É este o setor em que se ganha mais e as empresas que pagam melhor

São os trabalhadores do setor da eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio que ganham mais, de acordo com o INE.

A remuneração média dos portugueses aumentou para 951 euros no terceiro mês do ano. Tal representa uma subida de 3,1% quando comparada com o mesmo período de 2018. Isto de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), cuja análise divulgada tem por base os dados fornecidos por 396 mil empresas à Segurança Social.

Em março de 2018, a remuneração bruta regular (isto é, sem os subsídios de férias e de Natal) estava nos 922 euros. O número registado em março deste ano é, não só, mais elevado do que esse como é o mais alto desde que o INE compila estes dados, março de 2015.

Qual o setor que paga melhor? E o que paga pior? Que empresas garantem melhores remunerações? Explore a galeria abaixo.

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Salários “imorais” dos eurodeputados deviam equiparar-se à realidade portuguesa

  • Lusa
  • 11 Maio 2019

Os representantes portugueses no Parlamento Europeu reconhecem que os salários dos eurodeputados são demasiado elevados quando comparados com o vencimento dos portugueses.

Os representantes portugueses ao Parlamento Europeu (PE) concordam que os salários dos eurodeputados são demasiado elevados quando comparados com o vencimento dos portugueses, defendendo uma redução do valor, que oscila entre os 15 e os 20 mil euros mensais.

É evidente que estes salários são imorais. São imorais relativamente a Portugal. Não é concebível que haja estes vencimentos quando o salário mínimo em Portugal é de 600 euros. E para se aumentar uns cêntimos por dia é sempre o cabo dos trabalhos”, argumentou Miguel Viegas, que procura que o excedente entre o salário do PE e o que efetivamente aufere, equiparado ao de deputado à Assembleia da República (AR), “reverta para a sociedade através de um conjunto de instrumentos, relacionados com a política interna do PCP”.

"É impossível olhar para aquele que é o padrão salarial da grande maioria dos países europeus e achar que os salários dos eurodeputados não são elevados. Acho que 6.000 mil e tal euros líquidos por mês é um valor elevado.”

Marisa Matias

Representante do Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu

A opinião do eurodeputado comunista é partilhada por Marisa Matias, para quem “é impossível” olhar “para aquele que é o padrão salarial da grande maioria dos países europeus e achar que os salários dos eurodeputados não são elevados”. “Os salários não são aquilo que muita gente diz, a não ser que essas pessoas fiquem com dinheiro que não lhes corresponde para uso pessoal. Até mesmo alguns colegas, que de forma muito pouco leal e muito pouco verdadeira, anunciam valores de 20 mil euros e coisas assim… seja como for, acho que 6.000 mil e tal euros líquidos por mês é um valor elevado“, disse a deputada.

“Obviamente, os custos de vida são muito mais elevados, mas conseguiríamos fazer um trabalho com dignidade, garantindo que conseguiríamos pagar as despesas em Portugal, em Estrasburgo e em Bruxelas, com um salário digno, mas mais baixo“, analisou, aquela que é a única representante do Bloco de Esquerda (BE) no PE.

O salário base de um eurodeputado é de 8.757,70 euros brutos (à data de julho de 2018), 6.824,85 euros depois de pagarem o imposto comunitário e contribuições para seguros. A esta verba acresce um subsídio fixo de 320 euros/dia para cobrir despesas de alojamento e despesas conexas por cada dia que os deputados ao PE compareçam em reuniões oficiais, em Bruxelas ou Estrasburgo, desde que assinem um registo para atestar a sua presença.

Existe ainda uma verba máxima mensal de 4.513 euros para as despesas resultantes das atividades parlamentares dos deputados, como os custos de arrendamento e gestão do gabinete do deputado, despesas de telefone e assinaturas, atividades de representação, computadores, organização de conferências e exposições, recebendo ainda os eurodeputados o reembolso dos voos a Portugal, mediante a apresentação dos respetivos recibos, até ao montante correspondente à tarifa aérea em classe executiva (ou similar), à tarifa de comboio em primeira classe ou a 0,53 euros por quilómetro, caso a viagem seja efetuada em automóvel privado (limitado a 1.000 quilómetros).

"Não se pode ganhar 30 vezes mais, ou 20 vezes mais o salário mínimo para representar pessoas que recebem o salário mínimo. Devia haver alguma moderação na forma como se remunera as funções políticas. E, sobretudo, deveria haver mais pudor na forma como se isentam de impostos essas remunerações.”

António Marinho e Pinto

Eurodeputado do Partido Democrático Republicano

Não se pode ganhar 30 vezes mais, ou 20 vezes mais o salário mínimo para representar pessoas que recebem o salário mínimo. Devia haver alguma moderação na forma como se remunera as funções políticas. E, sobretudo, deveria haver mais pudor na forma como se isentam de impostos essas remunerações”, defendeu António Marinho e Pinto, que vincou que “uma pessoa em Portugal que receba mais de 4,50 euros de subsídio de alimentação tem de o declarar para efeitos de IRS”, mas os eurodeputados recebem “cerca de dez, 12 mil euros” totalmente isento de impostos.

