Mediação: ASF vai permitir exames não presenciais

  • ECO Seguros
  • 29 Março 2020

O Supervisor dá resposta ao confinamento obrigatório provocado pelo Covid-19 e introduz a possibilidade dos cursos de seguros e das avaliações serem realizados à distância.

A ASF vai introduzir um regime de exceção que permite às entidades formadoras que ministrem cursos de seguros solicitar à ASF que as atividades de formação presencial e a prova escrita de avaliação final, possam ser realizadas à distância.

A exceção que o Supervisor vai criar, que se encontra em processo urgente de consulta pública, visa dar resposta às situações em que, por motivos de força maior, nomeadamente de saúde pública, se verifiquem constrangimentos em relação à realização de sessões presenciais.

Relembre-se que os cursos sobre seguros de formação ou conformação são obrigatórios para mediadores de seguros ou de resseguros pessoa singular, pelos membros dos órgãos de administração de distribuidores de seguros ou de resseguros e as pessoas diretamente envolvidas na atividade de distribuição de seguros ou de resseguros.

O caráter de urgência para as alterações previstas para a Norma Regulamentar n.º 6/2019-R, de 3 de setembro, que define a formação, decorre da situação epidemiológica do novo Coronavírus – Covid-19 e as exceções podem ser aplicadas se verificados determinados requisitos mínimos.

Assim, a entidade formadora pode solicitar à ASF que a realização destas sessões seja feita através do recurso a meios tecnológicos que permitam o contacto visual ou sonoro dos formandos, em tempo real.

Entre normas previstas estão:

  • A entidade formadora deve identificar de forma expressa, no pedido de autorização, os módulos do curso que serão ministrados à distância.
  • Nas sessões de formação remota a folha de presenças deve mencionar que o formando esteve presente na sessão de formação através do recurso a meios tecnológicos à distância.
  • Se por motivos de força maior, nomeadamente de saúde pública, se verifiquem constrangimentos em relação à realização da prova escrita de avaliação final, a entidade formadora pode solicitar à ASF que a mesma seja realizada em regime não presencial.
  • A entidade formadora deve garantir que o acesso ao exame pelos formandos é feito através de um sistema de autenticação e que o exame é acompanhado remotamente e em tempo real por um responsável da entidade formadora.
  • Os pedidos de autorização para lecionar e avaliar à distância devem ser apresentados com uma antecedência mínima de 10 dias úteis em relação à primeira sessão formativa a ministrar e à data do exame a realizar em regime não presencial.

A Consulta Pública n.º 2/2020 – Projeto de Norma Regulamentar que altera a Norma Regulamentar n.º 6/2019-R, de 3 de setembro, tem caráter urgente, com data limite no próximo dia 31 de março para receção de comentários, que podem ser realizados através de [email protected].

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Polícia deteve 70 pessoas e encerrou 1.546 estabelecimentos por incumprimento

Já foram detidas 70 pessoas por crime de desobediência e encerrados 1.546 estabelecimentos por incumprimento das normas estabelecidas no estado de emergência.

Mesmo com todas as medidas decretadas com o estado de emergência, há quem insista em não cumprir. Este domingo, as autoridades detiveram 70 pessoas por crime de desobediência e encerraram 1.546 estabelecimentos por incumprimento, anunciou o Governo.

Depois de ser decretado o estado de emergência nacional, a partir da meia-noite de 22 de março, a Guarda Nacional Republicana (GNR) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) têm desenvolvido uma “intensa atividade de sensibilização, vigilância e fiscalização junto da população”, refere o Ministério da Administração Interna, em comunicado.

Assim, até às 18h deste domingo, “foram detidas 70 pessoas por crime de desobediência, designadamente por violação da obrigação de confinamento obrigatório e por outras situações de desobediência ou resistência“, refere o Governo, acrescentando que foram também “encerrados 1.546 estabelecimentos por incumprimento das normas estabelecidas”.

No mesmo comunicado, o Ministério esclarece que estes dados não dizem respeito às operações de fiscalização rodoviária realizadas ao longo deste fim de semana, nomeadamente no Porto e em Lisboa, no acesso à Ponte 25 de Abril. Nestes casos, diz o Governo, as forças de segurança têm todo a legitimidade para travar viagens e mandar os condutores de volta para casa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CA Seguros acessível por smartphone e tablet

  • ECO Seguros
  • 29 Março 2020

A CA Seguros, participada de ramos não Vida do grupo Crédito Agrícola (CA), passou a disponibilizar serviços por aplicação móvel.

A aplicação (app) acrescenta-se aos canais de acesso já existentes (online através do portal do banco, telefone e correio eletrónico) e responde à necessidade clientes “numa altura em que importa evitar deslocações dos clientes ao exterior em virtude do estado de Emergência decretado pela Assembleia da República”, segundo comunicado.

Descarregando a ‘APP CA Seguros’, disponível em iOS (Apple store) e Android (Google store), os segurados podem consultar as apólices e documentos relacionados, simular e subscrever seguros e, em caso de sinistro, efetuar as participações e solicitar assistência, sempre sem sair de casa.

Na prática, a aplicação mobile para seguros replica a solução tecnológica que a instituição de vocação cooperativa já oferecia no serviço bancário.

O novo canal de acesso à CA Seguros facilita ainda a localização mais próxima de prestadores associados (clínicas e hospitais), permitindo também acesso digital ao CA CliniCard.

