Três municípios em rutura financeira entre 21 com dívida acima do limite em 2019

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

Cartaxo, Fornos de Algodres e Vila Real de Santo António estão em rutura financeira. O município do Nordeste saiu desta classificação na sequência da melhoria do seu rácio de endividamento.

Três municípios estavam em 2019 em “rutura financeira”, entre os 21 com dívida acima do limite, tendo a dívida total municipal diminuído 470 milhões de euros face a 2018, para 3,75 mil milhões, segundo o Conselho de Finanças Públicas.

De acordo com o relatório sobre a “Evolução Orçamental da Administração Local 2019”, divulgado esta quinta-feira pelo Conselho de Finanças Públicas (CFP) com base em dados ainda provisórios, Cartaxo, Fornos de Algodres e Vila Real de Santo António mantiveram a situação de “rutura financeira” em que já se encontravam no ano anterior, tendo o município do Nordeste saído desta classificação na sequência da melhoria do seu rácio de endividamento.

Segundo o organismo presidido por Nazaré Costa Cabral, estes quatro municípios encontram-se ao abrigo de Programas de Ajustamento Municipais (PAM) no âmbito do recurso ao Fundo de Apoio Municipal (FAM), tendo todos registado diminuições do rácio da dívida total em 2019. No caso do município do Nordeste, nota o CFP, o rácio da dívida no final de 2019 “é próximo, mas já não superior, a 300%”, embora os dados disponíveis tenham ainda caráter provisório.

No total, a dívida total dos municípios – financeira e não financeira – considerada para efeitos do limite legal diminuiu em 470 milhões de euros em 2019, para 3,75 mil milhões de euros.

Com base apenas neste indicador, 21 dos 308 municípios (menos de 10%) estavam acima do limite de endividamento no final de 2019 (menos três do que em 2018), dos quais 13 se encontram em processo de recuperação financeira no âmbito do FAM (Alandroal, Alfândega da Fé, Aveiro, Cartaxo, Fornos de Algodres, Fundão, Nazaré, Nordeste, Paços de Ferreira, Portimão, Vila Franca do Campo, Vila Nova de Poiares e Vila Real de Santo António).

Quanto aos restantes oitos municípios (Celorico da Beira, Évora, Reguengos de Monsaraz, Tabuaço, Seia, Caminha, Freixo de Espada à Cinta e Lamego), o Regime Financeiro das Autarquias Locais e Entidades Intermunicipais (RFALEI) determina a adesão obrigatória à figura do saneamento financeiro.

Apesar desta melhoria global, refere o Conselho das Finanças Públicas, 38 municípios terão registado um aumento da dívida total municipal, na ordem dos 45 milhões de euros, “contribuindo para um agravamento da sua situação financeira”. Ainda assim, o acréscimo de dívida nesses municípios foi “mais do que anulado” pelo decréscimo de 515 milhões de euros da dívida observado na maioria dos municípios.

Segundo nota o CFP, e “à semelhança do que vem ocorrendo desde 2014”, o limite para 2019 da dívida total dos municípios foi superior em 415 milhões de euros ao estabelecido para 2018, em virtude da receita considerada no cálculo daquele limite ter aumentado (média da receita corrente cobrada líquida nos três exercícios anteriores), o que também contribui para a descida do rácio da dívida total (por efeito denominador).

“No entanto – refere – mais de três quartos da diminuição do rácio da dívida total em 2019 (50%, menos 9,0 pontos percentuais do que em 2018) é explicada pela redução do ‘stock’ da dívida”. A redução da dívida municipal no ano passado foi transversal a todos os escalões, mesmo no caso dos municípios mais endividados, sendo que, dos 23 municípios que excediam o limite da dívida total no início do ano, dois (Peso da Régua e Santa Comba Dão) terão passado a respeitar aquele limite.

Por outro lado, dos municípios com endividamento acima do limite da dívida total, apenas três (Caminha, Fundão e Tabuaço) não terão observado qualquer melhoria do respetivo rácio (sendo “mais expressivo” o caso do Fundão, devido a um maior crescimento do ‘stock’ da dívida em 2019). O CFP refere ainda que a evolução favorável da dívida total em 2019 teve como consequência um menor número de municípios com recurso a mecanismos de recuperação financeira ou de saneamento financeiro.

Para além dos já referidos casos dos municípios do Cartaxo, Fornos de Algodres, Vila Real de Santo António e Nordeste, que se encontram ao abrigo de Programas de Ajustamento Municipais (PAM), o Conselho aponta o caso de Vila Nova de Poiares, também abrangido por um PAM, e que registou igualmente uma redução do respetivo rácio (de 229% para 216%).