Para o eurodeputado do Partido Democrático Republicano, é tão nefasto para o trabalho político ganhar-se de mais como ganhar-se de menos. “E a prova está aí nas listas que os grandes partidos fazem. Nos partidos de base clientelar, como é o PS e como é o PSD, os lugares do PE não são para aqueles que melhor possam desempenhar a função parlamentar, mas para aqueles que mais fiéis foram às direções dos partidos e os premeiam com um lugar bem remunerado”, acusou.

A ideia é, no entanto, desmistificada pelo socialista Francisco Assis que, apesar de reconhecer que os salários são elevados quando comparados com o dos portugueses, diz não conhecer ninguém, “da direita à esquerda”, que esteja no PE por causa da remuneração. “As pessoas vêm para aqui porque este é um local de grande realização política, até pelas próprias condições de trabalho. Tem que ver com o facto de, por exemplo, termos possibilidade de contratar assistentes diretamente, o que em Portugal não existe”, apontou aquele que foi o cabeça de lista pelo PS nas últimas eleições europeias, em 2014.

Segundo Marisa Matias, que canaliza parte do seu salário para ajudar “projetos que são importantes”, “um salário na ordem dos 4.000 euros permitiria que os eurodeputados pudessem desempenhar as suas funções “com dignidade, mas sem excessos”, tendo em conta aquele que é o custo de vida em Bruxelas e os encargos no país de origem.

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Lacerda explica demissão com “interesses antagónicos” nos CTT

Um dia depois de anunciar a renúncia ao cargo de presidente executivo dos CTT, Francisco Lacerda deixou uma mensagem aos trabalhadores.

Um dia depois de ter anunciado a renúncia ao cargo de presidente executivo dos CTT, tal como o ECO noticiou em exclusivo, Francisco de Lacerda deixou uma mensagem aos trabalhadores da empresa, em que ficam claros os motivos que o levaram à demissão, um dos quais a a gestão de “interesses múltiplos (…) e antagónicos”.

“Aceitei este cargo com plena consciência de que a condução de uma empresa desta dimensão, saída de uma privatização, numa atividade em profunda transformação e com a missão que lhe compete por força do serviço público que presta, implicaria a gestão e permanente tentativa de conciliação que múltiplos interesses, muitas vezes antagónicos ou com horizontes temporais diferentes, dos seus diversos stakeholders“, começou por escrever Francisco Lacerda, na carta a que o ECO teve acesso.

O presidente executivo da empresa dos correios afirma que sempre procurou “focar a gestão da empresa” e criar “condições para navegar as difíceis águas de uma indústria que está, em todo o mundo, num acelerado processo de reinvenção e profunda transformação”.

Esta foi a minha missão e a ela me entreguei com máxima lealdade e total independência, olhando para trás com a certeza de que decidi sempre o que em consciência, e de modo informado, entendi ser o melhor para a empresa, sabendo que tal implicou, porém, escolhas difíceis”, continuou.

“Tendo refletido profundamente sobre o assunto, entendo que é tempo de uma nova liderança que, com fôlego renovado e desde já, possa começar a preparar a empresa para a fase que se avizinha”, rematou, agradecendo a “todos os colaboradores, acionistas e, claro, aos clientes” por estes sete anos que foram “dos mais desafiantes de sempre”.

Leia aqui a mensagem de Francisco Lacerda aos trabalhadores:

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Juan Guaidó convoca manifestação anti-regime para hoje em Caracas

  • Lusa
  • 11 Maio 2019

Juan Guaidó acusou o Governo de Nicolás Maduro de não governar nem resolver os problemas dos cidadãos, preocupando-se apenas em "perseguir os deputados".

A capital venezuelana deverá voltar a ser este sábado novamente palco de protestos contra o regime do Presidente Nicolás Maduro. A convocatória foi feita quinta-feira, em conferência de imprensa, pelo autoproclamado Presidente interino Juan Guaidó, na sequência da detenção do seu número dois, o vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano.

Perante os jornalistas, Guaidó reiterou as críticas ao regime, que acusa de já não governar nem resolver problemas dos cidadãos, mas apenas “perseguir os deputados”. Falando aos jornalistas 17 horas depois da detenção de Edgar Zambrano, na sede do partido Vontade Popular, em Caracas, rodeado de vários deputados da oposição, Guaidó falou para todos os venezuelanos que vivem tempos muito difíceis, para concluir que “o Governo de Maduro já não governa”.

Se governasse, procurava resolver os problemas da falta de eletricidade, da falta de alimentos, de medicamentos, de transportes, mas não, só se preocupa em perseguir os deputados da Assembleia Nacional”, acrescentou, referindo ser o Parlamento o único órgão legitimamente eleito e reconhecido pela comunidade internacional.

Ao fim do dia de quarta-feira, funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela (Sebin, serviços secretos) detiveram o vice-presidente do Parlamento venezuelano, Edgar Zambrano, anunciou o próprio na sua conta da rede social Twitter. No passado dia 3 de maio, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela acusou o vice-presidente do Parlamento de vários crimes, como traição à pátria e conspiração, por ter apoiado uma tentativa de golpe de Estado contra o Presidente Nicolás Maduro.

