Emissões de CO2 recuam 4,3% na UE e 8,7% em Portugal em 2019

  • Lusa
  • 6 Maio 2020

No ano passado, Portugal foi o quinto país da União Europeia que mais conseguiu reduzir as suas emissões de CO2, ficando acima da média europeia.

As emissões de dióxido de carbono provenientes da combustão de combustíveis fósseis recuaram 4,3% na União em 2019, face ao ano anterior, com Portugal a reduzir o dobro da média europeia (8,7%), de acordo com os mais recentes dados do Eurostat, divulgados esta quarta-feira.

As emissões de CO2 diminuíram na maioria dos Estados-membros, com as principais quebras a serem observadas na Estónia (-22,1%), Dinamarca (-9,0%), Grécia, Eslováquia (-8,9% cada), Portugal (-8,7%) e Espanha (-7,2%).

No entanto, quatro Estados-membros aumentaram as suas emissões de CO2: Luxemburgo (7,5%), Áustria (2,8%), Malta (2,0%) e Lituânia (1,6%). Chipre manteve as suas emissões estáveis.

De acordo com uma estimativa do gabinete estatístico europeu, as emissões de CO2 provenientes da combustão de combustíveis fósseis – principalmente petróleo e derivados, carvão, turfa e gás natural – representam 80% do conjunto das emissões de gases com efeito de estufa, responsáveis pelo aquecimento global, e são influenciadas por fatores como as condições climáticas, o crescimento económico, a densidade populacional, os transportes e atividades industriais.

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Taxa de desemprego nos 6,7% no primeiro trimestre

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), de janeiro a março, a taxa de desemprego ficou nos 6,7%. A população empregada caiu pela primeira vez desde 2013.

Apesar do impacto da pandemia de coronavírus no mercado de trabalho português, nos primeiros três meses do ano, o desemprego recuou (ainda que ligeiramente) face ao período homólogo. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), de janeiro a março, a taxa ficou nos 6,7%, valor igual ao trimestre anterior e 0,1 pontos percentuais (p.p) abaixo do mesmo período de 2019.

Segundo os dados divulgados esta quarta-feira, no trimestre trimestre de 2020, a população desempregada diminuiu 1,6%, em termos homólogos, para 348,1 mil pessoas. O INE nota, contudo, que também a população empregada emagreceu (0,3% em relação ao mesmo período de 2019), sendo esta a “primeira variação homóloga negativa desde o terceiro trimestre de 2013”.

Além disso, entre a população empregada, a fatia de trabalhadores ausentes subiu para 9,3% (ou 452,1 mil pessoas), o que se fica a dever em parte ao recurso de milhares de empresas ao lay-off, regime que possibilita a suspensão dos contratos de trabalho ou a redução dos horários. No mesmo sentido, de janeiro a março, o volume das horas efetivamente trabalhadas desceu 5,3%, em termo homólogos. E aumentou a população inativa dos 15 aos 74 anos que não procurou trabalho “por aguardar ser reintegrados no emprego que já teve”.

No que diz respeito ao desemprego, entre as mulheres esta taxa foi mais acentuada (7,2% contra 6,1% entre os homens), tendo aumentado 1,1 p.p. em relação ao trimestre anterior (entre os homens recuou 0,3 p.p.). “A taxa de desemprego de jovens (15 a 24 anos) foi 19,7%, um valor superior em 0,2 p.p. ao do quarto trimestre de 2019”, destaca aida o INE.

Já quanto ao fluxo líquido do desemprego, o total de pessoas que transitaram para o desemprego foi inferior ao total das que saíram desse estado: 164,1 mil pessoas contra 168,4 mil pessoas, respetivamente.

Esta quarta-feira, a Comissão Europeia anunciou que estima que a taxa de desemprego em Portugal subirá, em 2020, para 9,7%, em consequência do impacto da pandemia de coronavírus na vida das empresas. No próximo ano, Bruxelas vê, contudo, essa taxa a recuar para 7,4%. O Executivo de António Costa tem frisado que as medidas extraordinários — como a versão simplificada do lay-off — têm mitigado o agravamento do desemprego.

(Notícia atualizada às 11h53)

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Apólices com história

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  • 6 Maio 2020

Gonçalo Baptista, diretor-geral da Innovarisk, fala da Lloyd’s e de como a sua história se liga à história do mundo, muito por culpa de ter estado sempre na vanguarda dos seguros.

Há qualquer coisa especial em Lloyd’s. Desde que em 1686 Edward Lloyd começou o mercado de seguros na sua Lloyd’s Coffee House, em Tower Street, poucas entidades terão estado tão ligadas à história do mundo.

A história dos direitos humanos, no comércio naval e de escravos e o papel dos tribunais a julgarem esses casos, na altura sobre mera mercadoria quando mercadores mandavam fora a “carga” doente, assassinando os escravos. Ou o apoio ao boicote dos transportes públicos em 1955, nos protestos no Alabama contra a discriminação racial. A história dos grandes desastres como o papel na reconstrução de São Francisco após o enorme sismo de 1906. O desastre do Titanic e de tantos outros navios de grande porte. Os atentados terroristas do I.R.A. e o 11 de setembro, ainda o maior evento em perdas da Indústria Seguradora (que se antecipa agora passar a ser o Covid-19). A construção com amianto e os problemas que destapa várias décadas mais tarde. A história do cinema, música e dança, artes plásticas, literatura, da política, do desporto e dos desportistas. Em poucos locais do mundo encontraremos tantos documentos tão relevantes e até confidenciais sobre a história mais recente do universo.

