Dezenas de detidos em Hong Kong numa manifestação contra comerciantes chineses

  • Lusa
  • 5 Janeiro 2020

Dezenas de pessoas foram detidas numa manifestação contra comerciantes da China que lucram com as diferenças de preços da China continental e Hong Kong. Milhares estiveram nas ruas.

Milhares de pessoas de Hong Kong voltaram este domingo às ruas da cidade para protestar contra os comerciantes da China continental perto da fronteira. Embora o protesto tenha começado pacificamente, ao final da tarde alguns manifestantes saíram da rota combinada e lançaram coquetéis molotov contra os agentes, o que os levou a retaliar com gás lacrimogéneo. A intervenção terminou com dezenas de detidos, noticiou a imprensa local.

Os manifestantes reuniram-se em Sheung Shui, a apenas alguns minutos de carro da fronteira chinesa, onde os moradores locais se queixam há anos dos transtornos causados pelos comerciantes da China continental que compram ali produtos para revender.

A prática, conhecida como “comércio paralelo”, permite que os comerciantes lucrem com as diferenças de preços entre a China continental e Hong Kong, que, ao contrário da China continental, não cobra impostos sobre bens e serviços. Como consequência, os moradores locais ficaram em pior situação, já que o distrito foi inundado por esse comércio e muitas lojas antigas fecharam, sendo substituídas por farmácias e lojas de cosméticos que atendem os comerciantes.

O protesto passou pelas principais ruas do distrito, onde os manifestantes entoaram slogans contra os compradores, que durante a última década têm cruzado a fronteira para recolher itens do dia-a-dia, de leite em pó para bebés até cosméticos e bombons de chocolate, revendendo-os na China. “Devemos dizer a estes comerciantes que esta é a nossa casa”, disse um morador ao jornal South China Morning Post.

Os manifestantes instaram o Governo a limitar o número de turistas chineses que visitam a cidade para evitar o custo dos produtos vendidos no distrito, especialmente antes do Festival da Primavera ou do Ano Novo Chinês, que este ano se assinala em 25 de janeiro.

O conselheiro distrital pró-democrático Chan Yuk-ming, um dos organizadores dos protestos de hoje, disse ao mesmo jornal que os moradores locais foram forçados a sair às ruas porque o Governo não está a tomar medidas para resolver o problema. “Deveria ser sua responsabilidade regular os comerciantes, mas todo o peso recai sobre nós”, disse Chan.

Os protestos chegaram às ruas de Hong Kong de forma massiva em 9 de junho por causa de um controverso projeto de lei de extradição, entretanto retirado pelo Governo, mas transformaram-se num movimento de luta em defesa da democracia e contra o autoritarismo de Pequim.

No entanto, os meses de protestos colocaram a economia de Hong Kong em recessão pela primeira vez em uma década, depois de se contrair 2,9% no terceiro trimestre, afetada pelas quedas das importações e exportações, das vendas a retalho e pelos números decrescentes do turismo.

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Fisco já devolve IUC cobrado a mais sobre carros usados importados

  • ECO
  • 5 Janeiro 2020

Um contribuinte do distrito de Leiria conseguiu ser reembolsado pelo IUC cobrado a mais na importação de um automóvel em 2008, por ter aplicado uma fórmula de cálculo ilegal. Caso abre um precedente.

A Autoridade Tributária (AT) já reconhece que tem de devolver parte do Imposto Único de Circulação (IUC) por ter aplicado uma fórmula de cálculo ilegal. Pelo menos um contribuinte vai ser reembolsado, mas o caso abre a porta a dezenas de milhares de reclamações do mesmo género, noticia o Público (acesso condicionado) este domingo.

Um contribuinte do distrito de Leiria receber 1.050 euros relativos a parte do IUC que pagou em 2008, aquando da importação de um automóvel Mini 1300, mas cuja primeira matrícula tinha sido emitida na Alemanha em 1996. Em causa está o facto de a AT ter tributado o carro como se fosse novo, ignorando que o mesmo já tinha 12 anos, explica o mesmo jornal.

Sabe-se que o Fisco usou a mesma fórmula de cálculo em milhares de outros casos semelhantes a partir de 2007, uma situação que já foi considerada ilegal em 2018 pelo Tribunal de Justiça da União Europeia. O Parlamento corrigiu o código do IUC no ano passado, mas o contribuinte em causa não se conformou e pediu à AT a liquidação do imposto cobrado a mais.

Numa primeira fase, segundo o Público, a AT recusou. O contribuinte recorreu, depois, a um centro de arbitragem administrativa, mas o Fisco acabou por decidir voluntariamente devolver o imposto, antes sequer de o processo avançar.

Não se sabe o número exato de contribuintes que pagaram IUC a mais na importação de automóveis antes de a decisão ser declarada ilegal. Segundo o Público, o Ministério das Finanças mantém-se “atrás de um muro de silêncio”. Alguns contribuintes ainda terão margem para reclamar, mas, legalmente, a correção só é feita, no máximo, para os casos que ocorreram nos últimos quatro anos.