Segundo o Supremo, o deputado opositor Edgar Zambrano é responsável pelos crimes de “traição à pátria, conspiração, incitação à revolta, rebelião civil, associação para cometer delito, usurpação de funções, incitamento público à desobediência das leis e ódio continuado”. Estes crimes estão previstos no Código Penal venezuelano e na Lei Contra Criminalidade Organizada e Financiamento do Terrorismo, explicou.

Na terça-feira, 30 de abril, Edgar Zambrano apareceu publicamente em Altamira (leste de Caracas), junto a Juan Guaidó, e o político opositor Leopoldo López, apelando à população para ir para as ruas com vista a depor o Presidente Nicolás Maduro. Juan Guaidó, que se apresentou como Presidente interino em janeiro e teve na altura o apoio de mais de 50 países, desencadeou na madrugada do passado dia 30 de abril um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.

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Cristas acusa PS e António Costa de quererem “atacar” CDS por “medo” da sua força

  • Lusa
  • 11 Maio 2019

"Quiseram atacar-nos. Quiseram atacar-nos, mas hoje estamos aqui todos juntos para dizer a todo o país que o CDS está bem vivo, está forte e unido para o combate", disse a líder do CDS sobre o PS.

A líder do CDS-PP disse esta sexta-feira que o PS e o primeiro-ministro “quiseram atacar” o partido por “medo”, justificando com os números do aumento do desemprego e abrandamento da economia, mas garantiu que os centristas estão “vivos e fortes”.

“Quiseram atacar-nos. Quiseram atacar-nos, mas hoje estamos aqui todos juntos para dizer a todo o país que o CDS está bem vivo, está forte e unido para o combate“, afirmou Assunção Cristas, em Vila Nova de Famalicão, num jantar que marcou o arranque para as eleições europeias de dia 26. Para a líder centrista, “os sinais estão aí e, lamentavelmente, não são bons, mostram que a receita dita milagrosa começa a mostrar a realidade”.

“Esta é, porventura, a grande razão para António Costa querer eleições antecipadas. Tem medo. Tem medo. Mas nós, pelo contrário, não temos qualquer medo”, disse. “É altura de dizer basta e é agora, já nestas eleições, não vamos esperar por outubro. Vamos dizer basta de uma governação falhada na saúde, nos fundos comunitários, nos elevadíssimos impostos, naquilo que tem sido palavra permanente incumprida por parte do primeiro-ministro”, salientou.

Lembrando que “o próprio primeiro-ministro disse que estas eleições eram as primárias das legislativas”, Assunção Cristas continuou: “Estas eleições são, sim, a primeira volta das eleições de outubro e, portanto, quem está cansado do falhanço desta legislação tem agora a oportunidade para dizer basta a António Costa”.

A democrata-cristã acusou ainda o PS de querer fazer teatro: “Nós não nos transvestimos, nós somos exatamente os mesmos que salvaram o país da bancarrota”, garantiu. “O PS quer agora fazer teatro e o teatro de um partido reciclado de contas boas que não tem nada a ver com o passado de José Sócrates, mas a mentira tem perna curta e o primeiro-ministro sabe bem que a verdade está a vir ao de cima e, antes que seja tarde de mais para disfarçar, ele quis provocar eleições”, referiu, lembrando a ameaça de Costa se demitir se o diploma que repunha o tempo total ao professores fosse aprovado.

Segundo Cristas, o CDS-PP “foi o alvo” do PS e do primeiro-ministro: “Porque António Costa tem medo da força que o CDS tem vindo a ganhar por todo o país, por saber que, ao contrário de outros, CDS não é o partido de alternância, mas a verdadeira alternativa”, reforçou. Sobre as europeias, expressou preocupação com a abstenção, que considera ser a “maior batalha”. “Da nossa parte estamos animados, preparados, temos um caminho muito entusiasmante pela frente e sabemos que o vamos fazer com a alegria, a força da nossa casa”, finalizou.

Nuno Melo acusa PS de “absoluta delinquência bancária”

O cabeça-de-lista do CDS-PP às eleições europeias acusou na sexta-feira o PS de “absoluta delinquência bancária”, dando como exemplo a dívida de Joe Berardo à Caixa Geral de Depósitos (CGD). Em Vila Nova de Famalicão, de onde é natural, no jantar de arranque da campanha para as eleições europeias, Nuno Melo questionou o empréstimo de 350 milhões de euros feito por aquele banco público a uma “fundação que é privada”, indicando ainda outros exemplos da má gestão socialista da banca.

“A culpa será certamente da CGD, mas é também da absoluta delinquência bancária que, durante anos, com os socialistas a mandar se transformou a gestão [bancária] no pior que já se viu na Europa em tragédias que se chamaram BPP, BPN, Caixa Geral”, declarou eurodeputado.

Nuno Melo questionou também “como é que a CGD pôde emprestar 350 milhões de euros, como fez em 2006, quando o Dr. António Costa estava no Governo presidido pelo engenheiro Sócrates, a uma fundação que é privada e de cariz educativo para comprar ações do BCP“.