“As funcionalidades estão igualmente disponíveis para apólices que, não sendo tituladas pelo Cliente, sejam autorizadas pelo respetivo titular”, nota a seguradora.

A CA Seguros é detida em 97,37% pela Crédito Agrícola Seguros e Pensões SGPS, tendo como sócia acionista a Confagri (2,6%) e ainda a caixa agrícola CCAM, com um residual de 0,03%.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Quanto tempo aguentam os negócios sem negócio? Em média, 27 dias

Um estudo da JP Morgan Chase conclui que as pequenas empresas em indústrias de mão-de-obra intensiva ou de baixos salários têm uma "almofada" mais pequena.

Com a pandemia do novo coronavírus, há muitas empresas que estão a enfrentar dificuldades. Devido ao fecho de vários estabelecimentos, e ao isolamento das pessoas em casa, muitas ficam sem receitas e sem forma de cobrirem os custos fixos. Quanto tempo conseguem aguentar as empresas sem negócio, como está a acontecer atualmente?

Um estudo do Instituto JP Morgan Chase, de 2016, que se debruça sobre a realidade norte-americana, mostra que, em média, uma pequena empresa consegue manter-se 27 dias sem receitas. “Apesar da importância das reservas de caixa, a maioria das pequenas empresas mantém um nível de reservas [de caixa] que forneceria uma ‘almofada’ insuficiente perante uma desaceleração económica significativa ou outra interrupção“, aponta o relatório. No contexto atual, essa interrupção está a ser provocada pelo Covid-19.

A análise, feita a cerca de 600 mil empresas, mostra que metade de todas as pequenas empresas possui uma reserva grande o suficiente para suportar 27 dias das despesas típicas, ou seja, inferior a um mês. Entre as restantes, 25% tem uma reserva de menos de 13 dias, e outros 25% conseguiriam aguentar mais de dois meses, cerca de 62 dias.

Número de dias em que uma empresa conseguia pagar os custos sem ter receitas

Isto varia consoante os setores, já que, de acordo com a análise, as pequenas empresas em indústrias de mão-de-obra intensiva ou de baixos salários têm uma ‘almofada’ mais pequena do que aqueles em setores com elevado capital ou altos salários. Por exemplo, enquanto, em média, um restaurante poderá aguentar 16 dias, um pequeno negócio na indústria imobiliária tem uma reserva que dá para 47 dias.

A pequena empresa mediana possui um balanço médio diário, que inclui depósitos ou contas poupança, de 12.100 dólares. Há, novamente, uma ampla variação entre as indústrias. Enquanto no setor de serviços, a pequena empresa mediana possuía um saldo de 5.300 dólares, o montante sobe para 34.200 dólares numa empresa da indústria transformadora de alta tecnologia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mapfre e Generali reforçam quota no pequeno comércio em Espanha

  • ECO Seguros
  • 29 Março 2020

A Mapfre é a companhia líder e a única espanhola entre as cinco seguradoras com maior quota de mercado no segmento de estabelecimentos comerciais (retalho) em Espanha.

A Mapfre e a Generali são as únicas seguradoras a reforçar a respetiva participação de mercado, em março, crescendo 0,9 pontos percentuais cada uma face às posições que detinham em 2019, enquanto Axa, Allianz e Zurich recuam ligeiramente, revelam resultados de um inquérito de opinião produzido pela Simple Lógica.

O levantamento realizado entre 2 e 13 de março coloca a Mapfre em posição de liderança junto do pequeno comércio em Espanha, com 16,3% de mercado, seguindo a Axa (9,9%), Allianz (8,5%), Generali (5,4%, a subir igualmente 0,9 pontos) e a Zurich (4,3%).

Todas as restantes cederam terreno: a Axa, que vinha subindo desde 2016, perdeu 0,7 pontos no último ano. A Allianz era segunda em 2018, mas perdeu parte da sua parcela em 2019 e ja em 2020, sendo agora terceira, atrás da francesa Axa. No quarto lugar, a Generali subiu 0,9 pontos e assume 5,4% do mercado, em março, encontrando-se ainda aquém dos mais de 9% que detinha em 2016.

Igualmente, a Zurich cede quota desde 2018 e recuou 0,2 pontos face a 2019, enquanto a Segur Caixa (4,1%) recuperou 2,5 pontos e a Catalana Occidente consolidou a posição dos dois anos anteriores, mantendo 3,5% de quota. Ainda, a compor o ‘Top 10’, a Seguros Bilbao (3,1%) sobe, enquanto a Reale (2,3% de quota) recua face a 2019 e a Caser (2,2%) melhora ligeiramente a respetiva participação de mercado.

‘Top 10’: Evolução entre 2016 e 2020

Fonte : Simple Lógica, março 2020.

Diversamente do que mostra quadro em cima, que traduz a evolução das posições entre 2016 e 2020, Generali e Mapfre foram as únicas companhias a reforçar posições entre 2019 e março de 2020. No entanto, enquanto a Mapfre é a única espanhola entre as cinco seguradoras mais pontuadas em março deste ano, a variação em pontos – detalhada no quadro do ‘Top10’ – resulta das posições entre a primeira e a última consulta, explica a Simple Lógica.

Nesta e nas três edições anteriores do estudo (2016, 2018 e 2019), a Simple Lógica consultou os retalhistas para identificar as seguradoras com que contratam ‘seguros de comércio’. De acordo com a empresa de pesquisas, estas apólices incluem coberturas de responsabilidade civil, danos materiais, roubo, transportes, interrupção de atividade, avaria de maquinaria, reparações urgentes, assistência jurídica e outros.