Já o município de Santa Comba Dão, em processo de saneamento financeiro,” terá em 2019 conseguido situar-se abaixo do limite legal calculado no final do ano”, tal como o município de Peso da Régua, que “terá passado a cumprir o limite legal de endividamento em 2019”.

Globalmente, no final do ano passado, mais de quatro quintos dos municípios portugueses encontravam-se em situação de equilíbrio financeiro na ótica do RFALEI.

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Pagamentos em atraso dos municípios diminuem 40% em 2019

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

O valor dos pagamentos em atraso dos municípios recuou 33 milhões de euros para perto de 50 milhões, mas 13 municípios deviam ainda mais de um milhão de euros no fim de 2019, revela relatório do CFP.

Os pagamentos em atraso dos municípios diminuíram 40% em 2019 face a 2018, recuando 33 milhões de euros para perto de 50 milhões, mas 13 municípios deviam ainda mais de um milhão de euros, divulgou esta quinta-feira o CFP.

Segundo o relatório do Conselho das Finanças Públicas (CFP) sobre a execução orçamental da administração local em 2019, “estes 13 municípios, menos dois do que em dezembro de 2018, concentravam mais de quatro quintos da dívida vencida e não paga há mais de 90 dias no final de 2019”.

Aveiro, Penafiel, Vila Real de Santo António, Caminha, Setúbal, Paredes, Braga, Ourique, Peso da Régua, Tábua, Tarouca, Freixo de Espada à Cinta e Mourão eram os 13 municípios com pagamentos em atraso superiores a um milhão de euros no final de 2019 (por ordem decrescente do valor da dívida), sendo que apenas Aveiro e Vila Real de Santo António se encontravam ao abrigo de programas de ajustamento municipal (PAM), tendo nesse âmbito beneficiado de assistência financeira (empréstimos para regularização de dívidas).

Em 2019, desceram abaixo do limiar de um milhão de euros de pagamentos em atraso os municípios de Alpiarça, Nazaré e Tabuaço, enquanto o município de Braga o ultrapassou.

Para o decréscimo de 33 milhões de euros da despesa por pagar em atraso contribuiu (em termos não consolidados) a redução do stock de pagamentos em atraso por parte de 44 municípios, num total de 37,7 milhões de euros, em particular nos municípios da Nazaré (-17,2 milhões) e Penafiel (-6,5 milhões), tendo nove destas autarquias deixado de apresentar quaisquer dívidas em atraso (Aguiar da Beira, Alandroal, Cabeceiras de Basto, Cartaxo, Mira, Paços de Ferreira, Santo Tirso, Serpa e Vizela).

Esta redução, nota o CFP, “mais do que compensou” o aumento de 4,3 milhões de euros dos pagamentos em atraso por parte de 13 municípios, cinco dos quais passaram a apresentar dívidas em atraso (apenas superior a 0,1 milhões de euros em Belmonte, Cuba e Sardoal), sendo que “os maiores agravamentos” ocorreram no município de Braga e Caminha (1,3 e 1,1 milhões de euros, respetivamente).

Do total de 308 municípios, mais de quatro quintos não apresentavam quaisquer pagamentos em atraso no final de 2019 num total de 257 (mais quatro do que no final de 2018).

Até ao final de 2019, de acordo com os dados provisórios disponíveis, o prazo médio de pagamento (PMP) dos municípios portugueses foi de 28 dias, prosseguindo a trajetória de redução observada desde 2012.

De acordo com o organismo presidido por Nazaré Costa Cabral, no final do ano passado “quase dois terços dos municípios portugueses apresentavam um PMP inferior a 30 dias, ascendendo a mais de quatro quintos aqueles em que este indicador era menor que 60 dias”.

Contudo, refere, o número de municípios com um PMP superior a 90 dias terá subido em 2019: “Enquanto em 2018 se observou uma redução do número de municípios neste escalão, em 2019 a informação ainda provisória aponta para uma inversão da trajetória prosseguida pelos municípios nos últimos anos”, sustenta.

Dos 308 municípios, há 191 que têm um PMP inferior a 30 dias, destacando-se Tabuaço como o único que demora mais de um ano (376 dias) a pagar aos fornecedores, enquanto outros 16 municípios (Ourique, Freixo de Espada à Cinta, Penafiel, Tábua, Alpiarça, Caminha, Peso da Régua, Vila Real de Santo António, Tarouca, Lamego, Figueiró dos Vinhos, Moimenta da Beira, Setúbal, Mirandela, Vidigueira e Paredes) demoram entre seis meses a um ano.