O “número um” da lista centrista para as europeias deixou ainda outras questões relacionadas com o banco público e a sua relação com o empresário Joe Berardo, que foi na sexta-feira ouvido na comissão parlamentar de inquérito à gestão e recapitalização da CGD, em Lisboa. “Eu gostava que alguém me explicasse neste país como é se reestruturou a dívida do senhor Joe Berardo contra os pareceres de risco do próprio banco público”, pediu.

Nuno Melo perguntou ainda como é que “administradores do banco, nomeadamente Armando Vara e Santos Ferreira, nomeados por um Governo que era de José Sócrates (…), conseguiram ser nomeados para o conselho de administração do BCP cujas ações foram compradas” por Joe Berardo. Quanto às eleições europeias, Nuno Melo deixou uma garantia: “O CDS é nesta campanha um exercício de decência, para começar, e decência implica não dizer uma coisa e fazer outra”.

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Governo pede o regresso de emigrantes a Portugal. “Precisamos muito que regressem”

  • Lusa
  • 11 Maio 2019

"Estamos de braços abertos para aqueles que queiram regressar ao nosso país. E precisamos muito que regressem", disse o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, em Newark.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, incentivou o regresso dos emigrantes a Portugal durante um encontro com a comunidade portuguesa de Newark, Estados Unidos, na sexta-feira à noite.

Num encontro realizado no Sport Club Português de Newark e organizado com o Consulado Geral de Portugal em Newark, foram discutidos assuntos relativos a diferentes faixas etárias e situações profissionais da comunidade portuguesa residente nos Estados Unidos, como a relação dos jovens lusodescendentes com a herança portuguesa, os professores que dão aulas em português, as pessoas dedicadas à arte e os reformados.

Uma das principais mensagens que ficou para a comunidade é que Portugal “precisa de todos” e quer investir no regresso dos emigrantes. “Como disse o primeiro-ministro ainda anteontem, estamos de braços abertos para aqueles que queiram regressar ao nosso país. E precisamos muito que regressem“, disse José Luís Carneiro.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas apresentou o estatuto de residente não habitual, que permite que “portugueses que estejam na idade da reforma e que vão viver para Portugal possam estar isentos de impostos durante dez anos” e ainda o Programa Regressar, aprovado pelo Governo com medidas de incentivo fiscal, incentivo à mobilidade e ao investimento para os emigrantes que regressem a Portugal em 2019 e 2020.

A sessão focou-se também no ensino e na educação, com uma apresentação da diretora-geral do Ensino Superior, Ângela Noiva Gonçalves, que referiu as “vantagens competitivas” de Portugal para que os jovens façam estudos superiores nas universidades ou politécnicos portugueses. Uma das principais vantagens para os norte-americanos é o valor das propinas anuais para o ensino superior do sistema público, em que os máximos 856 euros por ano representam apenas uma pequena parte dos custos nos Estados Unidos, disse.

Aberta a sessão de esclarecimentos e participação do público, uma professora portuguesa argumentou que as oportunidades não estão a ser apresentadas de forma eficaz ao público-alvo, os jovens nos Estados Unidos, que demonstram pouco interesse sobre Portugal e têm fracos conhecimentos da língua. Por seu lado, o secretário de Estado disse que a língua portuguesa tem de ser falada em casa e em família para que as pessoas nascidas nos Estados Unidos saibam português e se interessem pela cultura.

Respondendo a uma pergunta relativa a oportunidades para artistas, José Luís Carneiro incentivou para que os artistas ou as pessoas que tenham projetos pessoais se dirijam aos clubes ou associações portuguesas nos Estados Unidos para apresentarem os projetos e poderem receber apoios financeiros do Governo português. A comunidade foi convidada a participar no primeiro Congresso Mundial das Redes da Diáspora, que se realiza no Porto, a 13 e 14 de julho.

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Web Summit: Medina e Paddy estudam locais alternativos se falhar ampliação da FIL

  • ECO
  • 11 Maio 2019

A Câmara de Lisboa e a organização do Web Summit têm estado à procura de novas localizações para realizar o evento de empreendedorismo. Em cima da mesa estiveram três alternativas.

Depois de três edições bem-sucedidas, Lisboa fechou um acordo para mais dez anos de Web Summit. Mas, tal como o ECO noticiou, para este ano ainda não há confirmação de que o evento de empreendedorismo e tecnologia se realize novamente na Feira Internacional de Lisboa (FIL). Em causa estará um braço de ferro entre Fernando Medina e o presidente da Fundação AIP, proprietária da FIL, sobre a expansão do espaço. Eis uma lista dos locais possíveis para acolher esta imensidão de visitantes nos próximos anos.

A Foz do Trancão, entre Lisboa e Loures, vai receber em 2021 as Jornadas Mundiais da Juventude e é uma das hipóteses que estão a ser estudadas para receber um novo centro de exposições. Outra alternativa é um espaço junto à Feira Popular, em Carnide. Em cima da mesa esteve ainda Pedrouços, entre Lisboa e Oeiras, mas esta hipótese acabou por ser descartada uma vez que o terreno está previsto instalar o Campus do Mar, uma iniciativa do Governo, diz o Expresso.