A classificação obtida no relatório reflete a posição de cada companhia em termos do seguro contratado para a atividade, ou o ‘seguro principal’ nos casos em que os retalhistas têm mais de uma apólice para cobrir riscos do negócio.

Perto de metade dos estabelecimentos inquiridos, ou 47,5% afirmam estar satisfeitos com o seguro de atividade contratado e 34,7% afirmam estar muito satisfeitos.

O ‘Relatório de Opinião Pública’ indica ainda que os empresários do pequeno retalho assumem satisfação média de 7,8 com o seguro contratado (escala até máximo de 10 pontos), enquanto o nível de fidelização se situa nos 7,4. Ambos os indicadores estão ao nível mais baixo dos últimos quatro anos.

Para aferir a tendência posicional das seguradoras no intervalo dos últimos quatro anos, o relatório da Simple Lógica calcula a diferença de pontos obtidos entre a primeira (2016) e a última (2020) consulta ao mercado.

Com base nessas diferenças, o estudo classifica as seguradoras em três categorias de tendência: evolução positiva; constante e negativa. Assim, as primeiras (com ganho superior a 1%) compreendem Axa (+3,4), Mapfre (+2,9), Seguros Bilbao (+2,5) e Zurich (+1,2). No segundo grupo (com variação de +/-1%): Caser (+0,6) e Segur Caixa (-0,5).

Por fim, a terceira categoria – com perdas de quota superiores a 1% – integra cinco companhias: Reale (-3,3), Catalana Occidente (-3,3), Allianz (-3,5) e Generali (-4,0).

O estudo é circunscrito ao mercado espanhol e, na edição de março, teve por base uma amostra de 598 estabelecimentos de pequeno retalho, selecionados por método aleatório (lista telefónica). Ainda, de acordo com a ficha técnica do relatório, os dados foram recolhidos nas primeiras duas semanas de março através de entrevistas telefónicas e a produção do estudo complementada por ferramentas informáticas do serviço Omnibus – Simple Lógica.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ritmo volta a abrandar em Itália. Morreram 756 nas últimas 24 horas

O número de infetados com coronavírus continua a aumentar, mas o ritmo de crescimento das vítimas mortais abrandou pelo segundo dia consecutivo.

O número de infetados com coronavírus continua a aumentar, mas o ritmo de crescimento das vítimas mortais desvalorizou pelo segundo dia consecutivo. De acordo com o balanço mais recente da Proteção Civil italiana, citado pelo jornal La Stampa (conteúdo em italiano), o país tem atualmente mais de 73 mil casos confirmados e, nas últimas 24 horas, houve 756 falecimentos, um número inferior aos observados nos últimos dois anos.

Parece que o ritmo de mortes em Itália começa a diminuir. Este domingo faleceram 756 pessoas no país, menos do que as 889 registadas no sábado e do que as 969 registadas na sexta-feira. A mesma tendência também se observa no número de infetados que, embora sejam mais, vão diminuindo de dia para dia. O balanço da Proteção Civil dá conta de um aumento de 5.217 casos confirmados face a sábado, totalizando 73.880 pessoas infetadas. Até ao momento, o coronavírus já infetou mais de 97 mil italianos.

Depois de ontem o número de recuperados quase ter triplicado, hoje voltou a cair: apenas 646 pessoas recuperaram da doença, face às quase 1.500 deste sábado. “Estamos no meio de uma epidemia. Seria um erro grave agora baixar a guarda”, alertou o ministro da Saúde, Roberto Speranza, depois de se ter colocado a hipótese de reabrir as atividades produtivas, ainda que de forma gradual.

Na zona norte de Lombardia, a mais afetada do país, há 25.392 pessoas infetadas com coronavírus, um aumento de 1.592 pessoas em apenas 24 horas. O número de mortes, cujo ritmo também abrandou nos últimos dois dias, está atualmente nos 6.360. Ainda no topo das regiões mais afetadas estão Emília-Romanha (10.535 casos) e Vêneto (7.251 casos).

(Notícia atualizada às 17h27 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Maior fabricante de luvas do mundo sem capacidade de resposta. Encomendas “quase duplicaram a capacidade de produção”

Com sede na Malásia, a Top Glove diz que as encomendas que tem recebido quase duplicaram a capacidade de produção da empresa. "Precisamos de cerca de 10% de trabalhadores a mais", diz responsável.

O maior fabricante de luvas cirúrgicas do mundo acredita que não vai ser capaz de dar resposta à forte procura por este produto, numa altura em que os Estados Unidos e a Europa multiplicam as encomendas, numa tentativa de combater o surto do novo coronavírus. A empresa até estendeu o tempo de envio destes produtos para ganhar mais tempo, mas nem isso está a servir para melhorar a situação.

A Top Glove Corporation Bhd, com sede na Malásia, produz uma em cada cinco luvas em todo o mundo, mas nem essa capacidade produtiva lhe vai permitir responder às necessidades dos países, diz a Reuters (conteúdo em inglês). Os pedidos recebidos nas últimas semanas, principalmente vindos da Europa e dos Estados Unidos, quase duplicaram a capacidade de produção da empresa, afirma o presidente executivo da Top Glove, que produz 200 milhões de luvas de borracha natural e sintética por dia.