O CFP enumera também os que têm um prazo médio de pagamento inferior a três dias e que são Sabrosa, Azambuja, Ferreira do Zêzere, Santa Cruz da Graciosa, Lisboa, Castanheira de Pêra, Arronches, Calheta (S. Jorge), Corvo, Murtosa, Cadaval, Almeirim, Vouzela, Miranda do Douro, Santana, Vila Real, Sabugal, Nordeste, Valpaços, Alcoutim, Pampilhosa da Serra e Montijo.

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Rio critica Costa por manter Centeno. “Força do ministro é superior à do primeiro-ministro”, diz no Twitter

Rui Rio considera que Mário Centeno continua sem condições para ficar no Governo e acusa Costa de ter menos força que Centeno no Governo.

O líder da oposição criticou esta quinta-feira no Twitter o primeiro-ministro por ter mantido o ministro das Finanças em funções, apesar de este não ter condições para continuar. Para Rui Rio, a “força de Centeno é superior à de Costa”.

Em causa está a polémica à volta da transferência de 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução para este injetar dinheiro no Novo Banco ao abrigo do mecanismo de capital contingente. O primeiro-ministro disse no Parlamento que a operação só iria ser realizada após ser conhecida a auditoria da Deloitte, mas a transferência já tinha ocorrido.

Mário Centeno não passou a ter condições para continuar“, considera o presidente do PSD, criticando o primeiro-ministro por ter assumido que no Governo, “ainda que sem condições, um ministro pode continuar a sê-lo, mesmo quando faltam mais de três longos anos para o fim da legislatura”.

Esta quarta-feira, Rui Rio tinha pedido a demissão de Mário Centeno, acusando-o de deslealdade face a António Costa após as declarações do ministro das Finanças nessa manhã na comissão de orçamento e finanças. Em entrevista à TSF na terça-feira, Centeno admitiu que tinha existido uma “falha de comunicação” entre o Ministério das Finanças e o gabinete do primeiro-ministro, mas no Parlamento foi mais longe, afirmando que a operação não foi feita à “revelia” de Costa, que o tema tinha passado pelo Conselho de Ministros e que seria irresponsável não proceder à transferência do dinheiro. Segundo Centeno, a operação foi realizada no último dia legal possível para a fazer, não podendo ser adiada.

Após estas declarações, Marcelo Rebelo de Sousa tirou o tapete ao ministro das Finanças, colocando-se do lado do primeiro-ministro. “O senhor primeiro-ministro esteve muito bem no Parlamento quando disse que fazia sentido que o Estado cumprisse a as suas responsabilidades, mas naturalmente se conhecesse a conclusão da auditoria”, disse o Presidente da República ao lado de António Costa, argumentando que “para os portugueses não é indiferente cumprir compromissos com o conhecimento exato do que se passou, ou cumprir compromissos e mais tarde vir a saber como se passou“. Neste momento decorre um almoço entre Marcelo e Costa sobre o futuro de Centeno, de acordo com o Expresso.

A polémica viria a culminar numa reunião de trabalho entre António Costa e Mário Centeno na noite de ontem. Desse encontro saíram fotografias sorridentes de ambos e um comunicado onde o primeiro-ministro mantinha a confiança “pessoal e política” no ministro das Finanças. “Ficaram esclarecidas as questões relativas à falha de informação atempada ao primeiro-ministro sobre a concretização do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução, que já estava previsto no Orçamento de Estado para 2020, que o Governo propôs e a Assembleia da República aprovou”, lê-se no comunicado.

(Notícia atualizada às 13h50 com mais informação)

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BCE quer aumentar para 40% a 50% quotas de mulheres em cargos de direção até 2026

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

O Banco Central Europeu quer garantir que há mais mulheres em cargos de direção até 2026. Depois de em 2019 só ter atingido 30% de quotas, o BCE vai adotar mais medidas na sua própria equipa.

O Banco Central Europeu (BCE) tem como objetivo atingir uma quota de mulheres em cargos diretivos e em diferentes níveis entre 40% e 51% até 2026 e adotou mais medidas para aumentar a quota de diretoras na sua equipa.

“Queremos que o equilíbrio de género seja a norma agora e não uma revolução para lutar depois”, disse esta quinta-feira a presidente do BCE, Christine Lagarde.

“Não devemos esquecer que o género é uma das muitas dimensões da diversidade que todos devemos valorizar. Devemos refletir a sociedade que servimos”, acrescentou a presidente do BCE.

Depois de não ter cumprido em 2019 os seus próprios objetivos, as novas metas do BCE incluem o preenchimento com mulheres de pelo menos metade dos novos cargos ou vagas.

O pessoal que não quiser declarar-se mulher ou homem não será incluído nas estatísticas.

O BCE tinha uma quota de diretoras sénior de 30% no final de 2019, acima da meta de 28%, mas a quota de mulheres em todos os cargos de direção era de 30%, abaixo dos 35% estabelecidos.

