Costa assume ter sido convidado para cargos de topo da UE. “Não tenciono desertar de Portugal”, diz

  • Lusa
  • 2 Julho 2019

Primeiro-ministro diz que recusou cargos por estar "exclusivamente" dedicado ao seu compromisso com os portugueses. "Não tenciono desertar de Portugal", afirmou.

O primeiro-ministro, António Costa, assumiu ter sido convidado para exercer um dos cargos de topo da União Europeia, tendo recusado por estar “exclusivamente” dedicado ao seu compromisso com Portugal e os portugueses.

“É sabido que sim”, respondeu sucintamente o primeiro-ministro ao ser questionado sobre se teria sido convidado para desempenhar um dos cargos incluídos no pacote fechado esta terça-feira pelo Conselho Europeu.

Escusando-se a entrar em pormenores, António Costa recordou que o seu compromisso é “com os portugueses, com Portugal e em Portugal nos próximos anos, exclusivamente”.

“Já disse o que tinha a dizer várias vezes sobre essa matéria. Não tenciono desertar de Portugal. Estou muito empenhado em continuar a fazer aquilo que tenho vindo que a fazer, como aliás está provado”, reforçou.

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PSD já respondeu ao PS. Não há buraco, há contenção na despesa corrente

Porta-voz do PSD para as finanças públicas diz que despesa corrente primária cresce menos e que esta folga é usada para cortar impostos e aumentar o investimento. Contas públicas não ficam em causa.

O PSD espera conseguir baixar a carga fiscal e aumentar o investimento público sem comprometer as metas orçamentais “com mais crescimento económico e sobretudo com um controlo sobre a despesa corrente primária“, diz Joaquim Miranda Sarmento, porta-voz do PSD para a área das finanças públicas. Esta é a resposta dos sociais-democratas ao PS que acusou o PSD de abrir um “buraco” de 7,2 mil milhões de euros com o seu programa eleitoral.

“Para 2023, face ao Programa de Estabilidade apresentado pelo Governo, temos no cenário do PSD menos 1,2 pontos percentuais (p.p.) do PIB em receita fiscal e mais 0,6 p.p. do PIB em investimento. Como? Com mais crescimento económico e sobretudo com um controlo sobre a despesa corrente primária, que ao invés de crescer quase 4% ao ano como está previsto no Programa de Estabilidade, deverá crescer em torno dos 2%/ano, bem abaixo do crescimento nominal do PIB, mas ainda assim acima da inflação esperada”, escreveu o economista na sua conta da rede social Facebook.

Ou seja, o PSD vê a despesa corrente primária (a que desconta os encargos com juros da dívida pública) a crescer, mas cerca de metade da previsão do PS e abaixo do ritmo de crescimento da economia, embora garanta um aumento real (acima da inflação) destes gastos.

Sarmento, que esteve com Rui Rio na conferência de imprensa desta terça-feira onde o PSD deu o pontapé de saída para a apresentação pública do programa que levará às eleições legislativas de 6 de outubro, acrescenta que “com isso, são menos 2 pp do PIB em despesa corrente primária em 2023 que o previsto no Programa de Estabilidade (36,6% PIB no programa de estabilidade versus 34,6% PIB no programa do PSD)”.

A diferença é “como usar esta margem orçamental”, atira o porta-voz. “O Governo nos últimos quatro anos e nos próximos quatro anos (de acordo com o Programa de Estabilidade), quer gastar em mais despesa corrente primária”. “Nós preferimos devolver às pessoas essa margem, através de cortes de impostos e recuperar a infraestrutura pública que está muito degradada“, adianta.

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APB não vê “alerta vermelho” na exposição dos bancos à dívida pública

Norberto Rosa, secretário-geral da Associação Portuguesa de Bancos, afirmou que bancos deverão continuar a apostar na dívida pública face ao atual contexto do mercado.

A Associação Portuguesa de Bancos (APB) diz que está a acompanhar o aumento da exposição dos bancos à dívida pública portuguesa nos últimos anos, mas considera que não existe um “alerta vermelho”. É uma “situação comportável”, afirmou Norberto Rosa, secretário-geral da APB, acrescentando que a banca deverá continuar a apostar em títulos de dívida soberana face ao atual contexto de mercado.