"Se quero segurar uma nave espacial ou um negócio de biliões preciso de várias seguradoras, não apenas de uma.”

Lloyd’s sempre esteve na vanguarda dos seguros e daí que a sua história esteja tão umbilicalmente ligada à história do mundo, que se faz de mudanças, novidades, assunção de riscos. Que outra entidade no mundo seguraria o risco de uma plateia de teatro morrer de riso? Ou um grão de arroz com os retratos da rainha e do Duque de Edimburgo? Corpos inteiros, mãos, dedos, cabelos, narizes, olhos e estrabismo, pernas, sorrisos, vozes, pupilas gustativas, e mesmo até… sim… adivinhou, não preciso de escrever. Tudo o que é e foi gente famosa desde o século XX e que quis segurar o seu extraordinário talento ou ofício por lá passou. Em Lloyd’s sempre houve uma cultura de inovação e o mundo evolui por inovação, não por continuidade.

Há então aqui dois aspetos sempre de mãos dadas: a inovação como necessidade de evolução. Se quer inovar e expor-se ao desconhecido, procure então uma seguradora que se sinta confortável nesse papel. Há poucas e Lloyd’s tem, nessa área, um currículo inigualável. Porquê? Em parte, pela facilidade de partilha do risco. Lloyd’s na verdade não é uma seguradora, embora opere como tal. É um mercado, que reúne quase uma centena de grupos seguradores, no mesmo edifício, operando com as mesmas licenças e com a mesma robustez financeira.

"O caminho da descentralização é um desafio, que comporta riscos e traz, por vezes, dissabores, mas é decisivo para que a necessidade do consumidor passe para o segurador. ”

Se quero segurar uma nave espacial ou um negócio de biliões preciso de várias seguradoras, não apenas de uma. Em Lloyd’s este processo está muito facilitado do ponto de vista legal e operativo. Em segundo lugar pela descentralização. Lloyd’s soube, como ninguém, onde verdadeiramente acrescenta valor – no capital e no conhecimento técnico. E soube deixar boa parte das operações, venda e marketing, o conhecimento local dos vários países e várias culturas, na mão de terceiros – distribuidores autorizados e selecionados com elevados padrões de exigência.

O caminho da descentralização é um desafio, que comporta riscos e traz, por vezes, dissabores, mas é decisivo para que a necessidade do consumidor passe para o segurador. Especializando também a distribuição, conseguimos que toda a cadeia fale a mesma linguagem: segurador, distribuidor e consumidor.

Para segurar as cordas vocais da Whitney Houston, as pernas da Tina Turner ou os dedos do Keith Richard, tenho que compreender quais os parâmetros que são importantes. Para segurar a retirada de circulação de milhares de veículos, tenho de conhecer os motivos, como se faz e até, idealmente, auxiliar no processo. Para segurar uma instalação de arte contemporânea, tenho de compreender que riscos realmente afetam o valor financeiro da criação artística e quais são, ao invés, substituíveis. Um segurador generalista só por acaso tem alguém que compreende todos estes problemas e que sabe como transpô-los para um contrato de seguro.

Se não nos queremos acomodar, evoluindo, há uma casa que acolhe a abraça esse inconformismo há quase 350 anos. É composta por várias seguradoras e distribuidores que trabalham todos os dias para compreender a evolução do mundo, na árdua tarefa de reduzi-la a um contrato de seguro.

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Voos entre Portugal e Itália continuam suspensos até 19 de maio

O Governo alargou a suspensão de todos os voos de e para Itália por mais 14 dias, a contar a partir da meia-noite desta quarta-feira.

Os voos entre Portugal e Itália vão manter-se suspensos, pelo menos, até dia 19 de maio. O Governo decidiu prorrogar novamente a suspensão das ligações comerciais, com exceção do transporte de carga e correio, bem como, de aeronaves fretadas pelo Estado, em missão humanitária ou emergência médica, ou aviões de combate a incêndios.

O despacho publicado esta quarta-feira em Diário da República determina que a prorrogação da suspensão de voos para território italiano “produz efeitos a partir das 00h00 horas do dia 6 de maio de 2020″, por um período de 14 dias, ou seja, até 19 de maio.

A decisão é justificada pelo facto de “a situação pandémica em Itália ainda continuar a merecer cuidados excecionais”, pelo que “persistem os os motivos subjacentes à suspensão em apreço” e se “impõe uma nova prorrogação do Despacho n.º 3186-D/2020, de 10 de março”, lê-se no despacho conjunto assinado pelo Ministério da Administração Interna e pelo Ministério da Saúde.

Tal como aconteceu nas suspensões anteriores, o Governo garante uma exceção para “os voos das aeronaves que integram ou venham a integrar o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais”. Estão ainda excluídos desta medida, os “voos das aeronaves do Estado, voos para transporte exclusivo de carga e correio, bem como de caráter humanitário ou emergência médica e as escalas técnicas para fins não comerciais”, informa o Executivo.

Os voos de e Itália estão suspensos desde o dia 10 de março, sendo que até esta quarta-feira já se verificaram três prorrogações. A medida de extensão do prazo de suspensão de voos acontece numa fase em que Itália tenta um regresso gradual à atividade.