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Santander dá 9 mil milhões em moratórias. “Grande tsunami há de vir quando acabarem”, alerta Pedro Castro e Almeida

CEO Pedro Castro e Almeida antecipa um reforço dos apoios públicos depois do verão, nomeadamente o prolongamento das moratórias por seis meses após o prazo de 30 de setembro.

Os clientes do Santander Totta pediram moratórias de créditos equivalentes a 9 mil milhões de euros. São 82 mil famílias e empresas, que totalizam 25% do crédito a clientes particulares do banco e 40% dos financiamentos a clientes empresariais, segundo dados divulgados pelo CEO Pedro Castro e Almeida, na apresentação dos resultados trimestrais.

“Se estivéssemos no mundo antigo em que são pagos capital e juros, seriam mil milhões de euros pagos até setembro“, afirmou o banqueiro, que antecipa um reforço dos apoios públicos depois do verão, nomeadamente o prolongamento das moratórias por seis meses após o prazo de 30 de setembro. “O grande tsunami há de vir quando acabarem as moratórias”, alertou.

Entre moratórias e linhas de crédito, o banco tem disponível um montante seis vezes superior e rejeita que a banca não esteja a apoiar a economia. “Temos disponíveis para famílias e empresas 6 mil milhões. Se todos estivessem muito aflitos, estaríamos a ver uma procura massiva e não estamos. Além disso, estamos a ver um aumento de depósitos de empresas e de particulares”, disse o banqueiro.

"Temos disponíveis para famílias e empresas 6 mil milhões. Se todos estivessem muito aflitos, estaríamos a ver uma procura massiva e não estamos.”

Pedro Castro e Almeida

CEO do Santander Totta

No que diz respeito às linhas de crédito Covid-19, o Santander Totta aprovou um total de 1,6 mil milhões de euros em créditos ou 98% dos pedidos que chegaram ao banco. As rejeições foram, segundo Castro e Almeida causadas por incumprimento das regras do próprio Governo, incluindo processos especiais de recuperação (PER), prestações em atraso há mais de 90 dias ou resultados negativos há mais de três anos.

Desse total, 940 milhões de euros já foram também aprovados das sociedades de garantia mútua, 380 milhões de euros foram formalizados e outros 250 milhões estão em formalização, sendo esperada a sua conclusão nas próximas duas semanas. Fora do âmbito das linhas protocoladas, o banco concedeu, só em março, 500 milhões de euros em novo crédito.

O processo de aprovação das linhas de crédito Covid-19 não estava preparado para esta avalanche. No espaço de um mês teve provavelmente uma produção equivalente ao que tinha tido nos cinco anos anteriores.

Pedro Castro e Almeida

CEO do Santander Totta

O processo de aprovação destas linhas não estava preparado para esta avalanche. No espaço de um mês teve provavelmente uma produção equivalente ao que tinha tido nos cinco anos anteriores”, explicou sobre os atrasos na atribuição dos créditos que tem sido alvo de críticas. Castro e Almeida explicou que o processo está a ser revisto e que, nas próximas linhas, espera que seja mais simples.

Além de apoiar a economia através das moratórias e das linhas de crédito, o banco garante ter como prioridade “ajudar a sociedade” com iniciativas solidárias. Estas totalizam já 3,2 milhões de euros. “As empresas e as famílias vão precisar muito do nosso apoio em 2020 e 2021”, refere Castro e Almeida.

“Apoios são insuficientes”, alerta Castro e Almeida

Quanto à recuperação, o banqueiro diz que vai depender muito da situação individual antes do início da crise, sublinhando que famílias e empresas muito endividadas terão dificuldades adicionais. E explica esperar mais apoios no período de retoma da economia.

Todos os apoios nesta fase são insuficientes. Sentimos isso especialmente de micro-empresas e empresas que já estavam em dificuldade. Pensamos que vão ser precisos apoios no futuro“, disse. “Dentro dos 13 mil milhões das linhas protocoladas, avançou-se para já com 6 mil milhões. Penso que o Ministério da Economia vai libertando liquidez. Penso que está preparada, para as próximas semanas, uma linha para micro. Talvez depois do verão, se voltem a abrir novas linhas”.

Castro e Almeida concorda com a abordagem, dizendo que “seria um erro ter esgotado logo tudo no início” e lembra o peso destas medidas, bem como do lay-off simplificado, para a despesa pública. “A União Europeia vai ter de ser chamada porque não podemos ter países com rácios de dívida de 200%. Não é sustentável”, acrescenta.