“É importante monitorizar e acompanhar esta situação, mas não existe um alerta vermelho. É uma situação comportável no âmbito da atuação dos bancos”, referiu Norberto Rosa esta terça-feira no Parlamento, numa audição pedida pelo grupo parlamentar do PSD. “Não há uma elevada preocupação”, acrescentou aquele responsável.

Norberto Rosa explicou aos deputados as razões pelas quais os bancos estão a comprar cada vez mais dívida pública. Uma vez que têm excesso de liquidez, fruto da desalavancagem da economia, as instituições financeiras têm de procurar alternativas no mercado, entre os quais títulos de dívida. No binómio retorno/risco, a dívida portuguesa “compara bem” com outras soluções, disse o secretário-geral da APB.

Bancos apostam na dívida soberana

Fonte: Banco de Portugal

Além disso, prosseguiu Norberto Rosa, os títulos de dívida são considerados ativos de boa qualidade para o reforço do rácio de capital dos bancos e podem ainda servir como colateral no acesso ao financiamento do Banco Central Europeu (BCE). Catarina Cardoso, diretora-geral da APB, acrescentou que os bancos poderiam depositar o excesso de liquidez junto do banco central, mas pagariam um juro de 0,4%.

Por estes motivos, a APB considera “natural” que “o aumento da exposição possa continuar a ocorrer”, segundo as palavras de Norberto Rosa.

De acordo com os dados do Banco de Portugal, os bancos nacionais estão a aumentar a sua exposição à dívida soberana portuguesa, tendo atingido 9% do ativo total no final do ano passado, quando em 2008 esse rácio estava apenas nos 1%. E têm sido vários os alertas de instituições internacionais face a esta evolução, como o Fundo Monetário Internacional e o BCE.

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Emirates abre rota Dubai-Porto e espera turistas de Taiwan, China, Japão e Austrália

  • Lusa
  • 2 Julho 2019

A companhia aérea inaugurou hoje a rota entre Porto e Dubai que está a despertar interesse em turistas de Taiwan, China, Japão e Austrália. Os voos vão acontecer às terças, quintas, sábados e domingo.

A companhia aérea Emirates inaugurou esta terça-feira a rota entre Porto e Dubai que está a despertar interesse em turistas de Taiwan, China, Japão e Austrália, servidos pela rede do grupo, segundo o responsável da empresa para a Europa e Rússia.

Thierry Aucoc, que esteve no aeroporto Francisco Sá Carneiro, adiantou que começa com quatro voos porque estão a iniciar, mas “a intenção é voar todos os dias”, sendo que a Emirates já opera dois voos por dia para Lisboa. As ligações serão realizadas às terças, quintas, sábados e domingos.

“O Porto está a desenvolver-se muito rapidamente e a sua influência abrange o Norte de Portugal e a Galiza”, adiantou o responsável, referindo que há, muito interesse em conhecer a cidade da parte de turistas de várias nacionalidades e que o primeiro voo já chegou “100% cheio”. Thierry Aucoc destacou também o segmento de negócios da carga, tendo a Emirates transportado perto de 14 mil toneladas no ano passado em Lisboa e estimando 15 toneladas por voo no Porto.

Por sua vez, o presidente da ANA – Aeroportos de Portugal, José Luís Arnaut, questionado pelos jornalistas, rejeitou que estes novos voos venham complicar a operação do aeroporto Sá Carneiro. “Estamos a investir num ‘taxiway’ que vai permitir uma saída mais rápida e aumentar 60% a capacidade deste aeroporto”, referiu, realçando que a infraestrutura “tem capacidade para muito mais, e, caso queiram as companhias aéreas, não vai ser por falta de infraestruturas” que deixarão de poder voar para o Porto.

Arnaut fez ainda um balanço da ‘performance’ do aeroporto do Porto nos últimos anos, destacando que em cinco anos duplicou em número de passageiros, para mais de 11 milhões. “Este crescimento ocorreu nas duas estações IATA” e reduziu-se a sazonalidade de 2,2 milhões no inverno de 2013 para 4,4 milhões de passageiros em 2018, revelou.