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MP quer saber quanto receberam Mexia e Manso Neto desde que estão na EDP

  • ECO
  • 5 Janeiro 2020

Os procuradores do "caso EDP" tencionam averiguar o montante total de salários, prémios e regalias que António Mexia e Manso Neto receberam desde 2006, altura em que entraram no board da elétrica.

O Ministério Público (MP) quer saber quanto recebeu António Mexia e João Manso Neto durante o período em funções na administração da EDP.

Concretamente, os procuradores pretendem calcular o montante total dos salários, prémios e regalias que os dois gestores receberam da empresa desde 2006, altura em que assumiram funções.

A notícia foi avançada este domingo pelo Correio da Manhã (acesso pago), que refere que os salários dos dois gestores — respetivamente, presidente do conselho de administração executivo, e membro desse mesmo conselho — estão “na mira da justiça”.

Segundo o jornal, a informação está no despacho em que o MP indica os factos imputados a João Conceição ex-assessor de Manuel Pinho, então ministro da Economia do Governo de José Sócrates. João Conceição foi interrogado em novembro.

O Correio da Manhã aponta que a intenção de calcular o montante total pago aos dois gestores prende-se com os alegados benefícios indevidos que terão sido atribuídos à EDP enquanto Manuel Pinho estava no Governo. Pinho e Conceição terão beneficiado “indevidamente” em “cerca de 1,2 mil milhões de euros os interesses da EDP”, suspeita o MP.

Manuel Pinho e João Conceição têm vindo a negar estas acusações, assim como António Mexia e João Manso Neto.

Sabe-se que, no período de 12 anos entre 2006 e 2018, António Mexia, que se mantém à frente da elétrica portuguesa, foi remunerado em mais de 22 milhões de euros pelo exercício das funções, enquanto Manso Neto, que também é líder da EDP Renováveis, recebeu mais de 14 milhões nesse período. Estes números estão nos relatórios sobre o governo da sociedade, publicados pela empresa.

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Eleição do secretário-geral do PS a 15 e 16 de maio, congresso duas semanas depois

  • Lusa
  • 5 Janeiro 2020

A eleição do próximo secretário-geral do PS vai realizar-se em 15 e 16 de maio e o XXIII congresso do partido está marcado para 30 e 31 de maio.

A eleição do próximo secretário-geral do PS vai realizar-se em 15 e 16 de maio e o XXIII congresso do partido está marcado para 30 e 31 de maio, em Portimão, decidiu a Comissão Nacional do partido, que esteve reunida no Porto este sábado.

Durante a reunião da Comissão Nacional, o órgão máximo dos socialistas entre congressos, foi também determinada para 13 e 14 de março a eleição dos presidentes das Federações distritais do PS. Seguem-se, a 4 e 5 de abril, os vários congressos federativos, de acordo com o calendário interno para 2020 aprovado hoje pela Comissão Nacional.

A Comissão Permanente do PS recomenda que, a 31 de janeiro e 1 de fevereiro, se realizem as eleições das secções e concelhias do PS. Até 4 de fevereiro, têm de realizar-se as reuniões das Comissões Políticas de Federação para marcar eleições e data do congresso federativo e “fixar o número total de delegados a eleger”, escreve-se no documento aprovado pela Comissão Nacional, distribuído aos jornalistas.

Para 15 e 16 de maio, ficou marcada a eleição do secretário-geral do PS, da presidente das Mulheres Socialistas e dos delegados ao Congresso.

Duas semanas depois, a 30 e 31 de maio, em Portimão, o partido reúne-se no XXIII Congresso Nacional que irá eleger os órgãos diretivos partidários para os dois anos seguintes, um período que abrange as eleições autárquicas de 2021.

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Se Irão retaliar, Donald Trump promete atacar 52 novos alvos iranianos

  • Lusa
  • 5 Janeiro 2020

Donald Trump advertiu Teerão que os EUA identificaram 52 locais no Irão e que os atacarão “muito rapidamente e duramente” se a República Islâmica atacar pessoal ou alvos americanos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu Teerão que as forças militares norte-americanas identificaram 52 locais no Irão e que os atacarão “muito rapidamente e duramente” se a República Islâmica atacar pessoal ou alvos americanos.

Alguns desses locais iranianos “são de muito alto nível e muito importantes para o Irão e para a cultura iraniana”, precisou Donald Trump numa mensagem da sua conta da rede social Twitter. “Os Estados Unidos não querem mais ameaças”, acrescentou.

Donald Trump disse ainda que o número de 52 lugares corresponde ao número de americanos que foram feitos reféns durante mais de um ano, no final de 1979, na embaixada dos Estados Unidos em Teerão.

A tensão entre os Estados Unidos e o Irão aumentou na sequência da morte do comandante da força de elite iraniana Al-Quds, Qassem Soleimani, vítima na sexta-feira de um ataque aéreo contra o aeroporto internacional de Bagdade que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O ataque já suscitou várias reações, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas – Rússia, França, Reino Unido e China – alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedido às partes envolvidas que reduzam a tensão. O quinto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU são os Estados Unidos.

No Irão, o sentimento é de vingança, com o presidente e os guardas da revolução a garantirem que o país e “outras nações livres da região” vão vingar-se dos Estados Unidos.