Quando o surto de Covid-19 chegou à Europa, Itália foi considerada o principal foco da pandemia no Velho Continente, mas na terça-feira o Reino Unido ultrapassou o país no número de mortos. Em Itália, há já 213.013 casos confirmados, sendo que 29.315 pessoas já morreram vitimas da doença.

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Linhas de crédito Covid-19 receberam mais de 43 mil candidaturas. Já esgotaram mais duas linhas

As operações aprovadas correspondem a um valor de 4,3 mil milhões de euros, 70% da dotação total da linha, revela a SPGM. Linhas para apoiar agências de viagem e actividade económica estão esgotadas.

As linhas de crédito para apoiar a liquidez das empresas receberam mais de 43 mil candidaturas, revela a Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua (SPGM) em comunicado. Em causa estão as quatro linhas de crédito, que foram alargadas a quase todos os setores e reforçadas para uma dotação global de 6,2 mil milhões de euros, sendo que duas delas já atingiram o plafond máximo definido.

Foram encerradas as linhas específicas de “Apoio a Agências de Viagem, Animação Turística, Organizadores de Eventos e Similares” e de “Apoio à Atividade Económica, explica a SPGM, acrescentando que as “operações entradas nas Sociedades de Garantia Mútua, e ainda em processo de análise serão decididas e aprovadas até ao plafond total estabelecido por linha específica”.

O ECO questionou o Ministério da Economia sobre se os 6,2 mil milhões de euros das linhas seriam reforçados tendo em conta que os plafonds máximos estavam a ser atingidos, mas não obteve resposta. Isto porque a Comissão Europeia, a 4 de abril, autorizou o Governo a alargar as linhas de crédito com garantia de Estado a 13 mil milhões de euros.

Em termos de beneficiários destas linhas, os dados divulgados revelam que das mais de 43 mil candidaturas recebidas, 84% correspondem a micro ou pequenas empresas, e já foram aprovadas cerca de 80% destas operações solicitadas por empresas de menor dimensão e com maiores necessidades de liquidez no curto prazo.

Só nas últimas duas semanas, a procura registada e o volume de candidaturas apresentadas à Linha de Apoio à Economia Covid-19 corresponderam a cerca do dobro do número total das garantias emitidas pela Garantia Mútua, em todo o ano de 2019“, revela a SPGM.

Muitas candidaturas não estavam “devidamente preenchidas”

A SPGM revela ainda que apesar destas linhas estarem em vigor desde 30 de março, “mais de 94% das candidaturas foram apresentadas” pelos bancos ao Sistema de Garantia Mútua, depois de 16 de abril. Esta afluência de candidaturas obrigou mesmo a “suspender temporariamente a plataforma eletrónica de entrada de candidaturas” para garantir ” a análise e aprovação das operações dentro dos prazos estipulados, mas também, uma avaliação da utilização dos plafonds disponíveis”.

"Após a aprovação pelo Sistema de Garantia Mútua, compete às instituições de crédito assegurar a contratação das operações com as empresas beneficiárias dos financiamentos.”

SPGM

O tempo de aprovação das candidaturas tem sido uma das principais críticas dos empresários. Mas a SPGM avança que “o prazo médio de decisão pelo sistema de garantia foi de quatro dias úteis após receção do formulário de candidatura devidamente preenchido pela instituição de crédito e com todos os elementos necessários à análise de risco para efeitos da obtenção da garantia”. O problema é que muitas candidaturas não estavam “devidamente preenchidas” logo de início, até porque o número de documentos exigidos às empresas aumentou aquando da revisão das condições das linhas.

A SPGM explica, no mesmo comunicado, o processo de aprovação das candidaturas. “Após a aprovação pelo Sistema de Garantia Mútua, compete às instituições de crédito assegurar a contratação das operações com as empresas beneficiárias dos financiamentos e enviar os respetivos contratos às sociedades de garantia mútua. Depois da receção eletrónica dos contratos formalizados entre o banco e a empresa, em média, a contratação das operações de garantia pelas sociedades de garantia mútua tem um prazo de concretização de um dia útil, após o qual a instituição de crédito pode disponibilizar os fundos à empresa”.

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Vírus ameaça eliminar 10 mil milhões ao valor dos jogadores de futebol

Várias equipas de futebol preparam-se para reduzir os gastos face à perda de receitas provocada pela paragem dos campeonatos. O valor dos jogadores está a cair.

Com a pandemia a parar os campeonatos de futebol em todo mundo, há vários clubes que estão a atravessar um período conturbado. A situação financeira está a deteriorar-se, reduzindo-se o dinheiro em caixa para investir em novos jogadores. De acordo com a KPMG, a crise provocada pelo Covid-19 ameaça eliminar cerca de 10 mil milhões de euros do valor dos jogadores de futebol europeus, avança o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

O valor dos passes dos jogadores aumentou constantemente ao longo dos últimos anos, nomeadamente nas principais ligas europeias, como a Premier League, em Inglaterra, ou La Liga, em Espanha. Mas com a paragem dos campeonatos, os clubes preparam-se para reduzir os gastos face à perda de receitas e o valor dos jogadores pode ressentir-se.

De acordo com a análise da KPMG, o valor de alguns jogadores considerados potenciais alvos de contratação por parte de grandes clubes, com Jadon Sancho, do Borussia Dortmund, e Harry Kane, do Tottenham Hotspur, caíram até 16%, para aproximadamente 127 milhões de libras (cerca de 145,507 milhões de euros à taxa de câmbio atual) e 112 milhões de euros, respetivamente.