Recentemente, o líder da Web Summit esteve em Lisboa para procurar espaços para novos escritórios com vista à expansão da sua equipa na capital. Contudo, horas depois, escreveu no Twitter que visitou a cidade com “o maior construtor e operador de conferências e exposições do mundo”, uma vez que havia “uma oportunidade por explorar” em Lisboa.

Fonte oficial da Câmara de Lisboa (CML) confirmou ao mesmo jornal que estas três localizações estiveram na mira de Paddy Cosgrave: “Alguns dos locais foram esses”. Fernando Medina não confirmou se acompanhou o líder da Web Summit nesta visita, limitando-se a responder que “a CML colaborou no levantamento de possíveis locais e discutiu com a equipa as conclusões” do mesmo, que foi “realizado com o apoio de consultores internacionais”.

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Costa recusa mexer em dossiês de professores depois da legislatura

  • ECO
  • 11 Maio 2019

Para o primeiro-ministro, a guerra com os professores "é um assunto bem encerrado" e que não fará parte do programa do PS nas próximas legislativas.

A crise com os professores é um “assunto bem encerrado” para António Costa que, nas próximas legislativas, não irá fazer qualquer alteração a este dossiê. De acordo com o Expresso, que cita fontes próximas do primeiro-ministro, depois das eleições europeias, a 26 de maio, será a vez de ocorrer um teste à geringonça.

“É um assunto bem encerrado”, afirmou António Costa àquele jornal sobre a guerra com os professores, depois de terminar a crise política de oito dias, onde a direita se juntou ao PS e chumbou a recuperação integral do tempo de serviço destes profissionais.

O programa dos socialistas exclui mesmo qualquer alteração na carreira, estatuto ou avaliação de professores para a próxima legislatura. Isto porque, de acordo com fontes próximas do primeiro-ministro, “mesmo o eleitorado do Bloco de Esquerda (BE) e PCP não o apoiam”.

Na Lei de Bases da Saúde, depois do braço de ferro público entre PS e BE sobre a as Parcerias Público-Privadas (PPP), os socialistas voltaram-se em definitivo para o PCP, tendo assegurar o apoio de Jerónimo de Sousa. Neste sentido, o acordo entre o PS e o PCP não é assim tão improvável, dado que os socialistas estão dispostos a ir mais longe na isenção das taxas moderadoras, tornando-as praticamente residuais.

Na lei laboral, o plano continua a ser aprová-la com o PSD: “Temos de os deixar assentar”, disse uma fonte do núcleo duro ao mesmo jornal. “Será cada vez mais normal a ideia de Governos apoiados por maiorias parlamentares diversas, com partidos que, apesar das convergências, quererão sempre manter as diferenças”, resume uma fonte do Governo.

O resultado desta crise terá sido, quanto muito, a desmobilização do eleitorado do PSD, algo que António Costa espera que tenha acontecido, diz o Expresso.

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João Bento vai ser o novo presidente dos CTT. Estas são as três prioridades

João Bento deverá ser o senhor que se segue nos CTT e, pela frente, tem três grandes desafios: plano de reestruturação, contrato de concessão e Banco CTT.

Os CTT vão ter um novo presidente executivo. O nome que se segue a Francisco Lacerda, que, como o ECO revelou em primeira mão, apresentou esta sexta-feira a demissão, deverá ser o de João Bento, atualmente administrador não executivo, indicado precisamente pelo maior acionista individual, Manuel Champalimaud.

O senhor que se na à frente dos destinos dos CTT tem três grandes desafios: acelerar o processo de reestruturação em curso; renegociar o contrato de concessão de serviço público postal com o Estado e, não menos importante, pôr o Banco CTT a dar dinheiro.

No comunicado divulgado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT apontam mesmo que a saída de Francisco Lacerda permitirá à nova gestão “focar-se na preparação dos desafios que os CTT enfrentarão no mandato de 2020-2022”, nomeadamente “o quadro contratual regulatório da concessão do Serviço Postal Universal”.

Enfrentar a negociação com o Governo do contrato de concessão

Até ao verão, os CTT vão iniciar com o Governo o processo formal de negociação do novo contrato de concessão do serviço público postal. Com Francisco Lacerda a antecipar a sua saída da empresa, as negociações deverão iniciar-se já com a nova equipa de gestão. Sobre isto, são conhecidas as declarações públicas do ministro Pedro Nuno Santos, que tutela o setor, e que não afasta a possibilidade de vir a reverter a privatização.

A renegociação do contrato de concessão com os CTT deverá implicar, por exemplo, a existência de uma estação de correios em cada concelho do país. Francisco Lacerda, por sua vez, defendia que bastava um posto de correio, uma operação menos pesada para a empresa. O Governo “não aceitará uma renegociação do contrato de concessão que não passe pela abertura de uma estação de correios em cada um dos concelhos do território nacional”, disse Pedro Nuno Santos, no Parlamento, no final do passado mês de abril.