Também o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte do general e declarou três dias de luto nacional, enquanto o chefe da diplomacia considerou que a morte como “um ato de terrorismo internacional”.

Ministro iraniano adverte Donald Trump sobre ameaças ao Irão

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano alertou o presidente dos Estados Unidos sobre as novas ameaças que fez ao Irão e o exército iraniano também disse que Donald Trump não se atreverá a atacar o seu país.

“Tendo violado gravemente o direito” internacional com os “assassínios covardes” do general iraniano Qassem Soleimani e de um chefe da milícia pró-Irão no Iraque, Trump “ainda ameaça cometer novas violações (…) das normas imperativas do direito internacional”, para cruzar novas “linhas vermelhas”, escreveu o ministro Mohammad Javad Zarif na sua conta na rede social Twitter. Zarif declarou ainda que “atacar locais culturais é um crime de guerra”.

Por seu lado, o exército iraniano respondeu ao último desafio de Donald Trump, expressando dúvidas de que os Estados Unidos tenham a “coragem” de atacar o Irão. “Dizem este tipo de coisas para desviar a atenção da opinião mundial sobre o seu ato hediondo e injustificável”, disse o major-general Abdolrahim Moussavi, comandante-chefe do exército iraniano, citado pela agência oficial Irna, referindo-se ao assassínio do general Soleimani. Mas “duvido que tenham coragem”, acrescentou o militar iraniano.

(Notícia atualizada às 11h45 com reação de Javad Zarif)

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UTAO admite que Centeno pode ter excedente maior no OE

Peritos do Parlamento acreditam que Centeno omitiu receitas no valor de 255 milhões que, se incluídas no saldo, o elevam para 0,3%. Margem dá folga para negociar à esquerda sem mexer na meta oficial.

A meta de excedente de 0,2% do PIB assumida pelo Governo para este ano pode estar subavaliada em uma décima, admite a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) no relatório com a apreciação preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2020 (OE2020). Os peritos acreditam que Mário Centeno omitiu receitas orçamentais, no valor de 255 milhões de euros que, quando contabilizadas, engordam o saldo orçamental para 0,3% do PIB.

“O saldo orçamental previsto para 2020, [de] 533 milhões de euros, poderá estar subavaliado no montante de 255 milhões de euros, cerca de metade da meta nominal da Proposta de Orçamento do Estado (POE/2020), à conta da omissão de algumas receitas decorrentes da implementação de medidas previstas pelo Ministério das Finanças do relatório que acompanha a POE”, escrevem os peritos do Parlamento no relatório distribuído sexta-feira à noite aos deputados e a que o ECO teve acesso.

Os técnicos consideram este impacto “relevante” por tornar a meta do Governo mais robusta. A confirmarem-se as contas dos técnicos — que resultam da análise das rubricas da receita gerada por medidas já adotadas em anos anteriores mas com impacto ainda este ano e das medidas novas incluídas neste OE –, o Governo tem assim uma margem que lhe pode permitir, por exemplo, acomodar medidas negociadas à esquerda sem que o objetivo oficial do saldo orçamental seja afetado.

O PS venceu as legislativas, mas sem maioria no Parlamento. O Governo de António Costa precisa, por isso, de negociar com os restantes partidos, nomeadamente à esquerda, por forma a tentar a aprovação — ou, no mínimo, a abstenção — da proposta de Orçamento do Estado para 2020.

No final da semana passada, Costa reuniu-se novamente, em São Bento, com o Bloco de Esquerda (BE) e o PCP para tentar obter o seu apoio ao documento. O BE anunciou este sábado que não estão reunidas as condições para que o partido aprove a proposta de OE para 2020 na generalidade, apesar de afirmar que se mantém disponível para negociar com o Governo “até ao último minuto”. Em resposta, o secretário-geral do PS afirmou que o OE é trabalhado “até ao último dia”.

Estão já agendados novos encontros entre o BE e o Executiv para a próxima semana. A proposta de OE para 2020, sendo que o documento vai a votos numa sessão plenária agendada para sexta-feira, 10 de janeiro. A votação final deverá ter lugar a 7 de fevereiro.

Medidas do OE com impacto negativo na consolidação orçamental

Apesar de a UTAO ver margem para que o saldo orçamental do Governo seja mais expressivo do que o assumido oficialmente na proposta de OE para 2020, os peritos do Parlamento assinalam que as medidas novas adotadas pelo Executivo neste OE dão um contributo negativo para a consolidação orçamental.

“O contributo para a consolidação orçamental das novas medidas de política que a POE/2020 traz é negativo pela primeira vez nos últimos cinco anos. No período de 2016 a 2018, o conjunto das novas medidas de política orçamental contribuiu sempre para a consolidação orçamental, ou seja, o saldo agregado destas medidas concorreu para a melhoria do saldo orçamental e o cumprimento da trajetória de ajustamento estrutural em direção ao Objetivo de Médio Prazo”, diz o relatório.

