempo e outros 2.500 que apresentam versatilidade de funções”.

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Lagarde na calha para a presidência do BCE

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional é apontada como a possível substituta de Mario Draghi que termina o mandato de presidente do Banco Central Europeu em outubro.

O nome de Christine Lagarde, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, circula em Bruxelas como sendo o escolhido para substituir Mario Draghi na liderança do Banco Central Europeu (BCE). A francesa é considerada como uma das peças-chave nas mais recentes negociações que decorrem desde domingo entre os líderes europeus com vista à eleição de altos cargos da União Europeia (UE): presidente da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu, um responsável para política externa e outro para liderar as cimeiras do bloco.

Responsáveis de Berlim têm dado conta que Angela Merkel é fã de Christine Lagarde, mas o nome da líder do FMI terá sido indicado pelo presidente francês Emmanuel Macron após uma conversa com a Chanceler alemã que decorreu na segunda-feira à noite, segundo adiantaram responsáveis da UE.

Aos 63 anos de idade, Christine Lagarde já vai no oitavo ano do mandato à frente do FMI, para onde entrou em 2011 para substituir Strauss-Khan. Caso se confirme a sua escolha para o BCE, será não só a primeira mulher a ocupar o cargo, como o primeiro presidente da entidade responsável pela política monetária da Zona Euro que não é economista profissional, e o segundo com nacionalidade francesa: o primeiro foi Jean-Claude Trichet, antecessor de Draghi.

Caso opte por mudar de Washington para Frankfurt, Lagarde ganhará como herança uma economia europeia com uma dose de estímulos monetários frescos. Conhecido tem sido ainda o seu apoio à política seguida por Draghi e ao seu gosto por uma política monetária agressiva e inovadora.

Outro nome que também já é apontado, mas para ocupar a presidência da Comissão Europeia é o de outra mulher: Ursula Leyen, ministra da defesa da Alemanha.

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