(Notícia atualizada às 13h55)

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Intermarché vende máscaras a preço de custo. Pack de 50 máscaras custa 20,15 euros

Máscaras custam 0,40 cêntimos a unidade, já um pack de 50 máscaras fica por 20,15 euros. Ao mesmo tempo, um frasco de gel desinfetante de 500 ml fica por 4,90 euros.

Depois do Continente, Pingo Doce, El Corte Inglés e Mercadona também os supermercados Intermarché e Bricomarché vão vender máscaras descartáveis e outros equipamentos de proteção individual. A grande novidade é que estes bens vão ser vendidos a preços de custo “sem qualquer lucro” para os estabelecimentos.

“Perante as novas regras que impõe o uso de material de proteção individual, as lojas Intermarché e Bricomarché disponibilizam todos os materiais necessários para garantir o bem-estar e a segurança dos portugueses. Estes bens essenciais são colocados à venda sem benefício e sem qualquer lucro para as insígnias“, informa o grupo Os Mosqueteiros, em comunicado.

Entre os produtos vendidos estão máscaras, gel desinfetante, luvas e viseiras. Ao que ECO apurou, as máscaras disponíveis à venda custam 0,40 cêntimos a unidade, isto já com a redução do IVA em vigor. Caso prefira um adquirir um pack de 50 máscaras, cada caixa custa 20,15 euros. Já um frasco de gel desinfetante de 500 mililitros fica por 4,90 euros. “O preços são acompanhados semanalmente de forma a termos o melhor preço do mercado”, garante fonte oficial do grupo ao ECO.

A iniciativa surgiu com o intuito de “dar às populações aquilo que mais precisam para um regresso em segurança”, adianta Pedro Subtil, administrador do Grupo Os Mosqueteiros, na nota de imprensa. O uso de máscaras é obrigatório em escolas, transportes públicos, comércio e outros espaços fechados com muita gente.

Em Portugal, o Grupo Os Mosqueteiros detém 320 lojas de norte a sul do país. No mês passado, a empresa doou meio milhão de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) de forma a dotar os hospitais com os materiais necessários para o combate à pandemia em Portugal.

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Número de casos de Covid-19 aumenta 0,66%. Já morreram 1.184 pessoas

O número de pessoas infetadas por Covid-19 em Portugal subiu para 28.319. Morreram nove pessoas da doença nas últimas 24 horas.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 187 novos casos de Covid-19, elevando para 28.319 o número de pessoas infetadas pelo novo coronavírus no país. Trata-se de uma taxa de crescimento diária de 0,66%. Nas últimas 24 horas morreram nove pessoas com a doença, segundo a última atualização ao boletim das autoridades de saúde portuguesas.

Desde o início do surto em Portugal, a 2 de março, foram detetados 28.319 casos confirmados de Covid-19 no país. No que toca ao número de mortes, há registo de 1.184 óbitos, mais nove nas últimas 24 horas. “A taxa de letalidade global e de 4,2%. Já a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 15,4%”, adiantou António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, na conferência de imprensa desta quinta-feira.

Um total de 3.198 pessoas já recuperaram da doença, mais 16 pessoas desde a passada meia-noite, de acordo com a DGS. Há ainda 680 pessoas internadas (menos 12 pessoas do que no dia anterior), das quais 108 estão em unidades de cuidados intensivos (mais cinco). Em termos percentuais isto significa que a maioria dos pacientes estão a ser tratadas no domicílio (cerca de 82%). Já “a percentagem em internamento é de 2,4%, sendo que 0,4% estão em unidades de cuidados intensivos e 2% em enfermaria”, adiantou também o governante.

Boletim epidemiológico de 14 de maio

O Norte continua a ser a região mais afetada, com 16.166 casos confirmados e 674 óbitos registados, seguindo-se a região de Lisboa e Vale do Tejo, com 7.767 casos confirmados e 259 mortes. O vírus também tem destaque na região Centro, que regista 3.569 casos confirmados e 221 vítimas mortais (o mesmo valor que no balanço anterior).

Segundo a informação da DGS, 2.676 pessoas aguardam resultado laboratorial e 26.082 cidadãos estão sujeitos à vigilância das autoridades de saúde, por terem estado em contacto com pessoas infetadas por Covid-19. Desde 1 de janeiro que já foram detetados 286.285 casos suspeitos e 255.290 casos acabaram por não se confirmar.

Passaram mais de 10 dias desde as medidas de confinamento e não se refletiu ainda ]nos números]. Tudo indica que, apesar de termos desconfinado e retomado a atividade, os portugueses mantêm as medidas de segurança.

Graça Freitas

Diretora-geral da saúde

Desconfinamento não se vê nos números

Ainda durante o briefing diário, o secretário de Estado da Saúde disse que, na terça-feira, chegaram a Portugal “4.8 milhões de máscaras cirúrgicas, 220 mil zaragatoas e 22 mil fatos de proteção“. O material já está no laboratório militar e “será distribuído consoante as necessidades”, garantiu.