A KPMG considera que, com menos dinheiro disponível para os clubes haverá uma “diminuição no volume de transações e nas taxas de transferência”. Assim, estima que se os campeonatos poderem ser concluídos à porta fechada, o valor dos jogadores cairá 6,6 mil milhões de euros. Já se as temporadas forem todas canceladas, o número poderá atingir os 10 mil milhões de euros.

O mercado de transferências de verão deveria começar a 1 julho, mas a FIFA quer que os contratos com os jogadores que terminem antes desse período sejam porrogados, de forma a que estes possam jogar até que as temporadas terminem.

No verão passado, as cinco principais ligas europeias gastaram 5,5 mil milhões de euros com jogadores, segundo a Deloitte, o que representou um aumento de 900 milhões de euros face a 2018.

Em Portugal, o Governo deu luz verde para que os campeonatos da primeira liga de futebol e da Taça de Portugal fossem retomados a partir do fim de semana de 30 e 31 de maio, mas apenas à porta fechada.

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Central de Sines não queima carvão há 100 dias. EDP mantém turbinas paradas mas não fecha portas

Desde 14 de março que não se se queima carvão em Portugal para produzir eletricidade. Central da EDP em Sines parou há mais tempo, logo no final de janeiro, mas a elétrica ainda não decidiu encerrar.

Desde 26 de janeiro, pelo menos, o mar está mais frio na praia de São Torpes, na costa vicentina, bem longe das temperaturas tropicais que costuma marcar. A razão está mesmo ali ao lado: há 100 dias seguidos que a central termoelétrica da EDP em Sines está parada sem queimar carvão para produzir energia elétrica, revelou a associação ambientalista Zero com base em dados da REN. Apesar disso, fonte oficial da EDP voltou a garantir que fechar porta não é, para já, uma opção.

O ECO/Capital Verde sabe, no entanto, que a EDP está a estudar o cenário de avançar, já em 2020, com o fecho de dois dos quatro grupos da central a carvão de Sines.

Questionada sobre se os 100 dias de paragem significam que a central de Sines poderá encerrar já este ano ou no próximo, a EDP continua a garantir que não tomou ainda “nenhuma decisão de encerramento e acompanharemos a evolução do mercado para avaliar as perspetivas de geração de cash flow positivo nas nossas centrais a carvão”, disse fonte oficial.

Os dados mais recentes da elétrica (que esta quinta-feira, 7 de maio apresenta os resultados do primeiro trimestre de 2020) mostram que entre janeiro e março a produção de eletricidade a partir do carvão caiu 77% na Península Ibérica, quando no ano passado tinha já recuado 50%. Já o fator médio de utilização das centrais a carvão caiu 32 pontos percentuais, para apenas 34%, em 2019.

“No primeiro trimestre de 2020, as condições de mercado na Península Ibérica levaram a que as centrais de ciclo combinado se mantivessem mais competitivas do que as de carvão (preços baixos de gás natural e preços elevados de CO2 no mercado europeu), pelo que as centrais a carvão não funcionaram no mercado diário. Em Espanha, algumas centrais a carvão operaram neste período, em casos especiais, por necessidade do operador de rede naquele país” acrescentou fonte oficial da EDP.

Portugal livre de carvão há 52 dias

A 14 de março foi a vez da central do Pego, da Trustenergy e da Endesa, desligar as turbinas, resultando num recorde: nos últimos 52 dias Portugal não usou carvão para produzir eletricidade. Tal não acontecia há 35 anos, desde que a central de Sines entrou em funcionamento no país.

Questionado sobre se este cenário pode fazer antecipar as datas de encerramento das centrais a carvão em Portugal já anunciadas pelo Governo para 2021 e 2023 (ano em que ficarão concluídas as novas barragem da Iberdrola no Alto Tâmega), o Ministério do Ambiente e da Ação Climática não avançou previsões.

Contas feitas, diz a Zero, estes quase dois meses sem carvão levaram a uma “redução inédita e sem precedentes das emissões de gases com efeito de estufa em Portugal”: menos um milhão de toneladas de toneladas de dióxido de carbono — mais precisamente 960 mil toneladas (370 mil toneladas em março e 590 mil toneladas em abril). Já as emissões associadas à produção de eletricidade caíram 58%: de 28 mil toneladas por dia em 2019, para apenas 12 mil toneladas este ano.

“A produção de carvão, que já era muito reduzida, foi mesmo nula em abril, o que acontece pela primeira vez desde a existência das atuais centrais a carvão do Pego e Sines”, disse a REN esta terça-feira, numa altura em que se perspetiva o encerramento das duas centrais (em 2021 e 2023, respetivamente).

Na opinião de Pedro Amaral Jorge, presidente da APREN, as centrais as carvão já são hoje “economicamente inviáveis quando comparadas com outras fontes, sobretudo as renováveis”. “Se houver produção renovável suficiente e não se registarem grandes picos de consumo”, Portugal pode a partir de agora prescindir do carvão, argumenta.

Quanto custa uma central a carvão parada?