Recorde-se, ainda, que a decisão sobre a renegociação do contrato de concessão dos correios será feita pelo Executivo que se formar a partir das eleições legislativas de 6 de outubro. Mas, se as negociações entre CTT e Governo podem ser “duras”, não menos desafiante será, provavelmente, o negócio do banco.

Fazer o Banco CTT crescer

Ciente das dificuldades de um banco recente, sobretudo comparativamente a bancos com mais músculo financeiro, o Banco CTT quer, progressivamente, crescer e ganhar quota de mercado. Uma das metas do “benjamin” dos CTT, estabelecida já para 2020, é atingir o breakeven, ou seja, recuperar todo o investimento que foi realizado no projeto.

Além disso, o banco — que conta com quase meio milhão de clientes — tenciona também melhorar o rácio de transformação. Aliás, a conclusão da compra do capital da 321 Crédito, especializada em concessão de crédito automóvel a particulares, deverá ajudar nessa mesma intenção. Em comunicado o banco liderado por Luís Pereira Coutinho explicou que esta aquisição se enquadra “na estratégia de desenvolvimento do Banco CTT”, com uma nova linha de negócio, gerando sinergias e “otimizando o balanço consolidado do Banco CTT, através do aumento significativo da carteira de crédito e do rácio de transformação de cerca de 30% para mais de 70%”, referiu a empresa.

Pôr o plano de reestruturação a dar frutos

Por último, também o plano de reestruturação da empresa continua sem dar os resultados desejados. No final do mês passado, os CTT revelaram as suas contas relativas ao primeiro trimestre o ano e os lucros voltaram a cair. A empresa ainda liderada por Francisco Lacerda registou lucros de 3,7 milhões de euros, o que significa uma queda de 37,7% (menos 2,2 milhões de euros) face aos 5,9 milhões verificados no período homólogo.

O grande desafio aqui é dar a volta aos resultados e trazer, de novo, a empresa ao crescimento dos lucros. Recorde-se, também, que, no âmbito do programa operacional de transformação da empresa, em vigor desde novembro de 2017, mais de 400 trabalhadores saíram dos CTT, 268 dos quais já este ano. Os números foram anunciados no final de fevereiro pelo então presidente executivo dos Correios de Portugal.

O responsável revelou, ainda, na mesma conferência, que recentemente foram contratadas mais 200 pessoas para funções como a distribuição do correio, a “interface com os clientes” e para o banco, sublinhando que a empresa conta com um total de 12 mil funcionários.

Quanto à redução do número de lojas — que também faz parte do plano de reestruturação — Francisco Lacerda afirmou que, em 2018, fecharam 70 lojas. “O ano passado reduzimos o número de lojas em 70 e pode haver mais algumas, se são únicas em concelho ou não é uma coisa que se verá”, disse na altura.

Com o plano de reestruturação, os CTT acreditam poder vir a ter uma contribuição positiva de até 45 milhões de euros para o EBITDA recorrente a partir de 2020 e ajudar a contrariar a contínua queda estrutural do negócio de correio. A missão de concretizar as metas deverá, assim, passar a ser comandada por João Bento.

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Trump ordena agravamento alfandegário sobre quase todas as importações da China

  • Lusa
  • 11 Maio 2019

Depois do aumento de dez para 25% nas tarifas aplicadas a alguns bens chineses, Donald Trump ordenou outro agravamento dessas taxas. Pequim vai continuar negociações "apesar de alguma fricção".

Os Estados Unidos vão aumentar as taxas alfandegárias sobre praticamente todas as importações provenientes da China, segundo instruções dadas ao representante do Governo norte-americano para o Comércio, Robert Lighthizer.

A informação foi divulgada em comunicado do Gabinete do representante dos EUA para o Comércio (USTR, na sigla em inglês). “O Presidente [Donald Trump] ordenou-nos que começássemos o processo de aumento dos direitos alfandegários sobre quase todo o resto das importações da China [ainda não agravadas], avaliadas em cerca de 300 mil milhões de dólares” (267 mil milhões de euros)”, indicou Lighthizer.

O processo começa na segunda-feira.

Negociações vão continuar “apesar de alguma fricção”, diz Pequim

O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, afirmou esta sexta-feira, em Washington, que as negociações comerciais com os Estados Unidos vão continuar em Pequim, numa data a acordar, apesar dos obstáculos. “As negociações não falharam, pelo contrário, (os obstáculos são) uma reviravolta normal nas negociações (…) é inevitável” entre os dois países, disse Liu em declarações à imprensa chinesa, após uma ronda de conversações comerciais na capital norte-americana.

As conversações terminaram horas depois do início do aumento de tarifas a mais de 5.000 produtos chineses. A partir de sexta-feira, as tarifas aplicadas a esses produtos aumentaram de 10% para 25%, uma taxa que agora afeta quase metade das importações vindas da China.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, declarou que o aumento das tarifas vai fortalecer os Estados Unidos. Por sua vez, a China lamentou profundamente a decisão dos Estados Unidos e já anunciou que vai ter que tomar “as medidas necessárias” para responder, sem esclarecer quais serão.