Top Glove, maior fabricante de luvas do mundoTop Glove

“Alguns clientes entram em pânico”, diz Lim Wee Chai, notando que normalmente são encomendados dez contentores por mês mas, de repente, com este surto de coronavírus, as encomendas chegam aos 20 contentores por mês. “Definitivamente há uma escassez. Os países encomendam-nos 100% a mais do que o normal, mas nós só podemos aumentar em 20% a nossa capacidade, para que haja uma escassez de cerca de 50% a 80%”, continua.

Para lidar com esta forte procura, a empresa até ajustou o prazo de entrega das encomendas de 30 para 150 dias. O objetivo de Lim Wee Chai é assegurar que todos os clientes recebem uma quantidade justa de luvas. “Gerimos o volume e limitamos as compras por cliente”, explica o responsável, acrescentando que estão a ser adquiridas novas máquinas todas as semanas para poder aumentar a produção da fábrica em 30%.

Além disso, a Top Glove está a planear contratar cerca de mil funcionários para acompanhar todo este reforço na produção. Por norma, os trabalhadores são contratados no Nepal mas, devido às restrições nas viagens, serão contratados na Malásia. “Precisamos de cerca de 10% de trabalhadores a mais. Enquanto houver as restrições de viagens, não conseguimos atrair trabalhadores do Nepal. Portanto, não temos escolha, temos de usar alguns trabalhadores locais para nos ajudarem, especialmente no embalamento”, disse Lim Wee Chai, à Reuters.

Top Glove, maior fabricante de luvas do mundoTop Glove

Esta sexta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que a “escassez crónica de equipamentos de proteção individual” está entre as ameaças mais urgentes aos esforços que os países têm levado no combate ao coronavírus. Este momento de procura fora do normal pode prolongar-se por mais três meses, mas espera-se que os pedidos continuem a ser em maiores quantidades durante nove meses, antecipa o responsável da Top Glove.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BPI alarga moratória a todos os créditos dos clientes

O banco alargou a moratória criada para o crédito a habitação a todos os restantes, desde crédito pessoal ao automóvel, e a todos os clientes que tenham a sua situação regularizada.

De forma a aliviar os encargos das famílias e das empresas nesta crise pandémica, o Governo criou uma moratória para o crédito à habitação. Contudo, deu a liberdade aos bancos de estenderem estes apoios. E foi isso mesmo que o BPI fez. O banco anunciou este domingo que vai alargar essa moratória a todos os créditos restantes, desde o crédito pessoal ao automóvel, e a todos os clientes que tenham a sua situação regularizada.

O BPI avançou com um “conjunto de medidas extraordinárias para apoiar as empresas e famílias” durante esta crise provocada pelo coronavírus. Em comunicado, a instituição explica que: “As medidas adicionais incluem o alargamento da moratória de capital a todos os clientes em situação regular, empresas e famílias, que não se encontrem abrangidos pela moratória pública” e o “alargamento da moratória ao crédito pessoal e ao financiamento automóvel, com carência de capital de seis meses, a pedido dos clientes que estejam em situação de crédito regular”.

Além disso, o BPI vai oferecer às famílias outros apoios, como o “aumento das linhas de crédito pré-aprovadas”, “facilidade nas transações básicas à distância”, oferecendo seis meses gratuitos nas novas adesões ao pacote de serviços básicos, que incluem todos os serviços necessários para fazer transações a partir de casa, e aos clientes que vejam afetados os seus salários pela crise, o banco vai manter sem qualquer agravamento as condições dos seus pacotes básicos de serviços e do seu crédito habitação para os clientes que vejam afetados os seus salários pela crise. No caso do crédito habitação, diz a instituição, “as bonificações de spread não serão penalizadas”.

Mas para as empresas também foram criadas outras medidas de apoio. São elas:

  • Moratória adicional de crédito, abrangendo o capital, até 12 meses, totalmente isenta de comissões e disponível de forma rápida e simples, em suporte digital;
  • Linhas de curto prazo, aumentando as linhas pré-aprovadas para PME e empresários particulares, para apoiar a tesouraria e a liquidez;
  • Linhas públicas de apoio Covid-19, adiantando até 20% do valor aprovado;
  • Isenção de comissões e mensalidades em TPA, isentando de comissões e mensalidades os comerciantes que tenham de encerrar os estabelecimentos em consequência do surto, durante o período em que se mantenham encerrados;
  • Alargar os serviços e isenção de comissões associadas, com a possibilidade de contacto e troca de documentos com o gestor dedicado através do BPI Net Empresas, com possibilidade de adesão em suporte digital;
  • Acesso a mais de 150 máquinas BPI Self-Service, que incluem um leque muito vasto de operações correntes, incluindo depósitos em cheque ou numerário, consultas, requisição de cheques e troco de notas por moedas;
  • Cartão BPI Depósitos gratuito, que permite às empresas efetuar depósitos nas zonas automáticas, com total flexibilidade, a qualquer hora.

(Notícia atualizada às 15h56 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CGD avalia suspender dividendos até outubro. Decisão nas mãos de Centeno

A administração da CGD avalia propor ao Governo o cancelamento do pagamento de 300 milhões de euros de dividendos ao Estado por causa da pandemia de Covid-19 no seguimento da recomendação do BCE.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) quer seguir a recomendação do BCE e admite cancelar a distribuição de dividendos ao Estado em relação aos lucros de 2019, até outubro, pelo menos enquanto não for claro o impacto económico da pandemia, apurou o ECO junto de fontes do banco público. A proposta será feita pela administração, em reunião ainda a realizar, mas a decisão final tem de ser tomada em assembleia geral, pelo acionista Estado, leia-se o Governo. Portanto, Rui Vilar (presidente) e Paulo Macedo (vice-presidente e CEO) podem propor, mas será o ministro das Finanças Mário Centeno a ter a última palavra.