Os técnicos da Assembleia da República explicam que “face ao cenário de políticas invariantes, as novas medidas de política orçamental na POE, a materializarem-se, representam um agravamento líquido do saldo em 121 milhões de euros ou 0,06% do PIB“. Para estes especialistas em finanças públicas, este impacto decorre de medidas que preconizam diminuições de despesa e aumentos de receita no sentido da redução do saldo orçamental em cerca de 285 milhões de euros, mas que são “absorvidas por medidas em sentido contrário em cerca de 406 milhões de euros”.

“Este resultado decorre, essencialmente, de medidas que reduzem a receita através de benefícios fiscais (ex.: IRS Jovem, alargamento do regime da Dedução de Lucros Retidos e Reinvestidos e aumentos nas deduções com filhos em sede de IRS), sendo que a despesa crescerá em virtude dos encargos com atualizações salariais, prestações sociais e habitação, superiores ao valor da poupança de despesa perspetivado com o exercício de revisão de despesa”, detalham.

Embora cumpra de forma folgada a meta imposta pelas regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, de um limite de défice de 3% do PIB, a UTAO sinaliza que nas restantes regras — redução do saldo estrutural e da dívida pública — a margem de segurança do Executivo é mais limitada, dando assim a entender que pode existir algum risco de incumprimento destas normas.

Porém, tal como em anos anteriores, o ministro das Finanças construiu o Orçamento com algumas folgas que permitem uma gestão mais flexível da execução orçamental. O Orçamento assume que o Governo não pretende consumir durante a execução 590 milhões de euros da despesa para a qual pede aprovação ao Parlamento.

Além disso, tem uma margem de segurança de 1.805 milhões de euros em dotação provisional, reserva orçamental e dotações centralizadas no Ministério das Finanças, despesa que Mário Centeno pode travar se necessário. Este valor cresceu 25% face a 2019 graças ao reforço das dotações centralizadas, uma prática corrente, mas que a UTAO critica por considerar que não permite avaliar em que programa orçamental o Governo pretende fazer a despesa.

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Apesar da fuga, Japão está decidido a julgar Carlos Ghosn no país

  • Lusa
  • 5 Janeiro 2020

A ministra da Justiça nipónica reagiu à suposta fuga de Carlos Ghosn para o Japão, garantindo que tomará "as medidas necessárias" para julgar o gestor no país.

A ministra da Justiça japonesa assegurou este domingo que o país vai tomar “as medidas necessárias” para que o ex-presidente da Nissan seja julgado no Japão, na primeira reação do Governo nipónico à fuga de Carlos Ghosn.

“O sistema judicial japonês conta com procedimentos adequados para estabelecer a verdade (…) garantido os direitos humanos básicos”, declarou, em comunicado, Masako Mori. “Não há espaço para justificar a fuga de um réu que estava em liberdade sob fiança”, condição que já foi revogada, acrescentou.

A ministra confirmou que, a pedido do Japão, a Interpol já emitiu um aviso vermelho para o antigo presidente da Nissan. Os chamados avisos vermelhos são solicitações às agências policiais em todo o mundo para que localizem e detenham provisoriamente um fugitivo procurado. “O Ministério Público está a conduzir uma investigação com organizações relevantes e eu farei o meu melhor para esclarecer as circunstâncias da fuga”, disse ainda Mori.

Numa fuga imprevisível, o ex-patrão da Renault-Nissan chegou no passado domingo ao Líbano, onde o seu paradeiro exato continua desconhecido. O Ministério Público de Tóquio confirmou, entretanto, num outro comunicado, que está a conduzir a sua própria investigação.

“[A fuga de Ghosn] é lamentável porque ignorou os procedimentos legais no nosso país, o que equivale a um crime”, disse o procurador-adjunto de Tóquio Takahiro Saito, em comunicado divulgado pela agência noticiosa Kyodo.

Carlos Ghosn, empresário franco-brasileiro de origem libanesa, estava em prisão domiciliária no Japão a aguardar julgamento por, entre outros crimes, evasão fiscal, mas chegou no passado domingo ao Líbano, informação confirmada pelos serviços de segurança libaneses.

Segundo o jornal libanês al-Joumhouriya, Carlos Ghosn terá chegado a Beirute num avião privado proveniente da Turquia. Uma companhia aérea turca indicou que os seus jatos foram usados ilegalmente na fuga de Ghosn do Japão.

Carlos Ghosn, antigo chairman (presidente do conselho de administração) e presidente executivo do grupo Nissan e da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, foi detido em Tóquio em 19 de novembro de 2018 por suspeita de abuso de confiança e evasão fiscal.

O empresário, que esteve detido durante vários meses no Japão, foi, posteriormente, libertado em março de 2019, após o pagamento de uma caução, mas acabou por ser novamente preso, no início de abril, e novamente libertado sob caução e sujeito a condições restritas (prisão domiciliária).

Os advogados e a família de Carlos Ghosn, de 65 anos, têm criticado fortemente as condições da detenção do empresário, bem como a forma como a justiça nipónica tem gerido os procedimentos deste caso.

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Costa responde ao BE. Negociações do OE “até ao último dia”

  • Lusa
  • 4 Janeiro 2020

Depois de Catarina Martins afirmar que o BE não votará a favor do orçamento, mas mantém abertura para o diálogo, António Costa garante que as negociações são "até ao último dia".