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“Portugal está a recuperar a produtividade empresarial”, diz Siza Viera

Ministro da economia destaca que a qualidade dos recursos humanos é um fator crítico na produtividade e isso implica um reconhecimento a nível salarial.

Pedro Siza Vieira salientou, esta sexta-feira, que Portugal está a recuperar a produtividade empresarial e deve competir com base na inovação, no conhecimento e na qualificação dos recursos humanos. O ministro da Economia que marcou presença na conferência “A Qualidade da Gestão”, realizada no Porto, evidenciou ainda que a produtividade na indústria transformadora está a crescer mais que a média da União Europeia.

O ministro da Economia lembra que a qualidade dos recursos humanos é um fator crítico da produtividade e que isso implica um reconhecimento a nível salarial. “As empresas mais produtivas, mais competitivas e mais exportadoras pagam melhores salários que aquelas que estão orientadas para o mercado interno”, refere Siza Vieira.

Questionado sobre a valorização das carreiras, o ministro da economia frisa que durante os anos de crise houve um congelamento nas carreiras da função pública, o que levou a uma redução dos salários. Face a esta problemática existe a necessidade de recuperar os cortes salariais efetuados durante a anterior legislatura e posteriormente descongelar as carreiras. “Agora temos as contas certas, o que nos permite continuar a ter, no futuro, a confiança que vamos conseguir assegurar aos funcionários públicos melhores condições salariais”, conclui Pedro Siza Viera.

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Web Summit na FIL? “Não há confirmação formal”, diz a Fundação AIP

Faltam seis meses para mais uma edição da Web Summit, mas a localização ainda não está fechada. A Fundação AIP continua à espera de uma "confirmação formal".

Já começou a contagem decrescente para a Web Summit (WS). Depois de três edições bem-sucedidas, Lisboa fechou um acordo para mais dez [até 2028], com o compromisso de aumentar o espaço de forma a permitir o crescimento do evento destinado às startups e à tecnologia. A Feira Internacional de Lisboa (FIL) está a avançar nesse sentido, prometendo mais área de exposição já este ano, mas não há ainda certeza se será palco para a conferência deste ano. Apesar de aparecer nos mapas rumo ao WS, a Fundação AIP não tem qualquer garantia que acontecerá na FIL.

“Não temos ainda qualquer confirmação formal que a próxima Web Summit se realizará na FIL”, afirma Carlos Brazão, vice-presidente da Fundação AIP, ao ECO. “Em anos anteriores a confirmação do espaço foi normalmente feita em finais do ano anterior ou princípio do ano do evento”, explica, mas desta vez isso ainda não aconteceu, apesar das tentativas de contacto por parte da dona do espaço, um dos que tem feito parte do evento, juntamente com a Altice Arena.

"Não temos ainda qualquer confirmação formal que a próxima Web Summit se realizará na FIL (…) Em fevereiro último contactámos os organizadores, mas aguardamos ainda a formalização contratual para a FIL da edição da Web Summit do corrente ano de 2019.”

Carlos Brazão

Vice-presidente da Fundação AIP

Em fevereiro último contactámos os organizadores, mas aguardamos ainda a formalização contratual para a FIL da edição da Web Summit do corrente ano de 2019″, diz, apesar de aparecer tanto na página do evento internacional como na agenda prevista para o recinto. Aparece no calendário da FIL porque a Fundação AIP, sabendo da importância da Web Summit, apesar da elevada procura que o espaço continua a ter por parte de outros clientes e eventos para esse mesmo período, entendeu no interesse do país manter uma reserva temporária até ao momento”, diz. Até porque este evento tem um peso nas nossas receitas de “menos de 3%”, refere.

Página oficial da FIL tem reservada as datas de 4 a 7 de novembro para a Web Summit apesar de a Fundação AIP não ter qualquer confirmação formal por parte da empresa.

A ausência de confirmação, apesar de se tratar de uma simples formalização, não deve, efetivamente, levar a Web Summit para uma nova paragem. Contactada, a empresa de Paddy Cosgrave é vaga na resposta, afirmando apenas que “pelo que é possível ver no site da FIL, o evento ainda está lá”. E remata afirmando que “não tem qualquer comentário específico a fazer” à questão de se confirmam a realização do evento naquele espaço.

Esta postura da Web Summit ganha maior expressão à luz das críticas que Paddy Cosgrave tem vindo a fazer ao espaço da Fundação AIP, especificamente à reduzida dimensão para a ambição do empresário irlandês. Recentemente, através do Twitter, Cosgrave partilhou uma publicação onde aventava a possibilidade de ser construído um novo centro de congressos. “Imaginem se Lisboa tivesse um centro de congressos completamente novo numa linda nova localização”, escreveu, referindo ainda cidades como Bilbao e Milão, que contam com centros centenas e milhares de vezes maiores.