Em final de janeiro, Paulo Macedo anunciou que a CGD apresentaria uma proposta para pagar 300 milhões de euros ao Estado, mas o mundo mudou e a incerteza sobre a profundidade do impacto da pandemia do novo coronavírus na economia e nas empresas levou a administração a mudar de ideias. Macedo anunciou naquela sexta-feira, 31 de janeiro, que a CGD pagaria dividendos ao Estado pelo segundo ano consecutivo, depois de ter registado lucros anuais de 775,9 milhões de euros, mais 56,5% do que em 2018.

O BCP já tinha anunciado o cancelamento do pagamento de dividendos na sequência da pandemia do novo coronavírus, mas a CGD tem rácios de capital mais sólidos do que os do BCP (rácio total fixado nos 19%), desde logo porque recebeu um aumento de capital de cinco mil milhões de euros, dos quais quatro mil milhões do Estado. Ainda assim, Paulo Macedo não quer arriscar, e prefere seguir as recomendações emitidas pelo Mecanismo Único de Supervisão, que supervisiona os maiores bancos de cada país do euro.

De resto, o próprio Banco Central Europeu (BCE) comunicou esta semana aos bancos do euro que não devem pagar dividendos aos acionistas pelo menos até 1 de outubro, isto para aumentar a sua capacidade de resposta à crise do coronavírus. É este o calendário com que a administração da CGD está a trabalhar.

Nos próximos seis meses, à conta das moratórias de crédito às empresas e famílias, os efeitos da crise poderá ter consequências geríveis nos balanços dos bancos, mas o quarto trimestre será decisivo para se perceber se o crédito malparado volta a aumentar. A CGD, recorde-se, está sob monitorização da DG Comp (concorrência europeia) e do próprio BCE por causa da injeção de fundos públicos e foi obrigado a reduzir o rácio de NPL (o crédito malparado) sobre o crédito total já está abaixo dos 5%, o objetivo definido para o final deste ano.

Por outro lado, diz a mesma fonte ao ECO, se a CGD pagasse já em maio, data previsível da assembleia geral, os dividendos ao Estado e as condições económicas e do próprio banco se deteriorarem no último trimestre, dificilmente seria possível voltar a pedir um reforço de capital. Ao contrário, se o cenário for melhor, a administração da CGD poderá voltar a propor os referidos dividendos ainda em 2020.

A Caixa, recorde-se, lucrou 775,93 milhões de euros em 2019. No ano em que vendeu um pouco de tudo o que não é estratégico — foram alienados bancos em Espanha e África do Sul, venderam-se imóveis emblemáticos como o quarteirão na baixa lisboeta e shoppings –, os lucros subiram 56,5% em comparação com os 496 milhões registados em 2018.

A CGD destacou, à data, a “melhoria do nível da qualidade de ativos com o rácio de NPL a atingir 4,7%. A empresa de capital público refere que esta evolução lhe permitiu convergir “para a média dos bancos europeus”, mantendo um rácio de NPL líquido de imparidades em 1,1%.

Os efeitos desta decisão nas contas públicas não são neutros. Os 300 milhões de euros seriam uma fonte de receita relevante para o saldo orçamental positivo (ainda) previsto no Orçamento do Estado para 2020. Mas agora, com a pandemia do coronavírus, este orçamento está ultrapassado e a Comissão Europeia suspendeu as regras do Pacto de Estabilidade.

CGD toma medidas de apoio às empresas e famílias

A Caixa Geral de Depósitos foi o primeiro banco a anunciar medidas de apoio às empresas e às famílias. A 18 de março, anunciou a antecipação do pagamento de 10 milhões de euros às Pequenas e Médias Empresas (PME) suas fornecedoras, no âmbito das dificuldades de tesouraria geradas pelo impacto do Covid-19.

Nesse mesmo dia, a CGD deu o pontapé de saída para aliviar os encargos das famílias e empresas com crédito devido à crise do coronavírus. O banco de capitais públicos anunciou uma moratória de seis meses para os créditos pessoais, da casa e também nos financiamentos concedidos às empresas.

(Nota: A notícia foi atualizada com nova informação já depois da publicação da notícia, às 15h30, com a informação de que a administração da CGD ainda vai reunir e uma decisão de cancelamento dos dividendos será sempre reavaliada em outubro, de acordo com as recomendações do BCE).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Chaminés poluentes da EDP em Setúbal vieram finalmente abaixo. Veja as imagens

"Tal como as árvores, também as chaminés morrem de pé. Mas morrem por uma boa causa. Deixaram de fazer sentido num mundo que luta por se preservar", disse a presidente da Câmara de Setúbal.

Adiado já por várias vezes, por se tratar de uma operação complexa, o derrube das chaminés da antiga Central Termoelétrica de Setúbal aconteceu finalmente este domingo, 29 de março, por volta da uma da tarde.