O secretário-geral do PS afirmou este sábado que o Orçamento do Estado (OE) é trabalhado “até ao último dia”, depois de a coordenadora do BE, Catarina Martins, ter dito que não há condições para o partido votar favoravelmente o documento na generalidade.

“O Orçamento trabalha-se até ao último dia. O que percebi [das declarações da coordenadora do BE, Catarina Martins] é que ainda não há [condições para o BE aprovar o orçamento]. É um trabalho que está a ser feito e seguramente vamos ter, como sempre tivemos, um bom Orçamento com votação maioritária na Assembleia da República”, afirmou António Costa aos jornalistas no Porto, à saída da reunião da Comissão Nacional.

O líder socialista referia-se à votação do documento no parlamento na generalidade, prevista para sexta-feira. O também primeiro-ministro disse que “não há nada que esteja particularmente a dificultar qualquer tipo de negociação”, frisando que “o que está a acontecer não é em nada diferente” do que sucedeu na anterior legislatura, pois o acordo assinado no âmbito da designada “geringonça” (com BE e PCP) “não obrigava ninguém a aprovar o Orçamento”.

Costa reagia a perguntas sobre o anúncio da coordenadora bloquista, Catarina Martins, de que a Mesa Nacional decidiu não haver condições para o BE votar favoravelmente o OE para 2020 na generalidade, prosseguindo as negociações para ver se há caminho para a abstenção.

Costa recusa ter vergonha de excedente orçamental

O secretário-geral do PS recusou também ter vergonha do excedente orçamental de 2020, notando que a poupança não serve “para ter um emblema na União Europeia”, mas para “gastar onde é necessário gastar”, sem aumentar impostos ou cortar salários.

“Não temos de ter vergonha de ter um excedente orçamental no próximo ano. A dívida do país ainda é 119% do PIB [Produto Interno Bruto]. Por isso, esse excedente [no Orçamento de Estado] é apenas uma folga para pagar a dívida sem aumentar impostos ou voltar a cortar salários e direitos”, afirmou António Costa, no Porto, no discurso de abertura da reunião da Comissão Nacional.

Destacando ter acabado “com o mito de que só a direita sabia gerir as contas públicas”, o secretário-geral socialista esclareceu que o objetivo de poupar nos juros [da dívida] é “gastar onde é necessário gastar”, nomeadamente na Educação ou no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A proposta de Orçamento do Estado de 2020 (OE2020), que prevê o primeiro excedente da democracia (0,2% do PIB), foi entregue pelo Governo na Assembleia da República em 16 de dezembro e começa a ser discutida em plenário na generalidade na quinta-feira, sendo votada no dia seguinte. “Quem melhor geriu as contas públicas foi a esquerda, foi o PS”, frisou.

Quanto ao excedente previsto no OE2020, o também primeiro-ministro frisou que ele não foi alcançado “à custa de nenhum aumento de impostos ou de corte no investimento”. “Temos este excedente sem aumentar impostos, sem corte de salários, direitos ou pensões e sem cortar no investimento”, disse.

Costa alertou ainda que esta folga “não é um emblema para estar no quadro de honra da União Europeia [UE]”. “É para poupar para podermos gastar”, destacou.

Costa manifestou a intenção de “prosseguir a trajetória de continuar a ter as contas certas, não porque haja imposição de Bruxelas”, mas por “dever” para com as gerações futuras, as gerações presentes e “ter melhores condições para investir no que é preciso”.

“Este ano vamos pagar menos dois mil milhões de euros de juros. É isso que permite aumentar o investimento no SNS, na escola pública, continuar a aumentar a função pública, sem aumentar impostos”, descreveu. “Poupamos juros para gastar onde é necessário gastar”, acrescentou.

Critérios de gestão são compromissos eleitorais do PS

O secretário-geral do PS observou, por fim, que os compromissos eleitorais do partido “têm de ser o critério” na gestão de recursos do Orçamento do Estado, para alcançar o “equilíbrio entre as diferentes prioridades e as diferentes necessidades”.

“Tem de haver um equilíbrio entre as diferentes prioridades e as diferentes necessidades que o país enfrenta. E o critério para isso é muito claro: tem a ver com os compromissos que assumimos com os portugueses, de melhorar rendimentos, aumentar o investimento, melhorar serviços públicos, combater as alterações climáticas, gerir a transição para sociedade digital”, afirmou António Costa no Porto, no discurso de abertura da reunião da Comissão Nacional.

“Tem de ser este o critério para a alocação dos recursos disponíveis no Orçamento do Estado [OE]. Se continuarmos a fazer isto de forma equilibrada, como fizemos na anterior legislatura, poderemos olhar para trás dizendo que palavra dada foi palavra honrada”, acrescentou.

Costa frisou que “governar e gerir um orçamento” é, perante os recursos disponíveis, aumentá-los e saber geri-los. Isto porque, exemplificou, há necessidades na educação, mas não se pode gastar tudo nesta área, tal como há necessidades na saúde e nas forças de segurança, mas o país não pode gastar tudo nesses setores.