“Estou a visitar espaços em Lisboa com o maior construtor e operador de espaços de conferências a nível mundial”, escreveu Paddy Cosgrave a 29 de abril, no Twitter, numa altura em que faltam seis meses para a nova edição do evento, agendado para os dias 4, 5, 6 e 7 de novembro. “Penso que existe uma enorme oportunidade por explorar em Lisboa, fora da semana da Web Summit, para que a cidade seja a anfitriã de muitos mais grandes eventos à escala global”, rematou.

Estas declarações acontecem numa altura em que a Fundação AIP procura dotar a FIL dessa maior capacidade. “A Fundação AIP gostaria de arrancar com a primeira fase [de expansão] ainda este ano”, sendo que “este arranque ainda em 2019 está dependente de conversações em curso”, diz ao ECO. “O primeiro momento desta fase compreenderá a expansão dos atuais Pavilhões 1 a 3, permitindo à FIL aumentar a sua área expositiva dos atuais 41 para 54 mil metros quadrados”, diz.

Esta expansão é importante para a Fundação AIP, mas ainda mais para a câmara municipal de Lisboa (CML), que foi quem acertou com a Web Summit os detalhes do acordo que vai manter o evento na capital portuguesa durante uma década. É que, segundo esse acordo secreto que foi obtido pelo Público, a autarquia tem, não só a responsabilidade de assegurar a ampliação do recinto da FIL como pode vir a ter de “pagar em dinheiro à Connected Intelligence Limited [empresa que organiza a Web Summit] os danos” daí decorrentes.

Questionada sobre esta cláusula que define que o valor a pagar pela CML é calculado através de uma fórmula em que entram a área de recinto necessária para a Web Summit, a área efetivamente disponível e as receitas esperadas nessa edição, a dona da FIL diz nada saber. “Desconhecemos o conteúdo do contrato que refere, para além do que tem vindo a público. Aliás nem deveríamos ter, uma vez que não fomos subscritores”, diz o vice-presidente da Fundação AIP.

Sem alternativa à FIL, e caso o investimento na expansão por parte da Fundação AIP não avance ou avance de forma menos célere, nos próximos anos as compensações da CML à Web Summit podem aumentar. Isto porque se o contrato diz que a autarquia “deverá garantir um mínimo de 53 mil metros quadrados de área de exposição permanente e 18 mil metros quadrados de área de exposição temporária” a 1 de outubro de 2019, também prevê que o espaço chegue a um mínimo de 90 mil metros em 2021. Contactada pelo ECO, fonte oficial da autarquia lisboeta referiu a primeira fase de transformação “aconteça a tempo” do evento deste ano, reforçando ainda que a confirmação oficial do Web Summit é feita “diretamente” pela organização os gestores do espaço e que, “só se alguma coisa correr mal”, a câmara seria notificada. “O que não aconteceu até agora”, reforça.

Penso que existe uma enorme oportunidade por explorar em Lisboa, fora da semana da Web Summit, para que a cidade seja a anfitriã de muitos mais grandes eventos à escala global.

Paddy Cosgrave

Fundador da Web Summit

“A Fundação AIP definiu como seu desígnio levar a cabo o projeto de expansão da FIL no decorrer dos próximos dez anos”, sendo que numa primeira fase, além da junção dos pavilhões, está prevista a expansão do Pavilhão 4. E seguir-se-á a construção de um piso superior, que ficará por cima da da atual área técnica e do parque de cargas e descargas. Numa segunda fase, haverá um novo edifício onde era, na altura da Expo 98, a Praça Sony.

“Estamos convictos que o projeto de expansão da FIL é do interesse nacional bem como da cidade de Lisboa”. “Temos também deixado clara a nossa disponibilidade para ir ao encontro do compromissos de prazos de execução assumidos pela CML e outras entidades públicas com a Web Summit”, diz Carlos Brazão, sublinhando que a Fundação AIP tem seguido “um caminho notável de recuperação após os anos da crise económica, tendo apresentados resultados francamente positivos nos últimos dois anos”. O volume de negócios em 2018 ascendeu a 28 milhões de euros.

Mais dez anos em Lisboa

A organização do Web Summit, o Governo e a autarquia lisboeta juntaram-se no Altice Arena no início de outubro de 2018, um mês antes do evento do ano passado, para anunciar oficialmente que a maior conferência do mundo de tecnologia e empreendedorismo iria realizar-se em Lisboa até 2028. O acordo feito entre as três entidades prevê um valor anual de cláusula que o Web Summit terá de pagar a Portugal se decidir sair do país antes do final do período acordado, que poderá ascender aos três mil milhões de euros. De acordo com Fernando Medina, presidente da câmara de Lisboa, “o investimento na FIL vai permitir acolher 100 mil participantes, ou mais”.

O valor anual que Portugal vai pagar ao Web Summit para garantir que o evento continua em Lisboa será de 11 milhões de euros — repartido pelo Fundo de Desenvolvimento Turístico lisboeta e pelo Ministério da Economia — e servirá de apoio à organização. Nos primeiros três anos do evento em Portugal, o Governo investiu 1,3 milhões por ano. O impacto económico anual do evento, estimado pelo Governo em 2017, foi de 300 milhões de euros apenas em turismo e serviços associados.

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