“Com este desmantelamento, estamos a criar as condições no terreno para viabilizar um espaço que possa receber um projeto sustentável no futuro, um projeto que faça parte da transição energética. Não temos ainda um projeto definido, mas gostaríamos muito que pudesse ser, por exemplo, um parque solar”, disse Rui Teixeira, presidente da EDP Produção.

http://videos.sapo.pt/ggpDUUF1YBM56Zc0Cmhf

A nova data da operação foi escolhida em articulação com as entidades públicas e forças de segurança, sob coordenação da Proteção Civil. “A decisão de avançar com a operação de derrube nesta fase procura garantir as condições de segurança da operação já preparada e das equipas técnicas envolvidas”, informou a EDP em comunicado.

Tendo em conta as recomendações do Governo e das autoridades de saúde no atual período de estado de emergência, devido à pandemia de Covid-19, a majestosa queda das chaminés com 200 metros de altura aconteceu sem direito a aglomerado de espetadores na península da Mitrena. Com a exceção, claro está, dos vizinhos da freguesia de Praias do Sado, que sempre tiveram vista privilegiada para as velhinhas chaminés, desativadas já desde 2013.

Há 22 dias, a 7 de março, algumas centenas de pessoas juntaram-se no campo de futebol local, e nas colinas à volta, para assistir ao derrube, mas um “problema técnico” inesperado obrigou ao adiamento da operação planeada pela EDP.

Nesse dia, Setúbal parou, literalmente, para assistir à mega operação de derrube das duas chaminés da antiga central termoelétrica da EDP na cidade. Mas após mais de uma hora de espera sem que nada acontecesse, e com o trânsito cortado pela PSP e pela GNR em pelo menos sete pontos estratégicos da cidade, a EDP decidiu suspender a operação, por razões de segurança, e adiá-la para nova data.

Na base de cada chaminé estavam instalados cerca de 150 a 200 kg de explosivos, inseridos numa espécie de “cunha” cortada para forçar as estruturas verticais a tombar, à semelhança de uma árvore quando é abatida. Somavam-se ainda várias piscinas em volta das duas estruturas, com mais 60 kg de explosivos, para criar um efeito de “cortina de água” no momento da detonação para conter as poeiras e detritos resultantes da mesma. Tudo isto para mitigar o impacto da explosão do ponto de vista ambiental.

A um quilómetro de distância da base das chaminés, no posto de observação montado no campo de futebol da freguesia de Praias do Sado, ainda foram ouvidas duas explosões, alegadamente não planeadas, mas as duas estruturas — cada uma com 11.000 toneladas de betão e 200 metros de altura, o equivalente a um prédio de cerca de 60 andares — mantiveram-se de pé por mais três semanas, tal como têm estado nos últimos 42 anos, desde 1978, quando o primeiro grupo da central a fuelóleo entrou em funcionamento.

Planeado ao longo do último ano e meio, “o derrube das chaminés da antiga é uma operação complexa e delicada. São duas obras de engenharia complexas”, reconheceu Rui Teixeira, presidente da EDP Distribuição.

A operação de desmantelamento da central poluente (já encerrada já desde 2013, ao fim de 35 anos de funcionamento) teve início em 2016, com a conclusão dos trabalhos prevista até final de 2020. Para o próximo ano está prevista a requalificação ambiental dos enormes terrenos da central, para os quais estão previstos novos projetos para a produção de energia a partir de fontes renováveis, já a pensar nos novos leilões de energia solar e eólica agendados pelo Governo para este ano.

Rui Teixeira, presidente EDP DistribuiçãoHugo Amaral/ECO

Depois destes trabalhos de demolição, que Rui Teixeira avalia em 18 milhões de euros, no total, a EDP pretende que os terrenos da antiga central termoelétrica de Setúbal possam vir a acolher um “projeto sustentável, que faça parte da transição energética” em curso.

Nos seus tempos de glória a velhinha central da EDP consumia cerca de 5.280 toneladas de fuelóleo por dia, e durante vários anos foi fundamental para o abastecimento de energia elétrica ao país. “Teve uma contribuição muito importante para a atividade económica da região e para o abastecimento de eletricidade ao país. Chegou em alguns momentos a abastecer 25% do consumo nacional”, frisou Rui Teixeira.

Até à abertura da central a carvão em Sines, em 1985, era mesmo o maior centro produtor de energia a nível nacional: 1GW de potência instalada, com quatro grupos geradores. No pico de atividade, trabalharam lá cerca de 250 pessoas, lembra a EDP.

Num discurso feito antes da decisão de suspender e adiar o derrube das chaminés, Manuel Véstias, presidente da Junta de Freguesia das Prais do Sado, confirmou que a central “foi sempre acarinhada” por ser um projeto importante na região, com a península da Mitrena a registar a maior densidade de empresas do concelho de Setúbal. Lamentou com “mágoa” a destruição dos postos de trabalho com o encerramento da central, há oito anos, mas reconheceu o efeito colateral positivo de terem ficado sem uma das maiores fontes de poluição para os habitantes da zona.

Já Maria das Dores Meira, presidente da Câmara de Setúbal, sublinhou que as chaminés da EDP em Setúbal marcaram o “quotidiano industrial e visual” da região. “Foram desenhadas para cumprir função precisa. Deixaram de ser vistas como símbolos de progresso e desenvolvimento, de riqueza, para passarem a simbolizar a degradação ambiental que importa conter. Tal como as árvores, também as chaminés morrem de pé. Mas morrem por uma boa causa. Deixaram de fazer sentido num mundo que luta por se preservar. Saudamos a decisão do fim de vida da central de Setúbal, em prol de outras soluções energéticas mais limpas. Nos terrenos da central, que já deverão estar mais arejados no próximo ano, possam surgir novos empreendimentos que favoreçam o desenvolvimento ambientalmente sustentável. Este espaço destina-se apenas a atividades industriais”, frisou a autarca.