A Emirates irá operar sobretudo a partir do escritório que tem em Lisboa, mas Thierry Aucoc não excluiu a hipótese de ter uma presença mais permanente no Porto e destacou que a companhia aérea quer ter tripulações portuguesas nos voos de Lisboa e Porto.

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Juncker admite que não será fácil aprovar nomes indicados para altos cargos da UE

Jean-Claude Juncker considera que a escolha de Ursula von der Leyen é "boa", mas admitiu que não será fácil aprovar o pacote de nomes anunciado por Tusk.

Ursula von der Leyen foi o nome anunciado por Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, para suceder a Jean-Claude Juncker na presidência da Comissão Europeia. Juncker mostrou-se satisfeito com a solução encontrada, mas lembrou que “o processo está longe de estar fechado”.

Recordando que Ursula von der Leyen precisa, ainda, de ser aprovada pelo Parlamento Europeu, Jean-Claude Juncker admitiu que não será fácil aprovar este pacote de nomes no Parlamento Europeu, avança o Politico (acesso livre, conteúdo em inglês).

Sobre a escolha de Ursula von der Leyen, Jean-Claude Juncker disse que “a solução é boa”. “Ursula von der Leyen possui ampla experiência em defesa e em política social”, defendeu.

Durante esta tarde, os chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros chegaram, finalmente, a um acordo no Conselho Europeu sobre quem devem ser os próximos líderes das instituições da União Europeia (UE). Além da ministra da Defesa da Alemanha ter sido escolhida para a presidência da Comissão Europeia, o primeiro-ministro interino da Bélgica, Charles Michel, deverá ir para a presidência do Conselho Europeu e Christine Lagarde para a presidência do Banco Central Europeu (BCE). O acordo deixa, assim, de fora Manfred Weber, Frans Timmermans e Margrethe Vestager, dos lugares de topo da União Europeia.

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Novo presidente do Conselho Europeu assinala tarefa de “grande responsabilidade”

  • Lusa
  • 2 Julho 2019

O primeiro-ministro belga em funções, o liberal Charles Michel, considerou uma tarefa de “grande responsabilidade” a sua designação para a presidência do Conselho Europeu.

O primeiro-ministro belga em funções, o liberal Charles Michel, considerou esta terça-feira uma tarefa de “grande responsabilidade” a sua designação para a presidência do Conselho Europeu (CE) e definiu como objetivo do mandato uma “Europa unida com respeito pela diversidade nacional”.

“Ser apontado para presidente do CE é uma grande responsabilidade e uma tarefa que vou cumprir com empenho. O meu objetivo consiste numa Europa unida com respeito pela diversidade nacional. Solidariedade, liberdade e respeito mútuo são o cerne da União Europeia (UE). Vou defender estes valores”, referiu em mensagem na sua conta na rede social Twitter.

Os chefes de Estado e de Governo da UE chegaram hoje a acordo sobre as nomeações para os cargos institucionais de topo, designando a alemã Ursula von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia, anunciou Donald Tusk.

Anunciado pelo presidente do Conselho Europeu, e para além da nomeação de Charles Michel para a presidência do Conselho Europeu, o compromisso alcançado ao fim de uma ‘maratona’ negocial, que se prolongou em Bruxelas ao longo de três dias, desde as 18h00 de domingo (menos uma hora em Lisboa), contempla ainda a designação do ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, o socialista Josep Borrell, como Alto Representante da UE para a Política Externa e ainda da francesa Christine Lagarde para o Banco Central Europeu.

Com a designação de Ursula von der Leyen, ministra alemã da Defesa e muito próxima da chanceler Angela Merkel, o PPE, que presidiu à Comissão ao longo dos últimos 15 anos e que venceu as eleições europeias de maio, retém assim o mais ‘desejado’ dos cargos em negociação, que pela primeira vez será ocupado por uma mulher.

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António Costa: “Parte importante dos governos PPE está refém do discurso de Salvini”

O primeiro-ministro português admitiu que o acordo alcançado para os cargos de topo da UE é pior do que as soluções encontradas anteriormente, e que foram bloqueadas pelo grupo de Visegrado e Itália.