Quanto à evolução da curva epidemiológica no país, a diretora-geral da Saúde disse que está a evoluir conforme o que era expectável, mas sublinha a importância de “continuar a fazer força sobre a mola”. “O vírus vai continuar a infetar-nos, portanto, temos de contrariar essa tendência”, alertou Graça Freitas.

Nesse sentido, a diretora-geral da saúde diz que a curva de Portugal “não é diferente da de outros países europeus”, mas que, apesar de terem sido levantadas as medidas desconfinamento no país, os números ainda não refletem isso. “Passaram mais de 10 dias desde as medidas de confinamento e não se refletiu ainda, não quer dizer que não venha a refletir-se. Tudo indica que, apesar de termos desconfinado e retomado a atividade, os portugueses mantêm as medidas de segurança”, assegurou.

Questionado sobre uma possível ajuda do Estado no acesso a máscaras para a população mais carenciada, nomeadamente através de preços mais reduzidos, o secretário de Estado da Saúde disse que “este Governo pondera sempre tudo aquilo que diz respeito às faixas mais vulneráveis da população”, acrescentando que a informação que tem chegado ao Executivo é que tem havido uma mobilização da sociedade civil em conjunto com as instituições e autarquias” e “que estas máscaras têm chegado a toda a população”.

(Notícia atualizada às 14h12 pela última vez)

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Marcelo confirma segunda fase da reabertura a 18 de maio. Desconfinamento foi “muito contido”

À saída de mais uma reunião sobre o desconfinamento, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou aos jornalistas que a segunda fase de reabertura da economia arrancará mesmo a 18 de maio.

O Presidente da República participou, esta quinta-feira, em mais uma reunião sobre o desconfinamento do país e à saída confirmou que a segunda fase de retoma da economia irá mesmo acontecer a partir da próxima segunda-feira, dia 18 de maio. Marcelo Rebelo de Sousa disse que na primeira fase, começada no início de maio, os portugueses foram “sensíveis” ao pedido de “fazer a abertura por pequenos passos”.

O calendário de desconfinamento foi conhecido no final de abril, mas o Governo tinha deixado claro que, caso a primeira fase de reabertura fosse sinónimo de um aumentar dos casos de infeção, estaria em cima da mesa a possibilidade de dar um passo atrás e não prosseguir com essa retoma da economia.

Essa primeira fase arrancou no início de maio com a abertura do comércio local, cabeleireiros, livrarias e comércio automóvel. A início da segunda fase está marcado para a segunda-feira, dia 18 de abril, com a abertura de restaurantes, de museus e dos estabelecimentos de ensino do 11º e 12º ano. E segundo Marcelo Rebelo de Sousa os números permitem a concretização desse calendário, não justificando passos atrás.

O chefe de Estado sublinhou que a primeira fase de desconfinamento foi “muito contida”, tendo os portugueses sido “sensíveis” ao pedido de “fazer a abertura por pequenos passos”. Ainda assim, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que não existem “muitos dados que permitam retirar conclusões firmes” sobre o impacto dessa reabertura na evolução da pandemia de coronavírus em Portugal.

O começo da terceira fase do desconfinamento está marcado para 1 de junho e ficará marcado pelo regresso aos escritórios dos milhares de trabalhadores que foram obrigados a ficar em teletrabalho.

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IMT e IMI travam a fundo em 2019. Encaixe das autarquias com a derrama sobe 15%

A receita dos municípios com IMT travou a fundo e a de IMI caiu mesmo. Já o encaixe com a derrama, que incide sobre os lucros das empresas, subiu 15% em 2019.

Os municípios aumentaram o seu excedente em 2019 para os 568 milhões de euros, mais 112 milhões de euros do que em 2018. Contudo, ao contrário de em anos anteriores, no ano passado não foram os impostos relacionados com o imobiliário a dar um impulso às contas das autarquias. A resposta está no aumento da derrama e na venda de terrenos por parte do Município de Lisboa.

“O aumento do excedente orçamental dos municípios em 2019 deveu-se a um aumento da receita (646 milhões de euros) superior ao da despesa (534 milhões de euros)”, esclarece o Conselho das Finanças Públicas na análise à evolução orçamental da administração local em 2019 divulgada esta quinta-feira. A receita cresceu 8,1% enquanto a despesa subiu 7,1%, tendo ambas superado as taxas de crescimento previstas no Orçamento do Estado para 2019.