O também primeiro-ministro notou que, “ao contrário do que alguns receavam, este OE não tem nenhum retrocesso” relativamente ao trabalho iniciado na anterior legislatura, destacando a consolidação de medidas como os manuais escolares gratuitos e os passes nos transportes e frisando o “investimento histórico no Serviço Nacional de Saúde [SNS]”.

A proposta de Orçamento do Estado de 2020 foi entregue pelo Governo na Assembleia da República em 16 de dezembro e começa a ser discutida em plenário na generalidade na quinta-feira, sendo votada no dia seguinte. “Este orçamento consolida tudo o que alcançámos na anterior legislatura”, disse.

Costa referiu a decisão de aumentar o Salário Mínimo Nacional e a previsão, no OE, de aumentar “mais de dois milhões de pensionistas acima da inflação”, bem como uma a “política salarial de normalidade na administração pública”.

“A última atualização anual [dos salários na função pública] tinha sido em 2009. Na anterior legislatura, eliminámos os cortes nos vencimentos, depois nos subsídios e demos um aumento significativo nos escalões mais baixos. A partir deste ano, temos de retomar normalidade, com a perspetiva de que todos os anos deve haver atualização dos salários da administração pública, tal como deve acontecer no setor privado”.

Costa destacou ainda que, em 2020, se conclui “o processo de descongelamento das carreiras iniciado há três anos, em 2018”, prometendo “continuidade na melhoria do investimento”.

No setor público, o investimento “vai ter particular expressão na melhoria dos serviços públicos”, referiu.

O primeiro-ministro citou a “contratação plurianual para forças segurança, a contratação de mil técnicos superiores e de mais 8.400 médicos para o SNS”. “Este investimento vai permitir que, no SNS, a dotação inicial [no OE] seja de 941 milhões de euros. É o maior aumento de sempre da dotação do SNS”, sublinhou, vincando que o valor não será para pagar a dívida existente.

Dessa dívida do SNS, explicou, foram já pagos 700 milhões de euros, estando previsto saldar “200 milhões de euros até fevereiro”.

(Notícia atualizada com mais informação a 5 de janeiro, às 9h35)

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BE “sem condições” para aprovar Orçamento do Estado. Mantém abertura para negociar

Catarina Martins anunciou que o BE não tem condições para aprovar a proposta do Orçamento do Estado para 2020, apesar de o partido reafirmar que está disponível para continuar a negociar.

O Bloco de Esquerda (BE) anunciou que não estão reunidas as condições para que o partido aprove a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2020 na generalidade, apesar de afirmar que se mantém disponível para negociar com o Governo “até ao último minuto”. Nos próximos dias, a comissão política bloquista vai tentar negociar medidas “fundamentais” e admite abster-se na votação caso consiga convencer o Governo, viabilizando o documento, ou chumbá-lo caso os últimos esforços se revelem infrutíferos.

“A Mesa Nacional considera que não há condições para o BE votar favoravelmente a proposta de OE apresentada pelo Governo”, disse Catarina Martins este sábado, em declarações transmitidas pela RTP 3. “No entanto, a Mesa Nacional regista que estão em curso, ainda, negociações entre o BE e o Governo, o PS, e achou por bem não interromper esse processo negocial”, sublinhou.

Catarina Martins revelou que a comissão política do BE foi mandatada para “prosseguir o processo negocial, que vai permitir, ao longo da próxima semana e ainda antes de sexta-feira, verificar se há algum caminho possível para matérias orçamentais fundamentais que o BE propõe”. “Se houver esse caminho, o BE poderá abster-se e viabilizar o OE. No entanto, se estas negociações não derem esse caminho necessário, o BE votará contra o OE 2020”, explicou a bloquista.

Considerando que o BE tem “uma apreciação muito crítica” da proposta do Governo, Catarina Martins acusou o Executivo socialista de não negociar o OE à esquerda. “Muito embora não tenha maioria absoluta, a proposta que é apresentada ao Parlamento é uma proposta que não reflete negociações com os outros partidos, nomeadamente com o BE, apesar de termos feito chegar compromissos, preocupações ao Governo, para que fosse possível um Orçamento negociado”, disse.

Ora, essa ausência de negociações, na visão do BE, reflete-se no “conteúdo concreto” do OE: “Este é um OE que não tem políticas de recuperação dos rendimentos do trabalho, salários e pensões, que respondam por um país onde os salários e as pensões são ainda tão baixos”, disse Catarina Martins. As medidas apresentadas, disse, “não são mais do que a aplicação de normas que já tinham sido aprovadas nos outros quatro anos, quando houve um acordo negociado entre o PS e os partidos à sua esquerda”.

“Ou seja, nenhuma novidade, nenhuma capacidade de repor rendimentos. Apenas retirar dividendos daquilo que já tinha sido acordado anteriormente”, rematou a dirigente bloquista.

Também a intenção do ministro das Finanças, Mário Centeno, de terminar 2020 com um excedente orçamental de 0,2% é alvo de críticas do BE. “O OE peca por privilegiar o excedente orçamental em detrimento do investimento que o país necessita”, afirmou, considerando a questão do “fraco investimento” público como “um problema económico grave”.