Com os candidatos aos altos cargos da União Europeia (UE) já definidos, António Costa volta a acusar os países de Visegrado e Itália de terem formado uma minoria de bloqueio, mostrando-se preocupado pela influência destes agentes em alguns Governos da família do PPE. O primeiro-ministro português admite que os acordos alcançados anteriormente eram melhores, mas sublinha que os socialistas mantiveram as posições.

Por duas vezes tivemos acordos concluídos que permitiam melhor resultado e em particular a presidência da Comissão, mas as divisões internas no PPE não permitiram que acordos se mantivessem válidos“, lamenta Costa, em declarações transmitidas pelas televisões.

Para o primeiro-ministro, pior que terem impedido os acordos foi verificar “a permeabilidade de vários dos governos do PPE ao discurso dos países de Visegrado, que é um fator preocupante para o futuro da Europa”. “Saio preocupado por constatar que uma parte importante dos governos PPE estão reféns do discurso de Salvini“, acrescenta.

Mesmo assim, Costa salienta que sai “confortado” pelo facto de que a “minoria de bloqueio não foi recompensada”, tendo em conta que nenhum destes países conseguiu ganhar um lugar nos cargos de topo das instituições europeias. Agora, “o processo segue noutra instância e vamos aguardar“, completa o primeiro-ministro, que foi também um dos negociadores pela parte dos socialistas.

Os candidatos que saem deste acordo são a alemã Ursula von der Leyen para a Comissão Europeia, a francesa Christine Lagarde no Banco Central Europeu, o belga Charles Michel no Conselho Europeu e o espanhol Josep Borrel para Alto representante para a Política Externa.

Estes nomes emergem de um “esforço grande” para garantir equilíbrio em três áreas, sendo elas o “equilíbrio de género”, o “equilíbrio entre diferentes regiões” e entre “diferentes famílias políticas”, explica Costa.

(Notícia atualizada às 19h45)

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Ursula von der Leyen, a ministra mais leal a Merkel, vai liderar a Comissão Europeia. É médica e defende um exército comum

Já com o título da primeira mulher a assumir a pasta da Defesa alemã, Ursula von der Leyen está no Governo de Merkel desde sempre e pode, agora, trocar Berlim por Bruxelas.

Os chefes de Estado da União Europeia (UE) já se alinharam e decidiram, finalmente, os nomes indicados para os cargos de topo das instituições comunitárias na próxima legislatura. O acordo coloca Ursula von der Leyen, atual ministra da Defesa da Alemanha, no cargo de presidente da Comissão Europeia.

Já com o título da primeira mulher a assumir a pasta da Defesa alemã, Ursula von der Leyen está no Governo de Merkel desde sempre e deve, agora, trocar Berlim por Bruxelas. Para já, ainda é preciso que Ursula von der Leyen seja votada no Parlamento por maioria absoluta.

Afinal, quem é Ursula von der Leyen?

Ursula von der Leyen tem 60 anos, nasceu na Bélgica e viveu nos Estados Unidos. Ao nível académico, Ursula tentou formar-se em economia, mas acabou por seguir medicina, área na qual é doutorada, chegando mesmo a exercer a especialidade de ginecologia. No seu currículo, consta também o facto de ser a primeira mulher a assumir a pasta da Defesa no Governo alemão.

Aliás, Ursula von der Leyen é a única ministra que se mantém desde o início no Governo da chanceler alemã Angela Merkel. O seu primeiro cargo foi, em 2005, como ministra dos Assuntos Sociais. Em 2010, foi eleita vice-presidente da CDU.

Com o mandato de Merkel a chegar ao fim, a ministra da Defesa da Alemanha chegou a ser apontada como a sucessora da chanceler alemã. Há quem a veja mesmo como uma espécie de eterna candidata a sucessora de Merkel.

Aposta na segurança e acolhimento dos refugiados

No currículo de Ursula von der Leyen é impossível não falar do facto de a responsável pela Defesa alemã ter sido uma das vozes ativas que defendeu, em plena crise dos refugiados, ser um erro comparar refugiados a terroristas. Em 2015, anunciou a mobilização de quatro mil soldados alemães para atuarem em caso de um grande fluxo de refugiados. Na altura, a Alemanha disse estar disponível para acolher 800 mil refugiados, quatro vezes mais do que em 2014 e um recorde na Europa.