Em entrevista ao ECO/Capital Verde, Rui Teixeira, presidente EDP Produção, revelou que na linha da frente para o futuro dos terrenos da EDP em Setúbal estão projetos de energias renováveis, com destaque para a tecnologia solar fotovoltaica e/ou eólica, dependendo “do leilão que for promovido pelo Governo português”. Mas estes “não são os únicos projetos sustentáveis que podem vir a ser desenvolvidos e que vão ser analisados”, sublinha o responsável. Na mira para Setúbal poderá estar mais um polo de produção de hidrogénio verde da EDP, além de Sines e do Ribatejo. “Não posso excluir esse cenário à cabeça. Mantemos todas as opções em aberto”, disse Rui Teixeira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tem toda a equipa a trabalhar remotamente? Saiba como continuar a liderar à distância

Manter os trabalhadores motivados e produtivos é fundamental em tempos de crise. Comunicar, delegar e dar autonomia são algumas estratégias para manter os trabalhadores motivados e produtivos.

Uma das respostas de contingência face à progressão do novo coronavírus é a obrigatoriedade de trabalhar à distância. O trabalho remoto está a trazer para as empresas grandes desafios e a obrigá-las a adotar novas formas de trabalhar. Todos estes elementos passam pela liderança que, mesmo à distância, tem a tarefa de garantir que a comunicação é fluida e eficaz e que os trabalhadores continuam motivados e produtivos, garantindo a sustentabilidade do negócio.

Dar autonomia às equipas, comunicar e gerir resultados são algumas estratégias possíveis para garantir a liderança à distância, mas pode ser um equilíbrio difícil de alcançar. A consultora de recrutamento Hays e Robert Walters partilham nove estratégias para facilitar a liderança de profissionais e equipas de trabalho à distância.

  • Dê prioridade às soft skills e confie na sua equipa

A proximidade da chefia é um hábito para a maioria dos trabalhadores e garanti-la remotamente pode ser desafiante. Na hora de recrutar, aconselha a Hays, procure profissionais que sejam automotivados, responsáveis, independentes e bons comunicadores, dando mais prioridade às soft skills. À distância, também é importante dar autonomia e confiar nos trabalhadores.

  • Utilize ferramentas de comunicação

Tire partido de ferramentas de comunicação e gestão de equipas gratuitas, e disponíveis online, tais como o Slack, o Skype, Yammer, Sqwiggle, Microsoft Teams ou o Google Hangouts: podem ajudar a facilitar a partilha de informação com os trabalhadores.

"Dar aos talentos as ferramentas certas, dando-lhes a tecnologia e formação para serem ainda mais eficazes nos seus trabalhos, é fundamental se quiser garantir a produtividade.”

Sandrine Veríssimo

Regional director da Hays Portugal

“Dar aos talentos as ferramentas certas, dando-lhes a tecnologia certa e formação para serem ainda mais eficazes nos seus trabalhos, é fundamental se quiser garantir a produtividade”, comenta Sandrine Veríssimo, regional director da Hays Portugal.

“É de vital importância que a realização e participação neste tipo de reuniões e conversas diárias sejam respeitadas; caso contrário, as pessoas poderão sentir-se perdidas no desempenho das suas funções. Os managers devem dedicar o tempo necessário para gerir e orientar os diferentes membros da equipa, além de garantir a sua máxima produtividade”, comenta Marco Laveda, managing director Spain & Portugal na Robert Walters.

  • Estabeleça objetivos comuns

É importante que as equipas compreendam plenamente quais são os objetivos do negócio. Encorajar a comunicação dentro das equipas e entre os vários departamentos da empresa pode reforçar o entendimento dos objetivos de trabalho e promover a entreajuda.

Encoraje a comunicação tanto quanto possível. Seja entre equipas, entre si e os elementos da equipa ou mesmo entre outros departamentos da empresa, essas trocas só ajudarão a reforçar o entendimento mais amplo dos colaboradores sobre como o negócio funciona”, aconselha a Hays.

  • Não fale apenas do negócio

Ao comunicar com colaboradores remotos, pode ser fácil apenas falar sobre trabalho, mas tente diversificar os temas de conversa. Assim poderá fortalecer a relação com a equipa, fazendo com que os trabalhadores se sintam mais integrados na empresa e se tornem mais produtivos.

  • Delegue o máximo possível

Atribuir tarefas e clarificar quais são os objetivos a cumprir pode ser essencial para que os trabalhadores continuem a ser produtivos e a entregar resultados. Compreenda as funções de cada colaborador antes de delegar funções. Nesta fase, gerir expectativas e dar feedback pode ajudar os trabalhadores a sentirem-se mais guiados para as suas tarefas, ao mesmo tempo que facilita a monitorização de resultados, por parte de quem lidera.

  • Transforme o sistema de avaliação

A gestão do teletrabalho exige uma profunda mudança de mentalidade nos líderes de equipa, que devem basear os seus sistemas de avaliação em resultados, e não no comportamento visível. Estabeleça um ambiente de confiança com cada um dos trabalhadores da equipa.

  • Crie uma cultura flexível

Aproveite este momento para desenvolver uma cultura organizacional mais tecnológica e com condições para trabalhar remotamente, através das tecnologias.