Negociações prosseguem esta semana. E já há reuniões marcadas

Esta decisão do partido surge depois de o primeiro-ministro socialista, António Costa, ter recebido o BE e o PCP em São Bento esta sexta-feira. O objetivo foi procurar pontos de consenso para a viabilização do Orçamento do Estado para 2020.

Porém, para o BE, não houve um grau de compromisso que pudesse ditar um anúncio diferente do que o que Catarina Martins fez este sábado. “A reunião que tivemos ontem [sexta-feira] abriu debates interessantes em matérias importantes para o BE, mas não houve o grau de concretização para que pudéssemos trazer aqui à mesa nacional um compromisso político fechado sobre essas matérias”, reconheceu a bloquista.

“Marcámos já reuniões, setoriais e com o próprio primeiro-ministro, para a próxima semana. E faremos esse trabalho. O BE não desistirá até ao ultimo minuto de tentar um OE que possa responder ao que é essencial”, rematou.

A Mesa Nacional do BE, órgão máximo do partido entre convenções, esteve reunida este sábado, em Lisboa. Os bloquistas reuniram para decidir o sentido de voto do Orçamento do Estado para 2020 na generalidade. O documento vai a votos numa sessão plenária agendada para sexta-feira, 10 de janeiro. A votação final deverá ter lugar a 7 de fevereiro.

“O BE não desiste de um OE que possa responder ao país e de um OE que possa vir a contar com a viabilização do BE. Estamos agora a ver se há caminho que possa vir a ser feito na especialidade e que seja capaz de justificar a viabilização do BE”, assumiu Catarina Martins.

IVA variável na luz? BE ainda quer “plano B”

A dirigente do BE aproveitou a mesma conferência de imprensa para lembrar o Governo de que ainda pretende que seja desenhada uma alternativa, caso o Comité do IVA da União Europeia (UE) chumbe a intenção do Governo de criar escalões de consumo, aplicando o IVA reduzido ao escalão mais baixo.

No dia em que se sabe que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é politicamente favorável à medida, mas sem garantias de uma “luz verde” vinda de Bruxelas, Catarina Martins afirmou: “A medida, tal como está na proposta de OE, diz que se irá pedir uma autorização ao Comité do IVA da UE para saber se é possível ou não avançar com um escalonamento do IVA. Há uma apreciação da Comissão Europeia positiva, mas não há ainda resposta do Comité do IVA e não há ainda um compromisso do PS e do Governo sobre qual será esse escalonamento.”

De seguida, recordou a descida do IVA para a potência contratada mais baixa, que, disse, não teve o impacto que o partido pretendia. “Lembraria que tivemos um problema semelhante no OE passado. Tendo havido uma decisão de descer o IVA sobre a potência contratada, ou seja, sobre os contadores da luz, depois a medida executada foi tão pequena que a maior parte das pessoas nem se apercebeu de que ela entrou em vigor”, referiu.

“O BE, nesta negociação, mantém esse caminho de conversa com o Governo para saber se há capacidade para uma medida que tenha alcance: para que as famílias realmente possam sentir esse alivio na fatura da luz”, reforçou a responsável do BE.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h56)

Correção: Numa versão inicial, foi indicado que o BE anunciou um voto contra o OE. Na verdade, Catarina Martins anunciou que não tem condições para aprovar o documento, mas que o partido poderá abster-se. Aos leitores e visados, as nossas desculpas.

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PS/Madeira exige concurso público “o mais rápido possível” para ferry com o continente

  • Lusa
  • 4 Janeiro 2020

O PS/Madeira apresentou na Assembleia Legislativa um projeto de resolução que recomenda ao Governo a abertura do concurso público "o mais rápido possível" para um ferry com o continente.

O PS/Madeira apresentou na Assembleia Legislativa um projeto de resolução recomendando ao Governo da República a regulamentação da atribuição do subsídio social de mobilidade ao transporte marítimo de passageiros.

O objetivo é “estabelecer as regras e os critérios que melhor se adequam aos interesses dos residentes na região e que assegurem um serviço ferry de ligação entre a Madeira e o continente, por vários anos e durante todo o ano”, disse o deputado regional Paulo Cafôfo, numa iniciativa política do grupo parlamentar no Funchal.

Segundo o deputado socialista, é necessário o Governo da República assegurar o financiamento da operação e definir, numa portaria conjunta com o Governo Regional, as regras, os critérios e os montantes para o subsídio social de mobilidade no caso das viagens marítimas. “Em segundo lugar, que o Governo Regional, o mais rápido possível, possa lançar o concurso público internacional para a concessão desta linha entre a Madeira e o continente”, acrescentou.

O PS/Madeira, sublinhou Paulo Cafôfo, “está completamente empenhado e fará tudo o que estiver ao seu alcance para que o ferry possa acontecer”. Com o Governo da República (PS), a definir todos os pormenores em portaria, acrescentou, o Governo Regional, do PSD, não terá “mais desculpas” e poderá lançar o concurso.