Entre os temas mais quentes, Ursula von der Leyen tem dado especial atenção aos Estados Unidos da América (EUA). Em 2017, a ministra da Defesa da Alemanha rejeitou as acusações do Presidente Donald Trump, quando este disse que Berlim deve “vastas somas de defesa” à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e aos EUA.

Ursula von der Leyen, citada pelo Politico, depressa se insurgiu. “Não há registo de dívidas registadas com a NATO”, disse, acrescentando que o compromisso financeiro de um país com a aliança militar não é a única medida. “Os gastos com a defesa também vão para as missões de manutenção da paz da ONU, para as nossas missões na Europa e para a nossa contribuição na luta contra o terrorismo do Estado islâmico”, recordou na altura.

Meses depois, ainda sobre o mesmo tema, Ursula von der Leyen rejeitou que o Governo alemão estaria a favorecer o Presidente Donald Trump, ao concordar em aumentar os gastos com a defesa para 2% do Produto Interno Bruto (PIB). A ministra, por outro lado, defendeu que o aumento destes gastos é necessário para a segurança da Europa, bem como para manter a sua palavra. “A Alemanha mantém sua promessa”, afirmou, na altura, acrescentando que os seus vizinhos europeus esperavam precisamente isso.

Defensora da criação de um exército comum

Outro dos temas que faz parte do percurso profissional de Ursula von der Leyen é a criação de um exército comum. No final do ano passado, a ministra da Defesa da Alemanha disse que a União Europeia precisa do seu próprio exército para uma melhor defesa dos interesses comuns europeus em situações de crise.

“O exército europeu, que protege a população da comunidade europeia, precisa, não apenas de militares bem equipados, mas também da vontade política de defender os interesses europeus caso surja uma crise”, referiu, na altura, citada pelo Hamburger Abendblatt.

As vozes contra Ursula von der Leyen

Martin Schulz, ex-líder do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), foi um dos primeiros que se insurgiu contra a candidata Ursula von der Leyen para o cargo de presidente da Comissão Europeia. “Ursula von der Leyen é a ministra mais fraca do Governo”, afirmou, citado pelo Spiegel.

Já Sigmar Gabriel, do SPD, disse, ainda antes do anúncio de Tusk, que se a “chanceler vender o excelente presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, permitirá o fracasso da ministra da Defesa”.

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PS acusa PSD de ter programa para abrir “buraco negro” de 7,2 mil milhões de euros

  • Lusa
  • 2 Julho 2019

O deputado João Paulo Correia reagiu ao cenário macro que o PSD apresentou. Rio anunciou que se vencer as eleições corta 3,7 mil milhões em impostos e aumenta 3,6 mil milhões em investimento público.

O PS acusou estar terça-feira o presidente do PSD, Rui Rio, de pretender abrir “um buraco negro” na ordem dos 7,2 mil milhões de euros nas contas públicas nacionais nos próximos anos e exigiu “explicações urgentes” dos sociais-democratas.

Esta posição foi transmitida pelo vice-presidente da bancada socialista João Paulo Correia, momentos depois de o líder social-democrata ter apresentado em conferência de imprensa o cenário macroeconómico que serve de base ao programa eleitoral do PSD.

O PSD promete abdicar de 3,7 mil milhões de euros de receita de impostos na próxima legislatura e, ao mesmo tempo, promete aumentar a despesa de investimento em 3,5 mil milhões de euros. Ou seja, o PSD promete abdicar de 7,2 mil milhões de euros no Orçamento do Estado”, apontou João Paulo Correia.

O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS considerou que, até ao momento, o PSD “não explicou como atinge esses objetivos”.

“Pela voz do presidente do PSD, está aberto um buraco negro em matéria de contas públicas para a próxima legislatura. O PS considera que o PSD tem de esclarecer isto com urgência. Desafiamos o PSD a tentar explicar como é que, na próxima legislatura, tem condições para reduzir a receita de impostos em 3,7 mil milhões de euros, ao mesmo tempo que aumenta a despesa de investimento em 3,5 mil milhões de euros”, insistiu João Paulo Correia.

João Paulo Correia sustentou depois que se está perante “números impressionantes” em termos de um eventual desequilíbrio das contas públicas.