António Mexia, CEO da EDP, já disse e repetiu que a central de Sines vai continuar a operar “enquanto as margens permitirem”. Na apresentação das contas de 2019, Mexia confirmou que Sines “operou muito menos horas, mas muito menos, em 2019 do que em 2018. É provável que ainda opere menos horas este ano”. E apontou a “imparidade de Sines” (94 milhões de euros) como uma das causas para a queda dos lucros em 2019, ano em que a atividade em Portugal deu prejuízo à EDP.

Em dezembro, a EDP informou que a perda de competitividade das centrais elétricas a carvão teria um custo extraordinário de 300 milhões de euros e um impacto negativo nos resultados de 2019 de 200 milhões de euros. Ainda assim, Mexia mantém a posição: “Se considerássemos que as margens não estavam lá até já tínhamos pedido para que Sines não operasse. Ainda não o fizemos. Consideramos que Sines ainda faz parte desta transição energética. Se não libertar cash, anteciparemos o encerramento”, confirmou em entrevista ao ECO. A decisão pode até não estar ainda tomada, “mas é uma coisa monitorizada de forma permanente”, garante o CEO.

Sobre uma eventual compensação financeira à empresa pelo fecho antecipado da central a carvão, que o Governo já garantiu que não pagará, Mexia afirmou que “o setor da energia não pode ser o único negócio do mundo onde as pessoas são obrigadas a operar e a perder dinheiro”. O CEO da EDP garantiu que a empresa vai respeitar as decisões do Governo em relação ao carvão, mas lembrou que as mesmas “têm custos”.

Em fevereiro, a Comissão Europeia pôs preto no branco uma proposta para Portugal fechar de vez as centrais de Sines e do Pego, oferecendo em troca quase 80 milhões de euros ao país para fazer esta transição. Poderá ser este o “cheque” que falta para a EDP tomar a decisão definitiva de encerrar Sines. De acordo com Bruxelas, as termoelétricas “são as maiores emissoras de gases com efeito de estufa em Portugal”.

Em cima da mesa está assim a proposta relativa ao Fundo de Transição Justa, criado pela Comissão Europeia para apoiar o desmantelamento de indústrias poluentes e a descarbonização de regiões dependentes de combustíveis fósseis, no âmbito do qual deverão ser alocados 79,2 milhões de euros a Portugal (1,1% de um total de 7,5 mil milhões de euros).

Carvão ainda é garantia de segurança energética em Portugal?

Nestes dois últimos meses de março e abril, de acordo com a REN, verificou-se também em Portugal um aumento de 14,5% das renováveis na produção de eletricidade, passando de 62,6% para 77,1%. “As atuais paragens das centrais do Pego e de Sines mostram que é possível a sua retirada do sistema sem pôr em causa a segurança do abastecimento de eletricidade no país. A Zero considera porém que é fundamental realizar os dois investimentos propostos pela REN, nomeadamente na construção de linhas para a região Sul, os quais já se encontram previstos no Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede Nacional de Transporte”, disse a associação.

A alternativa passa, para já, pelas centrais a gás natural (Ribatejo, Pego, Lares e Tapada do Outeiro), que têm permitido substituir o fornecimento de eletricidade das centrais a carvão com menores custo e emissões de carbono. “Os investimentos para a produção de eletricidade a partir de fontes de energia renovável conseguirão assegurar uma fração progressivamente significativa da geração de eletricidade, com custos mais reduzidos para o consumidor e sem emissões diretas de gases de efeito de estufa”, remata a Zero.

De acordo com a análise da Zero, a pandemia de Covid-19 não tem uma relação direta com a paragem das centrais a carvão, “exceto por exemplo na redução do consumo de eletricidade [-12%] mais significativo em abril de 2020”. A saída de cena deste combustível fóssil poluente deve-se, acima de tudo, diz a associação ambientalista “a uma consequência dos preços de mercado do carvão, dos custos associados às emissões — quer via o preço das licenças de emissão de carbono à escala europeia, quer da taxa de carbono e do imposto sobre os produtos petrolíferos [ISP a 50% no carvão] à escala nacional –, e da competitividade e disponibilidade de outras alternativas, em particular da eletricidade de fontes renováveis, mas também das centrais a gás natural que apresentam uma maior eficiência comparativamente às centrais a carvão”.

Em 2019, o carvão apresentou um preço médio de 62 dólares por toneladas, uma queda de 33% face aos 92 dólares de 2018. O mercado prevê para 2020 um valor médio de 61 dólares por tonelada de carvão. Quanto às licenças de emissão de CO2, passaram a custar no ano passado mais 58% (aumentando de uma média de 15,7 euros por tonelada para quase 25 euros, valor que se deve manter em 2020.

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Grécia, Espanha e Itália com quedas de mais de 9% em 2020. Portugal entre os que menos vão crescer em 2021

Covid-19 vai ditar forte recessão. Comissão Europeia vê a Zona Euro a contrair 7,7%, com Grécia, Espanha e Itália a serem os mais castigados. Portugal cai, mas menos. E também crescerá menos em 2021.

A Europa vai enfrentar uma forte recessão este ano. As previsões económicas de primavera da Comissão Europeia apontam para uma contração de 8,3% da União Europeia e de 7,7% da Zona Euro, com Grécia, Espanha e Itália a serem os países mais castigados pela crise provocada pela pandemia. Portugal está entre os que menos caem este ano, mas também ficará fora do grupo da frente no que toca à recuperação no próximo ano. Será dos que menos cresce no euro.