“Assim, é altamente recomendável que os chefes de equipa comuniquem abertamente as diferentes modalidades de trabalho (presenciais, flexíveis, remotas…) disponíveis na empresa com todos os colaboradores, garantindo assim que todos são tratados da mesma maneira e que têm as mesmas oportunidades”, alerta a Robert Walters.

  • Esteja atento e ajude a evitar o burnout

Com o uso de smartphones para trabalhar e a possibilidade de se estar sempre ligado, a linha entre a vida profissional e a vida pessoal está a esbater-se. Enquanto chefe de equipa, faça check-ups frequentes para garantir que as pessoas em trabalho remoto não estão a trabalhar excessivamente. As horas excessivas de trabalho podem levar a um elevado nível de stress e a um possível esgotamento físico e mental, o designado burnout. Fique atento aos sinais de desmotivação e à produtividade de cada elemento da sua equipa.

  • Respeite horários

É importante ser sensível às diferenças horárias entre o seu escritório e a localização da equipa remota. Os horários são algo a ter em conta quando estabelecer prazos para entrega de projetos e agenda reuniões ou chamadas com a equipa.

“Esse impulso do momento da chamada pode parecer-lhe uma boa ideia às 7h00, mas se a sua equipa remota estiver a trabalhar a partir das 9h00, por muito dedicados que sejam, não lhe agradecerão por isso. Marque as chamadas e reuniões virtuais para uma hora que seja conveniente para as duas partes – normalmente durante o horário normal de expediente”, alerta a Hays.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fazer despedimentos ou não renovar contratos são situações distintas, explica Siza Vieira

  • Lusa
  • 29 Março 2020

O ministro da Economia afirma que o acesso aos apoios financeiros do 'lay-off' simplificado está condicionado ao compromisso de não haver despedimentos, mas reconhece que despedimento e não renovação

O ministro da Economia afirma que o acesso aos apoios financeiros do ‘lay-off’ simplificado está condicionado ao compromisso de não haver despedimentos, mas reconhece que despedimento e não renovação de contrato a termo são situações distintas.

“[Nas empresas que recorram ao ‘lay-off’ simplificado] não pode haver despedimentos coletivos por razões económicas, não pode haver extinções de posto de trabalho por razões económicas. O despedimento por razões económicas para quem recorre a este apoio deve ser uma perspetiva vedada”, sublinha o ministro da Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira, numa entrevista ao programa “Gente que conta”, do Porto Canal, que vai ser transmitida hoje à noite durante o ‘Jornal Diário’.

Questionado sobre se as empresas que recorram a este regime simplificado de ‘lay-off’ podem não renovar contratos a prazo, o ministro referiu que esta é uma situação distinta de um despedimento e reconheceu ser “muito difícil pedir a uma empresa que não tem atividade, que renove contratos a termo que, entretanto, terminam”.

Mas, sublinhou, “os apoios estão condicionados a esse compromisso de não despedimento. Quem quiser despedir não precisa de recorrer aos apoios”.

Coronavírus Dados Informativos

Última atualização: 2021-03-03 15:32:02

Fonte: DGS

  • Confirmados

    806.626

    +979

  • Internados

    1.827

    -170

  • Internados UCI

    415

    -31

  • Óbitos

    16.430

    +41

O ‘lay-off’ simplificado (ou ‘via verde’ de acesso ao ‘lay-off’) é uma das medidas aprovadas pelo Governo para aliviar a tesouraria das empresas com quebras de atividade ou encomendas por causa do surto de covid-19. A redução de custos salariais que esta medida proporciona às entidades empregadoras leva Pedro Siza Vieira a referir que se trata de “uma ferramenta muito potente” que assegura “um balão de oxigénio” às empresas.

Recorrendo ao ‘lay-off’ por suspensão de contrato de trabalho ou redução do horário, a empresa fica apenas obrigada a pagar 30% da compensação devida ao trabalhador, sendo os restantes 70% pagos pela Segurança Social, correspondendo esta compensação corresponde a 66% da remuneração do trabalhador. Além disto, a empresa fica isenta de pagar os 23,75% de Taxa Social Única.

Pedro Siza Vieira afirma ainda o custo desta medida acenderá a mil milhões de euros por mês, num cenário em que cerca de um milhão de trabalhadores vai ficar em ‘lay-off’. A medida está pensada para durar até três meses.

Durante a entrevista, conduzida pelo jornalista Paulo Baldaia, o ministro de Estado e da Economia foi confrontado com o impacto que estas medidas de apoio à economia terão nas contas públicas e questionado sobre a possibilidade de a fatura chegar sobre a forma de austeridade, depois de passada a crise sanitária.

Salientando que a experiência recente mostrou que, num contexto de crise, as medidas de austeridade acabam por potenciá-la ainda mais, referiu que acredita que para “sairmos da crise vamos ter de estimular a procura, estimular o investimento, estimular o consumo”. Além disso, precisou “esta não é uma crise que tem a ver com desequilíbrios macroeconómicos”.

Questionado sobre se o aumento de despesa pública e a travagem na economia (o que se traduzirá em menos receita para o Estado) que o surto de covid-19 está a impor poderá inviabilizar a promessa do Governo de aumentar em pelo menos 1% os salários dos funcionários públicos em 2021, Pedro Siza Vieira afirmou: “honestamente não sei”. “Em junho saberemos melhor como estamos, conseguiremos perceber melhor como vai ser a retoma. Conseguiremos perceber melhor quais os instrumentos de que dispomos”, referiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.