“Sabemos que estamos na altura pré-eleitoral, que é tentador fazerem-se promessas que espantem os olhos e encham os ouvidos dos eleitores, mas tem de haver aqui algum realismo. Na verdade, o PSD tem apresentado um enorme passivo em matéria de previsões, falhando em todas as suas previsões ao longo dos últimos oito anos, quer quando esteve no Governo, quer agora na oposição”, acrescentou.

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Altice vai processar autores do estudo sobre o SIRESP

Para a Altice, o estudo sobre o SIRESP resultou num "relatório oco, sem substância, com falhas técnicas, omissões e erros gravíssimos" e, por isso, vai avançar para tribunal.

O estudo entregue ao Governo sobre o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), cuja autoria foi atribuída ao Instituto de Telecomunicações (IT), resultou num “relatório oco, sem substância, com falhas técnicas, omissões e erros gravíssimos”, acusa a Altice. Nesse sentido, a empresa diz estar a colaborar com o Ministério Público (MP) para avançar com uma investigação.

“A Altice Portugal reafirma que este é um relatório oco, sem substância, com falhas técnicas, omissões e erros gravíssimos de caráter operacional, que revela uma enorme falta de qualidade e conhecimento específico sobre a matéria”, escreve a Altice, em comunicado, sublinhando que o mesmo viola a “confidencialidade de informação”.

A empresa de telecomunicações acrescenta que a apresentação do estudo “foi feita de forma ilegítima, já que foi feita em nome e com timbre do IT” e que o mesmo foi “realizado por um conjunto de cidadãos individuais, alegadamente especialistas, que, não tendo capacidade de fazer eco das suas declarações, usam a imagem do IT e dos seus parceiros, apenas para ampliar a sua posição pessoal e projeção mediática“.

Neste sentido, a Altice diz estar em “processo de comunicação ao MP para investigação da usurpação por parte de cidadãos individuais, de marcas, logótipos e do nome de instituições de prestígio nacional e internacional”, numa tentativa de “atribuir notoriedade e credibilidade a um trabalho totalmente alheio a essas instituições”.

A empresa diz que vai transmitir ao MP aquilo que considera serem “declarações gravosas e indecorosas, infundadas e ilegítimas que põem em causa o bom nome e o prestígio” da marca.

Empresas afastam-se da responsabilidade

O grupo de trabalho que analisou a rede SIRESP a pedido do Governo concluiu que a rede não é segura e que necessita de investimentos entre os 20 e os 25 milhões de euros. Entre as várias recomendações, o relatório sugere que o Governo pense já numa alteração da estrutura da rede, criando uma rede de cabos de fibra ótica enterrados ou com ligações por feixes hertzianos, com redundância, a instalar “em cerca de dois anos”.

As críticas às conclusões do estudo não tardaram. “É um estudo que demonstra profunda ignorância e desconhecimento”, disse Alexandre Fonseca, presidente da Altice Portugal, que está responsável pela manutenção da rede até meados de 2021.

No relatório constam os logótipos do IT, da Universidade de Aveiro, do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa e da Altice Labs. Contudo, as empresas já se começaram a afastar desta responsabilidade. Em declarações à TSF, o reitor da Universidade de Aveiro garantiu que o IT, do qual é parceira, não é autor do estudo. Paulo Jorge Ferreira explicou que Carlos Salema, presidente do IT, presidiu ao grupo de trabalho em nome pessoal.

O mesmo defendeu a Altice Labs que, numa nota enviada esta terça-feira afirmou que “não teve qualquer tipo de conhecimento” do estudo sobre o SIRESP, dado que a autoria do mesmo foi atribuída ao IT, do qual a Altice Labs é parceira. “A Altice Labs deparou-se com o desconhecimento total da origem de tal documento, também por parte de todos os outros parceiros associados do IT”, refere o documento.

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Avanade abre primeiro escritório em Portugal

A Avanade, parceria entre a Accenture e a Microsoft, acabou de abrir o primeiro escritório em Portugal. Escolheu Lisboa para instalar o 16.º escritório europeu.

A Avanade, a “joint venture” entre a Accenture e a Microsoft, empresa global líder em inovação digital no ecossistema Microsoft, acabou de abrir o primeiro escritório em Portugal, na cidade de Lisboa. O principal objetivo da empresa é “dar resposta à crescente procura das organizações por soluções Microsoft que proporcionem experiências com impacto genuíno junto de colaboradores e clientes”.