Grécia, Espanha e Itália deverão apresentar uma contração superior a 9%, este ano. Itália e Espanha devem assistir a uma quebra do PIB de 9,5% e 9,4%, respetivamente, reflexo do forte impacto que a pandemia está a ter. São os dois países mais fustigados pela crise sanitária que provocou dezenas de milhares de mortes, obrigando à quase paragem total das economias.

França, um dos gigantes da região, deverá contrair 8,2%, enquanto o “motor” da economia europeia, a Alemanha, poderá, segundo as previsões da Comissão Europeia, apresentar uma quebra de 6,5%. A contração do PIB germânico será ligeiramente inferior à de 6,8% apontada para Portugal, sendo mesmo uma das menores entre os países da Zona Euro.

O Luxemburgo será o país que cairá menos entre os que partilham a moeda única: 5,4%, mas na União Europeia é a a Polónia que tem o desempenho menos negativo, contraindo 4,3%.

Esta forte contração que será sentida este ano será seguida de uma recuperação. Nas previsões económicas de primavera, a Comissão Europeia aponta para que o PIB da UE cresça 6,1% em 2021, enquanto a economia do euro deverá apresentar um crescimento superior, de 6,3%.

Se Portugal está entre os que menos cairá este ano, também será dos que menos vai crescer em 2021 de entre os países do euro. A Comissão Europeia aponta para que o PIB português avance 5,8% no próximo ano, aquém da previsão para a área do euro, havendo apenas quatro países com taxas de crescimento inferiores: Luxemburgo, Holanda, Áustria e Finlândia.

A Alemanha deverá apresentar um crescimento de 5,9% em 2021, após a contração de 6,5%, enquanto França será o segundo país do euro que mais crescerá no próximo ano: 7,4%, apenas superada pela Grécia que deverá crescer 7,9%

Itália deverá registar um crescimento de 6,5%, bastante aquém de Espanha que depois da recessão deverá entrar no top 5 na recuperação. O país vizinho prepara-se para ver o PIB escalar 7%.

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Desemprego em Portugal vai subir para 9,7%, prevê a Comissão Europeia

A Comissão Europeia estima que o desemprego em Portugal suba para 9,7% em 2020, acima da média europeia. Mas prevê queda em 2021 para um patamar melhor do que a média da UE.

A Comissão Europeia projeta uma taxa de desemprego em Portugal de 9,7% em 2020, um agravamento de 3,2 pontos percentuais face à registada em 2019. O deteriorar do mercado laboral português é explicado com o choque económico causado pelo coronavírus e o efeito é transversal a todos os países da União Europeia (UE). Para 2021, Bruxelas vê uma melhoria, estimando que a taxa recue para 7,4%, ainda assim acima do valor pré-pandemia.

Esta informação está no relatório de previsões económicas de primavera, apresentado pela Comissão Europeia esta quarta-feira. Os 9,7% estimados por Bruxelas para este ano contrastam, assim, com os 6,1% previstos pelo Governo no Orçamento do Estado para 2020, desenhado numa altura em que ainda não se antecipava a atual situação pandémica nem os respetivos efeitos na economia mundial. É, contudo, um cenário mais otimista do que o do FMI, que anteviu uma taxa de desemprego em Portugal de 13,9% em 2020 no World Economic Outlook divulgado em meados de abril.

Estes 9,7% posicionam Portugal ao nível da Lituânia e da Suécia, imediatamente acima da média de 9,6% antecipada por Bruxelas para os países da Zona Euro e também pior do que os 9% antecipados para o conjunto dos 27 Estados-membros da UE. Porém, é inferior à prevista pela Comissão para algumas das maiores economias europeias, várias delas fortemente fustigadas pelo coronavírus em março e abril. É o caso de França, país no qual é estimada uma taxa de desemprego de 10,1%, superior à portuguesa.

Enquanto a Grécia ocupa a posição superior da tabela das maiores taxas de desemprego previstas por Bruxelas, de 19,9% em 2020, Espanha ocupa o segundo lugar (18,9%) e Itália preenche a terceira posição (11,8%). Segue-se a Croácia (10,2%), segundo a informação divulgada esta quarta-feira. A taxa mais reduzida é prevista para a Alemanha (4%), seguindo-se a República Checa (5%) e a Áustria (5,8%).

Em março, a generalidade dos países europeus viu-se obrigada a implementar fortes restrições à atividade económica perante a escalada no número de casos de infeção por Covid-19, uma doença respiratória provocada por um novo coronavírus que teve origem na província chinesa de Hubei. Na UE, os países mais afetados são Espanha e Itália. O flagelo espoletou um choque económico ao nível mundial, provocou uma derrocada nos mercados financeiros e ameaça atirar o mundo para uma nova recessão mundial. Com o setor dos serviços praticamente paralisado, milhões de europeus foram atirados para o desemprego ou sujeitos a regimes de lay-off total ou parcial, incluindo em Portugal.

Perante este cenário, a Comissão Europeia antecipa, no entanto, uma recuperação transversal do mercado laboral europeu em 2021, com a taxa de desemprego em Portugal a cair de 9,7% em 2020 para 7,4% nesse ano. A confirmarem-se as previsões de Bruxelas, a queda deverá colocar o país abaixo da média da Zona Euro (8,6%) e até da média dos 27 países da UE (7,9%).