Apesar de o princípio da continuidade territorial ser constitucionalmente da responsabilidade do Estado, a ligação por ferry entre a Madeira e o continente (Portimão, no distrito de Faro) funcionou nos últimos dois anos de forma sazonal (no verão) a expensas do Orçamento Regional, tendo o executivo madeirense despendido já com seis milhões de euros com esta ligação (três milhões em cada ano).

Face aos prejuízos da linha, o armador já anunciou que este ano não fará a ligação. O contrato assinado previa o serviço por três anos.

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Cerca de 15 mil pessoas nas ruas de Madrid em defesa da Constituição

  • Lusa
  • 4 Janeiro 2020

Milhares de pessoas manifestaram-se este sábado no centro de Madrid em defesa da Constituição e da unidade do país. Movimento foi convocado através das redes sociais.

Cerca de 15 mil pessoas manifestaram-se este sábado, no centro de Madrid (Espanha), em defesa da Constituição e da unidade do país, convocadas através das redes sociais. O número de manifestantes foi avançado por fonte policial.

Os manifestantes deslocaram-se da Praça de Colombo até às cercanias do Congresso, onde decorria a sessão de debate de investidura do candidato à presidência do Governo, Pedro Sánchez, numa iniciativa que foi promovida através de contas na rede social Twitter, sob o lema “Para o futuro de Espanha”.

Alguns dos manifestantes ostentavam bandeiras espanholas e cartazes, enquanto cantavam slogans como “sou espanhol” e “fora Sánchez”, numa demonstração de desconfiança para com o Governo de coligação que nos próximos dias será investido e num momento em que os apelos ao independentismo na Catalunha dividem a sociedade espanhola.

Enquanto decorria a manifestação, no palácio do Congresso o candidato à presidência do Governo dizia que com o seu executivo “não se vai dividir Espanha, não se vai rasgar a Constituição”, mas na Praça de Colombo um jovem lia um manifesto explicando que o protesto procura demonstrar que, apesar das promessas dos governantes, a sociedade está preocupada com a situação política.

“Somos pessoas comuns que saíram às ruas para se manifestar em defesa dos seus interesses”, diz o manifesto, que apela à unidade do país e pede que “o futuro não dependa de partidos que queiram dividir a Espanha”.

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Milhares em Bagdad prometem “vingança” contra os EUA

Dezenas de milhares de pessoas em Bagdad entoaram gritos de ódio contra os EUA este sábado, prometendo vingar a morte de Qassem Soleimani, o general iraniano que foi morto num ataque aéreo pelos EUA.

Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Bagdad, no Iraque, numa demonstração de luto pelo assassinato do general iraniano Qassem Soleimani e do comandante Abu Mahdi al-Muhandis. De acordo com a imprensa internacional, a cerimónias fúnebres têm sido marcadas por gritos de ódio e ameaças de retaliação contra os EUA.

O Pentágono confirmou na sexta-feira que Qassem Soleimani, 62 anos, um poderoso general do Irão com ligações ao líder supremo, foi abatido por mísseis norte-americanos disparados por um drone, perto de um aeroporto em Bagdad, depois de ter aterrado em solo iraquiano num jato privado. O ataque dos EUA está a ser encarado no Médio Oriente como um ato de guerra por parte dos EUA, suscitando receios de uma escalada que resulte num conflito armado na região.

Este sábado, foi promovida pelas Forças Mobilizadoras Populares do Iraque — das quais Abu Mahdi al-Muhandis era subcomandante — uma procissão fúnebre em Bagdad com os corpos dos dois militares assassinados, bem como de outros cidadãos iraquianos vitimados no ataque.

O The Wall Street Journal reportou este sábado os gritos de revolta que têm sido entoados pelos manifestantes em luto: “A vingança está a caminho” é um deles, depois de o Irão ter prometido vingar a morte de Qassem Soleimani, após o cumprimento de três dias de luto. Especialistas têm apontado que este incidente pode romper com todas as hipóteses de negociação entre os dois países.

Qassem Soleimani, um poderoso general iraniano com ligações ao líder supremo do Irão, foi morto esta sexta-feira num ataque aéreo levado a cabo pelos EUA.EPA/LEADERS OFFICIAL WEBSITE

Na madrugada deste sábado chegou a ser noticiada a ocorrência de um novo ataque aéreo no Iraque. No entanto, os EUA recusaram que tenha sido levado a cabo qualquer outro ataque na região, desde o que vitimou o general iraniano.

Os EUA, que garantem que Soleimani foi responsável pela morte de milhares de norte-americanos, estão a preparar-se para a prometida retaliação por parte do Irão. Já foram dadas instruções para que os cidadãos norte-americanos no Irão regressem ao país e também foi recomendado às empresas e organizações que se preparem para a eventualidade de ocorrência de ciberataques, apesar de não existir uma ameaça concreta a este nível, noticiou o The New York Times.

Entretanto, a NATO decidiu suspender todas as operações de treino que tem levado a cabo no Iraque. De acordo com a agência Lusa, a decisão foi anunciada pelo porta-voz, Dylan White. Estas formações têm sido realizadas ao abrigo da coligação que visa pôr fim ao extremismo islâmico, concretamente ao Estado Islâmico.

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