Criada em 2000, a Avanade conta com mais de 36.000 profissionais em 25 países que oferecem serviços digitais, tecnologias da informação (TI) e de consultoria a clientes de todo o mundo, em diversos setores de atividade. O escritório da Avanade em Lisboa é o 25º da empresa e o 16º a abrir na Europa.

O presidente da Accenture em Portugal, José Gonçalves, confessa estar muito satisfeito por ver a “Avanade expandir-se para Portugal e a abertura de um escritório em Lisboa, aumenta a nossa capacidade de colaborar e assim melhor servir os clientes locais”.

Para Paula Panarra, diretora-geral da Microsoft Portugal, “a parceria entre a Microsoft e Accenture, através da Avanade, tem sido um enorme sucesso global. A presença local da Avanade vai ajudar-nos a capacitar ainda mais os nossos clientes a transformarem-se digitalmente, impactando a maneira como trabalham e a melhorar as experiências que proporcionam aos seus clientes”.

A Accenture e a Microsoft, em conjunto com a Avanade, lançaram recentemente o Accenture Microsoft Business Group, elevando esta sólida parceria estratégica, através do desenvolvimento de soluções conjuntas que ajudam os clientes a superar eventuais ruturas e a liderar a transformação nas suas indústrias.

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Rejuvenescimento da Função Pública está a acontecer consoante “capacidade do país”, diz Centeno

O rejuvenescimento da Administração Pública tem de ser feito de forma "muito eficaz", mas deve seguir o ritmo permitido pelas capacidades do país, defendeu Mário Centeno.

Poucos dias depois de se ter conhecido que a idade média na Administração Pública (AP) subiu quase quatro anos nos últimos oito anos, Mário Centeno sublinha que o rejuvenescimento dos recursos humanos do Estado está “em curso ao ritmo que as capacidades do país permitem”. O ministro das Finanças falava na abertura da primeira edição das “Conversas sobre a Memória e o Futuro AP”, uma iniciativa promovida pela Direção-Geral da Qualificação dos Trabalhadores em Funções Públicas.

Este trabalho [de rejuvenescimento e revitalização] está em curso ao ritmo que as capacidades do país permitem e tem de ser feito de forma muito eficaz. Não basta recrutar mais pessoas. É necessário que se promova uma coexistência harmoniosa entre as gerações e este capital humano, que se aprenda com o passado naquela perspetiva de definir o rumo do futuro”, salientou o governante.

Mário Centeno aproveitou ainda para referir os dados revelados no Boletim Estatístico do Emprego Público (BOEP), na semana passada, e que indicam que, desde 2011, a idade média estimada para o total de trabalhadores do Estado subiu quase quatro anos para 47,4 anos. “Não é muito distante da média etária do conjunto da economia”, disse o ministro, frisando, por outro lado, que as qualificações na AP são “muito superiores” e têm vindo a aumentar “de forma significativa” ao longo da legislatura de António Costa.

A propósito e sobre o futuro, Centeno identificou três desafios centrais: o envelhecimento demográfico, a digitalização e as alterações climáticas. E destacou que estes desafios exigem “novos modelos de gestão, mais participados, mais abertos e com responsabilidade partilhada pela utilização de recursos escassos”. O ministro reforçou ainda que “inovar não é uma moda, é uma questão de sobrevivência”, defendendo que os trabalhadores e os dirigentes da AP devem “aprender com o passado” e “perspetivar o futuro”.

Recorde-se que o BOEP indicou também que o número de funcionário públicos com 65 anos ou mais e, portanto, à beira da reforma atingiu, no ano passado, os 16.203, o nível mais elevado desde o início da série estatística. Neste relatório, a Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) destacou, além disso, que no segundo semestre do último ano e face ao final de 2015, registou-se ainda uma quebra acentuado do número de trabalhadores entre os 25 anos e os 34 anos e um aumento do número de trabalhadores nas faixa etárias superiores aos 55 anos, o que reflete “essencialmente o reduzido número de novas admissões nas Administrações Públicas, particularmente entre 2012 e 2015”.

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