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Comissão Europeia vê PIB a cair 6,8% em 2020. Portugal cresce 5,8% em 2021

A Comissão Europeia prevê uma forte contração do PIB este ano em Portugal, mas abaixo da média da Zona Euro e da previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A Comissão Europeia atualizou esta quarta-feira as previsões económicas e os números mostram que está ligeiramente menos pessimista do que o Fundo Monetário Internacional (FMI): a economia portuguesa deverá encolher 6,8% este ano, seguindo-se uma recuperação de 5,8% em 2021.

Estes números, que constam das previsões de primavera divulgadas hoje, comparam com a queda de 8% prevista pelo FMI para Portugal em 2020 e uma recuperação de 5% no próximo ano.

A previsão da Comissão Europeia para Portugal é mais otimista do que a média da Zona Euro em que o PIB afunda 7,7% em 2020, seguindo-se uma recuperação de 6,3% no ano seguinte. Entre os países que partilham o euro, a Itália, Grécia e Espanha são os países mais afetados pelo impacto económico da pandemia com o PIB a encolher mais de 9%.

Uma das razões que diferencia a evolução da economia desses países e da economia portuguesa é o impacto da pandemia no investimento privado e público. Em média, o investimento na Zona Euro deverá cair 13,3% em 2020, mas menos em Portugal (-8,6%) do que em Espanha (-20,7%), Itália (-14,2%) e Grécia (-30%).

Nas outras componentes do PIB também registam-se quedas significativas em Portugal: o consumo privado encolherá 5,8%, as exportações vão cair 14,1% e as importações 10,3%. A única componente a crescer será o consumo público, mais 2,4%, dado o aumento dos gastos do Estado com as ajudas relacionadas com a crise pandémica.

Projeta-se que o PIB fique abaixo dos níveis de 2019 ainda em 2021“, antecipa a Comissão, prevendo que a recuperação demore mais tempo a concretizar-se. Até porque no caso de Portugal a dependência do turismo estrangeiro torna esta retoma mais desafiante até haver uma vacina ou um tratamento eficaz. “Espera-se que a economia recupere com força após o choque inicial mas em alguns setores, particularmente no turismo, é expectável que as réplicas [da crise pandémica] prolonguem-se”, avisa a Comissão Europeia.

Medidas do Governo custam 2,5% do PIB

Com a receita a cair e a despesa a subir em 2020, Portugal vai passar de um excedente orçamental em 2019, o primeiro da democracia, para um défice de 6,5% este ano, segundo as previsões da Comissão Europeia. Também neste indicador Portugal figura melhor do que a média da Zona Euro (-8,5%). Em 2021, o défice português deverá encolher para 1,8% e o da Zona Euro para 3,5%, ainda acima da linha vermelha dos 3% imposta pelas regras europeias, as quais estão suspensas neste momento.

De acordo com a Comissão Europeia, a deterioração do saldo orçamental deve-se aos estabilizadores automáticos (subsídio de desemprego, por exemplo) e à necessidade da política orçamental suportar a economia. Ou seja, deve-se ao aumento da maioria das categorias de despesa, em particular nos subsídios e transferências sociais, e à queda da receita pública. No total, as medidas adotadas pelo Governo até agora para reforçar a resposta do SNS, para proteger o emprego, dar apoio social e salvaguardar a liquidez das empresas terão um custo direto estimado de 2,5% do PIB.

Num cenário de políticas invariantes, em que só é considerado o que já está legislado, o saldo orçamental deverá melhorar no próximo ano com o contributo da recuperação económica e a eliminação progressiva das medida implementadas para lidar com a pandemia. Ainda assim, o risco orçamental é descendente uma vez que há incertezas sobre a curva epidémica e os efeitos “persistentes” na economia e na sociedade, avisa a Comissão Europeia, relembrando ainda as possíveis obrigações assumidas pelo Estado.

Dívida pública volta ao patamar dos 130%

A forte queda do PIB e o aumento significativo do défice em 2020 vão fazer mossa à dívida pública. O rácio do endividamento público no PIB deverá subir de 117,7% em 2019 para 131,6% em 2020, descendo novamente para os 124,4% no próximo ano. Neste indicador Portugal continua bem acima da média da Zona Euro: a Comissão Europeia prevê que o rácio de dívida pública no PIB médio da Zona Euro passe dos 86% para os 102,7% em 2020, baixando ligeiramente para os 98,8% em 2021. No próximo ano, ainda haverá sete países, incluindo Portugal, com um rácio superior a 100% do PIB.

Tanto no défice como na dívida pública, as previsões da Comissão Europeia são mais otimistas do que as do FMI. O Fundo prevê que o défice suba para os 7,1% e a dívida pública para os 135%.

A contração da economia, nomeadamente através da redução das exportações, terá repercussões nas contas externas portuguesas que passam de um equilíbrio em 2019 (0% do PIB) e anos consecutivos de excedentes para um défice de 0,6% em 2020 e de 0,2% em 2021, de acordo com as previsões divulgadas hoje. Já a média da Zona Euro continuará com um excedente externo superior a 3% do PIB, influenciada pelos elevados excedentes registados na Alemanha e na Holanda.

A Comissão Europeia prevê ainda que a economia portuguesa registe deflação em 2020 com os preços a baixarem 0,2% no conjunto do ano. Em 2021, a inflação volta a valores positivos com uma taxa de 1,2%.