O que explica este comportamento da receita local? Ao contrário dos anos anteriores, não foram os impostos relacionados com o imobiliário a dar o maior contributo. De acordo com o CFP, o IMT (Imposto Municipal de Transações) subiu apenas 0,5% em 2019, mantendo-se acima dos mil milhões de euros, um marco histórico alcançado em 2018, ano em que esta receita cresceu 18%.

A esta travagem do IMT acresce a redução do encaixe das autarquias com o IMI (Imposto Municipal de Imóveis): esta receita caiu 1,4% face a 2018, menos 20,4 milhões de euros. Em 2018, a receita com IMI tinha subido 3,5%. Ainda assim, esta continua a ser, de longe, a maior receita dos municípios.

Mas houve um imposto que se destacou: a derrama municipal, cuja receita aumentou 15% para os 354 milhões de euros. No OE2019 não houve nenhum aumento neste imposto — era proposto pelo PCP, mas foi chumbado –, mas no OE2018 houve um aumento com a introdução de um último escalão em que as empresas com lucros tributáveis acima dos 35 milhões de euros pagam uma taxa de 9%.

“Para a evolução da receita fiscal, foi determinante o acréscimo da receita proveniente da derrama municipal (46 milhões de euros) que mais do compensou a variação negativa do IMI“, destaca o CFP.

Fora das receitas fiscais, a receita determinante em 2019 foi a da venda de bens de investimento. Na prática, tal deve-se à venda dos terrenos da antiga Feira Popular que rendeu 245,6 milhões de euros. Sem esta receita, o excedente do conjunto das autarquias continuaria positivo, mas seria inferior ao de 2018.

Dentro das receitas próprias dos municípios, também é de destacar o aumento da taxa turística para 57 milhões de euros em 2019, mais 27 milhões de euros do que em 2018.

Do lado da despesa, é de assinalar o aumento da despesa com pessoal, de longe o maior gasto das autarquias, que justificou metade do aumento de toda a despesa corrente municipal. A subida percentual de 7,7% é mais do dobro da esperada no OE2019 (3%). Este crescimento reflete não só o aumento dos funcionários (+1,4%), mas “sobretudo” o impacto do descongelamento faseado de carreiras dos trabalhadores do setor público.

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Vacina para Covid-19 daqui a um ano é cenário “otimista”

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

Uma vacina contra o Covid-19 poderá estar pronta dentro de um ano, num cenário "otimista", informou a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) com base nos ensaios e investigação em curso.

Uma vacina contra o Covid-19 poderá estar pronta dentro de um ano, num cenário “otimista”, informou a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) com base nos ensaios e investigação em curso. “Existe a possibilidade, se tudo correr como planeado, que algumas vacinas estejam prontas para serem aprovadas dentro de um ano”, declarou Marco Cavaleri, diretor de estratégia da EMA, durante uma videoconferência.

“Essas são apenas previsões baseadas nos dados existentes. Mas ressalvo novamente que tudo isto no melhor cenário, pois sabemos que todas as vacinas em desenvolvimento podem não receber autorização e desaparecer”, sublinhou, alertando que no processo também “pode haver atrasos”.

A EMA, uma agência da União Europeia com sede em Amesterdão, mostra-se assim cética em relação às informações que sugerem a hipótese de uma vacina estar pronta já em setembro próximo. Paralelamente, Cavaleri minimizou os receios da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que o novo coronavírus “nunca desapareça”.

“Acho que é um pouco cedo para dizer, mas temos boas razões para estarmos otimistas de que as vacinas vão chegar”, disse Cavaleri, acrescentando: “Ficarei surpreendido se falharmos na tarefa de encontrarmos uma vacina para o Covid-19”.

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Centro Nacional de Cibersegurança regista 295 incidentes dos quais 46% em março

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

De um total de 295 incidentes de cibersegurança desde que foi decretado o estado de emergência (19 de março), "46% ocorreram no mês de março".

O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) registou “um total de 295 incidentes” desde que foi decretado o estado de emergência, dos quais quase metade (46%) foram registados em março, disse esta quinta-feira à Lusa fonte oficial.

“Desde que foi decretado o estado de emergência o CNCS registou um total de 295 incidentes, sendo importante sublinhar que nem todos os incidentes de cibersegurança têm na sua origem ataques ou ações maliciosas“, disse o CNCS, quando questionado pela Lusa sobre o tema.

“Efetivamente, registou-se um aumento considerável de ataques informáticos decorrente do contexto de crise pandémica e do confinamento social no primeiro trimestre de 2020, em especial no mês de março”, prosseguiu a mesma fonte. Ou seja, de um total de 295 incidentes de cibersegurança desde que foi decretado o estado de emergência (19 de março), “46% ocorreram no mês de março”, apontou.