(Notícia atualizada às 10h45 com mais informação)

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Contribuintes submeteram três milhões de declarações de IRS. Reembolsos já superam os 500 milhões de euros

Os contribuintes portugueses já submeteram mais de três milhões de declarações de IRS. O Fisco já processou mais de 622 mil reembolsos num montante total superior a 500 milhões de euros.

Os contribuintes portugueses já entregaram mais de três milhões de declarações de IRS, um número que corresponde a mais de 52% do total de declarações de rendimentos que foram entregues no ano passado. A fasquia é ultrapassada numa altura em que já foram processados mais de 622 mil reembolsos e 328 mil foram efetivamente pagos.

Segundo a informação divulgada no Portal das Finanças, o número de declarações Modelo 3 submetidas ao Fisco até esta quarta-feira era de 3,05 milhões. O prazo para a entrega das declarações de IRS começou a 1 de abril e vai estender-se até 30 de junho.

Contribuintes já submeteram três milhões de declarações de IRS

Fonte: Autoridade Tributária e Aduaneira

Isto acontece numa altura em que a pandemia está a atrasar significativamente o processamento de reembolsos por aquela autoridade, comparativamente com os anos anteriores, algo que já tinha sido antecipado pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais logo no arranque do período de cumprimento desta obrigação fiscal.

No ano passado, os reembolsos começaram a ser feitos 11 dias depois do começo do prazo de entrega. Este ano, porém, devido aos efeitos da pandemia, a Autoridade Tributária e Aduaneira começou a processar os reembolsos 21 dias depois.

Esta terça-feira, dados avançados por fonte oficial do Ministério das Finanças à Lusa apontam para que perto de 1,06 milhões de declarações automáticas de IRS estejam já liquidadas, ou 93% do total de declarações entregues desta forma. No total, o Fisco processou 622,8 mil reembolsos de IRS, no valor de 502 milhões de euros, dos quais mais de 328,5 mil já foram efetivamente pagos e os restantes deverão chegar às contas dos portugueses até ao final desta quinzena.

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Revista de imprensa internacional

Banca europeia reteve mais de 27 mil milhões de dividendos que iria pagar aos acionistas. Sinais de recuperação no Airbnb: os europeus estão a reservar férias de verão. Casillas investe em startup.

Os bancos europeus retiveram mais de 27 mil milhões de euros que serviriam para remunerar os acionistas, uma informação que agrada ao Banco Central Europeu num período em que se antecipa uma recessão. Ainda assim, há sinais de que os europeus estão confiantes de que a pandemia vai passar, com as reservas de alojamento para o verão no Airbnb a dispararem em alguns países.

Expansión

Banca europeia retém mais de 27 mil milhões em dividendos

Os bancos da Zona Euro retiveram nos seus balanços mais de 27 mil milhões de euros que, de outra forma, serviriam para pagar dividendos aos acionistas. A informação foi avançada por Andrea Enria, presidente do Conselho de Supervisão do BCE, que salientou que este é “um resultado importante”, pois significa uma maior solidez do setor financeiro para enfrentar os choques económicos causados pelo novo coronavírus. Leia a notícia completa no Expansión (acesso livre/conteúdo em espanhol).

Financial Times

Sinais de recuperação no Airbnb: europeus estão a reservar férias

Numa altura marcada pela decisão de despedir 25% da equipa, o Airbnb está a registar um aumento nas reservas numa série de países europeus. Entre eles estão a Dinamarca e a Holanda, um dado que pode significar uma recuperação da confiança dos consumidores, que estão a começar a reservar alojamento para as férias de verão. Este fenómeno acontece em plena tentativa de reabertura gradual da economia em vários Estados-membros, incluindo em Portugal. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

Financial Times

Vírus ameaça eliminar 10 mil milhões ao valor dos jogadores de futebol

Com a pandemia a parar os campeonatos de futebol em todo mundo, há vários clubes que estão a atravessar um período conturbado. A situação financeira está a deteriorar-se, reduzindo-se o dinheiro em caixa para investir em novos jogadores. De acordo com a KPMG, a crise provocada pelo Covid-19 ameaça eliminar cerca de 10 mil milhões de euros do valor dos jogadores de futebol europeus. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

Cinco Días

Iker Casillas estreia-se como investidor em startup tecnológica

Iker Casillas, ex-guarda-redes do FC Porto e candidato à presidência da Real Federação Espanhola de Futebol, estreou-se como investidor numa startup de natureza tecnológica. O futebolista espanhol investiu na Idoven, uma startup de cardiologia desportiva à distância, fundada em 2018. Casillas sofreu um enfarte agudo do miocárdio no ano passado e ficou interessado no projeto daquela empresa. Não se conhece o montante investido pelo antigo jogador da primeira liga portuguesa. Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre/conteúdo em espanhol).

Reuters

Bolt quer lançar serviço de trotinetas elétricas em 45 cidades

A Bolt tenciona lançar o serviço de trotinetas elétricas partilhadas em mais 45 cidades este verão. Além disso, a empresa, que é uma das principais concorrentes da Uber, apresentou esta quarta-feira um modelo próprio de trotineta numa tentativa de se diferenciar de outras empresas de trotinetas. As trotinetas elétricas da Bolt estão já presentes em Portugal, na região do Algarve, numa altura em que a empresa estoniana serve já mais de 30 milhões de clientes em mais de 35 países, sobretudo com a sua plataforma eletrónica de transporte. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês).

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