“Refira-se que a atenção mediática dada a um determinado tema, neste caso à pandemia de covid-19, costuma provocar a exploração do mesmo por parte de atores maliciosos, seja através de campanhas de ‘phishing’, ‘ransomware’, seja através de variadas formas de engenharia social“, salienta o CNCS.

“Além disso, o momento que se vive provoca alguma ansiedade nas pessoas, o que as leva a procurar mais informação sobre a pandemia e as torna mais vulneráveis a ações deste tipo”, acrescenta a mesma fonte, referindo ter-se verificado que “alguns destes incidentes estão diretamente relacionados com a temática da pandemia covid-19“.

Questionado sobre se identificaram os autores, o CNCS escusou-se a dar pormenores, explicando que “a investigação e resposta a um incidente é, normalmente, uma área de intervenção multidisciplinar, em que os vários atores e autoridades nacionais cooperam e exercem as suas ações na esfera das suas atribuições”. Neste sentido, “a identificação dos autores dos incidentes (e aqui consideramos os que atuam com motivações maliciosas ou ilegítimas), constitui informação sigilosa, que o CNCS não pode divulgar”.

Já sobre qual foi o maior alvo dos ataques informáticos – empresas ou utilizadores individuais -, o Centro Nacional de Cibersegurança apontou que, no período após a declaração do estado de emergência (19 de março), “notou-se um incremento significativo das notificações de incidentes por parte de utilizadores individuais, o que resulta de uma maior utilização de recursos digitais por parte dos mesmos”. No entanto, “podemos afirmar que as empresas continuam a ser o objeto privilegiado dos incidentes verificados“, acrescentou.

Questionado sobre se ficou tudo resolvido no caso do ataque que a EDP foi alvo, o CNCS salientou que “acompanhou e colaborou com a EDP no seu esforço de análise, resolução e recuperação do incidente de que foi alvo”, remetendo para o grupo energético a resposta final. “A resposta sobre o estado de resolução do incidente, uma vez que não se resume apenas à sua análise e erradicação, mas inclui também a reposição de serviços e processos de negócio, deverá ser remetida ao grupo EDP”, referiu o CNCS.

Sobre se os ataques informáticos registados em Portugal estão em linha com o que acontece na Europa, fonte oficial do CNCS recordou que “colabora diariamente com as suas congéneres europeias e com outros fóruns de CSIRT internacionais de que é filiado”. Na sequência desta colaboração, “verificamos que o cenário de crescimento verificado em Portugal está, de uma forma global, em linha com os restantes Estados-membros da União Europeia“, considerou.

Relativamente à proliferação de desinformação na rede, o CNCS garantiu que “está bastante atento a essa realidade”. “Temos vindo a alertar (os cidadãos e as empresas) para esta prática, através dos nossos canais de comunicação, redes sociais e site”, disse a mesma fonte.

“No contexto atual esse alerta tem surgido particularmente no âmbito de algumas campanhas de desinformação que utilizam o nome de organizações de referência da área da saúde, mimetizando a sua imagem com o objetivo de obterem dados pessoais ou ganhos financeiros”, acrescentou o CNCS.

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Fiat Chrysler e PSA não vão distribuir dividendos por causa do vírus

A realização da fusão entre os dois grupos automóveis deverá iniciar-se antes do final do primeiro trimestre de 2021.

A Fiat Chrysler e a PSA Peugeot não vão distribuir os dividendos de 1.100 milhões de euros que tinham sido definidos como parte do acordo de fusão entre os dois fabricantes automóveis, por causa da crise pandémica. A fusão deverá avançar antes do final do primeiro trimestre do próximo ano, sinalizam os grupos.

“O conselho de administração da Fiat Chrysler Automobiles N.V. e o conselho de administração da Peugeot S.A. decidiram que não irão distribuir os dividendos ordinários em 2020, ligados ao exercício de 2019, à luz do impacto da crise atual da Covid-19″, lê-se no comunicado.

Tinha sido definido que cada companhia iria distribuir em 2020 um dividendo ordinário no valor de 1.100 milhões de euros, referente ao ano fiscal de 2019, anunciaram as empresas aquando o anúncio da fusão entre as duas.

Os grupos automóveis indicam ainda que os preparativos para a fusão 50/50 das suas atividades, anunciado em dezembro de 2019, que que vai criar um mega grupo automóvel europeu, “decorrem a bom ritmo, designadamente no que se refere à regulamentação antitrust e a outros regulamentos”.

Desta forma, a realização da fusão para a nova empresa, para a qual o português Carlos Tavares foi nomeado CEO, deverá iniciar-se antes do final do primeiro trimestre de 2021, se tudo correr como previsto e “sob reserva das condições de implementação habituais”, sinalizam os grupos.

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